A ERA DAS MÁQUINAS
O asfalto produzido na pista Por Norwil Veloso
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REVISTA M&t
IMAGENS: REPRODUÇÃO
O
desenvolvimento da pavimentação de rodovias teve início no século XVIII, quando John Metcalf e Thomas Telford construíram centenas de quilômetros de rodovias pavimentadas com pedras na Europa. Já John McAdam aperfeiçoou a técnica adicionando betume para manter as pedras unidas, uma solução que ficou conhecida como “macadame betuminoso”. Mas a primeira usina moderna de asfalto só foi produzida em 1901 pela fabricante Warren Brothers. Em 1910, já havia diversas soluções, derivadas na maioria dos sistemas de produção de concreto. O sucesso levou a diversos aperfeiçoamentos tecnológicos e à entrada de outros fabricantes no mercado. No início da década de 30, havia necessidade de pavimentar algo em torno de 3 milhões de km de rodovias secundárias nos Estados Unidos. E a escolha teria de ser feita entre concreto e asfalto. Embora o concreto fosse mais durável e desde 1910 houvesse equipamentos para esse trabalho, a tecnologia disponível e o custo dificultavam a utilização dessa alternativa. Para o uso do asfalto, havia duas possibilidades dentro da tecnologia existente na época: mistura em uma usina dosadora e lançamento com uma motoniveladora ou espalhador, ou mistura in
Equipado com cilindros verticais, o roadmixer Madsen Road Pug possuía câmara misturadora situada entre as esteiras, com o motor acima delas
loco, na qual os agregados e o asfalto a quente eram misturados no leito da estrada através de passadas sucessivas de uma motoniveladora. Embora a mistura in loco fosse mais barata que a produção em usina, a mistura não era homogênea, e o recobrimento de cada pedra do agregado era difícil quando se usava uma motoniveladora. Havia, portanto, necessidade de produzir uma mistura de melhor qualidade, de forma mais rápida e econômica.
SOLUÇÃO A forma encontrada foi uma mescla das duas tecnologias, por meio de usinas móveis do tipo pug-mill. Esses equipamentos começaram a ser desenvolvidos nos anos 30 por diversas empresas, entre as quais podem ser citadas a Barber-Greene e a Madsen. Esta última desde
1915 já fabricava usinas de asfalto fixas do tipo pug-mill, enquanto a Barber-Greene começou a produzi-las somente no final da década de 30. Nessas usinas de asfalto, o agregado é seco e aquecido, iniciando a mistura a seco. Em seguida, acrescenta-se asfalto até recobrir todas as pedras com uma fina camada, o que demora de 25 a 35 segundos. O processamento é feito então por batelada de duas a seis toneladas. Quando a mistura está completa, a tremonha é aberta, liberando a mistura quente, iniciando-se um novo ciclo. A máquina projetada pela Madsen reunia todos os componentes sobre um único chassi e era montada sobre esteiras, utilizando componentes Caterpillar. A locomoção utilizava um motor a gasolina Mercury de 85 hp e transmissão de trator D2, que possuía uma tomada de força