FEVEREIRO DE 2020 CARTA DE CONJUNTURA
2
CONTEXTO EXTERNO E ELEIÇÕES MUNICIPAIS DEVEM INFLUENCIAR O CENÁRIO ECONÔMICO EM 2020
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
3
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS PARA CONSTRUÇÃO ENCERRA 2019 COM 3° ANO DE CRESCIMENTO
CONSTRUÇÃO
4
O SEGMENTO DE OBRAS PESADAS TEVE RESULTADO POSITIVO EM 2019 APÓS 5 ANOS DE QUEDA
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
5
PRODUÇÃO E VENDAS DE MATERIAIS CRESCEM EM 2019
MINERAÇÃO
6
PRODUÇÃO DE PEDRA E AREIA E DE PRODUTOS MINERAIS NÃOMETÁLICOS SE RECUPERA
AGRICULTURA
7
PRODUÇÃO DA AGROINDÚSTRIA REVERTE QUADRO NEGATIVO; EXPORTAÇÕES FECHAM EM QUEDA
SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA
8
SETOR ELÉTRICO MANTÉM MODESTA RECUPERAÇÃO, TELECOM E TRANSPORTES SEGUEM COM DESEMPENHO NEGATIVO
CRÉDITO
9
CRÉDITO PARA CONSTRUÇÃO SE RECUPERA EM 2019 IMPULSIONADO PELAS OPERAÇÕES DO SBPE
PERSPECTIVAS 10 2020 Realização:
PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO MAIOR COM INFLAÇÃO ELEVADA Produção:
CARTA DE CONJUNTURA RENDA DAS FAMÍLIAS
A evolução positiva do emprego e dos salários em 2019 devem contribuir para um crescimento econômico maior em 2020. O número de pessoas ocupadas passou de 92,9 milhões em novembro de 2018 para 94,4 milhões em novembro de 2019, indicando o aumento de 1,5 milhão de pessoas ocupadas na economia brasileira. O rendimento real do trabalho teve aumento de1,3% nessa comparação.Assim a massa de salários cresceu 2,9% entre 2019 e 2018.
CRESCIMENTO ECONÔMICO
O aumento da renda das famílias permitiu uma revisão para cima das perspectivas de crescimento econômico. No final de 2019, esperava-se uma expansão econômica de 2% em 2020, taxa que foi revista para 2,2% com base nas informações mais recentes. Esse cenário, contudo, ainda depende de não haver um aumento sistemático e durador do preço do petróleo, o que geraria um efeito negativo sobre as atividades no Brasil.
CENÁRIO ECONÔMICO
O cenário brasileiro de 2020 deve ser fortemente influenciado pelo contexto da economia e da política internacional e pelas eleições municipais de 2020, que devem acirrar as discussões políticas no país e conter o avanço mais rápido das reformas econômicas, principalmente a fiscal.
CONTEXTO INTERNACIONAL
No contexto internacional, o ano de 2020 iniciou com um acirramento do conflito entre Estados Unidos e Irã, o qual, além de resultar em forte instabilidade do preço do petróleo, aumentou as tensões geopolíticas no Oriente Médio. O processo de impeachment do presidente Donald Trump ainda figura como um ponto de incerteza sobre a evolução da política norte-americana e deve gerar ruídos sobre o mercado até as eleições de novembro de 2020.
CENÁRIO POLÍTICO
No cenário político brasileiro, as disputas entre o Palácio do Planalto e os partidos políticos continuaram acirradas e devem se elevar com a proximidade das eleições municipais de 2020, as quais são vistas por alguns como uma oportunidade para consolidar o equilíbrio político resultante das eleições de 2018 e, por outros, como uma chance para reverter esse quadro. Esse contexto limita o andamento das reformas no Congresso Nacional, que teria um tempo muito reduzido para consolidar acordos e fazer evoluir as votações. O espaço para negociações é também reduzido em razão dos conflitos e desgastes herdados de 2019.
REFORMA FISCAL
A reforma fiscal é a que tem articulação mais complexa. Sejam as propostas em andamento no Congresso Nacional, como a PEC 45, sejam as ideias defendidas pelo Ministério da Economia, a reforma da estrutura fiscal do país implicaria fortes transferências de renda entre setores da sociedade brasileira. A mesma proposta que favoreceria a indústria brasileira com a criação de um imposto sobre valor adicionado (PEC 45), reduzindo a incidência de impostos cumulativos, provocaria um forte aumento de carga tributária sobre os setores agropecuário, comercial e de serviços. Esse impacto teria efeitos sobre os preços e a taxa de inflação e poderia resultar em instabilidade do crescimento e do emprego em 2020. Por esses motivos haverá forte resistência a esse tipo de mudança.
