Revista M&T - Ed. 99 - Fevereiro 2007

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Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº99 - Fevereiro - 2007 - www.sobratema.org.br

pneus

Cuidados que possibilitam novas vidas neumáticos Cuidados que hacen posible nuevas vidas

dimensionamento de frotas Máximo aproveitamento das máquinas DIMENSIONAMIENTO DE FLOTAS

Aprovechamiento máximo de la maquinaria

mbr

Manutenção centrada no custo

mbr

Mantenimiento centrado en el costo

nº99 - Fevereiro - 2007


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volvo


editorial

A informação como elemento transformador Otimizar os investimentos, por meio da excelência na operação e na manutenção, é o foco que as empresas precisam ter para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo. Nesse contexto, em 1988 foi fundada a Sobratema, uma associação voltada à difusão de novas tecnologias com enfoque no desenvolvimento técnico e gerencial dos profissionais que atuam no setor de equipamentos para construção e mineração. Para cumprir esse papel, ela desenvolve feiras, viagens técnicas, eventos, seminários, palestras e debates técnicos entre usuários, fabricantes, distribuidores e fornecedores de serviços. A revista M&T, uma das mais tradicionais publicações do setor, também se inclui entre esses programas da Associação, contribuindo para a difusão de experiências e a divulgação de novidades desde a fundação da Sobratema. Nesse momento em que a publicação inicia uma nova etapa, com circulação mensal e tiragem de 12.000 exemplares (auditada pela IVC), a nova revista M&T se mantém fiel a suas origens, pautando-se no bi-

nômio formação/informação. Dessa forma, ela atende mais uma vez a necessidade de um mercado que exige, a cada dia, profissionais atualizados e bem informados sobre as novidades mundiais no setor. Em nova fase, a revista adota uma abordagem mais dinâmica dos temas, trazendo reportagens sobre casos de excelência, entrevistas com profissionais renomados e novas colunas. Nessa edição, por exemplo, estão disponíveis matérias sobre dimensionamento de frotas e reforma de pneus, assim como a seção “Manutenção”, cuja coletânea resultará num manual simplificado, do tipo como “como-fazer”. A primeira reportagem da série dedica-se ao tema retífica de motores. É a informação a serviço de profissionais que precisam oferecer respostas rápidas e precisas em corporações expostas a um ambiente cada vez mais competitivo. E o resultado encontra-se em suas mãos para ser apreciado.

Boa leitura.

La información como elemento transformador

La optimización de la inversión, por medio de la excelencia en la operación y el mantenimiento, es la meta que deben seguir las empresas para sobrevivir en un mercado cada vez más competitivo. En ese contexto, en 1988 fue fundada Sobratema, asociación dedicada a la difusión de los adelantos tecnológicos relacionados con el desarrollo técnico y gerencial de los profesionales que trabajan en el sector de maquinaria para la construcción y la minería. Para desempeñar su papel, organiza ferias, giras técnicos, encuentros, seminarios, charlas y debates técnicos entre usuarios, fabricantes, distribuidores y provedores de servicios. La revista M&T, una de las más tradicionales publicaciones del sector, también forma parte de los programas de la Asociación y contribuye, desde la fundación de Sobratema, a la difusión de experiencias y novedades. Al iniciar una nueva etapa, en la que será publicada mensualmente con una tirada de 12.000 ejemplares (auditada por IVC), la revista M&T permanece fiel a sus orígenes y continúa pautada en el binomio formación e información. De esta forma, responde una vez más a las necesidades de un mercado que exige profesionales actualizados y bien informados sobre las novedades mundiales relacionadas con el sector. En esta nueva etapa, la revista adopta un enfoque más dinámico de los temas e incluye reportajes sobre casos de excelencia, entrevistas con profesionales de renombre y nuevas columnas. Este número, por ejemplo, contiene artículos sobre dimensionamiento de flotas y recuperación de neumáticos, así como la sección “Mantenimiento”, un manual simplificado publicado en entregas mensuales para ser coleccionado. El primer reportaje de la serie está dedicado al rectificado de motores. Es la información al servicio de los profesionales que necesitan dar respuestas rápidas y precisas en empresas que trabajan en un ambiente cada vez más competitivo. El resultado está en sus manos.

Disfrútelo.


expediente

Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 – cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192 Comitê Executivo

Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Benito Francisco Bottino Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Lédio Augusto Vidotti Vice-Presidente: Luiz Carlos de Andrade Furtado Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe

Diretoria Técnica

Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Carlos Arasanz Loeches (Eurobrás / ALEC) - César Schmidt (Liebherr) Christopher Ian Podgorski (Scania) - Edson R. Del Moro (Engepar) - Eduardo M. Oliveira (Santiago e Cintra) Egberto Rosa Campos (Sersil) - Eurimilson João Daniel (Escad) - Franz Treu (Atlas Copco) - Gilberto Leal Costa - Gino Raniero Cucchiari (CNH) - João Lazaro Maldi Jr. (CCCC) - João Ney P. Colagrossi (Metso) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luis Gustavo Pereira (Tracbel) - Marcos Bardella (Brasif) - Mario Humberto Marques (Andrade Gutierrez) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Shark) - Nelson Costábile Barros (Constran) - Paulo Gama (Goodyear) - Paulo Lancerotti (Sotreq) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vasquez (Mills) - Silvimar Fernandes Reis (Galvão Engenharia) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Vicente Bernardes - Vicente Cracasso (Equisul) - Yoshio Kawakami (Volvo)

Diretor Regional

Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A

sumário

Capa: Montagem com fotos da Galvão Engenharia, Komatsu e Volvo.

Dimensionamento de frotas

Dimensionamento de flotas Máximo aproveitamento das máquinas Aprovechamiento máximo de la maquinaria Custo de operação, baixa ociosidade das máquinas e sua adequação às operações figuram entre os itens considerados na hora de se dimensionar a frota El costo de operación, el corto tiempo ocioso y la adecuación de la maquinaria a las operaciones son algunos de los elementos a tener en cuenta en el momento de dimensionar la flota

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Pneus

Neumáticos Cuidados que prolongam a vida útil Cuidados que hacen posible nuevas vidas Especialistas explicam os cuidados necessários para a viabilidade da recuperação de pneus, bem como as técnicas para execução do serviço com qualidade Especialistas explican no solo los cuidados necesarios para que la recuperación de neumáticos sea factible, sino también la forma de ejecutar el servicio con calidad

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Revista M&T - Conselho Editorial

Presidente: Cláudio Schmidt Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques, Paulo O. Auler Neto, Permínio A. M. de Amorim Neto, Pedro Luiz Giavina Bianchi, Silvimar F. Reis. Gerente Geral: Hugo José Ribas Branco Produção Gráfica: DSGE Editor: Haroldo Aguiar Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques di Petta A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Prol Filiado à:

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Guindastes

Grúas Um tipo para cada aplicação Un tipo para cada aplicación Diferenças entre diversos tipos de guindastes determinam seu uso em variados tipos de aplicações Diferencias que existen entre los distintos tipos de grúas determinan su uso en las más diversas aplicaciones

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manutenção tecnologia

Mineração

Minería Manutenção focada no custo Mantenimiento centrado en el costo Para manter a frota de equipamentos operando de forma ininterrupta em suas minas, MBR equilibra-se entre a manutenção corretiva e preventiva Para mantener la flota de máquinas ininterrumpidamente en operación en sus minas de hierro, MBR mantiene un equilibrio entre el mantenimiento correctivo y el preventivo

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Perfil

Entrevista A frota como um bem estratégico La flota como un bien estratégico Entrevista com Silvimar Fernandes Reis, diretor de Suprimentos da Galvão Engenharia Silvimar Fernandes Reis, director de Suministros de Galvão Engenharia

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Manutenção

Mantenimiento Passo a passo na retífica de motores Paso a paso en la rectificación de motores

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Feiras & Eventos

Feiras y Eventos Inovações em obras de concreto Innovaciones en obras de hormigón Delegação de profissionais brasileiros vai a Las Vegas conferir as novidades em equipamentos para execução, recuperação e demolição de concreto Delegación de ingenieros brasileños va a Las Vegas a informarse de las novedades en maquinaria para la ejecución, recuperación y demolición de hormigón armado

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SEÇÕESsecciones NotasNotas ............................................................................................................................... 08 Quadro comparativoRecuadro Comparativo Caminhões basculantes 6x4Camiones basculantes 6x4.................................................... 39 Tabela de CustosTabla de Costos......................................................................................................... 40 Espaço opusEspacio Opus................................................................................................................ 45 Espaço AbertoEspacio Abierto............................................................................................................

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terex


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terex


notas

Vale compra mais de 300 caminhões com suporte de manutenção Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Retroescavadeira Case, quem diria, um equipamento cinqüentão

Case 320: trator agrícola com implementos para obras

A retroescavadeira Case, líder no Brasil nesse segmento de máquinas de construção com maior demanda em termos de unidades vendidas, chega aos 50 anos de existência com vigor. A data está sendo comemorada pela empresa, pertencente ao grupo CNH, que em fevereiro de 1957 lançou nos Estados Unidos um trator agrícola com implemento de retro e de pá-carregadeira. Nascia o modelo Case 320, que ajudou a consolidar o conceito de retroescavadeira mundo afora. Sua versatilidade em serviços de escavação de valas, carregamento e outras aplicações impulsionou as vendas e os primeiros modelos, já da linha 580, chegaram ao Brasil em 1969, importados por empresas gaúchas. No ano seguinte, os equipamentos começaram a ser montadas no País, com a inauguração de uma fábrica em São Paulo. “Desde então lideramos esse segmento, com média de 40% de participação no mercado brasileiro nos últimos dez anos”, comenta Roque Reis, diretor Comercial da empresa. Segundo ele, a Case conta com mais de meio milhão de retroescavadeiras produzidas no mundo e responde pela maior população dessas máquinas no País, totalizando cerca de 30 mil unidades. Os equipamentos da marca encontram-se atualmente na série 580L e 580 SuperL, incorporando, ao longo desses 50 anos, melhorias como as funções de retorno à escavação da caçamba frontal, conjunto da retro com ângulo negativo, para melhor equilíbrio, braço extensível e outros.

General Enzo Peri assume comando do Exército

O general Enzo Martins Peri, que chefiou o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército até fevereiro último, foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar o comando da corporação, cargo no qual se reporta diretamente ao ministro da Defesa Waldir Pires. Sua nomeação faz parte da reforma ministerial prevista para o segundo mandato do presidente Lula da Silva. Sob a gestão de Enzo Peri à frente do DEC, o Exército brasileiro aumentou a participação nos projetos de infra-estrutura do governo Federal, por meio de sua Diretoria de Obras em Cooperação (DOC). O DEC/DOC firmou então um convênio com o Instituto Opus, da Sobratema, para certificar os soldados destacados para a execução das obras na operação de equipamentos, que se estendeu à Força de Paz da ONU (Organização das Nações Unidas), enviada pelo Brasil ao Haiti. Em junho último, o general marcou presença na abertura da M&T Expo 2006, como representante oficial da corporação. General Enzo Peri

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Modelo P420 8x4

Um negócio envolvendo a compra de mais de 300 caminhões rodoviários foi firmado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a Scania, que ganhou exclusividade no fornecimento de veículos desse tipo para as minas de ferro da empresa no Sistema Sul, em Minas Gerais, durante o ano de 2007. O modelo negociado é o P420 8x4, um caminhão basculante traçado próprio para serviços extrapesados em mineração, dotado de motor eletrônico de 420 cavalos e 40 t de capacidade de carga. O primeiro lote de veículos, no total de 120 unidades, foi entregue ainda no final de 2006 e os demais serão fornecidos ao longo deste ano, em quantidades ainda não determinadas. Segundo Christopher Podgorski, diretor geral da Unidade de Vendas e Serviços da Scania no Brasil, eles contam com caçamba de 18 m3 e freio auxiliar hidráulico Retarder. A novidade, entretanto, fica por conta do suporte de manutenção prestado pela fabricante à mineradora para todo o lote negociado, incluindo o estoque de peças. “O serviço será realizado pela Itaipú Máquinas e Veículos, nossa concessionária em Minas, que contará com postos de serviço avançados dentro das próprias minas”, diz Podgorski.


manutenção tecnologia

Foto: Divulgação

Volvo mantém crescimento e lança carregadeiras da série F A Volvo Construction Equipment Latin America (VCELA) encerrou mais um ano com crescimento. Segundo Yoshio Kawakami, presidente da empresa, as vendas em 2006 totalizaram um faturamento de US$ 237,5 milhões, com expansão de 22% Kawakami anuncia inovações na série F de carregadeiras Volvo em relação ao ano anterior. “Nos últimos seis anos, dobramos o volume de equipamentos comercializados, que saltou de cerca de 700 unidades, em 2001, para as 1.453 de 2006, mas o aumento na receita foi de três vezes”, diz ele. Essa maior expansão no faturamento, segundo o executivo, deve-se ao reposicionamento da marca, com foco em equipamentos de maior porte. Kawakami estima que a Volvo responde por cerca de 16% desse mercado, em unidades comercializadas, e aponta ainda o crescimento na área de serviços de manutenção, que já responde por cerca de US$ 45 milhões das receitas da empresa. O principal mercado da VCELA continua sendo o Brasil (53%), mas a maior expansão ficou por conta do México e América Central. “Há muitas oportunidades na América Latina, cuja economia deve continuar crescendo acima da média mundial, impulsionada pela forte demanda global por commodities como minérios, e no Brasil surge um alento com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado pelo governo.” Ao longo de 2007, a fabricante planeja um aperfeiçoamento em sua linha de carregadeiras com o lançamento da série F dos modelos L60, L70, L90, L110, L120, L150, L180, L220 e a nova L350F, de grande porte, para uso em mineração. Elas serão equipadas com novo sistema de transmissão, mais suave, aumento na carga de tombamento (o que permite o uso de caçambas maiores) e cabines mais confortáveis.

Liebherr fornece 12 gruas para obra no Chile A construção do Costanera Center, maior complexo de torres de escritório em implantação na América do Sul, rendeu à Liebherr um contrato para a venda de 12 gruas de torre das classes de tamanho de 90 a 200 mt. O empreendimento, orçado em US$ 300 milhões, envolve a implantação de quatro prédios em Santiago do Chile, sendo um deles de 300 m de altura, o maior em todo o hemisfério Sul. Com 42 mil m2 de área construída, o empreendimento está sendo executado pela construtora Salfa, com entrega programada para 2009. Para isso, a empresa vai mobilizar em sua obra vários modelos de gruas da fabricante, com raios de alcance de até 60 m. O maior será o modelo 355 HC-L, com 308 m de altura de gancho. Os equipamentos foram entregues entre dezembro de 2006 e fevereiro de 2007.

Projeto Onça Puma inicia com obras e aquisições Com investimentos previstos de US$ 1,43 bilhão, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) deu a partida para a implantação de seu projeto Onça Puma, no Pará, para a produção de 58 mil t/ano de níquel contido em ferro-níquel, a partir de 2009. As obras de infra-estrutura foram contratadas a empresas como a construtora Odebrecht, Semenge, Estacon, Usimec e Alusa, enquanto a mineradora realiza a licitação para compra dos equipamentos para as operações de lavra e beneficiamento mineral. Segundo José Lancaster, diretor executivo de Não-Ferrosos da CVRD, o índice de nacionalização nas encomendas ficará em torno de 84%. Apenas para suprir a mina com equipamentos, e empresa deve destinar cerca de US$ 250 milhões dos investimentos previstos. Outros US$ 230 milhões estão sendo aportados na implantação da infra-estrutura necessária, envolvendo serviços de terraplenagem, obras civis, a construção de 160 km de estradas, 250 km de linhas de transmissão, 12 pontes e a montagem de 17,6 mil t de estruturas metálicas. Onça Puma está prevista para entrar em operação em duas etapas, entre novembro de 2008 e fevereiro de 2009.

