Sara rocha, 9 º c, n º 21

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Porque é que me tornei palhaço Tenho uma coisa para vos confessar: sempre quis ser palhaço. Ver o sorriso na cara das crianças é a alegria da minha vida. Mas eu era o único. Os outros que trabalhavam no circo eram anões, mas não amavam o seu trabalho. Só se interessavam pelo dólar, pois eram cem dólares e era uma fortuna. O facto é que eu nem sei como é que me tornei palhaço, apenas aconteceu. Mas já tinha tudo pensadinho, até que a vida deu uma reviravolta; passei de palhaço a desempregado. Os outros (os anões) agrediram-me física e psicologicamente, até que um dia me disseram que tinham ido à polícia dizer que eu era um violador, o que me fez perder o trabalho. Era mentira; eu nunca o teria feito às crianças. Com esse acontecimento, comecei a descarregar a minha raiva nos adultos; matava-os todos, era o que eles mereciam. É verdade que, com as crianças, era diferente. Eu encontrava-as na rua, levava-as para a minha caravana e dava-lhes brinquedos feitos por mim, para elas brincarem e gostarem de mim. Mas isso não acontecia; a única coisa que elas faziam era chorar e gritar pela mãe. Eu não conseguia aguentar este sofrimento. As crianças eram


a minha vida. Se eu não conseguia fazê-las rir, eu não merecia estar neste mundo. Por isso, soltei-as e suicidei-me. E foi assim que acabaram com a minha carreira e com a minha vida.

Sara Rocha, 9.º C, N.º 21


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