Revista M&T - Manutenção & Tecnologia Nº111
-
Março
-
2008
-
www.sobratema.org.br
CONEXPO 2008 LAS LAS VEGAS VEGAS VIRA VIRA A A
CAPITAL CAPITAL DOS DOS
EQUIPAMENTOS
BRITAGEM BRITAGEM nº 111 -Março - 2008
A usina usina certa certa para para cada cada necessidade necessidade A TRITURACIÓN TRITURACIÓN La planta planta adecuada adecuada para para cada cada necesidad necesidad La
CONEXPO 2008 Las Vegas se convierte en la capital de los equipos
EDITORIAL
Yes, nós temos a M&T Expo Uma pesquisa encomendada pela rede britânica BBC constatou que o Brasil exerce uma influência positiva no mundo, à frente de muitas nações industrializadas e em desenvolvimento. Nessa sondagem, realizada com 18 mil pessoas dos cinco continentes e divulgada este mês, o País ficou em sexto lugar em termos de boa percepção de sua imagem no exterior, superado apenas pela Alemanha, Japão, União Européia, França e Grã-Bretanha. A boa avaliação internacional – que deve ser atribuída à hospitalidade do brasileiro, à alegria do seu futebol e do Carnaval, assim como à beleza das nossas paisagens naturais e ao compromisso do País com a democracia, o crescimento econômico e o entendimento entre os povos – massageia nosso ego enquanto cidadãos. Para os profissionais de equipamentos, é gratificante saber que essa boa avaliação internacional se estende também ao nosso setor. A participação brasileira na Conexpo 2008, uma das maiores feiras de máquinas para construção e mineração do mundo, confirmou essa percepção. Afinal, a coletiva de imprensa promovida pela Sobratema durante a Conexpo 2008, em março último, reuniu mais de 60 jornalistas e representantes de associações internacionais do setor, interessados em obter informações sobre o mercado brasileiro de equipamentos e a próxima edição da M&T Expo. Alemães, argentinos, espanhóis, chineses, costarriquenhos, franceses, hindus, ingleses, japoneses, norte-americanos, peruanos, portugueses e venezuelanos compareceram à coletiva e se surpreenderam com o dinamismo do nosso setor de máquinas pesadas para construção, que deve consumir mais de 60.000 unidades este ano de 13 famílias distintas. A surpresa não foi menor em relação à M&T Expo 2009 que, a um ano da sua realização, conta com mais de 90% das áreas comercializadas. Os números do evento – que em 2006 atraiu mais de 34.200 visitantes e reuniu 286 expositores numa área de 85.000 m2 – o transformam na maior mostra de equipamentos para construção e mineração da América Latina e esse posicionamento já foi assimilado pelo mercado internacional. Profissionais latinoamericanos já “adotaram” a M&T Expo como a feira do nosso continente e – o melhor – esse interesse internacional em relação ao evento não se deve ao exotismo da época do “yes, nós temos banana!”, mas sim à força da indústria e do mercado brasileiros.
Yes, nosotros tenemos la M&T Expo Según una encuesta auspiciada por la red de noticias británica BBC, el Brasil tiene una influencia positiva en el mundo, por delante de muchas naciones industrializadas y en vías de desarrollo. En la encuesta, realizada a 18 mil personas de los cinco continentes y difundida este mes, el Brasil ocupa la sexta posición en lo que se refiere a la buena percepción de su imagen en el exterior, superado apenas por Alemania, Japón, Unión Europea, Francia y Gran Bretaña. La evaluación internacional positiva – gracias a la hospitalidad del brasileño, a la alegría de su futbol y de su Carnaval y a la belleza de sus paisajes naturales, así como al compromiso del país con la democracia, el crecimiento económico y el diálogo entre los pueblos – alimenta el ego de sus ciudadanos. Para nosotros, profesionales vinculados al área de equipos, es gratificante saber que esa evaluación internacional favorable se hace extensiva también a nuestro sector. La participación brasileña en la Conexpo 2008, una de las feria de maquinaria para la construcción y minería más importante del mundo, confirmó esa percepción. A fin de cuentas, en la rueda de prensa que organizó Sobratema durante la Conexpo 2008, en marzo pasado, había más de sesenta periodistas y representantes de asociaciones internacionales del sector, interesados en recabar información sobre el mercado brasileño de máquinas y equipos y la próxima edición de la M&T Expo. Alemanes, argentinos, españoles, chinos, costarricenses, franceses, hindúes, ingleses, japoneses, estadounidenses, peruanos, portugueses y venezolanos presentes en la rueda de prensa se mostraron sorprendidos por el fuerte dinamismo de nuestro sector de máquinas y equipos pesados para la construcción, que prevé que este año se comercializarán más de 60.000 unidades de 13 tipos diferentes de equipos. La sorpresa no fue menor ante la noticia de que la M&T Expo 2009, cuando todavía falta casi un año para su celebración, tiene vendido aproximadamente el 90% de su superficie. Las cifras del evento – que en el 2006 logró reunir a más de 34.200 visitantes y 286 expositores en una superficie de 85.000 m2 – lo convierten en la mayor exposición internacional de máquinas y equipos para la construcción y minería de América Latina, y esa opinión es compartida por el mercado internacional. Los profesionales latinoamericanos han “adoptado” la M&T Expo como la feria de su continente y, mejor aún, el interés internacional que genera no se debe al exotismo de la época del “yes, nosotros tenemos bananas”, sino a la fuerza de la industria y del mercado brasileños.
Revista M&T
SUMÁRIO
o & Tecnologia
EXPEDIENTE
- Manutençã
MOTORE
Materia S DIESEL is mai s leve s e novo s conc MOTORES eitos dita Mater DIESEL m a evol iales más liviano ução s y nuevo s conce ptos determ inan la evoluc ión
Nº11 1 Març o 2008 - ww w.so brat ema .org .br
CONE XPO 2 008 CAPITA E LAS LAS VEG VEGAS AS VIR
VIRA A QUIPA L DOSAA MENTO S
Capa: Vista aérea da feira Conexpo-Con/AGG 2008
nº 111 -Março - 2008
Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção Diretoria Executiva e Endereço para correspondência: Av. Francisco Matarazzo, 404 – cj. 401 – Água Branca São Paulo (SP) – CEP 05001-000 Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
BRITAGE BRIT AGE
M A usin A usinaa M certaa cert para para
TRITU TRITU RACIÓ RACIÓ N N
La planta La planta
cada nece cada necessid ssidade ade
adecu adecu ada para ada para cada cada neces neces idad idad
CONEXPO 2008 Las Vegas vira a capital dos equipamentos CONEXPO 2008 Las Vegas se convierte en la capital de los equipos
Comitê Executivo Presidente: Afonso Celso Legaspe Mamede Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel Vice-Presidente: Ivan Montenegro de Menezes Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos Vice-Presidente: Jonny Altstadt Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis
Diretoria Técnica
12
BRITAGEM A usina certa para cada necessidade TRITURACIÓN La planta adecuada para cada necesidad
38
Augusto Paes de Azevedo (Caterpillar) - Carlos Arasanz Loeches (Eurobrás / ALEC) - César Schmidt (Liebherr) - Emanuel P. Queiroz (Scania) - Edson R. Del Moro (Engepar) - Eduardo M. Oliveira (Santiago e Cintra) Egberto Rosa Campos (Sersil) - Franz Treu (Atlas Copco) Gilberto Leal Costa - Gino Raniero Cucchiari (CNH) - João Lazaro Maldi Jr. (CCCC) - João Ney P. Colagrossi (Metso) - Luis Afonso Pasquotto (Cummins) - Luis Gustavo Pereira (Tracbel) - Marcos Bardella (Brasif) Mario Humberto Marques (Andrade Gutierrez) - Nathanael P. Ribeiro Jr (Multieixo) - Nelson Costábile Barros (Constran) - Paulo Gama (Goodyear) - Paulo Lancerotti (Sotreq) - Permínio A. Maia de Amorim Neto (Getefer) - Ramon Nunes Vazquez (Mills) - Valdemar Shinhiti Suguri (Komatsu) - Vicente Bernardes - Vicente Cracasso (Equisul) Yoshio Kawakami (Volvo)
HIDRELÉTRICA Grande em tudo, menos no impacto ambiental CENTRAL HIDROELÉCTRICA Grande en todo, salvo en el impacto medioambiental
COMBOIOS DE LUBRIFICAÇÃO
54
PLATAFORMAS AÉREAS Mercado nas alturas PLATAFORMAS PARA TRABAJO AÉREO Mercado en alza
Revista M&T - Conselho Editorial Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Paulo Oscar Auler Neto, Silvimar F. Reis, Permínio A. M. de Amorim Neto e Norwil Veloso. Membros: Adriana Paesman, Agnaldo Lopes, Benito F. Bottino, César A. C. Schmidt, Eduardo M. Oliveira, Gino R. Cucchiari, Lédio Augusto Vidotti, Leonilson Rossi, Luiz C. de A. Furtado, Mário H. Marques e Pedro Luiz Giavina Bianchi. Diretor Executivo: Hugo José Ribas Branco Editor: Haroldo Aguiar Repórter: Rodrigo Conceição Santos Revisão Técnica: Norwil Veloso Traduções: Maria Del Carmen Galindez Publicidade: Sylvio Vazzoler, Roberto Prado e Giovana Marques Di Petta Produção Gráfica: DSGE A Revista M&T - Manutenção & Tecnologia é uma publicação dedicada à tecnologia, gerenciamento, manutenção e custos de equipamentos. As opiniões e comentários de seus colaboradores não refletem, necessariamente, as posições da diretoria da SOBRATEMA. Tiragem: 12.000 exemplares. Circulação: Brasil e América Latina. Periodicidade: mensal. Impressão: Parma Auditado por:
Filiado à:
4 | Fevereiro 2008
48
Aliados da produtividade UNIDADES MÓVILES PARA LUBRICACIÓN Aliados de la productividad
Diretor Regional Petrônio de Freitas Fenelon (MG) VPS Engenharia e Estudos Wilson de A. Meister (PR) Ivaí Engenharia de Obras S/A Jose Luis P. Vicentini (BA) Terrabrás Terraplanagem do Brasil S/A Laércio de F. Aguiar (PR) Construtora Queiroz Galvão S/A Antonio Almeida Pinto (CE) Construtora Queiroz Galvão S/A
CONE Las Vega s se conv XPO 20 08 ierte en la de los capital equipos
62
LANÇAMENTO Um peso-pesado para obras de enrocamento NOVEDADES Un peso pesado para obras de enrocamiento
70
TRANSMISSÃO Tração total para terrenos difíceis SISTEMA DE TRANSMISIÓN Tracción total para terrenos difíciles
72 SEÇÕES SECCIONES Notas Notas ................................................................................................................ Manutenção Mantenimiento ...................................................................................... Tabela de Custos Tabla de Costos ............................................................................ Espaço Aberto Espacio Abierto .................................................................................
06 65 68 74
MAN A tátic a de se UTENÇÃO antecipa r ao MAN TENI
MIEN La táctic a de anticiTO par
FA Ç A
O
T E S T E !
S U P E R I O R I D A D E
A
T O D A
P R O VA .
A Case está lançando uma máquina e um desafio. A máquina chega ao mercado com motor de tripla potência, que possibilita a melhor opção de trabalho com o maior desempenho e o menor consumo. Agora, o desafio: venha comparar com a concorrência. Suas conclusões são os nossos melhores argumentos. Novas pás carregadeiras Série E. Desempenho superior que você comprova.
A GENTE VAI CONVENCER VOCÊ A COMPRAR ESTAS MÁQUINAS COM APENAS UMA PALAVRA: COMPARE.
NOVAS 721 E 821 SÉRIE E.
TEM SEMPRE UMA CASE FAZENDO MAIS NA SUA VIDA.
s Cabine com melhor visibilidade, mais conforto e espaço para a maior produtividade.
s Chassi com estrutura super-reforçada para enfrentar as atividades mais pesadas: maior durabilidade, resistência e robustez.
s Módulo de refrigeração mais eficiente (Cooling Box), com ventilador reversível para a remoção de poeira e detritos.
OUTROS DIFERENCIAIS DA 721E/821E: s O novo motor combina potência e baixo consumo de acordo com o tipo de atividade e gera uma combustão reduzida de poluentes e ruído.
P O T Ê N C I A
www.casece.com.br
NOTAS
Bombas de polpa vencem trabalho severo na CFM Quatro bombas verticais de polpa da linha Orion, fabricadas pela Metso Minerals em sua unidade de Sorocaba (SP), estão contribuindo com o programa de aumento da produção de minério de ferro da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) desde o início deste ano. Indicadas para aplicações severas de bombeamento, elas começaram a operar em três pontos da usina de beneficiamento da Companhia de Fomento Mineral (CFM), pertencente à Nacional Minérios S.A., uma subsidiária da CSN. O projeto, que envolveu a instalação de uma bomba modelo HR150 e de três HR200, não se limita apenas à expansão da capacidade da usina de Miguel Burnier, que fica localizada próxima a Congonhas do Campo (MG). Segundo Fausto Tavares Paiva, coordenador de manutenção da CFM, os equipamentos são importantes também para a qualidade do processo produtivo. “Eles são fundamentais para o desempenho da usina de concentração magnética, uma vez que a estabilidade do sistema depende de
uma dinâmica de bombeamento linear”, diz ele. Essa linha de bombas começou a ser produzida no Brasil em meados de 2007 e, desde então, a empresa vendeu mais de 70 unidades para grandes mineradoras do País e do exterior. “Como elas não usam revestimento, o desgaste ocorre na carcaça. Mas em função da maior quantidade de alto cromo depositado nas paredes, sua vida útil chega a ser quatro vezes maior que a de outros modelos, o que torna seu preço de aquisição bem competitivo”, explica o gerente de vendas em mineração da fabricante, Álvaro Sérgio Xavier Brandão. Segundo ele, o modelo HR150, de 210 m³/h de capacidade de vazão, possui rotor e carcaça revestidos em borracha e é acionado por motor elétrico de 30 hp a 400 V. Já as bombas HR200, com o mesmo tipo de revestimento, são equipadas com motor elétrico de 150 hp (440 V) e atingem vazão de 306 m³/h. “São equipamentos projetados para resistir à abrasão mecânica causada pela polpa do mi-
nério de ferro, pois trabalham em regime contínuo ao longo de todo o ano e não podem se submeter a grandes intervalos de manutenção.” No caso da CFM, que conta com estrutura própria para a manutenção de todos os equipamentos estacionários – com raras exceções de terceirização – as bombas de polpa serão inspecionadas em todas as paradas de manutenção preventiva da usina, realizadas a cada 15 dias. “Ainda estamos formando o histórico de intervenções para determinar sua eficiência operacional e, conseqüentemente, estabelecer o plano específico de manutenção para esses equipamentos”, diz Paiva.
Exército homenageia diretor da M&T O engenheiro Hugo José Ribas Branco, diretor executivo da M&T Expo e da revista M&T, foi agraciado em março último com o diploma “Amigo do DEC – Departamento de Engenharia e Construção” do Exército Brasileiro. A comenda, entregue em solenidade realizada em Brasília, com a presença do comandante da Força Exército, general Enzo Martins Peri, é outorgada a profissionais ou empresas, civis ou militares, que contribuíram com o DEC na melhoria do seu trabalho ou na divulgação de suas realizações. Antes de ingressar na Sobratema, Ribas, como é conhecido pelos profissionais do setor, construiu uma carreira na área de engenharia militar, da qual pediu baixa para trabalhar na área de equipamentos em grandes construtoras e empresas de mineração. Com essa experiência profissional e seu trânsito junto aos círculos militares, Ribas atuou na aproximação do Exército com demais usuários de equipamentos pesados e fabricantes, de forma a facilitar sua atualização tecnológica aplicada nas obras em cooperação.
6 | Março | 2008
MAIS PRODUTIVIDADE BAIXO CUSTO DE OPERAÇÃO.
NOVA CARREGADEIRA DE RODAS 938H A nova Carregadeira de Rodas 938H Caterpillar® oferece um aumento notável de potência e aceleração e, ao mesmo tempo, maior produção e eficiência graças ao motor ACERT®, ao sistema hidráulico sensível à carga e às opções de modos de operação que se ajustam a seu trabalho. Os centros de serviço hidráulico e elétrico também possibilitam uma manutenção mais rápida e simples. Além disso, sua empresa conta com o suporte garantido e confiável da Caterpillar, bem como da disponibilidade de peças de reposição e serviço através de seus revendedores locais. Para mais informações, entre em contato com seu Revendedor Autorizado Caterpillar ou visite www.cat938H.com/mt
©2008 Caterpillar. Todos os direitos reservados. CAT, CATERPILLAR, seus respectivos logotipos, “Amarelo Caterpillar” e o conjunto-imagem POWER EDGE™, assim como a identidade corporativa e de produto aqui usada, são marcas registradas da Caterpillar e não podem ser utilizadas sem permissão.
NOTAS
Volkswagen compra a Scania Numa negociação de cerca de 2,9 bilhões de euros, a alemã Volkswagen ampliou sua participação no capital votante da Scania de 37,98% para 68,60%, tornandose a maior acionista da montadora sueca. Informações veiculadas pela imprensa internacional apontam que a empresa, que já controla outra grande fabricante especializada em caminhões pesados, a MAN, estudaria a fusão das três operações num futuro próximo. O impacto do negócio no Brasil não se resume apenas ao fato de a MAN não operar no País. Juntas, Volkswagen e Scania podem assumir a liderança no mercado brasileiro de caminhões, totalizando cerca de 35.400 unidades vendidas em 2007. O País, onde as duas montadoras têm fábrica para a produção de caminhões, figura como um mercado importante para as estratégias globais de ambas as empresas. Enquanto a Scania se destaca pela robustez de seus modelos extra-pesados produzidos no Brasil, a Volkswagen foca sua atuação no País em todos os segmentos – comerciais leves, semi-pesados etc. – sem descuidar da
linha de caminhões de grande porte, onde acaba de lançar um modelo 6x4, com capacidade para 31 t, o Constallation 31.320. A negociação entre as duas empresas aguarda a aprovação dos órgãos de regulamentação antitruste da Comunidade Européia.
Petrobras avança no mercado de biocombustíveis A Petrobras, que em março anunciou a criação de uma subsidiária para a área de biocombustíveis, responsável pela produção de etanol e o processamento de biodiesel, assumiu definitivamente seu papel na estratégia do governo para consolidar o Brasil na liderança mundial desse setor. Além de assinar um acordo com a Mitsui para o desenvolvimento de projetos de bioenergia no Japão, a estatal anunciou a realização de um estudo de viabilidade para a instalação de um alcoolduto de cerca de 920 km, ligando Campo Grande (MS) ao porto de Paranaguá (PR). O acordo com a Mitsui, que resultou na criação da empresa Participações Nippo-Brasileira em Complexos Bioenergéticos S.A., na qual cada parceiro detém 50% dos investimentos, visa a atender futuras demandas do mercado japonês por etanol, incluindo a geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana-de-açúcar. Acordo semelhante foi assinado com a Samsumg, no final de 2007, para abastecer o mercado sul-coreano, onde se estuda a adição de 10% de etanol ao combustível usado. O projeto do alcoolduto, por sua vez, tem o objetivo de ligar as áreas produtoras do Centro-Oeste do País com a estrutura portuária de Paranaguá, reduzindo o custo de frete do produto e a emissão de poluentes em relação ao seu transporte por modal rodoviário. Mais adiantada está a construção de um alcoolduto de 800 km, ligando o mu-
8 | Março | 2008
nicípio de Canedo (GO) a Paulínia (SP) e ao porto de São Sebastião (SP), a ser implantado numa parceria entre a Petrobras, a Mitsui e a Camargo Corrêa. A linha terá capacidade para escoar 12 milhões m³/ano e as três parceiras já iniciaram seu projeto básico. Em seu Plano Estratégico para o período 2008/2015, a Petrobras prevê investimento de US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos para as áreas de produção, logística e comercialização de biocombustíveis, liderando o desenvolvimento brasileiro no setor de biodiesel e ampliando sua participação no negócio de etanol.