Construtoras esperam crescer 50%

Por conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado pelo governo Federal, as construtoras especializadas no setor de rodovias projetam um crescimento de 50% nos negócios em 2007. A expectativa é de José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), que estima uma receita bruta de R$ 7,5 bilhões para o setor, contra os R$ 5 bilhões registrados em 2006. Os investimentos em construção e recuperação de estradas compõem a molamestra do PAC, que se encontra em votação no Congresso Nacional com a proposta de um aporte de R$ 33,4 bilhões nesse setor até 2010. “A retomada dos grandes projetos deve atrair a atenção de empresas que, por falta de investimentos nessa área, partiram para outros segmentos da construção”, avalia Ribeiro.


DIMENSIONAMENTO DE FROTAS

Máximo aproveitamento das máquinas

Foto: Queiroz Galvão

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Custo de operação, baixa ociosidade das máquinas e sua adequação às operações figuram entre os itens considerados na hora de se dimensionar a frota

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omo planejar a frota para uma determinada operação, no canteiro de obras ou frente de lavra, com o objetivo de obter maior produtividade e menores custos? Para solucionar essa equação, profissionais da área de equipamentos de construtoras e mineradoras se debruçam sobre o dimensionamento das máquinas a serem usadas e, nesse desafio, tomam como base os índices de produção previstos e o tempo de mobilização dos ativos. Esse dimensionamento, no caso das construtoras, começa na etapa de concorrência, conforme explica Pedro Luiz Giavina Bianchi, da área de Administração de Frotas da Camargo Corrêa. “Nessa fase, recebemos a indicação dos equipamen-

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tos necessários à obra e contamos com apenas três possibilidades para seu suprimento: ou temos a máquina disponível para mobilização, ou precisamos adquiri-la no mercado, seja pela sua compra ou por locação”, diz ele. A primeira opção prevalece sobre as demais, pois dispor de um equipamento pronto para mobilização representa alocar um ativo já amortizado, total ou parcialmente, o que se traduz em maior competitividade no projeto. Mas nem sempre isso é possível e, nesses casos, a decisão entre comprar ou locar será determinada pelo período de uso e o tipo de máquina necessária. “Em função disso, orçamos os custos da obra

Aprovechamiento máximo de la maquinaria ¿Cómo planificar la flota para ejecutar una determinada operación en el obrador o en el frente minero de modo de obtener la mayor productividad al menor costo? Para responder a ese desafío, los profesionales a cargo del sector de equipos de las empresas constructoras y mineras están empeñados en calcular el dimensionamiento correcto de la flota de equipos y para ello toman como base los índices de producción previstos y el tiempo de movilización de los activos. En el caso de las empresas constructoras, el cálculo del dimensionamiento empieza ya en la etapa de la licitación, como explica Pedro Luiz Giavina Bianchi, del departamento de administración de flotas de la empresa


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workshop


DIMENSIONAMENTO DE FROTAS e revisamos esse cálculo antes do seu início efetivo, já que no Brasil temos um histórico de adiamentos e antecipações de cronogramas, mudanças de projeto e outras variáveis que acabam interferindo no dimensionamento da frota”, afirma Bianchi. Ele explica que, dependendo do perfil do empreendimento, a mobilização de máquinas de menor porte por períodos superiores a 12 meses pode tornar sua compra mais vantajosa. “Mas precisamos analisar também o tipo de equipamento e a sua taxa de ocupação futura diante da carteira de obras atual e dos projetos a serem disputados pela companhia.”

Adequação da frota Gervásio Edson Magno, superintendente de Equipamentos da construtora Queiroz Galvão, compartilha da mesma opinião. “Sempre optamos primeiro pela aquisição e só partimos para a locação no caso das máquinas de uso específico.” Aos profissionais do setor cabe a tarefa de dimensionar uma frota flexível o suficiente para se manter com alta taxa de ocupação, o que resulta em menores custos para a empresa e ganho de competitividade. Mas num país como o Brasil, onde a imprevisibilidade marca a implantação dos novos projetos de infra-estrutura, manter o parque de máquinas com baixos índices de ociosidade revela-

Camargo Corrêa. “Durante esa etapa, recibimos la información acerca de la maquinaria necesaria para la obra y contamos con solo tres posibilidades de aprovisionamiento: o tenemos máquinas disponibles o necesitamos conseguirlas en el mercado, ya sea por compra o alquiler”, dice Bianchi. La primera opción es la más ventajosa de las tres, puesto que disponer de equipos listo para ser usado representa asignar un activo ya amortizado, lo que agrega competitividad a la propuesta. Sin embargo, no siempre es posible disponer de equipos propias, en cuyo caso la decisión entre comprar y alquilar será determinada por el período de uso y el tipo de la máquina que se necesita. En función del perfil del emprendimiento, si fuera necesario usar maquinaria de menor tamaño durante períodos superiores a 12 Foto: Divulgação

Carregadeiras: cumprem ciclo mais longo que escavadeiras, porém com maior volume de material em cada passe

Essa variável, conforme explica Bianchi, faz com que a locação seja a opção preferencial para máquinas de uso muito específico, como guindastes de grande porte, por exemplo. “O custo total sempre é menor quando se opera com equipamento próprio, embora tanto nesse caso como na locação o suporte de manutenção nos canteiros fique por nossa conta.” A frota da Camargo Corrêa, segundo ele, totaliza cerca de 1.700 máquinas de grande porte, além das unidades contratadas de terceiros.

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se uma tarefa complicada. Por conta dessa variável, as construtoras promoveram uma adequação em suas respectivas frotas. Na Queiroz Galvão, por exemplo, que conta com cerca de 3.000 equipamentos móveis (incluindo escavação, carga, transporte, terraplenagem, pavimentação e produção de concreto), as carregadeiras foram praticamente substituídas pelas escavadeiras nas tarefas de carregamento. “Elas atuam apenas na alimentação de usinas de concreto e de asfalto, pois preferimos uma máquina que realiza esse traba-

meses, es posible que sea más conveniente comprarla. “No obstante, es necesario analizar también el tipo de equipos y su tasa de uso futura en función de la cartera de obras actuales y de los proyectos en que la compañía se presentó a licitación”, afirma Bianchi. Los profesionales del departamento están a cargo de dimensionar una flota lo suficientemente flexible para mantener un bajo nivel de ociosidad. Con la reducción del volumen de obras de infraestructura, las empresas constructoras adecuaron sus parques de máquinas. Por ejemplo, en la compañía Queiroz Galvão, que cuenta con aproximadamente 3.000


Foto: Divulgação

máquinas autopropulsadas, prácticamente todos los cargadores fueron reemplazados por excavadoras en las labores de carga. “Solo se las usa para alimentar las plantas de hormigón y asfalto, puesto que preferimos usar máquinas que no solo ejecutan esa tarea, sino que también extraen materiales”, afirma Gervásio Magno, superintendente de maquinaria de la empresa constructora. La innegable ventaja de las excavadoras, de uso más flexible en diferentes operaciones, hace que sean el tipo de máquina preferido por las empresas constructoras, pero las palas cargadoras también demuestran competitividad en determinadas aplicaciones. La adecuación de las constructoras también abarca el perfil de la flota de transporte: los camiones fuera de carretera están siendo reemplazados por camiones para carretera. “En el Brasil, usamos solo vehículos 6x4 y, cuando necesitamos uno fuera de carretera, lo alquilamos”, explica Bianchi, de Camargo Corrêa.

manutenção&tecnologia

Caminhões articulados: ideais para pequenas distâncias em terrenos acidentados e de baixa capacidade de suporte

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DIMENSIONAMENTO DE FROTAS

Escavadeira x carregadeira Como selecionar o melhor equipamento?

Foto: Divulgação

Segundo os especialistas entrevistados pela revista M&T, a flexibilidade na aplicação das escavadeiras hidráulicas torna esse equipamento o preferido pelas construtoras. Carlos Eduardo Mendonça, engenheiro da Komatsu, concorda com essa vantagem, mas ressalta que sua dificuldade de deslocamento em grandes distâncias deve ser considerada quando existe a necessidade de mudanças constantes de frente de serviço. Quanto às carregadeiras de rodas, seu deslocamento é mais fácil e ágil, porém só trabalham com material solto (detonado ou trabalhado por outra máquina, como tratores, por exemplo). No ponto de vista do usuário, essa demanda por mais um equipamento pode implicar em maior custo da operação. Mendonça explica ainda que a escavadeira hidráulica requer menores praças de operação e, apesar de ter caçamba menor em capacidade, se comparada a uma carregadeira de rodas com produtividade similar, apresenta um ciclo sensivelmente mais rápido. “Ela pode escavar e carregar em níveis diferentes e seu posicionamento em cota mais elevada que a praça de manobra dos caminhões é a situação que possibilita maior produtividade.” Já as carregadeiras são normalmente operadas no mesmo nível dos equipamentos de carga. Boris Sanchez, gerente da linha de carregadeiras da Volvo, também ressalta a vantagem desse equipamento para aplicações que exigem seu constante deslocamento, mas aponta os benefícios proporcionados pela escavadeira na seleção de material, como a remoção de matacos, por exemplo. “O número de passes é um item importante para a seleção das máquinas, mas não o único, pois fazer o carregamento com poucas caçambadas pode representar um impacto elevado sobre o caminhão e danos em seus eixos.” Por esse motivo, ele recomenda a análise de outras variáveis na seleção dos equipamentos de carga e transporte, como a largura de suas respectivas caçambas, a altura de descarga da carregadeira, em comparação à caçamba do caminhão, e a distância dos seus pneus. “Em geral, as pás-carregadeiras atingem carga por ciclo maior que as escavadeiras, embora o tempo de ciclo desta última seja menor; por esse motivo, cada caso deve ser analisado individualmente.”

Carregamento com a escavadeira acima do nível do caminhão: situação ideal

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lho e também desagrega o material”, afirma Gervásio. A inegável vantagem das escavadeiras, mais flexíveis para uso em diferentes operações, torna esse tipo de equipamento o preferido entre as construtoras, mas as páscarregadeiras também se demonstram competitivas em determinadas aplicações (veja boxe acima). A adequação das construtoras diante da queda no volume de obras de rodovias e hidrelétricas se estende ainda ao perfil da frota de transporte, onde os caminhões off-road cederam espaço para os modelos rodoviários. “No Brasil, operamos apenas com veículos 6x4 e, quando precisamos de um fora-de-estrada, recorremos a uma locadora”, diz

Bianchi, da Camargo Corrêa. Segundo Gervásio, da Queiroz Galvão, os modelos fora-de-estrada encontram aplicação em serviços específicos, como a execução de fundações de barragem ou, no caso dos articulados, em obras de túneis ou terrenos irregulares e com baixa capacidade de suporte. “Seu custo de aquisição é três vezes maior que o de um caminhão rodoviário, mas sua vida útil também é três vezes maior; o que pesa a favor dos modelos convencionais é o custo total de operação, incluindo combustível, pneus e peças de reposição, que chega a ser um quarto dos off road.” Custo de operação Na hora de planejar a frota, o custo pela quantidade de serviço realizada pelas máquinas constitui um dos principais itens a se considerar, conforme explica Carlos Eduardo

Escavadeira: flexível, porém de difícil deslocamento


manutenção tecnologia

Foto: Divulgação

Mendonça, engenheiro da Komatsu Brasil Intenational. Para isto, ele explica que algumas variáveis da operação devem ser analisadas in loco, como a produção necessária, densidade do material, características da praça de carga, traçado, distância e velocidade de transporte, relevo e superfície de rolamento, entre outros pontos. “A precisão desse dimensionamento é diretamente proporcional à exatidão das informações”, diz ele. Por meio de seus distribuidores, a empresa disponibiliza assessoria aos clientes para esse dimensionamento com a coleta de dados ou a análise do projeto no local de operação. As informações são processadas pelo software da Komatsu, o OFR (Optimun Fleet Recomendation), que permite recomendar a melhor interação de frota. “Como os dados estão em meio digital, simulamos várias opções de

MBR testa caminhões rodoviários 10x4 Pioneira entre as grandes mineradoras do País no uso de caminhões rodoviários traçados para o transporte de minério e estéril, a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) está desenvolvendo um novo modelo de veículo para suas operações. Segundo Maurício Leite, engenheiro máster da empresa, o caminhão em questão será do tipo 10x4, mais reforçado que os tradicionais 8x4. “Entre as máquinas de pequeno porte usadas nas minas, temos soluções adequadas para o carregamento do material, mas no transporte precisamos de algo mais robusto”, diz ele. Nas operações da MBR, que movimenta anualmente entre 1,3 milhão t e 13,5 milhão t de minério em cada uma de suas oito minas de ferro (veja matéria na página 30), a denominação de máquinas de pequeno porte se refere aos caminhões de 40 t (os modelos 8x4), carregados por escavadeiras de 60 t ou pás-carregadeiras com caçamba de 4,5 m3. Na outra ponta, dos equipamentos gigantes, estão as escavadeiras a cabo, do tipo shovel, que alimentam caminhões fora-de-estrada de 136 e 150 t de capacidade. “O que determina um tipo ou outro é o volume de produção e a demanda por flexibilidade no seu deslocamento entre as frentes de lavra”, explica Leite. O engenheiro salienta que, nos últimos dois anos, os caminhões traçados converteram-se em um dos principais gargalos nas operações das minas, embora seja inegável sua vantagem em termos de custo total. Como o projeto dos novos 10x4 encontra-se em desenvolvimento, ele não revela informações sobre o veículo, cujo fornecimento está sendo disputado por três fabricantes, dois deles com unidade instalada no Brasil. “Um optou por um projeto nacional, enquanto outro trouxe uma solução importada e o terceiro adquiriu tecnologia no exterior e está desenvolvendo protótipos no País.” Para Leite, o avanço no uso de caminhões rodoviários em grandes mineradoras pode representar um golpe aos tradicionais fornecedores de máquinas para o setor. Entre as vantagens, ele cita o menor prazo de entrega, baixo custo operacional, maior flexibilidade na utilização e inexistência de ociosidade. “Como atingem menor vida útil, oferecem atualização tecnológica em curto espaço de tempo.” máquinas para carga e transporte com vista à maior produtividade e menor custo.” O serviço é oferecido aos clientes sem custo – e até mesmo sem o compromisso de aquisição dos equipamentos da marca – assim como faz também a Volvo Construction Equipment (VCE), conforme explica Boris Sanches, gerente da linha de carregadeiras da montadora. “Existem áreas cinzas nas quais podemos escolher um tipo de máquina ou outro, seja comparando uma carregadeira a uma escavadeira ou analisando um caminhão fora-de-estrada em relação a um modelo rodoviário, mas sempre existe uma opção mais adequada em termos de custo, pois a

produtividade da operação necessariamente não é a soma da produtividade dos equipamentos analisados”, ele afirma. Como exemplo, Sanchez cita a inegável competitividade dos caminhões rodoviários, especialmente os com tração 6x4 ou 8x4, no transporte de materiais em distâncias da fai-