TAXA DE INFLAÇÃO
Um aspecto que voltou a preocupar a economia foi a frustração com relação à taxa de inflação em 2019. Com tendência de fechar o ano abaixo da meta até o mês de outubro de 2019, a inflação ficou no centro da meta em razão dos resultados de novembro e dezembro, os quais foram negativamente influenciados pelo preço dos alimentos. Em 2019, essa componente do IPCA acumulou variação de 6,37%. No ano anterior, esse crescimento foi de 4,04% e, em 2017, houve deflação de 1,87%, o que contribuiu para taxas de inflação menores nesses dois anos (2,95% em 2017 e 3,75% em 2018).
2
Gráfico 1 Produção de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, índice base 2012 = 100 120,0
100,0
80,0
Produção
60,0
40,0
20,0
-
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
2012
2013
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 2 Emprego na indústria de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, em pessoas 16.000
A produção da indústria de máquinas e equipamentos para a construção civil e mineração, que inclui também a produção de tratores de esteira e retroescavadeiras, registrou expansão de 10,3% entre janeiro e novembro de 2019. Assim, o ano passado deve marcar o terceiro ano consecutivo de crescimento de produção, após os resultados de 2017 e 2018, com altas de 8,7% e 23,9%, respectivamente. Cabe registrar que a produção desse segmento declinou 50,5% entre 2014 e 2016, o que faz com que, mesmo com o resultado positivo de 2019, a indústria tenha operado em um nível 24,8% inferior ao de 2014, ano de produção recorde. Emprego
12.000
8.000
4.000
-
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Ministério da Economia. (*) projeção.
2017
2018
2019*
Gráfico 3 Exportações de máquinas e equipamentos para a construção e mineração, em US$ milhões
5.000
Exportações Diferentemente do observado entre 2016 e 2018, as exportações do setor declinaram em 2019, com retração de 23,5% frente ao ano anterior, passando de US$ 4,349 bilhões para US$ 3,327 bilhões. As exportações de tratores, com queda de 48% no ano, foram o destaque negativo, tendo as exportações de máquinas de terraplanagem e de perfuração apresentado um declínio menor, de 12,3%. As exportações de máquinas e aparelhos de elevação de carga e descarga, por sua vez, apresentaram modesto crescimento em 2019, de 1,3%.
4.000
3.000
2.000
1.000
0
Após o crescimento de 14,2% do número médio de empregados com carteira assinada em 2018, o emprego na indústria de máquinas e equipamentos para a construção deve voltar a ter um resultado positivo em 2019, ainda que mais modesto, dado o crescimento acumulado entre janeiro e novembro de 4,9%. O emprego formal no segmento de tratores (não agrícolas) deve fechar o ano com desempenho relativamente melhor, dada a expansão apurada de 5,2% entre janeiro e novembro, acima da variação esperada para o segmento de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentação e construção, cujo emprego avançou 4,6% no mesmo período.
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Ministério da Economia. (*) projeção.
2017
2018
2019*
3
Gráfico 4 Emprego na construção, incorporações e edificação, médias anuais, em pessoas
CONSTRUÇÃO
1.400.000
Edificações
1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0
2012
2013
2014
2015
Fonte: Ministério da Economia. (*) projeção.
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 5 Emprego na construção, obras de infraestrutura, médias anuais, em pessoas
O segmento de incorporação e construção de edifícios ainda deve registrar desempenho negativo em 2019, com reflexos sobre o emprego com carteira assinada no setor, o qual registrou declínio de 0,4% no acumulado entre janeiro e novembro. Dada a evolução do emprego formal no segmento de construção de edifícios, de apenas -0,1% até novembro, o seu desempenho em 2019 deve superar o do segmento de incorporação de imóveis, cujo emprego declinou 1,9% no mesmo período. Apesar do quadro ainda negativo para o setor no seu conjunto, a queda de 2019 deve ser a menor desde 2014, ano que marcou o início da retração do emprego e do nível de atividade do setor. Obras de infraestrutura
700.000
O emprego com carteira assinada em obras de infraestrutura deve voltar a declinar em 2019, considerando a queda acumulada até novembro (0,4%), o que marcaria o sexto ano consecutivo de retração. Cabe notar, porém, que ao longo de 2019 esse declínio desacelerou, de forma que o resultado negativo esperado para o ano será inferior ao de 2018 (-1,1%). Dentre os segmentos do setor, os de construção de rodovias e ferrovias e de obras de arte, com queda de 4,9% e 4,1%, respectivamente, no emprego formal até novembro, são os destaques negativos. Serviços de apoio à construção
600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Ministério da Economia. (*) projeção.
