Abril de 2013
indice Discurso do Presidente Nacional do PT Rui Falc達o
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Discurso do Ex-Presidente Lula
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Discurso da Presidenta Dilma Rousseff
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Discurso Rui Falcão
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Nada, talvez, como o slogan criado pelo PT, sintetize tão bem o que foram estes 10 primeiros anos de profundas mudanças no Brasil, todas elas promovidas pelo presidente Lula e pela presidenta Dilma, em conjunto com nossos aliados aqui presentes neste ato festivo inaugural. v
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“Do povo, para o povo, pelo povo” O lema “Do povo, para o povo, pelo povo” expressa, na singela definição deste regime político inigualável, o principal conteúdo da verdadeira revolução democrática que o País está vivendo.
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ealmente, para além dos indicadores, dos números relevantes, das comparações em que sobrepujamos todos os governos do período anterior, ressalta o papel do povo. Não simplesmente como beneficiário, mas como agente, como sujeito político da transformação. Este protagonismo do povo, da sociedade – que se manifesta, influência e crítica -marcou a extraordinária evolução do país nos últimos anos. E neste novo Brasil que surgiu, o fortalecimento da democracia é um dos aspectos -quem sabe o mais relevante -- que nos diferencia e que projeta nosso governo e nosso país no cenário internacional. O aprofundamento da democracia está na raiz dos avanços do Brasil nos últimos 10 anos. Sem dúvida, só mesmo o processo democrático poderia produzir transformação tão impressionante, num período tão curto, num país manchado por séculos de injustiça, de miséria, de exclusão. Mas, antes de prosseguir, quero relembrar momentos deste decênio histórico, valendo-me de passagens do discurso de aceitação da candidatura presidencial da companheira Dilma Rousseff. “A energia que move esta grande festa brasileira”, dizia a hoje presidenta, “ é a força do trabalho e do sonho - de um povo que nunca se dobrou, sempre lutou e jamais perdeu a esperança. E que levou à Presidência um trabalhador, que provou que um novo Brasil é possível.”
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Este mesmo povo apostou na continuidade da mudança ao eleger uma mulher para dirigir o Brasil. Uma mulher para quem “a distância entre o sonhar e o fazer pode ser bem mais curta do que se imagina, desde que a gente tenha coragem, competência e determinação”. Foi o que ocorreu nestes dez anos de governo, quando acumulamos conquistas que muitos julgavam inalcançáveis. Vimos, assim, confirmar o que o presidente Lula prognosticou em seu primeiro governo: “Vamos começar fazendo apenas o necessário. Depois, vamos fazer o possível e, quando menos se esperar, nós estaremos realizando o impossível”. Estaria o presidente Lula parodiando a palavra de ordem do movimento estudantil de 68, na França, quando os jovens clamavam “seja realista, exija o impossível”? E era mesmo realista acreditar, já em 2003, que o Brasil podia melhorar e continuar melhorando desde que se governasse para todos os brasileiros e brasileiras. Com mais atenção aos que mais precisam, mas sem excluir ninguém. Como foi feito desde então. Em contraste com os governantes que achavam ser a maioria da população excluída
“peso, estorvo e carga”, Lula e Dilma provaram que “aquilo que era considerado estorvo era, na verdade, força e impulso para crescer”. “Quebramos o tabu” acentuou a presidenta Dilma rememorando o legado do governo Lula.
“ e provamos que incluir os mais fracos e os mais necessitados ao processo de desenvolvimento é um caminho socialmente correto, politicamente indispensável e economicamente estimulador”.
País rico é país sem pobreza. País rico é país com liberdade, com igualdade e justiça. País rico é país cada vez mais democrático. O fato, porém, é que a democracia foi se instituindo em nosso País sem que contemplasse o conjunto da população, a não ser muito parcialmente. Felizmente, esta realidade começou a ser radicalmente modificada no governo do presidente Lula. Com ele, o Brasil encontrou o caminho para se chegar a um estado democrático mais amplo. E esta é, neste momento da vida nacional, a grande empreitada a fazer avançar, em nosso pensamento e em nossas ações.
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A evidente melhoria nas condições de vida do nosso povo significou elevação da cidadania. Também a interlocução permanente e solidária de nossos governos com os movimentos sociais, como jamais ocorreu, é outro exemplo de ampliação dos direitos democráticos.
Pressupõe, necessariamente, a criação de meios e instrumentos que combatam e superem a desigualdade social e econômica. É justamente aí que reside o grande diferencial dos nossos dois governos em relação aos períodos anteriores de nossa história. A ascensão social de milhões de pessoas verificada nos últimos 10 anos reveste-se de conteúdo fortemente democrático. Nunca antes na história desse País houve uma tão extraordinária distribuição de renda, o que propiciou que 36 milhões de pessoas saissem da miséria.
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A fim de melhor entender o que isto significa, é preciso ir além da idéia de que a democracia se esgota na garantia das liberdades individuais e políticas. Estas, na verdade, serão sempre direitos fundamentais e irrenunciáveis dos homens e das mulheres livres. Essas liberdades nós asseguramos quando derrotamos a ditadura, quando conquistamos as eleições diretas, quando iniciamos o mais longo período democrático de nossa história, a partir de 1985. A democracia, porém, não se contenta tão somente com as chamadas liberdades formais. A democracia requer muito mais.
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O aumento do emprego, do salário, do poder de compra, do acesso à moradia -– através de inúmeros programas governamentais -- são outros elos de extensão da cadeia de direitos políticos e sociais. O mais importante é que ampliamos estes direitos e, ao mesmo tempo, garantimos as liberdades públicas e o funcionamento das instituições. Para nós, democracia deve implicar, necessária e simultaneamente, democracia política e democracia social. De uma parte, o aperfeiçoamento sempre constante das instituições. De outra, a Democracia mais ampla requer, ampliação da participação também, a extensão cada vez popular, na consolidação de uma moderna democracia maior da cidadania, em todas as de massas. suas dimensões, porque a própria Desta perspectiva, a desigualdade social significa construção da democracia entre nós exige erradicar a desigualdade política – e é, miséria e superar a exclusão, portanto, uma poderosa força de reduzir as distâncias sociais, negação da vida democrática. combater sem descanso a desigualdade, como vem sendo feito incansavelmente pelos nossos governos. E quando falamos em desigualdade, lembramos com orgulho que nossos governos não se esqueceram que eram necessárias políticas públicas específicas para as mulheres, agredidas por estruturas patriarcais e machistas; como não ignoraram o quanto era essencial que se olhasse para os negros e negras do nosso País, ainda marcados pela chaga de séculos de escravidão. Aprofundar a democracia exige, também, a realização de reformas estruturais. Dentre elas, destaco duas.
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função clara na vida da nação. Planejando, elegendo prioridades, induzindo o desenvolvimento, realizando intervenções estratégicas, instituindo políticas públicas capazes de melhorar as condições de vida da população, como, aliás, vêm fazendo os nossos governos. Não realizamos toda a construção sonhada. Mas o futuro ficou ao alcance das mãos. Deixou de ser devaneio. Tornouse aspiração, cuja realização a nós todos – petistas e aliados -incumbe realizar em sua plenitude. Pavimentamos a estrada nesses dez anos. Surpreendemos o Brasil e o mundo. Continuamos a lutar por nossos sonhos: o maior deles, um Brasil pleno de igualdade, onde todos tenham condições dignas de vida, sob um regime de liberdades. E estamos chegando lá, com o apoio e a participação do nosso povo!