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DIMENSIONAMENTO DE FROTAS

Suporte de manutenção integra pacote de vendas

Com participação crescente no mercado de caminhões para construção e mineração, a Scania também oferece às empresas desses setores o suporte no dimensionamento de suas respectivas frotas. Celso Mendonça, engenheiro de Vendas da montadora, explica que o serviço constitui um apoio aos clientes, sem custo adicional. “Desenvolvemos um software para identificar a quantidade de veículos necessária dentro de determinado índice de produção planejado e, em geral, quem solicita esse tipo de serviço são mineradoras em estágio de implantação”, diz ele. Como os demais fabricantes, seu objetivo é vender caminhões e, nesse ponto, ele lista as vantagens do modelo FM 420, um 8x4 com 35 t de capacidade de carga líquida, indicado para serviços fora-de-estrada. “Ele atinge até 20 mil h de trabalho, mesmo em operações mais severas, proporcionando menor custo de operação que os convencionais equipamentos off road, bem como tempos de basculamento e de ciclo inferiores”. Quando o veículo atinge o estado de fadiga para uso nas operações, Mendonça ressalta a possibilidade de seu aproveitamento em tarefas de apoio, como caminhão-pipa, por exemplo. Para realizar o dimensionamento, a montadora visita o local onde os equipamentos vão trabalhar, analisando distâncias, perfil topográfico, velocidade de transporte, densidade do material, configuração das pistas e praça de operações, capacidade do britador e outras variáveis. “Com isto, desenvolvemos um perfil de caminhão adequado para cada operação, como reforço de eixos ou caixa de câmbio, mudanças na motorização ou no sistema de transmissão”, explica o engenheiro. Nesse serviço, a Scania conta com a parceria de fabricantes de caçamba, que também realizam a customização desse item. Segundo Mendonça, a venda dos caminhões é realizada juntamente com um pacote de suporte aos clientes, incluindo serviços de manutenção, estoque de peças, garantia contra ociosidade e disponibilidade mecânica de 92%. Nas simulações realizadas para esses veículos, ele afirma que o equipamento ideal para seu carregamento são escavadeiras ou carregadeiras com caçamba de 4,5 m3, possibilitando seu enchimento em quatro ou seis passes. “Tudo depende da densidade do material.” Por conta das vantagens proporcionadas por esse tipo de caminhão, ele ressalta que os modelos 8x4 já representam cerca de 50% da frota de transporte usada pelas mineradoras de Minas Gerais. Essa participação corresponde ao número de unidades em operação e, como um fora-de-estrada convencional de grande porte transporta cerca de quatro vezes ou mais que esse modelo rodoviário, sua fatia no volume de carga movimentada fica em torno de 20% a 25%. “É difícil consolidar um levantamento em todo o Brasil, pois as operações de construtoras e pedreiras são muito pulverizadas no País”, conclui Mendonça. Foto: Queiroz Galvão

Equipamentos são dimensionados para permitir baixa ociosidade ao longo da vida útil

Pá-carregadeira: seleção deve considerar a altura de descarga da caçamba e distância de pneus

xa de 20 km. “Sob condições especiais, entretanto, como o tráfego em terrenos irregulares ou argilosos, em distâncias de 5 km, o modelo articulado revela-se muito econômico.” O software desenvolvido pela montadora para prestar esse serviço é o Volvo CE Site Simulation, no qual a empresa aplica os mesmos conceitos descritos acima. Construtoras consultadas pela revista M&T afirmam recorr e r p o u c o a e s s e t i p o d e s e r v iço oferecido pelos fabricantes, que se revela útil especialmente q u a n d o a e m p r e s a i n g r e s sa n u m novo ramo de atividade (por e x e m p l o , q u a n d o u m a e m p r e it e i r a e s pe c i a l i z a d a e m t e r r a p l en a g e m g a n h a s e u p r i m e i r o c o ntrato na área de petróleo e gás). M e s m o a s si m , S a n c h e z r e s s a l t a q u e , d e s d e 2 0 0 3 , q u a n d o a V o lv o c o m e ç o u a r e a l i z a r e s s e p l anejamento de frotas, cerca de 50 consultorias foram prestadas a construtoras e mineradoras da América Latina. “O cliente detém a experiência relativa a sua operação e sabe como fazer seu dimensionamento, mas em geral solicita esse apoio para validar as avaliações internas”, conclui Sanchez. FONTES Camargo Corrêa: www.cccc.camargocorrea.com.br Construtora Queiroz Galvão: www.queirozgalvao.com Komatsu: www.komatsu.com.br MBR: www.mbr.com.br Scania: www.scania.com.br Volvo: www.volvoce.com

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Fotos: CBA

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Lição de eficiência Com o aproveitamento de máquinas desmobilizadas, locação de algumas unidades e aquisição de outras, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) amplia a lavra de bauxita e expande sua produção de alumínio primário A aquisição de uma escavadeira, uma motoniveladora e um trator de esteiras foi o suficiente para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) iniciar a operação de um de seus mais ambiciosos projetos de expansão. A empresa, pertencente ao grupo Votorantim, começa a produzir bauxita na mina de Miraí (MG) a partir do segundo semestre de 2007 e, segundo seu diretor de Mineração, Carlos Augusto Parisi, já disponibilizou investimentos de R$ 4,7 milhões para a compra dos equipamentos de lavra. O valor corresponde a pouco mais de 3% dos investimentos previstos em Miraí, que está consumindo o aporte de R$ 150 milhões. Tal eficiência na aplicação dos recursos se deve, em grande parte, ao planejamento integrado das operações de lavra, que envolvem ainda as minas de Poços de Caldas e Itamarati, todas em Minas Gerais. “Com a inauguração da nova planta, pretendemos diminuir a extração nas que já estavam em funcionamento e aumentar o tempo de vida útil de cada

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uma delas”, diz Parisi. Com isso, parte dos equipamentos em operação naquelas unidades será transferida para Miraí e o restante da frota necessária será complementado por meio de locação. A nova mina foi dimensionada para produzir até 4 milhões t/ano de bauxita beneficiada e entra em operação com um quarto de sua capacidade instalada. Devido às características físico-químicas do minério e à formação geológica da reserva, um corpo mineral de cerca de 12 m de espessura e que aflora até a superfície, a lavra será realizada por tratores de esteira. Os equipamentos vão atuar na desagregação do material, formando pilhas para que as escavadeiras possam realizar o serviço de carregamento. Em janeiro último, a empresa concluiu a expansão de sua fábrica de alumínio primário, localizada no município de Alumínio (SP), cuja capacidade instalada saltou de 405 mil t/ano para 475 mil t. Para atender a essa nova demanda, a produção de bauxita – matéria-prima usada nesse

processo – nas minas da companhia precisa aumentar em 350 mil t/ano e, até a unidade de Miraí entrar em operação, será suprida pela planta de Poços de Caldas. “Ela tem capacidade para a lavra de 60 mil t/mês de minério durante a época de chuva e, no período de seca, entre maio e setembro, podemos extrair até 170 mil t/mês, algo que não era necessário e podemos fazer este ano para atender a demanda criada pela expansão da fábrica”, explica Parisi. Restrições com umidade A unidade de Poços de Caldas opera com cinco frentes de lavra, em bancadas de 2,5 m de altura por 5 m de largura. A frota de equipamentos empregados na mina conta com seis escavadeiras da classe de 20 t e igual quantidade de tratores de esteiras. “Além disso, usamos carregadeiras 966 e 962G e uma variedade de equipamentos de apoio, como caminhões-pipa, comboios de lubrificação e outros, todos terceirizados.” O transporte de minério até a planta de beneficiamento, em distâncias


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Projeto contempla futuras expansões A expansão da fábrica de alumínio primário da CBA é o terceiro projeto do gênero implantado nessa unidade nos últimos cinco anos, que somaram investimentos de R$ 3,5 bilhões e ampliaram sua produção de 240 mil t/ano para 475 mil t. Com isto, a fábrica passa a figurar como maior planta integrada de transformação de alumínio do mundo. Mas o presidente da CBA, empresário Antônio Ermírio de Moraes, quer mais. “Temos um projeto para chegar a 2011 com uma produção de 615 mil t/ano”, ele afirma. Como a empresa é auto-suficiente no abastecimento de bauxita, a maior demanda por essa

matéria-prima no processo de transformação de alumínio será suprida pela segunda, terceira e quarta etapa de implantação da mina de Miraí, atingindo a capacidade total de 4 milhões t/ano de minério. Além disso, a companhia está iniciando pesquisa de reservas na região de Paragominas (PA) e implantando a mina de Barro Alto (GO), dimensionada para 900 mil t/ano e com início das atividades previsto para 2008. Apenas na primeira etapa de operação de Mirai e nesse último projeto, os investimentos em mineração chegam a R$ 385 milhões.

médias de 18 km, emprega uma frota de caminhões rodoviários 6x4 equipados com caçamba basculante de 10 t e 15 t de capacidade. Como o minério é friável e poroso, Parisi explica que seu desmonte dispensa o uso de explosivos. As escavadeiras operam sobre a pilha preparada e despejam o minério sobre a caçamba dos caminhões, cumprindo uma média de sete passes em cada carregamento. Esse tipo de operação, segundo o executivo, impede a contabilização do tempo de ciclo exato no carregamento, pois se a bancada estiver úmida, por exemplo, o operador precisa fazer um giro completo da máquina para evitar seu desnivelamento. A umidade também atrapalha o aproveitamento do minério. “Pre-

cisamos beneficiá-lo e, por isso, extraímos quase o dobro de material para produzir a mesma quantidade de bauxita produzida em outras minas, como a de Itamarati, por exemplo, onde não há a necessidade de beneficiamento”, afirma Parisi. Ele ressalta que, além do ganho de produtividade e flexibilidade no carregamento, o uso de escavadeira permite a prática de lavra seletiva, principalmente quando o solo está muito úmido. “Nessas situações, torna-se necessária a separação de argila, rocha e outros materiais que se misturam ao minério, o que reduz nossa produção na época chuvosa.” Segundo Parisi, o processo descrito faz com que a operação não possa ser feita com tratores e carregadeiras, pois danifica o minério.

Minério friável dispensa uso de explosivo no desmonte

Lección de eficiencia La adquisición de una excavadora, una motoniveladora y un tractor topador fue suficiente para que la Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) pusiera en marcha uno de sus proyectos de expansión más ambiciosos. La empresa, que forma parte del grupo Votorantim, empezará a producir bauxita en la mina de Miraí (Minas Gerais) a partir del segundo semestre del 2007 y, según informa su director de minería, Carlos Augusto Parisi, ya ha dispuesto una inversión de 4,7 millones de reales para la compra de la maquinaria minera necesaria. Ese monto corresponde a poco más del 3 % de las inversiones previstas para la mina de Miraí, que alcanzarán un valor total de 150 millones de reales. Esa eficiencia en la aplicación de los recursos se debe, en gran medida, a la planificación integrada de las operaciones de extracción, que abarca también a las minas de Poços de Caldas e Itamarati, todas en el estado de Minas Gerais. FONTES CBA: www.aluminiocba.com.br

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Cuidados que prolongam a vida útil Especialistas explicam os cuidados necessários para a viabilidade da reforma de pneus e como realizar o serviço com qualidade Por Haroldo Aguiar

O gerenciamento do uso de pneus em equipamentos de construção e mineração, os denominados modelos OTR (das iniciais de off the road), exige cada vez mais atenção por parte dos profissionais da área de equipamentos. Se a reforma desse item já constituía uma prática usual entre construtoras e mineradoras, sua atratividade econômica aumenta diante da forte demanda pelo produto, que impulsiona seu preço e até mesmo o desabastecimento, no caso dos modelos de maior diâmetro. “Ao custo de 40% de um pneu novo, é possível recapar um usado e ele ganha nova vida, mesmo para aplicações mais severas”, afirma Armando Sagula Júnior, diretor da Pneubom, empresa especializada nesse tipo de serviço. Segundo o especialista, pneus fora-de-estrada podem ser submetidos a várias reformas e tudo depende dos cuidados tomados pelo usuário na sua conservação. Verificar a calibragem regularmente, não exceder os limites de carga, realizar os consertos corretamente, quando necessários, e manter a praça de operações sempre limpa, de forma a se evitar avarias, figuram entre esses cuidados. Delmar Hoff, diretor presidente da empresa reformadora que leva seu sobrenome, compartilha da mesma opinião. “Temos clientes para os quais já realizamos oito reformas no mesmo pneu desde 1994, atingindo uma média de 4.000 h trabalhadas em cada recapagem”, diz ele. O sucesso do serviço também está associado ao momento certo em que o pneu é retirado do equipamento. Para cada aplicação há um momento mais adequado, de acordo com o ângulo de inclinação enfrentado pela máquina, carga transportada, abrasividade do solo e outras variáveis, mas em geral os especialistas recomendam a recapagem quando o pneumático ainda conta com cerca de 10% a 20% de cobertura (profundidade de sulco). “Usar um pneu até deixá-lo liso é uma atitude antieconômica, pois o usuário não deve balizar seus custos apenas na primeira vida do produto, mas sim em termos do retorno de capital que ele proporciona”, pondera Hoff.

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Foto: CVRD

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Recapagem ou recauchutagem?

No mundo das borracharias e empresas reformadoras, detalhes semânticos podem ocultar diferenças de conceitos ou de processos de recuperação do pneu. Veja abaixo os principais termos empregados nesse universo e seus significados: • Conserto: Serviço de recuperação de avarias em pontos específicos do pneu, como a aplicação de manchão em furos ou cortes. • Recapagem: Também denominado como recape ou top cap, refere-se ao processo de substituição apenas da área da banda de rodagem. • Recauchutagem: Indica a substituição da banda de rodagem e restauração da área lateral do pneu (ombros). Também conhecido como full cap. • Reforma: Termo genérico aplicado ao processo de renovação do pneu. Sinônimo de recuperação. • Remoldagem: Substituição total da parte externa do pneu, incluindo banda de rodagem, ombros e flancos, até a região dos talões. Também conhecido por bead to bead (de talão, em inglês).

