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Karol Artiolli

Entrevista com a Escritora Karol Artiolli

Me chamo Karol Artiolli, tenho 35 anos e moro em Campinas, no interior de São Paulo. Consegui evitar tudo que fosse interessante para chamar a atenção em uma vida, mas sempre gostei de histórias fantásticas e mitologias, me aperfeiçoando em quase todas elas, principalmente na Grego/Romana. Nem preciso dizer que eu era ótima em redação na escola, mas minha aula favorita era história. Sempre adorei saber os acontecimentos da nossa humanidade e seus mitos. Meus hobbys favoritos são: viajar, para conhecer os lugares que nossos ancestrais passaram e deixaram suas marcas em templos e construções incríveis; e videogame, o qual aguça muito minha criatividade.

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Boa leitura!

Ele conta a história de um príncipe herdeiro de uma longa dinastia, ungida pelos próprios deuses antigos, do reino de Mansum, Ériko Alek, que na adolescência lhe é revelado uma profecia de um destino cruel e tenta fugir de sua sina.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Karol, Artiolli, é um prazer contarmos com a sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária?

Karol Artiolli - Quando criança tinha fascinação por textos e escritas narradas em primeira pessoa, como é o caso de “Dom Casmurro”, um monólogo dramático, atraente e instigante. Segui a linha de Machado de Assis em meus pequenos poemas e histórias (que até hoje conservo em minha humilde biblioteca), tenho inclusive dois livros (não publicados) que eu faço uma singela homenagem ao nosso Dom brasileiro. Com o passar do tempo – durante as minhas inúmeras pesquisas sobre mitologias -, a ficção épica encontrou o meu caminho em “O Senhor dos Anéis”. Então minha narrativa hoje assemelha-se ao tom fantástico de Tolkien, mas a considero sombria, com um toque de “George R.R. Martin”.

Em que momento se sentiu preparada para publicar "O Destino da Espada - A saga de Ériko Alek"?

Karol Artiolli - Era apenas para ser mais uma das minhas inúmeras histórias que comecei, lapidei e deixei guardadas, mas tive a ideia de entregar as primeiras páginas para um “leitor beta”, que no caso é meu primo Guilherme Costa, um apreciador desse tipo de história. A reação dele me motivou a continuar e me superar. Quando terminei, o li mais uma centena de vezes e assim que a história estava com o desfecho que eu queria, me senti preparada a mostrá-lo ao mundo e resolvi arriscar e entregá-lo para a Editora Drago (como um teste incialmente) e, para minha surpresa, foi aprovado com parabenizações.

O que a inspirou a escrever a trama?

Karol Artiolli - Tudo começou como um ideal de ficção em 2017. Eu tinha os personagens e tinha até um final, mas não tinha o começo e nem o meio. Assim o escrevi e deixei para lá. Então, em meados de 2018, eu tive um sonho (literalmente um sonho) e nele um homem corajoso estava enfrentando uma ameaça para salvar a vida da esposa grávida e de seu filho em um mundo mágico. Foi então que deu início a jornada do meu herói. A propósito, são meus sonhos que mais me inspiram. Eu sonho, acordo e o escrevo em um papel para dar início a uma nova história.

Apresente-nos "O Destino da Espada - A saga de Ériko Alek"

Karol Artiolli - Ele conta a história de um príncipe herdeiro de uma longa dinastia, ungida pelos próprios deuses antigos, do reino de Mansum, Ériko Alek, que na adolescência lhe é revelado uma profecia de um destino cruel e tenta fugir de sua sina. Assim que escapa, conhece a jovem Leja de Uchizar e se apaixona perdidamente. Ela lhe presenteia com uma gravidez precoce, mas o bebê viria antes, colocando a vida dela em risco. Na tentativa de salvá-los, ele parte do vilarejo de Tayma para encontrar os construtores - que ele acredita terem sobrevivido a guerra de Naslaa - em busca da magia de transmogrificação. Essa magia pode mudar as coisas, dando a elas outros aspectos, outra origem e para Ériko, ela poderia mudar o destino de sua amada e de seu filho. Mas ele não voltará, pelo menos não a tempo, pois sua jornada começará quando seus olhos, cinzas como diamante, chamará a atenção. Neste caminho tomará posse de uma espada poderosa que sabe quem ele realmente é. A verdade pode ser excruciante, mas ainda é a verdade.