Viva o PT! Viva os partidos aliados! Viva o presidente Lula! Viva a presidenta Dilma! Viva o povo brasileiro!
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É inadiável, ainda, o alargamento da liberdade de expressão nos meios de comunicação, tal como prevista nos artigos da Constituição Federal e à espera de regulamentação legal.Democracia implica voto, obviamente. E significa, necessariamente, inclusão. Em todos os sentidos: inclusão social, inclusão educacional, cultural, com acesso universal aos serviços públicos e distribuindo renda. Para isso – para ter mais democracia –, precisamos de um Estado que invista no crescimento do país e aumente a participação de todos na riqueza nacional. Porque um Estado omisso – como o dos neoliberais -- não é capaz de incluir, de abolir a miséria, de transferir renda, de abrir caminho à ascensão social. Para ampliar e aprofundar a democracia, em sentido político e social, o Estado precisa ter uma
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Eu queria cumprimentar a minha querida companheira, presidenta da República Federativa do Brasil, a companheira Dilma Rousseff; queria cumprimentar a minha querida companheira, presidenta da minha casa, a dona Marisa Letícia; queria cumprimentar o companheiro Rui Falcão, presidente do Partido dos Trabalhadores; cumprimentar o companheiro Jaques Wagner, governador da Bahia; o nosso querido Marcelo Deda, que teve que se retirar por conta de um tratamento; o nosso querido companheiro Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, e o nosso companheiro Tião Viana, governador do Estado do Acre. Quero cumprimentar o companheiro Márcio Pochmann, o companheiro Paulo Okamoto. Quero cumprimentar os companheiros dos partidos da base aliada, o Alfredo Nascimento, do PR; o Carlos Lupi, do PDT; o Ciro Moura, do PTC; o Gilberto Kassab, do PSD; o Eduardo Lopes, do PRB; o Renato Rabello, do PCdoB; o Roberto Amaral, do PSB; o Robson Amaral, do PTN; o Valdir Raupp, do PMDB.
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E quero dizer pra vocês que é um dia de muita importância pra história do nosso partido, pra história dos partidos populares e pra história do nosso País. Dez anos é muito pouco tempo pra mudar a história de um País. Mas, em dez anos, a gente pode dar sinais extraordinários de que nós precisamos acreditar cada vez mais que a palavra impossível é apenas para os fracos, é apenas para aqueles que não têm projeto ou que não têm perseverança. E eu, apesar
de ter utilizado algumas frases e do companheiro que fez o vídeo aí também colocar algumas frases, eu tinha, com os meus companheiros no Instituto, dado uma lida no meu discurso de posse. Porque antes da campanha da reeleição, em 2006, eu tinha pedido para a companheira Clara Ant dar uma lida no programa que tínhamos feito de 2002 pra 2006, pra saber se eu tinha conseguido cumprir o programa. E, pasmem, nós cumprimos o programa.
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Quero cumprimentar os companheiros sindicalistas. Quero cumprimentar o companheiro Wagner, presidente da CUT, e cumprimentando-o estarei cumprimentando todos os demais companheiros dirigentes sindicais que estão aqui. Quero cumprimentar cada deputado federal, cada deputado estadual, cada senador da República, cada companheiro militante do PT, cada companheiro da imprensa.
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E eu, então, dizia, no discurso de posse de 2002, no Congresso Nacional – alguns de vocês estavam lá – dizia assim: “Mudança: esta é a palavra-chave. Esta foi a grande mensagem da sociedade brasileira nas eleições de outubro. A esperança finalmente venceu o medo. E a sociedade brasileira decidiu que estava na hora de trilhar novos caminhos. Estou aqui para dizer que chegou a hora de transformar o Brasil naquela nação com a qual a gente sempre sonhou. Uma nação soberana, digna, consciente da própria importância no cenário internacional e, ao mesmo tempo, capaz de abrigar, acolher e tratar com justiça todos os seus filhos. Eu desejo, antes de qualquer outra coisa, convocar o meu povo, justamente para um grande mutirão cívico, para um mutirão nacional contra a fome no nosso País. Enquanto houver um irmão brasileiro ou uma irmã brasileira passando fome, teremos motivo de sobra de termos ou de nos cobrirmos de vergonha. Vamos garantir...” Eu não vou ler o discurso todo, não, porque aqui eu vou falar de reforma agrária e o Pedro vai ter que fazer discurso de reforma agrária algum dia. Eu terminava dizendo, naquele dia: “No meu Governo, a ação diplomática do Brasil estará orientada para uma perspectiva humanista e que será, antes de tudo, um instrumento do desenvolvimento nacional. O Mercosul, assim como a integração da América do Sul em seu conjunto, é sobretudo um projeto político. Mas esse projeto repousa em alicerces econômicos e comerciais que precisam ser urgentemente reparados e reforçados. Aprofundaremos as relações com grandes nações em desenvolvimento: China, Índia, Rússia e África do Sul. Reafirmamos os laços profundos que nos unem a todo o continente africano e a nossa disposição de contribuir ativamente para que ele desenvolva as suas enormes potencialidades.
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A democratização das relações internacionais, sem hegemonias de qualquer espécie, é tão importante para o futuro da humanidade quanto a consolidação e o desenvolvimento da democracia no interior de cada Estado. Sim, temos uma mensagem para dar ao mundo. Temos de colocar o nosso projeto nacional democraticamente para as demais nações do planeta, porque nós somos o novo, somos a novidade de uma civilização que se desenhou sem temor, porque se desenhou no corpo, na alma e no coração do povo, muitas vezes à revelia das elites, das instituições e até mesmo do Estado. Inicio esse mandato com a firme decisão de colocar o Governo Federal em parceria com os estados a serviço de uma política de segurança pública muito mais rigorosa, eficiente. Uma política que, combinada com
ações de Saúde, Educação, entre outras, será capaz de prevenir a violência, reprimir a criminalidade, estabelecer a segurança dos cidadãos, cidadãs. Este é um País que pode dar, e vai dar, um verdadeiro salto de qualidade. Este é o País do novo milênio, pela sua potência agrícola, pela sua estrutura urbana e industrial, por sua fantástica biodiversidade, por sua riqueza cultural, por seu amor à natureza, pela sua criatividade, por sua competência intelectual e científica, por seu calor humano, pelo seu amor ao novo e à invenção, mas, sobretudo, pelo poder do seu povo. O que nós estamos vivendo hoje, neste momento, meus companheiros e minhas companheiras, meus irmãos e minhas irmãs de todo o Brasil, pode ser resumido em poucas palavras.
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Hoje é o dia do reencontro do Brasil consigo mesmo.
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Estas palavras eu fiz questão, companheira Dilma, de ler porque, dois anos depois de ter deixado o Governo, eu já não aguento mais os números do Governo. Eu já não aguento mais falar da Educação, falar do Brasil sem Miséria, do Bolsa Família, do assentamento. Eu já tenho na minha cabeça de cor os números. Eu dizia pra presidente Dilma agora: “Nós precisamos criar... fazer um decreto, uniformizar esses números, porque, dependendo com quem a gente fala, os números são díspares demais”. Mas o dado concreto é que os números já foram dito e eu queria falar um pouco de política e de democracia no exercício do nosso mandato. Todo mundo sabe, porque eu já contei durante muito tempo, que havia dúvida se a gente teria ou não condições de dar certo.