NEUMÁTICOS Cuidados que prolongan la vida útil La gestión del uso de los neumáticos de la maquinaria para la construcción y la minería, es decir, de los modelos denominados OTR (de las iniciales de off the road), exige cada vez más atención de parte de los profesionales a cargo de la maquinaria. Aunque la recuperación de los neumáticos ya era una práctica usual en las empresas mineras y constructoras, su atractivo económico aumenta por la fuerte demanda del producto, que produce el aumento de los precios e, incluso, el desabastecimiento en el caso de los modelos de diámetro más grande. “El costo es el 40 % del de un neumático nuevo, de modo que es posible recauchutar un neumático usado y darle nueva vida útil, incluso para las aplicaciones más exigentes”, afirma Armando Sagula Júnior, director de Pneubom, empresa especializada en este tipo de servicios. Según su opinión, los neumáticos fuera de carretera pueden ser sometidos a varias recuperaciones y el resultado solo depende de los cuidados del usuario en su conservación. Verificar la presión de inflado con regularidad, no exceder el límite de carga, arreglarlos correctamente siempre

Fotos: Pneubom

Fonte: Vipal e Pneubom

Estado da carcaça Para João Carlos Paludo, vice-presidente da Vipal, que fabrica produtos para reforma de pneus, a quantidade de recapagens e o momento de realizálas está associada ao tipo de trabalho enfrentado. “Existem máquinas cujos pneus podem ser reformados várias vezes, devido ao elevado nível de desgaste a que são submetidos, mas que não provoca fadiga em sua carcaça. Entretanto, em algumas aplicações eles podem operar por muito tempo sem esse desgaste, porém é o estado de conservação da carcaça que vai determinar sua recapabilidade”, diz ele. O gerente de Produto da linha fora-deestrada da Goodyear, Rubens Campos, compartilha dessa opinião. Como exemplo, ele cita o caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que optou por usar os pneus dos caminhões 793 em suas minas de ferro até o fim da primeira vida, sem preservar uma cobertura para futuras recapagens. Devido ao grande diâmetro do pneumático e a peculiaridades da operação, a qualidade e segurança do serviço exigiriam que ele fosse retirado com 50% de cobertura de banda, tornando sua reforma economicamente inviável. Entre outros cuidados para o sucesso da reforma, os especialistas recomendam observar as dimensões máximas

Antes da vulcanização (destaque), reforma passa por várias etapas, incluindo a de escareação (limpeza e descontaminação de áreas danificadas)

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que sea necesario, y mantener la playa de operaciones siempre limpia a fin de evitar pinchaduras, son algunos de los cuidados indispensables. El buen resultado del servicio ejecutado también está asociado al momento en que el neumático es retirado del servicio. En cada aplicación hay un momento más adecuado de acuerdo con el ángulo de la pendiente que la máquina enfrenta, la carga transportada, la abrasividad del suelo y otras variables, pero, en general, los especialistas recomiendan el recauchutado cuando el neumático todavía tiene del 10 % al 20 % de la cubierta (profundidad del surco). “Usar un neumático hasta que esté completamente liso es una actitud antieconómica, puesto que el usuario no debe dejarse llevar por el costo de la primera vida útil del producto, sino que debe tener en cuenta el retorno de capital que proporciona”, dice Hoff. Entre otros cuidados que deben te-

ner las empresas de recuperación de neumáticos para asegurar el éxito de la reforma, los especialistas recomiendan observar las dimensiones máximas de cortes y pinchaduras, que pueden hacer que el servicio no sea factible, así como montar y desmontar de forma correcta el neumático, para evitar daños irreparables en el talón. Uno de los principales parámetros a tener en cuenta es la calidad de las empresas, que usan diferentes tecnologías de recauchutado, en general la propia, pero que invariablemente siguen un proceso común. Debido a esas diferencias, el costo del servicio pude variar del 20 % al 60 % del valor de un neumático nuevo, y la durabilidad de la segunda vida útil y de las subsiguientes también varía. “Como fabricamos nuestros propios compuestos, garantizamos que nuestras bandas de rodadura duran tanto o más que las de un neumático nuevo”, afirma Armando Sagula, de la empresa Pneubom.

Etapas da reforma de um pneu 1) Limpeza: Poeira, terra e outros agentes que possam ocasionar contaminação nas etapas seguintes são removidos por meio de escovas e jatos de ar de alta pressão. 2) Secagem: Em estufas, elimina-se a umidade nas partes interna e externa, evitando a formação de bolhas durante a vulcanização. 3) Inspeção: Avaliação dos danos, deformações, cortes ou furos e zonas de separação interna, identificando as áreas que exigem reparos. Dependendo da extensão das avarias, o pneu pode ser recusado para reforma nessa etapa. 4) Raspagem: Remoção da borracha remanescente, estabelecendo uma textura para ancoragem/fixação de cola e produtos que vão compor a nova banda de rodagem. 5) Escareação: Limpeza e descontaminação das áreas danificadas, como cortes ou furos. 6) Conserto: Essa etapa envolve a realização dos reparos necessários, sejam internos ou externos, vazados ou não, na banda de rodagem ou nas laterais. 7) Colagem: Aplicação de cola em camada suficiente para promover a ancoragem dos produtos que vão compor a nova banda de rodagem. 8) Nivelamento: Por meio de perfis adequados, realiza-se o preenchimento das escareações ou avarias consertadas, nivelando toda a superfície da carcaça. 9) Cobertura: Compostos de borracha, do tipo camelback ou pré-moldado, são aplicados sobre a superfície da carcaça visando obter-se uma nova banda de rodagem após a vulcanização. 10) Desenho: Etapa pela qual passam apenas pneus vulcanizados por autoclave, na qual o composto liso recebe os desenhos de sulcos manualmente. 11) Vulcanização: Sob condições de temperatura e pressão, os produtos aplicados sobre a carcaça se fundem num corpo único e formam a nova banda de rodagem. O processo pode realizar-se em prensa (a quente), que molda o desenho dos sulcos, ou autoclave (a frio).

Fotos: Goodyear

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Aplicação de camelback na recapagem de pneu fora-de-estrada

de cortes e furos, que podem inviabilizar o serviço, bem como a correta montagem e desmontagem do pneumático, para se evitar danos irreparáveis no talão (veja boxe na página 25). “Estes pontos, somados ao suporte técnico do reformador e do fornecedor de matérias-primas, possibilitam uma boa relação custo/benefício com o aproveitamento de muitas vidas do pneu”, complementa Paludo, da Vipal. Composto customizado Um dos principais itens a se observar, entretanto, é a qualidade das empresas reformadoras, que adotam diferentes tecnologias de recapagem, em geral proprietárias, mas invariavelmente seguem um processo comum (veja boxe ao lado). Por conta dessas diferenças, o custo do serviço pode oscilar de 25% a 60% do valor de um pneu novo e a durabilidade da segunda, terceira e demais vidas tamref: 111

Fontes: Goodyear, Hoff, Pneubom e Vipal.

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Foto: Hoff

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Equipamentos de vulcanização da Hoff

bém está sujeita a variações. “Como fabricamos nossos próprios compostos, garantimos que nossas bandas rodam igual ou até mais que a de um pneu novo”, afirma Armando Sagula Júnior, da Pneubom. Ele se refere à cobertura de borracha aplicada sobre a carcaça, denominada camelback, que após passar

por processo de vulcanização transforma-se no novo pneumático. Segundo Sagula, a empresa desenvolve vários tipos de compostos, dos mais duros aos mais moles, para aplicações que exigem resistência à abrasão, calor ou cortes, em modelos de até 57". “Um pneu que trabalha em rocha basalto, por exemplo, um material ex-

tremamente cortante, não pode ter as mesmas características de outro que opera em granito, onde a exigência é por resistência ao desgaste.” Como exemplo dessa customização, Sagula cita uma operadora de aterro sanitário, cujos equipamentos trabalham em transbordo de lixo. Além da alta abrasividade do solo, o chorume resultante do material é muito agressivo aos pneus, que atingiam uma vida média de 480 h. “Nesse caso, desenvolvemos um composto que está possibilitando cerca de 1.200 h de trabalho.” Instalada em Jaboticabal (SP), a empresa movimenta cerca de 800 pneus/mês em serviços de recapagem, atendendo mineradoras, construtoras e demais usuários de equipamentos pesados nas regiões Norte, CentroOeste, Sudeste e Sul. Nova tecnologia A reformadora Hoff, que atua na recapagem de pneus OTR por sistemas convencionais (a quente ou por autoclave), está se preparando para oferecer o serviço também pelo sis-

Fabricantes oferecem apoio tecnológico Nem só da produção de novos modelos vivem alguns dos principais fornecedores de pneus OTR do mercado brasileiro. Fabricantes como Goodyear e Michelin, por exemplo, dispõem de estrutura para a assistência técnica e fornecimento de compostos a empresas especializadas em serviços de reforma. “Nosso foco é a difusão dos modelos radiais e, nesse caso, a recuperação valoriza o investimento do usuário, proporcionando novas vidas ao produto e economia de custos”, diz Rogério Salino Cortes, gerente de Marketing para a América do Sul da linha de pneus fora-de-estrada da Michelin. Segundo ele, a empresa conta com uma rede de 13 reformadoras, cobrindo todo o território brasileiro, para serviços em modelos de até 57”. Ela fornece basicamente três tipos de compostos, que podem ser adquiridos ou não por seus parceiros, até mesmo para a recapagem de carcaças de outras marcas. “Esse serviço está sujeito a anomalias, que podem resultar em deformidades no pneu recapado e serão maiores ou menores de acordo com o domínio do reformador sobre o processo; nossa função é fornecer meios para que isso não aconteça.” O composto fornecido pela Michelin é do tipo camelback, para a reconstrução da banda de rodagem por vulcanização

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a quente, já que os compostos para processo a frio estão disponíveis apenas nos segmentos de pneus rodoviários e de transporte. A Goodyear também fornece compostos para recuperação de pneus OTR e está certificando a primeira reformadora habilitada a realizar esse serviço sob sua chancela, a Bellenzier Pneus, localizada em Carazinho (RS). Rubens Campos, gerente de Produto da linha fora-de-estrada da fabricante, explica que os compostos destinam-se a modelos com até 25” de aro, mas o suporte de serviços se estende aos de maior diâmetro. “Oferecemos total assessoria, desde os parâmetros técnicos em termos de temperatura, pressão e tempo de vulcanização, até o desenvolvimento da borracha mais adequada à necessidade do cliente e os procedimentos que garantem a qualidade do serviço”, diz ele. Dos principais fabricantes de pneus OTR, apenas a Bridgestone Firestone não atua no segmento de reforma, conforme explica o gerente nacional de Vendas, Mário Barros. Mas a aquisição da Bandag, numa transação de US$ 1 bilhão, pode representar o primeiro passo nessa área. O executivo não confirma a intenção, mas a empresa incorporada figura como líder mundial em produtos para recapagem de pneus de transporte e já está preparando sua rede de reformadoras para atender os de grande diâmetro (veja página 25).


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tema Bandag. Segundo Delmar Hoff, a empresa já atende o segmento de pneus de transporte com certificação da Bandag, líder mundial em produtos para reforma no setor rodoviário. “Eles estão ingressando no segmento fora-de-estrada e, a partir do segundo semestre, estaremos certificados para fornecer esse serviço.” A diferença é que, enquanto re-

capagens a quente exigem vulcanização numa faixa de temperaturas de 150 ˚C, contra cerca de 115 ˚C no processo por autoclave, o sistema Bandag realiza a mesma tarefa a 99 ˚C. “Isto representa uma mudança nos processos físico-químicos de formação da banda de rodagem e permite alcançar uma segunda vida ainda maior que a primeira”, diz ele. Como

O que impede a reforma • Grande separação entre carcaça e amortecedores, exceto pela separação da cinta superior; • Costado deformado pelo excessivo espaçamento dos fios; • Costado danificado, com os fios expostos; • Área do talão deformada ou rachada, afetando a carcaça; • Separação do talão; • Danos cujo reparo exige a sobreposição de manchão; • Revestimento fino ou queimado, separado ou com rachaduras, devido às condições de serviço. Fonte: Goodyear

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Concerto: limitado pela área da primeira lona

exemplo, Hoff diz que o composto fornecido pela empresa atinge uma compactação de 3.000 kg/cm 2, contra a média de 250 kg/cm 2 obtida nas vulcanizações a quente. Localizada em Porto Alegre (RS), a Hoff movimenta cerca de 1.700 t/ano em recapagem de pneus, dos quais quase metade no segmento OTR, atuando ainda como reformadora certificada pela Michelin. Segundo seu diretor, a empresa fornece cinco tipos de compostos para diferentes aplicações, desde as que exigem maior dureza (resistência a cortes), até as mais moles (resistência ao calor, típica de caminhões fora-de-estrada). FONTES Bridgestone Firestone: www.firestone.com.br Goodyear: www.goodyear.com.br Hoff: www.hoff.com.br Pneubom: www.pneubom.ind.br Vipal: www.vipal.com.br


guindastes

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Um tipo para cada aplicação Apesar das diferenças entre os diversos tipos de guindastes, que determinam seu uso nas mais variadas aplicações, equipamentos seguem uma tendência comum: a de içar cargas cada vez maiores Por Rodrigo Conceição Santos

Na obra de uma refinaria de petróleo, a construtora precisa içar cargas elevadas em área estreita e com pouco espaço para manobras, durante a montagem de um reator, enquanto a execução de um projeto viário impõe exigências bem mais singelas: a simples instalação de passarelas. Apesar da menor demanda de carga nesse último caso, entretanto, o guindaste usado precisa atender a regulamentação do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte), para tráfego em vias pavimentadas. Por conta das exigências específicas de cada obra de montagem, construtoras, empresas de locação e de rigging contam com diferentes tipos de guindastes em sua frota, cujas características tornam sua aplicação mais competitiva em um projeto ou outro (veja quadro na pág. 28). À exceção dos modelos portuários e off-shore, empregados em plataformas de petróleo e gás, os equipamentos podem ser do tipo sobre esteiras ou sobre rodas, que se subdividem ainda entre os mo-

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delos rodoviário (TC, das iniciais em inglês de truck crane), para todo terreno (AT, de all terrain), para terrenos irregulares (RT, de rough terrain) e o tipo compacto para cargas médias (CT, de compact truck). Segundo Filinto Vargas, gerente de Produtos da divisão de guindastes da Terex Latin America, os modelos AT são indicados para obras petrolíferas e de montagem eletromecânica em hidrelétricas, mas destinam-se também a diversas outras aplicações. “Essa versatilidade vem da junção de características dos outros tipos de guindastes e os ATs contam ainda com vasta gama de modelos”, diz ele. Nessa linha, por exemplo, sua empresa produz guindastes com capacidades de carga de 200 a 1.200 t. Modelo versátil Tal versatilidade, associada ao volume de obras da Petrobras, de novas usinas siderúrgicas, plantas de mineração e papel e celulose, bem como ao câmbio favorável às importações, vem

GRÚAS Un tipo para cada aplicación En la obra de una refinería de petróleo, en el montaje de un reactor, la constructora necesita manipular cargas en lugares estrechos, con poco espacio para maniobras, mientras que la ejecución de un proyecto caminero impone exigencias mucho más sencillas: como la instalación de pasarelas para peatones. A pesar de que en este último caso la capacidad de carga es menor, la grúa usada debe cumplir con la normativa del DNIT (Departamento Nacional de Infraestructura de Transporte), sobre el tránsito por calzadas pavimentadas. En función de las exigencias específicas de cada obra de montaje, las empresas constructoras, de alquiler y las especializadas en equipos para trabajo en altura disponen de flotas formadas por diferentes tipos de grúas, cuyas características hacen que su aplicación sea más competitiva en un proyecto dado que en otros. Excepto los modelos por-


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impulsionando a demanda por guindastes AT no Brasil. A ponto de os principais fabricantes do setor – Liebherr, Terex e Manitowoc – terem nesses modelos seus campeões de vendas. “Eles são os mais procurados pelos clientes, mas também há uma forte aceitação dos RT, direcionados para obras mais longas, e dos guindastes de esteiras, solicitados em tamanhos e capacidades de cargas cada vez maiores”,

diz Luciano Gonçalves Dias, gerente Comercial da Manitowoc. A tendência não é uma exclusividade do mercado brasileiro. Reportagem publicada na revista norte-americana “Cranes Today”, em dezembro último, aponta a supremacia dos modelos AT nos Estados Unidos e Europa. “Alguns usuários expressam a preferência por tipos rodoviários (TC) de alta capacidade, mas à ex-

ceção da chinesa XCMG, nenhum fabricante se interessa em produzir guindastes TC de 100 t. Assim, os all terrain seguem dominando o mercado ocidental”, afirma a publicação. Filinto Vargas, da Terex, ressalta ainda a preferência dos locadores pelos all terrain. Como eles atendem a legislação do DNIT, que limita o tráfego em rodovias a 12 t por eixo, podem se deslocar de uma obra para outra

Novo modelo economiza consumo de combustível Sob licença da alemã Sennebogen, a Madal Palfinger começou a produzir no Brasil o guindaste BR 400, do tipo rodoviário (TC) e com capacidade de carga de 40 t (a 2,5 m), cujas primeiras unidades já foram comercializadas para a Makro Engenharia de Movimento. Segundo Hans Schaesser, diretor presidente da empresa, o equipamento pode trabalhar de

forma contínua, contando com motor independente de 130 hp, da MWM, para sua operação “Isto resulta em economia de combustível se comparado aos nossos modelos, que são acionados pelo motor do caminhão, em geral de 300 hp ou mais.” Entre outras vantagens competitivas, ele opera em 360° e vem equipado com sistema load sensing.

