Revista M&T - Ed. 246 - Agosto 2020

Page 30

ESPECIAL INFRAESTRUTURA

A urgência no saneamento Déficit na área acarreta impactos negativos à saúde pública, o que se tornou ainda mais evidente com a disseminação da

C

pandemia em áreas mais carentes de estrutura sanitária item básico de saúde pública. Para piorar, apenas 46% do esgoto gerado no país são tratados. Mesmo a cobertura de água tratada está longe do ideal, com quase 35 milhões de pessoas sem acesso ao serviço. Sem falar das perdas no sistema de distribuição, que também não têm melhorado e alcançam 38,4% na média nacional. Em 2018, houve perda de 6,5 bilhões de m³ de água potável, o que representou um prejuízo de R$ 12 bilhões no faturamento, segundo estudo desenvolvido pelo Instituto Trata Brasil em parceria

com a organização Water.org. Os dados provêm do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), relativos ao ano de 2018. “Embora seja 9ª maior economia do mundo, o Brasil ocupa a 102ª posição em um ranking mundial de saneamento com 200 países, atrás de África do Sul, Peru e outros países com potencial econômico muito menor”, ressalta Ana Luiza Fávaro, diretora técnica da Acqua Expert Engenharia Ambiental. Desnecessário dizer que a falta de saneamento – além de manchar a reputaAMAZONAS TOTAL

om a aprovação do novo marco regulatório, em junho, espera-se que o déficit brasileiro em saneamento, tanto no abastecimento de água potável como na coleta e tratamento de esgoto, torne-se uma realidade distante. Hoje, é o setor mais atrasado da infraestrutura nacional. Em pleno século XXI, quando se fala em inteligência artificial e de internet das coisas, apenas 53% dos brasileiros contam com acesso à coleta de esgoto, o que significa que quase 100 milhões de cidadãos estão à margem desse

30

REVISTA M&t


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.