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Eu não cumprimentei o nosso querido presidente da UNE, está cumprimentado agora, Daniel. Eu tinha a preocupação de que a gente pudesse ser um fracasso, porque, nas reuniões que nós fazíamos, parecia tudo muito difícil. Quando a gente é oposição, a gente faz com que tudo pareça pior do que é na verdade. É só ver os tucanos agora. É só ver como é que eles falam de nós. Aí às vezes eu pensava: “Mas será que os meus amigos do PT querem que eu seja presidente da República?” E eles diziam: “O Brasil acabou, o Brasil não vai dar certo, não tem como consertar”. Eu falava: “Que desgraça é essa que me elegeram pra uma coisa que não vai dar certo?” Ou seja, quando nós chegamos ao Governo, e, você sabe, companheira, que eu de vez em quando agradeço pelo fato de ter perdido três eleições porque nessa derrota a gente aprendeu mais. Então imagina se eu tivesse trazido você para o Ministério, antes de você passar pela Secretaria Municipal, pela Secretaria Estadual no Rio Grande do Sul? Imagina se eu trouxesse gente que não tivesse passado por experiências administrativas em cidades, em estados?
E eu firmei uma convicção de que a gente não podia errar. Não haveria chance pra erro, porque eles são implacáveis. Eles são implacáveis. Eles não perdoam. Eles não gostam de governo de esquerda e não gostam de governos progressistas. É impressionante. E é impressionante como eles falam em democracia. Eu, sinceramente, não conheço em algum momento da história desse País, que tenha se exercitado a democracia mais do que nós exercitamos a democracia. Ou seja, ninguém foi mais atacado, das formas mais vis que vocês possam imaginar. E nunca, nunca disse uma palavra contra ninguém. Eu sempre achei que era possível, trabalhando, a gente provar que era possível derrotarv a ideia de que alguém que não quer respeitar a democracia pode querer derrubar um Governo ou tirar um Governo. Eu tinha convicção de que a gente tava plantando corretamente. A gente ia colher o que a gente tinha plantando. Eu tinha convicção que era possível fazer com que o pobre tivesse ascensão nesse País. Mas sabe, companheira Miriam, companheira Teresa e companheiras, que não foi fácil, porque eles não acreditaram e continuam não acreditando.
Gente do céu! Eu acabei de criar, Valdir Pires, uma coisa chamada “porta da entrada” que era o Bolsa Família para os pobres. Eles logo inventaram que era preciso criar uma “porta de saída”. Os coitados nem tinha entrado! A gente nem tinha cadastrado as pessoas e eles já inventaram uma “porta de saída”. Deixa o pessoal tomar um trago pelo menos. Deixa o pessoal comprar um lanche com o Bolsa Família, alguma coisa. Já queriam tirar. E é engraçado como que bilhões pra eles, sabe, não traz problema e... sabe, pouquinhas dezenas de milhares pros pobres traz problemas, inquietações. E o preconceito quando começaram a dizer que: “Pobre vai virar vagabundo. Está criando uma sociedade de vagabundos. Eles não querem mais trabalhar para receber o Bolsa Família. Para que trabalhar?” E eu lembro que, quando se discutia férias nesse Estado, nesse País, dizia-se: “Não pode dar férias aos trabalhadores, porque o trabalhador vai ser prejudicado. O ócio leva o trabalhador a beber. Ele não pode, não pode ter férias. Que desgraça é essa? Ele tem que trabalhar porque, se ele parar, ele vai beber, vai bater na mulher (não tinha a Lei Maria da Penha).”
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Pois bem, eu não sei... a companheira Dilma, a Marisa e vocês acompanharam bem que, cada coisa que a gente fazia para os pobres nesse País, havia sempre, sabe, um pseudo, sabe, cientista político, sei lá o que que era, intelectual ou jornalista, ou colunista que aparecia dizendo: “Isso não vai dar certo. Isso é assistencialismo. Isso é populismo. E isso vai ensinar o povo a virar vagabundo”. Ou seja, uma descrença total numa grande
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parcela da sociedade que sempre foi a maioria. E a gente teimava... E eu lembro... Coitado do Graziano, que hoje é diretor geral da FAO, quando nós criamos o programa Fome Zero. Eu lembro quando o Vagner aprovou no Congresso o Primeiro Emprego. Ou seja, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo era para não dar certo. Eu, na ausência de partido de oposição, um setor da imprensa fazia oposição. Eu fico preocupado porque, quando eu faço crítica, Rui, você que é jornalista importante, eu fico preocupado porque quando eu faço crítica à imprensa, eles escrevem: “Lula ataca a imprensa”. Quando eles me atacam, eles falam: “Fizemos uma crítica”. Eu, sinceramente, acho que eles tiveram uma grande surpresa nesses dez anos. Foi quando eles pensaram, companheira, que em 2006 eles tinham nos derrotado. Eles chegaram a pensar: “O Governo está sangrando até a morte. Esse não se salva”. Eu sei, eu sei que teve reunião – naquele tempo não tinha o tal do Milenium, mas tinha outras coisas. Eu sei que, eu sei que teve reunião que se discutiu de que o Lula não terá coragem de ser candidato em 2006, porque ele está acabado politicamente. Eis que ressurge o “Lulinha Paz e Amor” com mais motivação. Não foi fácil a gente fazer uma inversão, Dilma, do Lula ex-tintureiro, ex-engraxate, exmetalúrgico, ex- sindicalista, ex-preso político, um brasileiro igualzinho a você. Ou seja, da campanha de 82 em que os nossos candidatos pareciam mais um prontuário, um fichário da polícia do que um candidato.
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Eu, sinceramente, acho que eles tiveram uma grande surpresa nesses dez anos. Foi quando eles pensaram, companheira, que em 2006 eles tinham nos derrotado. Eles chegaram a pensar: “O Governo está sangrando até a morte. Esse não se salva”. Eu sei, eu sei que teve reunião – naquele tempo não tinha o tal do Milenium, mas tinha outras coisas. Eu sei que, eu sei que teve reunião que se discutiu de que o Lula não terá coragem de ser candidato em 2006, porque ele está acabado politicamente. Eis que ressurge o “Lulinha Paz e Amor” com mais motivação. Não foi fácil a gente fazer uma inversão, Dilma, do Lula ex-tintureiro, ex-engraxate, exmetalúrgico, ex- sindicalista, ex-preso político, um brasileiro igualzinho a você. Ou seja, da campanha de 82 em que os nossos candidatos pareciam mais um prontuário, um fichário da polícia do que um candidato. Tinha, tinha... Não sei se o Altino Dantas, tá morando no Mato Grosso, mas eu lembro do Altino Dantas que era assim: “Altino Dantas, condenado a 96 anos de cadeia”. O Mané da Conceição: “perdeu a perna”. Quem vai votar num partido desse? Então, fazer essa mudança que nós fizemos em dez anos; deixar, sabe, de ser o Lulinha engraxate e ex-preso político pra ser o Lulinha Paz e Amor foi uma diferença muito grande. Sair da reforma agrária ampla e radical sob o controle dos trabalhadores pra reforma agrária pacífica e tranquila foi uma mudança substancial. Querer um candidato mais à esquerda pra ser meu vice e pegar o Zé Alencar foi um avanço extraordinário.
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Ou seja, da campanha de 82 em que os nossos candidatos pareciam mais um prontuário, um fichário da polícia do que um candidato. Tinha, tinha... Não sei se o Altino Dantas, tá morando no Mato Grosso, mas eu lembro do Altino Dantas que era assim: “Altino Dantas, condenado a 96 anos de cadeia”. O Mané da Conceição: “perdeu a perna”. Quem vai votar num partido desse?