2017
2018
2019*
Gráfico 6 Emprego na construção, serviços de apoio à construção, médias anuais, em pessoas 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000
O desempenho das empresas da construção que prestam serviços de base, tais como aluguel de máquinas e equipamentos, demolição e preparação de canteiros, perfurações e sondagens e obras de terraplenagem, está ligado, em grande medida, ao nível de atividade dos setores de edificações e de obras de infraestrutura, os quais ainda apresentam resultados negativos. Apesar disso, o emprego no conjunto de segmentos de serviços de apoio à construção evoluiu positivamente em 2019, com crescimento de 3,4% no acumulado até novembro, com expansão do emprego em todos os segmentos.
60.000 40.000 20.000 0
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Ministério da Economia. (*) projeção.
2017
2018
2019*
4
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Gráfico 7 Produção de materiais de construção, índice base 2012=100 120,0
100,0
Produção
80,0
60,0
40,0
20,0
-
2012
2013
2014
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2015
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 8 Vendas de materiais de construção, índice base 2012=100
A produção física de materiais de construção deve registrar o segundo ano consecutivo de crescimento em 2019, visto que no ano passado a expansão acumulada entre janeiro e novembro foi de 1,8%. Caso essa taxa se mantenha em dezembro, o resultado anual será superior ao verificado em 2018 (1,1%). O nível de produção médio em 2019, no entanto, ainda se encontraria 27,2% abaixo do nível médio de 2013, ano que marcou o maior patamar histórico de produção desses bens. Comércio Varejista
120,0
As vendas do comércio varejista de materiais de construção devem encerrar 2019 com mais um resultado positivo, visto que entre janeiro e novembro foi registrada uma alta de 4,2% das vendas, o que configuraria o terceiro ano consecutivo de expansão. Com a variação acumulada nos últimos 12 meses até novembro atingindo 3,8%, a expectativa é de que o desempenho do ano passado seja superior ao de 2018, quando foi apurado um crescimento de 3,5%. Apesar da recuperação observada desde 2017, as vendas desses produtos ainda se mostram 3,6% abaixo do nível de 2014.
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
-
2012
2013
2014
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2015
2016
2017
2018
2019*
Asfalto O fraco desempenho da produção nacional de asfalto ao longo de 2019, segundo dados da ANP, consolidouse: entre janeiro e novembro, a produção desse derivado de petróleo declinou 11,5% frente ao mesmo intervalo de tempo de 2018. Assim, este seria o terceiro resultado anual negativo consecutivo, sendo mais expressivo do que a queda verificada em 2017, de 9,1%, e em 2018, de 2,8%. Caso a produção de 2019 decline em linha com o apurado até novembro, a retração acumulada desde 2014, que marcou o recorde de produção, chegaria a 48,3%.
Gráfico 9 Produção de asfalto, total do ano, em m³
3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000
500.000 -
2012
2013
Fonte: ANP. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
5
MINERAÇÃO
Gráfico 10 Emprego na indústria de extração de areia, pedra e argila, em pessoas
80.000
60.000
Indústria extrativa
40.000
20.000
-
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Ministério da Economia. (*) projeção.
2017
2018
2019*
Gráfico 11 Produção de produtos de minerais não-metálicos, índice base 2012 = 100 120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
-
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção.
Gráfico 12 Produção de produtos de minerais não-metálicos, por segmento, variação acumulada no ano*, 2019 9,0%
7,2%
6,0% 3,3%
3,0%
1,3%
0,0% -3,0% -6,0% -6,6% -9,0% -9,6% -12,0%
Vidro
Cimento
Fonte: IBGE.(*) até novembro.
