Emerald Business

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Sumário

30 | Entrelinhas Luiz

Nordeste | 16 Capa

Matéria

6 | Tecnologia

Conhecimento | 14 Essencial | 20

Novidades

Dicas | 8

22 | Viver Bem

Reportagem/Programação

Saúde

Filmes | 28

25 | Passatempo

Conceitos

Diversão

10 | Entrevista

Roteiro Gastronomia | 26

Justus

São Paulo

Acontece no Emerald | 5

4 | Espaço aberto

Justus

Cartas

Filiais Emerald Business

Nesta edição Salvador (fundada como São Salvador da Bahia de Todos os Santos) foi a primeira capital do Brasil e atualmente o Nordeste tem sede de importantes empresas regionais, nacionais e internacionais, com várias unidades de negócios. Conheça a nossa filial em Salvador.

BA DF Belo Horizonte (MG) Brasília (DF) Curitiba (PR) Porto Alegre (RS) Rio de Janeiro (RJ) Salvador (BA) São Paulo (SP) Vitória (ES)

MG ES

SP PR

RJ

RS

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Espaço aberto Cartas

LEIA AQUI AS CARTAS DOS NOSSOS LEITORES CUMPRIMENTOS

JUAZEIRO DA BAHIA

PAÍS DO FUTEBOL?

Parabéns a todos pela belíssima nova edição da Revista do Brasil. Fico muito contente em ver que ela cresceu, amadureceu, e hoje se consolida como informação alternativa e de qualidade para todos os trabalhadores.

Na entrevista com o Luís Pereira (“O dono da área”) aparece o trecho “baiano de Juazeiro do Norte...”. Juazeiro do Norte é no Ceará, conhecida também como a terra do Padre Cícero. Se o Luís Pereira é baiano, ele nasceu em Juazeiro da Bahia. No entanto, esse pequeno engano não tira o brilho da entrevista.

A reportagem sobre o êxodo dos jogadores brasileiros de forma cada vez mais precoce para clubes do exterior, capa da edição de dezembro (Bye-bye, Brasil), apenas prova que somos no máximo o maior exportador e revelador de jogadores, mas a desorganização dos clubes e do futebol brasileiro como um todo mostra que estamos longe de ser o “país do futebol”.

Hugo Tomé Aquino S. Paulo (SP)

PLURALIDADE A promissora Revista do Brasil certamente terá seu lugar na prateleira das revistas que engrossam “a resistência a favor da ampliação do acesso à informação” (“Carta ao Leitor”) à medida que trilhar o caminho da liberdade de expressão do pensamento, incluindo a crítica construtiva dos leitores, mesmo contrária ao pensamento de seus colaboradores. Elizio Nilo Caliman Brasília (DF)

Anaximandro Martins Leão Fortaleza (CE)

CUMPRIMENTOS Estamos no ano eleitoral e até o momento não temos nenhuma resposta do Projeto de Emenda Constitucional referente à reforma política. Somos os responsáveis por outorgar poder aos políticos que estão aí rindo das nossas fraquezas. Por esses motivos, eu nunca deixei de votar, para não manter traidores do povo brasileiro nos mandatos públicos. Faça isso você também, seu voto é uma grande arma para limpar as sujeiras da política do Brasil. Manoel Limoeiro Recife (PE)

Renato Gonçalves da Mota S. Paulo (SP)

SORRISO E GRATIDÃO Fiquei emocionado ao ler a reportagem “A casa do sorriso” . São exatamente assim as atividades daquele que foi o pioneiro no tratamento de lesões palatinas. Depois de tentar soluções em vários lugares, meus pais encontraram ali nosso porto seguro. Tive tratamento competente, profissional, inovador e humano. Ao ler o texto, relembrei a tranquilidade e a segurança de meus pais e vislumbrei a vida dos que são atendidos atualmente. Se hoje, bancário do BB, alcancei muitas realizações, devo também ao atendimento que tive no Centrinho. Sinto-me alegre, posso olhar no espelho e gostar do que vejo, e mais, ter o coração eternamente grato. Jonas Pacheco São Paulo (SP)

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Acontece no Emerald Congresso

Insper debate temas atuais domundo dos negócios Nos dias 11, 12 e 13 de junho, o Insper realiza uma série de palestras com lideranças de grandes companhias para promover o debate sobre temas relacionados ao universo da administração de empresas, o Insper Business Fundamentals. O objetivo é reunir interessados nos processos de gestão de negócios para promover a disseminação do conhecimento de casos reais por meio da troca de conhecimento em palestras e debates. Neste evento, executivos da Accenture, Alpargatas e Tecnisa falarão sobre recursos humanos, internacionalização e inovação. Os encontros acontecerão sempre às 19h30, no auditório Max, no Emerald. Os Desafios na Gestão do Capital Humano é o tema do primeiro dia do evento. A palestra será ministrada por Roger Ingold, presidente da Accenture Brasil. Carla Schmitzberger, diretora de negócios da Alpargatas, fará, no segundo dia, a palestra Internacionalização de Empresa, onde falará sobre o sucesso do case Havaianas. No dia 13 é a vez Romeo Deon Busarello, diretor de Internet da Tecnisa, que palestrará sobre Gestão da Inovação e Negócios. As palestras são abertas ao público e gratuitas. As inscrições podem ser feitas em eventos, no site: www.insper.edu.br.

11/06 Desafios na Gestão do Capital Humano Roger Ingold, presidente da Accenture Brasil

12/06 Internacionalização de Empresas – caso Havaianas Carla Schmitzberger, diretora de Negócios Sandálias da Havaianas

13/06 Gestão da Inovação – caso Tecnisa

Romeo Deon Busarello, diretor de Internet da Tecnisa Todos às 19h30 | Auditório Max Inscrições: www.insper.edu.br.

Carla Schmitzberger, diretora de Negócios Sandálias da Havaianas

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Tecnologia Novidades

Conceito de iWatch: como seria o relógio da Apple Recentemente, o designer italiano Antonio De Rosa apresentou um conceito do iPhone 4G e, agora, divulgou as imagens de como seria um relógio da Apple, o iWatch, caso a empresa americana se interesse pelo projeto. Na concepção inicial, o gadget viria como suporte Wi-Fi, Bluetooth e até um projetor de LCD embutido, para transmitir fotos e vídeos em uma parede plana, para apresentações em reuniões e palestras. Ideal para os executivos que vivem em salas de reunião. O preço sugerido ainda é um grande mistério, pois não foi divulgada com o projeto conceitual. Com a conexão Wi-Fi, é possível fazer a ligação entre o iWatch e outros gadgets da Apple, como o iPad e o iPhone. Com o Bluetooth, você consegue até atender a chamadas telefônicas do iPhone. O estúdio italiano ADR Studios pensou na tecnologia RSS, para que o usuário possa ler todas as notícias do agregador, direto da telinha do relógio. Além disso, previsão do tempo, 16 GB de memória interna e entrada para cabo USB. O modelo tem a cara da Apple! E já despertou a atenção de muitos amantes dos gadgets da marca. Mas, calma. Ainda é apenas um projeto conceitual, que nem passou pelas mãos do grandioso Steve Jobs.