BR 400 em montaqgem na fábrica da Madal

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guindastes (mediante licença especial, devido às dimensões do equipamento). Isto reduz os custos de mobilização e desmobilização característicos dos guindastes sobre esteiras, que precisam ser montados e desmontados ao final de cada projeto, principalmente nos modelos equipados com lança treliçada. Some-se às vantagens do AT a capacidade de manobrar vários de seus eixos, o que facilita sua dirigibilidade e o posicionamento em locais de difícil acesso. Tais características tornam comum até mesmo o uso de all terrain na montagem de um guindaste sobre esteira, modelo imbatível quando a obra requer o içamento de cargas elevadas. Especialistas ouvidos por M&T evitam especificar qual modelo se aplica em cada tipo de obra, já que a seleção deve se basear em um elenco de variáveis, como a capacidade de suporte do terreno, tempo de permanência no canteiro, a carga a ser içada, suas dimensões e distância a ser atingida, entre outras. Dessa forma, serviços de montagem semelhantes podem demandar equipamentos diferentes e, invariavelmente, usar mais de um ou dois tipos de guindastes, com o equipamento principal fazendo o içamento e os auxiliares na verticalização e/ ou horizontalização da carga.

Modelo sobre esteiras: ideal para grandes cargas

Longo alcance Luciano Dias, da Manitowoc, aponta a crescente demanda por equipamentos de esteiras. “Temos modelos de até 750 t vendidos na América Latina e a vantagem desses modelos maiores é o alcance de lança”, diz ele. Além de se locomover com carga em pequenas distâncias, essa última característica permite seu uso na montagem de peças de grande porte – como obras de usinas de energia eólica, por exemplo – ou cuja operação de rigging precisa vencer áreas com interferências – em geral nas refinarias de petróleo ou altos-fornos. Eles podem contar com lan-

tuarios y marítimos, empleados en las plataformas de extracción de gas y petróleo, estas máquinas pueden montarse sobre orugas o ruedas, que se subdividen, a su vez, en modelos para carreteras (TC, de las iniciales del nombre en inglés: truck crane), para todo terreno (AT, de all terrain), para terrenos irregulares (RT, de rough terrain) y el tipo compacto para cargas medianas (CT, de compact truck). Según la opinión de Filinto Vargas, gerente de productos de la división de grúas de Terex Latin America, los modelos AT son indicados no solo para obras petrolíferas y de montaje electromecánico en centrales hidroeléctricas, sino también para una amplia variedad de otras aplicaciones. “Esta versatilidad se debe a que las AT conjugan las características de otros tipos de grúa y vienen en una amplia gama de modelos”. En esta línea de modelos, su empresa produce grúas con una capacidad de carga que varía de 200 a 1200 t. La versatilidad del tipo de grúas AT, asociada al creciente volumen de obras de Petrobras, y a las nuevas plantas siderúrgicas, de tratamiento de minerales en minas y canteras y de producción de papel y celulosa, impulsa la demanda de este tipo de grúas en el Brasil.

Vantagens e desvantagens dos guindastes TIPOS

Sobre esteiras (lança treliçada)

All terrain (AT)

Rough terrain (RT)

VANTAGENS

• Locomove-se com a carga em distâncias curtas. • Maior capacidade de carga. • Opera como bate-estaca, dragline, perfuratriz etc.

DESVANTAGENS

• Maior tempo de mobilização e logística, pois segue desmontado. • Lança mais vulnerável pelo manuseio e transporte contínuo.

• Opera em terrenos acidentados. • Rapidez na montagem. • Apesar de ser sobre rodas, pode se locomover com carga em distâncias • Exige licença especial para tráfego em vias públicas. curtas. • Alta dirigibilidade e facilidade de posicionamento, pois conta com 4, 5, 6 e até 8 eixos. • Locomove-se com carga, apesar de ser sobre rodas. • Opera em pátios e terrenos irregulares. • Maior custo logístico, pois é transportado sobre carreta. • Facilita a operação em área confinada. • Menor capacidade de carga. • Fácil posicionamento.

Truck Crane (TC)

• Dispensa licença especial para tráfego em vias públicas. • Baixo custo de mobilização e logística.

• Menor capacidade de carga. • Não se desloca com carga, pois opera com patolas.

Compat Truck (CT)

• Dispensa licença especial para tráfego em vias públicas. • Baixo custo de mobilização e logística. • Fácil de operar e alta manobrabilidade.

• Menor capacidade de carga. • Não se desloca com carga, pois opera com patolas.

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manutenção tecnologia

ça telescópica ou treliçada, empregando estais para sua ancoragem. Segundo César Schmidt, gerente Comercial da Liebherr, o uso de materiais mais nobres, de estruturas mais robustas e sistemas de eletrônica embarcada – que facilitam a operação dos guindastes e monitoram itens como a velocidade dos ventos – figura entre os itens que contribuem para minimizar riscos durante a operação. “Eles içam cargas cada vez maiores com segurança para o usuário.” A evolução atende uma exigência crescente de contratantes como a Petrobras, que estabelecem maior volume das montagens em solo. Como resultado, os conjuntos finais içados na obra tendem a se tornar maiores e mais pesados, demandando o uso de guindastes de grande porte. Líder no mercado brasileiro de guindastes, a Liebherr conta com cerca de 20 máquinas sobre esteira com mais de 400 t de capacidade em operação no País. O destaque fica para o modelo LR 11350, o maior do mercado, com 1.500 t de capacidade, que está chegando para integrar a frota da empresa de locação Locar.

Apesar da vocação dos ATs para operações todo terreno, os guindastes rought terrain (RT) têm suspensão mais reforçada e são indicados para aplicação em terrenos acidentados, como a preparação de local em inicio de obra. Enquanto os all terrain possuem duas cabinas, sendo uma para a direção do veículo em rodovias e a outra para sua operação, eles contam apenas com a cabina de operação. “Isso porque esse tipo de equipamento não pode circular em rodovia”, diz Vargas. Como esse modelo permite telescopar a lança com carga, há a possibilidade de usá-lo em áreas confinadas, como a montagem de pontes rolantes ou serviços no interior de galpões. Compactos Já os modelos compact truck (CT) têm dimensão reduzida e alta manobrabilidade. Fáceis de operar, eles possuem melhor movimentação, a exemplo dos ATs, e são apropriados para circular em rodovias, porém têm menor capacidade de carregamento. “Indicamos seu uso para clientes que locomovem o equipamento com maior freqüência e não necessitam de alta capacidade de içamento”, diz Vargas. Segundo ele, o fato de serem montados sobre chassi de caminhão comercial também

Guindaste RT: flexibilidade para içamento em áreas confinadas

facilita e barateia sua manutenção. Segundo Hans Schaesser, diretor presidente da Madal Palfinger, a demanda dos locadores e clientes finais não se limita apenas a equipamentos de maior capacidade, mas também ao aumento de segurança e modularidade, para atender necessidades especificas de cada aplicação. Em sua fábrica de Caxias do Sul (RS), a empresa produz guindastes dos tipos articulado (guindauto) e rodoviário (TC), ambos sobre chassi de caminhões comerciais. “Como trafegam em percursos longos e estradas deficientes, essa característica construtiva torna nossos equipamentos competitivos em relação aos importados”, diz ele. No caso dos TCs, dotados de lança telescópica, o executivo cita seu emprego em trabalhos de montagem e remoção, bem como em serviços de manutenção de sondas de petróleo, entre outras aplicações. Nessa linha, a empresa produz guindastes de 30 t, 60 t (a 3 m) e está lançando um modelo fabricado sob licença da alemã Sennebogen (veja boxe na página 27). Os articulados estão disponíveis em modelos de até 120 t, mas os mais vendidos são os da faixa de 12 a 23 t. “São ideais para operar com garra, transferindo material paletizado direto da carroceria do caminhão para uma laje em construção, e são muito usados por empresas que prestam serviços de eletrificação e saneamento.”

Liebherr: www.liebherr.com.br Madal Palfinger: www.madal.com.br Manitowoc: www.manitowoccranegroup.com Terex: www.terexla.com

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rolink


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Manutenção focada no custo Fotos: MBR

Para manter a frota de equipamentos operando de forma ininterrupta em suas minas de ferro, MBR equilibra-se entre a manutenção corretiva e preventiva. Tudo para atingir o menor custo por tonelada produzida Por Paola Carvalho

P

rodutividade e custo. Estas são as variáveis que norteiam a gestão de frotas e manutenção de equipamentos na Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), empresa controlada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Para operar três complexos de produção de minério de ferro na região Central de Minas Gerais, que concentram oito minas e algumas dezenas de cavas, a empresa conta com mais de 400 equipamentos móveis operando 24 horas por dia, em quatro turnos. Por trás disso, há um intrincado sistema de operação e manutenção suportando uma produção superior a 50 milhões t/ano de minério de ferro (dado de 2005). Esse volume integra os resultados do Sistema Sul da CVRD, que abrange ainda o complexo Minas d’Oeste e os terminais marítimos de Guaíba e Itaguaí, no Rio de Janeiro. Segundo o último levantamento divulgado pelo conglomerado, referente ao período entre janeiro e setembro de 2006, quando esse sistema atingiu o recorde de 63,4 milhões t de ferro, a produção das minas da MBR foi a principal fonte de expansão. Segundo Maurício Leite, engenheiro máster da MBR, para possibilitar esse nível de operação, a área de manutenção adota uma postura tanto preventiva quanto corretiva. “Nossa atuação se baseia numa visão de processo, desde a lavra até o porto, cujo foco é o custo

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competitivo na ponta”, diz ele. Apesar dos ganhos de disponibilidade da máquina proporcionados pela manutenção preventiva, Leite ressalta o inconveniente de se trocar um componente antes de ocorrer a falha, o que pode significar gasto antecipado. “Talvez seja pelo fato de seguirmos esse conceito de gestão que não damos tanta importância ao índice de disponibilidade.” Ele explica que a mineradora não segue uma regra préestabelecida nessa área, já que “a intervenção corretiva também tem vantagens, pois você sabe que retirou uma peça ao final de sua vida útil e isso é um fator chave para a redução de custos”. Monitoramento das máquinas Com a forte demanda internacional por minério de ferro impulsionando o crescimento da produção, as máquinas precisam operar de forma ininterrupta na frente de lavra. A essa realidade soma-se ainda o baixo valor agregado do produto, o que exige um rigoroso controle de custos para a competitividade do negócio. “Procuramos interceder na hora certa, em tese um instante antes de a intervenção corretiva tornar-se necessária”, ele afirma. Para isto, o especialista aponta a importância dos sistemas usados no acompanhamento das condições das máquinas, como as análises de óleo, de vibrações, os testes de ultra-som, de ní-

Os complexos minerários da MBR

• Complexo Vargem Grande: Maior de todos em produção (42% do total), é constituído pelas minas do Tamanduá, Capitão do Mato e Abóboras, entre os municípios de Nova Lima e Itabirito. • Complexo Paraopeba: Localizado no Vale do Paraopeba, entre os municípios de Brumadinho, Sarzedo e Nova Lima, reúne as minas de Capão Xavier e Jangada, que respondem por 30% da produção. • Complexo Pico: Reúne as minas de Galinheiro, Pico e Sapecado, localizadas em Itabirito, que somam 28% da produção total.


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sandvik


mineração

Máquinas de menor porte reduzem custo de produção da mineradora

Mantenimiento centrado en el costo Productividad y costo: son las variables que orientan la gestión de flotas y el mantenimiento de la maquinaria en la empresa Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), controlada por la Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Para explotar tres complejos de producción de mineral de hierro, que abarcan ocho minas y algunas decenas de frentes de excavación en la región central del estado de Minas Gerais, la empresa cuenta con más de 400 máquinas autopropulsadas que operan las 24 horas del día, en cuatro turnos. Por tras de ellas, hay un intrincado sistema de gestión de la operación y del mantenimiento, que permite producir más de 50 millones de toneladas de mineral de hierro por año (datos del 2005). De acuerdo con Maurício Leite, ingeniero de MBR, el sector de mantenimiento adopta una postura que favorece tanto el servicio preventivo como el correctivo. “Nuestras actividades se basan en la visión general del proceso, desde la extracción al puerto de embarque, con la mira puesta en el costo competitivo del producto en el punto de entrega”, explica. A pesar del aumento de la disponibilidad de la maquinaria que ofrece el mantenimiento preventivo, Leite plantea un inconveniente: reemplazar un componente antes de que ocurra la falla puede significar anticipar un gasto. Explica que la compañía minera no sigue una regla preestablecida en esta área. Debido a que la fuerte demanda internacional de mineral de hierro está impulsando el incremento de la producción, la maquinaria necesita operar de forma ininterrumpida en el frente de extracción. A esto se le suma el bajo valor agregado del producto, que exige un riguroso control de los costos. “Tratamos de intervenir en el momento justo, es decir, antes de que sea necesario realizar el mantenimiento correctivo”, afirma.

