MAIO DE 2019 CARTA DE CONJUNTURA
2
CENÁRIO POLÍTICO APONTA PARA INCERTEZAS E OBSTRUI A RETOMADA DO INVESTIMENTO
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
3
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS PARA CONSTRUÇÃO REGISTRA 2° ANO CONSECUTIVO DE CRESCIMENTO
CONSTRUÇÃO
4
SEGMENTO DE OBRAS PESADAS AINDA APRESENTA FRAQUEZA NO 1° TRIMESTRE
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
5
PRODUÇÃO DE ASFALTO VOLTA A DECLINAR EM 2018 E SEGUE FRACA NO PRIMEIRO BIMESTRE DE 2019
MINERAÇÃO
6
SEGMENTOS DE PEDRA E AREIA E PRODUTOS MINERAIS TÊM RESULTADOS NEGATIVOS
AGRICULTURA
7
PRODUÇÃO AGRÍCOLA E DA AGROINDÚSTRIA DEVEM TER CRESCIMENTOS MODESTOS
SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA
8
TELECOMUNICAÇÕES E SETOR ELÉTRICO MOSTRAM PEQUENA RECUPERAÇÃO
CRÉDITO
9
VOLUME DE CRÉDITO PARA CONSTRUÇÃO DECLINA NO INÍCIO DE 2019
PERSPECTIVAS 10 2019 REALIZAÇÃO
CRESCIMENTO ECONÔMICO BAIXO COM INFLAÇÃO CRESCENTE PRODUÇÃO
CARTA DE CONJUNTURA CRESCIMENTO REDUZIDO
Em 2018, o PIB brasileiro apresentou crescimento de 1,1% em relação a 2017, confirmando a tendência positiva observada desde meados do ano passado. O que pesou favoravelmente para esse resultado foi a recuperação das vendas no comércio, que permitiu um aumento de PIB de 2,3% nesse setor, e o crescimento do setor de serviços privados não financeiros, que cresceu 1,7% em 2018. Contudo, o crescimento ficou aquém do esperado no início de 2018, quando se projetava que a expansão econômica do país poderia ficar próxima a 2%. Em parte, o resultado ruim foi consequência da paralisação dos caminhoneiros ocorrida em maio e junho de 2018, que restringiu a atividade econômica de vários setores – da agropecuária ao turismo.
INFLAÇÃO ASCENDENTE
Com a pressão sobre os preços dos serviços e os aumentos dos bens industriais, a taxa de inflação acelerou em 2019, saltando de 2,7% ao ano em março de 2018 para 4,6% ao ano em março deste ano. O fator mais preocupante foi a evolução das despesas com alimentação e bebidas, que cresceram 5,4% nos primeiros três meses do ano. Vale lembrar que a estabilidade dos preços de alimentos é crítica para a manutenção da inflação em patamar reduzido. As duas últimas elevações fortes da inflação brasileira foram alimentadas justamente pelos preços dos alimentos. Em 2015, quando a inflação alcançou o patamar de 9,0%, os preços dos alimentos e bebidas subiram quase 10%.
DESEMPREGO
A situação do desemprego nas famílias mais pobres do país continua crítica: nas famílias que estão entre os 20% mais pobres da população brasileira, a taxa de desemprego ultrapassa 25%. Isso limita o avanço do consumo no país e potencializa a instabilidade política. Além disso, há dificuldades econômicas e fiscais nas regiões Norte e Nordeste do país que vão requerer ações rápidas para a geração de emprego e renda. Com crescimento desbalanceado, haverá maior pressão política no Congresso Nacional.
CENÁRIO POLÍTICO INSTÁVEL
O cenário de maior crescimento econômico e inflação relativamente reduzida, com redução gradativa do desemprego, contribuiria para um cenário político também positivo no inicio do governo. Isso pesaria a favor das reformas mais profundas, necessárias para a estabilidade no longo prazo, as quais dependem de um clima político mais otimista. Essa perspectiva mais equilibrada se refletiu no grau de otimismo do mercado e propiciou uma valorização dos ativos em bolsa ao final de 2018 e no inicio de 2019. Não obstante, o mau andamento do binômio crescimento-inflação no primeiro trimestre e a sequência de crises políticas ocorridas no início na atual gestão, em que se destacam as dificuldades de articulação entre o executivo e o legislativo, obstruem a concretização a curto prazo de um cenário político estável. Isso acentua incertezas e provoca flutuações fortes nas expectativas, com reflexos sobre o nível de confiança de investidores e consumidores e, consequentemente, impedem recuperações mais expressivas e rápidas dos investimentos e do consumo.