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Smartphone do Google começa a ser vendido no Reino Unido Recentemente, o designer italiano Antonio De Rosa apresentou um conceito do iPhone 4G e, agora, divulgou as imagens de como seria um relógio da Apple, o iWatch, caso a empresa americana se interesse pelo projeto. Na concepção inicial, o gadget viria como suporte Wi-Fi, Bluetooth e até um projetor de LCD embutido, para transmitir fotos e vídeos em uma parede plana, para apresentações em reuniões e palestras. Ideal para os executivos que vivem em salas de reunião. O preço sugerido ainda é um grande mistério, pois não foi divulgada com o projeto conceitual. Com a conexão Wi-Fi, é possível fazer a ligação entre o iWatch e outros gadgets da Apple, como o iPad e o iPhone. Com o Bluetooth, você consegue até atender a chamadas telefônicas do iPhone. O estúdio italiano ADR Studios pensou na tecnologia RSS, para que o usuário possa ler todas as notícias do agregador, direto da telinha do relógio. Além disso, previsão do tempo, 16 GB de memória interna e entrada para cabo USB. O modelo tem a cara da Apple! E já despertou a atenção de muitos amantes dos gadgets da marca. Mas, calma. Ainda é apenas um projeto conceitual, que nem passou pelas mãos do grandioso Steve Jobs.

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Dica Reportagem Sample Lab, loja inaugurada em Tóquio em 2007 e que deu origem a esse conceito

Lojas onde cliente leva e não paga Parece história pra boi dormir, mas inaugurou uma loja, em São Paulo, onde o consumidor entra, escolhe o que tem vontade e sai sem pagar um centavo! A moeda? Apenas, a sua opinião. O conceito chega ao Brasil depois de grande sucesso em países como Japão, Espanha e Estados Unidos. Chamada de Clube Amostra Grátis, a loja foi montada na Vila Madalena, em São Paulo. E não vá pensando que ela fica em desvantagem, não… Óbvio! A estratégia é a seguinte: indústrias da área de alimentos, bebidas, cosméticos, higiene, vestuário e até de eletroeletrônicos expõem seus produtos que, na maioria, ainda não chegaram às prateleiras para o consumidor levá-los para casa, experimentálos e dar sua opinião. Apenas as novidades de eletroeletrônicos deverão ser “provadas” na loja. E o espaço já inaugura com um concorrente: em junho, chega a cidade a Sample Central, franquia oficial da internacional Sample Lab. Nas duas lojas, o interessado deverá fazer o cadastro on-line e pagar uma taxa, que será única, de R$ 50, na Clube Amostra Grátis e anual, de R$ 15, na Sample Central. Depois, o associado recebe uma carteirinha que dá acesso livre às próximas visitas e já pode consumir os produtos. Na Sample Central, o cliente terá direito a levar até cinco produtos por visita, que devem ser previamente agendadas. Já na Clube Amostra Grátis, são cinco itens por mês. Em contrapartida, responderá a um questionário sobre cada produto utilizado, apontando defeitos, qualidades, prós e contras. No fundo, no fundo, é uma forma de pesquisa de mercado para as empresas participantes, que pagarão às lojas por essas informações. Mas a ideia é boa! Quer conferir de perto?

Clube Amostra Grátis r. Harmonia, 213, Vila Madalena Sample Central r. Augusta, 2078 / 2080, Jardins

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Como Funciona


Dicas Programação

OSESP

Biblioteca de São Paulo

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo

03/06/2010 até 05/06/2010 Às 16h30 e 21h (11) 3367-9500 Sala São Paulo - Praça Júlio Prestes, s/ nº - Luz www.osesp.art.br

18/05/2010 até 08/06/2010 (11) 2089-0800 Avenida Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana - São Paulo - SP

KRISTJAN JÄRVI - regente Joseph HAYDN Sinfonia nº 86 em Ré Maior Leonard BERNSTEIN Candide: Abertura Candide: Suite [Arranjo de Charlie Harmon] Igor STRAVINSKY A Sagração da Primavera

A Poiesis - Organização Social de Cultura e o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas realizam uma série de debates sobre os rumos a serem tomados pelas bibliotecas, especialmente as públicas do Estado de São Paulo. Os debates têm por objetivo conduzir os participantes à reflexão sobre questões atuais, como as novas funções destes espaços e as perspectivas de atração de novos leitores. As palestras são gratuitas e abertas a todos os interesados no tema. Programação:

Museu Afro Brasil Tempos de Escravidão, Tempos de Abolição: Iconografias e Textos 13/05/2010 até 13/06/2010 Terça a domingo, das 10h às 17h Entrada Gratuita (11) 5579-8542/ (11) 5579-7716 Rua Pedro Alvares Cabral, s/n Pavilhão Manoel da Nóbrega, Parque do Ibirapuera, Portão 10, CEP: CEP 04094-050 A exposição apresenta dois diferentes tempos, mostrando documentos históricos, fotografias de época, aquarelas, pinturas, publicações e esculturas de ícones negros abolicionistas. A curadoria é do artista plástico, Emanoel Araujo, Diretor Curador do Museu Afro Brasil.

Museu do Café

Dia 1°/06 - 10h Cláudio de Moura e Castro Foi chefe da Divisão de Políticas de Formação da OIT (Genebra), chefe da Divisão de Programas Sociais do BID. Atualmente é Assessor Especial da Presidência do Grupo Positivo. Autor de mais de 35 livros e artigos científicos, é articulista da Revista Veja. Dia 08/06 - 10h Antonio Miranda Bibliotecário com mestrado na Inglaterra e doutorado em comunicação pela ECA/ USP. Poeta, escultor, ensaísta e atual diretor da Biblioteca Nacional de Brasília. As palestras são gratuitas, abertas a todos os interessados, com vagas limitadas à capacidade do auditório. As inscrições devem ser realizadas pelo e-mail: contato.spel@poiesis.org.br

A trajetória do café no Brasil

Museu da Casa Brasileira

02/01/2009 até 30/12/2010 Terça a sábado, das 9h às 17h, domingo das 10h às 17h R$ 5 e meia-entrada Rua XV de novembro, 95 – Centro – Santos – SP (13) 3219-5585 www.museudocafe.com.br Município: Santos-SP

Música no Museu - Quintas-feiras 01/04/2010 até 25/06/2010 20h Entrada Gratuita (11) 3032-3727/ (11) 3032-2564 Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano - São Paulo-SP http://www.mcb.sp.gov.br/

Memorial da Resistência Elifas Andreato – As cores da Resistência

22/05/2010 até 24/10/2010 Terça a domingo, das 10h às 18h. Bilheteria até às 17h30. Entrada Gratuita (11) 3324-0943/ (11)3324-0944 Largo General Osório, 66 – Luz http://www.pinacoteca.org.br Com um caráter marcadamente visual, com farta iconografia, a exposição mostra todos os aspectos da vida e obra de Elifas Andreato, com foco na resistência à ditadura militar. Entre os trabalhos realizados nesse período estão: o cartaz para a peça de teatro Mortos sem sepultura, de Jean Paul-Sartre, e a capa do disco Nervos de Aço, de Paulinho da Viola, além de edições de jornais e revistas conhecidos pela oposição ao regime militar, como: Jornal Momento, Opinião, Movimento Ex e Argumento. Entre os trabalhos realizados nos anos 1990 estão as cenografias que Elifas desenvolveu para teatro e exposições como Monteiro Lobato (1998) e Noticia Rui Barbosa (1999).

Pinacoteca do Estado Portinari na Coleção Castro Maya 10/04/2010 até 06/06/2010 Terça a domingo, das 10 às 18h Preços: R$ 6,00 e meia-entrada. Grátis aos sábados. 11) 3324-1000 Praça da Luz, 2 - Luz - São Paulo-SP www.pinacoteca.org.br

A Pinacoteca do Estado apresenta a exposição Portinari na Coleção Castro

Maya, com cerca de 60 obras, entre pinturas, desenhos e gravuras, realizadas entre 1938 e 1958. A exposição trata das relações tecidas ao longo do tempo entre Candido Portinari e Raymundo Ottoni de Castro Maya, que resultou na acumulação do maior acervo público do pintor, com 168 obras originais do artista. Adquiridos entre as décadas de 1940 e 1960, os trabalhos apresentados na exposição pertencem à Coleção Castro Maya, hoje o maior acervo público de obras do pintor.

