Pedro marques, 9 º c, n º 20

Page 1

Sozinho, no meio da tempestade, com a minha boia, a fazer figura de parvo Sabiam que, no outro dia, estava eu no porta-aviões do meu avô, quando, de repente, o primeiro-cabo se virou, nervoso, e alertou: “Fogo inimigo a caminho, abriguem-se!”? Ora bem, nem tive tempo de reagir. O projétil atingiu o navio com toda a força possível, fazendo-o balançar sem piedade. O mais engraçado é que só me lembro de um dos marujos me puxar para o convés. Quando acordei e recuperei os meus sentidos completamente, estava na enfermaria do navio e conseguia ouvir o barulho dos tiros que nele embatiam. E o pior era que conseguia ouvir os gritos de pavor dos marinheiros atingidos e caídos ao mar. Por causa das minhas dores na cabeça, só conseguia olhar em frente, para uma parede metálica, onde estava uma esfregona encostada e uma pequena boia de plástico, daquelas que se compram aos miúdos para eles não irem a berrar para a praia! Três segundos depois, entrou um marinheiro todo apressado, aos gritos,


a dizer que o navio tinha de ser abandonado devido a danos severos no casco. Então, levantei-me, cheio de dores de cabeça, agarrei a boia de miúdo e atirei-me ao mar! Aí é que chegou uma surpresa. Senti uma coisa no pé, acordei e lá estava eu, no meio de uma piscina, com uma boia de plástico, a fazer a minha maior figura de parvo. Ainda mal acreditava que tinha sido tudo um sonho! O drama é que tinha começado a chover torrencialmente e, de um segundo para o outro, estava eu numa tempestade, dentro de uma piscina, enfiado na minha boia! Pedro Marques, 9.º C, N.º 20


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.