AGENDA ECONÔMICA POSITIVA
Mesmo no clima de incertezas políticas, a agenda econômica do governo avançou, com o início da tramitação da reforma da previdência e a discussão interna sobre temas estratégicos para aumentar a competitividade da economia brasileira. A reforma da previdência é fundamental para garantir a estabilidade fiscal, o que tem reflexos sobre as taxas de juros e o grau de investimento do país, e também para recuperar a capacidade de investimento do governo federal em obras de infraestrutura a médio prazo. Na agenda microeconômica, dois temas são de fundamental importância: (i) a redução do preço do gás natural, medida que teria efeitos muito positivos sobre os custos industriais e possibilitaria uma ampliação expressiva de investimentos e (ii) a retirada da contribuição patronal ao INSS, com substituição por outra base de arrecadação, política que teria efeitos positivos sobre os custos de serviços e sobre a inflação.
2
Gráfico 1 Produção de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, índice base 2012 = 100 120,0
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
100,0
80,0
Produção 60,0
40,0
20,0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Gráfico 2 Emprego na indústria de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, em pessoas 16.000
O ano de 2018 foi marcado pela continuidade da recuperação da indústria de máquinas e equipamentos para a construção civil e mineração. Depois de registrar uma queda acumulada de 50,2% entre 2014 e 2016, a produção dessa indústria avançou 5,0% em 2017 e 18,4% em 2018 na comparação com o ano anterior, segundo dados do IBGE. Em 2019, no acumulado nos dois primeiros meses, a expansão da produção é de 9,0% frente ao mesmo período de 2018. Vale registrar que, quando do encerramento do ano passado, a indústria de máquinas e equipamentos para esses setores ainda estava operando em um patamar 38,1% inferior ao de 2014, ano de produção recorde. Emprego
12.000
8.000
4.000
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
Gráfico 3 Exportações de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, em US$ milhões
O emprego na indústria de máquinas e equipamentos para a construção voltou a ter resultado positivo. Em 2018, o número médio de empregados com carteira assinada se aproximou do nível registrado em 2015, com crescimento de 14,2% em relação a 2017, encerrando o ano com pouco mais de 11 mil funcionários. O destaque foi o segmento de tratores (não agrícolas), com crescimento de 22,4% , enquanto o segmento de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentação e construção teve alta de 6,8%. No acumulado no primeiro trimestre de 2019, o emprego teve crescimento de 10,3%. Exportações
5.000
As exportações do setor contribuíram com o aumento da produção no ano passado, ao registrar expansão de 8,7% em relação ao valor exportado em 2017, totalizando US$ 4,352 bilhões em 2018. O crescimento foi mais expressivo no segmento de máquinas de terraplanagem e perfuração, com alta de 14,9% no ano, seguida pelas vendas externas de tratores, com variação de 4,0%. No primeiro trimestre de 2019, no entanto, as exportações desses equipamentos apresentam retração de 30,3% em relação ao primeiro trimestre de 2018, com destaque para o recuo de 69,4% do valor exportado de tratores e de 11,9% para máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração.
4.000
3.000
2.000
1.000
0 2012
2013
Fonte: MDIC. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
3
Gráfico 4 Emprego na construção, incorporações e edificação, médias anuais, em pessoas
CONSTRUÇÃO
1.400.000
Edificações
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
O segmento de incorporação e construção de edifícios voltou a apresentar um fraco desempenho em 2018. Os dados do fechamento do ano passado indicam o encerramento de 27,7 mil postos de trabalho com carteira assinada em relação a 2017 nessas atividades. Desde 2013, ano recorde de produção, o conjunto do setor apresenta retração no emprego de 35,1%. Vale notar que desde 2016, a retração anual do emprego vem desacelerando. Nesse sentido, observou-se uma queda de apenas 0,2% no emprego do setor no primeiro trimestre de 2019 frente a 2018.
