2 ª sessão dossiê Lixo Extraordinario

Page 1

Nível I Ensino Secundário (iniciação – 10.º ano) – 2.ª Sessão

Um projeto de VIK MUNIZ

REDE JCE 2015-2016 objetivos | conteúdos 1. Testar a capacidade de observação 2. Testar a capacidade de análise 3. Problematizar questões éticas e estéticas 4. Reconhecer características do Documentário 5. Identificar nomes e primeiros filmes da História do Cinema

1. Narrativa – Ação – Personagens 2. Ética e Estética 3. Documentário – caraterísticas e história 4. Documentário vs Reportagem 5. Conhecer o cinema dos primórdios


sinopse

ficha técnica Realização: Lucy Walker, João Jardim e

Filmado ao longo de dois anos (Agosto de

Karen Harley

2007 a Maio de 2009), Lixo Extraordinário

Direção de Fotografia: Dudu Miranda e

acompanha o trabalho do artista plástico Vik

Ernesto Herrmann

Muniz num dos maiores aterros sanitários do

Música: Moby

mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Lks

Montagem: Pedro Kos

Rio de Janeiro.

Produção: Angus Aynsley

No Jardim Gramacho, ele fotografa um grupo

Com: Vik Muniz, Fabio Ghivelder, Isis

de separadores de materiais recicláveis, com

Rodrigues Garros, José Carlos da Silva Baia

Flk pok inicial de retratá-los. No entanto, o o objetivo

Lopes (Zumbi), Sebastião Carlos dos Santos

trabalho com estes personagens revela a

(Tião), Valter dos Santos, Leide Laurentina

dignidade e o desespero que enfrentam

da Silva (Irmã), Magna de França Santos,

quando sugeridos a re-imaginar as suas

Suelem Pereira Dias

vidas fora daquele ambiente. A equipa tem

Origem: Brasil/ Reino Unido

acesso a todo o processo e, no final, revela o

Ano: 2010

poder transformador da arte.

Duração: 99’ Site:

vik muniz

http://www.lixoextraordinario.net/

Trailer: Vik Muniz nasceu numa família da classe operária em 1961, no estado de São Paulo, Brasil. Quando era jovem, foi baleado na perna enquanto tentava separar uma luta e recebeu uma indemnização pelas lesões sofridas. Com o dinheiro, financiou uma viagem a Nova Iorque, onde acabou por se radicar e trabalhar. Vik começou a carreira de artista plástico como escultor, mas à medida que se ia interessando pelas reproduções fotográficas do seu trabalho, acabou por se dedicar exclusivamente à fotografia. Ele incorpora uma multiplicidade de materiais improváveis nos seus processos fotográficos. Frequentemente Vik utiliza diamantes, açúcar, cordas, calda de chocolate e lixo nos seus trabalhos, trabalhando sobre imagens clássicas do fotojornalismo e da História da Arte. A sua obra aclamada pelo público e pela crítica tem sido exibida em todo o mundo. A sua exposição individual no MAM (Museu de Arte Moderna), no Rio de Janeiro, foi a segunda mais vista, ficando atrás apenas da exposição de Picasso. Foi no MAM que Vik expôs pela primeira vez a série "Pictures of Garbage” no Brasil.

http://www.youtube.com/watch?v=v96xfc2grs0

prémios e nomeações Óscares - Nomeado Para Melhor Documentário Festival de Berlim - Prémio do Público, Prémio da Amnistia Internacional Festival de Sundance - Prémio do Público Festival de Paulínia - Prémio do Público, Prémio Espacial do Júri Festival de Durban - Prémio Melhor Documentário, Prémio do Público, Prémio da Amnistia Internacional Festival de Seattle - Prémio Golden Space Needle – Melhor Documentário Princeton Environmental Film Festival - Melhor Filme Frozen River Film Festival - Prémio do Júri International Documentary Association´S Awards Pare Lorentz Award Festival de Estocolmo - Silver Audience Award Festival de Documentário de Amesterdão - Prémio do Público Mostra Internacional de São Paulo Internacional Prémio Itamaraty de Melhor Documentário Festival do Rio - Première Brasil Hors Concours Festival de Provincetown - Prémio Hbo do Público Melhor Documentário Festival de Dallas - Prémio Melhor Documentário 2