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vel de pressão hidráulica e consumo de combustível, entre outros. Nesse caso, são os conceitos de manutenção preditiva e pró-ativa somando-se ao leque de possibilidade. Em algumas frentes de lavra, os equipamentos de carregamento e transporte da mineradora são monitorados a distância por sistema GPS (Sistema de Posicionamento Globnal) que, além de fornecer dados sobre sua localização, pode transmitir informações sobre rotação do motor, nível de óleo, sistema de transmissão e outros. O fator custo também é decisivo na gestão de estoques. Leite explica que a aquisição das peças sobressalentes baseia-se na demanda e nas programações da manutenção. Dessa forma, componentes com maior incidência de troca são mantidos no almoxarifado das oficinas, mas ele ressalta o crescente envolvimento dos fornecedores nessa área, assim como no suporte em serviços. “Com isso, nosso custo de estoque corresponde a 22% do valor aplicado e temos um orçamento anual para essas aquisições, atrelado às metas anuais de produção.” Frota diversificada O perfil da frota adotada pela MBR impõe mais uma variável ao gerenciamento da manutenção. Isto porque a mineradora optou pelo uso de equipamentos de menor porte em algumas das frentes de mineração (escavadeiras de 60 t, carregadeiras com caçamba de 4,5 m3 e caminhões rodoviários 8x4 de 40 t), operando com máquinas de grande porte, típicas para mineração (escavadeiras a cabo, do tipo shovel, e caminhões off road de 136 e 150 t), nas cavas com maior movimentação de

material (veja matéria na página 15). Leite explica que, analisando as condições de cada mina, operar com máquinas menores pode resultar em ganho de custo na produção, além da flexibilidade no seu deslocamento de uma frente para a outra, mas exige a mobilização de maior número de unidades. “Para a mesma situação em que antes trabalhávamos com dez caminhões fora-de-estrada de grande porte, hoje são necessários cerca de 40.” Com isto, os controles devem ser mais rigorosos e a quantidade de itens em estoque tende a aumentar – embora a parceria com os fornecedores contribua para atenuar esse último problema – além de dificultar uma padronização na manutenção. “Temos uma frota de caminhões fora-de-estrada com mais de 60 mil horas de uso que opera com disponibilidade média de 80% e os mais novos, de 150 t de capacidade, atingem a faixa de 85%”, diz Leite. Além das escavadeiras, carregadeiras, caminhões rodoviários e forade-estrada, a frota de equipamentos da mineradora é composta ainda por carretas de perfuração, para os desmontes com explosivos, tratores de esteiras e de rodas, motoniveladoras, retroescavadeiras e caminhões-pipa, entre outros. “Contamos com poucos equipamentos de terceiros nas minas, em geral nas atividades de apoio, mas a locação também é uma alternativa considerada nos momentos de pico de produção ou quando não dispomos de máquina adequada para um determinado tipo de serviço”, explica Leite. Ele ressalta que a terceirização – o que inclui serviços de manutenção – não se pauta pela especialização, mas sim pela demanda. “Para qualquer necessidade podemos desenvolver uma especialização interna ou buscá-la no mercado. Por isso não temos uma maneira unificada de agir, pois o que vale é o custo da tonelada de minério no porto e saber qual a importância de determinado serviço ou equipamento nesse processo”, conclui Leite.

MBR: www.mbr.com.br


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perfil ref: 119

Silvimar Fernandes Reis

A frota como um bem estratégico Com 30 anos de atuação na área de equipamentos, sempre em empresas de construção pesada, Silvimar Fernandes Reis é um profissional conhecido no setor pelo arrojo com o qual abraça as inovações. Formado em engenharia mecânica, ele passou por obras de infra-estrutura no Brasil, América Latina, África, Oriente Médio e desde 1996 exerce o cargo de diretor de Suprimentos da construtora Galvão Engenharia. Considerado um dos pioneiros no uso da manutenção pró-ativa, Silvimar não pára de desenvolver novos conceitos, como o planejamento das paradas das máquinas de acordo com a severidade de sua aplicação e o dimensio-

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namento da frota voltado ao máximo aproveitamento desses ativos. Veja, a seguir, suas idéias e experiências: M&T – Qual a filosofia da Galvão Engenharia para a área de equipamentos? Silvimar – Nos tempos atuais, marcados pela escassez de grandes obras e pelas margens reduzidas com as quais elas são executadas, a boa gestão dos equipamentos faz a diferença para o sucesso da empresa e nossa diretoria tem a visão dessa importância estratégica do setor. A redução na carteira de contratos das construtoras provocou uma perda de mão-de-obra especializada na área de equipamentos e os níveis de exigências aumentaram por parte dos clientes e

La flota como un bien estratégico Silvimar Fernandes Reis, que actúa desde hace más de 30 años en el área de maquinaria, trabajando siempre en empresas de construcción pesada, es un profesional famoso en el ramo por la audacia con que adopta las innovaciones. Es ingeniero mecánico, ha trabajado en obras de infraestructura del Brasil, América Latina, África y Oriente Próximo y desde 1996 ejerce el cargo de director de suministros de la constructora Galvão Engenharia. Está considerado uno de los pioneros en la aplicación del mantenimiento


manutenção tecnologia

órgãos governamentais, seja em termos de prazos ou de qualidade e abrangendo até a questão ambiental. Isto exige maior atenção à frota, o que passa pelo seu correto dimensionamento, aquisição, aplicação adequada das máquinas, investimentos em treinamento e bom suporte de manutenção. Enfim, uma cadeia adequada de suprimento. M&T – O que mudou no planejamento e dimensionamento da frota? Silvimar – Hoje em dia não se adquire mais equipamentos pensando apenas em uma obra. Eles podem se depreciar no primeiro projeto, mas representam ativos que, quando bem gerenciados, são passíveis de venda futura ou do seu aproveitamento em outras obras. Calcados nas oportunidades que vão determinar o perfil da nossa carteira de projetos, conseguimos dimensionar uma frota mais adequada às operações da empresa. Além da nossa atuação nas áreas de rodovias e óleo e gás, incorporamos obras de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), de túneis e pavimento rígido. Mesmo com essa mudança de perfil na carteira, atualmente 81% da frota da empresa se encontra em atividade e a taxa de uso dos equipamentos adquiridos nos últimos três anos chega a 92%. M&T – Considerando o custo de aquisição das máquinas, esses índices ilustram a importância estratégica das máquinas... Silvimar – Sem dúvida, mas o preço não é o único componente analisado na aquisição do equipamento. Ele tem sua relevância, mas existem outros até mais significativos, como a adequação da marca às boas práticas sociais e ambien-

tais, às emissões de ruídos e ergonomia. Também há de se considerar a capacidade de desenvolvimento tecnológico do fabricante, pois uma empresa que caminha para a sustentabilidade precisa alinhar a responsabilidade do fornecedor à sua cadeia de suprimentos. M&T – Como assim? Silvimar – Como uma empresa que segue as normas ISO 9001/2000, ISO 14000 e OHSAS 18000, esperamos uma postura semelhante por parte dos fornecedores. Além das normatizações resultarem em padronização das atividades e ganhos de produtividade, existem outros fatores a se considerar, como a responsabilidade social e ambiental. Por exemplo: algumas de nossas aquisições já atendem aos padrões de emissão que serão exigidos após 2009 (norma Euro IV) e temos os dados de desenvolvimento de alguns fabricantes já apontando as emissões de seus motores até o ano de 2015. Por esse motivo, padronizamos nossa frota com marcas de fabricantes alinhados a essa filosofia, sem contar que isto também nos dá um ganho na gestão dos estoques de peças e até um maior valor de revenda. M&T – Cite exemplos de ganhos obtidos na parceria com os fornecedores. Silvimar – Quando atuei numa obra na Bolívia, ainda nos tempos em que trabalhava na Queiroz Galvão, firmamos contrato com um distribuidor de equipamentos local e o resultado foi fantástico, pois o acordo se baseava na produtividade das máquinas. Eles forneciam todos os recursos necessários, como ferramentas e pessoal, e ainda garantiam nossos parâmetros de produtividade. Ou

Hoje em dia não se adquire mais equipamentos pensando apenas em uma obra...”

proactivo, y continúa desarrollando nuevos conceptos, tales como la planificación de las paradas de la maquinaria de acuerdo con la severidad de la aplicación en que estén trabajando y el dimensionamiento de la flota con miras al aprovechamiento máximo de las máquinas. A continuación, presentamos algunas de sus ideas y experiencias: M&T – ¿Cuál es la filosofía de Galvão Engenharia para el sector de equipos? Silvimar – En la actualidad, debido a la escasez de grandes obras y a los márgenes reducidos con que son ejecutadas, la buena gestión de la maquinaria es fundamental para que la empresa tenga éxito. Nuestra junta de directores tiene conciencia de la importancia estratégica de nuestras actividades. M&T – ¿Qué ha cambiado en la planificación y dimensionamiento de las flotas? Silvimar – En este momento ya no se compran máquinas pensando solo en una obra. Pueden depreciarse durante el primer proyecto, pero representan activos que, cuando son bien administrados, en el futuro pueden ser vendidos o aprovechados en otras obras. Sobre la base de las oportunidades que determinarán el perfil de nuestra cartera de proyectos, logramos dimensionar la flota más adecuada a las operaciones de la empresa. Actualmente, el 81 % del parque de máquinas de la empresa está en actividad. M&T – Considerando el costo de adquisición de las máquinas, ese índice demuestra la importancia estratégica de esas máquinas... Silvimar – Sin ninguna duda, pero el precio no es el único componente que se analiza en el momento de la adquisición de un equipo. Es un parámetro importante, pero existen otros aún más significativos, tales como la adecuación de la marca a las buenas prácticas sociales y medioambientales, la emisión de ruidos y la ergonomía. También se debe tener en cuenta la capacidad de desarrollo tecnológico del fabricante.

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perfil seja, eles nos proporcionavam o mesmo custo operacional do Brasil, apesar das diferenças climáticas que impactavam o desempenho da frota, como temperaturas às vezes atingindo 150 ˚C negativos e o ar rarefeito em regiões com altitude na faixa de 4.000 m. M&T – Como isto foi possível? Silvimar – Com uma boa estrutura de manutenção, pois investiam forte na área de serviços. Um exemplo: a baixa temperatura chegava a congelar a água de arrefecimento do motor e a alterar as propriedades dos óleos, mesmo com o uso de aditivos. Para nós, brasileiros, seria algo sem solução, pois estamos habituados a conviver com o problema, o que reduz a produtividade dos equipamentos. Nesse caso, em época de frio não seria raro começarmos os trabalhos por volta das 12 horas. Isto porque, em nosso País, às vezes costuma-se medir a eficiência da manutenção pela velocidade da resposta e não pela sua qualidade; o que importa é consertar rápido, mesmo que a falha volte a ocorrer várias vezes. No caso específico da Bolívia, por exemplo, eles solucionavam o problema do frio mantendo os motores aquecidos com sistema de filamentos, além de outras providências como o uso de anticongelante. Com isto, logo na primeira hora da manhã era possível dar a partida nos motores sem falhas.

M&T – Qual a estrutura de manutenção adotada em sua empresa? Silvimar – Contamos com dois pátios de equipamentos, em Arujá (SP) e Fortaleza (SP), e uma equipe de aproximadamente 70 profissionais distribuídos entre essas unidades e os canteiros de obras. A estrutura é matricial, pois os funcionários respondem administrativamente para o responsável pela obra e tecnicamente para a nossa área, mas o conceito de manutenção baseia-se no supervisionamento. Por meio do Sistema de Planejamento e Controle da Manutenção (SPCM), temos acesso na matriz ou em qualquer outro local aos dados das máquinas de todos os canteiros. Profissionais com acesso ao sistema acompanham os relatórios de análise de óleo, checam as revisões realizadas e são os responsáveis pela qualidade da manutenção. Dessa forma, o pessoal das obras sabe que seu trabalho está sendo acompanhado, a qualquer momento ou de qualquer local. M&T – É possível quantificar os ganhos com a manutenção pró-ativa? Silvimar – Nesse trabalho lidamos com elementos intangíveis, pois procuramos agir sempre antes que o problema se instale, medindo e filtrando o que não se vê a olho nú. Por meio do programa de análise de óleo, retiramos uma amostra no canteiro de obras mais remoto e seu resultado é avaliado em uma semana, identificando as impurezas existentes, a necessidade de diálise, da aplicação de alta filtragem ou de uma parada de manutenção. Fica difícil avaliar, de imediato, quanto isso representa em economia

de custos, mas há um ganho inegável de disponibilidade das máquinas. A vida útil de alguns componentes aumenta em até cinco vezes ou mais e uma bomba hidráulica, por exemplo, que antes era trocada em torno de 2 mil horas, atualmente pode trabalhar muitos anos sem qualquer substituição. Além disso, devemos observar que os equipamentos evoluíram muito, ampliando os tempos de troca de óleos e de paradas, o que torna até imperativo a aplicação desse tipo de manutenção. M&T – O que é manutenção baseada na severidade da aplicação do equipamento? Silvimar – Se um equipamento trabalha sob diferentes condições operacionais, que podem ser mais severas ou não, as paradas de manutenção não podem ser planejadas pela quantidade de horas trabalhadas. Pesquisando o assunto, constatamos que o parâmetro mais adequado seria o consumo de combustível, conceito semelhante ao usado nos automóveis de passeio. Afinal, o mesmo veículo apresenta consumos diferentes ao trafegar numa estrada ou em vias urbanas, o que revela a severidade à qual ele fica exposto no trânsito das cidades. O mesmo se aplica aos equipamentos e temos conseguido adotar esse conceito com sucesso na empresa. Dessa forma, por exemplo, já vendemos escavadeiras de 20 t com 10 mil horas de operação e outras com mais de 14 mil h trabalhadas, mas todas invariavelmente estão sempre na faixa de 200 mil l de diesel consumido e isto revela que se encontram no mesmo patamar de uso.

Costuma-se medir a eficiência da manutenção pela velocidade da resposta e não pela sua qualidade; o que importa é consertar rápido, mesmo que a falha volte...” 36 | Fevereiro | 2007


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MANUTENÇÃO

Passo a passo na retífica de motores

Com o objetivo de levar informação e aprimoramento técnico aos profissionais do setor, a revista M&T passa a publicar a coluna Manutenção, voltada ao detalhamento técnico de atividades que fazem parte de seu cotidiano. A primeira matéria da série vai tratar de retífica de motores diesel, mostrando os cuidados necessários nesse serviço, desde a correta identificação do problema e sua desmontagem, até os reparos e montagem final. Quando o motor apresenta os primeiros sinais de cansaço, o responsável pela manutenção da frota deve

programar sua retífica imediata em vez de protelar o serviço em nome da produção em campo. Esses sinais podem ser identificados pela presença de água ou metais no óleo lubrificante – neste último caso, apontando o desgaste de bronzinas nas bielas e nos mancais do virabrequim. O consumo elevado de óleo lubrificante e a ocorrência de sopro em excesso pelo respiro também funcionam como alerta para o problema que, quando não solucionado em tempo, evolui para a perda de potência nas situações em que se exige carga máxima

do motor. Nesse caso, a taxa de compressão dos cilindros deve ser medida e comparada com a indicação dos fabricantes. Constatado o problema, a retífica começa com a desmontagem do motor, precedida pela inspeção de componentes como a turbina, bomba injetora, motor de partida e outros. Verifica-se ainda o ponto de distribuição – para identificar se as peças estão trabalhando em sincronismo – e as possíveis avarias. Nessa etapa é recomendável a coleta de amostras de óleo lubrificante para análise em laboratório, de forma a identificar a presença de metais que indiquem desgastes não perceptíveis na inspeção visual. Reparos Após a desmontagem do motor, seus componentes passam por um banho químico e análise dimensional com micrômetro, no caso das medidas externas,

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# manutenção ou com comparadores de súbito, para as dimensões internas (veja detalhes no quadro ao lado). Com base nessas informações, é possível apontar quais peças deverão ser substituídas e quais podem passar por reparos. No caso dos motores de grande porte, usados em equipamentos pesados, caminhões e geradores, vale ressaltar que o virabrequim deve ser retificado apenas duas vezes ao longo de sua vida útil, por questões de segurança e confiabilidade do serviço (primeiro passe, de 0,25 mm, e segundo passe, de 0,5 mm). A retífica do bloco envolve o alinhamento de mancais, a troca das buchas de comando e verificação da planicidade de sua base, que deve ser normalizada com a projeção de altura das ca-

Procedimentos de inspeção • Análise dimensional de cilindros, eixo comando, eixo de virabrequim, bloco, alojamento das buchas de comando, alojamento de bronzinas e mancais, guias e assentos de válvulas de cabeçote e alinhamento das bielas. • Teste de estanqueidade do cabeçote para identificação de trincas e vazamentos. • Análise do virabrequim (teste de magnaflux) para identificação de trincas superficiais.