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
Gráfico 5 Emprego na construção, obras de infraestrutura, médias anuais, em pessoas
Obras de infraestrutura O emprego em obras de infraestrutura com carteira assinada apresentou retração de 1,1% em 2018 na comparação com 2017, marcando cinco anos consecutivos de queda, a qual chega a 27,3% no acumulado desde 2013, ano recorde de produção. Em termos de contribuição para resultado de 2018, o segmento de obras rodoviárias e ferroviárias teve o maior peso, com queda de 3,5% no emprego e o encerramento de 5,3 mil postos de trabalho em 2018, seguido pelo segmento de obras de arte especiais, que fechou cerca de 4,3 mil vagas. Nos primeiros três meses de 2019, o emprego no setor teve queda de 2,0%, puxado pelo fraco desempenho do emprego na construção de rodovias e ferrovias e de obras de arte .
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
Serviços de apoio à construção
Gráfico 6 Emprego na construção, serviços de apoio à construção, médias anuais, em pessoas 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 2012
2013
2014
2015
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
2016
2017
2018
2019*
A retração nos setores de edificações e de obras de infraestrutura segue com reflexos nas empresas da construção que prestam serviços de base, tais como aluguel de máquinas e equipamentos, demolição e preparação de canteiros, perfurações e sondagens e obras de terraplenagem, ainda que a retração do emprego nesses setores tenha sido de apenas 0,1% em 2018 – a menor queda anual desde o início da crise econômica em 2014, com o segmento de serviço de apoio a obras de terraplenagem com o único resultado negativo (-2,0%) no ano passado. Em 2019, o emprego no conjunto de segmentos de serviços de apoio à construção mostra expansão de 1,2% no acumulado no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, com crescimento do emprego em todos os segmentos, exceto no associado a obras de terraplenagem (-1,5%).
4
Gráfico 7 Produção de materiais de construção, índice base 2012=100
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
120,0
100,0
Produção 80,0
60,0
40,0
20,0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Gráfico 8 Vendas de materiais de construção, índice base 2014=100
Comércio Varejista
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
2012
2013
2014
2015
2016
A produção física de materiais de construção apresentou crescimento de 1% em 2018. Contudo, esse nível de produção está quase 29 pontos percentuais ao de 2013, ano em que a produção brasileira de materiais de construção bateu recorde histórico. O resultado refletiu as tendências verificadas no ritmo de construção e no segmento varejista. No acumulado de 2019 até fevereiro, o crescimento foi de 2,1% em relação ao ano passado, indicando recuperação lenta mas positiva.
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Como dito no Boletim de Mercado do final do ano passado, o comércio varejista de materiais de construção apresentou o melhor desempenho entre os segmentos da cadeia produtiva da construção. No acumulado de 2018, as vendas tiveram uma expansão de 3,5% em relação a 2017. Esse resultado se soma à recuperação verificada em 2017, ano em que as vendas de materiais de construção cresceram 9,1%. Em 2019, a tendência é de crescimento. No acumulado do primeiro bimestre as vendas se elevaram 5,6%. A despeito dos bons desempenhos verificados nos últimos dois anos, as vendas no comércio varejista de materiais de construção ainda estão abaixo dos volumes transacionados em 2014. Asfalto
Gráfico 9 Produção de asfalto, média mensal de cada ano, em m³
De acordo com informações da ANP com base nos dados das refinarias acompanhadas pela agência, a produção nacional de asfalto declinou 2,8% em 2018 em relação ao ano anterior. Vale notar que essa queda foi inferior à observada em 2017, de 9,1%. Com esse resultado, a retração acumulada desde 2014, ano que marcou patamar recorde de produção, chegou a 41,5%. Esse desempenho negativo é ainda observado em 2019, tendo a produção nos dois primeiros meses do ano declinado 4,8% na comparação com o primeiro bimestre de 2018.
300.000,00
250.000,00
200.000,00
150.000,00
100.000,00
50.000,00
2012
2013
Fonte: ANP. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
5
Gráfico 10 Emprego na indústria de extração de areia, pedra e argila, em pessoas
MINERAÇÃO
80.000 70.000
Indústria extrativa
60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: Ministério do Trabalho. (*) projeção.
Gráfico 11 Produção de produtos de minerais não-metálicos, índice base 2012 = 100
O emprego na extração de areia, pedra e argila teve o quarto ano consecutivo de queda em 2018, com declínio de 2,5%, refletindo o ainda fraco desempenho da construção civil. Em 2019, porém, os números de emprego do setor mostram certa estabilidade, com crescimento acumulado de 0,1% no primeiro trimestre do ano frente aos primeiros três meses de 2018. De outro lado, a renda desse segmento do setor mineral, a qual é apurada pelo volume de CFEM arrecadada pelo governo federal, cresceu 39,2% em termos nominais no primeiro trimestre de 2019 em relação a igual período de 2018. Isso é efeito, em parte, do aumento de preços dos minérios.