Artefatos de concreto e fibrocimento
Produtos cerâmicos
Aparelhamento de pedras
Em linha com a retração observada na construção civil, o emprego no segmento de extração de areia registrou quatro anos consecutivos de queda. Em 2019, no entanto, a indicação é de que o nível de emprego formal do setor apresente modesto crescimento, considerando a expansão acumulada de 0,2% entre janeiro e novembro. Por outro lado, a renda desse segmento do setor mineral, a qual pode ser aproximada pelo volume de CFEM que o governo federal arrecada, cresceu 48,4% em termos nominais em 2019 em relação a 2018. Produtos minerais não-metálicos A fabricação de produtos minerais não metálicos – que reúne as indústrias de vidro, cimento, artefatos de concreto e fibrocimento, produtos cerâmicos e aparelhamento de pedras – cresceu 1,3% no acumulado entre janeiro e novembro do ano passado. Apesar da desaceleração do ritmo de crescimento desses produtos ao longo do ano, o desempenho em 2019 deve ser superior ao de 2018 (alta de apenas 0,5%). Ao final de 2019, no entanto, a produção dessas indústrias ainda deve se encontrar 20% abaixo do registrado em 2013, ano recorde de atividades. Cabe notar que o emprego nessas indústrias seguiu em queda no mesmo período, de 0,7% até novembro, taxa inferior à observada no ano passado (-2,2%). Segmentos industriais Dentre os cinco segmentos da indústria de produtos minerais não metálicos, dois deles devem registrar queda de produção em 2019: o de vidro, com retração acumulada de 9,6% entre janeiro e novembro do ano passado, e o de aparelhamento de pedras, com retração de 6,6% no mesmo período. A produção da indústria de cimento, de produtos cerâmicos e a fabricação e artefatos de concreto e fibrocimento, por sua vez, devem ter desempenho positivo, em vista do crescimento acumulado até novembro de 3,3%, 1,3% e 7,2%, respectivamente. Em termos acumulados desde 2013, os destaques negativos foram os segmentos de aparelhamento de pedras, com queda de 26,9%, e o de artefatos de concreto e fibrocimento, com declínio de 30,8%.
6
AGRICULTURA
Gráfico 13 Área lavoura plantada, variação entre as safras de 2019 e 2018, (%) 12,0%
9,7% 9,0%
Área de lavoura e produção agrícola
6,0% 3,6%
2,6%
3,0% 0,5% 0,0% -1,6%
-3,0%
-4,5%
-6,0%
-5,9%
-9,0%
Fonte: IBGE.
Gráfico 14 Produção de bens agroindustriais**, índice base 2012 = 100
De acordo com o IBGE, a área plantada na safra de 2019 deve avançar 0,5%, passando de 78,837 milhões de hectares em 2018 para 79,246 milhões de hectares. Com respeito às lavouras, as áreas plantadas de canade-açúcar e de laranja devem declinar 5,9% e 4,5%, respectivamente, enquanto a de cereais, leguminosas e oleaginosas deve avançar 3,6%, com destaque para soja (2,6%) e milho – 2ª Safra (9,7%). Com relação à produção, a safra deve ser recorde, com 241,5 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, superando em 6,6% a safra de 2018, sendo o destaque positivo o milho – 2ª Safra (alta de 34,1%) e o negativo, a soja (-3,7%). Agroindústria
140,0
O segmento industrial de produtos da agroindústria – que inclui as indústrias de óleos vegetais, a fabricação e refino de açúcar e a produção de celulose e biocombustíveis – reverteu o resultado negativo acumulado até setembro de 2019, registrando expansão de 1,8% do conjunto da sua produção no acumulado até novembro do ano passado frente ao mesmo período de 2018. A fabricação de biocombustíveis foi o principal responsável por essa reversão, com o crescimento de sua produção passando de 0,5% no acumulado até setembro para 4,5% até novembro.
120,0 100,0 80,0 60,0 40,0 20,0 -
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: IBGE. (*) projeção. (**) Inclui a fabricação de óleos vegetais, o refino de açúcar e a produção de celulose e biocombustíveis.
Gráfico 15 Exportações da agroindústria*, em US$ milhões 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000
Exportações As exportações da agroindústria declinaram 17,1% em 2019 com relação ao resultado de 2018, totalizando US$ 50,3 bilhões, interrompendo três anos consecutivos de crescimento, com queda generalizada das vendas externas dos produtos da pauta. A redução de 19,8% das exportações do complexo soja foi o fator que mais contribuiu para o resultado agregado, seguido pela redução das vendas de papel e celulose (7,8%), considerando o peso de cada produto na pauta de exportações do setor. As exportações de açúcar e álcool, por sua vez, tiveram queda de 16,0% em 2019, enquanto que as de suco de laranja declinaram 10,5%.