O que veio primeiro o título ou o enredo que compõe a trama?

Karol Artiolli - O enredo.

Quais as principais temáticas estão sendo abordadas na obra?

Karol Artiolli - Descrença em sua própria força, teimosia diante de uma ambição (para o bem ou para o mal), egoísmo inerente aos humanos, acreditar em quem não deveria, traição, fazer amizade com quem você achou que devia odiar em decorrência de um ensinamento arcaico, o fato de você nem sempre saber quem realmente é em uma vida cercada de ilusões, mentiras e maus tratos.

A quem indica leitura?

Karol Artiolli - Para todos, claro! Mas principalmente para quem gosta de fantasia no mesmo estilo de George R. R. Martin (essa não é tão complexa como as dele, mas está ali).

Onde podemos comprar o seu livro?

Karol Artiolli - No site da própria

editora, Drago editorial, na Amazon, livraria Travessa, livraria Leitura e em mais alguns sites de e-commerce, como Mercado Livre, Casas Bahia etc.

Como concilia vida pessoal, profissional, com a escrita?

Karol Artiolli - Por sorte eu tenho uma vida tranquila e bem estruturada, proporcionada pelo meu marido Alessandro Artiolli. Então não é nada complicado me dedicar integralmente a escrita e aos estudos neste sentido.

Quais os seus próximos projetos literários?

Karol Artiolli - Estou finalizando o segundo livro da trilogia “O Destino da Espada”, começarei o terceiro em breve e ainda tenho mais dois em mente, seguindo a linha fantástica.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Karol Artiolli. Agradecemos sua participação na Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Karol Artiolli - Eu demorei muito para acreditar em mim mesma, sofri por não me encontrar neste mundo, não sabia quem era e nem o que fazer da vida, achava não pertencer a lugar algum. Quando finalmente resolvi seguir o que eu realmente amo e sei fazer, me dedicando a isso por inteira, foi uma felicidade que não pude medir em palavras. Portanto, caros leitores, se você se sentir um peixinho fora d’água em um oceano de regras e repressões, lembre-se que talvez você só precise fazer o que ama e o que quer, se dedicar a isso e estudar muito. E, então, parar de dar importância ao que os outros acreditam que seja o certo. Siga o seu caminho!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM

A ESCRITORA CHRISTIANE COUVE DE MURVILLE

Christiane Couve de Murville é doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo, com especialização em psicodrama e orientação profissional, e também bacharel em Ciência da Computação pela USP. Publicou a trilogia “A Caverna Cristalina”, o “A vida como ela é” e a série “Até Quando?”, no Brasil e na França, “O Pequeno Príncipe visita a Chapada Diamantina” e “Colorindo com o Pequeno Príncipe a Chapada Diamantina”, além de livros e artigos acadêmicos. Tem experiência artística em escultura, desenho e pintura e faz as ilustrações de seus livros. Site: https://www. cmurville.com.br/ Instagram : @ christianemurville

Questão de território ou de etiqueta?

Os elefantes viviam em paz no território deles, quando um carrinho de turistas apareceu. Gazes tóxicos fedidos saíam do escapamento do veículo e o motor barulhento afugentava os passarinhos. A turma no carro falava alto, dava gargalhadas, destoando completamente do ambiente de natureza intocada no qual se aventurava.

Os elefantes ficaram incomodados. Um deles, grande e forte, talvez o responsável por cuidar dos demais, logo mostrou seu descontentamento. Apareceu bravo na frente dos turistas, guinchou, balançou as orelhas, ergueu a trompa. Deixou claro: era para o carrinho intrometido ir embora.

Os turistas acharam graça do elefante irritado, deram risada e um deles chegou a caçoar do animal, considerando-o exibido. Ninguém de fato enxergava os elefantes ou percebia o que acontecia com eles. Os turistas não estavam preocupados com os bichos e tampouco se os estavam incomodando. Queriam tirar fotos para mostrar aos amigos e provar o quão perto haviam chegado daqueles animais enormes. Só pensavam em se divertir e levar uma recordação do passeio.