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Entrevista Justus

Emerald entrevista Justus Roberto Luiz Justus, 55, é um publicitário, empresário, apresentador e cantor brasileiro, formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie. Depois de 18 anos sob o comando da Fischer, empresa que fundou, deixou a relação para fundar a Newcomm Comunicação Integrada, empresa qual é atual presidente. Durante esse período, o empresário também se tornou sócio de duas grandes redes de publicidade internacionais. A primeira associação foi com a norte-americana Bates Worldwide. Essa operação deu origem à razão social Grupo NewcommBates. No início de 2004, com a aquisição da Bates pelo grupo inglês WPP, Justus formou o Grupo Newcomm. Justus lançou em 2005 seu segundo livro, O Empreendedor, pela Editora Larousse do Brasil, durante a XIII Bienal Internacional do Rio de Janeiro. O livro foi escrito a quatro mãos com o também publicitário e crítico de cultura Sérgio Augusto de Andrade, o Arapinha. O primeiro livro publicado pela dupla, em 2006, Construindo uma vida, com foco em administração de negócios, ultrapassou mais de 80 mil exemplares. Veja a seguir a entrevista, na íntegra, que o empresário Roberto Justus deu, com exclusividade, à revista Emerald. Quando você começou sua carreira, há mais de 20 anos, você havia planejado como trabalhar sua imagem para figurar como o bom profissional que é hoje? Ninguém, quando está começando, imagina onde pode chegar. Você não sabe o que vai te acontecer. Existem os mais determinados e os menos determinados. Eu era muito determinado. Eu dizia que não ia passar por esta vida sem deixar uma marca de alguma forma. Mas você não sabe o que vai te acontecer. Eu usava as pessoas de sucesso como referencial. Olhava para o que fizeram as pessoas da minha área, como atuaram, como fizeram, para tentar aprender alguma coisa. Em quem você se inspirava? Eu me lembro que, naquela época, o grande case era o Lee Iacocca (presidente da Chrysler na década de 80), que deu a própria cara para recuperar a montadora, que não estava bem. O Jack Welch, que ainda acompanho, foi um grande ícone. No nosso meio, acompanhei alguns publicitários estrangeiros. Foram muitas pessoas que observei com olhos de admiração e aprendizado. Você sabia identificar qual era o momento de deixar a sua marca? Durante a minha trajetória, surgiram algumas coisas que eram ícones de uma trajetória de sucesso. Observando a vida dos grandes empresários, eu via que em um determinado momento surgiu “a hora” daquela pessoa. Tem alguns empresários que não conseguem aproveitar esse momento; o cavalo passa selado e o empresário não monta. Eu sabia que minha hora ia acontecer. A primeira grande oportunidade foi ter conseguido uma conta grande, que deu visibilidade ao meu trabalho. E eu consegui essa grande conta. A segunda foi me associar a uma empresa multinacional; isso me abriu os horizontes de uma forma fantástica.

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O que você acha que as pessoas reparam na sua conduta para considerá-lo um empresário bem-sucedido? Há uma somatória de coisas. Em primeiro lugar, a grande aferição de sucesso profissional, para uma empresa, é o lucro, o resultado, a posição no mercado e algumas outras coisas. No campo pessoal, as pessoas o consideram bem-sucedido pela sua felicidade. Você só consegue fazer bem feito aquilo que você tem paixão por fazer. Eu adoro minha profissão. Isso é uma forma de acabar divulgando o seu trabalho. Fora isso, eu tive um palanque importante, que outros publicitários não têm, que foi um programa na televisão (O Aprendiz, da Rede Record. Reality show feito por futuros empresários). A forma como eu conduzi o programa, de maneira firme, ajudou a divulgar meu trabalho e a difundir a imagem de empresário bem-sucedido.

“ Você só consegue fazer ” bem feito aquilo que você tem paixão por fazer.

Existem traços na sua personalidade que atraia a admiração das pessoas? Algumas coisas podem atrair mais. Quando você tem uma personalidade forte, opiniões fortes, se tem uma posição de destaque por algum motivo, você acaba ganhando visibilidade, e a visibilidade ajuda a reforçar os traços da sua personalidade. Eu sou uma pessoa de hábitos muito simples, apesar de ter uma “embalagem” mais sofisticada; costumo tratar as pessoas de igual para igual. Prego muito isso na minha empresa, cultivar essa relação com as pessoas. Às vezes a embalagem não condiz muito com a realidade. Os meios de comunicação te transformam um pouco em mito. Como você se prepara para reuniões de trabalho? Se vou participar de uma reunião, procuro me conhecer muito bem o assunto; se vou tratar com alguma empresa, tenho que conhecer o panorama de negócios dessa empresa. Eu não entro despreparado em nenhuma conversa, mas minha intenção não é nunca causar um bom impacto inicial, só para convencer a pessoas num primeiro momento. Me preocupo em criar relações de longo prazo; quero causar impacto durante a relação. O que você espera encontrar numa pessoa que pretenda trabalhar com você? Depende de quem é a pessoa. Se é uma pessoa que vem trabalhar para mim, eu quero que ela tenha tantas preocupações quanto as que eu tive quando eu fui tentar fazer algum negócio com alguém: não tente se vender demais, falar mais que o necessário; a pessoa tem que ser equilibrada, tranqüila, mas tem que mostrar energia, não adianta ser uma mosca morta na minha frente e eu tenha que ficar tirando as coisas da pessoa. Eu sei que é difícil, são muitas coisas. Ninguém tem tudo, nem nas relações profissionais nem nas pessoais, e é preciso aprender a conviver com isso. Quando eu era mais jovem, eu achava que as pessoas tinham que ser o que eu achava que elas deveriam ser. Mas quando eu travava contato com a realidade e via que as pessoas não eram ideais, eu me decepcionava. Mas hoje vejo que todo mundo, tanto quanto eu, tem defeitos e problemas. Mas é claro que temos que ser pessoas com mais virtudes do que defeitos; eu só contrato uma pessoa se for assim.

“ Às vezes a embalagem ” não condiz muito com a realidade.