NOTAS
Método não-destrutivo ganha mercado em obras de redes
O uso de equipamentos de perfuração para a construção de redes de saneamento, gás e energia por método não-destrutivo (MND) começa a tornar-se mais competitivo que o tradicional sistema baseado em abertura de valas e, apenas este ano, deve movimentar mais de R$ 400 milhões em negócios. A estimativa é da Abratt (Associação Brasileira de Tecnologia não Destrutiva), com base num levantamento junto aos principais contratantes de serviços de perfuração MND: a Petrobrás e as concessionárias paulistas de saneamento (Sabesp), gás natural (Comgás) e energia elétrica (AES Eletropaulo). Para Sérgio Palazzo, presidente da Abratt, o avanço do sistema MND não deve ser atribuído apenas ao DecretoLei que entrou em vigor na cidade de São Paulo, pelo qual as empresas responsáveis pela abertura de valas em vias públicas são penalizadas com altos custos para a recomposição das ruas e avenidas afetadas. “A evolução tecnológica contribuiu para a redução de custos desse tipo de serviço, sem contar os ganhos que ele proporciona em termos de rapidez na execução da obra e na liberação da área para a sociedade, bem como o menor impacto no trânsito urbano e no cotidiano dos cidadãos e a economia com mão-de-obra.” A opinião é compartilhada por Gesner de Oliveira, presidente da Sabesp, uma das pioneiras no uso dessa tecnologia, já que a estatal começou a empregar mini-shields para a construção de redes de água e esgoto em 1974.
“Nesse período, implantamos 212 km de redes pelo sistema MND e, entre 2007 e este ano, nosso investimento nessa área será da ordem de R$ 300 milhões.” Além dos shields de diâmetros médio e pequeno usados na implantação de novas linhas, a empresa também emprega a tecnologia pipe bursting para a modernização de redes, com vistas à ampliação de sua capacidade ou eliminação de vazamentos. O sistema se baseia na mobilização de um equipamento que vem no interior do duto instalado (geralmente de ferro-fundido ou cerâmica) lançando a nova rede, ao mesmo tempo em que rompe a existente. No caso das distribuidoras de gás natural, a tecnologia MND usada se baseia no emprego de equipamentos de perfuração direcional (HDD), com ênfase na expansão das redes de distribuição e nas ligações com o consumidor final. “Nossas linhas de alta pressão já foram implantadas e, entre 2007 e este ano, vamos construir 400 km de redes na ponta com o usuário final”, diz José Carlos Broisler. Um dos projetos da concessionária envolve a transferência das redes lançadas nas vias urbanas para os passeios públicos (Projeto Calçada). Para Broisler, o sistema MND proporciona baixo impacto à população, rapidez na execução do serviço e menor movimentação de solos, o que também se traduz em menor custo para a obra. “Em compensação, ela exige alguns cuidados para se evitar danos às redes de terceiros durante o trabalho, algo muito comum num país no qual os cadastros das redes são desatualizados e com baixo grau de confiabilidade.” Assuntos dessa natureza foram discutidos durante o III Congresso Brasileiro de MND, organizado pela Abratt em São Paulo, que reuniu 750 profissionais do setor, entre empresas contratantes, companhias especializadas em perfuração não-destrutiva, fornecedores de equipamentos e materiais. Paralelamente ao evento, o I NoDig Edição - Latino-Americana reuniu especialistas no assunto, tanto do meio acadêmico como do mercado, de vários países do mundo. Além disso, os participantes puderam visitar uma exposição técnica paralela, na qual os fabricantes apresentaram as mais recentes inovações em equipamentos para MND.
Sobratema lança logo comemorativo de 20 anos No ano em que comemora seu vigésimo aniversário, a Sobratema instituiu um concurso interno para desenvolver um logotipo comemorativo à data, que será usado durante todo o ano de 2008 nas comunicações da associação, incluindo a revista M&T e o site da entidade. O logotipo ao lado, que venceu o concurso, foi criado por Elen Branco, webdesigner da associação.
10 | Março | 2008
L&.%7
A&,*
L&,%7$L&,%7I8
B)'-
:&,*7
:&(%
6 B6>DG A>C=6 9: EGD9JIDH 9: 8DCHIGJvÀD 9D 7G6H>A# . A 6 C v 6 B : C I D H 6 D B : H B D I : B E D # H â B : H B D 6 ;D G v 6 9 6 B 6 G 8 6 C : L = D A A 6 C 9 E D 9 : G > 6 ;6 O : G J B 6 6 v À D 9 : H I : I6 B 6 C = D #
IgVidgZh YZ ZhiZ^gVh/ ,9! 9&(%! 9&,%# :hXVkVYZ^gVh ]^Yg{ja^XVh/ :*%! :&(%! :&,*7! :'&*A8! :'&*B:! :'&*B: <gVc^id! :(-*7# 8da]Z^iVYZ^gV ÓdgZhiVa/ :'&*;# E{h XVggZ\VYZ^gVh/ &'7! L&(%! L&(%I8! L&,%7! L&,%7I8! L&.%7# Bdidc^kZaVYdgVh/ G<&)%#7! G<&,%#7! G<'%%#7# GZigdZhXVkVYZ^gVh/ A7.%! A7&&%# BVc^ejaVYdgZh iZaZhX e^Xdh/ B)',! B)'-! B)*.# B^c^XVggZ\VYZ^gVh/ A&*%! A&,%! A&,*#
:(-*7
:*%
IZXcdad\^V! ^cdkV d Z VaiV eZg[dgbVcXZ gZXdc]ZX^YVh Zb bV^h YZ &+% eV hZh Ydh X^cXd Xdci^cZciZh# H bZhbd V [dg V \adWVa YV CZl =daaVcY edYZ aVc Vg bV^h cdkZ b{fj^cVh eVgV [VoZg eVgiZ YV bV^h XdbeaZiV a^c]V YZ egdYjidh Yd bZgXVYd# mmm$d [m^ebbWdZ$Yec $Xh
C:L =DAA6C9# ;DGv6 <AD76A 8DB HDAJvÁ:H AD86>H#
CONEXPO 2008
LAS VEGAS VIRA A
CAPITAL DOS EQUIPAMENTOS Durante a Conexpo-Con/AGG 2008, fabricantes apresentam a última palavra em tecnologia de equipamentos para construção
12 | Março | 2008
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
S
ede dos grandes cassinos norte-americanos, que via de regra servem de palco para apresentações musicais, lutas de boxe e demais eventos do “showbizz” internacional, a cidade de Las Vegas se transformou, entre os dias 11 e 15 de março, na capital mundial da indústria de equipamentos para construção e mineração. Ocupando uma área de 211.966 m² do Las Vegas Convention Center, a Conexpo-Con/ AGG 2008 surpreendeu aqueles que, devido à recessão econômica nos Estados Unidos e seu impacto nas obras de infra-estrutura no país, pudessem esperar uma retração no setor de máquinas para construção. Conhecida como uma das principais feiras do setor e ponto de encontro indispensável para os profissionais da área, a feira manteve sua tradição de ser uma vitrine para quem quer fazer negócios com máquinas de construção nas Américas. O evento, organizado pela AEM (Association of Equipment Manufacturers), reuniu 2.182 expositores, com um crescimento de 21% em relação à edição anterior, realizada em 2005, que apresentaram a última palavra em tecnologia de equipamentos. A Conexpo-Con/AGG 2008 atraiu a visitação de mais de 144.000
13
CONEXPO 2008
Mercado brasileiro atrai a atenção internacional Prestígio e credibilidade. Essas palavras definem o conceito do mercado brasileiro de equipamentos para construção junto aos fabricantes e aos principais formadores de opinião no exterior. Exemplo disso foi a coletiva de imprensa promovida pela Sobratema, durante a Conexpo Con/AGG 2008, que reuniu mais de 60 jornalistas e líderes setoriais de países como a Alemanha, Argentina, Espanha, China, Costa Rica, Estados Unidos, França, Índia, Inglaterra, Japão, Peru, Portugal, Venezuela e Brasil. Realizada pelos vice-presidentes Mário Humberto Marques e Paulo Oscar Auler Neto, a coletiva também reuniu representantes de associações internacionais do setor e de organizadores dos grandes eventos no exterior, como a VDMA (Alemanha); CECE (Comunidade Européia); The Construction Equipment Association (Inglaterra); AEM (Estados Unidos); Builders Association of India; Department for Business, Enterprise & Regulatory Reform (Inglaterra), Ucomesa/Veronafiere (Itália), CCPIT (China); Hanleywood/ WOC (Estados Unidos) e JCMA (Japão). Os jornalistas e líderes setoriais do exterior demonstraram especial interesse pelo estudo do mercado brasileiro de equipamentos desenvolvido pela Sobratema, que foi apresentado por Mário Humberto. Na seqüência, Paulo Oscar falou sobre os preparativos para a M&T Expo 2009, que já está com mais de 90% das áreas comercializadas. “A coletiva foi um sucesso, tanto em termos de presença de jornalistas como na repercussão dos temas abordados. Os dados sobre o mercado brasileiro despertaram a atenção da imprensa internacional, que se mostrou interessaInformações sobre o Brasil e a M&T Expo despertam o interesse de mais de 60 jornalistas
14 | Março | 2008
da pela M&T Expo, um evento atraente também para as entidades internacionais parceiras da Sobratema, que nos prestigiaram com suas presenças”, afirma Jonny Altstadt, vice-presidente internacional da associação. A jornalista Inês Mugnhoz Aguirra, editora do jornal Construction Report, da Venezuela, se surpreendeu com as informações divulgadas na entrevista. “A Sobratema nos passou dados importantes, pois não conhecíamos nenhum estudo desse nível sobre o mercado brasileiro. Vamos divulgar tudo o que Brasil e o mercado latino-americano estão desenvolvendo”, diz ela. Para Debby Malca, da revista Construir, da Costa Rica, a M&T Expo “é muito mais atraente que qualquer feira de outra localidade do mundo”, pois traduz as potencialidades do mercado latino-americano de equipamentos para construção. “O que nos impressiona é sua capacidade de concretizar negócios durante o evento; não percebemos isso em qualquer outra feira, pelo menos com essa intensidade. Sem falar que na M&T Expo nos sentimos mais em casa”, conclui o repórter Santiago Pica, do centenário Jornal El Constructor, da Argentina.
CONEXPO 2008
CONEXPO 2008 Las Vegas se convierte en la capital de los equipos
profissionais do setor, dos quais 28.000 provenientes de 130 países fora da América do Norte. O destaque ficou por conta dos chineses, indianos, turcos, latino-americanos e caribenhos que, em função da forte demanda por máquinas pesadas em seus respectivos países, registraram crescimentos médios de 50% em suas delegações. No caso brasileiro, por exemplo, apenas a missão técnica organizada pela Sobratema reuniu 191 executivos de fabricantes, distribuidores, construtoras, mineradoras e demais usuários de equipamentos – a maior delegação já enviada ao evento – sem contar os que viajaram a Las Vegas individualmente ou a convite de fornecedores. Oportunidades de negócios Além de aprimorar seus conhecimentos e de se atualizar em relação às tendências tecnológicas, os integrantes da missão técnica da Sobratema puderam estreitar relações com empresas internacionais por meio de rodadas de negociações pré-agenda-
16 | Março | 2008
das pelo Departamento de Comércio do governo norte-americano (US Commercial Service), parceiro da entidade na organização dessa delegação. “A feira apresentou muitas novidades, especialmente em termos de guindastes de elevada tonelagem e com avançados recursos tecnológicos, que ainda não estão disponíveis no Brasil”, avalia Nelson Macedo Júnior, sócio da empresa SNJ, que atua na locação desse tipo de equipamento. Ele afirma que sua presença na missão técnica contribuiu para o maior intercâmbio com fornecedores e parceiros também no Brasil. “Há algum tempo nos deparávamos com a dificuldade de encontrar um fornecedor de cilindro hidráulico para um determinado modelo de guindaste e nessa delegação tive a oportunidade de conhecer uma empresa brasileira apta a resolver nosso problema.” Um dos pontos altos da participação da Sobratema no evento, entretanto, foi a coletiva de imprensa organizada pela associa-
Las Vegas, famosa por sus prestigiosos casinos que, por lo general, ofrecen una gran variedad de entretenimientos de nivel internacional, como espectáculos musicales y boxeo, entre otros, se convirtió, entre el 11 y el 15 de marzo, en la capital mundial de la industria de maquinaria para la construcción y mine ría. En una superficie de 211.966 m² del Centro de Convenciones de Las Vegas, la Conexpo-Con/AGG 2008 sorprendió a quienes, debido a la recesión económica de los Estados Unidos y su impacto en las obras de infraestructura en el país, esperaban notar una desaceleración en el sector de maquinaria para la construcción. Conocida como una de las principales exposiciones del sector y punto de encuentro indispensable para los profesionales del área, la feria hizo honor a su tradición de escaparate mundial para hacer negocios con maquinaria para la construcción en las Américas. El evento, organizado por la Asociación de Fabricantes de Equipos (AEM, por su sigla en inglés), reunió a 2.182 expositores – un crecimiento del 21% con respecto a la edición anterior celebrada en el 2005 – que presentaron las últimas novedades en equipos, productos, servicios y tecnología. La feria re cibió la visita de más de 144.000 profesionales de la industria, de los cuales 28.000 procedían de 130 países fuera de América del Norte. Por último, cabe destacar el incremento de un 50% en la cantidad de personas integrantes de las delegaciones de China, India, Turquía y de países de Latinoamérica y del Caribe como consecuencia de la fuerte demanda de equipos pesados en sus respectivos países.
AS NOVIDADES DA TEREX® NA CONEXPO 2008 JÁ ESTÃO DISPONÍVEIS NA AMÉRICA LATINA
TEREX® LATIN AMERICA: INOVAÇÕES AO SEU ALCANCE A participação da Terex® Corporation na CONEXPO 2008, uma
TA2S de duas toneladas • Carregadora de rodas TL210 • Guin-
das maiores vitrines mundiais da indústria de equipamentos, foi
daste AT-All Terrain Terex® Demag AC 100/4 de cem toneladas
um grande sucesso. Clientes de toda a América Latina estive-
• Guindaste treliçado sobre esteiras Terex® HC 230 • Guindaste
ram no Las Vegas Convention Center para conhecer as últimas
para terrenos difíceis Terex® RT1120 • Broca hidráulica R30C da
®
inovações da Terex em plataformas aéreas, equipamentos de
Terex® Reedrill • Martelo RC5 da Terex® Halco • Estabilizador/
construção, manipuladores de materiais e guindastes, além
reclaimer Terex® RS350 • Niveladores a frio PR165 e PR330
dos equipamentos para construção rodoviária e de mineração.
• Novas opções de plantas para produção de mistura quente
Produtos e inovações que já estão disponíveis para a América
de asfalto. Visite o portal www.terexla.com e conheça em de-
®
Latina, através da Terex Latin America, como: • Booms Teles-
talhes a enorme variedade de equipamentos Terex®. Você vai
cópicos Genie® S-60 e S-65 Trax • Manipulador Telescópico Ge-
descobrir que a confiabilidade, a robustez e o desempenho estão
®
®
nie GTH-5519 • Caminhão articulado Terex TA30IS • Dumper
moving forward
ainda mais perto de você através da Terex® Latin America.
together
Terex® Latin America
www.terexla.com
© Terex Corporation 2007 (Terex é marca registrada da Terex Corporation)
CONEXPO 2008
ção, que reuniu mais de 60 jornalistas estrangeiros e representantes de entidades internacionais do setor, interessados em maiores informações sobre o mercado brasileiro de equipamentos e a feira M&T Expo 2009 (veja quadro na página 14). Simultaneamente à Conexpo 2008, uma extensa programação de conferências, de mesas redondas e de seminários, totalizando mais de 130 sessões, possibilitou o intercâmbio de conhecimentos e o debate sobre os mais variados assuntos relacionados ao setor: tecnologia de concreto e asfalto, soluções para terraplenagem e movimentação de materiais, segurança, controle de emissões, gestão de frotas, tecnologias em sistemas hidráulicos e de transmissão e outros. Segundo os organizadores, mais de 22.000 profissionais, oriundos de diversos países do mundo, participaram desse congresso. Veja, a seguir, os principais lançamentos apresentados durante o evento. CARREGADEIRA HÍBRIDA Programada para chegar ao mercado a partir de 2010, a carregadeira de rodas L220F híbrida (diesel/elétrica) foi lançada pela Volvo Construction Equipment com foco na redução da dependência de combustíveis fósseis. Além de seu tradicional motor diesel V-ACT, ela conta com um gerador de ignição integrado (ISG) entre o motor e a transmissão, acoplado a uma bateria de elevada capacidade de armazenamento.