10.000 0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Fonte: Ministério da Economia. (*) Inclui as exportações de açúcar, álcool, papel, celulose, soja (inclusive óleo) e suco de laranja
7
SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA
Gráfico 16 Consumo de energia elétrica, em TWh 400,0 350,0 300,0
Energia elétrica
250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 0,0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: ANEEL. (*) projeção.
Gráfico 17 Volume de serviços de transportes, índice base 2012 = 100 120,0
Transportes
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
2012
2013
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 18 Volume de serviços de telecomunicações, índice base 2012 = 100
Assim como observado até agosto, a evolução do volume de serviços do setor de telecomunicações seguiu negativa nos meses seguintes, com queda acumulada de 0,7% entre janeiro e novembro do ano passado, de acordo com o IBGE. Dessa forma, deve-se esperar um resultado negativo para o fechamento do ano, embora superior à variação de 2018 (-2,6%). O faturamento nominal do setor, por sua vez, teve retração de apenas 0,1% no mesmo período, inferior à retração do volume, indicando alguma recuperação de preços, visto que em 2018 a queda do faturamento foi superior à do volume.
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
2012
2013
Fonte: IBGE. (*) projeção.
2014
2015
2016
2017
2018
O declínio do volume de serviços do setor de transportes, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, desacelerou, passando de uma queda de 3,2% até agosto para 2,6% até novembro na comparação com os respectivos intervalos de tempo de 2018. Ainda assim, a variação do volume de serviços desse setor deve ser negativa em 2019 frente a 2018, interrompendo dois anos consecutivos de crescimento. Contrastando com esse quadro, o faturamento nominal do setor seguiu em expansão, de 3,9% no acumulado até novembro. Telecomunicações
120,0
0,0
Entre janeiro e outubro de 2019, o consumo de energia elétrica avançou 0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da ANEEL. Caso esse desempenho se consolide no último bimestre do ano, o consumo em 2019 deve chegar a 315,3 TWH, superior ao patamar dos anos 2017 e 2018. Por outro lado, o faturamento do setor elétrico seguiu com crescimento mais robusto, de 9,4% no acumulado até outubro, em termos nominais, por conta da alta de 8,4% da tarifa média no mesmo período. Com isso, a expectativa é de que faturamento do setor alcance R$ 224,3 bilhões ao final de 2019, dos quais R$ 62,5 bilhões na forma de encargos e tributos, ficando R$ 161,8 bilhões com as empresas.
2019*
8
CRÉDITO E INGRESSO DE CAPITAIS
Gráfico 19 Financiamento habitacional em R$ bilhão**
250
200
Imobiliário
150
100
50
0
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019*
Fonte: ABECIP e Caixa Econômica Federal. (*) projeção. (**) a preços constantes, inclui SBPE e FGTS, média dos últimos 36 meses.
Gráfico 20 Saldo do investimento direto estrangeiro no Brasil, US$ bilhões 500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
2012
2013
2014
2015
Fonte: Banco Central do Brasil. (*) projeção.
2016
2017
2018
2019*
Gráfico 21 Créditos concedidos do FGTS para o financiamento da infraestrutura urbana, em R$ bilhões** 30,000
25,000
20,000
15,000
10,000
5,000
0,000
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Caixa Econômica Federal. (*) projeção. (**) Valores correntes, média dos últimos 36 meses.