Percebendo que os intrusos continuavam ali, o elefantão voltou a ameaçar. Desta vez, foi mais vigoroso, chegou perto do carro, tinha que afugentar de vez a turma mal-educada que só pensava em si e era incapaz de ver outros seres, quem diria então respeitá-los.

Os turistas estremeceram. A euforia inicial de estarem em território de elefantes deu lugar a risadas nervosas e fisionomias tensas. Imagine se o bicho resolvesse atacar de verdade?! Os intrusos suavam frio, exalavam medo, não conseguiam controlar as emoções. Mas haviam pago caro por aquele safari. Tinham direito de estar ali! Não dariam meia volta ou bola para algum animal mais nervoso e apegado ao seu território. Porém os elefantes não podiam deixar o mundo deles ser contaminado por turistas desrespeitosos. Tinham que proteger as fêmeas e os pequeninos. E quando o elefantão voltou a aparecer, estava absolutamente irado e veio acompanhando de seus irmãos!

O susto foi tanto que os turistas aterrorizados rapidamente deram marcha a ré com o carro. Mesmo a contragosto, tiveram que abortar o passeio. Não queriam ser pisoteados por elefantes furiosos.

Mas a verdade é que não tinham permissão para permanecer em santuário sagrado, não tinham a etiqueta para isso. E, depois que se foram, ainda sobrou no chão bituca de cigarro e papelzinho de bala, que talvez sem perceber, por falta de cuidado, ou displicência mesmo, algum dos visitantes mal-educados havia deixado para trás!

Quem tem a devida etiqueta para entrar e sair dos lugares, mantendo-os sempre preservados e limpinhos, sem deixar lixo para trás? Como conviver com seres puros e inocentes, sendo desrespeitoso, inconveniente ou barulhento? É necessário ser chique para visitar elefantes. Nada de pensamentos ego-centrados fedidos, olhares intrometidos ou emoções descontroladas. Elefantes não querem saber de lixo na casa deles!

José Sepúlveda

Luar de Agosto

Luar de agosto, a eterna melopeia De sons e de zumbidos pelo ar, Insetos a voar na noite cheia, Os ralos e os grilos a cantar!

Nas noites de verão, depois da ceia, Com tempo soalheiro e ao luar, Em grupo, os amigos lá da aldeia Se juntam pela rua a conversar...

Momentos de convívio, tempos ledos, Ali bem perto as nuvens de morcegos Esvoaçando em seu estranho rito...

E no calor de noites tão singelas Olhávamos a lua, um céu de estrelas, Gesto de amor do Deus do infinito!

José Sepúlveda

Olhar

Olhei p’ra ti co’aquele olhar profundo Que só um ser amante sabe ter E vi-me de repente no teu mundo Tão cheio de incertezas, desprazer.

Senti depois o teu pensar fecundo Saído desses lábios de mulher: Peregrinei sozinho, furibundo, Tentando desventrar esse teu ser.

E agora, mergulhado no teu peito Tão cheio de carinho, tão perfeito, Procuro enrijecer essa amizade

E nesta caminhada vou seguindo Envolto neste sonho, porque é lindo E traz-nos paz, amor, serenidade.

José Sepúlveda

Memórias

Amor, o dia corre fugazmente, O sol se esconde e, apaixonadamente, Esta ansiedade corre para mim E faz secar as rosas do jardim.

Os cheiros, as fragâncias de mil flores Já não as sinto e as suas lindas cores São pétalas caídas pelo chão, Tal qual a dor de um frágil coração.

Escuto passos lentos pela rua, Minha alma permanece agora nua E os passos que se ouvem dessa gente São lentos e me deixam indiferente.

Por dentro da janela olho no espaço, As aves a voar sem embaraço, As lindas melodias pelo ar Me levam peregrina a teu olhar.

Quando entardece, a nostalgia chega E o meu destino alguma coisa o leva Por sonhos já vividos, mas em vão No circuito triste de paixão.

Rosa Maria Santos

Hoje procurei a minha estrela!