120,0
Produtos minerais não-metálicos 100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Gráfico 12 Produção de produtos de minerais não-metálicos, por segmento, variação acumulada no ano, 2019
O ramo industrial de produtos minerais não-metálicos, o qual inclui as indústrias de vidro, cimento, artefatos de concreto e fibrocimento, produtos cerâmicos e aparelhamento de pedras, teve uma expansão modesta de produção (0,4%) em 2018 frente a 2017, primeiro resultado anual positivo desde 2013, ano que marcou o patamar máximo de produção desse ramo. Nesses cinco anos, a retração acumulada da produção dessas indústrias atingiu 21,1%. Resultado positivo também foi observado nos dois primeiros meses de 2019, com alta acumulada de 2,6% da produção desse ramo industrial frente ao mesmo período de 2018. O emprego nessas indústrias teve queda 0,7% no primeiro trimestre do ano em relação a igual período de 2018. Isso indica aumento da produtividade nesses setores.
8,0%
Segmentos industriais
5,5%
6,0% 4,0%
2,6% 2,0% 0,0%
0,0% -2,0% -4,0% -6,0%
-6,9%
-8,0% -10,0% -10,1% -12,0% Vidro
Fonte: IBGE.
Cimento
Artefatos de concreto e fibrocimento
Produtos cerâmicos
Aparelhamento de pedras
Dos cinco segmentos que compõem a indústria de produtos minerais não-metálicos, três apresentaram crescimento de produção em 2018: vidro, fabricação de artefatos de concreto e fibrocimento e fabricação de produtos cerâmicos, com alta de 4,5%, 2,8%, e 0,5%, respectivamente. A produção de cimento declinou 1,2%, enquanto que as empresas de aparelhamento de pedras registraram retração de 4,2% na sua produção no ano passado. Nos dois primeiros meses de 2019, a produção dos segmentos de vidro e de aparelhamento de pedras registram uma quedas de 9,8% e 3,2%.
6
Gráfico 13 Área lavoura plantada, variação entre as safras de 2019 e 2018, (%)
AGRICULTURA
5% 2,0%
2,0%
0,2%
Área de lavoura
0%
-2,8% -5%
-10%
-15%
-14,8%
-20% Total
Fonte: IBGE.
Cereais e legumes
Soja
Cana-de-açúcar
Laranja
Gráfico 14 Produção de bens agroindustriais**, índice base 2012 = 100 120,0
Segundo o IBGE, a expectativa para a safra de 2019 é de um aumento de 0,2% na área plantada na comparação com a safra de 2018, passando de 78,837 milhões de hectares no ano passado para 78,971 milhões de hectares este ano. Tal estimativa é, em grande medida, resultado da expansão esperada de 2,0% da área plantada de cereais e leguminosas, com destaque positivo para a área plantada de soja, com alta de 2,0%. O destaque negativo fica por conta da cana-de-açúcar e da laranja, com declínio esperado da área plantada de 2,8% e 14,8%, respectivamente. Quanto à produção, espera-se uma queda de 4,5% para a soja e de 5,2% para a laranja em 2019 em relação à safra 2018, enquanto que a produção de cana-de-açúcar deve ter uma modesta expansão, de 0,4% no mesmo período.
100,0
Agroindústria
80,0
O ramo industrial de produtos da agroindústria, o qual reúne as indústrias de óleos vegetais, o refino de açúcar e a produção de celulose e biocombustíveis, registrou expansão de 9,8% de sua produção em 2018 em relação a 2017. No primeiro bimestre de 2019, no entanto, foi registrada uma queda de 4,4% frente ao mesmo período de 2017, contribuindo para isso a retração observada da fabricação e refino de açúcar e da fabricação de celulose, com queda acumulada de 21,3% e 11,0%, respectivamente, nos dois primeiros meses do ano. O destaque positivo no bimestre foi o crescimento de 4,0% da produção de biocombustíveis.
60,0
40,0
20,0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Fonte: IBGE. (*) projeção. (**) Inclui a fabricação de óleos vegetais, o refino de açúcar e a produção de celulose e biocombustíveis.
