Ofereci um tapete voador aos meus pais Sabiam que eu ofereci um tapete voador aos meus pais? Como? É isso que irão descobrir. Então, um dia, estava a passear pela praça a fazer compras, até que vi um velho cigano a vender tapetes, por um preço espetacular. O cigano tinha uma barba acinzentada e usava roupas pretas. Sem hesitar, eu disse-lhe: – Quero um tapete. Subitamente, o homem respondeu-me, com uma voz meia rouca: – Se é um tapete que desejas, um tapete terás. Podes levar aquele ali, de graça. Mas, cuidado, porque este tapete... O facto é que nem ouvi o cigano até ao fim. Bastou ele dizer que o tapete era de graça para eu me ir embora para casa, contente. Quando cheguei a casa, estava ansioso por experimentar o tapete que adquiri gratuitamente. Deitei-o no chão, sentei-me nele e, do nada, o tapete começou a voar. Eu, aterrorizado com a situa-
ção, fui logo à praça para devolver o tapete, mas o vendedor já não estava lá. Para dizer a verdade, a loja já não estava lá. Eu tinha de me livrar de tal tapete. Então, decidi enganar os primeiros idiotas que me apareceram à frente, ou seja, os meus pais... Claro que tive de inventar uma história lamechas, dizendo: – Pais, decidi comprar-vos este tapete caríssimo, para vos agradecer todos os sacrifícios que fizeram por mim e todo o amor. – Muito obrigado, filho – disseram os meus pais. E foi assim que eu ofereci um tapete voador aos meus pais.
Armindo Soares Gomes, 9.º B, N.º 5