18 | Março | 2008
Como esse tipo de equipamento opera cerca de 40% do tempo em marcha lenta, o sistema desliga automaticamente o motor diesel quando ele está nessa situação ou parado, podendo religá-lo imediatamente e atingir a rotação de trabalho necessária em fração de segundos. Com isso, o sistema aproveita a energia armazenada na bateria, que é recarregada quando o motor diesel se encontra em funcionamento, possibilitando uma economia de 10% no consumo do combustível. O ganho também se deve ao fato de que o motor elétrico, que atinge um torque de 700 Nm, poupa o operador de girar muito o motor diesel para obter máxima força no ataque a uma pilha, pois o torque de pico será obtido a baixas rotações. “Escolhemos a carregadeira de rodas para ser nossa primeira máquina híbrida porque ela tende a ter deslocamentos curtos e opera com muitas paradas e partidas, condições nas quais os sistemas híbridos são apropriados”, diz Pontus Enhager, gerente do projeto
da carregadeira híbrida da fabricante. Yoshio Kawakami, presidente da Volvo CE Latin America, ressalta que, além de contribuírem com a questão ambiental, os equipamentos híbridos contribuem com a redução de custos para os usuários. WWW.VOLVO.COM/CONSTRUCTIONEQUIPMENT
APOSTA NOS COMPACTOS A New Holland apresentou a série M de manipuladores telescópicos da marca, composta pelos modelos M427, M428 e M459, que têm ca-
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
pacidade máxima de elevação de 2.994, 3.629 e 4.082 kg, respectivamente. Dotados de dupla tração e três modos de direção, que facilitam suas manobras em terrenos íngremes e de baixa capacidade de suporte, eles possuem um perfil baixo – outra característica fundamental para sua movimentação no canteiro – e oferecem visão panorâmica para o operador. “São equipamentos versáteis, cujas características ajudam a aumentar a produtividade e segurança no trabalho”, diz Carlo Sighicelli, diretor de marketing da empresa para a América Latina. Outro destaque da New Holland foi a linha de minicarregadeiras, composta pelos modelos L150, L160, L170, L175, L180, L185 e L190. Segundo Sighicelli, eles se caracterizam pela elevada capacidade de operação, mesmo em se tratando de equipamentos compactos, proporcionando rapidez até mesmo nos trabalhos
CONEXPO 2008
realizados em áreas confinadas e de difícil acesso, bem como em serviços agrícolas, de paisagismo, obras residenciais, urbanas ou rodoviárias. Projetadas para suportar as severas solicitações de levantamento, movimentação de materiais, escavação ou outras aplicações específicas, as minicarregadeiras são oferecidas com uma grande variedade de acessórios que proporcionam sua versatilidade: caçamba, porta-pallets, garfo, valetadeira, rompedor, perfuratriz, vassoura e outros. WWW.NEWHOLLAND.COM
DESEMPENHO SUPERIOR Nada menos que 27 equipamentos de grande porte, entre escavadeiras hidráulicas, pás-carregadeiras, tratores de esteiras, usinas de concreto, guindastes sobre chassi de caminhão, esteiras e do tipo torre, foram exibidos pela empresa em seu estande de 4.600 m². Um dos destaques foi a escavadeira R 984C, de 120 ton de peso operacional e com capacidade para caçambas de 2,9 a 10 m³, cuja bomba hidráulica provê um fluxo de 2x215 l/min e proporciona elevada
força de escavação e levantamento. Segundo a fabricante, o bom equilíbrio da máquina também contribui com seu desempenho em termos de alcance e profundidade de escavação, já que ela se mantém equilibrada com apenas 35% do peso concentrado sobre a esteira. O desempenho superior também caracteriza a carregadeira de rodas L 5867 2plus2, de 20 t e indicada para uso com caçamba de 6 m³, que vem com motor de 340 hp e com sistema de transmissão hidrostática, responsável por uma redução de 25% no consumo de combustível. A empresa também apresentou um guindaste sobre esteiras de 600 t de capacidade e com alcance de 48 m na lança, além de modelos rodoviários (TC – truck crane), montados sobre chassi de caminhão. Estes últimos, lançados para o mercado norte-americano, podem ser instalados sobre chassi de três eixos (LTF 1035-3.1) ou quatro eixos (LTF 1045-4.1). Eles têm capacidade para 55 t e lança de 35 m. Além desses equipamentos, a Liebherr expôs sua tecnologia de guindastes torre, cujo modelo 420 EC-H 16 está sendo usado para a construção de um edifício de 415 m e 96 andares, em construção na cidade de Chicago pelo magnata Donald Trump. WWW.LIEBHERR.US
PEQUENAS NOTÁVEIS As miniescavadeiras PC35MR-3 e PC45MR-3, recém-lançadas pela Komatsu, figuram entre os equipamentos que monopolizaram as atenções de quem visitou o estande da empresa durante o evento. Com 3,5 t de peso operacional e uma capacidade para escavar até 3,47 m de profundidade, a PC35 apresenta raio de giro mínimo, o que permite a sua aplicação em áreas com pouco espaço, assim como a abertura de valas próximas a paredes. Apesar dessa característica, ela se destaca pela elevada estabilidade e força de escavação. Equipada com motor de 28,9 hp,
20 | Março | 2008
adequado às normas internacionais de emissão, ela possibilita fácil acesso ao motor e demais sistemas para manutenção. Além disso, a miniescavadeira opera com prazo estendido para as manutenções preventivas. Com características semelhantes, que incluem uma cabine confortável e controle acionado por joystick, o modelo PC45MR-3, de 4,62 t, conta com motor de 38,2 hp e atinge 3,65 m de profundidade de escavação. A empresa também aproveitou a ocasião para lançar os tratores de esteiras D39EX-22 e D39PX-22, equipados com sistema de transmissão hidrostática HST e com motor de 105 hp (2.400 rpm). Tanto a versão standard (EX) como a de baixa pressão sobre o solo (PX) apresentam elevada estabilidade e permitem que o operador tenha visão total da parte superior da lâmina. Essa última característica se deve ao projeto de capô rebaixado, comum nos novos tratores de esteira da marca. Elas têm peso de 9.450 a 9.890 kg e con-
CONEXPO 2008
tam com lâmina de 2,2 a 2,3 m³ de capacidade. WWW.KOMATSUAMERICA.COM
TRATOR ELÉTRICO Um dos destaques no estande da Caterpillar foi o trator de esteiras D7E com tração elétrica, que a empresa planeja comercializar em alguns mercados globais a partir de 2009, com o foco na sustentabilidade ambiental associada à maior produtividade. Segundo a fabricante, o equipamento consome menos combustível por hora de trabalho, o que também se traduz em baixos custos operacionais. Com 27 t de peso, o trator é equipado com motor Cat C9, de 175 kW, e em comparação com o D7R II, atinge 10% a mais de produção com uma redução de 10% no custo de operação. Entre outras inovações, o equipamento elimina por completo o sistema de transmissão mecânica tradicional e, de acordo com a Caterpillar, sua economia também se deve à redução de 60% no número de peças móveis no trem de força elétrico. Ele é impulsionado pelo motor C9, que aciona um gerador elétrico e, por sua vez, alimenta os motores de tração na esteira. Equipado com um único cilindro hidráulico na lâmina e com cabine central, para a melhor visibilidade do operador, ele possui sistema de comandos eletrohidráulico, responsável pela obtenção de respostas mais rápidas. A Caterpillar também apresentou a carregadeira de rodas 992K,
que chega para substituir a série G com maior produtividade, eficiência na operação e segurança. Com 97 t de peso operacional, ela opera com carga de até 20 t e é indicada para carregamento de caminhões fora-deestrada 777. Nessa configuração de equipamentos de carga e transporte, a empresa garante a obtenção de ciclos rápidos, com o carregamento do caminhão em cinco passes. WWW.CAT.COM
UNIFICAÇÃO DAS LINHAS Todas as linhas de equipamentos produzidas pela Terex, incluindo as plataformas aéreas de trabalho, guindastes, sistemas de processamento para mineração, máquinas de construção e de obras rodoviárias, estiveram representadas no estande da empresa com lançamentos ou aprimoramentos. O manipulador telescópico Genie® GTH™-5519, por exemplo, foi redesenhado, ganhou nova cabine e opções de motorização, além de mudanças no sistema hidráulico para facilitar sua operação com menores custos. A divisão Construction compareceu com a nova carregadeira de rodas TL210, equipada com motor diesel de 162 hp e com o avançado
sistema de tração “hidrotransmático”, que também recebeu atualizações. Já Terex Roadbuilding, que recentemente entrou no mercado de moinhos utilitários com quatro novos modelos, lançou as niveladores a frio PR165 e PR330. A pavimentadora Terex CR552, por sua vez, passa a contar com mesa extensível frontal de largura variável e que alcança até 5,6 m. “Tivemos uma expressiva visita de pessoas da América Latina e, dos 100 clientes latino-americanos que levamos para conhecer a feira, cerca de 50% eram brasileiros”, diz o diretor da Terex Latin América, André Freire. A empresa aproveitou o evento para apresentar ao público a unificação e integração de suas diferentes divisões e, segundo Freire, todos os produtos apresentados na Conexpo estarão disponíveis para os clientes da América Latina. “Esse mercado, ao lado do Oriente Médio, China, Índia e Rússia, figura entre as regiões estratégicas para a companhia e, juntos, eles respondem por 18% do nosso faturamento mundial; a expectativa é que, até 2010, eles passem a representar 33% das nossas vendas globais.” WWW.TEREXLA.COM
MINICARREGADEIRAS VERSÁTEIS Dos 45 lançamentos previstos pela Case Construction Equipment em 2008, 14 foram apresentados em primeira mão no seu estande da Conexpo, totalizando 30 equipamentos em exposição numa área de 4.000 m². Entre os destaques estavam a nova
22 | Março | 2008
CONEXPO 2008
zados, demolição, limpeza e outras. Possuem articulação de braço radial e bombas hidráulicas acopladas diretamente ao motor, o que evita a perda de potência e elimina a necessidade de manutenção das correias. O modelo 410 vem equipado com o motor Case 422/M2, de 4 cilindros e 2,2 litros, enquanto a mini 420 possui o mesmo motor na versão turbo, que oferece torque adicional e é indicado para operações em grandes altitudes ou serviços com implementos que demandem potência elevada. Seu sistema de refrigeração possui um trocador de calor a óleo próximo ao ventilador, ajudando a refrigerar tanto o motor quanto o sistema hidráulico. WWW.CASECE.COM
linha de manipuladores telescópicos, a série M de retroescavadeiras, as minicarregadeiras da série 400 e a família L de tratores de esteira. A empresa também apresentou o modelo 1221W, que estende sua linha de carregadeiras de rodas para até 7,6 m³ de capacidade. Dotadas de controles servo-assistidos de baixo esforço, as minicarregadeiras proporcionam alta produtividade com baixo custo de operação e manutenção, segundo informa a fabricante. Robustas e fáceis de operar, elas são fornecidas com uma ampla variedade de implementos, de forma a possibilitar versatilidade às aplicações – escavação, carregamento de materiais a granel ou paleti-
24 | Março | 2008
BRITADOR MÓVEL A Metso apresentou o novo conjunto móvel de britagem Lokotrack LT106, de mandíbulas, desenvolvido a partir do recém-lançado britador estacionário Nordberg C106. Indicado para o estágio primário de fragmentação em canteiros de obras e minerações, ele atinge até 10% a mais de eficiência na trituração, segundo a fabricante, devido a uma combinação de fatores, como o novo design de sua cavidade, a batida mais longa e a otimização das rotações (rpm). A nova estrutura de sua mandíbula confere máxima força de esmagamento e o design da cavidade interna otimiza a fragmentação do material a ser britado, o que se traduz em maior eficiência na produção de agregados. Equipado com motor diesel Caterpillar C9, que atende as normas de emissão Tier 3 e atinge 300 hp de potência (2.200 rpm), o britador pode ser abastecido por transportador de correias, escavadeira, pá-carregadeira ou alimentador. Ele pode ser dimensionado com alimentador de 6 m³ ou 9 m³ de capacidade volumétrica. O LT106 pesa 45.000 kg, tem 2.800 mm de largura e 3.400 mm de altura. Ele pode ser equipado com
conversor de descarga eletrohidráulico, sistema de controle por rádio, separador magnético de alta tensão e um gerador. O sistema de rotação e direcionamento da tela é ajustável em função das necessidades da britagem, melhorando sua capacidade e a eficácia no peneiramento. Para facilitar as manutenções e mudanças na malha, a tela conta com módulo aberto hidraulicamente, de forma a reduzir o tempo de parada do equipamento. WWW.METSOMINERALS.COM
VERSATILIDADE NAS CONCRETAGENS Entre os lançamentos apresentados pela Schwing Stetter, um dos destaques foi a autobomba de concreto S 28 X, com mastro de distribuição de 28 m, que ganhou nova versão com quatro seções. Como sua terceira e quarta seções apresentam ângulo de abertura de 270º, ela atinge melhor diagrama de alcance, principalmente em locais onde o pequeno espaço físico pode comprometer a estabilização do equipamento. A empresa também apresentou a autobomba S
CONEXPO 2008
a 160 m³/h. Os equipamentos atingem distâncias verticais máximas de 500 m, permitindo a passagem de misturas com agregados de até 50 mm de diâmetro. WWW.SCHWING.DE
32 XD, com alcance vertical de 32 m, dotada de sistema que permite a retirada de seu mastro, para montagem independente em estrutura octogonal ou treliçada. Na linha de autobetoneiras, a empresa lançou a família Smart para transporte e produção de concreto, fabricada com aços de alta resistência à abrasão. Opcionalmente para o mercado norte-americano, o equipamento pode ser fornecido com sistema de controle eletrônico da rotação do tambor, otimizando essa função independentemente da rotação do motor. Além de melhorar a qualidade da mistura, a estabilidade e dirigibilidade da autobetoneira – por manter a rotação do tambor constante em transporte – ela amplia a vida útil do equipamento em até 40%, segundo cálculos da fabricante. Outro destaque foi a nova geração de bombas estacionárias SP, composta por oito modelos com capacidade de bombeamento de concreto de 19
26 | Março | 2008
NOVAS ESCAVADEIRAS A sul-coreana Doosan Infracore ampliou sua tradicional linha de escavadeiras hidráulicas DX com o lançamento de oito modelos (DX55W, DX60R, DX80R, DX140, DX180, DX420RCW, DX480RCW e DX520) da faixa de 5,5 t a 50 t de peso operacional. Equipadas com motor adequado às normas internacionais de emissão (Tier 3), elas incorporam muitas das funcionalidades das demais máquinas da linha, como um sistema eletrônico de comunicação entre o motor e o sistema hidráuli-
DL450. Enquanto a carregadeira DL200TC se posiciona na faixa de 11,7 t de peso, operando com caçamba de 2 m³, a DL450 tem 25,4 t e é indicada para caçambas de 4,8 m³. Como elas operam com baixa rotação do motor, mesmo para atingir maior desempenho na escavação – o modelo DL450 tem uma força de penetração de 24.300 kgf – proporcionam maior vida útil aos seus componentes. HTTP://USA.DOOSANINFRACORE.CO.KR
co, que otimiza os ciclos de trabalho com economia de combustível. O modelo intermediário, o DX180, de 18 t, atinge uma profundidade máxima de escavação de 6,13 m e uma força de ataque na caçamba de 11.300 kgf. A escavadeira vem equipada com motor de 118 hp e, entre outras características, conta com sistema de lubrificação centralizada na lança e no braço, além de proporcionar fácil acesso para a troca de filtros e demais serviços de manutenção preventiva. Os equipamentos da linha possuem ainda cabine fechada com ar condicionado, comandos ergonômicos e banco ajustável com apoio lombar. Além desses lançamentos, a empresa incorporou quatro novos modelos a sua linha de pás-carregadeiras DL: o DL200TC, DL250TC, DL300 e
PRODUTIVIDADE NA FRESAGEM A fresadora W1900, produzida na fábrica da Ciber, no Rio Grande do Sul, foi um dos destaques apresentados no estande da alemã Wirtgen, a matriz da empresa gaúcha. Equipada com motor de 435 hp, ela realiza fresagens a frio em larguras de até 2 m e profundidade máxima de 30 cm. Entre outras funcionalidades, a W1900 conta com sistema automático de nivelamento, que regula a profundidade de corte com rapidez e evita as sacudidas durante o serviço, responsáveis pelos possíveis desnivelamentos. As interrupções no trabalho causadas pelo abastecimento de combustível são raras graças ao seu reservatório com capacidade para 800 l e ao reduzido consumo do motor diesel. Além disso, a máquina pode contar com sistema de troca rápida dos rolos de fresagem e, devido a suas dimensões compactas, pode operar em obras estreitas com rapidez e segurança. A facilidade nas manobras também se deve ao seu pequeno raio
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
de giro e ao sistema de carregamento frontal do caminhão. O grupo Wirtgen, que também controla as marcas Vögele (vibro-acabadoras) e Hamm (rolos compactadores), também aproveitou o evento para apresentar seus lançamentos em outras linhas de máquinas. É o caso das pavimentadoras de asfalto Vision, da Vögele, produzidas para atendimento ao mercado norte-americano. A linha inclui os modelos 5200-2 (sobre esteiras) e 5203-2 (de rodas), da classe de 3,2 m de largura e indicadas para grandes projetos rodoviários, assim como as versões 5100-2 e 5103-2, para aplicações urbanas (classe de 2,44 m).
WWW.WIRTGENAMERICA.COM
PERFURAÇÃO AUTOMATIZADA A linha de carretas de perfuração DPi, lançada pela Sandvik na feira Bauma 2007, realizada na Alemanha, figurou entre os principais destaques da empresa durante a Conexpo. Segundo a Sandvik, os equipamentos são herdeiros da tradicional linha de perfuratrizes Pantera, da Tamrock, abrangendo uma faixa de perfuração de 76 mm a 152 mm de diâmetro. Eles são equipados com sistema de eletrônica embarcada que otimiza a execução do furo com o posicionamento, alinhamento e alimentação automáticos do carro de perfuração. O ganho de produtividade também se deve ao sistema de monitoramento da máquina, que informa o operador sobre o avanço do serviço, a quantidade de metros perfurados, o consumo de diesel e, o mais importante, sobre as condições da broca. Isso possibilita ao usuário o melhor aproveitamento da broca e evita paradas desnecessárias para sua
CONEXPO 2008
troca, além de possibilitar alta precisão em relação ao plano de furo. Indicada para serviços de superfície em pedreiras, mineradoras em geral e desmonte de rocha em grandes obras de infra-estrutura, a carreta se destaca pela estabilidade e por sua cabine fechada, equipada com ar condicionado e proteção ROPS/ FOPS. Com isso, o operador fica isento das vibrações, ruídos e poeira gerados durante o serviço. A empresa também enfatizou a consolidação de todas as suas operações sob a marca Sandvik. Em dez anos de atuação, ela se transformou de uma simples fabricante de ferramentas de perfuração em fornecedora global de equipamentos e soluções para construção e mineração. Nesse processo, sua linha incorporou marcas tradicionais como a Tamrock, Toro, Rammer, Voest-Alpine, Driltech, Mission e Roxo, entre outras.
norte-americano. A empresa também lançou as escavadeiras hidráulicas JS290, de 29 t, e JS360, de 36 t, além de apresentar a miniescavadeira 8055, dotada de raio de giro traseiro reduzido ou igual a zero e desenvolvida para competir no segmento de 5 a 6 t. As outras vedetes no estande da JCB foram as retroescavadeiras 3CX, 4CX e a nova 3C, também produzida para atender os Estados Unidos, que conta com cabine totalmente envidraçada. Em 2007, a empresa atingiu a marca de mais de 72 mil máquinas vendidas, o que representou um aumento de 30% – acima do cresci-
WWW.SANDVIK.COM
ÊNFASE NA MANOBRABILIDADE A maior visibilidade do operador e a melhor manobrabilidade do equipamento foram ressaltadas pela JCB como principais atributos da linha de manipuladores telescópicos de cargas Hi-Viz, recémlançados pela empresa. Durante o evento, ela também apresentou em primeira mão os manipuladores 506-36, 507-42, 510-56 e 509-42 Lift & Place, equipados com lança de elevação extra e concebidos para atender especialmente o mercado
28 | Março | 2008
mento do mercado – e resultou em faturamento de 3,37 bilhões de euros. Com isso, sua participação no mercado mundial de equipamentos para construção subiu para 12%, acima dos 10,4% registados em 2006. “Os países emergentes provaram ser a principal fonte desse crescimento, em especial a Índia, Bulgária, Romênia, Polônia, Rússia e a América do Sul, com destaque para o Brasil”, disse John Patterson, presidente mundial da JCB. WWW.JCB.COM
ESTABILIDADE DA CARGA Oferecer maior estabilidade nas operações em terrenos acidentados é a proposta da JLG com o lançamento do manipulador telescópico de cargas Accuplace®, apresentado durante a Conexpo. Isto porque o equipamento dispõe de um sistema de controle de percurso que melhora a suspensão do braço e otimiza sua movimentação e a locomoção da máquina. “Essa tecnologia aumenta a eficiência no local de trabalho e foi desenvolvida para ampliar o espaço da carga e reduzir os saltos da máquina durante a movimentação com carga, ajudando o operador a diminuir o tempo de transporte e carregamento”, explica Brian Boeckman, da área de manipuladores telescópicos da JLG. O novo sistema proporciona uma operação mais precisa e o ajuste da carga nos movimentos. O processo é efetuado por meio de mangueiras, que criam um circuito fechado em lugar do banco de válvulas usado anteriormente para dispersar o óleo nos tradicionais sistemas hidráulicos. A adição do controle de percurso reduz o balanço da carga e permite ao operador uma locomoção segura em terrenos íngremes. Segundo Boeckman, o sistema possibilita um aumento de 25% no fluxo hidráulico do equipamento, o que contribui com um ganho de 12% na velocidade de movimentação de seu braço. Ele também contribui para diminuir em 27% os pontos de va-
CONEXPO 2008
zamentos no sistema hidráulico do manipulador, diminuindo a necessidade de limpezas no local de trabalho e aumentando os intervalos de manutenção. WWW.JLG.COM
O AVANÇO DA HYUNDAI Com uma cabine espaçosa e confortável, dotada de assento regulável com apoio para os braços, pedais largos, controles ergonômicos e uma visão de 360º para o operador, a escavadeira R800L-C A monopolizou as atenções no estande da Hyundai. A escavadeira tem 80 t de peso operacional e vem equipada com motor Cummins QSX série III, desenvolvido com anéis preparados para trabalhos severos, além de pistões e rolamentos construídos com ligas de alta resistência. A máquina conta com dispositivo de autolubrificação e oferece facilidade de acesso ao motor, filtros e demais sistemas, de forma a simplificar os serviços de manutenção. Além
30 | Março | 2008
disso, ela vem equipada com o sistema CAPO que facilita o serviço dos mecânicos ao exibir, num monitor, qualquer tipo de falha. Durante a Conexpo, a BMC – Brasil Máquinas de Construção, distribuidora máster da marca no Brasil, recebeu vários clientes brasileiros no estande da Hyundai e fez uma avaliação de seu avanço no País. “Nossa previsão de vender 1.000 unidades de equipamentos está sendo superada”, disse Felipe Cavalieri, diretor geral da BMC. Ele afirmou que, em 2007, mais de 700 máquinas foram embarcadas da Coréia para o Brasil, um crescimento de mais de 170% em relação às 270 unidades vendidas no ano anterior. Cavalieri computa esse crescimento à ampliação da rede de revendedores e ao fortalecimento da
equipe de suporte ao produto, que já está preparada para atender os clientes dentro dos padrões internacionais exigidos pela Hyundai. WWW.HYUNDAI-CE.COM
BOMAG NO BRASIL A Bomag aproveitou o evento para anunciar seus planos em relação ao mercado brasileiro. A empresa nomeou a Brasif como distribuidora máster dos seus produtos no País e, com isso, a dealer passa a responder pela venda, assistência técnica, fornecimento de peças e manutenção aos equipamentos para pavimentação e obras de asfalto da marca em todo o território nacional. Além disso, a fabricante apresentou novos modelos de rolos compactadores que prometem maior força de compactação, de
forma a reduzir o número de passadas e oferecer rapidez ao trabalho. O compactador de solo BS462EB, por exemplo, vem equipado com direção hidrostática nas quatro rodas, possibilitando elevada força de tração mesmo em terrenos difíceis. Equipado com motor diesel refrigerado a água da Deutz, de 195 kW de potência, ele vem com um raspador ajustável que ajuda a manter seu rolo limpo e melhora a compactação. Além de seu peso elevado – ele tem 23.000 kg – o design do cilindro possibilita maior força de impacto e contribui para a eficácia da compactação em obras pesadas de barragens, hidrelétricas, rodovias etc. A empresa também apresentou os compactadores de solo de um cilindro da série 40, disponíveis em cinco modelos que atuam na faixa de 1,2 a 2,13 m de largura. Na linha de equipamentos para obras de asfalto, o destaque ficou com a pavimentadora BF6615, de até 4,3 m de largura e capacidade de alimentação de 8 t. Trata-se de uma vibro-acabadora indicada para obras de porte médio,
É produtivo e rentável, é Scania.