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Algumas etapas no processo de retífica: A retífica de virabrequim (1) ocorre paralelamente à dos cilindros de pistões (2), à usinagem das bielas (3) e dos assentos de válvula no cabeçote (4). Antes da montagem final (6), o conjunto passa pelo alinhamento de mancais (5)

misas. O serviço pode envolver ainda a usinagem de peças – como buchas de biela, por exemplo – ou a recomposição de mancais desgastados com solda, além do conserto de bomba injetora, turbina e compressor. Montagem Após os reparos, as peças seguem para lavagem e montagem final do motor. Essa etapa exige novos cuidados na análise dimensional de peças como mancais, biela e buchas de comando, entre outras, de forma a se evitar folgas fora do padrão entre os componentes. O montador deve observar ainda

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a altura dos pistões, abertura de anéis, folga dos cilindros, regulagem de válvulas e ponto de distribuição (sincronismo), seguindo as tabelas dos fabricantes para a seqüência e o torque de aperto das peças. À montagem segue-se a etapa de teste do motor, para verificação de vazamentos, pressão do óleo lubrificante, taxa de compressão e regulagem de válvulas, entre outros. O serviço é realizado em bancada equipada para sua ligação ao circuito de arrefecimento e a medição desses valores com o motor em funcionamento. Retíficas especializadas dispõem ainda de bancadas

para testes com carga (ensaios com dinamômetro), nas quais o motor é submetido à simulação de situações reais em termos de torque e potência. Os especialistas alertam para a necessidade de uma revisão dos demais componentes que trabalham ligados ao motor, como embreagem, sistemas de refrigeração e elétrico, para não comprometer seu bom funcionamento. Nas primeiras 100 horas de operação do motor retificado, recomendam-se ainda alguns cuidados durante seu processo de amaciamento. Nesse caso, o ideal é nunca trabalhar com o motor acima de três quartos de sua capacidade de torque e potência. As revisões também se fazem necessárias para os ajustes de torque e regulagem de válvulas.

Teste de motor retificado com dinamômetro: equipamentos simulam carga

Retifort: www.retifortretifica.com.br


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QUADRO COMPARATIVO

Caminhões basculantes 6x4 FABRICANTE

FORD

IVECO

MERCEDES BENZ

SCANIA

VOLKSWAGEN

VOLVO

MODELO

Cargo 2932E

Trakker 380 T38

Axor 4144

P420

Worker 31.260

FM 13

PESO BRUTO TOTAL (PBT)

27.600 kg

38.000 kg

41.000 kg

38.500 kg

42.000 kg

41.000 kg

TARA POR EIXO

3.600 kg (ED) + 4.260 kg (ET) = 7.860 kg (total)

4.670 kg (ED) + 4.860 kg (ET) = 9.530 kg (total)

4.809 kg (ED) + 4.748 kg (ET) = 9.557 kg (total)

4.820 kg (ED) + 4.064kg (ET) = 8.884 kg (total)

3.300 kg (ED) + 4.370 kg (ET) = 7.670 kg (total)

4.865 kg (ED) + 4.215kg (ET) = 9.080 kg (total)

MOTOR

Iveco Cursor 13, turbo Daimler Chrysler OM-457 Cummins ISC 8,3L, com intercooler, de 279 kW LA, turbocooler, eletrônico, potência de 235 kW (1.500 a 1.900 rpm) e tor- com potência de 315 kW (2.000 rpm) e torque de que de 1.800 Nm (1.000 a (1.900 rpm) e torque de 1.288 Nm (1.300 rpm). 1.400 rpm). 2.100 Nm (1.100 rpm).

Caixa de marchas com Servoshift e árvore de Eaton RT-8908LL, com transmissão com juntas TRANSMISSÃO acionamento por ala- universais e rolamentos vanca no assoalho. de agulha, dotado de redução simples no diferencial.

REDUÇÃO NOS CUBOS DE RODA

EMBREAGEM

MARCHAS

Não

De acionamento hiMonodisco a seco, de dráulico servo-assisti- 432 mm de diâmetro, do, com monodisco de com mola diafragma de 395 mm de diâmetro. acionamento hidráulico. 10 à frente e 3 à ré

FREIO MOTOR

Eletropneumático

POTÊNCIA DO FREIO MOTOR

--

SUSPENSÃO

Sim

16 à frente e 2 à ré

Mecânica, com tomadade-força acoplada.

Scania DC12 01, turbo intercooler, com potência de 309 kW (1.900 rpm) e torque de 2.000 Nm (1.100 a 1.300 rpm).

MWM 6.12TCAE, turbo D13A 480, turbo interintercooler, de 191 kW cooler, com potência de potência (2.500 rpm) e de 353 kW (1.400 a 1.800 torque de 900 Nm (1.300 rpm) e torque de 2.400 a 1.900 rpm). (1.050 a 1400 rpm).

Caixa de câmbio a ar comprimido de 14 velocidades, combinadas Eaton RT-7608LL, com em seção principal de acionamento por alavan3 marchas, conjunto de ca no assoalho. engrenagens “spliter” e uma planetária de 2 velocidades.

Sim

Sim

Não

Sim

Com disco duplo, servoassistido, de 400 mm de diâmetro.

Servo-assistida, com diâmetro de 430 mm e torque admissível de 2000 Nm.

Disco simples, de 380 mm de diâmetro.

Bidisco de fricção a seco, tipo pull-type, com 400 mm de diâmetro.

16

14 à frente e 2 à ré

10 à frente e 2 à ré

14 à frente e 4 à ré

Modelo Iveco Turbo Com controle eletrônico, Conectado ao sistema Brake (ITB), de desVálvula tipo borboleta no acionamento pneumático e de exaustão após compressão atuando no tubo do escapamento. conjugado ao freio motor. turbina. cabeçote do motor

340 cv

--

340 cv

Traseira com eixos Dianteira com molas rígidos tandem e molas Amortecedores telessemi-elípticas de semi-elípticas de duplo cópicos de dupla ação, estágio único, batentes estágio progressivas. barra estabilizadora, molas de borracha e bucha. Dianteira com eixo rígiparabólicas (dianteira) e Traseira do tipo mecânido, barra estabilizadora trapezoidais (traseira). co (Cantilever). e molas semi-elípticas.

229 kW a 2300 rpm

70 cv

Trabalha com 2 tempos do motor, conjugando freio motor convencional e escape a um dispositivo de controle de contrapessão no tempo da compressão.

410/500 cv a 2.300 rpm

Com molas trapezoidais.

Traseira com eixos Tipo parabólica com rígidos tandem e molas barra estabilizadora semi-elípticas invertidas (dianteira) e semiprogressivas. Dianteira elíptica sem barra com eixo rígido, barra estabilizadora (traseira), estabilizadora e molas montada sobre elemensemi-elípticas de duplo tos elásticos. estágio. A ar com duplo circuito, A ar, tipo “S” Cam, com freio de rodas a tambor, tambor na dianteira e com acionamento traseira Z-Cam.

FREIO

Duplo Circuito de ar, tipo S-Cam, com tambor na dianteira e traseira.

Pneumáticos, a tambor na dianteira e traseira.

A ar, com tambor na dianteira e traseira.

Tambor com ajustador automático de folga.

PNEU

10.00R20 PR 16 (uso misto)

12.00R20

11.00R22 PR 16; 12.00R22.5 PR16; 12.00R20 PR18

11.00R22

295/80 R22.5

295/80R22.5; 315/80R22.5; 12.00R22.5; 11.00R22; 12.00R20; 12.00R24

RAIO DE GIRO

9.210 mm

8.420 mm

8.050 mm

8.100 mm

9.150 mm

9.500 mm

(ENTRE PAREDES)

FONTES: Ford, Iveco, Mercedes Benz, Scania, Volkswagen e Volvo

39


TABELA DE CUSTOS ref: 122

CUSTO HORÁRIO DE EQUIPAMENTOS COSTO POR HORA DE EQUIPOS Equipamento

Mat. Propriedade Manutenção Rodante

Comb./ Lubr.

Total

Caminhão basculante articulado 6x6

R$ 64,46

R$ 47,42

R$ 11,19

R$ 30,66

R$ 153,72

Caminhão basculante fora de estrada 30 t

R$ 39,89

R$ 23,95

R$ 11,19

R$ 22,23

R$ 97,26

Caminhão basculante rodoviário 6x4 (26 a 30 t)

R$ 20,48

R$ 14,40

R$ 6,79

R$ 7,67

R$ 49,33

Caminhão basculante rodoviário 6x4 (36 a 40 t)

R$ 30,94

R$ 23,21

R$ 7,04

R$ 15,33

R$ 76,52

Carregadeira de pneus (1,5 a 2,0 m³)

R$ 29,40

R$ 15,40

R$ 3,13

R$ 13,03

R$ 60,97

Carregadeira de pneus (2,5 a 3,5 m³)

R$ 44,20

R$ 22,73

R$ 10,49

R$ 18,40

R$ 95,82

Compactador de pneus para asfalto

R$ 40,00

R$ 12,98

R$ 3,72

R$ 15,33

R$ 72,03

Compactador vibratório liso / pé de carneiro (10 t)

R$ 41,60

R$ 13,35

R$ 0,55

R$ 23,00

R$ 78,49

Compactador vibratório liso / pé de carneiro (7 t)

R$ 28,80

R$ 10,35

R$ 0,31

R$ 23,00

R$ 62,46

Compressor de ar portátil (250 pcm)

R$ 7,68

R$ 6,96

R$ 0,04

R$ 21,77

R$ 36,45

Compressor de ar portátil (750 pcm)

R$ 15,87

R$ 13,55

R$ 0,11

R$ 52,43

R$ 81,95

Escavadeira hidráulica (15 a 17 t)

R$ 41,50

R$ 26,75

R$ 1,61

R$ 13,80

R$ 83,65

Escavadeira hidráulica (20 a 22 t)

R$ 44,20

R$ 27,67

R$ 2,17

R$ 32,19

R$ 106,23

Escavadeira hidráulica (30 a 34 t)

R$ 81,25

R$ 50,07

R$ 4,01

R$ 45,99

R$ 181,32

Motoniveladora (140 a 180 hp)

R$ 49,98

R$ 29,40

R$ 3,74

R$ 26,06

R$ 109,18

Motoniveladora (190 a 210 hp)

R$ 49,00

R$ 29,00

R$ 3,49

R$ 30,66

R$ 112,15

Retroescavadeira

R$ 22,31

R$ 12,46

R$ 1,73

R$ 12,26

R$ 48,77

Trator de esteiras (100 a 120 hp)

R$ 57,09

R$ 29,55

R$ 2,87

R$ 19,93

R$ 109,44

Trator de esteiras (160 a 180 hp)

R$ 56,00

R$ 29,13

R$ 6,18

R$ 32,19

R$ 123,50

Trator de esteiras (300 a 350 hp)

R$ 138,13

R$ 71,07

R$ 19,60

R$ 56,72

R$ 285,52

Os valores sugeridos como padrão, pela Sobratema, correspondem à experiência prática de vários profissionais associados, mas não devem ser tomados como única possibilidade de combinação, uma vez que todos os fatores podem ser influenciados pela marca escolhida, local de utilização, condições do terreno ou jazida, ano de fabricação, necessidade do mercado e oportunidades de execução dos serviços. Maiores informações ou cálculos para sua frota personalizada estão disponíveis no site: www.sobratema.org.br.

40 | Fevereiro | 2007


ref: 123


feiras & eventos ref: 124

Alguns integrantes da missão técnica brasileira

Inovações em obras de concreto Organizada pela Sobratema, delegação de profissionais brasileiros vai a Las Vegas conferir as novidades em equipamentos para execução, recuperação e demolição de estruturas de concreto Dos dias 22 a 26 de janeiro, a cidade de Las Vegas, localizada no estado norte-americano de Nevada, converteu-se na capital mundial das tecnologias para obras de concreto com a realização do World of Concrete (WOC), uma dos principais amostras de equipamentos para esse setor. Em sua 33ª edição, o evento reuniu 1.700 expositores – 400 a mais que em 2006 –, distribuídos numa área de 84 mil m 2, e atraiu a visita de cerca de 80 mil profissionais. Entre os visitantes que percorreram os corredores do Las Vegas Convention Center, a delegação brasileira marcou presença na busca de

42 | Fevereiro | 2007

inovações em equipamentos e sistemas para concretagens, demolições, obras de alvenaria, acabamento, execução e recuperação de estruturas. A missão técnica foi organizada pela Sobratema, em conjunto com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos (US Commercial Service), num pacote que incluiu transporte, hospedagem e traslado até o local do evento. O suporte à delegação brasileira envolveu ainda o agendamento de duas atividades técnicas: a apresentação do sistema de fôrmas de alumínio da empresa Wall Ties & Forms e a visita ao canteiro de obras de um hotel em implantação. Além disso, os integrantes da missão técnica puderam contar com o apoio da entidade, por meio de seu estande no WOC, para as reuniões e contatos de negócios, incluindo a disponibilidade de recepcionistas bilíngüe. Ocupando uma área de 20 m 2, o estande da Sobratema no WOC também possibilitou a divulgação da M&T Expo 2009 aos expositores e visitantes da feira. Veja a seguir algumas inovações em equipamentos apresentadas durante o evento:

FERIAS Y EVENTOS Innovaciones en obras de hormigón Del 22 al 26 de enero, la ciudad de Las Vegas (Nevada, EE. UU.) se convirtió en la capital mundial de la tecnología para obras de hormigón armado, como consecuencia de la realización de World of Concrete (WOC), una de las principales ferias de maquinaria del ramo. La muestra, en su 33ª edición, reunió a 1.700 expositores – 400 más que la realizada en el 2006 –, distribuidos en una superficie de 84 000 m2, y recibió a un público de aproximadamente 80.000 profesionales. Entre los visitantes que recorrieron los pasillos del centro de convenciones de Las Vegas, la delegación brasileña sentó presencia en el evento por la búsqueda de innovaciones en maquinaria y sistemas de colada de hormigón, demolición, obras de mampostería, acabado, y ejecución y recuperación de estructuras. La misión técnica fue organizada por Sobratema conjuntamente con el Departamento de Comercio de los Estados Unidos, en un paquete que incluyó transporte, hospedaje y traslados al y del centro de convenciones. El apoyo brindado a la comitiva brasileña abarcó también la programación de actividades técnicas, tales como la visita al obrador de un hotel en construcción.


manutenção tecnologia

Mastro bombeia concreto em locais de difícil acesso Maior alcance ao bombeamento de concreto, com articulações que permitem levar esse material aos locais de acesso mais difícil, é a promessa da Schwing com o lançamento do mastro de distribuição RZ5. O equipamento foi apresentado sobre a autobomba S 52 SX, contando com 163 mm de diâmetro, alcance vertical de 52 m (45,4 m na horizontal) e capacidade para bombear concretos com agregados de até 63,5 mm de diâmetro. O mastro movimenta-se sobre o chassi do caminhão-bomba em ângulo de 180º, permitindo a concretagem em qualquer lado do veículo. Além disso, a articulação em sua seção de ponta chega a 270º, o que facilita a distribuição do material até o local da concretagem. O equipamento conta com o sistema de monitoramento Vector, desenvolvido pela Schwing, que permite o acompanhamento de todos os parâmetros de bombeamento pelo operador, como a temperatura e pressão do óleo hidráulico, por exemplo, possibilitando menores custos de manutenção e maior vida útil ao conjunto.