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Entrevista Justus

O que mais chama sua atenção numa pessoa com quem você tem um relacionamento profissional? É o preparo, a cultura geral, a informação. Hoje em dia, no nosso País, as pessoas deixam isso um pouco de lado. Você tem muitos bons especialistas em algumas áreas, mas poucas pessoas com visão macro. Eu prefiro me relacionar com pessoas com visão abrangente, principalmente se for alguém que vai trabalhar para mim. Quando vai fazer uma viagem de negócios internacional, qual sua maior preocupação em relação ao seu comportamento? Eu não tenho muitas preocupações, porque eu sou eu em qualquer lugar. Eu não tenho vários papéis. O importante é dominar a língua. Comunicação é a preocupação número um. E tem também as regras de etiqueta específicas do País. Eu fui para o Japão, e lá existe uma hierarquia até para você falar com as pessoas. Então você tem que pegar essas informações antes. Isso é educação. De resto, seja você mesmo. Não adianta tentar ser o que não é. Quanto mais você tiver informações sobre as pessoas, sobre o país, sobre as reuniões, mais chances de sucesso nas negociações. Então o segredo é ter naturalidade? Eu nunca gosto de me fazer passar pelo que não sou. Se eu não sei alguma coisa, digo que não sei, não tem que ter vergonha de não saber, você não precisa dominar tudo. Tem que ser curioso, fazer perguntas, até porque as pessoas gostam de contar coisas, falar das culturas locais. Brasileiro tem mania de querer chegar nos lugares reinando. As pessoas te aceitam muito mais quando você mostra que tem limites, que tem o que aprender. Existe espaço para diversão em viagens de negócios? Tem que existir. Quando você vai trabalhar em algum lugar fora, você está sempre muito concentrado, tem problema de fuso horário, de comida, querendo ou não; executivo nunca tem muito tempo em viagem, tudo é sempre corrido. Se você conseguir pegar um cinema à noite, jantar com as pessoas sem ter que falar de negócios, ou ir ao teatro, é importante para te recuperar para o dia seguinte. Passar 24 horas por dia pensando em negócios não é uma boa coisa. O fato de ser uma viagem de negócios impõe algum limite à diversão? Para quem bebe é complicado. Se a pessoa trabalha até às seis da tarde, depois sai para beber, bebe demais, passa mal, no dia seguinte está quebrado. Tem que ter limite para as coisas e desempenhar bem suas tarefas no dia seguinte, você tem que ser muito eficiente. Cada roupa que a gente usa gera uma impressão nas pessoas. Como você “administra” suas roupas para que elas deponham a seu favor, e não contra? Eu tenho um estilo clássico, não misturo muitas coisas, não ouso demais. Mesmo quando estou com roupa esporte, uso camisa branca, preta, raramente com um listrado. Então é difícil de errar. Eu gosto de qualidade, então tenho roupas boas, o que também faz diferença. A aparência externa é muito importante na vida empresarial.

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Jusuts é casado com a apresentadora, atriz e modelo Ticiane Pinheiro. Você se lembra de alguma gafe cometida no ambiente de trabalho? Certa vez, fui ao Japão para visitar um cliente em Tóquio. Eles têm uma série de rituais para te receber; parte deste ritual era um jantar na casa de um dos anfitriões. Eu não como comida complicada, não como peixe, não como comida crua. E a comida japonesa no Japão é muito diferente da comida japonesa do Brasil. Só que lá as pessoas se ofendem se você não comer. Então eu não podia dizer que não iria comer. Bem, primeiro, eu passei uma fome danada; segundo, eu, disfarçadamente, pedi ao diretor que estava comigo para comer a comida do meu prato para eu não ter que devolver. Os primeiros três pratos eram peixe. Na terceira vez que eu passei a comida, o anfitrião percebeu. Ele perguntou se eu não tinha gostado. Nossa, eu fiquei vermelho, mas expliquei que não comia peixe; aí pediram para fazer outra comida, eu fiquei com muita vergonha. Uma outra vez, também por causa de peixe, eu passei vergonha. Fui almoçar na casa de um cliente, e a esposa dele preparou a comida. Quando eu cheguei ela disse que tinha feito um salmão especial. Eu pensei: ou eu falo agora e fico vermelho um minuto ou não falo, e fico amarelo pro resto da vida. Eu disse: olha, desculpa, mas eu não como peixe. Bom, a mulher passou o resto do almoço na cozinha preparando uma carne pra mim. Imagina como eu me senti.

Aos 15 anos: ele se tornaria “aprendiz” na empresa do pai, três anos depois

O fato de você estar mais exposto nos meios de comunicação fez você se preocupar mais com a imagem? Sem dúvida. Se eu for passear no shopping hoje é diferente de quando eu passeava no shopping há cinco anos. Eu sei que as pessoas estão me olhando, querem tirar foto, pedir autógrafo. Todas as minhas atitudes, a partir daí, são mais medidas, eu fico mais cuidadoso. Eu não vou mais relaxado para algum lugar porque sei que vai ter alguém querendo tirar uma foto comigo; fim de semana, antigamente, eu não fazia a barba, agora tenho que fazer. Eu tenho uma imagem para zelar e devo uma satisfação para o público, porque entro na casa dessas pessoas duas vezes por semana e em horário nobre. E outra: já tem tanta fofoca sobre pessoas conhecidas mesmo sem elas terem feito nada, imagine se você der alguma mancada. Qualquer coisa que você faça, reverbera. O que um profissional deve fazer para manter uma conduta exemplar no ambiente de trabalho? A primeira coisa é se apaixonar pelo que faz. Se você está feliz, você acaba fazendo bem o que deve fazer. Tem que ter muita determinação para buscar os objetivos e colocar esses objetivos o mais longe possível. Quando você já estiver numa situação confortável, não pode se perder, tem que ter humildade, não pode deixar subir na cabeça, não ache que você não tem mais nada que aprender. E é preciso ter muita ética na condução dos negócios.

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Matéria Conhecimento

E-LEARNING aula na sua tela Sites oferecem cursos on-line gratuitos de aperfeiçoamento, artesanato, línguas e até sobre surfe. Ninguém pode negar as vantagens do ensino a distância por meio do computador, o e-learning. A primeira delas é a flexibilidade de local: o curso pode ser acompanhado de qualquer ponto com acesso à internet. Além disso, o aluno adapta as aulas a seu horário, respeitando seu ritmo e seu aprendizado. Apesar dos atrativos, é preciso observar alguns detalhes para escolher um curso de qualidade e aproveitá-lo melhor. O estudante deve se empenhar e levar os compromissos propostos a sério. A dedicação deve ser no mínimo igual àquela destinada ao ensino tradicional. “O e-learning exige responsabilidade. É preciso coordenar a agenda pessoa, ter organização e autonomia. Alguns não estão preparados, pois sentem necessidade do apoio de colegas e do professor”, explica Rosa Maria Simone, supervisora de educação a distância do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee). O suporte ao aluno é um componente de fundamental importância. Sem canais de comunicação com os professores, o conteúdo pode não ser assimilado da maneira correta. Um bom curso a distância deve explorar mecanismos interativos para motivar quem está aprendendo. As apostilas, apresentações e textos não devem ser meramente digitalizados e transpostos para a página da internet, mas adaptados de acordo com a complexidade do tema e as necessidades do público. O conteúdo deve ser apresentado de maneira leve, sem sobrecarregar a tela do computador, e didático, “conversando” o tempo todo com o internauta. Grande parte das plataformas utiliza recursos para cobrar automaticamente o estudante que fica muitos dias sem acessar a página. É o caso dos cursos do Ciee, nos quais o usuário tem fóruns de discussão e salas de bate-papo, mediadas por tutores, para trocar idéias e esclarecer dúvidas. “Nosso objetivo é a capacitação para o ingresso e a manutenção do estagiário no mercado de trabalho. Os padrões dos cursos são telas em Flash, que permitem animações, e grande interação”, explica Rosa. “A educação a distância é um caminho sem volta. O Brasil é um dos países com altos índices de acesso à internet e onde há uma grande procura pelos e-learning.” E as opções de cursos também não são poucas. Veja algumas delas:

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LIVEMOCHA Com mais de 4 milhões de membros, a rede social é voltada para o aprendizado de idiomas são de 35 línguas, do inglês ao hebraico. Os exercícios estimulam a leitura, pronúncia e a redação das palavras estrangeiras. O usuário pode conversar com pessoas de outras nacionalidades e até ensinar sua língua nativa a elas. www.livemocha.com FRANCOCLIC Parceria da Embaixada da França no Brasil e do Ministério da Educação brasileiro, é destinado aos interessados no idioma francês. No módulo “Reflets-Brésil”, são 24 lições com vídeos e exercícios. Traz imagens e informações culturais sobre países de língua francesa. www.francoclic.mec.gov.br BBC LANGUAGES Disponibiliza cursos em áudio e vídeo, tutoriais, animações, palavras cruzadas, dicionário e uma série de outras fontes para o estudo de línguas. A página ainda traz informações turísticas e notícias sobre os países de língua francesa. www.bbc.co.uk/languages SEBRAE Se você tem espírito empreendedor e quer se aperfeiçoar, o site do Sebrae tem aulas gratuitas sobre planejamento financeiro, gestão de pequenos negócios, vendas e atendimento a clientes. O recomendável é primeiro se matricular no curso de Aprender a Empreender. www.ead.sebrae.com.br CIEE Abertos a pessoas com mais de 16 anos cadastrados para as vagas de estágio do Centro de Integração Empresa-Escola, os cursos incluem aulas de informática, finanças, relacionamento, orientação profissional, redação de currículo, preparação para dinâmicas e entrevistas de emprego, entre outros temas. www.estudantes.ciee.org.br/portal/est/ead DIGICURSO Para quem quer ser um ás na digitação, a página traz exercícios gratuitos. O internauta digita um texto diferente a cada etapa e é avaliado em relação ao tempo gasto e ao número de deslizes cometidos. www.digicurso.com IDEAL GRÁTIS Tutoriais simples, mas com temáticas bem diversificadas. As aulas não têm o rigor pedagógico e os recursos de outros sites, mas ajudam bastante quem quer, por exemplo, conhecer as regras da sinuca, decorar velas, entender tudo sobre o surfe ou mesmo aprender a fazer churrasco. www.idealgratis.com

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Capa Expansão

DESTAQUE

NORDESTE a mil Saiba por que o Nordeste vem atraindo mais profissionais e quem são os maiores empregadores da região. Nos últimos anos, o Nordeste vem ganhando projeção econômica por causa de seu pujante crescimento econômico. Em função desse movimento, há um verdadeiro boom em andamento no mercado de trabalho da região, resultado dos investimentos de empresas locais, nacionais e multinacionais que apostam no aumento gradual do poder de consumo dos 53,5 milhões de habitantes – que corresponde a 28% da população brasileira. O rendimento médio dos nordestinos ainda está bem abaixo do padrão brasileiro, 491 reais por mês para pessoas acima de 25 anos de idade, ante a média nacional, de 745 reais. Ainda assim, o Nordeste obteve o maior avanço na participação do Produto Interno Bruto (soma das riquezas geradas pelo país) ao longo da última década, saltando de 12% para 13,1%. De olho em todo esse potencial, grandes fabricantes de bens de consumo estão entrando pra valer no Nordeste e se preocupando em conhecer a fundo os hábitos e preferências dos nordestinos. A Kraft Foods desenvolveu especialmente para esse público novos sabores do refresco Tang – cajá, graviola e seriguela – e planeja para 2011 uma nova fábrica em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, com geração de 600 empregos. Já a Danone anuncia para julho a inauguração da unidade de Maracanaú, no Ceará, que fará o número de colaboradores do Nordeste subir de 900 para 300, entre empregos diretos e indiretos. As vendas da empresa na região aumentaram 33% no ano passado em relação a 2008, impulsionadas por produtos voltados às classes C e D, como o Corpus em formato unitário, vendido a 49 centavos. “A preocupação das empresas em adaptar seus produtos às peculiaridades do Nordeste evidencia o grande interesse

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que o mercado local está despertando”, diz o consultor Thiago de Oliveira Santos, do Instituto de Pesquisa Lince, de Recife, Pernambuco. “Há sutilezas que precisam ser percebidas no ar quando você chega ao Nordeste”, diz o paulistano José Carlos Castilho de Freitas, de 42 anos gerente executivo de vendas para o Norte-Nordeste da Kimberly-Clark. Morando há 3 anos e meio em Recife, ele destaca, como principal característica do jeito nordestino de fazer negócios, a construção de relacionamentos que vão além do contato meramente profissional. “No começo eu estranhei um pouco. Você mal conhece um cliente e ele já lhe convida para comer uma buchada de bode na fazenda dele, com a maior naturalidade e esperando que você vá mesmo”, diz José Carlos. Quando percebeu que esse é o jeito local de estabelecer confiança mútua, o gerente relaxou e entrou no clima. Hoje, ele faz questão de ser chamado pelo apelido, Joca, por onde quer que passe. As empresas estão especialmente atentas a tradição de fracionamento que predomina em toda a região Nordeste. Muitos comerciantes já o faziam por conta própria, vendendo por unidade produtos que originalmente vêm em pacotes ou bandejas, como iogurtes e fraldas. “O baixo poder aquisitivo faz com que as pessoas tenham decisões diárias de compra e eventualmente se vejam obrigadas a excluir o que não é tão necessário ou urgente”, diz José Carlos. Nesse cenário, muitas empresas apostariam na venda de produtos baratos, mas a Kimberly-Clark optou por uma lógica diferente. “Quem tem pouco dinheiro no bolso não pode errar na compra. Mais vale comprar um refrigerante que é sucesso garantido em

casa do que outro, pela metade do preço, que as crianças não vão gostar. Isso sim seria jogar dinheiro fora”, descreve o diretor da regional, o também paulista Pedro Coletta, de 46 anos. Ainda sem fábrica no Nordeste os produtos comercializados na região vêm do interior de São Paulo, a regional da Klimberly-Clark tem 55 funcionários próprios, além da força de vendas e de merchandising, composta pó 70 profissionais contratados por empreendedores regionais, que se tornaram parceiros da companhia na distribuição em áreas de baixa densidade populacional. Para reduzir os custos com logística, uma vez que os caminhões precisam percorrer grandes distâncias para cobrir as duas regiões, a empresa desenvolveu o Scott compacto, papel higiênico que tem a propriedade de ser amassado e voltar posteriormente ao normal, o que garante 30% a mais de espaço no veículo.

MAIS EMPREGOS PARA QUEM É DA REGIÃO Ao mesmo tempo que abrem oportunidades para profissionais de todo o Brasil, as grandes empresas que atuam no Nordeste estão decididas também a valorizar a mão de obra local, já que a familiaridade com a cultura é um atributo importante. “Hoje, eu não vejo a menor necessidade de sair daqui para fazer carreira em São Paulo ou em qualquer outro lugar do país, diz a paraibana Raqueline Lima, de 31 anos, gerente de recursos humanos do Grupo Parvi, maior revendedor de automóveis do Nordeste, com atuação em todos os estados da região e também no norte. Formada em psicologia, com pós-graduação em psicologia organizacional, ela assumiu há