Novos caminhões Scania P e G. Ideais para as atividades de mineração e construção, oferecem maior capacidade de carga e o menor consumo de combustível por tonelada transportada. Vá hoje mesmo a uma Casa Scania e conheça tudo que a Scania está fazendo por você.
RINO
SCANIA CAMINHÕES P e G.
CONEXPO 2008
como vias urbanas, loteamentos e estacionamentos.
jetado para proporcionar melhor aproveitamento de espaços no canteiro. Por esse motivo, ele é indicado para a movimentação vertical de materiais em obras urbanas ou locais com pouco espaço. O guindaste tem capacidade para elevar 10 t de carga e alcança até 65 m de distância.
WWW.BOMAG.COM / WWW.BRASIFMAQUINAS.COM.BR
VARIEDADE DE GUINDASTES Todos os lançamentos recentes da Manitowoc em suas diversas linhas de equipamentos marcaram presença no estande da empresa durante o evento. O destaque ficou com o guindaste sobre esteiras 14000, indicado para obras de montagem em refinarias, petroquímicas, mineradoras e demais instalações industriais
WWW.MANITOWOC.COM
de grande porte. Com 200 t de capacidade de içamento e um alcance de até 89 m na lança – 110,8 m com jib – ele se caracteriza pela facilidade de transporte, pois pode ser desmontado e levado ao canteiro de obras em dez carretas, quantidade relativamente pequena para um guindaste de seu porte. Na linha de guindastes para terrenos acidentados (RT – rough terrain), ela apresentou o modelo Grove RT540E, de 35 t de capacidade e alcance de 31 m na lança. A família Grove, aliás, esteve representada por diversos outros lançamentos, como o modelo para todo-terreno GMK5225, da classe de 170 t de capacidade. Esse tipo de equipamento está sujeito a forte demanda por parte dos usuários, devido a sua elevada capacidade de levantamento de carga associada à versatilidade para operar em ambientes fora-de-estrada e se locomover até a obra por rodovia. O GMK5225 possui lança com quatro seções, que atinge um alcance de 64 m. A empresa também expôs o recémlançado guindaste torre MDT 268, que integra sua família Potain, pro-
ESTABILIDADE NAS ALTURAS Quem visitou o estande da Haulotte teve a oportunidade de conferir os principais modelos da sua linha de plataformas aéreas de trabalho, tanto nas versões com lança telescópica ou articulada como as do tipo tesoura. Um dos destaques foi a nova plataforma H28 TJ+, com alcance de 23 m e cesta larga de 2,44 m, que permite elevar até 350 kg de carga. Como é fabricada sobre chassi estreito, ela pode operar em locais com pouco espaço ou congestionados. Entre outras características, a plataforma conta com uma seção pendular na extremidade da lança, que oferece flexibilidade de até 6 m suplementares para alcançar zonas de trabalho mais inacessíveis. Além disso, ela vem equipada com a nova geração de painéis de controle da marca, responsáveis pela facilidade e segurança na sua operação. Na linha de plataformas para grandes alturas, a empresa enfatizou os modelos H43TPX, com lança telescópica, e H41TPX, com lança articulada, que atingem até 43 m. Os equipamentos têm eixos oscilantes e extensíveis a uma importante altura
CONEXPO 2008
nitrogênio (NOx), proporcionando uma combustão mais eficiente, o que também resulta em melhor desempenho das máquinas e economia de até 5% no consumo de combustível. Essa eficiência se deve a uma combinação de fatores, como o novo sistema de filtragem de fluxo direto da Fleetguard, associado à tecnologia de injeção de combustível a alta pressão (HPCR – High Pressure Common Rail) e à recirculação dos gases de escape (EGR – Exhaust Gas Recirculation). Disponível em modelos de 275 hp a 300 hp de potência, o motor QSB6.7 conta com sistema turbo de geometria variável e vem com sensores para monitorar sua temperatura e pressão, além de um módulo de controle eletrônico para otimizar sua operação. Segundo a Cummins, a tecnologia EGR promove a recirculação dos gases de escape para a câmara de combustão variando sua proporção. do bastidor e contam com quatro rodas motrizes e direcionais com comandos simultâneos, o que reduz seu raio de giro. Devido ao dispositivo de controle de cargas e à inclinação admissível de até 4º em todas as posições, eles compensam hidraulicamente a carga da cesta para conferir maior estabilidade em qualquer posição de articulação da lança. Os equipamentos são indicados para serviços de construção, manutenção predial ou industrial, limpeza, pinturas e outras atividades realizadas em alturas elevadas, proporcionando maior produtividade e atendendo as legislações de segurança. WWW.HAULOTTE.COM
MOTOR TIER 4 Um motor diesel de 6.7 litros, desenvolvido para atender a próxima fase das normas internacionais de emissões em equipamentos fora-deestrada (EPA Tier 4 e Euro Stage IIIB), foi um dos principais lançamentos apresentados pela Cummins. Segundo a empresa, o motor QSB6.7 reduz em 90% a emissão de material particulado e em 45% a de óxido de
34 | Março | 2008
A redução de oxigênio na queima, que se realiza em temperaturas mais baixas, contribui para a redução de NOx, um dos principais gargalos no atendimento às próximas etapas de regulamentação de emissões. A fase Stage IIIB começa a vigorar na Europa a partir de 2011/2014, de acordo com a faixa de potência dos motores aplicados nos equipamentos. WWW.CUMMINS.COM
HIDRÁULICA OTIMIZADA Os fabricantes de sistemas hidráulicos para máquinas fora-de-estrada e os distribuidores das principais marcas de equipamentos já podem escolher entre quatro tipos de circuitos integrados hidráulicos (HIC) prontos para montagem. A nova família de HIC da Sauer-Danfoss foi desenvolvida para aplicação em motores de elevado torque e que operam a baixa velocidade, proporcionando eficiência hidráulica a equipamentos autopropelidos como miniescavadeiras, plataformas aéreas de trabalho, perfuratrizes e correias transportadoras, entre outros. Como ele é fornecido pronto para montagem, reduz os custos e prazos de instalação. Além disso, o sistema diminui a necessidade de tubulações e mangueiras, pois basta o usuário selecionar o motor HIC adequado a sua aplicação e montar com o uso de anéis O-ring e parafusos que fazem parte do kit de instalação. Ele atende os padrões de resistência da NFPA (National Fluid Power Association) e é compatível com o controlador Plus +1, também da Sauer-Danfoss, o que se traduz em completa integração com os comandos eletrônicos das máquinas móveis. Durante a Conexpo, a empresa também apresentou suas novas válvulas de controle de fluxo variável, que trabalham em conjunto com o HIC para regular o fluxo hidráulico dos equipamentos. Mais compactas e com maior capacidade de pressão, elas agora estão disponíveis em três modelos para uma ampla variedade
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
de demanda de vazão, atendendo as mais severas necessidades de movimentação dos equipamentos. As válvulas têm uma capacidade de pressão de 260 bar e fluxo de 120 l/min. WWW.SAUER-DANFOSS.COM
PNEU BRASILEIRO O primeiro pneu para equipamento fora-de-estrada produzido no Brasil pela Michelin, em sua recém-inaugurada fábrica do Rio de Janeiro, transformou-se no centro das atenções no estande da empresa. O modelo em questão, o XDT, é um pneu radial para uso em caminhões rígidos fora-de-estrada, cujo conceito construtivo, aliado ao desenho da banda de rodagem, possibilita elevada tração e durabilidade
em terrenos difíceis. Ele conta com flanco reforçado e pode ser produzido com composto de borracha adequado às condições de operação de cada usuário. “A inauguração dessa nova fábrica confirma nosso compromisso de investir na ampliação da capacidade produtiva para atender a forte demanda dos usuários de pneus de grande diâmetro”, disse Luc Minguet, presidente da divisão forade-estrada da Michelin. Segundo ele, a unidade brasileira se soma à expansão realizada na fábrica de Lexington, nos Estados Unidos, com vistas ao suprimento dos mercados globais. A empresa apresentou uma ampla linha de pneus para pás-carregadeiras, rolos compactadores, caminhões rígidos e articulados, entre
outros tipos de equipamentos forade-estrada, e ampliou sua família X-Quarry, indicada para máquinas de transporte (caminhões pesados) em pedreiras. Antes disponível no tamanho 24R35, o pneu agora pode ser adquirido também na versão 18R33. Segundo a empresa, ele proporciona maior velocidade de deslocamento aos caminhões, atendendo a uma ótima relação TMPH/TKPH. Esse modelo também conta com flanco reforçado e pode ser fornecido com perfil extra-profundo, para atingir maior vida útil em aplicações severas. WWW.MICHELIN.COM
EFICIÊNCIA NA TRANSMISSÃO Para atender a demanda da indústria de equipamentos para construção, a Dana aprimorou seus sistemas de transmissão com o lançamento de novos modelos para o trem de força de pás-carregadeiras e manipuladores telescópicos. No caso das carregadeiras da faixa de 33 t de peso operacional, por exemplo, o sistema combina uma transmissão Spicer TE32 com eixo dianteiro Spicer 53R300 e eixo traseiro Spicer 43R183, que atingem a faixa de 360 a 530 hp de potência. Controlado eletronicamente, o sistema pode prover três ou quatro velocidades de deslocamento para a máquina, operando em transmissões tipo Powershift. Os eixos dianteiro e traseiro são livres de manutenção e dotados de sistema que dissipa o calor durante a operação, reduzindo a temperatura. Segundo a empresa, que se propõe a fornecer o componente para fabricantes de equipamentos em regime OEM, ele fornece maior força de tração para atender aplicações severas de escavação e carregamento.
Durante a Conexpo, a Dana também apresentou novas soluções para o trem de força de carregadeiras da faixa de 15 t a 18 t de peso, com ênfase na eficiência e redução de custos com os componentes hidrostáticos. O sistema provê transmissão variável contínua, possibilitando que o equipamento atinja velocidades de deslocamento de 0 a 40 km/h. No caso dos manipuladores telescópicos, os componentes foram desenvolvidos para atender a demanda por equipamentos com capacidade de elevação de carga cada vez maior e lança de elevado alcance. WWW.DANA.COM
SUSPENSÃO AJUSTÁVEL A Parker brindou os visitantes da Conexpo com lançamentos em praticamente todas as suas áreas de atuação, como hidráulica móbil, sistemas de controles eletrônicos e de
filtragem, entre outros. Um dos destaques foi a tecnologia de suspensão ativa “ajustável” para equipamentos pesados, desenvolvida para proporcionar maior desempenho em aplicações fora-de-estrada com ganhos de espaço e de custo na instalação do sistema. Por meio de um novo pistão hidráulico ajustável (com mola e amortecedor), o sistema permite que os fabricantes de equipamentos in-
35
CONEXPO 2008
corporem a suspensão ativa aos seus produtos. Com isso, os operadores ganham flexibilidade para mudar a suspensão dinamicamente, através de uma interface eletrônica, diante das diferentes condições de tráfego encontradas: pavimento rígido, areia, cascalho e outros. Indicado para máquinas de aplicação militar, de construção civil e mineração, o sistema possui um design simplificado que, segundo a empresa, permite sua instalação em regime OEM com economia de espaço de 50% na suspensão do equipamento e baixo custo para seu fabricante. A empresa também expôs a válvula direcional VG35EH, projetada para proporcionar maior eficiência e rapidez aos sistemas de controles eletrohidráulicos dos equipamentos móveis pesados. Trata-se de uma válvula de centro aberto, que opera na faixa de 275 bar e, segundo a Parker, caracteriza-se pela baixa geração de calor no sistema. WWW.PARKER.COM
MONITORAMENTO DE PNEUS
36 | Março | 2008
O software TreadStat 3.0 foi apresentado pela Bridgestone Firestone como uma solução para o monitoramento de pneus industriais e de terraplenagem, de forma a ampliar sua durabilidade e produtividade em aplicações fora-de-estrada. Por meio de um chip instalado no pneu, ele permite acompanhar os parâmetros de operação de forma on-line, através de um computador (PC) ligado à internet. Com isso, o usuário pode acessar as informações remotamente e monitorar o desempenho do produto em cada site de operação, mesmo os mais distantes, prevendo sua parada para reparos ou provisionando a aquisição de novos pneus para
substituição. Além de reduzir custos de manutenção, ao identificar falhas operacionais ou estabelecer o melhor momento para os reparos, o sistema cria um histórico de cada pneu em uso – nas pás-carregadeiras, caminhões etc. – registrando os consertos realizados, seu tempo de vida útil e demais informações importantes para a gestão da manutenção. A empresa também apresentou sua linha de esteiras de borracha para pavimentadoras de asfalto, máquinas agrícolas e minicarregadeiras. Nesse último caso, elas estão disponíveis em tamanhos de 320 a 450 mm de largura, para os mais variados modelos das marcas Bobcat, Case, JCB, Komatsu e New Holland, entre outros. Outro destaque foi o pneu 19.5LR24, da linha radial DuraForce, para aplicação em retroescavadeiras, manipuladores de carga para
todo-terreno e tratores industriais. Projetado para resistir aos desgastes em terrenos irregulares, conferindo maior tração nesse tipo de solo, ele apresenta uma capacidade de carga de 4.132 kg a uma calibragem de 46 psi. WWW.BRIDGESTONE.COM
MATERIAIS RODANTES A Berco compareceu ao evento com uma ampla linha de materiais rodantes para escavadeiras hidráulicas, com destaque para os passos de corrente de 215,9 a 350 mm, indicados para os equipamentos das marcas Caterpillar (modelos 345, 350, 365, 375, E650 e 5080), Demag (H65, H85, H95 e H121), Case (CX800), Hitachi (EX550, EX600, EX700, EX750, EX800, EX1000, EX1100 e EX1800), Komatsu (PC650, PC710, PC750, PC800, PC1100 e PC1800), Liebherr (R954, R964, R974, R984 e R994) e Link Belt (LS7400). De acordo com a empresa, sua rede de distribuidores está preparada para oferecer assistência técnica no local onde os equipamentos operam, auxiliando o cliente no gerenciamento de desgaste do material rodante, de forma a reduzir seu custo por hora trabalhada. Além de seus parceiros, a Berco atende o mercado de reposição diretamente e mantém um estoque de mais de 1.500 t de produtos para esse propósito. No Brasil, sua rede de distribuidores garante uma presença consolidada nos setores de construção, mineração e usinas de açúcar e álcool, entre outros. Entre outros destaques, a empresa também apresentou a linha de
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
materiais rodantes para tratores das marcas Caterpillar (modelos D8, D9, D10 e D11), Dresser (TD25 e TD40), FiatAllis (FD30, FD40 e FD50), John Deere (1050C), Komatsu (D135, D155, D275, D355, D375, D455 e D475) e Liebherr (PR751 e PR752). Os passos de corrente para essas linhas são de 215.9 a 317.5 mm, com elos forjados, resfriados e temperados, cuja superfície das pistas é endurecida por indução, para aumentar a resistência ao desgaste (HRC > 45). WWW.BERCO.COM
CAÇAMBA PROCESSADORA Aumentar o uso do equipamento de escavação, de forma a ampliar sua produtividade e o retorno aos investimentos, é a proposta da Allu ao apresentar sua caçamba processadora. Indicado para aplicação em escavadeiras, pás-carregadeiras ou mini-
carregadeiras, o implemento tritura diferentes tipos de solos e materiais endurecidos, heterogêneos e pedregosos. Além disso, ele processa com eficiência vidro, cascas de árvore, concreto leve, tijolos e outros materiais, gerando uma mistura homogênea e na granulometria necessária. O implemento é indicado para trabalhos nos quais se necessita peneirar, triturar, pulverizar, fazer aeração, combinar, misturar, separar, alimentar e carregar materiais em uma única operação. Dessa forma, ele aumenta a taxa de utilização da máquina portadora, podendo ainda substituir o uso de peneiras, trituradores e alimentadores fixos. Além disso, a caçamba processa materiais como solo de superfície, solos residuais, solo contaminado, argila, turfa, lixo biológico, material de demolição, asfalto triturado e outros. Entre outros produtos expostos
pela Allu também se destacava o revolvedor de leira, projetado para processar diferentes tipos de materiais, desde os mais compostos até a estabilização de solos contaminados, como por exemplo, para misturar bentonita. Segundo a fabricante, seu desempenho se deve ao tambor do implemento, que proporciona eficiência à mistura e aeração com um mínimo consumo de energia. WWW.ALLU.NET
Foto: Sandvik
BRITAGEM
A USINA CERTA PARA CADA
NECESSIDADE O tipo de material britado, as demandas de produção e as características do produto final figuram entre os dados a se considerar na especificação da linha de britagem por Rodrigo Conceição Santos
38 | Março | 2008
Flexibilidade de layout, rapidez nas montagens e desmontagens e baixo custo de relocação são algumas das características fundamentais para uma instalação de britagem quando aplicada em construção civil. Enquanto na mineração essas usinas são dimensionadas para longos períodos de operação, nos canteiros de obras elas devem possibilitar mobilizações constantes, a cada dois ou três anos, que é a média de duração de um projeto de infra-estrutura.