críticas

Lixo Extraordinário: "Ruim não é ser pobre,... ... ruim é ser rico no mais alto degrau da fama com a moral coberta de lama": Um documentário que mostra como, entre o lixo e o luxo, só muda mesmo a vogal.

É a última estação, o culminar do caminho, o fim da picada. É a terra do desperdício, paraíso das moscas, dos fungos e da sarna. É o mais desprezado e agoniado dos solos, imerso em cheiros nauseabundos, podridão, sobras, e foras-de-prazo. Dos urubus pairando. Dos vultos catando lixo, despojos dos dias, sobras dos outros e sobrevivência. É o maior aterro da América Latina (nos arredores do Rio de Janeiro), onde são despejadas oito toneladas de lixo, diariamente, e onde foi rodado o multipremiado documentário anglo-brasileiro (nomeado para os Óscares da 83ª edição), Lixo Extraordinário, co-realizado pela inglesa Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley. E nesta terra de aparente esterilidade o documentário vai em busca de fecundação, e segue o processo criativo de Vik Muniz, o artista plástico brasileiro, que das suas origens humildes em S. Paulo "virou" uma das estrelas mais bem cotadas nas galerias novaiorquinas.

E de repente, tudo muda, tudo se transforma e recria. Lixo Extraordinário é um filme sobre o processo criativo de um artista, que incorpora materiais (neste caso lixo) nas suas fotografias? Claro que sim. Também é um filme ambientalista. E sobretudo humanista. Mas é antes de tudo um filme sobre o poder transformador. Da arte. Das pessoas. Do lixo reciclável. E o nosso próprio olhar enquanto espectador transforma-se. Afinal aquilo que eram montanhas de decomposição, insalubridade e objectos desvalidos tornam-se em acumulação de coisas potencialmente valiosas. O que parecia miséria 3


(não deixa de ser) mas pode ser olhado com "empreendedorismo". O ordinário torna-se extraordinário. O inútil torna-se útil - e torna-se inútil outra vez, nas composições de Vik Muniz, porque a inutilidade é a essência de toda a arte. E os catadores, vultos curvados e miseráveis, já são uma espécie de garimpeiros de material reciclável, profissionais altamente especializados que distinguem seis tipos de plásticos só pela forma como eles soam quando se aperta. São ecologistas, politizados alguns, inteligentes, com histórias de vida incríveis, e que fizeram uma escolha de dignidade: a de trabalharem em defesa do meio ambiente, "em vez de andarem na prostituição ou no tráfico". Na verdade, eles são Suelem, Ísis, Zumbi, ou o senhor velhote (morreu antes do filme estrear) que dizia frases fantásticas. E argumentava sempre que uma lata é importante: "Porque o negócio é o seguinte, dezanove não são vinte". E Tião, o carismático presidente da associação de catadores que lê livros surpreendentes que encontra na lixeira, como O Príncipe de Maquiavel ou Nietzsche [filósofo]. E que depois do filme e da venda de milhões de dólares do quadro com a sua fotografia (na pose do revolucionário Marat, morto na banheira) se tornou uma espécie de consultor da reciclagem, fundador de vários pólos e 200 cooperativas no Brasil inteiro.