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Aceitar a Carta ao Povo Brasileiro foi uma mudança, porque eu não queria... Eu passei dez dias sem querer aceitar, porque eu tinha que mudar parte da minha história. Eu falava “reforma agrária ampla e radical sob o comando do trabalhador”, eu babava. E “reforma agrária tranquila e pacífica” você não precisa nem ficar nervoso pra falar. Eu já falei duas vezes aqui com a maior tranquilidade. O dado concreto é que, nesses dez anos – e esse é um dado importante, companheira Dilma –, das terras que nós fizemos assentamento, 48 milhões de hectares, significa 56% de tudo que foi desapropriado pra reforma agrária na história desse País. Ou seja, em oito anos, em dez anos nós conseguimos fazer, sabe, 56% de tudo que é desapropriação que foi feita nesse País. Essas mudanças permitiram, companheira Dilma, que nós chegássemos em 2006 muito mais calejados. Eu penso, que eu vi ontem na televisão ou num site qualquer o nosso querido ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nervoso. Eu nem sabia – porque eu não conhecia a cartilha –, eu nem sabia. Ou seja, ele viu como cartilha um texto da Fundação em
que mostrava os dados econômicos e eu o vi nervoso: “Isso é coisa de criança. O PT não cresceu. Fica fazendo comparação. Onde já se viu? Fala do futuro!” Ô, gente, eu descobri que só o fato da gente passar oito anos dizendo, Dilma, “nunca na história desse País, pela primeira vez...”, comparando com eles, perturbou-os. Deixou-os meio nervosos.
Ou seja, nós queremos comparar. Nós aceitamos comparação. Nós não temos medo de comparação, nós não temos. Inclusive comparação em debate sobre corrupção.
Nós... A diferença nesses dez anos, qualquer mulher sabe e qualquer homem que reparta as tarefas de casa com a mulher também sabe, que tem duas formas de sujeira aparecer. Uma é você mostrar, outra é você esconder. E nós – digo assim, de cara limpa, olhando pra você e olhando pra a televisão que tá ali na frente –, eu duvido que tenha na história do País um Governo que criou mais instrumentos e mais transparência pra combater a corrupção do que o nosso Governo.
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do PT precisamos aprender a lição desses dez anos. A de que nós temos todos os méritos, mas nós temos que agradecer que foi a teoria do
“Lulinha Paz e Amor” que permitiu que a gente tivesse a sabedoria de construir uma base aliada com partidos que pensam diferente de nós, e criamos as condições de ensinar este partido a conviver democraticamente na diversidade. Quando a gente teimou em errar, esporadicamente a gente pode ter dado certo em alguns momentos, mas, na maioria das vezes, a gente quebrou a cara. Porque ganhar é mais fácil do que governar.
E nós sabemos, nós sabemos o quanto é importante manter uma base aliada, com gente que às vezes a gente até não gosta. Ora, mas eu não estou convidando ninguém pra casar! Para casar, eu casei com a Marisa.
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Aqui tá o companheiro Valdir Pires, que foi o primeiro controlador, o primeiro ministro da Controladoria Geral da República, que criou a transparência. Eles nunca deram importância à transparência, nunca deram importância. Mas foi a coisa mais extraordinária que nós fizemos pra fiscalizar e permitir que o povo pudesse fiscalizar as contas. Agora, a presidenta Dilma mandou uma coisa mais transparente ainda, ou seja, que permite que todo mundo pegue a informação que quiser. Eu só espero que não queiram saber que roupa íntima que eu estou usando hoje, mas eles podem saber. Ou seja, está na lei. Então até esse tema, que eles pensam que é deles, nós queremos pra nós, debater com vocês. Debater, mas debater em alto e bom som cada assunto, porque eu acho que esse País precisa consolidar o seu processo democrático. Nós somos muito novos em democracia. Eu, a primeira vez que votei pra presidente, gente, foi em mim mesmo, tanto que eu gostava de mim, tanto que eu confiava em mim. A segunda, a segunda votação que eu fiz foi em mim mesmo. A terceira, por azar, foi no poste, sabe, que está iluminando o Brasil, sabe... E isso, isso incomoda, e nós
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Eu estou convidando para fazer política junto, para subir num palanque, para construir compromissos políticos. Eu acho que essa sabedoria nós aprendemos nesses dez anos, companheira. Nós aprendemos e você tá com muito mais possibilidade de consolidar. Você tem hoje uma folga melhor no Congresso. Porque nós temos mais gente, eleitos em todos os partidos, na Câmara. Você não tem a pressão que nós tivemos no primeiro mandato, no Senado. Hoje está muito mais folgado. Hoje está muito mais tranquilo. E todo mundo aprendeu.
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Então, meus queridos companheiros e companheiras, esses dez anos... Eu, quando imaginei que a gente deveria fazer um ato para comemorar os dez anos, eu na verdade tinha imaginado que não era para estar falando a Dilma, para estar falando o Lula, para estar falando o Rui Falcão, o Haddad. Eu imaginava que a gente deveria ter sentado aí e ter colocado o povo pra desfilar falando, para ouvir, para ouvir o que eles sentiram, porque quando a gente fala daqui, a gente está falando do que a gente fez. Mas é muito mais prazeroso a gente ouvi-los falar o que nós fizemos e o que significou pra eles.
Então, essa revolução, companheira Dilma, ela depende disso que nós fizemos aqui. Um partido sozinho sabe das coisas, todo partido sabe, mas é preciso que a gente junte forças. Eu acho que a sabedoria, Rui Falcão, tua, da presidenta Dilma, dos nossos ministros, dos nossos deputados é não permitir, é não permitir, em hipótese alguma, que essa experiência acumulada de conquistas na política e na administração seja rompida, porque o Brasil vive um momento muito delicado, companheiros. Os partidos políticos estão fragilizados, os de lá. Os nossos aqui estão crescendo, mas os de lá estão fragilizados. O resultado mais eloquente foi a última eleição aqui em São Paulo, em que já tinha gente comemorando a vitória deles, porque esse moço, como a presidenta Dilma, nunca tinha sido nada. Nunca tinha sido vereador, nunca tinha sido nada, porque que ia ser candidato.
Eu tenho recebido muitos e-mails, eu acho que a presidenta Dilma também, dos alunos do ProUni. Hoje, o ProUni está consagrado, mas no começo foi pauleira, heim Fernando? Ah, esse Governo... Eu lembro de uma manchete “Educação imbecil”, uma coisa mais ou menos assim, sabe. Eu lembro que disseram que o ProUni iria nivelar a educação por baixo. Ou seja, essa petulância desse Governo, queria colocar um pobre da periferia pra ter um diploma universitário, aí era demais, aí era demais! E ainda de graça, aí era demais. Então, isso era insuportável. Agora já começam a reconhecer, sabe, que é bom. Esses dias recebi uma carta que dizia o seguinte: “Presidente Lula: se não fosse o senhor, eu não teria formado o meu filho”. E depois ele fala: “Mas não só meu filho. Eu, motorista, também estou me formando”. Ou seja, é pai, é pai, é mãe, é filho. Você estava comigo em Caruaru, pai, mãe e filho na mesma escola, os dois fazendo curso superior.