TRITURACIÓN La planta adecuada para cada necesidad
Diseño flexible, movilidad, montaje y desmontaje rápido y transporte sencillo y barato son algunas de las características fundamentales que se exigen de una planta trituradora en la construcción civil. Si bien en la industria minera estas plantas están diseñadas para trabajar fijas durante largos períodos de tiempo, en las obras civiles deben trasladarse cada dos o tres años, tiempo promedio que
Além do fator tempo, outras características são determinantes para o correto dimensionamento da instalação de britagem, como a quantidade de etapas de fragmentação que ela deverá conter e o tipo de britador usado em cada uma delas, de acordo com a granulometria especificada para o produto final e sua cubicidade. A abrasividade do material também influencia a escolha dos equipamentos, e outro ponto a se considerar é o planejamento da operação, que pode contemplar uma única linha de grande capacidade de britagem ou linhas menores trabalhando em paralelo. Na opinião de especialistas, a britagem para construção civil (produção de agregados para obra) tende a se caracterizar pelo uso de equipamentos móveis, que proporcionam redução no tempo e nos custos de relocação da instalação. “No mercado norte-americano, as usinas autopropelidas, montadas sobre esteiras, são cada vez mais utilizadas e já encontram aplicação até mesmo na britagem primária em mineradoras”, diz Pedro Roberto Stefani, diretor comercial da Telsmith-Bercam. Ele ressalta que, além da portabilidade, uma usina de britagem
Foto: Marcelo Vigneron
BRITAGEM
para construção deve ser montada em função da produção requerida pelo cliente e de acordo com as características de cada tipo de britador usado nas diferentes etapas de fragmentação da rocha (estágio primário, secundário, terciário ou quaternário). “Também é preciso conhecer a especificação do produto final que se busca, a sua Foto: Sandvik
Britador VSI: para operações com alimentação constante
40 | Março | 2008
demanda la ejecución de un proyecto de infraestructura. Aparte del factor tiempo, hay otras características que son determinantes para el dimensionamiento correcto de una planta de trituración, como el número de etapas del proceso de trituración y el tipo de trituradora que se necesita en cada una de ellas, de acuerdo con la granulometría especificada para el producto final y su cubicidad. La abrasividad del material también influye en la elección de los equipos, y otro factor a considerar es la planificación de la operación, que puede contemplar trabajar con una sola planta de gran capacidad de trituración o con equipos menores funcionando en paralelo. Según la opinión de especialistas, la trituración en la construcción civil (producción de áridos para obras) tiende a caracterizarse por el uso de equipos móviles, que ofrecen una reducción significativa de tiempo y costos de desplazamientos gracias a su transportabilidad. “El mercado norteamericano usa, cada vez más, las plantas autopropulsadas sobre
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Pilha pulmão: flexibilidade para o regime de operação da usina
granulometria e a abrasividade do material”, explica Stefani. Essas características, entretanto, podem variar significativamente de um projeto para outro no universo da construção civil. Para Tiago Carvalho, gerente do segmento de construção da Sandvik no Brasil, o dimensionamento da instalação de britagem deve ser feito com base em três informações passadas pelo cliente: o tipo de material fragmentado, a capacidade de produção necessária e o tamanho das rochas que vão alimentar o britador primário. “Com isso, conseguimos fazer uma simulação de todas as etapas da usina”, diz ele. Para isso, a Sandvik conta com um software, o Plant Design, que confronta todos os dados e dimensiona os modelos mais adequados de peneiras e dos próprios britadores a serem usados em cada fase do processo.
orugas, inclusive en minería para la trituración primaria”, dice Pedro Roberto Stefani, director comercial de Telsmith-Bercam. La demanda por flexibilidad de trituración y por un alto índice de reaprovechamiento de las instalaciones, características comunes en el ramo de la construcción civil, puede satisfacerse instalando dos unidades de producción en paralelo, en lugar de una única planta de gran capacidad. Be nito Bottino, gerente de equipos de la empresa constructora Norberto Odebrecht, explica que esa estrategia es común en una obra que al inicio consume un determinado volumen de áridos, pero a partir de una cierta etapa empie za a consumir más. “En lugar de cambiar la planta por una mayor, es más conveniente instalar otra unidad en paralelo.” Esa solu-
Linhas paralelas A demanda por flexibilidade na britagem e pelo alto índice de reaproveitamento das instalações, características comuns no setor de construção, podem determinar a instalação de duas linhas de produção em paralelo, em vez de uma única central de maior capacidade. Benito Bottino, gerente de equipamentos da Construtora Norberto Odebrecht, explica que essa estratégia é adotada quando uma obra começa com determinado consumo de agregados, que aumenta a partir de um certo estágio. “Em vez de trocar tudo por uma central maior, torna-se mais vantajoso instalar mais uma linha em paralelo.” Ele ressalta que duas linhas para a produção de brita, em regime de trabalho paralelo, possibilitam maior confiabilidade ao abastecimento da obra, algo fundamental
ción también incrementa la confiabilidad del abastecimiento en la obra, algo fundamental en los proyectos donde la continuidad es muy importante, aunque aumenten los costos de operación y mantenimiento. Otro factor que debe tomarse en consideración es que tanto las trituradoras de cono como las de impacto de eje vertical (VSI), generalmente usadas en la etapa de trituración secundaria, trabajan mejor en régimen de alimentación constante. Si no se procede de esta forma, el revestimiento interno se desgasta de forma excesiva, lo que aumenta los costos de mantenimiento y provoca paradas innecesarias de los equipos. La solución, en ese caso, consiste en la formación de una pila de acopio entre la trituración primaria y las demás etapas de fragmentación, para que sus ritmos de producción sean independientes.
Foto: Sandvik
BRITAGEM
Britador móvel reduz custos e prazos na mobilização
Estratégia de sucesso na instalação da britagem Quem disse que profissionais formados em engenharia de minas encontram emprego apenas em mineradoras ou empresas de pesquisa mineral? Ao estabelecer uma política voltada para a maior racionalidade na mobilização das instalações de britagem, a Construtora Norberto Odebrecht optou pela contratação de dois profissionais com essa formação e sólida experiência em mineração. Além de especificarem as melhores alternativas de montagem da usina em cada canteiro de obras, esses especialistas estudam soluções para a redução de custos com a britagem, incluindo os procedimentos para sua manutenção, a troca de revestimentos e outros cuidados. “A especialização em britagem nos dá condições de especificar a usina mais adequada para a necessidade de uma obra com base num questionário respondido por seu responsável”, diz José Antônio Sbrissa Totorelli, engenheiro de minas da Odebrecht. Com esse questionário, ele explica que a empresa identifica o tipo de rocha a ser britada (seu grau de abrasividade e outras características), assim como o volume e a granulometria requeridos pela obra, a necessidade de produção de finos e outras demandas a serem atendidas. A adoção dessa filosofia já resultou na adoção de no-
42 | Março | 2008
vas práticas na construtora. “Atualmente, estamos testando o uso de britadores cônicos no estágio terciário para a fragmentação de um material muito friável e de elevada dureza que deverá ser gerado para a produção de concreto”, diz Totorelli. Essa solução é pouco usual em britagem para construção civil, que geralmente emprega equipamentos do tipo VSI nessa etapa, mas o especialista explica que o uso desse modelo de britador resultaria em problemas na concretagem. “Nesse caso, um britador de eixo vertical geraria material pulverulento, um fino na faixa de 0,975 mm de diâmetro, que seria ineficiente para a nossa necessidade.” Ele também identifica a tendência de uso de controles automáticos em toda a instalação de britagem, que interligam os equipamentos da usina por meio de uma rede elétrica conduzida pela estrutura das correias transportadoras. “Com isso, controlamos todo o fluxo de material, asseguramos a melhor velocidade de operação na central e avaliamos a carga circulante nas correias e em cada equipamento, além de acompanharmos a corrente elétrica em cada motor e outros parâmetros necessários à boa gestão da instalação.”
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
em determinados projetos onde a continuidade é importante, como o fornecimento de concreto para uma barragem de grande porte, por exemplo. “Se uma linha apresentar problemas, pelo menos a outra continuará em operação.” Em contrapartida, Bottino ressalta que duas instalações em paralelo resultam em maior custo com os equipamentos, com a mão-de-obra e consumo de energia. A opinião é compartilhada por Toshihiko Ohashi, gerente de aplicação para mineração da Metso. Por esse motivo, ele recomenda essa estratégia apenas em situações de exceção. “É comum vermos uma linha em paralelo até mesmo na britagem primária de uma pedreira, para a alimentação de um único britador secundário.” Ele explica que, nesses casos, o ganho de confiabilidade não compensa o aumento nos custos de
operação, mão-de-obra, manutenção e energia. Pilha pulmão Outro fator a se considerar é que os britadores cônicos e os modelos de eixo vertical (VSI), geralmente usados nos estágios de rebritagem, trabalham melhor em regime de alimentação constante, principalmente quando operam pelo conceito de britagem autógena – mais indicada para a produção de finos no processo (brita e areia artificial). “Por isso, é preciso que eles estejam sempre cheios, pois sua eficiência depende de que uma pedra bata na outra para obter o formato e a granulometria especificados para a brita”, explica Bottino. Se isso não acontecer, ele diz que o revestimento interno dos equipamentos sofre um desgas-
BRITAGEM
Características da rocha, do material a ser produzido e volume de produção determinam o tipo de usina
te excessivo, principalmente no caso dos britadores VSI, que são mais frágeis nesse quesito. Além do maior custo de manutenção e da necessidade de paradas para a troca dos revestimentos, isso pode resultar na produção de uma bri-
ta em formato mais cúbico do que o programado. A solução, nesse caso, passa pela adoção de uma pilha pulmão entre a britagem primária e os demais estágios de fragmentação, de forma que o ritmo de produção de uma independa
do da outra. “Procuramos operar sempre com uma pilha pulmão e só não a adotamos quando há limitações de espaço no canteiro.” Ao criar um estoque de material britado entre a primeira e a segunda etapa de fragmentação, a pilha pulmão flexibiliza as paradas para manutenção sem comprometer a linha de produção. “Com isso, é possível parar o estágio primário sem interferir no secundário”, afirma Carvalho, da Sandvik. Ele explica que o volume da pilha costuma ser estabelecido em função da capacidade da rebritagem, que é expressa em quantidade de horas de operação. Tipos de britadores Além da preocupação com a produtividade, o dimensionamento da central deve considerar os tipos de britadores existentes em função das características do material a ser fragmentado. Nesse sentido, os
Dez dicas para a montagem da linha
Fotos: Metso
• Identifique o tipo de rocha a ser britada e suas características (basalto, granito, gnaisse etc.); • Verifique o nível de abrasividade do material, fator relacionado à maior ou menor presença de sílica na rocha; • Trace as características necessárias ao produto final e à produção de cada estágio da britagem; • Na britagem primária se empregam geralmente equipa-
mentos de mandíbulas, com exceção das instalações de grande porte em mineração que podem usar britadores cônicos; • Os estágios secundário e terciário da britagem costumam empregar equipamentos cônicos com câmara adequada para cada tipo de aplicação; • Britadores de eixo vertical também podem ser usados na rebritagem, desde que o material apresente baixo nível de abrasividade; • O uso de britadores de eixo vertical requer uma análise de custos operacionais, pois eles apresentam alto consumo de energia elétrica e de revestimentos; • Use pilha pulmão sempre que possível, para proporcionar flexibilidade no ritmo de produção em cada estágio da britagem; • Não use pilha pulmão em instalações móveis e de pequeno porte ou quando o material não se comporta muito bem na alimentação sob túnel de retomada (como minério de ferro, por exemplo); • O uso de linhas paralelas pode ser vantajoso em projetos que apresentarão aumento na demanda por material britado, evitando o superdimensionamento da usina. (Fonte: Petrônio de Freitas Fenelon, diretor da VPS Engenharia)
44 | Março | 2008
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
britadores de mandíbulas realizam com eficiência a primeira etapa de redução granulométrica, enquanto os modelos giratórios e cônicos se aplicam às demais fases da britagem. Em situações extremas, entretanto, outros modelos mostram-se mais eficientes para determinados tipos de materiais. É o caso da fragmentação da bauxita que, devido a sua elevada aderência, deve empregar equipamentos de rolos ou sizers na etapa de rebritagem. Em determinadas aplicações, nas quais o produto final da britagem deve apresentar um acabamento mais arredondado, recomenda-se o uso de equipamentos como moinhos de eixo vertical. “No concreto usado em edificações, por exemplo, a brita precisa ter diâmetro inferior a 19 mm e apresentar um formato arredondado”, explica Bottino, da Odebrecht. Ele diz que essa especificação do agregado
Foto: Marcelo Vigneron
BRITAGEM
facilita o bombeamento do concreto, de forma a evitar danos à tubulação da bomba e a segregação do material durante esse processo. “Nesses casos, optamos pelo uso de britadores de eixo vertical na fase terciária ou quaternária, para gerar um agregado com a forma arredondada mais indicada para essa aplicação”, diz Bottino. Ele ressalta que além da maior plasticidade que essa granulometria confere ao concreto, de forma a facilitar seu lançamento por bomba, também há um ganho de economia no consumo de cimento. Vantagens do VSI O princípio de operação do britador VSI é a aceleração do material por meio de um rotor fixado a um eixo montado na posição vertical. Dessa forma, o equipamento arremessa o material em seu interior contra a carcaça e promove sua fragmentação por meio desse impacto. “Nesse caso, os britadores VSI são os do tipo com rotor aberto, dotados de impulsores e carcaça com revestimento de aço”, complementa Ohashi, da Metso. Ele ressalta que esse tipo de equipamento admite a alimentação de materiais com maior granulometria e, além da eficiência na quebra da rocha, gera uma boa quantidade de materiais finos. “Entretanto, ele é indicado apenas para a rebritagem de materiais menos abrasivos, como o calcário.” Quando o material a ser fragmentado apresenta índice médio ou alto de abrasividade, o recomendável é o uso de britadores VSI do tipo autógeno, dotados de um rotor fechado que arremessa a carga de brita contra o material “morto” acomodado sobre o revestimento de sua carcaça. “A eficiência da quebra é menor, mas a operação é menos sensível à abrasividade”, diz o executivo da Metso. Ele salienta que esse equipamento é muito usado para a produção de brita cúbica, areia de brita e finos para a produção de argamassa. “Em mineração, ele também pode
46 | Março | 2008
Boca da britagem primária
ser aplicado na pré-moagem, como forma de aumentar a capacidade da moagem e a geração de finos nesse processo.” Apesar de apresentar baixo custo de aquisição em relação aos outros tipos de britadores, o modelo VSI se destaca pelo alto consumo de energia elétrica e o acelerado desgaste dos pratos e revestimentos, itens que elevam seu custo de operação. “Por outro lado, é mais fácil fazer a troca de seus revestimentos do que num britador cônico”, complementa Bottino, da Odebrecht. Como o equipamento é menor, ele explica que sua manutenção torna-se mais simples, pois envolve a substituição de peças de menores dimensões.
“Em geral, usamos os VSI na britagem terciária ou quaternária, pois ele apresenta uma limitação na entrada de materiais”, diz Bottino. Ele explica que quanto maior for a granulometria das pedras em sua alimentação, mais acelerado será o desgaste de seu revestimento. “Por isso, sempre o alimentamos com uma carga com granulometria ainda menor do que a recomendada pelos fabricantes”, ele conclui.
Construtora Norberto Odebrecht: www. odebrecht.com.br
Metso: www.metsominerals.com.br Sandvik: www.sandvik.com Telsmith-Bercam: www.telsmith.com VPS Engenharia: vpsengenharia@uol.com.br
HIDRELÉTRICA
GRANDE EM TUDO, MENOS NO
IMPACTO AMBIENTAL Com a hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, o País retoma o ciclo das grandes obras de geração de energia com ênfase cada vez maior na preservação ambiental
N
um escritório localizado no bairro Botafogo, no Rio de Janeiro, um pequeno grupo de engenheiros e técnicos trabalha em ritmo frenético no planejamento do maior projeto de geração de energia do Brasil nas últimas décadas. A partir da cabeça e das mãos desses profissionais começa a tomar forma a hidrelétrica Santo Antônio, um dos dois aproveitamentos energéticos do rio Madeira – o outro é a hidrelétrica de Jirau – que integram a lista de projetos estruturantes do governo Federal, com vistas a evitar o apagão elétrico no País. Com 3.150 MW de potência instalada e uma garantia física de entrega de 2.218 MW, a usina impressiona por seus números. A começar pelo custo total do projeto, estimado em R$ 12,5 bilhões. Esse é o investimento previsto pela Madeira Energia
48 | Março | 2008
S.A. (Mesa), o consórcio formado pela Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig e um fundo de investimentos composto pelos bancos Banif e Santander, que venceu o leilão do governo Federal para construir e operar Santo Antônio. A usina fica localizada a 7 km de Porto Velho (RO), a jusante de Jirau, cuja licitação para a iniciativa privada está prevista para o próximo mês de maio (veja quadro na página 50). As obras de Santo Antônio estão sob responsabilidade do consórcio formado pela Odebrecht, Andrade Gutierrez, Alston, Voith, Vatech, Areva, ABB, Siemens e Energ Power, que já se debruçam sobre os projetos de engenharia desenvolvidos pela PCE e Intertechne. Segundo José Bonifácio Pinto Júnior, diretor de contratos da Odebrecht, o consórcio construtor aguarda apenas a obten-
ção da licença de instalação (LI) do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) para o início das obras. “Entregamos o Projeto Básico Ambiental (PBA) em fevereiro e esperamos que a LI saia em agosto, para então mobilizarmos os recursos necessários à execução do projeto”, diz ele. Bonifácio ressalta que as questões ambientais estão bem resolvidas, pois o empreendimento se caracteriza por ser uma usina de baixa queda e alta vazão. Isso significa que sua elevada potência energética se deve à vazão do rio Madeira, da ordem de 45 mil m³/s, e não ao tamanho do reservatório, que é pequeno em relação à capacidade da hidrelétrica. “Sem essa preocupação, dificilmente um empreendimento desse porte seria ambientalmente viável na região Amazônica, pois uma queda elevada num rio
Foto: Wilson Dias - ABr
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
CENTRAL HIDROELÉCTRICA Grande en todo, salvo en el impacto medioambiental
dessa vazão resultaria numa usina ainda maior que Itaipu, mas seu reservatório ocuparia uma área enorme do estado de Rondônia, ou seja, seria ambientalmente inviável.” Turbinas bulbo A solução para o problema foi o uso de turbinas do tipo bulbo, que ficam instaladas no fundo do leito do rio e são acionadas pela sua correnteza. Devido a esse princípio de funcionamento, a turbina permite gerar energia em baixas quedas, o que se traduz em menor área alagada. Para se ter uma idéia, Santo Antônio terá uma queda d’água de 14 m – uma pequena parcela dos 120 m de queda existentes na hidrelétrica de Itaipu – e seu reservatório vai ocupar uma área de 242 km². “Considerando que 130 km² já são ocupados pelo leito do rio, ela vai criar uma área alagada
adicional de apenas 112 km²”, complementa Bonifácio. Apesar de se popularizar na Europa, Japão e Estados Unidos desde a década de 50, a tecnologia de geração bulbo é pouco usual no Brasil porque os projetos de hidrelétrica privilegiaram, até o momento, os aproveitamentos com quedas grandes ou médias, que empregam turbinas tipo Francis e Kaplan, respectivamente. Mesmo assim, o engenheiro afirma que essa solução já foi utilizada na construção das hidrelétricas de Igarapava, Canoas I e II. A diferença fica por conta do tamanho de Santo Antônio, que vai operar com 44 unidades geradoras em linha, cada uma delas com 71,6 MW de capacidade, algo inédito no mundo em termos de tecnologia de turbinas bulbo. A unidade geradora tipo bulbo conta com uma turbina hidráulica
En una oficina ubicada en el bario Botafogo, Río de Janeiro, un pequeño grupo de ingenieros y técnicos trabaja a ritmo frenético en la planificación del mayor proyecto de generación de energía del Brasil de las últimas décadas. De la cabeza y las manos de esos profesionales comienza a tomar forma la central hidroeléctrica Santo Antônio, uno de los dos usos de los recursos energéticos del río Madeira –el otro es la central hidroeléctrica de Jirau– que figura en la lista de proyectos estructurales del gobierno Federal, con miras a evitar un colapso eléctrico en el país. Con 3.150 MW de potencia instalada y un suministro garantizado de 2.218 MW, la central impresiona por sus números. Para empezar, el costo total del proyecto, estimado en 12.500 millones de reales. Esa es la inversión prevista por Madeira Energia S.A. (Mesa), el consorcio formado por las empresas Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig y un fondo de inversiones, que ganó la licitación del gobierno Federal para construir y operar Santo Antônio. Las obras de Santo Antônio están a cargo del consorcio formado por las empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez, Alstom, Voith, Vatech, Areva, ABB, Siemens y Energ Power, que ya empezó a analizar y estudiar los proyectos de ingeniería desarrollados por PCE e Intertechne. Según informó José Bonifácio Pinto Júnior, director de contratos de Odebrecht, el consorcio constructor está aguardando apenas que el Instituto Brasileño del Medio Ambiente y de los Recursos Naturales (Ibama) le otorgue la licencia de instalación (LI) para iniciar las obras.
49
HIDRELÉTRICA TURBINA BULBO: IDEAL PARA BAIXAS QUEDAS
Kaplan de eixo horizontal acoplada a um gerador síncrono, também horizontal, que se encontra dentro de uma cápsula metálica estanque – o bulbo – e imersa no leito do rio. Como ela opera com fluxo axial, ou seja, paralelo ao eixo, suas passagens hidráulicas são mais simples e menores que as das turbinas de eixo vertical. Essa característica minimiza perdas de energia em usinas de baixa queda e, além disso, a unidade bulbo pode operar como descarregador de vazão (vertedouro de fundo), permitindo escoar até 70% da vazão nominal e conferindo maior segurança nos períodos de cheia. Ela também possibilita o escoamento de sedimentos depositados próximos à tomada d’água, o que representa mais um benefício ambiental. Usina sem barragem Devido a essa característica da tecnologia de geração, a hidrelétrica praticamente não terá barragem de enrocamento – outra solução pouco comum no Brasil – que ficará restrita a alguns fechamentos. Seu barramento ficará por conta da casa de força, composta por 44 unidades construídas em concreto armado – cada uma delas para abrigar uma unidade de geração – totalizando uma estrutura de cerca de 5 km de
50 | Março | 2008
comprimento. O projeto contempla ainda a construção de 21 vertedouros com comportas tipo setor, totalizando 600 m de extensão. A instalação da hidrelétrica deve totalizar cerca de 40 milhões de m³ de escavações comuns e 20 milhões de m³ de escavações em rocha, além de consumir em torno de 2,7 milhões
Destaca que las cuestiones medioambientales fueron resueltas de manera satisfactoria, puesto que la central está proyectada para un salto de agua de poca altura y un caudal abundante. Eso significa que la elevada potencia que generará se debe al caudal del río Madeira, de aproximadamente 45 mil m³/s, y no al tamaño del embalse, que es pequeño con respecto a la capacidad de la hidroeléctrica. “Sin esos cuidados, difícilmente un emprendimiento de esta envergadura sería medioambientalmente viable en la región amazónica.” Se soluciona el problema usando turbinas bulbo, instaladas en el fondo del lecho del río y accionadas por la fuerza de su corriente. Debido a este principio de funcionamiento, la turbina permite generar energía en saltos de poca altura, gracias a lo cual la superficie inundada es menor. Para formarse una idea, Santo Antônio tendrá un salto de agua de apenas 14 m y su embalse ocupará una superficie de 242 km². “Considerando que el lecho del río ya cubre 130 km², significa que la central provocará la inundación de tan solo 112 km²”, añade Bonifácio.