E, subitamente, encontramo-nos no lugar da utopia, onde a arte pode de facto mudar o mundo. Num lugar conceptual mas muito materialista ao mesmo tempo, porque aqui a tese e a antítese realmente se fundem e não existem classes sociais: o lixo todo se junta, "vem da mansão do rico ou da favela do alemão". E parece, comenta Vik à VISÃO que se completa aqui um ciclo: "Todas as coisas começam num lugar comum que é natureza, depois transformam-se, cumprem a ideia de função e de propriedade, pertencem a pobres ou a ricos, mas acabam todos no mesmo lugar comum, que é a lixeira". Vik sempre sentiu este fascínio pelo lixo, um pouco "obcecado", confessa, "por aquilo que deixa de ter valor": "Uma sociedade pode-se definir por aquilo que produz, mas também por aquilo que joga fora". Uma vez, nos anos 90, viu um computador "jogado" no lixo. "Fiquei impressionado, afinal hoje em dia a curva da novidade se faz com tal rapidez.... Dantes, a função ritual de um objecto durava gerações, passava de pai para filho, ficava impregnado da história de quem o usava. Com a produção massiva, o valor do objecto diminuiu e faz até um circuito à escala global. O sistema de recuperação de um objecto pode ser planetário. Num menino de África vê-se a camiseta de um garoto de classe média de Nova 4


Iorque, ténis do Canadá nos pés de um cambodjano. Antigamente provavelmente passariam para o irmão mais novo... Olho muitas vezes a sucata e tento traçar no trajecto do objecto até chegar ali". Andar mais de um ano no "lixão" (a concretização do documentário durou três) não foi fácil... Para Vik e para a equipa de rodagem. Sobretudo a se acostumarem ao cheiro. "Mas nada demais, não dá para sobrevalorizar, faz parte do trabalho, se quisesse outra coisa ia para um escritório", diz à VISÃO João Jardim, um dos co-realizadores. Pelas "personagens incríveis" que encontrou naquele lugar, acredita mesmo que "o mundo está ficando tão louco e inusitado, que as pessoas têm as experiências mais estranhas, e a realidade ficou mais rica do que a ficção". E garante que "encontrar beleza no feio" não foi só "questão de enquadramento". Existe mesmo beleza e horror. Explica Vik: "Primeiro fica-se lá um tempo, e há o cheiro, o barulho, o desconforto e uma situação de agnosia. É tudo demasiado confuso, o olhar não consegue pousar em lugar nenhum. Porque o lixo não é definível, é algo entre a matéria e o objecto. É difícil para nós pensar na decomposição e na entropia, é contra-intuitivo, é mais fácil varrer para debaixo do tapete. Mas torna-se muito desafiante". Vik saiu do Brasil de uma forma muito brasileira. Ia tentar separar uma briga alheia, acabou "pegando um tiro". Com o dinheiro da indemnização fez uma viagem aos EUA para aprender línguas. Pensou passar um fim de semana, ficou 28 anos. Tornou-se artista de fama mundial. "Nova Iorque é um óptimo sítio para se fazer arte, mas enquanto cidadão é o Brasil que me completa", sobretudo depois das mudanças sociais e culturais alcançadas pelos últimos mandatos presidenciais. "Eu tenho a nítida sensação de que tenho mais do que preciso e então tento encontrar outras formas de felicidade". Que passam por este tipo de projectos sociais no Brasil. Onde trouxe os próprios catadores para dentro do processo criativo. Porque o que o mais impressionou foi "a humanidade das pessoas, independentemente do lugar onde elas estão. Mesmo no lugar mais difícil e confuso do planeta, a dignidade humana resiste. Essas pessoas formidáveis que encontrámos na lixeira não se transformaram pela arte. Elas já a tinham dentro delas. Elas apenas se revelaram".