ref: 125

Manipulador para cargas elevadas O manipulador G12-55A, apresentado pela JLG, é indicado para a elevação de grandes cargas em canteiros de obras e serviços de pátio. Ele permite a dirigibilidade das quatro rodas ou apenas do eixo dianteiro ou do traseiro, possibilitando maior flexibilidade na manipulação de materiais em qualquer área de trabalho. O equipamento eleva cargas de até 5.454 kg a 16,7 m, mesmo em terrenos irregulares, sendo acionado por um motor diesel turbo, da John Deere. Ele fica montado lateralmente no ma-


feiras & eventos nipulador, facilitando a visibilidade e acesso nos serviços de manutenção, e é ligado a um sistema de transmissão de quatro velocidades, que confere ao G12-55A até 32 km/h de velocidade de deslocamento.

possibilitando o rápido deslocamento em atividades que exigem freqüentes mudanças de local. Sistema faz acionamentos pneumáticos em campo

Rompedor com baixa emissão de ruídos

A VMAC (Vehicle Mounted Air Compressors) desenvolve uma solução pneumática para várias aplicações em campo, como serviços de manutenção, de troca e calibragem de pneus de grande diâmetro, acionamento de rompedores, de máquinas de solda, chaves de impacto e demais equipamentos. O sistema é acionado por ar comprimido e vem montado sobre chassi de caminhão ou veículo utilitário, incluindo um comboio de lubrificação acionado por bomba pneumática, dispositivos para partida em grandes motores e ampla variedade de ferramentas, como chaves de impacto, perfuratrizes e outras. Acessório remove e recicla o pavimento Cobra Combo é o novo martelo hidráulico desenvolvido pela Atals Copco, movido a gás, que emite apenas 110 dB em operação, atendendo às exigências européias em emissões de ruídos (NED). O equipamento atinge até 2.600 golpes por minuto, perfurando uma rocha granito em profundidade máxima de 1,98 m. Leve e fácil de operar, ele conta com 18 acessórios que permitem seu uso numa ampla variedade de aplicações, como quebrar, perfurar ou cortar rochas, demolir estruturas de concreto e compactar materiais. Como é acionado a gás, o rompedor dispensa a mobilização de compressores ou mangueiras,

44 | Fevereiro | 2007

A linha de acessórios Crusher, projetada pela Iron Wolf para montagem em pás-carregadeiras sobre rodas, permite reduzir a granulometria de rochas, matacões, pavimentos rígidos ou flexíveis no próprio campo. Trata-se de um equipamento dotado de cilindro com

sistema de corte e carcaça, indicado para a remoção desses materiais e serviços de reciclagem (como concreto ou asfalto), obras de pavimentação e recuperação de rodovias, estabilização de solos e beneficiamento de substâncias minerais friáveis – dolomita e gipsita, por exemplo. Ele remove o material in loco e produz automaticamente a massa fragmentada, contando com cilindros cortadores de 40” a 48”, que possibilitam uma profundidade de corte de 30 cm a 40 cm, respectivamente. O implemento é acionado por sistemas hidráulicos independentes da máquina portadora, permitindo ajustar a granulometria do material produzido. Rolos tandem otimizam compactações leves

Os novos rolos compactadores tipo tandem da série AR, lançados pela Multiquip, estão disponíveis em modelos de 1,5 a 5 t de classe de peso, equipados com cilindros de 80 a 130 cm de largura. Ao todo, são 10 modelos de rolos vibratórios que operam em alta freqüência e geram uma força centrífuga de 13 kN, no caso do AR-16, a 48 kN, no AR-40, o maior da família. São dotados de cabine com estrutura para proteção ao operador (ROPS), dupla freqüência e amplitude, sistema de água pressurizada com dupla filtragem e instrumentos de controle fáceis de localizar no painel. Eles se incluem na categoria de equipamentos para compactações leves ou de médio porte, projetados para o maior conforto e segurança do operador com alta produtividade no serviço.


ref: 126

eSPAÇO OPUS

A influência do vento na operação de guindastes É de grande relevância o risco proporcionado pela atuação dos ventos na operação de guindastes e no levantamento de cargas. Muitos acidentes ocorrem pela inobservância desse fator e podem ser evitados com a realização de cálculos relativamente simples. Os fabricantes de guindastes estabelecem limites de velocidade dos ventos de acordo com a configuração da máquina em operação, levando principalmente em consideração o comprimento da lança do equipamento. Tais limites, determinados por meio de cálculos e ensaios, são fixados nas tabelas de carga e no LMI, que é o computador de bordo da máquina. O guindaste mede a velocidade real do vento por meio de um anemômetro, instalado na ponta da sua lança, e compara com o limite permitido registrado no computador, monitorando desta forma a segurança da operação. Quando a velocidade real do vento se aproxima do limite estabelecido, o computador emite sinais audiovisuais ao operador. É importante observar que, de acordo com o tipo de guindaste, o limite estabelecido para sua operação não leva em conta o vento atuando na carga em içamento. Cabe à equipe de ringging recalcular este valor em função do peso, da área crítica e da geometria da carga. Este novo valor deve ser implantado no sistema de monitoramento da operação. Para a realização deste cálculo de revisão, o fabricante disponibiliza no catálogo operacional da máquina (principalmente as mais modernas) as orientações e procedimentos a serem seguidos. Reproduzimos, a seguir, os procedimentos estabelecidos por alguns deles: Guindaste Grove GMK 5200 (200 t) Guindaste Compact Truck AG CT.3 (80 t)

“Durante a operação do guindaste, a Superfície Específica do Vento Admissível na Carga (Aadm) corresponde a Aadm = 1 m² por t de capacidade de carga. A superfície do vento depende do coeficiente de força da carga (Cf). Se o valor Cf ficar acima de 1,2 e em superfícies de ventos superiores à Aadm (Superfície Específica do Vento Admissível), a superfície do vento da carga tem que ser reduzida proporcionalmente no planejamento.” Fórmula:

Vred= v .

Foto: Liebherr

Por Oswaldo A. Biltoveni (*)

1,2 . A Cf . A´

Vred Velocidade do vento reduzida admissível (m/s) V Cf A´

Velocidade do vento admissível segundo tabela de capacidade de carga (m/s) Coeficiente de força aerodinâmica real (DIN 1055, parte 4) Superfície específica do vento real da carga (m²/t)

Aadm Superfície específica do vento admissível da carga (m²/t)

Guindaste Liebherr 1120/1 (120 t) “Verificar no Diagrama 1, constante na tabela operacional do guindaste, a área máxima permitida da carga em função do peso a ser içado.” Fórmula:

Vr = Vp .

Ap Ar

Vr

Velocidade reduzida (m/s)

Vp

Velocidade permitida autorizada segundo tabela de carga (m/s)

Ap

Área permitida obtida no diagrama 1 (m²)

Ar

Área real da carga a ser içada (m²)

Instalado na ponta da lança, o anemômetro mede a velocidade real do vento

Salientamos que estes procedimentos são específicos para os guindastes em referência e que se deve verificar o critério estabelecido para cada tipo, modelo e marca de equipamento. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) fixa as condições exigíveis para o cálculo da carga do vento em guindastes por meio da Norma NBR 13129. (*) Oswaldo A. Biltoveni é instrutor de cursos de rigger promovidos pelo Instituto Opus, da Sobratema.

45


ref: 127

AnĂşncio


ESPAÇO ABERTO

Sistema por oscilação melhora a compactação Os rolos compactadores Hamm, produzidos pela Wirtgen, já estão disponíveis no mercado com a nova tecnologia de compactação por oscilação. “Embora os rolos vibratórios estejam presentes na maior parte das obras, graças aos seus excelentes resultados, esse sistema não é uma solução completa, pois não basta aplicar força. É preciso utilizá-la de modo inteligente nos locais necessários”, afirma Alessandro Fernandes Florido, engenheiro da Ciber, empresa pertencente ao grupo Wirtgen. Ele explica que a compactação vibratória emprega movimento circular. Com isto, o cilindro mantém contato com o material a ser compactado somente durante metade do tempo operacional. Os rolos tradicionais possuem um eixo dentro do cilindro, com dois pesos excêntricos girando em altas velocidades e produzindo uma força vertical que hora é transmitida ao solo, hora é direcionada para cima. A tecnologia de compactação por oscilação desenvolvida pela empresa também se baseia na rotação das massas excêntricas, porém com dois eixos com pesos excêntricos ajustáveis. A rotação sobre ambos os eixos e o ajuste da posição dos pesos gera movimentos oscilantes, proporcionando contato permanente com o material. “Há uma melhor distribuição da força aplicada e a compactação torna-se mais rápida e menos agressiva.” Como o sistema por oscilação gera somente cerca de 15% das tensões produzidas pela vibração, já que as forças são canalizadas com maior precisão para o material a ser compactado, seu uso ocasiona menos danos, especialmente em obras de pontes, de viadutos ou construções fragilizadas (centros históricos, por exemplo). Na pavimentação com massa asfáltica, Alessandro ressalta que a tecnologia por oscilação também apresenta benefícios como o aumento da faixa de temperatura de trabalho e do grau de compactação, pois a densidade do material aumenta a cada passada sem efeitos colaterais. “Na junção entre duas faixas de uma rodovia, a compactação por oscilação em uma pista evita danos à outra que já tenha sido concluída, permitindo até mesmo passadas transversais”, diz ele. O sistema também garante uma mistura altamente homogênea e boa rugosidade superficial, ao contrário de outros tipos de compactação, que freqüentemente resultam em exsudação.

Motobombas acionadas por biodiesel As motobombas produzidas pela paranaense Companhia Branco de Motores já estão sendo comercializadas com motorização preparada para o consumo de biodiesel em misturas de até 2% de óleo vegetal (B2), cuja adição torna-se obrigatória no Brasil a partir de 2008. Sua linha de motobombas a diesel inclui modelos para drenagem pública ou em canteiros de obras, escoamento de chorume em aterros sanitários e poços profundos (até 40 m). O modelo BD700, por exemplo, da família de motobombas autoescorvantes, é indicado para o recalque de grandes volumes de água com presença de sólidos, atingindo de 30 a 90 m³/h de vazão, em alturas manométricas de até 30 mca. A linha de equipamentos multiestágio, ideal para bombeamento de água limpa, é a que atinge maior capacidade de recalque, chegando a 114 mca, no caso do modelo BD912.

Redutor para torques elevados Disponível em sete tamanhos e até quatro estágios de redução, os motoredutores da série ML, da SEW Eurodrive, contam com engrenagem de dentes cementados e retificados, carcaça em construção soldada e bipartida na linha dos mancais de rolamentos e vedações reengraxáveis a prova de pó. Eles possuem eixos ortogonais ou paralelos e rolamentos auto-compensadores de rolos. Atingem redução nominal mínima de 6, torque máximo de 1.200 kNm e, devido a seu design modular, permitem grande variedade de aplicação em plantas de mineração.

47


ESPAÇO ABERTO

Dispositivo reduz agressões ao motor Um aumento de até 20% na vida útil dos motores diesel, estendendo a durabilidade do seu lubrificante em 25% e dos filtros de ar em mais de 72%, é a promessa da Ultra Clean com o lançamento do Turbo Precleaner. Trata-se de um dispositivo desenvolvido para instalação em motores de equipamentos agrícolas, de mineração e construção, tratores e caminhões fora-de-estrada. Segundo o fabricante, seu sistema de lâminas remove 98% das impurezas contidas no ar,

por meio de força centrífuga, além de reduzir até 70% de sílica e outros contaminantes indesejáveis no óleo lubrificante. “Como o motor começa a trabalhar com maior eficiência e sem esforço extra, seu desempenho melhora e a economia no consumo de combustível fica entre 5% e 15%”, diz Osíris Rocha, diretor executivo da empresa. Ele afirma que o equipamento não requer manutenção, é autolimpante, fácil de instalar e não interfere na performance do motor.

Peças de alta resistência para bombas de polpa Plataforma aérea atinge áreas inacessíveis A Haulotte prepara-se para apresentar ao mercado, durante a feira de equipamentos para construção e mineração Bauma 2007, na Alemanha, suas novas plataformas aéreas para trabalhos em altitudes de até 43 m e 41 m. Os modelos H43 TPX e H41 PX são dotados de plataforma giratória de 360º, controle por joystick e dirigibilidade nas suas quatro rodas, facilitando o posicionamento do trabalhador em áreas que outros equipamentos não conseguem acessar. Seu sistema de suspensão se ajusta às irregularidades do terreno, permitindo o acesso em locais íngremes, e os equipamentos contam ainda com limitador de velocidade. Permitem elevar até dois operários (máximo de 230 kg), proporcionando segurança e rápida mobilização nas tarefas realizadas em altitudes, como serviços de construção, manutenção industrial ou predial, limpeza e montagens em geral.

48 | Fevereiro | 2007

As peças para bombas de polpa da Electro Aço Altona são produzidas em ligas de aço-cromo e cromo-molibdênio, proporcionando alta resistência à abrasão. Como essas bombas operam sob condições severas, como o transporte de sólidos em plantas de mineração e beneficiamento mineral, fábricas de papel e celulose, tubulações de resíduos químicos, dragagem e extração de areia, tal característica possibilita maior resistência ao desgaste. A empresa produz componentes como carcaças, rotores, placas de desgaste, difusores e tampas, além de acessórios para a linha de transporte como curvas, caixas de inspeção, joelhos de sucção e recalque. Eles são fornecidos a usuários, fabricantes (OEM) e o mercado de reposição brasileiro e internacional, atendendo todo tipo de bomba de polpa de até 10.000 kg e 30” de sucção.

INFORMAÇÕES Companhia Branco de Motores: www.branco.com.br Ciber: www.ciber.com.br Electro Aço Altona: www.altona.com.br Haulotte: www.haulotte.com.br Sew Eurodrive: www.sew.com.br Ultra Clean Brasil: www.ultracleanbrasil.com.br


ref: 128

anuรกrio


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Tipo de Negócio/Indústria/Tipo de Negócio/Indústria Empreiteira/Contratista

Locador de Equip./Alquiler de Equipo

Estab. Indust. /Estab. Indust.

Fabr. Equip/Fabr. de Equipo

Agente/Distribuidor

Prest. Serv./Prest. Serv.

Org. Govern./Org. Gubern.

Outros/Otros

Qual o tipo de equipamento que você compra, específica, usa, vende ou assiste? (favor assinalar os itens aplicáveis)/ Cuál es el tipo de equipo que ud. compra, especifica, usa, vende o asiste? (por favor marcar los ítems aplicables) Constr. Pesada/Constr. Pesada

Constr. Predial/Edificación

Máq. Operatr./Máq. Herram.

Veíc. Leves/Veh. Liv.

Veíc. Pes./Veh. Pesados

Agricultura/Agricultura

Outros/Otros Qual o faturamento anual da sua empresa?(Milhares de dólares) Cúal es la facturacíon anual de su empresa?(Milares de dólares) Menos de mil/Abajo de Mil

5 a 19,9 mil

1 a 2,9 mil

20 a 99,9 mil

3 a 4,9 mil

Acima de 100 mil/Arriba de 100 mil

Sua empresa tem oficina de manutenção própria?/Tienes su empresa talleres de mantenimiento próprios? Sim/Si

Não/No

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