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Capa Expansão dois anos o desafio de comandar o RH de uma empresa com 4.200 funcionários que deverão ser 4.500 em dezembro, caso se confirme a meta de 17% de incremento nas vendas em 2010. Raqueline tratar de chamar à realidade quem tem uma visão romântica de como é trabalhar no Nordeste. Água de coco e sombra fresca só mesmo nos fins de semana, e olhe lá. “Chego ao escritório às 7 da manhã e muitas vezes só saio em torno das 10 da noite. A diferença em relação a São Paulo é que perdemos menos tempo no trânsito, mas o ritmo também é puxado”, compara. Os salários inferiores à média de São Paulo são compensados pelo custo de vida também mais baixo as pessoas ganham 30% menos, mas o aluguel do apartamento, a escola das crianças e os preços dos restaurantes seguem a mesma proporção. A diferença mais significativa está no pacote de benefícios e na remuneração variável, que ainda não se equiparam aos oferecidos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mesmo que você não vá viver no Nordeste, há a possibilidade de que venha a trabalhar para uma empresa nordestina. Notícias sobre a expansão de grupos nascidos na região estão se tornando cada vez mais freqüentes. A pernambucana Vitarella, fabricante de massas e biscoitos, começa a fazer suas marcas mais presentes no resto do país. Já a baiana Insinuante acaba de se fundir com a mineira Ricardo Eletro para formar a Máquina de Vendas, segunda maior rede varejista de eletroeletrônicos do país, com presença em 17 unidades da federação. A distribuidora de combustíveis AleSat, nascida em Natal, Rio Grande do Norte, há 25 anos, tem 1.700 postos espalhados por 22 estados, gera 12.000 e faturou 7 bilhões de reais em 2009. “Nossa meta é chegar a 2.500 postos em 2012”, anuncia Marcelo Alecrim, de 44 anos, fundador e presidente da companhia. A AleSat comprou recentemente 327 postos da multinacional Repsol e 130 postos da catarinense Polipetro, e vem reforçando a marca em todo território nacional patrocinou o Flamengo no último trimestre do ano passado, por 3,5 milhões de reais, e teve a sorte de ver o time mais popular do país ser campeão brasileiro com o nome Ale, bandeira dos postos, estampado no uniforme. Típico empreendedor nordestino,

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Raqueline Lima, 31 anos, gerente de RH do Grupo Parvi: “Não preciso sair para daqui para crescer na carreira”

Marcelo na conseguiu concluir o curso de administração na Universidade Federal do Rio Grande do Norte faltava um ano quando a demanda do negócio inviabilizou de vez a vida do estudante. “O meu aprendizado ocorreu, sobretudo, na pratica, à medida que surgiam as necessidades. Mas sempre tive o cuidado de ter ao meu lado profissionais capacitados e bem preparados, perfil que certamente será cada vez mais valorizado pelo mercado aqui no Nordeste”, diz. Aos 19 anos, Marcelo recebeu do pai a missão de administrar um posto de combustível na cidade de Canguaretama,

no interior de seu estado. Menos de 10 anos depois tinha uma rede de 13 postos. Em 2004, o promissor negócio atraiu o interesse de um fundo de investimentos dos Estados Unidos, o Darby Overseas, que comprou um terço das ações e deu o empurrão definitivo para o sucesso nacional da AleSat. “Quando comecei, praticamente não existiam grandes empresas no Nordeste. Hoje, com tantas corporações de ponta atuando na região os locais se viram obrigadas a buscar melhorias em tecnologia, processos e controle” diz Marcelo.

ONDE ESTÃO AS VAGAS EMPRESA

DANONE

BRASIL BROKERS

PORTO DIGITAL

SETOR

Alimentos

Imobiliário

Tecnologia

VAGAS ABERTAS*

2 100

850

500

O QUE É A EMPRESA

Multi que fabrica produtos. A unidade de Maracanaú(CE) vai gerar novos empregos

Holding criada por um fundo de investimentos em 2007. Reúne 16 corretoras. Atua em Recife (PE)

Polo de tecnologia de Recife que congrega 130 empresas que atuam em parceria com as universidades


INVADINDO O NORDESTE

A Kraft Foods desenvolveu especialmente para a região novos sabores de refresco Tang - cajá, graviola e seriguela – e planeja para 2011 uma nova fábrica em Vitória de Santo Antão (PE), com geração de 600 empregos.

Marcelo Alecrim, 44 anos, da rede AleSat: “Quando eu comecei não existiam grandes empresas no Nordeste”

A Danone anunciou para julho a inauguração da unidade de Maracanaú, no Ceará, que fará o número de colaboradores saltar de 900 para 3000, entre empregos diretos e indiretos. As vendas da empresa na região aumentaram 33% no ano passado em relação a 2008, impulsionadas por produtos como o Corpus em formato unitário, vendido a 49 centavos. A Kimberly-Clark desenvolveu o Scott compacto, papel higiênico que tem a propriedade de ser amassado e voltar posteriormente ao normal o que garante 30% a mais de espaço no transporte.

NORDESTÃO

SANTA CLARA

PARVI

ALESAT

Supermecado

Café

Revendedora de automóveis

Combustíveis

400

300

200

500

Rede varejista potiguar que tem 7 supermercados. Hoje se tornou líder de mercado em Natal

Grupo industrial de Natal que atua nos segmentos de compra, torrefação e venda de café

Grupo de 68 empresas distribuídas em 12 estados com concessionárias multimarcas

Empresa criada a partir de união da rede Ale Combustíveis com a Satélite Distribuidora

*As vagas foram informadas pelas empresas e devem ser preenchidas em 2010

A pernambucana Vitarella, dona dos biscoitos Sequilhos e SaltVita, fabricante de massas e biscoitos, começa a fazer seus produtos mais presentes no resto do país. Grupo Parvi, maior revendedor de carros do Nordeste, projeta expansão nas vendas e vai abrir 200 vagas para todos os níveis.

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Matéria Essencial

Baixinhos: os mais discriminados Ser pequeno hoje é tão desvantajoso quanto era na época das cavernas: os mais altos são a maioria entre executivos e têm mais chance de ganhar eleições.

Se você vivesse numa tribo de trogloditas, provavelmente seu chefe seria o cara mais alto do bando. Naqueles tempos selvagens, de muita porrada e pouca conversa, quem tivesse um físico mis imponente levava vantagem. Tanto que, na maioria das sociedades que vivem hoje da caça e da coleta, como nossos antepassados viviam, a palavra correspondente a “líder” significa “homem mais alto”. E os líderes realmente são os mais altos. Até hoje. Um estudo recente mostrou que quase todos os executivos-chefes das 500 maiores empresas dos EUA poderiam jogar basquete profissional ou alcançar

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aquele vidro de azeitona em cima do armário. A média de altura entre eles chega perto de 1,85 m, enquanto a do homem americano é de 1,75 m. e olha só: na população dos EUA, apenas 3,9% dos homens têm mais de 1,88 m, já entre os mandachuvas quase 30% chega lá em cima. Outras pesquisas mostram que, em qualquer lugar, os mais altos têm salários maiores, independentemente da qualificação. Uma delas, feita pela Universidade de Hannover, na Alemanha, concluiu que as pessoas ganham o equivalente a R$ 60 por mês a mais para cada centímetro de vantagem. Parece ouço? Que nada: isso dá R$ 25.200 de

Baixinhos que eram considerados altos na infância tendem a ganhar tão bem quanto seus colegas grandões. O motivo: uma autoestima bem construída.


ALTURA X SALÁRIO

instinto diz que alguém com o perfil do Superman (Christopher Reeve tinha 1,93 m) transmite uma imagem de energia e segurança que não identificamos naqueles com quem a natureza economizou. E a discriminação automática não vale só para a estrutura mas para outra característica que sinaliza vigor: uma cabeleira farta. Voltando à Casa Branca, nenhum careca chega lá desde Dwight Eisenhower, há mais de 50 anos. Talvez não seja mera coincidência que Lula tenha perdido uma sequência de eleições presidenciais para homens mais altos (Collor, FHC) e só tenha se dado bem contra carecas (Serra e Alckmin). E, mesmo que isso não faça sentido, pelo menos daria uma boa publicidade para a finasterida, aquele remédio anticálvice que o Romário usa e apareceu num

Cada 10 centímetros a mais na altura valem R$ 600 a mais por holerite, dia a ciência.