Ana Margarida Carvalho, Visão 5


as personagens TIÃO (SEBASTIÃO CARLOS DOS SANTOS) Tião é o carismático jovem presidente da ACAMJG (Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho), uma cooperativa que tem por objetivo melhorar a qualidade de vida dos catadores. Inspirado pelos textos políticos de livros que encontrou no lixo (O Príncipe, de Maquiavel; A Arte da Guerra, de Sun Tzu) Tião teve que convencer os colegas de trabalho de que a organização poderia fazer a diferença. Ele é catador desde os 11 anos de idade. ZUMBI (JOSE CARLOS DA SILVA BALA LOPES) Zumbi é o intelectual da lixeira. Quando encontra um livro, ele não vê apenas a reciclagem de papel. Já montou uma biblioteca na sua casa e começou a emprestar livros à comunidade. Zumbi faz parte do conselho deliberativo da ACAMJG e trabalha no Jardim Gramacho desde os nove anos. SUELEM (SUELEM PEREIRA DIAS) Suelem trabalha na lixeira desde os sete anos. Aos 18, já era mãe de três filhos. Ela acha o trabalho em Gramacho mais honesto do que ser prostituta ou estar envolvida no tráfico de droga. Suelem adoraria trabalhar numa creche ou mesmo poder ficar em casa com os seus filhos. ISIS (ISIS SIS RODRIGUES GARROS) Isis adora dar nas vistas e odeia “catar” lixo. A determinada altura revela-nos o drama que a levou a trabalhar na lixeira. IRMA (LEIDE LAURENTINA DA SILVA) Irma é a cozinheira da lixeira, que cozinha o prato do dia a partir dos ingredientes mais frescos que encontra no Jardim Gramacho. . MAGNA (MAGNA DE FRANÇA SANTOS) As dificuldades de Magna começaram quando o marido perdeu o emprego. Apesar de se incomodar que as pessoas a olhem de lado por causa do mau cheiro que exala ao final de um dia de trabalho, ela orgulha-se de viver a vida de forma honesta. VALTER (VALTER DOS SANTOS) Valter era o “catador” mais velho do aterro, faleceu logo após conhecer Vik. Perito em reciclagem, era conhecido pelas suas rimas e lições de moral

questões para aprofundar

1. Neste filme são referenciados explicitamente artistas como Pollock, Basquiat e Andy Warhol. Investiga sobre estes autores. 2. O retrato de Tião é inspirado numa obra célebre. Descobre-a. 3. Investiga sobre a obra de ViK Moniz. 4. Procura outras experiências artísticas onde haja um forte compromisso social. 5. Procura outros Documentários ou filmes de ficção que retratem artistas.

6


documentário – breve história e caraterização A palavra documentário, usada para nomear um domínio específico do cinema, começou a se estabelecer no final dos anos 1920 e início dos anos 1930 do século XX, sobretudo com a escola documental inglesa, embora já figurasse antes num ou noutro texto. Ela traz marcas da significação, surgida na segunda metade do século XIX no campo das ciências humanas, para designar um conjunto de documentos com a consistência de “prova” a respeito de uma época. Possui, desse modo, uma forte conotação representacional, ou seja, o sentido de um documentário histórico que se quer verdadeiro, comprobatório daquilo que “de facto” ocorreu num tempo e espaço dados.” (in História do Cinema Mundial, org. Fernando Mascarello). Juntamente com o nascimento do cinema, surgia também o documentário. Quando os irmãos Lumière exibiam cenas do quotidiano, retratavam a época com carácter completamente experimental. Mesmo que de forma despretensiosa, estavam a registar e documentar o dia a dia do seu tempo. Em 1913 o explorador norte-americano Robert Flaherty foi convencido por seu contratante a registar a sua expedição ao Pólo Norte com uma câmara. O resultado foi o filme Nanook, O Esquimó (1922), sobre a história de uma família de esquimós. Dado que era um filme cujas linhas narrativa e estética não podiam ser enquadradas na categoria ficção, Nanook foi considerado um protótipo do filme documental. Com ele, lançou as bases de um método que surgia simultaneamente no campo da antropologia: o da observação participante. O filme propunha uma estadia longa em campo, num contato direto e interativo com os seus personagens reais, do qual surgia o “tema nativo”, que era o objeto do filme. Com este filme, inicia-se um sub-género do cinema documental, o cinema etnográfico, no qual se pretendem registar práticas e costumes sociais, económicos e culturais. Posteriormente, nos anos 30, o escocês John Grierson fundou uma escola documentarista para formalizar e normatizar o género. Criou a definição da estética do documentário clássico: “O documentário clássico pode ser resumido nas seguintes características estruturais: imagens rigorosamente compostas, fusão de música e ruídos, montagem rítmica e comentário em voz off despersonalizada.” A sua função era primariamente educativa e social, com o objetivo de formar a opinião pública. Assim, surge uma nova vocação para o cinema documental: ser didático. Enquanto isso, na extinta União Soviética, Lenine [presidente do Governo e do Partido Comunista Russo] discursa sobre o cinema, apontando-o como principal meio de divulgação da Nova Ordem Social que se instalava na União Soviética.