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Eles estão inquietos, porque eles percebem que eles estão sem valores, eles estão sem discurso, eles estão sem propostas, porque toda e qualquer coisa que eles pensarem em fazer, nós fizemos mais e fizemos melhor, Então esses dez anos de ensinamento mais e melhor. É por podem permitir que a gente tenha isso que nós queremos consagrado definitivamente um novo fazer esse debate, fazer esse debate com eles, jeito de fazer política nesse País. Um fazer esse debate com jeito democrático, respeitoso. Ou seja, a opinião pública, qual é o legado que nós deixamos, fazer esse debate com companheira Dilma? a imprensa. Se tem uma coisa que nós não É nossa relação com a sociedade. É saber, temos que ter medo é do cada dirigente sindical, cada pobre, cada debate. E fazer o debate morador de rua, cada... sabe... trabalhador não no nível que eles organizado junto com os sem-teto, com querem apenas, mas no nível que nós queremos. os sem-casa, sabe que eles têm, nesse Sobre qualquer assunto, Governo, uma guarida. Eles sabem que, de Zé. Você viu que, vez em quando, cê tá de mau humor, mas quando você partiu pra eles sabem que, mesmo com mau humor, cima aqui em São Paulo, você não esquece com quem que você tem falando de segurança compromisso nesse País, você não esquece pública, que eles nem para o que você foi eleita nesse País. aceitavam ajuda nossa, eles acirraram. Porque aqui em São Paulo era difícil fazer acordo, eles não queriam fazer acordo. O Governo não era uma coisa simples de trabalhar. Você pega os estados em que a gente conseguia fazer acordo, as coisas fluíam com muita facilidade.
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Mas eu, eu não vou responder a eles. Eu queria apenas dizer pra vocês: nesses dez anos do PT, de comemoração de Governo democrático e popular, dizer que a resposta que o PT deve dar a eles é a gente dizer pra eles que eles podem se preparar, eles podem juntar quem eles quiserem porque, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a eles: a reeleição da Dilma em 2014 nesse País. É essa a consagração da política do Partido dos Trabalhadores.
Um grande abraço, companheiros, e vamos ouvir a nossa presidenta.
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Então, olhe, eu queria terminar dizendo a vocês que... acontece que a presidenta Dilma tem que ir pra Brasília e o Aeroporto de Congonhas funciona até pouco tempo e ela não pode chegar lá depois das 10 e pouco. Mas uma coisa importante que eu vou dizer pra vocês. Eu, tava aqui no discurso, Dilma, que eu deixei da pasta... Eu ainda não sei manusear tudo isso aqui. Mas eu peguei, eu peguei um discurso que um dos possíveis adversários nosso em 2014 fez hoje tentando mostrar os 13 erros do PT. Os 13 erros do PT. É uma coisa muito interessante, porque vai permitir que os nossos senadores sintam o prazer de ser senadores debatendo com eles. Os nossos senadores... Porque é impressionante como os senadores do PT gostam de ser candidatos a prefeitos e governadores e menos de senadores. Eu agora acho que o Aécio proporcionou a vocês o direito de ser senadores e gostar de ser senador da República.
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Eu queria primeiro saudar os militantes, companheiros e companheiras que estão aqui presentes e os que estão lá fora. Eu lamento que tenham companheiros que não puderam entrar, mas é assim, a gente cresceu. Eu queria saudar o nosso incrível e querido presidente Lula. Cumprimentar, também, do fundo do coração, nossa Marisa Letícia, que nós aprendemos a admirar sua força tranquila nesses anos turbulentos, nesses dez anos turbulentos de governo e nos anteriores. Queria cumprimentar o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, e em nome dele eu cumprimento todos os presidentes que passaram pelo Paridos dos Trabalhadores ao longo de sua história, na Direção, aqui presentes e os ausentes também.
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Queria dirigir um cumprimento especial aos representantes e membros que integram a base aliada. O Alfredo Nascimento, presidente do Partido da República; o Carlos Lupi do PDT; o Ciro Moura do PTC; o Gilberto Kassab do PSD; Eduardo Lopes do PRB; Renato Rabello do PCdoB; Roberto Amaral do PSB; Robson Amaral do PTN; Valdir Raupp do PMDB. Com eles reconhecer isso que o presidente Lula falou, de que é o fato de que nós precisamos, no nosso País até pelas nossas características, de termos junto com essa militância que está aqui, a militância e os dirigentes dos partidos representando a base aliada. Queria cumprimentar aqui cada uma das ministras de
estado aqui presentes e lembrar que a maioria presente aqui é de ministras. E cumprimentar os quatro ministros que também estão presentes. É sete a quatro! Cumprimentar o prefeito de São Paulo, nosso querido companheiro Fernando Haddad, e ao cumprimentá-lo eu quero cumprimentar todos os prefeitos e prefeitas aqui presentes. Cumprimentar os senhores senadores e as senhoras senadoras, deputados federais, deputados estaduais, vereadores, militantes do Partido dos Trabalhadores, companheiros e companheiras, cumprimentar os senhores e senhoras jornalistas, os fotógrafos e cinegrafistas.
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umprimentar os governadores: Jaques Wagner da Bahia, meu querido companheiro Jaques Wagner; o nosso também querido governador do Sergipe, Marcelo Deda, que já teve de se retirar, mas que ontem fez um discurso lá no lançamento da página virada, no lançamento desse momento histórico que é quando superamos a miséria visível, a cadastrada. E o Deda fez uma fala que lavou e enxaguou nossa alma e o nosso coração. Cumprimentar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; o querido governador do Acre Tião Viana; o presidente da Fundação Perseu Abramo, Márcio Porchmann, o nosso candidato àquela disputa fantástica lá em Campinas.
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Eu queria dizer companheiros e companheiras que ninguém sabe com precisão, quando a humanidade, nós passamos a usar as décadas como medida do tempo histórico. Mas nós brasileiros sabemos qual a melhor década da nossa história recente, nós sabemos. E essa década é precisamente a que começamos a comemorar agora, com alegria e a força este momento merece. É a década de esperança, a década do otimismo, a década da reconstrução nacional, a década da nossa auto-estima, a década do despertar da força do nosso povo. São dez anos e além do presidente Lula outros disseram “um tempo histórico pequeno”, mas um tempo histórico tão longo para nós que lutamos por ele. Pelo governo dos trabalhadores. Dez anos de governo das forças progressistas, de anos de governo verdadeiramente do povo, para o povo, pelo povo, como está escrito neste cartaz. Eu sei que essa frase enfatiza a reivindicação que nós, do Partido dos Trabalhadores e dos partidos aliados fizemos da forma de governar o Brasil. Da transformação pacifica e democrática, decisiva e profunda, que elevou o povo brasileiro, pela primeira vez, a protagonista de sua própria história.
Companheiros e companheiras, que estão me escutando, nós sabemos que construímos essa década com o tecido da esperança e com o tecido do futuro, e sabemos que se unir esperança e futuro é muito difícil de se romper esse tecido com que nós costuramos essa década. Por que ela tem a força necessária e ela teve a força necessária para romper as marcas profundas do passado e realizar as tarefas surpreendentes do presente. Foi com a força do nosso povo que fizemos essas mudanças e temos certeza que a força do povo é insuperável. A força do nosso povo está vencendo a influencia de séculos passados, de um passado escravista colonial, de um desequilíbrio socioeconômico, de extrema concentração de renda, de gritantes desigualdades regionais, de fome, de abrigo e de um crônico atraso educacional e tecnológico. A força do povo está, também, ao longo destes dez anos, colocando no lugar de tudo isso uma nação moderna. Uma nação muito menos desigual, com uma economia mais dinâmica, mais competitiva e com um modelo de desenvolvimento que nós temos muito orgulho, se destaca no mundo.