Gráfico 15 Exportações da agroindústria**, em US$ milhões
Exportações
60.000
O valor das exportações da agroindústria cresceu 12,5% em 2018 frente a 2017, com as exportações de açúcar, álcool, papel, celulose, soja (inclusive óleo) e suco de laranja somando quase US$ 61 bilhões, sendo os destaques papel e celulose (alta de 26,2%) e soja (expansão de 29,0%). Com isso, espera-se que as vendas externas desses produtos alcancem US$ 56,613 bilhões este ano. Entre janeiro e março de 2019, no entanto, a expansão se mostrou mais modesta em relação ao mesmo período de 2017, com as exportações desse conjunto de produtos registram um crescimento de 2,0%.
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Fonte: MDIC. (*) projeção. (**) Inclui as exportações de açúcar, álcool, papel, celulose, soja (inclusive óleo) e suco de laranja
7
Gráfico 16 Consumo de energia elétrica, em TWh
SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA
400,0 350,0 300,0
Energia elétrica 250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 0,0 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: ANEEL. (*) projeção.
Gráfico 17 Volume de serviços de transportes, índice base 2014 = 100 120,0
Em 2018, o consumo de energia elétrica registrou queda de 0,3% em relação a 2017, atingindo 312,7 TWh, o menor patamar desde 2012, de acordo com informações da ANEEL. O faturamento do setor elétrico, por outro lado, teve expansão nominal de 11,9% no ano passado, totalizando R$ 205 bilhões, resultado da elevação de 12,2% da tarifa média de fornecimento na comparação com 2017. Desse total, os encargos e tributos sobre a energia somaram R$ 56,76 bilhões e R$ 148,42 bilhões ficaram com as empresas. Nos dois primeiros meses de 2019, o consumo acumula crescimento de 5,5% frente ao mesmo período de 2018, com alta de 21,1% do faturamento nominal . Transportes
100,0
120,0
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, o setor de transportes fechou 2018 com alta de 1,2% no volume de serviços em relação a 2017, variação inferior à apurada no ano anterior (de 2,2%). Tal desaceleração foi resultado em grande medida, da paralisação dos caminhoneiros ocorrida no mês de maio do ano passado, a qual comprometeu não somente a renda das empresas de logística e das concessionárias, mas também a renda dos transportes aéreos e marítimos. Quanto ao faturamento nominal do setor, a expansão em 2018 foi de 5,8%. No primeiro bimestre de 2019, o setor acumula um crescimento de 1,4% no volume frente ao primeiro bimestre do ano passado, enquanto o faturamento registra alta de 6,7% na mesma base de comparação.
100,0
Telecomunicações
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Gráfico 18 Volume de serviços de telecomunicações, índice base 2014 = 100
O setor de telecomunicações, por sua vez, teve retração do volume de serviços prestados em 2018, com queda de 2,6% em relação ao resultado de 2017. No acumulado nos dois primeiros meses de 2019, no entanto, observa-se um crescimento de 1,2% tanto no volume como no faturamento nominal frente ao primeiro bimestre de 2018, indicando alguma recuperação de preços desse segmento, visto que em 2018 a retração do faturamento (-2,9%) foi superior à do volume.
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0 2012
2013
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
8
Gráfico 19 Financiamento habitacional em R$ bilhão de 2017**
CRÉDITO
200
150
Imobiliário 100
50
0 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Fonte: ABECIP e Caixa Econômica Federal. (*) projeção. (**) SBPE e FGTS, média dos últimos 30 meses.
Gráfico 20 Valor dos projetos na área de infraestrutura em consulta no BNDES, R$ bilhões** 300,000
250,000
Em 2018, a carteira de imóveis residenciais financiados pelo SBPE e pelo FGTS caiu 10,1% em relação a igual período do ano anterior. Essa queda se deveu, sobretudo, ao comportamento do FGTS que observou retração de 11,1%. No âmbito do SBPE, o número de unidades financiadas cresceu, seguindo a tendência de aumento dos depósitos nas cadernetas de poupança. Em termos de valores de financiamento, projeta-se que as carteiras do SBPE e do FGTS de crédito concedido nos últimos 30 meses somaram R$ 169,6 bilhões em 2018, valor 2% menor que o de 2017. O desempenho nos três primeiros meses de 2019, contudo, é alarmante: a queda no valor financiado no primeiro trimestre foi de quase 43%. Isso indica que 2019 deve fechar com forte queda, levando a uma redução cerca de 7% no volume de obras. BNDES
200,000
150,000
100,000
50,000
0,000 2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Fonte: BNDES. (*) projeção. (**) Valores correntes, média dos últimos 36 meses.