1,90 m

Altura

1,80 m

1,70 m

1,60 m

REPITA NO ESPELHO

0

R$ 600

vantagem ao final de uma carreira de 35 anos. Ou R$ 500 mil de diferença entre uma pessoa de 1,90 m e outra de 1,70 m. Comprar um sapato plataforma no começo da vida profissional, por esse ponto de vista, pode valer por um MBA. E pode valer a Presidência de um país também. Se John McCain (1,68 m) prestou atenção ao histórico das eleições no último século, descobriu que tinha menos chances contra Barack Obama (1,87 m) do que imaginava. Os EUA não têm um presidente com menos de 1,80 m desde Jimmy Carter (1,75 m) e não elegem ninguém com menos de 1,70m desde que Benjamin Harisson (1,68 m), que ocupou o Salão Oval em 1888. Das eleições que houve nos últimos 100 anos, o candidato mais alto venceu 19. Uma goleada de 73%. Claro que tudo isso é baseado em médias gerais trata-se de uma tendência,

R$ 1 200

Salário a mais R$ 1 800

não de uma regra inabalável. Tanto que não faltam baixinhos entre os mais poderosos e influentes da história: Lênin, Winston Churchill, Martin Luther King, Charlie Chaplin, Hitchcock... nenhum chegava a 1,70 m. Gandhi parou no 1,60 m, e estimam que a altura real de Alexandre, o Grande, fosse de 1,50 m. Se Alexandre ou Napoleão Bonaparte tivessem de passar por uma eleição direta ou uma entrevista de emprego, talvez o mundo ocidental fosse diferente hoje.

POR QUÊ? A razão para isto está gravada a ferro e fogo no nosso cérebro. Não adianta lutar contra. No fundo, ele vive na PréHistória, já que passamos mais de 95% da nossa existência lá, governados mais pelo instinto que pela razão. E o

Vale dizer também que, para ter sucesso na vida, não importa só a imagem que os altos e cabeludos passam para os outros; a imagem que eles construíram de si mesmos também conta. E mais do que parece. Um estudo da Universidade da Pensilvânia demonstrou que adultos altos que eram baixos na adolescência faturam a mesma coisa que os baixos. E o contrário vale: baixinhos que eram considerados altos na infância tendem a acabar ganhando tanto quanto seus colegas altões. É claro que o seu chefe não imagina que altura você tinha no pátio da escola. O negócio é que, se você era alto lá, tem uma chance maior de ter recebido de presente uma característica que os empregadores valorizam muito: a autoestima elevada. Segundo o estudo, adolescentes que aprendem a pensar em si mesmos como líderes não perdem esse raciocínio ainda que parem de crescer. Quer dizer, podem virar Danny DeVittos (1,52) com autoestima de Schwarzenegger (1,88). E isso sempre ajuda. Mesmo assim, o tamanho puro e simples ainda é tão determinante quanto nas tribos de caçadores de 200 mil anos atrás. Afinal, entre DeVitto e Schwarzenegger, qual deles se elegeu governador da Califórnia? E entre McCain e Obama, qual deles jogava basquete no colegial? Pois é.

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Viver Bem Saúde

Cinco dicas para evitar a doença do olho digital O iPad já está na mão de milhares de norte-americanos (e de alguns brasileiros que não aguentaram esperar o lançamento por aqui). Seja na frente do novo tablet, com seus notebooks ou na tela de celulares como o iPhone, as pessoas passam cada vez mais tempo na frente de telas.

De acordo com o optometrista e autor do livro “Smart Medicine for Your Eyes”, Jeffrey Anshel , esse hábito exige cuidados, sob pena de gerar problemas de visão. Estudo recente da Kaiser Family Fundation descobriu que os jovens norte-americanos estão trocando horas de sono por tempo na frente de equipamentos como videogames e computadores. Todo esse período na frente de telas de cristal líquido pode prejudicar sua visão a longo prazo. Veja, abaixo, cinco dicas do Dr. Anshel para manter a saúde e evitar a doença do olho digital. 1. Pisque mais Ao olhar para a tela do computador ou algum outro gadget, piscamos duas ou três vezes menos que o normal. Isso faz com que o olho fique mais seco. Pode parecer algo sem importância, mas, na realidade, pode causar danos oculares permanentes. 2. Regra dos 20/20/20 Quando estiver usando seu computador, ou lendo algum livro no iPad, Kindle, etc., pare a cada 20 minutos para olhar algum objeto a 20 metros de distância por 20 segundos. Isso faz com que seus olhos sejam reorientados. 3. Consulte o médico Deixe seu oftalmologista ciente de que você passa horas e horas na frente de um computador ou dispositivos portáteis. Ele pode recomendar lentes específicas para serem usadas enquanto você lida com os aparelhos digitais, e evitar danos permanentes. 4. Faça um exame de vista anual A única maneira para reduzir o impacto causado na visão pelo uso do iPad, iPod ou qualquer outro eletrônico é, a cada ano, fazer um exame para checar como anda a saúde ocular. 5. Iluminação do monitor Verifique se você está em um ambiente bem iluminado. Brilho intenso combinado com lugares escuros podem prejudicar sua visão.

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Passatempo Diversão

Sudoku

Respostas na próxima edição

Cruzadinha

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Roteiro gastronômico São Paulo

Boutique Bistrot

Café Journal

Robin des Bois

Instalado numa casa na região da Consolação, o restaurante tem até espaço ao ar livre. Oferece alta gastronomia no jantar, além de serviço de eventos corporativos e sociais. O cardápio sofre adaptações de acordo com a qualidade dos produtos de época e muda totalmente a cada estação. No Boutique Bistrot, pode-se encontrar receitas baseadas no movimento denominado slow food. Esse estilo de alimentação abre caminho para uma tendência que tem agradado a maioria dos paladares modernos e convencionais. Alguns dos destaques do estabelecimento são: salmão grelhado, couscous marroquino, frutas secas e pesto de cheiro verde, medalhão de filet mignon, regado ao vinho tinto e cercado por cogumelos, cenouras e purê de batatas e o pudim de claras, goiabada e capim santo.

Inaugurado em abril de 1997, o restaurante “Café Journal”, se tornou um dos mais importantes espaços da gastronomia paulistana, a tradicional casa possui um cardápio diferenciado e uma enoteca com mais de oito mil garrafas selecionadas das mais importantes vinícolas do mundo. Localizado na parte mais nobre de Moema, o bar e restaurante concilia o conhecimento de produtos gastronômicos e enogastronômicos com um atendimento caloroso, receptivo e dedicado. O restaurante mostra que São Paulo tem uma identidade gastronômica própria, cosmopolita e singular, com todos os aromas e sabores paulistanos. A cozinha é comandada pelo renomado chefe Ivan Achcar.

Após a inauguração em New York, o restaurante desembarca em São Paulo, precisamente no bairro de Pinheiros. Fruto de uma parceria entre Bernard Decanali, proprietário da unidade norte-americana, e do empresário paulistano Otávio França, o Robin des Bois carrega pratos da culinária francesa com toques contemporâneos. No cardápio à la carte, há variedades de carnes como o medalhão ao poivre com gratin de batata e espinafre refogado e o confit de pato com couve e caldo de feijão branco. Entre as sugestões de peixes, destaque para o salmão com crosta de castanha do Pará, vegetais na manteiga de salvia e molho de manga. Já para as opções de massas, o menu oferece o spaghetti com talharim de legumes e queijo de cabra e o fettuccine com ragu de pato. Para sobremesa, pudim de chocolate ou mousse de maracujá.