Um mundo, onde inclusive, as desigualdades aumentam ao invés de diminuir. Se destaca no mundo por ter um eixo estruturante, que é o que consideramos ser um motor econômico: a inclusão social. E um profundo compromisso do nosso País, com um desenvolvimento ambientalmente sustentável. Uma nação que é capaz de preservar a sua cultura, de enaltecer sua história e ter orgulho dela e tem um imenso vigor na tradição e, também, tem um profundo respeito e um grande anseio pelo universo sem fronteiras das tecnologias. Nós somos assim, nós somos complexos, queremos o mundo. Agora, tem uma característica diferenciada nesta década, e é uma característica marcante, essa década companheiros e companheiras, tem milhões de construtores, mas essa década tem e teve seu líder, esse grande líder chama-se Luis Inácio Lula da Silva. Nós todos aqui presentes, governadores, ministros, prefeitos, senadores, deputados, somos construtores, mas tivemos um líder e um povo quando produz uma liderança do tamanho da liderança do nosso companheiro Lula, cria as suas condições para transformar a realidade. Foi ele que com coragem e com pioneirismo começou a fechar a porta do atraso e a escancara a porta das oportunidades para milhões de brasileiros e brasileiras de todas as raças, de todas a classes sociais e de todos os credos. Não por acaso essa porta aberta pelo primeiro operário presidente, deixou entrar, também por ela, a primeira mulher presidenta. E essa é uma missão que eu tenho as honra, alegria e a imensa responsabilidade e também a humildade de exercer. Esse País não elegeria um operário presidente e uma mulher presidenta, se não tivesse a combativa militância do Partido dos Trabalhadores. O Fernando disse uma coisa que é muito forte e que eu senti na minha eleição. Em cada lugar do Brasil que eu chegava tinha um militante, magrinho viu presidente Lula, com uma militante magrinha com bandeirinha me esperando no aeroporto. E a gente ao vê-los a gente se sente em casa e é como se sentisse protegido também.
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Esse nosso partido que nasceu das lutas do povo brasileiro, que ampliou os caminhos de uma frágil democracia nascente na década de 1980, ajudando essa democracia a se transformar em uma democracia mais vigorosa, se tornando uma democracia de massa que nada nem ninguém conseguirá abalar. Esse é um momento histórico que nós, além destes dez anos de governo, temos de reconhecer essa trajetória de construção de um processo democrático fundamental para nosso País. O partido, e aí as pesquisas mostram, mais querido do povo brasileiro. E por isso mesmo o mais combatido e muitas vezes o mais perseguido, e muitas vezes por aqueles que nunca tiveram o compromisso com nosso povo. O povo sabe muito bem, companheiros e companheiras, porque lá atrás a gente cantava, mas o povo sabe por que em seu coração bate uma estrela. O povo sabe o quanto o PT tem feito junto com ele desde que assumiu o poder e divide a responsabilidade de governar este País junto com a participação, compartilhando esse desafio com os partidos aliados. O povo sabe que não foi por acaso, mas com muita luta, sacrifício e trabalho, não foi por milagre que hoje temos o mais baixo índice de desemprego de nossa história. O povo sabe que
não foi por acaso, mas sim, com muita luta, sacrifício e trabalho que nessa década 19 milhões de brasileiros conquistaram emprego com carteira assinada. O povo sabe que não foi por mera sorte que nessa década o salário mínimo mais se valorizou e também os salários dos trabalhadores. O povo sabe que não foi por acaso, não foi por milagre, não foi por sorte, mas com muita luta, com muito sacrifico, muito trabalho, muito emprenho e muita dedicação, que nessa década entraram mais pobres nas universidades e escolas técnicas do que em qualquer outro período de nossa história. Com o ProUni, com o programa de financiamento Fies, com a expansão do da rede federal de ensino criamos mais vagas universitárias do que em qualquer período no Brasil. Agora estamos com a política de cotas, abrindo espaço para os estudantes da escola pública, em especial os de baixa renda, os negros e os indígenas. Ao mesmo tempo criamos milhões de matriculas no ensino técnico profissional, o Pronatec; temos também milhares de estudantes nas melhores universidades do mundo com o programa ciência sem fronteiras.
O povo sabe que não foi por acaso que o Minha Casa Minha Vida, maior programa habitacional da historia deste País, já entregou um milhão de moradias e contratou a construção de um milhão e, me desculpa presidente, 300 mil unidades porque a cada dia se acrescentam outras, depende do dia que se conta, o número muda. O povo sabe, acima de tudo, que o nosso Se perguntar há uma ou duas semanas atrás, o governo jamais abandonou os pobres, e Jorge Hereda responderá justamente por isso que a miséria está nos um número, na semana abandonando, porque não deixamos de seguinte ou daqui a quinze olhar e perceber que os pobres existiam e dias ai dele se o número que eles eram parte integrante, estratégica e não for outro. Vivi com central de nosso País. intensidade e dei muito da minha vida para ajudar a construir junto com nosso presidente Lula, junto com vocês, junto com o povo brasileiro, junto com os partidos aliados essa década de reconstrução nacional e de superação de paradigmas. Por coincidência no dia de ontem, nós rompemos uma nova linha da miséria com grande emoção eu assinei o ato que vai possibilitar que mais dois milhões e meio de brasileiros saiam da extrema pobreza. Esse grupo de sofridos brasileiros representa muito para nossa história, eles são os últimos dos 36 milhões de brasileiros cadastrados no Bolsa Família a sair da miséria e se somarão aos 22 milhões que nos tiramos, nos dois últimos anos, da miséria. Para o Brasil e para esses brasileiros, nós dizemos que o fim da miséria é apenas um começo, mas é um grande e esperançoso começo, o melhor símbolo de começo dessa nova década. Cada vez que o Brasil rompe um novo paradigma, um novo rito se repete. Ao lado do som alegre e comemorativo de milhões de pessoas que saúdam esse fato, nós escutamos alguns ecos dissonantes com timbres do atraso.
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Eu que gosto muito de música saúdo esse contraste como um presente da grande sinfonia democrática. Enquanto uns fazem critica outros comemoram, mas eu recolho nesse compasso, um pouco fora de ritmo de algumas criticas, um precioso elemento para uma análise que eu quero compartilhar com vocês. Eu pergunto e ao mesmo tempo comento, presidente Lula, como reagem agora determinados setores frente ao avanço inquestionável do Brasil na superação da miséria? De duas formas: alguns tentam dizer que este feito não passa de um mero jogo estatístico, outros preferem inverter o significado das coisas e destacar de forma exagerada o que ainda falta ser feito omitindo, deliberadamente, o muito que já se conseguiu fazer. Eu respeito e defendo o direito de expressão e opinião alheias, mas não posso me calar diante delas.
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Como se pode chamar de mero jogo estatístico a garantia de renda mínima de R$70 a cada membro das famílias que até pouco tempo fazia parte de uma grande legião de famintos. Como pode ser mero jogo estatístico oferecer a boa parte destas pessoas além da ajuda financeira, educação, formação profissional, água, luz e emprego. Como pode ser mero jogo estatístico oferecer semente, crédito e apoio técnico para as famílias de agricultores paupérrimos até então abandonados nos grotões deste imenso País. A fome de antes era o que? E a falta de feijão, de roupa e de escola era o que? E a mãe que não tinha remédio para dar para seus filhos era o que? Aceitar isso calado e passivo era o que? Não seria este sim, o verdadeiro e trágico jogo de desprezo a vergonhosa e omissa estatística da miséria?