Gráfico 21 Créditos concedidos do FGTS para o financiamento da infraestrutura urbana, em R$ bilhões** 25,000
A carteira de consultas de empréstimos ao BNDES de empresas da área de infraestrutura seguiu em retração no ano passado. Tendo o fechamento do ano de 2016 como referência, o montante dos projetos de infraestrutura em consulta no banco ao longo dos 36 meses anteriores somou R$ 217,134 bilhões em valores correntes, montante que declinou para R$ 119,587 bilhões ao final de 2018. Até março de 2019, essa tendência de declínio das intenções de investimento do setor de infraestrutura ainda era observada, com queda de 7,0% no valor médio das consultas na comparação do primeiro trimestre do ano com o mesmo período do ano passado. FGTS infraestrutura urbana Os valores de créditos concedidos do FGTS para o financiamento da infraestrutura urbana nos últimos 36 meses somaram uma carteira de R$ 21,004 bilhões em 2018. Esse valor foi 10,2% inferior ao verificado em 2017, indicando tendência de queda. A retração se deveu ao desempenho ruim tanto dos empréstimos para saneamento quanto para os empréstimos para mobilidade urbana em 2018. Com essa redução, os desembolsos para esses setores tendem a se retrair cerca de 20% em 2019.
20,000
15,000
10,000
5,000
0,000 2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Caixa Econômica Federal. (*) projeção. (**) Valores correntes, média dos últimos 36 meses.
2017
2018
2019
9
Gráfico 22 Crescimento, inflação e câmbio
6,0
6,0%
5,0
4,8%
5,0%
PERSPECTIVAS 2019
4,002 4,0%
4,0
3,654
3,7%
3,0
3,0%
2,0%
2,0
1,6% 1,1%
1,0%
1,0 -
0,0% Cresimento econômico
Inflação 2018
Câmbio
2019
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Gráfico 23 Nível de atividades nos serviços de infraestrutura, taxa de crescimento (%) 6,0% 5,0%
-
Macroeconomia O cenário macroeconômico para 2019 aponta para uma taxa de crescimento de 1,6%, indicando um ritmo um pouco maior do que o observado nos dois últimos anos, de 1,1% de expansão do PIB. A frustração do crescimento em 2018 se deveu, em parte, aos efeitos da paralisação dos caminhoneiros ocorrida em maio do ano passado. Em termos de inflação, espera-se que o custo de vida tenha um crescimento entre 4,5% e 5,0% em 2019, permanecendo em patamar relativamente reduzido, mas superior ao verificado em 2018. Isso permitirá a manutenção dos juros reais, que devem se manter em torno de 2,5% a 3,0% ao ano. O câmbio deve se desvalorizar ligeiramente, passando do patamar de R $ 3,65 por US$ na média de 2018 para R$ 4,00 por US$ em 2019.
4,0%
Serviços de infraestrutura
3,0% 2,0% 1,0% 0,0% -1,0% -2,0% -3,0% -4,0% Energia elétrica
Transportes 2018
Telecomunicações
Para 2019, espera-se crescimento da demanda por serviços de infraestrutura. O consumo de energia elétrica deverá crescer mais de 5,0%, o de serviços de transportes, 1,2%, e o de serviços de telecomunicações, 1,4%. Essa expansão, contudo, não será suficiente para o setor voltar aos níveis de operação de 2014, ano recorde de atividades nesses setores. Investimentos em obras
2019
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Em termos de investimentos em novas moradias, espera-se redução 23,8% para 2019 em relação a 2018. Essa retração é resultado do volume menor de contrações realizadas em 2017 e 2018 e que estarão em fase de edificação no próximo ano. Mas também pesa a retenção de crédito no âmbito do FGTS observada em 2019. Os investimentos em infraestrutura também devem cair, mas num ritmo menor: 7,0% em 2019 com relação a 2018. Isso se deve à profunda retração das intenções de investimento observadas nos últimos anos causada pelas incertezas relativas ao cenário político e institucional do país. A área de infraestrutura urbana também observará queda de investimentos na ordem de 20%.
Gráfico 24 Investimentos em construção, por segmento, em R$ bilhões 250,000
200,000
150,000
100,000
50,000
Habitação
Infraestrutura urbana 2018
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Energia, telecom e transportes
2019
10