Consórcio também vai disputar usina de Jirau Os primeiros estudos para a construção da hidrelétrica Santo Antônio datam de 2001, quando a Construtora Norberto Odebrecht e a estatal Furnas se uniram para realizar um inventário dos aproveitamentos energéticos em um trecho de 260 km do rio Madeira, entre Porto Velho e o município de Abunã (RO). “Já tínhamos uma parceria com Furnas desde a implantação da hidrelétrica de Manso, no Mato Grosso, e as tratativas evoluíram de forma natural”, explica José Bonifácio Pinto Júnior, diretor de contratos da Odebrecht. O estudo de inventário, concluído e aprovado no final de 2002, identificou a viabilidade de dois aproveitamentos: as hidrelétricas Santo Antônio, com 3.150 MW de potência instalada, e de Jirau, com 3.300 MW, que, no novo modelo estabelecido para o setor elétrico brasileiro, serão construídas e operadas em regime de concessão ao setor privado. Devido ao seu conhecimento do projeto, o consórcio formado pela Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig e o fundo Banif/Santander acabou ganhando o leilão de Santo Antônio ao apresentar a proposta de menor preço para a energia gerada pela usina, de R$ 78,87/MWh. “Realizamos os estudos de viabilidade técnica, econômica e financeira desse empreendimento desde 2003 e também avançamos nos estudos de impacto ambiental (EIA/Rima)”, afirma Bonifácio, ao enfatizar o conhecimento do grupo em relação ao projeto. Segundo ele, a parceria entre Odebrecht e Furnas irá se repetir no leilão para concessão da hidrelétrica de Jirau, cuja realização está prevista para maio.
ANÚNCIO
HIDRELÉTRICA
Projetos reduzem o impacto ambiental Dos investimentos previstos na construção da hidrelétrica Santo Antônio, nada menos que R$ 600 milhões serão aportados em projetos para mitigar os impactos sócio-ambientais da obra. Devido ao conceito adotado para o empreendimento, que vai usar turbinas tipo bulbo, os especialistas ressaltam que ele irá produzir uma área alagada menor que a de outras hidrelétricas de seu porte e até mesmo daquelas com menos potência instalada. Dessa forma, o número de famílias relocadas para a instalação de seu reservatório, estimado em apenas 350, pode ser considerado pequeno diante de um projeto que envolve a geração de 3.150 MW. José Bonifácio Pinto Júnior, diretor de contratos da Odebrecht, ressalta que os investimentos ambientais nessa obra contemplam várias ações, como a criação de áreas de preservação ambiental, o monitoramento de mercúrio e de formação de sedimentos no leito do rio, entre outros. “Também vamos construir um canal para que os peixes possam subir a correnteza e desovar nas nascentes.” A energia excedente gerada pela usina será transportada por uma linha de transmissão (LT) entre Porto Velho e Araraquara (SP), cuja construção também será concedida à iniciativa privada. Dessa forma, a hidrelétrica poderá suprir as demandas energéticas do Norte brasileiro e, por meio desse linhão, atender também a região Sudeste, mais exposta ao risco de apagão elétrico. Até o fechamento dessa edição de M&T, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, estava concluindo estudos para o leilão dessa LT que vem sendo projetada para reforçar o sistema elétrico interligado do País.
52 | Março | 2008
de m³ de concreto e 300 mil m³ de concreto compactado a rolo (CCR). O consumo de aço está estimado em 120 mil t e o CCR será usado basicamente nas transições junto aos vertedouros. “A partir do início da obra, previsto para agosto, trabalharemos 36 meses a seco construindo os vertedouros e parte da casa de força que fica fora do leito do rio; após esse período, vamos desviar o rio para os vertedouros executados e concluir o restante das estruturas”, explica Bonifácio. O início da operação da primeira unidade geradora está previsto para maio de 2012 e, a partir dessa data, cada uma das outras 43 turbinas será ligada a cada mês subseqüente, de forma a concluir o projeto em 2015. Para cumprir esse cronograma, as construtoras estão ajustando o planejamento da obra para obter máxima produtividade nos períodos de estiagem. Bonifácio ressalta que os aspectos geológicos da obra estão solucionados e seu principal desafio se encontra na logística para o suprimento. “Para levar os equipamentos até o canteiro, estudamos uma alternativa que envolve seu transporte por cabotagem até Belém, seguido pelo uso de barcaças para levá-los pelos rios Amazonas e Madeira.” Investimentos na frota Segundo o executivo, as empreiteiras envolvidas no projeto da hidrelétrica Santo Antônio devem investir cerca de R$ 450 milhões na aquisição de equipamentos para sua construção. “Devido ao porte do empreendimento e aos grandes volumes de produção previstos num longo prazo de execução, só vamos usar equipamentos novos.” Até o fechamento dessa edição de M&T, o consórcio construtor estava realizando concorrências para aquisição das máquinas necessárias, motivo pelo qual Bonifácio não pôde detalhar o perfil da frota a ser mobilizada. O certo é que todo o parque de máquinas, especialmente as usadas em serviços de terraplenagem, esca-
vação, carga e transporte, contará exclusivamente com modelos equipados com sistemas de eletrônica embarcada. A idéia é mobilizar uma frota dotada de recursos que possibilitem o gerenciamento remoto dos equipamentos em termos de produtividade e de seus sinais vitais (pressão, temperatura, velocidade de deslocamento, regime de trabalho do motor, código de falhas etc.), de forma a otimizar sua operação e manutenção. As tarefas de escavação em rocha – todas a céu aberto – serão realizadas por sistema convencional, com emprego de carretas de perfuração e explosivos. As escavações comuns, por sua vez, tendem a mobilizar equipamentos de grande porte, devido às dimensões da obra, que certamente também vão justificar o uso de instalações industriais – como centrais de britagem e de concreto – dimensionadas para maiores volumes de produção. “Uma condição para a escolha do fornecedor de equipamentos será a de que ele ou seu distribuidor tenham uma unidade próxima ao canteiro, como em Porto Velho, por exemplo, para nos atender em termos de assistência técnica, estoque de peças e treinamento dos nossos profissionais.” Com isso, a capital de Rondônia deve registrar um surto de crescimento sem precedentes, por conta dos investimentos diretos e indiretos decorrentes das obras das hidreléProjeto contempla uma pequena área alagada
Foto: Wilson Dias - ABr
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Porto Velho (RO) e o rio Madeira ao fundo: obra vai impactar a economia da região
tricas Santo Antônio e Jirau, que vão transcorrer simultaneamente. Além das filiais de fabricantes e de distribuidores de equipamentos para construção, atraídos por uma demanda garantida nos próximos anos, a região deverá receber empresas do setor de peças de reposição para equipamentos de construção e de outros segmentos. O impacto desse grande projeto já se revela no mercado imobiliário local e no comércio de Porto Velho, que conta atualmente com dois shopping centers em construção. Impactos da obra Entre os investimentos mais expressivos já anunciados para a região, o destaque fica com o grupo Votorantim, que está aportando R$ 100 milhões na instalação de uma fábrica de cimentos em Porto Velho com
da
Bonifácio: fornecedores deverão montar estrutura de suporte no local
capacidade para produzir 700 mil t/ ano. Pelos cálculos da Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), para cada real aportado na construção das duas usinas, mais R$ 1,50 será injetado na economia do estado de forma indireta. Essa conta inclui o projeto anunciado pela Alstom e Bardella, para implantar na capital do estado uma fábrica destinada a produzir equipamentos hidromecânicos. O detalhe é que as comportas fabricadas nessa unidade vão suprir tanto as obras das hidrelétricas como outros empreendimentos na Amazônia. Além disso, só em recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a capital de Rondônia receberá R$ 645 milhões para obras de saneamento básico, habitação e melhorias na infra-estrutura viária. “Nós encaramos esses dois empreendimentos como uma oportunidade não só para a geração de empregos e distribuição de renda, mas também para que possamos resolver os problemas de infra-estrutura na região”, afirmou o secretário de planejamento de Porto Velho, Israel Batista Xavier, em entrevista veiculada recentemente pela BBC Brasil. Quando entrarem em operação, as duas usinas deverão contribuir com as receitas do município, a título de royalties, com cerca de R$ 50 milhões, além de outros R$ 50 milhões arrecadados para o Tesouro estadual e mais R$ 10 milhões para a União. Se essa contribuição não chega a mudar o nível de arrecadação em âmbito fede-
ral, há de se considerar seu impacto no orçamento de um município como Porto Velho. As autoridades locais também prevêem impacto positivo na geração de empregos já que, para cada posto de trabalho criado no canteiro de obras, outros surgirão de forma indireta na indústria, comércio e setor de serviços. Segundo Bonifácio, a construção de Santo Antônio vai mobilizar cerca de 12.000 trabalhadores, dos quais 70% deverão ser contratados localmente, de forma a se minimizar o impacto de migrações para a região. “Trata-se de uma meta factível e, para cumprí-la, já organizamos cursos, em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e com o Sine (Sistema Nacional de Emprego), para a formação de carpinteiros, mecânicos, operadores de equipamentos e demais categorias profissionais”, ele conclui.
Construtora Norberto Odebrecht: www.odebrecht.com.br Furnas: www.furnas.com.br
53
Foto: Bozza
COMBOIOS DE LUBRIFICAÇÃO
ALIADOS DA PRODUTIVIDADE Dimensionados para as necessidades de manutenção de cada operação, os comboios de lubrificação reduzem o tempo de parada das máquinas e podem se pagar rapidamente Criados com o objetivo de otimizar a manutenção preventiva dos equipamentos no campo, os comboios de lubrificação não param de incorporar tecnologias para a maior produtividade na hora de lubrificar e abastecer a frota. A ordem entre os principais fabricantes do setor é desenvolver soluções adequadas à necessidade de cada usuário, seja num canteiro de construção pesada, numa usina sucroalcooleira, numa frente de mineração ou obra urbana. Apesar de os fabricantes de comboios contarem com linhas de produtos específicas para comercialização, todos são unânimes em apontar a flexibilidade de seus modelos para a oferta de soluções sob medida.
54 | Março | 2008
Dependendo das características da operação do usuário, que acabam determinando os tipos de equipamentos mobilizados na frente de trabalho, a lubrificação poderá incluir necessidades específicas, como o abastecimento de determinadas graxas ou óleos e a maior ou menor demanda por combustível. Além disso, o serviço poderá incorporar outras ações, como o reabastecimento de água, a limpeza de filtros e radiadores ou a calibragem dos pneus, exigindo a disponibilização de ar comprimido, reservatório de água e outras soluções para suporte à manutenção preventiva. Para Eduardo Agonicio, diretor comercial da fabricante de comboios de lubrificação LDA, essa
flexibilidade no desenvolvimento do produto é fundamental para sua adequação às necessidades do usuário. A empresa, por exemplo, produz basicamente dois modelos, mas que permitem várias adaptações. “Levantamos o máximo de informações junto ao cliente, desde o chassi do caminhão no qual o comboio será montado até a quantidade de produtos necessária no abastecimento e se ele precisará de água ou não.” Com esses dados, ele explica que a empresa customiza o equipamento, que pode ser do tipo blindado ou aberto. Prática semelhante é adotada pela Bozza, que já montou comboio até mesmo em chassi de caminhão articulado fora-de-estrada.
COMBOIOS DE LUBRIFICAÇÃO
O equipamento em questão, desenvolvido para uma mineradora de ouro, contava com capacidade para 12.000 litros de diesel, além de sete tanques para abastecimento de óleos, dois de graxa, um de água e compressor para a geração de ar comprimido. “Essa adaptação foi desenvolvida para uma operação em mina subterrânea, onde somente esse tipo de caminhão seria capaz de trafegar em um terreno tão acidentado”, diz Elizabeth Bozza, diretora da empresa.
Aliados de la productividad
Foto: Gascom
Ganhos no abastecimento Entre outras necessidades do campo a se considerar, como o correto dimensionamento do comboio, o diretor comercial da Gascom, João Gaiofatto, cita a rapidez no abastecimento como item fundamental para a produtividade e redução de custos na operação. “Por isso, sempre recomendamos o uso da tecnologia pressurizada no sistema de vazão dos lubrificantes, que realiza a transferência dos fluídos por impulsão a baixa pressão. Além de eliminar o uso de propulsoras pneumáticas e de bombas e motores hidráulicos, esse sistema aumenta a velocidade do abastecimento em até cinco vezes”, diz ele. A empresa produz comboios com capacidades de até 10.000 litros
UNIDADES MÓVILES PARA LUBRICACIÓN
de óleo diesel e taxas de vazão entre 85 l/min e 250 l/min, dotados de até nove tanques de 250 litros cada para armazenamento de óleos lubrificantes. Com essa velocidade de transferência dos fluídos, os equipamentos permitem abastecer uma escavadeira hidráulica de 20 t em menos de dois minutos (considerando um reservatório de diesel de cerca de 400 litros), o que significa ganhos de produtividade e de custos nas operações do usuário. Gaiofatto ressalta que os comboios da empresa podem contar com reservatórios de lubrificantes pressurizados e com capacidade estendida até 500 litros (versão Pressolub 4), além de dispor de reservatórios de graxa e de água de 200 e 1.000 litros, respectivamente. “Se houver a opção pelo tanque de água, o de diesel tem que ser diminuído para 9.000 litros.” Para Celso Luiz Heck, especialista técnico-comercial da Bombas Andrade, os benefícios oferecidos pelo comboio devem ser analisados em função da maior produtividade que ele confere aos equipamentos em operação. Como exemplo, Heck cita uma colhedora de canade-açúcar que, para ser abastecida fora da lavoura, deveria parar cerca de 30 minutos – o tempo médio para se deslocar até o posto fixo e
Comboio pressurizado: simples e eficiente no abastecimento
56 | Março | 2008
Desarrolladas con el objetivo de optimizar el mantenimiento preventivo de los equipos pesados en campo, las plataformas móviles de lubricación incorporan permanentemente nuevas tecnologías a fin de aumentar la productividad de los servicios de lubricación y suministro de combustible. El objetivo primordial de los principales fabricantes del sector es desarrollar soluciones adecuadas a la necesidad de cada usuario, tanto de la construcción pesada y plantas productoras de azúcar y alcohol, como de los frentes de trabajo en minas u obras urbanas. A pesar de que los fabricantes de unidades móviles lubricadoras comercializan líneas de productos específicas, todos afirman que la flexibilidad de sus modelos también les permite ofrecer soluciones a medida. Según las características de la operación del usuario, que determinan el tipo de maquinaria usado en los frentes de trabajo, las unidades móviles pueden adaptarse para cubrir necesidades específicas, como ser el suministro de determinados tipos de grasas o aceites y de mayor o menor volumen de combustible. Además, también pueden incluir el suministro de agua, la limpieza de filtros y radiador o el control de la presión e inflado de neumáticos, y en este caso la unidad contará con un sistema de aire comprimido y reservorios de agua y otros fluidos para realizar los mantenimientos preventivos. Entre otras necesidades de campo que deben considerarse, como el dimensionamiento correcto de la plataforma embarcable, el director comercial da Gascom, João Gaiofatto, cita la rapidez de ejecución de los servicios de suministro como un componente fundamental para mejorar la productividad y los costos de la operación. “Por eso, siempre recomendamos el uso de tecnología presurizada en el sistema de salida de los fluidos, que realiza el suministro por impulsión, a baja presión. Aparte de dispensar el uso de propulsores neumáticos y de bombas y motores hidráulicos, este tipo de sistema puede, dependiendo del caso, quintupli-
Foto: Bozza
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Comboio sobre chassi de caminhão articulado: para mina subterrânea
retornar. Esse tempo de parada, segundo ele, implicaria uma redução de 300 t na colheita de cana, sem
contar os sete caminhões abastecidos pela máquina que ficariam inativos. “Com o comboio, a parada
diminui para cerca de seis minutos, considerando uma colhedora com tanque de combustível de 600 litros e uma vazão de 100 l/min no abastecimento de diesel, que é o desempenho médio dos nossos equipamentos.” Segundo o especialista, essa velocidade de abastecimento é obtida com o uso de mangueiras de 1”. Ele explica que taxas maiores de vazão na transferência para o reservatório da máquina podem gerar espuma no combustível, devido ao excesso de enxofre presente no diesel comercializado no País. “Apesar disso, conseguimos obter um bom resultado utilizando mangueira de 1,5”, que atinge uma vazão de 250 l/min, mas essa solução foi adotada num comboio que só armazenava diesel e era equipado com tecnologia de ponta e medidor volumétrico sofisticado”, diz ele.
