TREINAMENTO
Por uma cultura
de capacitação
É
sabido que a produtividade de uma operação com equipamentos pesados de construção ou mineração está diretamente ligada ao desempenho dos maquinários e às tecnologias de monitoramento e controle das frotas. Contudo, mesmo os mais avançados recursos – incluindo autônomos – não dispensam o treinamento do operador, para que possa executar e acompanhar de forma adequada todas as funções do equipamento, resultando em operações mais eficientes e seguras. No Brasil, entretanto, a baixa qualificação do trabalhador constitui um dos fatores que ainda emperram o avanço da produtividade, sem falar na segurança das operações, levando à necessidade de se aprimorar o desempenho desses profissionais. E isso, sem dúvida, também vale para o segmento de máquinas e equipamentos. De acordo com Paulo Gurgel, gerente nacional de assistência técnica da Metso, um profissional mal treinado irá sempre operar uma máquina abaixo do desempenho esperado, justamente em função de seu desconhecimento técnico. Além disso, essa perda de eficiência – à qual frequentemente
METSO
Além de tecnologia, país precisa adotar processos de aperfeiçoamento contínuo para superar os gargalos educacionais que travam a produtividade de seus trabalhadores
não é dada a devida atenção – tem uma relação direta com o aumento de acidentes. “O profissional treinado tem o conhecimento dos procedimentos e limitações do equipamento que opera ou do serviço que executa”, diz ele. “Com isso, minimiza a chance de acontecimentos indesejados durante o ciclo de trabalho.” Para Carlos Gabos, instrutor do Instituto Opus de Capacitação Profissional, as estatísticas deixam clara essa realidade. Segundo ele, em 94%
dos casos de acidentes operacionais a falha teve origem humana, seja por falta de planejamento, imperícia, negligência ou imprudência. “Não é exagero quando falamos que uma operação malconduzida pode ter consequências catastróficas, a exemplo de operações em áreas habitadas ou próximas a linhas de tráfego que não podem ser paralisadas”, afirma. “Nesses casos, é inconcebível que os profissionais envolvidos não sejam capacitados ou não tenham experiência maio/2020
45