2017
2018
2019*
Em 2019, a carteira de imóveis residenciais financiados pelo SBPE e pelo FGTS avançou em termos nominais 13% em relação ao ano anterior. Esse resultado se deveu à evolução positiva das operações no âmbito do SBPE, as quais, segundo as estimativas, cresceram 36,4% no ano passado, refletindo o aumento dos depósitos nas cadernetas de poupança. Quanto ao FGTS, o valor financiado voltou a declinar, com queda de 9,5% em 2019. Em termos de valores de financiamento, estima-se que as carteiras do SBPE e do FGTS de crédito concedido nos últimos 36 meses atingiram R$ 175,5 bilhões em 2019, montante 12% menor que o de 2018. Investimento direto estrangeiro Os dados do balanço de pagamentos do Brasil indicam uma ligeira recuperação do saldo de investimentos estrangeiros do país. O saldo é a diferença entre o estoque de capital de estrangeiros no Brasil (passivos) e o estoque de capital de brasileiros no exterior (ativos). No terceiro trimestre de 2019, o saldo dos estoques era de US$ 382,1 bilhões, valor 4,1% superior ao verificado no terceiro trimestre de 2018. Não obstante o crescimento, o saldo ficou 16,2% abaixo do saldo entre passivos e ativos verificado no terceiro trimestre de 2014. Esse resultado foi fruto do aumento de 25,8% dos investimentos brasileiros no exterior e da estagnação dos investimentos estrangeiros no Brasil. FGTS infraestrutura urbana Os valores de créditos concedidos do FGTS para o financiamento da infraestrutura urbana nos últimos 36 meses somaram uma carteira de R$ 9,746 bilhões em novembro de 2019. Esse valor foi 15,4% superior ao verificado em 2018, indicando tendência de alta. A expansão se deveu aos desembolsos para o setor de mobilidade urbana, que cresceram quase 155% em 2019 frente a 2018. O setor de saneamento teve desempenho ruim com queda de 12,9% nos empréstimos para a expansão dos sistemas de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto.Adespeito da recuperação observada no último ano, o volume de empréstimos concedidos nos últimos 36 meses fechou 2019 num patamar 64% inferior ao contratado em 36 meses até dezembro de 2015, o que indica um longo caminho de recuperação ainda a ser percorrido.
9
Gráfico 22 Crescimento, inflação e câmbio 4,0%
3,7%
3,8% 3,5%
4,000
4,152
3,654
Macroeconomia
3,0%
2,2% 2,0% 1,3% 0,9%
1,0%
-
0,0%
Crescimento econômico
Inflação
2018
Câmbio
2019
2020
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Gráfico 23 Nível de atividades nos serviços de infraestrutura, taxa de crescimento (%) 3,0%
1,0%
0,0%
-1,0%
-2,0%
Energia elétrica
Transportes 2019
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Telecomunicações 2020
Gráfico 24 Investimentos em construção, por segmento, em R$ bilhões
180,000 160,000 140,000 120,000 100,000 80,000 60,000 40,000 20,000 Habitação
Infraestrutura urbana 2019
Fonte: Ex Ante Consultoria Econômica.
Em termos de investimentos em novas moradias, espera-se redução de 6,0% em termos reais em 2020 com relação a 2019. Essa retração é resultado do volume menor de contratações realizadas em 2018 e 2019 e que estarão em fase de edificação no próximo ano. Mas também pesa a retenção de crédito no âmbito do FGTS observada em 2019. Os investimentos em infraestrutura, ao contrário, tendem a crescer, mesmo que em ritmo ainda pequeno. Espera-se expansão de 9,8% dos investimentos em infraestrutura urbana (saneamento e mobilidade) e de 3,7% dos investimentos em energia, transpo rtes e telecomunicações. Esse movimento deve encerrar uma trajetória de retração forte dos investimentos observada desde 2014. Perspectivas 2020
200,000
-
Os dados mais recentes do IBC-Br, indicador do Banco Central do Brasil de evolução das atividades econômicas, corroboraram a tendência de que a economia deve observar expansão entre 0,9% e 1,0% em 2019, uma taxa inferior a verificada nos dois últimos anos, de 1,3% de expansão do PIB. Contudo, os dados apontam para uma expansão ligeiramente maior do PIB em 2020 do que a que se previa há três meses. Em termos de inflação, as expectativas para 2019 foram frustradas em razão do aumento da inflação em dezembro. Isso permitirá a manutenção dos juros no patamar de 4,5% ao ano. O câmbio deve permanecer flutuando no patamar em torno de R $ 4,10 por US$ até o final de 2020. Investimentos em obras
2,0%
-3,0%
PERSPECTIVAS 2020
2020
Energia, telecom e transportes
Para 2020, o cenário macroeconômico já indica um crescimento mais forte, de 2,2%, puxado pelo consumo. Essa taxa é maior que a observada nos últimos anos, mas ainda revela a necessidade de ajustes. O cenário externo mais conturbado pelas condições políticas e econômicas nos Estados Unidos, União Europeia e na Argentina limitam a expansão do PIB brasileiro. Em termos de inflação, houve uma revisão para cima da taxa esperada de inflação para 2020, que passou de 3,5% para 3,8%. Os conflitos no Oriente Médio, que têm reflexos sobre o preço do petróleo, também podem afetar essa projeção. O câmbio deve fechar o ano de 2020 em R$ 4,152 por US$.
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