ABB
MANUTENÇÃO
A volta da corrente
contínua
Sistemas de corrente alternada constituem
a base de distribuição de energia elétrica no mundo, mas a evolução da tecnologia vem permitindo a ampliação do uso dA corrente contínua
N
o final do século XIX, quando se começou a pensar em transmissão de energia elétrica, foram tentadas as opções de geração e transmissão em corrente contínua (CC, defendida por Thomas Edison) e em corrente alternada (CA, desenvolvida por George Westinghouse), criando-se uma concorrência que ficou conhecida na História como a ‘guerra das correntes’. Afinal, essa ‘guerra’ terminou por ser vencida pela corrente alternada, devido principalmente à sua maior eficiência no transporte em distâncias longas. Como a potência dissipada é igual ao produto da tensão pela corrente – ou ao produto da resistência pelo quadrado da corrente –, é melhor trabalhar com correntes menores em um condutor de resistência conhecida, de modo a evitar perdas excessivas. Em outras palavras, deve-se utilizar sempre a maior tensão (voltagem) para obter-se a menor corrente possível. Assim, a transmissão normalmente é feita em alta tensão.
ALTA TENSÃO
O sistema de CA também foi escolhido devido à praticidade do uso de transformadores e ao custo inferior dos geradores e motores. No caso da CC, ao contrário, a conversão eficiente para alta tensão não era viável até os anos 60. Por isso, toda a transmissão e distribuição de eletricidade no mundo acabaram sendo feitas em CA. Atualmente, a evolução da tecnologia permite que os sistemas de CC sejam usados para transmissão de grandes blocos de energia por distâncias longas, ou mesmo para interligar sistemas com frequências diferentes – de 50 e 60 Hz, por exemplo. No caso da transmissão em CA trifásica são necessários três cabos (ou conjuntos de cabos), enquanto o sistema em CC necessita somente de dois (um para cada polo). Como alternativa, pode-se usar um só polo, com a terra como retorno. Isso se traduz em menos cabos e perdas. A transmissão em CC propicia ainda maior
AGOSTo/2020
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