Fotos: Bozza
COMBOIOS DE LUBRIFICAÇÃO
Novas tecnologias Os recursos de automação e de tecnologia da informação (TI), aliás, começam a se popularizar nos modelos de comboios mais modernos como uma evolução natural rumo à maior produtividade no serviço. A Bombas Andrade, por exemplo, deixa os seus equipamentos preparados para a instalação de medidores informatizados em lugar dos dispositivos mecânicos de medição do abastecimento. O sistema conta com uma espécie de fio metálico no interior da mangueira e com um sensor no bico injetor do comboio, que contabiliza o volume transferido e verifica qual máquina está sendo abastecida. Cada equipamento da frota, nesse caso, precisa ter um chip para sua identificação. Quando o comboio vai para a oficina ou o pátio de equipamentos da obra, essas informações são transferidas para o data center da empresa, permitindo que o usuário trace o custo de abastecimento de cada máquina no campo, assim como seu consumo e desempenho diante do programado para a operação e a performance do comboio de lubrificação. “Essa solução é disponibilizada por empresas parceiras na área de TI e sua eficiência já foi comprovada nos canteiros por meio de um projeto fornecido para um cliente”, diz Heck. No caso da LDA, o destaque fica
58 | Março | 2008
por conta do sistema de filtragem de lubrificantes instalado nos carretéis de abastecimento, que é oferecido como item opcional em seus comboios. A empresa também dispõe de um dispositivo para a medição da vazão por meio de um gatilho eletrônico. “Além disso, nossos produtos podem contar com bomba para a retirada de água, com guinchos para o levantamento dos tambores e lonas de cobertura, indicadas para uso nos comboios abertos quando estes se encontram fora de operação”, diz Agonicio. A Bozza também disponibiliza, como item opcional em seus comboios, um dispositivo para a diálise do lubrificante durante o abastecimento. A filtragem é feita no percurso do óleo entre o comboio e o reservatório do equipamento e, dependendo do elemento filtrante instalado pelo usuário, o sistema pode reter partículas de até 3 micra de diâmetro. “Não recomendamos o uso de malha abaixo disso, pois o filtro pode reter componentes do próprio lubrificante, como, por exemplo, alguns aditivos”, afirma Luiz Augusto Sandon, engenheiro de produção da empresa. Elizabeth Bozza, diretora da fabricante de comboios, salienta que essa prática é comum entre as mineradoras, mas poucas construtoras re-
car la velocidad del suministro”, dice. Celso Luiz Heck, especialista técnico comercial de la empresa Bombas Andrade, opina que los beneficios que ofrecen las unidades móviles de suministro de fluidos deben ser analizados en cuanto al incremento de productividad que proporcione a los equipos en operación. A modo de ejemplo, Heck cita una cosechadora de caña de azúcar que si tuviera que cargar combustible fuera de la plantación debería parar unos 30 minutos, tiempo promedio que tardaría en ir y volver hasta una instalación fija. Ese tiempo de parada, según explica, implicaría una reducción de 300 t en la cosecha, sin contar las pérdidas ocasionadas por las paradas de los siete camiones que deberían cargarse durante ese tiempo. “Con una unidad móvil, el tiempo de parada es de aproximadamente seis minutos, considerándose una cosechadora con un tanque de combustible de 600 litros y un surtidor con un caudal de 100 l de gasoil por minuto, que es el desempeño promedio de nuestros equipos.” Los recursos de automatización y tecnología de la información también empiezan a popularizarse en los modelos más modernos como una evolución natural rumbo a un aumento de la productividad del servicio. Bombas Andrade, por ejemplo, deja sus equipos preparados para que los dispositivos mecánicos de medición de caudal puedan ser remplazados por contadores informatizados.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
alizam a diálise do óleo lubrificante por questão de redução nos custos. “Os empreiteiros preferem adquirir o equipamento com os recipientes de estocagem enclausurados em baús de alumínio, que são dotados de vedações e fechados hermeticamente, pois assim eliminam o risco de contaminação.” Cuidados com a contaminação A executiva explica que os riscos de contaminação dos lubrificantes são diversos, inclusive por meio de água condensada no interior dos reservatórios. “Por esse motivo, a tecnologia pressurizada pode constituir um vetor de contaminação, pois se ela não for bem feita, acaba transferindo água para o recipiente”, diz Elizabeth. Como esse sistema se baseia na compressão do ar para a transferência do lubrificante, ele pode conduzir a umidade relativa da atmosfera. “Quando esse ar esfria e expande, a umidade relativa condensa e se transforma em água, que é um elemento altamente danoso aos equipamentos.” Para evitar contaminação por umidade nos comboios cujo sistema de vazão é pressurizado, os equipamentos podem contar com secadores de ar. “Como esse dispositivo é caro, os usuários tendem a empregar secadores automobilísticos, usados no sistema de freio dos veículos, mas essa solução não suporta bem os grandes volumes manuseados em comboios de lubrificação”, complementa a diretora. Por isso, a Bozza
Carretéis com mangueiras para a tranferência de fluidos: produtividade no abastecimento
aposta nas tecnologias hidráulica e pneumática, apesar de reconhecer que essa última é menos eficiente e indicada para modelos de média e baixa vazão. “Não dá para abrirmos mão da propulsão pneumática devido ao seu custo inferior e, em muitos casos, adequado ao que o cliente precisa e pode pagar.” A transferência de fluídos por meio de bombas hidráulicas, entretanto, é a que a empresa identifica como a mais avançada, permitindo que se alcance taxas de vazão de até 600 l/min, como a Bozza já desenvolveu em comboios de lubrificação fornecidos para mineradoras. A Gascom, por sua vez, aposta no uso da tecnologia pressurizada, apesar de também desenvolver
comboios com vazão acionada por sistema hidráulico ou pneumático. “A vantagem dessa solução é que ela não necessita de bombas e o fluído fica armazenado em compartimentos pressurizados, de onde é transferido por impulsão a baixa pressão, o que reduz os problemas de manutenção tão comuns nas propulsoras pneumáticas e nas bombas e motores hidráulicos”, diz Gaiofatto. “Trata-se de um projeto simples, despojado em termos construtivos e que, além disso, proporciona velocidade de abastecimento superior aos demais métodos”, ele complementa. Na opinião de Celso Heck, da Bombas Andrade, a tecnologia pressurizada diminui os riscos de
COMBOIOS DE LUBRIFICAÇÃO
contaminação, uma vez que ela não expõe o óleo lubrificante ao ambiente externo durante sua transferência da embalagem fornecida pelos fabricantes (tambores) para os depósitos pressurizados do comboio. Para isso, ele ressalta que o sistema deve operar com ar comprimido isento de impurezas e umidade, empregando purificadores e filtros para a limpeza.
Mesmo assim, os especialistas são unânimes em apontar a elevada durabilidade dos comboios, desde que sejam submetidos às manutenções necessárias, como a pintura de seus reservatórios para proteção contra corrosão, por exemplo. “Trata-se de um equipamento robusto, cuja durabilidade depende do cuidado na operação e conservação”, afirma Gaiofatto, da Gascom. Ao falar sobre a vida útil de um comboio, Elizabeth Bozza prefere ressaltar a relação custo/benefício que ele proporciona a usuários com grandes frotas em operação. “Considerando que o preço do equipamento varia de R$ 60 mil, no caso de um modelo simples, até R$ 250 mil, quando dotado de acionamento hidráulico, ele certamente se paga em curto prazo.” Em seu raciocínio, ela recomenda ao frotista um cálculo básico: “basta se perguntar quanto custa um equipamento parado por vários minutos e até mesmo uma hora para seu abastecimento num posto remoto e depois é só multiplicar esse valor pelo total de máquinas em operação.” Simples e claro.
Bombas Andrade: www.bombasandrade.com.br Bozza: www.bozza.com.br Gascom: www.gascom.com.br LDA: www.ldatanques.com.br
Foto: Bombas Andrade
Dimensionamento do compressor Além de ser usado para acionar os sistemas pressurizados, o ar comprimido também é instalado nos comboios para suporte às atividades de manutenção no canteiro de obras, como a limpeza de filtros e a calibragem de pneus. Segundo Agonicio, da LDA, quando essas necessidades adicionais são apontadas pelo cliente, a empresa utiliza compressores de 20 hp e um reservatório de 175 psi (12 bar). “Essa pressão costuma ser suficiente, pois mais do que isso pode resultar em sobrecarga no chassi do caminhão.” A Gascom equipa os seus produtos com compressores de 20 pés cúbicos por minuto de vazão e 175 psi (12 bar) de pressão, dotados de reservatório pulmão de 200 l, além de carretel com mangueira de 10 m e bico, para os serviços de limpeza e calibragens. “Além disso, deixamos como opção um sis-
tema de limpeza dotado de bomba d’água pneumática de duplo diafragma, com vazão de 12 l/min e pressão de até 50 psi (3,4 bar), assim como bico pulverizador regulável, uma mangueira de 10 m e acondicionada em carretel manual”, diz Gaiofatto. Segundo ele, uma alternativa para a limpeza com água é a instalação de bomba mecânica de pistão-diafragma, com vazão de até 50 l/min e pressão de 500 psi (34,5 bar), em sistemas com reservatório de 1.000 litros incorporado ao tanque central, dotado de esguicho-pistola e mangueira. A Bombas Andrade, por sua vez, disponibiliza compressores em seus comboios para as mesmas aplicações indicadas pelos demais fabricantes, dimensionando a capacidade do sistema de acordo com a necessidade operacional do cliente. “Geralmente, instalamos equipamentos de 425 a 700 l/min de vazão”, diz Heck. Quando o assunto é a vida útil dos comboios de lubrificação, ele ressalta que tudo depende do regime de trabalho do usuário e da eficiência na operação do equipamento. “Em algumas mineradoras, por exemplo, a operação é realizada em três turnos de oito horas e, por isso, os equipamentos passam pelas mãos de até cinco operadores diferentes durante um mês, incluindo-se os folguistas.”
Equipamentos podem receber medidores informatizados: lubrificação com acompanhamento on-line
60 | Março | 2008
Foto: Mills Rental
PLATAFORMAS AÉREAS
MERCADO NAS ALTURAS Demanda aquecida estimula locadoras a investir na ampliação de suas frotas de plataformas aéreas de trabalho O negócio de locação de plataformas aéreas de trabalho, que chegou ao Brasil de forma tímida, há cerca de uma década, começa a dar mostras de aquecimento e já surpreende por seu potencial de expansão. Se a segurança do trabalhador impulsionou o uso desse equipamento nas manutenções em petroquímicas, refinarias, siderúrgicas e indústria naval, a nova fronteira para o crescimento do setor está na construção civil. Com as mudanças realizadas na Norma Regulamentadora 18 (NR-18), que versa sobre a segurança do operário nos canteiros de obras, a realização de serviços em alturas elevadas passa a exigir uma série de responsabilidades por parte das construtoras. Nesse cenário, no qual a mobilização de plataformas aéreas tende a aumentar rapidamente, as duas maiores empresas de locação do setor investem na expansão de suas frotas. Para atender a demanda dos clientes, a Solaris encerrou 2007 com um aporte de US$ 25 milhões na aquisição de 450 unidades desse equipamento e, quase que simultaneamente, a Mills Rental anunciou a compra de 200 máquinas, em uma negociação de US$ 12 milhões. “Em muitas obras industriais de grande porte, o contratante já exige o uso de plataformas aéreas em lugar dos andaimes e guindastes”, diz Ramon Vazquez, diretor da Mills Rental. Segundo ele, há poucos anos os serviços de manutenção industrial respondiam por cerca de 70% a 75% das locações de plataformas, enquanto o setor de construção ficava com o percentual restante. “Essa relação já inverteu, mas não pela retração daquele grupo de clientes e sim pelo vertiginoso crescimento
62 | Março | 2008
PLATAFORMAS PARA TRABAJO AÉREO Mercado en alza El negocio de alquiler de plataformas para trabajo aéreo, que arrancó en el Brasil de forma tímida hace casi una década, empezó a dar muestras de crecimiento y se destaca por su potencial de expansión. Si la seguridad laboral y la prevención de riesgos en el trabajo propician el uso de estos equipos en tareas como el mantenimiento en las áreas de petroquímica, refinerías, siderúrgica e industria naval, la nueva oportunidad de crecimiento del sector está en la construcción civil. Debido a las modificaciones introducidas en la Normativa Reguladora 18 (NR-18), que versa sobre la seguridad del trabajador en obras, las empresas construc-
PLATAFORMAS AÉREAS
Novos mercados Com os investimentos realizados pela Solaris, que incluíram a aquisição de 100 manipuladores telescópicos e 150 grupos geradores, a empresa passou a contar com um parque de 1.500 equipamentos, totalizando US$ 75 milhões em ativos para locação. “Ganhamos musculatura e já somos um dos maiores do mundo em frota e mercado de atuação”, enfatiza Esteves. Os planos, segundo ele, são de encerrar 2008 com um faturamento de US$ 50 milhões, registrando um crescimento de 40% em relação ao ano anterior. Para isso, a empresa programa a abertura de filiais nos estados do Pará, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás, estendendo sua atuação a praticamente todo o território brasileiro. A expansão dos mercados também vai contemplar o ingresso em outros segmentos de locação. Segundo Esteves, a empresa vai investir US$ 6 milhões apenas este ano na aquisição de equipamentos de movimentação de solos. A Solaris é a herdeira da Mills Rental, criada em 1997, em uma parceria entre a fabricante de fôrmas e escoramentos Mills e a norte-americana JLG, que produz plataformas elevatórias e manipuladores telescópicos. A partir do ano 2000, o grupo argentino Sullair ingressou no negócio e foi adquirindo maior participação societária, até se tornar seu único controlador e alterar a razão social da empresa para Solaris.
64 | Março | 2008
Sinergia nas propostas Diante desse cenário, a Mills reativou sua divisão de locação de equipamentos, dessa vez sem nenhum parceiro na sociedade. “Nossa proposta é a de operar de forma integrada com as divisões de construção e de manutenção e montagem do grupo para apresentar aos clientes uma proposta adequada a suas necessidades”, explica Ramon Vazquez. Por meio dessa sinergia entre as áreas de atuação, a empresa pode identificar a necessidade de plataformas aéreas num projeto que demanda escoramentos, por exemplo, seja num canteiro de obras ou numa parada para manutenção em planta industrial. Operando com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, a Mills Rental foca sua estratégia em mercados específicos, mas Vazquez ressalta que também se mantém atento a oportunidades em determinados segmentos. “Para atender a Votorantim Celulose e Papel (VCP) e as construtoras contratadas para a instalação de sua fábrica de Três Lagoas (MT), montamos uma estrutura no local com estoque de peças de reposição e profissionais para o treinamento e assistência técnica aos clientes.” O aporte já realizado pela empresa faz parte de um programa de investimentos de US$ 60 milhões, no período entre 2008 e 2012, para a aquisição de 1.500 plataformas aéreas. “Devido à grande demanda dos clientes, estamos antecipando este ano outros US$ 12 milhões em investimentos previstos para 2009, com o objetivo de incorporar mais 250 unidades a nossa frota.” Com isso, a empresa deve encerrar 2008 com um parque de 450 máquinas, “em sua maioria com o horímetro zerado”, conforme enfatiza o executivo.
Mills Rental: www.mills.com.br Solaris: www.solarisbrasil.com.br
toras deben cumplir con las exigencias legales establecidas en materia de trabajo a grandes alturas. En este contexto, en el que el uso de plataformas de trabajo aéreo tiende a aumentar rápidamente, las dos empresas de alquiler más importantes del sector invirtieron importantes sumas de dinero en la ampliación de sus líneas. Para satisfacer la demanda, Solaris invirtió 25 millones de dólares en la adquisición 450 plataformas y, casi simultáneamente, Mills Rental anunció la compra de 200 máquinas, en una negociación de 12 millones de dólares, en el 2007. “En muchas grandes obras industriales, el contratante ya exige el uso de plataformas de trabajo aéreo en lugar de andamios y grúas”, dice Ramon Vazquez, director de Mills Rental. Foto: Solaris
da demanda entre as construtoras.” Paulo Esteves, diretor comercial da Solaris, confirma a tendência. “Por conta disso, a venda desse tipo de máquina, para atendimento aos diferentes mercados, saltou de 450 unidades, em 2006, para 820 plataformas, em 2007, sem contar as previsões que apontam a marca de 1.200 unidades vendidas este ano”, diz ele. O executivo ressalta que, ao final desse período de três anos (2006/2008), o mercado brasileiro deverá consumir quase a mesma quantidade dos oito anos anteriores.
MANUTENÇÃO
COMO CUIDAR DO Quando um equipamento pesado entra em operação no canteiro de obras, seu bom desempenho é diretamente proporcional à qualidade do sistema hidráulico responsável pelos movimentos da máquina. Como o fluxo de óleo e a pressão interna no circuito são determinantes para alguns parâmetros de trabalho, como a força de escavação, a capacidade de elevação de carga e outros, a manutenção eficiente desse sistema torna-se um item fundamental para a maior durabilidade e produtividade do equipamento em questão. Entende-se por manutenção do sistema hidráulico o conjunto de procedimentos para proporcionar maior vida útil a todo o circuito e seus componentes, como bombas, motores, válvulas, cilindros, conexões e tubulações. Entretanto, nessa edição de M&T vamos abordar especificamente os cuidados necessários com os cilindros hidráulicos, que realizam o acionamento de braços e lanças na extremidade do sistema, caso o equipamento seja uma escavadeira, pá-carregadeira ou guindaste, entre outros. A primeira recomendação nessa área é ficar atento aos componentes de maior desgaste dos cilindros, como buchas e vedações, que devem ser verificados constantemente. Um pequeno desgaste das vedações resulta em vazamentos de óleo que, ao impregná-las, reduz ainda mais sua capacidade de vedar e pode comprometer a movimentação do cilindro. Por esse motivo, os especialistas apontam a importância de se usar componentes de qualidade e de trocar as vedações nos prazos determinados pelos fabricantes. A operação adequada do equipamento ajuda a aumentar a vida útil do cilindro hidráulico, pois a principal causa de emperramento desse componente se relaciona a acidentes no trabalho. Isso ocorre, por exemplo,
Fotos: Caterpillar
CILINDRO HIDRÁULICO
Impactos no braço da máquina figuram entre os principais responsáveis por danos nos cilindros
quando o braço de uma escavadeira, atuando em determinado ângulo de ataque, sofre um impacto em sentido contrário. Esse choque produz um esforço lateral no cilindro, que não foi projetado para receber tal esforço, causando seu encravamento ou a sua flambagem. Se isso acontecer,
será preciso trocar a peça ou mandála para nova usinagem. Custo do reparo Uma falha operacional desse tipo pode resultar num custo de manutenção de R$ 3 mil (valor para reparo de um cilindro hidráulico de escava-
65
MANUTENÇÃO deira da classe de 20 t). O conserto da peça, nesse caso, pode contemplar duas alternativas: processo por rolamento ou por brunimento. O primeiro deles emprega um conjunto de ferramentas para o mandrilamento do cilindro, com o objetivo de eliminar a ovalização ou a conicidade em sua seção. Nesse sistema, a superfície da peça é amassada e endurecida, por meio de roletes, de forma a se restabelecer sua forma circular. Já o brunimento é realizado por meio de materiais abrasivos e, apesar de ser mais barato que o processo anterior, não é tão preciso quanto ele. Quando o acidente causa danos à haste, como riscos em sua superfície, também é preciso realizar sua recuperação. Recomenda-se que esse serviço seja realizado em retífica especializada, onde profissionais treinados e ferramentais apropriados permitirão atender as tolerâncias especificadas para o cilindro hidráulico (H.8 ou H.9). O processo de retífica envolve um novo banho de cromo sobre a haste (veja quadro na página ao lado), de forma a conferir um acaba-
Velocidade do cilindro Para transformar a pressão hidráulica em força efetiva para acionar o braço do equipamento ou erguer a caçamba, o cilindro hidráulico precisa percorrer um determinado curso estabelecido em projeto. Sua velocidade de deslocamento nesse percurso, que se traduz em eficiência na operação, depende basicamente de boas vedações e da estanqueidade nas conexões. Se o cilindro perder velocidade durante a operação, convém verificar a existência de vazamentos, internos ou externos, ou a perda de eficiência da bomba hidráulica. Nesse caso, verifique o acabamento superficial do cilindro identificando vazamentos e a pressão da bomba. Localizado o problema, troque o componente danificado.
66 | Março | 2008
Custo para a manutenção interna de peça, associado à baixa incidência de problemas, torna a terceirização mais atrativa
mento superficial adequado à peça. Se as ranhuras na haste apresentarem espessura inferior a 0,1 mm, o reparo poderá ser realizado na própria oficina da empresa, com a aplicação de lixa, embora danos de dimensões tão pequenas sejam incomuns. Por esse motivo, poucos usuários de equipamentos tendem a realizar a recuperação dos cilindros hidráulicos internamente, já que isto exigiria a aquisição de ferramentas apropriadas, como brunidor e torno, com investimentos na faixa de R$ 150 mil. Devido à baixa demanda por esse tipo de serviço, sua terceirização torna-se mais vantajosa para o usuário, já que um reparo de cilindro hidráulico custa cerca de R$ 3 mil e o preço de uma peça nova é de aproximadamente R$ 7 mil. Os danos de maior porte na camisa do cilindro, por sua vez, devem ser
reparados com usinagem de precisão, produzindo-se um novo êmbolo e usando-se vedações com sobre-medida. Esse serviço se aplica quando há um risco superficial que não pode ser recuperado com um novo processo de brunimento (rebrunimento). Cuidados com o óleo Outra causa constante de danos nos cilindro hidráulicos é a contaminação por partículas sólidas, oriunda de falhas na filtragem do óleo ou do ingresso de contaminantes no sistema. Para evitar esse tipo de problema, recomenda-se a inspeção e substituição do filtro nos prazos especificados pelos fabricantes. Empresas que adotam uma política de manutenção pró-ativa, com a análise periódica do lubrificante hidráulico, costumam se antecipar ao problema
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
identificando a presença de contaminantes no fluido antes que atinjam níveis de concentração elevados. Esses níveis são indicados pelos fabricantes, de acordo com o tipo de equipamento, mas em geral se situam num máximo de 40 a 80 partículas por milhão (ppm) com tamanho acima de 15 micra. Em casos extremos de contaminação, o ideal é filtrar o óleo em equipamento externo (diálise) ou realizar sua troca. O período de filtragem também é determinado pela severidade com que o sistema trabalha. Nesse sentido, o basculamento da caçamba de um caminhão só aciona o cilindro hidráulico na hora de descarregar o material, enquanto numa escavadeira ele trabalha constantemente, a cada movimento da máquina. Por esse motivo, a filtragem e troca de óleo nesse último tipo de equipamento deve ocorrer em intervalos de tempo mais curtos em comparação com o caminhão basculante. Seja qual for o tipo de equipamento, seu óleo precisa ser trocado em períodos pré-estabelecidos, independentemente da presença de contaminantes. Com o tempo, a oxidação e outras reações sobre o fluído alteram suas propriedades físico-químicas, comprometendo a viscosidade e sua função básica: a de reduzir o atrito entre as peças. Alguns usuários costumam descuidar da filtragem de ar do sistema hidráulico, esquecendo que a maioria dos contaminantes do ambiente externo ingressa no sistema por essa via. Por esse motivo, é preciso verificar regularmente o estado do filtro
Processo de cromeação O processo de cromeação consiste no tratamento superficial do cilindro, por meio de deposição eletroquímica na qual a peça é imersa em banho de solução ácida. A tensão da corrente elétrica e o tempo de banho definem a espessura da camada de cromo que a peça receberá, de forma a aumentar sua vida útil ao conferir alta microdureza superficial e proteção anticorrosiva. Antes da cromeação, entretanto, a peça deve passar por um processo de preparação, com banhos para sua limpeza (desengraxamento) e laminações para a correção de imperfeições. Atualmente, dois processos tendem a substituir o cromo nessa tarefa de tratamento superficial: a nitretação e o níquel químico. Essas soluções surgem como alternativa ambientalmente correta, uma vez que o banho de cromo é agressivo à natureza. de ar, removendo a sujeira encontrada ou trocando o elemento filtrante, quando necessário. Equipamentos mais modernos já contam com indicadores de saturação dos filtros de ar e de óleo, mas essa tecnologia está disponível em poucos modelos comercializados no Brasil.
