ESPECIAL INFRAESTRUTURA
HORA DE ENTRAR
Em momento positivo no país, setor ferroviário aguarda o destravamento de uma nova agenda de investimentos para expandir a malha e obter reais ganhos em eficiência
E
m meio à pandemia, o mercado ferroviário brasileiro, especialmente o de cargas, talvez esteja vivendo seu melhor momento nas últimas três décadas. Em grande medida, isso se deve ao fato de que vários projetos previstos para o setor começam a sair do papel, ganhando corpo e celeridade. Já era tempo. De acordo com Fernando Paes, diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), as ferrovias de carga têm um papel essencial para países continentais com forte vocação para o comércio exterior, como o Brasil. “Mais de 92% dos minérios chegam aos portos brasileiros pelos trilhos”, diz ele. “Além disso, o modal responde pelo transporte de mais de 46% dos granéis sólidos agrícolas ex-
DIVULGAÇÃO MINFRA
NOS TRILHOS
portados e de 42% do açúcar.” Apesar de o transporte de minério e carvão ainda concentrarem mais de 70% do volume movimentado, as ferrovias têm diversificado as cargas transportadas, observa Paes. A movimentação de contêineres, por exemplo, tem vivenciado uma expansão significativa. Desde 1997, a atividade cresceu quase 135 vezes. Em 2020, um volume de 468 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) foi transportado por ferrovias, o que representa uma pequena redução (0,4%) em relação a 2019, considerando nesse cálculo os impactos setoriais e restrições impostas pela pandemia. “De acordo com o Plano Nacional de Logística (PNL), 21,5% de tudo o que é transportado no país passam pelos
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