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Vi também, companheiros e companheiras, com especial atenção e nenhum desapontamento as críticas ao governo porque tivemos a coragem e o cuidado, a capacidade e humildade de corrigir, não é pra menos presidente Lula, nós corrigimos para mais os números iniciais que tínhamos do contingente de pessoas extremamente pobres que tínhamos no País. Vejam só a que ponto chegamos, que maravilhoso ponto, estamos sendo criticado porque atualizamos estatísticas e corrigimos números para nos aproximar o máximo possível da realidade e dar mais transparência as nossas ações. Ser criticada por isso é, para mim, motivo de alegria e de orgulho. Vi ainda, companheiros e companheiras, com calma e a consciência tranqüila, a lembrança que foi feita com certo estardalhaço de que supostamente, dois milhões e meio de pessoas ainda não são beneficiadas por nossos programas federais.
Depois de retirar da miséria os últimos beneficiários do BolsaFamília, nós estamos indo em busca das pessoas extremante pobres, que não ainda não foram identificadas ou cadastradas. Este é um governo que continuará lutando com toda sua energia, para que dentro de algum tempo não haja nem um só brasileiro, nenhuma só brasileira na miséria.
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Sem questionar a exatidão desse número pergunto: Essas mesmas vozes fizeram algum estardalhaço quando dez anos atrás havia quase 40 milhões de brasileiros na miséria? Sem nenhuma cobertura de programas sociais efetivos? Não chamaram a fantástica iniciativa de Lula de criar o Bolsa-Família, de bolsa esmola? Deram, por acaso, a merecida repercussão quando o Brasil retirou, nesta década, 36 milhões da extrema pobreza? E quando retiramos 22 milhões da miséria nos últimos dois anos? Este nosso governo não tem medo dos números, porque os números estão a nosso favor.
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Ao falar disso, companheiros e companheiras, vale lembrar a apreensão causada nos meses de dezembro e de janeiro por um erro de avaliação insistentemente repetido por certas pessoas que questionavam a capacidade de suprimento energético do Brasil e também a capacidade do governo de reduzir o custo da energia para as empresas e a conta de luz das famílias brasileiras. O simples fato de algumas empresas estaduais não endossarem nossa proposta em defesa dos usuários serviu de pretexto para semear a duvida se teríamos, de fato, condições de manter a redução anunciada. E o atraso normal das chuvas, junto com o acionamento correto das usinas térmicas foi pano de fundo, pretexto, para que se criasse um clima novo, novo não, pois se fazia o mesmo na época do governo do presidente Lula. Mas um clima nocivo sobre riscos de racionamento imaginários.
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Ou eles não conheciam a realidade brasileira, como é possível, ou não conheciam esse governo, como também é possível.
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Tudo se dissipou tal qual surgiu, do nada e o que brilhou no horizonte foi a realidade da maior redução da conta de luz da historia e a força da energia chegando nos lares, nas industrias, no comercio e na agricultura. E não poderia ser diferente em um País que nos últimos anos concluiu 43 hidrelétricas, construiu 61 parques eólicos e 14 térmicas com diversas fontes aumentando a capacidade de energia em mais de 50% nesta década. É por isso que este País tem energia elétrica, nós não herdamos nada, não é presidente Lula, nós construímos isso. Somos um dos poucos países do mundo que está conseguindo ao mesmo tempo aumentar a produção energética e diminuir o custo para o consumidor final. Eu acredito que é preciso mais seriedade, mais responsabilidade no manejo de informações que repercutem diretamente na vida das pessoas.
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Companheiros e companheiras, o mesmo tipo de previsão equivocada e tendenciosa começa agora a se repetir em relação a capacidade do Brasil de aumentar seu ritmo de crescimento e de manter a estabilidade econômica. Repito, nossos fundamentos estão cada vez mais sólidos e o nosso governo que, enfrentou com competência uma das maiores crises internacionais da historia, está mais que preparado para enfrentar os desafios presente e do futuro. A estabilidade é um dos nossos compromissos inegociáveis e nós saberemos manter. Ninguém duvide da nossa disposição e capacidade para garantir a estabilida de macroeconômica do nosso País. Os que apostarem no contrário amargarão sérios prejuízos financeiros ou políticos. Erram redondamente os que insinuam que estamos abandonando os pilares da nossa economia. Como iríamos abandonar os pilares da
coisa, que esses pilares que dão estabilidade econômica ao nosso País, estão construídos sobre bases ainda mais fundamentais que são o bem estar do povo, a diminuição da desigualdade, o aumento do emprego e força dos salários. O Brasil tem mostrado ao mundo que os pilares econômicos e sociais não são incompatíveis, essa é uma das grandes conquista dessa década, termos provados isso contra décadas e décadas de preconceito. Ou se crescia ou se contemplava galhardamente, passivelmente a miséria do povo. Nós ao contrário, acreditamos que os pilares econômicos e sociais são complementares, produzem sinergia, impulsionam a produção e o emprego. Nosso crescimento está acompanhado e sempre esteve de inflação sob controle, juros baixo, aumento do emprego e dos salários e, principalmente, distribuição de renda e diminuição da desigualdade.
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nossa economia quando nós mesmos ajudamos a construí-los a duras penas nos últimos dez anos durante o governo do presidente Lula e durante o meu governo. Mas não esquecemos jamais de uma
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Nossos progressos recentes não se limitaram ao campo socioeconômico. Com o PT, a Petrobrás, antes ameaçada de privatização, se firmou como uma das maiores empresas do setor petrolífero mundial, descobrindo um dos maiores campos de petróleo da história do Brasil na camada Pré-Sal. Projetando nosso País como potencia energética e petrolífera. Na área ambiental fizemos vários avanços, na Conferência de Copenhagen em 2009, o Brasil ao assumir voluntariamente metas ambiciosas de redução das emissões de gazes do efeito estufa, teve inequívoco protagonismo na busca de soluções para o aquecimento global. Nestes dez anos de governo consolidamos a redução do desmatamento na Amazônia, diminuindo o desmatamento em 76% reafirmamos o caráter durável de nossa matriz energética baseada em fontes renováveis. Na Rio+20 voltamos a exercer essa liderança positiva ao propor um novo paradigma baseado no principio de que é possível e necessário crescer, incluir, conservar e proteger. Que é possível e necessário buscar padrões mais sustentáveis de produção e consumo. Não podemos esquecer a importância da nossa política externa que contribuiu para aumentar nossa participação no comercio mundial, que mudou o patamar de integração da América do Sul, fortalecendo o Mercosul e criando a Unasul e a Celac. Não podemos esquecer também, que articulamos os interesses de países em desenvolvimento em fóruns internacionais como o G20 e os Brics e aumentamos extraordinariamente nosso protagonismo internacional. Companheiros e companheiras quero votar ao campo da economia porque nestes últimos dois anos nós desoneramos a folha de pagamento, cortamos o IPI, ampliamos o simples nacional, fizemos um novo regime de concessões para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Por isso, estamos implementando uma política anticíclica, uma política anticrise sem perder o grande rumo já traçado de crescimento inclusivo e auto-sustentável.
