ESPECIAL SANEAMENTO
O DESAFIO DA UNIVERSALIZAÇÃO
CIDADES INTELIGENTES
Com a chegada da covid-19, os problemas da falta de saneamento básico tornaram-se ainda mais agudos, mas muitas cidades brasileiras sequer possuem planos para o setor
Gargalo histórico no Brasil, o saneamento básico tornou-se a bola da vez nos debates da sociedade civil, mobilizando entidades setoriais, organizações de classe, meio acadêmico e órgãos públicos. A grave situação da saúde pública no país já vinha direcionando as atenções para o setor há algum tempo, mas com a chegada da covid-19, o assunto mostrou-se ainda mais urgente. De fato, os problemas gerados pelo
10 / Grandes Construções
déficit nacional em saneamento básico vêm à luz com mais força neste momento justamente por conta da superlotação das unidades de tratamento intensivo, fundamentais para evitar mortes por covid-19. Para Édison Carlos, presidente do Trata Brasil, a pandemia explicita a precariedade que atinge milhões de brasileiros. “A falta de saneamento tem a ver com esse momento”, diz ele. “Como pedir higiene das mãos
para quem não tem água?” Isso ficou claro à medida que os dados passaram a mostrar uma taxa de internação maior, relacionada com o nível de saneamento das localidades. A transmissão de doenças feco-orais como diarreia, febre tifoide, gastroenterite, amebíase, cólera, hepatite A e outras disparou em estados como o Maranhão, que registrou um aumento de 18% nas internações. Segundo a ABES