7


Denis Arkadievitch Kaufman, que quando jovem mudou seu nome para Dziga Vertov (que significa ‘roda que gira sem cessar’), coloca-se à disposição do Comité de Cinema de Moscovo. Em 1922 forma o conselho dos três, ao lado da sua mulher e do seu irmão, e passa a trabalhar no Kinopravda [‘Jornal de Cinema’]. Em 1923, inspirado pela arte futurista [corrente estética que glorifica as máquinas e a tecnologia, considerando-as o mais magnífico exemplo do génio humano e o futuro da Humanidade], Vertov publica o seu primeiro manifesto teórico, no qual exaltava a revolução do cinema, a morte de tudo o que já tinha sido feito como o cinema psicológico e o cinema ficcional, e exalta a existência mecânica das máquinas e da tecnologia como objeto de observação nos seus filmes. Vertov criou um nome para as suas práticas, o ‘Cine-Olho’, e com ele oferece mais uma via ao cinema documental: um cinema assumidamente de autor, com um ponto de vista muito subjetivo, no qual a montagem, da responsabilidade do realizador, constrói um mundo estritamente pessoal, mesmo que feito da captura de imagens reais de pessoas, objetos e situações. Um mundo feito de ritmo e de precisão. Ainda nos anos 30, e por impulso de interesses ideológicos dos regimes ditatoriais que cedo se aperceberam que o cinema era um poderoso meio de propaganda, surge o cinema documental de caráter propagandístico, com nomes de referência como o de Leni Riefensthal na Alemanha ou António Lopes Ribeiro em Portugal. Foi uma instrumentalização do documentário que só revelou o seu poder. Nos anos 60, de novo em Inglaterra, surge uma nova maneira de encarar o documentário: o free cinema. Como o nome indica, os seus partidários, como Lindsay Anderson, consideram que o documentário não deve estar submetido a normas rígidas, mas sim, pelo contrário, à captação da realidade o mais realista possível, sem quaisquer outros objetivos senão o de se ser ‘verdadeiro’. Nesse país, como nos outros em que essa concepção foi aceite (cinema-

vérité em França, cinema direto em muitos outros países, como o Brasil ou Portugal), os propósitos eram “ora fazer ver objetivamente meios, situações e personagens reais, ora mostrar subjetivamente as maneiras de ver dos próprios personagens, a maneira pela qual eles viam sua situação, o seu meio, os seus problemas.” Sem imposições de produção ou estúdios, com câmara à mão e som não-síncrono, sem narração em off. Daí até hoje, daí e desde sempre, o que move os documentaristas é documentar a realidade, fazendo filmes sobre pessoas, histórias e situações reais. É essa a grande diferença com os filmes de ficção pois, como este nome indica, mesmo que baseados em casos reais, os filmes de ficção são ficcionados. Nos documentários é a vida que se regista, tal como ela é – ou, pelo menos, tal como ela é para o documentarista que a filmou e por ela se deixou apaixonar. Sem paixão não há documentário – isso é uma evidência que ninguém pode desmentir. Gustavo Serrate (adaptado e aumentado)

8


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.