Mesmo em um ano difícil como foi 2012, nós conseguimos muitos avanços, continuamos com o regime de quase pleno emprego, mantivemos a mais baixa taxa de desemprego de nossa história, mantivemos a inflação sob controle e os ganhos salariais acima da inflação. Levamos os juros para as taxas mais baixas de todos os tempos, elevamos nossas reservas internacionais para US$ 378 bilhões de dólares, condição fundamental para a estabilidade do País. Conseguimos aumentar a capacidade de investimento do governo e ampliamos os gastos sociais, ou seja, soubemos tomar medidas poderosas para destravar nossa economia, modernizar nossa infraestrutura, diminuir nossos custos de produção e aumentar a competitividade de nosso parque produtivo e isso tudo sem descuidar um só minuto da estabilidade macroeconômica. Em 2013, essas medidas e esses resultados vão se ampliar ainda mais em função da consistência do que estamos fazendo.
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A nova década abre-se com novos e maiores desafios para nós, o fim da miséria e o aumento da classe media impulsionam exigências mais complexas, as utopias, as exigências e os anseios vão se ampliar. Estão se ampliando, a mãe que tirou o filho na miséria com o Bolsa-Família, agora sonha com sua futura formatura e seu emprego. A família que conseguiu entrar no século XX com o Luz para Todos, almeja entrar no século XXI com a banda larga e inclusão digital. O estudante pobre ou afro-descendente que ingressou na universidade pelo programa de cotas, deseja agora estudar nas melhores universidade do mundo com o programa Brasil Sem Fronteiras. O cidadão que conseguiu seu teto graças ao Minha Casa Minha Vida, demanda agora o transporte público eficiente, a escola de qualidade o posto de saúde ágil e funcional. A cidadania amplia os horizontes, os interesses e os desejos
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e nós temos de estar preparados, nós o Partido dos Trabalhadores junto dos partidos aliados, temos de estar preparados para esse desafio. Temos de aprofundar o modelo de desenvolvimento com distribuição de renda com inclusão social e cidadania. A nossa agenda de futuro exige novas respostas para esse novo Brasil de classe que está emergindo e que nós ajudamos a emergir. É para, para nós, imperativo defender este consumidor nas suas justas aspirações pela qualidade no serviço de telefonia, pela modicidade no cartão de crédito, pelo acesso ao transporte aéreo seguro e pontual. É imperativo atende-los em seus anseios de segurança, saúde, esporte, turismo e cultura. Temos que assegurar que ele possa assumir sua cidadania de forma plena. Nós teremos de incorporar princípios programáticos, reivindicações e propostas aos nossos programas políticos.
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Nós avançamos muito na construção dessa cidadania, vivemos uma década de importantes avanços nas liberdades de manifestação, organização e expressão. O respeito e a independência dos poderes que nestes dez anos nós mantivemos, e o fortalecimento dos mecanismos de controle dos gastos públicos e combate a corrupção se tornaram tão relevantes quanto a adoção da nova lei de acesso à informação e de todas as medidas tomadas por nossos governos que ampliaram a transparência na administração pública. Esse conjunto de políticas públicas contribuiu decisivamente para os novos padrões éticos da sociedade para a participação cidadã. Temos, no entanto, uma tarefa ainda fundamental que é promover uma ampla reforma política que estabeleça novos padrões de financiamento público das campanhas eleitorais e assegure a fidelidade e representatividade na vida nacional.
A nossa agenda é estratégica para o futuro do País e ela exige que nós sejamos capazes de construir bases sólidas para preparar o Brasil, também, para a sociedade do conhecimento.
patamar de desenvolvimento asseguraram antes escola em tempo integral, acesso à creche para a população infantil atacando a raiz da desigualdade, alfabetização na idade certa, valorização dos professores e criar centros de excelência em produção cientifica e desenvolvimento tecnológico e inovação. Muito foi feito nesta década e é um desafio e tanto, mas o Brasil tem todas as condições históricas para alcançar. Mas o nosso salto educacional, cientifico e tecnológico exige novas fontes de financiamento público que podem ser assegurados se todos os Royalties do petróleo destinados aos municípios, estados e União, seja integralmente destinados à educação.
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Daí a importância da ciência, tecnologia e inovação. Por isso a importância estratégica que tem para nós a educação. Todas as nações que alcançaram um novo
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Para concluir, os avanços que conseguimos e muito do que estamos próximos de alcançar nos dão a certeza do que o Brasil vai avançar muito mais. Eu poderia dizer que vamos avançar porque somos um País rico, porque temos um modelo de desenvolvimento próprio e diferenciado, porque somos um País de classe média, porque temos uma democracia sólida e um estado que sabe seu papel correto na articulação de políticas sociais e econômicas. Eu poderia afirmar tudo isso e ressaltar que são essas as principais garantias de que vamos continuar avançando, mas eu prefiro dizer diferente, eu prefiro dizer que essa garantia vem da força criativa, da força produtiva e a força libertária do nosso povo. Essa é a energia vital que vai continuar alimentando as correntes de mudança que jamais serão interrompidas no Brasil. Eu poderia dizer, também, que nós do PT e dos partidos aliados somos a garantia de que vamos continuar avançado fazendo um governo do povo, para o povo e pelo povo, mas eu prefiro dizer diferente e digo do fundo do meu coração é que a garantia vem do amor que sentimos pelo povo brasileiro e pela democracia. Foi por este mesmo amor que muitos caíram no combate à ditadura e ao longo de todos estes anos de luta. Cada um deles está aqui presente nas marcas que deixaram em nossos corações, presentes nos exemplos que imprimiram em nossa memória, presentes porque fazem parte de cada um de nós.
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Devemos também celebrar os dirigentes e a militância dos partidos aliados que dividem conosco a responsabilidade de reconstruir o Brasil o tornando um País próspero, soberano, justo e solidário. Com eles, compartilhamos a história de lutas que nos levaram da resistência à ditadura à construção da democracia e aos dez anos de governo de coalizão que vem transformando o Brasil. Mas é imprescindível registrar as lideranças históricas que nos inspiraram a percorrer o caminho para este novo Brasil como Celso Furtado, Paulo Freire, Perseu Abramo, Florestan Fernandes, Apolônio de Carvalho, Milton Santos e o nosso querido exvice presidente José Alencar. Eles também tinham esse mesmo amor pelo Brasil, esse amor que nos dá forçar para enfrentar todas as
adversidades e para corrigir os nossos erros, o mesmo amor pela democracia que nos faz respeitar as diferenças, o mesmo amor que nos sugere a convidar todos os homens e mulheres de bem a entrarem na nossa caminhada, pois nós sabemos que o amor move o mundo, molda as mulheres e os homens, muda para melhor a historia, e nossa historia foi duramente construída por uma fantástica militância do Partido dos Trabalhadores que nunca nos faltou nos momentos mais difíceis e continuará sempre indispensável à construção desse novo Brasil. Essa é uma historia de amor que construímos com o povo brasileiro, é uma historia que de tão permanente lealdade e alegria que é daquelas que não precisam de um final feliz, porque sabemos que essa historia nunca terá fim!
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Viva o PT, viva os partidos aliados, viva o Brasil e viva o povo brasileiro.
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Publicação comemorativa dos 10 anos de Governo Democrático e Popular. – Discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do presidente Nacional do PT, Rui Falcão; e da presidenta da República, Dilma Rousseff, realizados no dia 20 de Fevereiro de 2013. A publicação foi organizada e compilada pelas secretarias nacionais de Organização e Comunicação do PT.
Presidente Nacional do PT Rui Falcão Secretário Nacional de Comunicação Paulo Frateschi Diagramação Uiara Lopes - SNC PT Imagens Blog do Planalto Instituto Lula Linha Direta - PT SP Arquivo PT Divulgação - Seduc Divulgação - MDS Abril, 2013 Partido dos trabalhadores www.pt.org.br
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