Hidrover Oleodinâmica: www.hycointernational.com
TABELA DE CUSTO
CUSTO HORÁRIO DE EQUIPAMENTOS COSTO POR HORA DE EQUIPOS Equipamento
Propriedade Manutenção
Mat. Rodante
Comb./ Lubr.
Total
Caminhão basculante articulado 6x6
R$ 64,46
R$ 47,42
R$ 11,19
R$ 30,66
R$ 153,72
Caminhão basculante fora-de-estrada (30 t)
R$ 39,89
R$ 23,95
R$ 11,19
R$ 22,23
R$ 97,26
Caminhão basculante rodoviário 6x4 (26 a 30 t)
R$ 20,48
R$ 14,40
R$ 6,79
R$ 7,67
R$ 49,33
Caminhão basculante rodoviário 6x4 (36 a 40 t)
R$ 30,94
R$ 23,21
R$ 7,04
R$ 15,33
R$ 76,52
Caminhão comboio misto 4x2
R$ 17,44
R$ 11,92
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 37,82
Caminhão guindauto 4x2
R$ 18,67
R$ 12,80
R$ 3,24
R$ 5,21
R$ 39,92
Caminhão irrigadeira 6x4
R$ 21,56
R$ 13,60
R$ 6,79
R$ 3,99
R$ 45,94
Carregadeira de pneus (1,5 a 2,0 m³)
R$ 29,40
R$ 15,40
R$ 3,13
R$ 13,03
R$ 60,97
Carregadeira de pneus (2,5 a 3,5 m³)
R$ 44,20
R$ 22,73
R$ 10,49
R$ 18,40
R$ 95,82
Compactador de pneus para asfalto
R$ 40,00
R$ 12,98
R$ 3,72
R$ 15,33
R$ 72,03
Compactador vibratório liso / pé de carneiro (10 t)
R$ 41,60
R$ 13,35
R$ 0,55
R$ 23,00
R$ 78,49
Compactador vibratório liso / pé de carneiro (7 t)
R$ 28,80
R$ 10,35
R$ 0,31
R$ 23,00
R$ 62,46
Compressor de ar portátil (250 pcm)
R$ 7,68
R$ 6,96
R$ 0,04
R$ 21,77
R$ 36,45
Compressor de ar portátil (750 pcm)
R$ 15,87
R$ 13,55
R$ 0,11
R$ 52,43
R$ 81,95
Escavadeira hidráulica (15 a 17 t)
R$ 41,50
R$ 26,75
R$ 1,61
R$ 13,80
R$ 83,65
Escavadeira hidráulica (20 a 22 t)
R$ 44,20
R$ 27,67
R$ 2,17
R$ 32,19
R$ 106,23
Escavadeira hidráulica (30 a 34 t)
R$ 81,25
R$ 50,07
R$ 4,01
R$ 45,99
R$ 181,32
Motoniveladora (140 a 180 hp)
R$ 49,98
R$ 29,40
R$ 3,74
R$ 26,06
R$ 109,18
Motoniveladora (190 a 210 hp)
R$ 49,00
R$ 29,00
R$ 3,49
R$ 30,66
R$ 112,15
Retroescavadeira
R$ 22,31
R$ 12,46
R$ 1,73
R$ 12,26
R$ 48,77
Os valores acima, sugeridos como padrão pela Sobratema, correspondem à experiência prática de vários profissionais associados, mas não devem ser tomados como única possibilidade de combinação, uma vez que todos os fatores podem ser influenciados pela marca escolhida, local de utilização, condições do terreno ou jazida, ano de fabricação, necessidade do mercado e oportunidades de execução dos serviços. Valores referentes a preço FOB em São Paulo (SP). Maiores informações no site: www.sobratema.org.br.
68 | Março | 2008
Duas décadas divulgando a evolução da tecnologia em equipamentos
A REVISTA M&T ATINGE 12.000 PROFISSIONAIS DE EQUIPAMENTOS DE CONSTRUTORAS E MINERADORAS. QUEM GARANTE É O IVC.
LEIA NA PRÓXIMA EDIÇÃO
(ABRIL Nº 112)
Obras rodoviárias Manipuladores telescópicos Soluções em equipamentos de fresagem e Produtividade na movimentação de cargas no reciclagem de pavimentos canteiro
Rodoanel de São Paulo Freios de caminhões Tecnologias que estão viabilizando a obra Cuidados com a manutenção do sistema
Pneus E mais: Como reduzir custos em operações fora-de-estrada Reportagens com usuários de máquinas pesadas,
Transporte rodoviário
entrevistas, custo horário de equipamentos e
Legislação para o transporte de cargas especiais demais informações úteis para os profissionais de equipamentos e manutenção.
PROGRAME SEU ANÚNCIO
www.sobratema.org.br – Fone: 11 3662-4159
LANÇAMENTO
UM PESO-PESADO PARA OBRAS DE ENROCAMENTO Dynapac lança rolo compactador de 27 t e a primeira unidade vendida no País já está trabalhando na obra de transposição do rio São Francisco
A
tenta ao grande volume de obras pesadas com previsão de início no Brasil, que certamente vai pressionar a demanda das construtoras por novos equipamentos, a Dynapac acaba de lançar no País seu maior rolo compactador vibratório de um cilindro. Com 27 t de peso operacional, sendo 17,2 t apenas no módulo dianteiro (cilindro de compactação), o CA702 chega ao mercado como uma aposta da empresa para serviços pesados de terraplenagem, como a execução de barragens de hidrelétricas, obras de rodovias, ferrovias, portos e outros. O rolo vibratório CA702 foi lançado pela empresa durante a feira Bauma 2007, na Alemanha, para compactações com cilindro liso ou cilindro pé-de-carneiro. O equipamento conta com um rolo dianteiro de 2.130 mm de largura por 1.700 mm de diâmetro, que, segundo a fabricante, permite compactar camadas de enrocamento de até 2 m
70 | Março | 2008
de espessura, com rochas de 1 m de diâmetro. “Em operações muito severas, como inclinações acentuadas e terrenos difíceis, ele pode contar com dispositivo antigiro, um item opcional para alguns produtos de nossa linha que ajusta automaticamente o sistema hidráulico para melhorar o torque e manobrabilidade”, diz Paulo de Almeida Barros, diretor presidente da Dynapac. O rolo é equipado com motor Cummins QSB 6.7 de 220 hp de potência (2.200 rpm), adequado às normas internacionais de emissões de poluentes (Tier 3), e atinge uma carga estática linear de quase 81 kg/ cm, valor considerado alto em comparação com os modelos existentes no mercado nacional. Além disso, ele tem força centrífuga de 330 kN,
com amplitude máxima de 2 mm e freqüência de vibração de 28 Hz. Tais características, segunda a fabricante, permitem que o CA702 alcance a compactação necessária com menor número de passadas. Equipado com sistema de tração no cilindro e duas velocidades de operação, o novo compactador vence rampas de até 45% e oferece uma interface amigável com o operador. Entre os itens de eletrônica embarcada, ele pode ser fornecido com sistema analisador de compactação como item opcional, para acompanhamento dos valores obtidos em campo em relação aos índices especificados em projeto, inclusive com o armazenamento dessas informações para a análise do responsável pela obra. Primeira unidade Devido a suas características de robustez e elevada capacidade de compactação, o rolo CA702 já foi
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
adquirido pela Fornecedora Rental, uma distribuidora e locadora de equipamentos do Nordeste, para operar nas obras de transposição do Rio São Francisco. A primeira unidade entregue à empresa foi alugada para o 2º Batalhão de Engenharia de Construção (2º BEC) do Exército Brasileiro, para a execução de um canal de aproximação no Eixo Norte do projeto. “Trata-se de uma área de enrocamento pesado, na qual ela ficará locada durante 2.000 horas com o uso de cilindro liso, para a compactação de um material rochoso de alta dureza e abrasividade”, explica Nertan de Melo Ribeiro, presidente da Fornecedora Rental. Esse canal, com 2 km de extensão, servirá para abastecer leitos de rios secos no entorno da cidade de Cabrobó (PE) e corresponde ao início do Eixo Norte do projeto, que
levará as águas do “Velho Chico” para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Nertan Ribeiro conta que, após esse período de mobilização do rolo CA702, outro contrato com o 2º BEC prevê nova locação do equipamento, dessa vez com o uso de cilindro pé-de-carneiro, para a execução do leito dos rios que receberão as águas transpostas. “Com esses dois contratos, que totalizam mais de um ano de locação, cobriremos a metade do custo de aquisição do equipamento, o que demonstra a forte demanda por máquinas pesadas no País”, diz ele. Paulo Barros, da Dynapac, também se mostra otimista diante da demanda por equipamentos para obras pesadas. “Devido ao seu grande porte e elevada capacidade de compactação, o CA702 tem um mercado promissor a sua frente num cenário com tantos projetos em fase inicial, entre os quais a transposição do rio São Francisco e a construção de grandes hidrelétricas figuram apenas entre os mais vistosos.” Sua expectativa é de vender mais de três unidades desse modelo no Brasil em 2008.
Dynapac: www.dynapac.com.br
Características do rolo vibratório Peso operacional (kg) 27.000 Peso do módulo dianteiro (kg) 17.200 Carga estática linear (kg/cm) 80,8 Amplitude nominal (mm) 2,0/1,3 Freqüência de vibração (Hz) 28/30 Força centrífuga (kN) 330/252 Largura do cilindro (mm) 2.130
NOVEDADES Un peso pesado para obras de enrocamiento Frente a la gran cantidad de obras mayores que están previstas ejecutarse en el Brasil, que seguramente va a presionar la demanda de las empresas constructoras por nueva maquinaria, Dynapac acaba de lanzar en el país su mayor rodillo compactador vibratorio monocilindro. Con 27 t de peso en orden de trabajo, 17,2 t apenas en el módulo delantero (cilindro de compactación), el CA702 llega al mercado como fruto de la apuesta de la empresa en trabajos de compactación más pesados y a gran escala, como la construcción de embalses, puertos y grandes infraestructuras de carreteras y ferrocarriles, entre otras. El equipo cuenta con un cilindro delantero de 2.130 mm de ancho y 1.700 mm de diámetro, que, segundo a fabricante, permite compactar capas de enrocamiento de hasta 2 m de espesor, con rocas de 1 m de diámetro.
TRANSMISSÃO
TRAÇÃO TOTAL PARA TERRENOS DIFÍCEIS Tecnologia proposta pela Poclain Hydraulics provê tração sob demanda no eixo dianteiro dos caminhões para vencer rampas e terrenos de difícil trafegabilidade Imagine um caminhão rodoviário equipado com transmissão hidrostática adicional ao seu sistema mecânico original de fábrica e que, ao enfrentar um terreno adverso, passa a contar com tração nas duas rodas dianteiras. Essa tecnologia existe e está sendo apresentada pela Poclain Hydraulics como alternativa para aplicações severas em construção civil e mineração. Batizado de AddiDrive, o sistema emprega uma bomba e dois motores hidráulicos acoplados a uma unidade eletrônica de controle (ECU), que comanda a transmissão do veículo e aciona automaticamente a tração no eixo dianteiro quando o caminhão reduz sua velocidade abaixo de 30 km/h. A empresa, que produz transmissão hidrostática para equipamentos pesados e acaba de inaugurar uma filial no Brasil, com sede em São Paulo, já oferece essa tecnologia na Alemanha, em conjunto com a fabricante de caminhões MAN. Para isto, os dois parceiros promoveram adaptações no veículo, como o re-
72 | Março | 2008
dimensionamento do eixo dianteiro, de forma a possibilitar o uso do sistema em variadas aplicações forade-estrada (como caminhão rígido basculante ou autobetoneira, com tração 4x2, 6x4, 8x4, cavalo mecânico e outros). “O sistema provê força de tração sob demanda, sem qualquer interferência do motorista, quando o caminhão precisa realizar um serviço mais severo, como subir e descer rampas acentuadas ou deslocar-se em brejos e solos com baixa capacidade de suporte, onde ele poderia patinar ou ficar atolado”, explica Alain Girard, diretor da Poclain Hydraulics no Brasil. Segundo ele, a tecnologia pode ser adaptada a qualquer caminhão rodoviário aplicado em operação fora-de-estrada e a empresa já está contatando fabricantes e grandes usuários brasileiros para apresentar o sistema. “Na Alemanha, ele contribuiu para um aumento de 25% nas vendas de caminhões pesados da MAN”, diz ele.
SISTEMA DE TRANSMISIÓN Tracción total para terrenos difíciles Imagínese un camión carretero equipado con una transmisión hidrostática adicional a su sistema mecánico original de fábrica y que, para circular por terrenos difíciles, también cuenta con tracción en las dos ruedas delanteras. Esta tecnología existe y está disponible gracias a Poclain Hydraulics que la lanza como una alternativa para aplicaciones severas en la construcción civil y minería. El sistema incluye una bomba y dos motores hidráulicos acoplados a una unidad electrónica de control (ECU, del inglés Electronic Control Unit), que controla la transmisión del vehículo y acciona automáticamente la tracción en el eje delantero cuando el camión reduce su velocidad por debajo de 30 km/h. La empresa, que fabrica la transmisión hidrostática para equipos pesados, ya ofrece esa tecnología en Alemania, en asociación con la fábrica de camiones MAN. Las empresas hicieron, en conjunto, algunas adaptaciones en los vehículos – como ser el redimensionamiento del eje delantero – a fin de que se pudiera usar el sistema en diversos tipos de camiones fuera de carretera.
MANUTENÇÃO TECNOLOGIA
Como funciona O sistema adota uma arquitetura relativamente simples, com um motor hidráulico instalado em cada roda dianteira e integrado ao eixo. Eles são interligados por uma bomba de deslocamento variável, instalada na saída do motor do caminhão ou da caixa de câmbio, que provê uma pressão hidráulica de 420 bar e é acionada por válvulas, para colocar os motores hidráulicos em funcionamento ou desligá-los, de forma a manter as rodas dianteiras livres. Tudo é controlado por um módulo eletrônico, dispensando a interferência do motorista. “Apesar de usarmos motores hidráulicos de 300 hp de potência e de elevado torque, eles são compactos e isto resulta num projeto mais leve e eficiente”, afirma Girard. Comparando com outras adaptações para conferir tração total às rodas dos
caminhões, o executivo da Poclain Hydraulics diz que essa tecnologia possibilita uma redução de 400 kg de peso, além de um baixo centro de gravidade para o veículo. “Sua cabine continua com a mesma altura, evitando a resistência de arraste do vento, e o veículo passa a operar com menor raio de curvatura.” A empresa, herdeira da antiga fabricante de escavadeiras hidráulicas Poclain, que vendeu essa unidade de negócios para se dedicar apenas à produção de componentes para máquinas de construção, mineração, agricultura e colheita florestal, conta com quatro fábricas na França, Estados Unidos, República Checa e Eslovênia. Com uma produção de 200 mil unidades em 2007, os motores hidráulicos são o seu carro chefe, responsáveis por quase 50% do faturamento de 200 milhões de euros no ano passado. Segundo Girard, as máquinas
MOTORES HIDRÁULICOS FICAM NAS RODAS
de construção respondem por 40% das aplicações de seus componentes, que estão presentes em escavadeiras hidráulicas, rolos compactadores, fresadoras, pavimentadoras e perfuratrizes das mais variadas marcas.
Poclain Hydraulics: www.poclain-hydraulics.com
ESPAÇO ABERTO
Produtividade na lubrificação Dotada de uma vazão líquida de 1.892 l/min, a propulsora pneumática modelo 11020 foi desenvolvida pela Bozza para proporcionar maior produtividade em serviços de lubrificação com graxas de consistência 2 e 3. Ela é fabricada em aço carbono e com revestimento em pintura epóxi, contando com recipiente de aplicação de 30 kg (balde) e mangueira de 3 m. Como dispõe de rodas na sua base, pode ser deslocada até os diferentes pontos de lubrificação das máquinas com praticidade, facilitando o serviço da equipe de manutenção preventiva. A propulsora é indicada para lubrificações e transferência de graxas em construtoras, mineradoras, empresas agrícolas, de reflorestamento e demais usuárias de equipamentos móveis pesados, bem como transportadoras e indústrias com grande parque de instalações estacionárias (siderúrgica, papel e celulose, têxtil etc.). Ela opera com uma pressão de saída de 4.000 a 5.000 PSI, com uma entrada de ar de ¼” e um diâmetro de saída da graxa de 3/8”, consumindo 7,64 pes³/min de ar comprimido. Segundo a Bozza, o equipamento se destaca pela facilidade de transporte ao campo para lubrificações pontoa-ponto, reduzindo o tempo de parada para as ações preventivas e com economia de energia elétrica nessa tarefa. ✎ www.bozza.com
74 | Março | 2008
Trituradora processa entulhos no canteiro
A Ecolife, empresa especializada no processamento e destinação de rejeitos de construção civil e de mineradoras da região de Puglia, no sul da Itália, figura entre os usuários que estão se beneficiando dos ganhos proporcionados pela caçamba trituradora CB 2500, da Simex. Com 0,8 m³ de capacidade e 2.100 mm de largura, o equipamento opera como implemento de máquinas de escavação de pequeno e médio porte e vem com um rotor projetado para fragmentar materiais duros, como concreto, tijolo, solo alterado e resíduos industriais. No caso da Ecolife, que acoplou o CB 2500 a uma retroescavadeira JCB 3XC TS, ele foi aplicado na trituração de sobras de revestimentos de mármore usados numa obra civil. Com isso, a empresa italiana passou a realizar o processamento do entulho no próprio canteiro, eliminando custos desnecessários com seu transporte até uma instalação para esse fim. Como o material gerado possui uma granulometria fina,
a operação do equipamento também ajudou a reduzir o número de viagens, já que a caçamba dos caminhões ganha maior capacidade volumétrica ao transportar materiais nessas condições. A trituradora da Simex, cujos equipamentos são distribuídos no Brasil pela Copex, possui uma caçamba com capacidade de carga de 880 kg e, no caso da empresa italiana, realizou a fragmentação dos entulhos a uma taxa de 20 m³/h. Segundo a fabricante do implemento, seu rotor de 850 mm de largura possui 2x8 dentes para o corte dos materiais. Sua operação demanda, por parte da máquina portadora, um fluxo hidráulico de 80 a 140 l/min, numa faixa de pressão de 180 a 300 bar. Além desse equipamento, a Copex distribui no Brasil os demais produtos da marca, como a linha de fresadoras hidráulicas, escarificadores, compactadores, discos de corte e aplanadoras para nivelamento de asfalto e concreto, entre outros. ✎ www.copex.com.br
Qualidade e Confiabilidade
Escavadeiras Hidráulicas PC200-8 e PC200LC-8 O mais elevado padrão da indústria mundial A KOMATSU inicia a produção no Brasil das novas escavadeiras hidráulicas Série 8, e com isso registra um novo marco em produtividade, desempenho, qualidade e confiabilidade jamais visto na história da indústria mundial. Maior potência, melhor eficiência no consumo de combustível, a mais alta produtividade e sistemas hidráulico e mecânico inteligentes – a nova geração de escavadeiras hidráulicas Komatsu Série 8, tem inovações e vantagens excepcionais. A Komatsu chega assim mais uma vez a um patamar pioneiro que vai perfeitamente de encontro ao seu papel de liderança global, atendendo e superando as necessidades de nossos clientes.
Potência Bruta PC200-8 PC200LC-8
Peso
(HP)
(kg)
155 155
21000 22400
1
Komatsu Brasil International - KBI - Fone: 0800 10 0080 - Consulte nossos distribuidores e visite nosso site: www.komatsu.com.br