Hoje… procurei a minha estrela para que me falasse de ti e refletisse o brilho do teu olhar… mas nada vi neste meu incessante procurar… nem uma única estrela…

encontrei sim o negrume da noite e a chuva a cair… mas nada me fez sentir…

senti-me despida de todo o sentido da vida… procurei em cada gota de chuva uma história… uma razão… uma vitória…

mas não encontrei não… apenas…uma longínqua memória de um outro “eu”.

Hoje…até a minha estrela se perdeu…

amanhã…quem sabe voltará a brilhar, como o teu olhar no meu…

Teresa Costa 2.1.2014

Cruzando o céu da liberdade

Cruzando o céu da liberdade Entre o céu da liberdade Voa um pássaro Trazendo uma mensagem Do teu amor para mim, Entre o céu e o infinito Voa um desejo de te ter De te amar para sempre Meu amor, sem limites Entre o mar e o vento Junta-se toda a saudade Que está em nossos corações Entre a bruma e o sol Corre o calor do nosso amor Entre as flores e as abelhas Encontra-se o mais Doce sabor da alegria Entre as pedras e a água Esconde-se um segredo que leva A felicidade que é o nosso amor

(1995) Catarina Dinis Pinto

Partiste

Um dia te amei muito, meu amor, Eras a água fresca que caía, Olhei o teu rosto que p’ra mim sorria Com doce olhar, tão cheio de fulgor.

Quando chegaste, junto a mim ficaste, Como era bom ouvir o teu falar! Quanta alegria nesse teu olhar Nos dias a que a mim tu te entregaste.

E quando me atingiste o coração, Irradiava luz deste meu ser, Desejos de ao amor corresponder Co’a força do meu peito. Que ilusão!

Meu mundo desabou. Partiste. E agora, Caí em mim e então triste chorei, A embarcação segura que encontrei Já naufragou, partiste, foste embora!

A vida...

No crepitar da lenha consumida pelo fogo como uma angustia que no peito aperta corrói... troca as voltas como num jogo de vida que se perde e cala... deserta.

Semblante carregado... mas genuíno aparentando o que é metafisicamente buscando o puro no todo absoluto na essência de si transcendentemente.

Não demonstra o que a alma não sente nem finge um sorriso só para agradar porque a razão quer que a cabeça pense na realidade que a Alma quer demonstrar.

E o fogo arde, com o ardor que queima no âmago do sentir do que há de provir não querendo ser uma simples teima mesmo que levemos a vida a sorrir.

Ilda Ruivo

O AMOR POR ENTRE A NÉVOA DA MANHÃ

Fiz da névoa do dia a urgência de desejar o sol..

As nuvens pairam no ar... Nada vem ao meu encontro... O tempo tornou-se pesado... As noites são longas e frias...

Se eu morresse esta noite, levaria, como recordação interminável, o teu abraço, o teu beijo e o teu corpo no desejo incontido de te amar...

Esta noite seremos a raiz suprema que florescerá num tronco de raízes novas e profundas a germinar o amor por entre a névoa da manhã.

MARY HORTA 05-02-2018

" És total distância"

Foste o sol na minha Primavera Pássaro alegre na minha janela Foste meu luar cada madrugada Sonho de felicidade na almofada..

Foste chuva fluente no meu olhar Vento tempestuoso no meu mar Por vezes saudade na minha mão Foste um diamante no meu coração !..

Foste o vazio imenso na minha alma Que tentei preencher com tanta calma Foste o cravo sorridente no meu jardim És agora total distância dentro de mim!..

Maria José

17/06/2018

CORRER O FADO

Vagueiam noite fora, madrugada Sonhos, desencantos, enclausurados Segredos pelas frias sombras do nada… Clareia o sol, vem o dia!... Assustados

Fantasmas, sonhos, medos, tudo é nada!... Segredos, desencantos condenados Voam, batem as asas em revoada Procuram refúgio sob os telhados

Das solidões nevoentas assombradas. Esperam pelas noites da lua cheia Seres errantes uivando, pelas quebradas

Há sortes, há gritos de almas penadas… Pesado é o sono de todos na aldeia E nascem límpidas as alvoradas

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