ONDE FICA Rua Fernando de Albuquerque, 77 , Consolação (11) 3384-0670 Almoço: Seg a sex: 12h às 15h. Jantar: Ter e qua: 20h à 0h. Qui a sáb: das 20h à 1h. Estacionamento: Conveniado Ticket: nenhum Capacidade: 50 lugares. www.boutiquebistrot.com.br Cartões: Mastercard e Visa Obs: ar condicionado e reservas

ONDE FICA Alameda dos Anapurus, 1.121 esquina com Av. Jandira, Moema (11) 5055-9454 Seg. a dom., das 12h ao último cliente. Estacionamento: Serviço de manobristas: R$8,00 no almoço e R$10,00 à noite e aos finais de semana. Ticket: VR e TR. Capacidade: 350 pessoas sentadas www.cafejournal.com.br Cartões: American Express, Diners, Visa e Mastercard Obs: acesso a deficientes físicos, reservas, ar condicionado e fumádromo

ONDE FICA Rua Capote Valente, 86 , Pinheiros (11) 3063-2795 Ter e qua: das 19h à 0h. Qui das 19h à 0h. Sex e sáb: das 12h às 2h. Dom das 12h às 23h. Estacionamento: Conveniado Ticket: Smart VR, Sodexho Pass, Ticket Restaurante Eletrônico. www.robindesbois.com.br Cartões: Diners, Mastercard e Visa Obs: ar condicionado e reservas

Juliana Monteiro Jornalista

Kariny Morita Esteticista

Karime Fernanda Dentista

“O Boutique oferece um pouco de tudo e para qualquer faixa etária. A especialidade deles é o Salmão grelhado e o pudim de claras.”

“Mais tradicional do que o Café Journal não há, o atendimento é excepcional e eu recomendo o prato do chefe Ivan Achcar.”

“Se você estiver afim de comer bem e ainda conhecer gente, o Robin des Bois, é o lugar certo. Não deixe de conferir o mousse de maracujá.”

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Filmes Conceitos

Vida de Inseto Entre numa viagem folha a folha dentro do minúsculo mundo dos insetos, junto com os mais diferentes, coloridos e divertidos personagens, na animação computadorizada Disney/Pixar Vida de Inseto. Flik é uma formiga cheia de idéias que, em nome dos insetos oprimidos de todo o mundo, precisa contratar guerreiros para defender sua colônia de um faminto bando de gafanhotos liderado por Hopper. Mas quando descobrem que o exército de insetos é na verdade um fracassado grupo de atores de um circo de pulgas, o cenário está armado para divertidas confusões com estes improváveis heróis. Estrelando um elenco de dubladores sensacionais, Vida de Inseto apresenta uma nova e surpreendente visão de trabalho de equipe e determinação, que revela novos detalhes cada vez que você assiste. Conceitos trabalhados: • Liderança • Trabalho em Equipe

Título Original:A Bug’s Life Gênero:Animação Tempo de Duração:01 h 36 min Ano de Lançamento(EUA/ Inglaterra):1998 www.abugslife.com Estúdio:Pixar Animation Studios / Walt Disney Productions Distribuição:Buena Vista International / Walt Disney Pictures Direção: John Lasseter Roteiro:Andrew Stanton, Don McEnery e Bob Shaw, baseado em estória de John Lasseter, Andrew Stanton e Joe Ranft Produção:Darla K. Anderson e Kevin Reher Música:Randy Newman Fotografia:Sharon Calahan

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Filmes Conceitos

O Sucesso a Qualquer Preço Durante a recessão de 1991 nos EUA, só Ricky Roma (Al Pacino) consegue fechar bons negócios em uma agência imobiliária. O gerente John Williamson (Kevin Spacey) convoca os corretores para uma reunião com Blake, o homem de vendas enviado pela Matriz, que oferece uma última chance para que os funcionários mal-sucedidos mantenham o emprego: uma competição de vendas. Conceitos trabalhados: • Liderança • Trabalho em Equipe • Marketing • Ética • Responsabilidade Social • Clima Organizacional • Qualidade de Vida no Trabalho

Título Original:Glengarry Glen Ross Gênero:Drama Duração:01 hs 40 min Ano de lançamento:1992 Estúdio:New Line Cinema / GGR / Zupnik Cinema Group II www.newline.com Distribuidora:New Line Cinema / UIP Direção: James Foley Roteiro:David Mamet, baseado em peça teatral de David Mamet Produção:Jerry Tokofsky e Stanley R. Zupnik Música:James Newton Howard Fotografia:Juan Ruiz Anchía

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Entrelinhas Luiz

Por trás do império Silvio Santos

O universo do executivo que ajudou a erguer um dos maiores grupos empresariais do país Todo mundo conhece Silvio Santos, apresentador de televisão, empresário, dono do Grupo Silvio Santos (que inclui negócios como o Baú da Felicidade e o Banco PanAmericano), Braspag e do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). No comando de um dos programas dominicais mais antigos e populares da televisão brasileira, o Programa Silvio Santos, o apresentador se tornou um dos maiores comunicadores e um ícone do universo empresarial brasileiro. O que nem todos sabem é quem está sob o comando de todo esse império desde 1982. Seu nome, Luiz Sebastião Sandoval, 65 anos, um dos personagens do livro “Para Ser Grande”, de Marina Vidigal, que relata a trajetória profissional de vinte empreendedores brasileiros. Advogado por formação, Sandoval está à frente de mais de 30 empresas do Grupo Silvio Santos que, juntas, têm um faturamento acima dos 4,5 bilhões de dólares anuais. Dentre suas grandes empreitadas, uma delas foi incentivar Silvio Santos a abrir um banco popular, o PanAmericano. O executivo que, ainda na adolescência, aprendeu princípios de contabilidade, comprou a primeira casa da família aos 14 anos e, dois anos depois, se tornara dono do jornal da cidade, mostra em entrevista exclusiva à Emerald que desde menino já esbanjava talento como empreendedor.

Conte sobre a infância difícil, em que trabalhou como engraxate, faxineiro de cinema e vendedor de amendoim. De que forma essa fase da sua vida contribuiu para seu sucesso profissional? Meu pai era mascate, ou seja, um vendedor ambulante. Quando menino, percorria cidades do interior de São Paulo ao lado dele, ajudando-o a vender todo tipo de coisa. Isso contribuiu para que eu também me tornasse um grande vendedor, como sou até hoje. Você queria realmente ser advogado? Chegou a trabalhar na área? Luiz Sebastião Sandoval: Ninguém na minha família tinha cursado Direito, mas eu sempre achei a profissão fascinante! Então, me formei em 1971, trabalhei por 15 anos como advogado até me envolver com Administração. Conte como e quando começou seu relacionamento profissional com Silvio Santos. Fui chamado para trabalhar com o Baú da Felicidade, na área tributária, em 1970. Na época, estava na Johnson & Johnson, também na área tributária, portanto, já tinha conhecimento sobre o assunto. Mas só fui conhecer o Silvio oito anos depois, quando comecei a disseminar a ideia de constituirmos empresas. A proposta foi agradando e, devagar, começamos a colocar os planos em prática. Como se deu seu crescimento profissional dentro do Grupo Silvio Santos? Comecei como chefe do Departamento Fiscal, passei para diretor jurídico e, posteriormente, me tornei o presidente do grupo, há exatos 27 anos.

Quais são os projetos a serem desenvolvidos para 2010?

Luiz Sebastião Sandoval: O principal é a consolidação da empresa de cosméticos Jequity, que funciona com a venda por consultoras. A meta é chegar ao final deste ano com 200 mil consultoras, além de ampliar o portfólio de produtos. Também pretendemos ampliar a área de varejo e investir no e-commerce.

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