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A festa sempre acaba, mas nunca é a última

Nada é tão efêmero quanto os bons momentos na vida. Tanto na vida quanto nos negócios, as fases favoráveis parecem muito curtas, enquanto as fases de dificuldades parecem eternas. Assim é a vida e, desde sempre, a capacidade de entender os ciclos tem sido extremamente importante para a nossa sobrevivência, principalmente em um mercado de oscilações tão acentuadas como o brasileiro.

Arriscaria a dizer que o mercado de construções, obras, equipamentos e investimentos é ainda mais sensível aos ciclos que determinam a necessidade de mudanças e atualizações. Afinal, momentos de crise parecem ser uma parte bastante comum no cotidiano dessa área. E, mais uma vez, vivemos um momento de preocupações com o que se insinua como um “fim de festa” para muitas atividades em nosso mercado.

No entanto, nos últimos anos entendemos que as ondas não são as mesmas para todo o setor. Enquanto algumas atividades ainda “surfam” com o momento, outras já sentem as “vagas”. A irregularidade das ondas, das frequências e das direções caracterizam as vagas, estabelecendo um mar revolto, difícil de surfar.

Assim, a repentina “parada” do mercado em alguns segmentos gerou um efeito de congestionamento de estoques de produtos, provocando novamente uma “vaga típica” no mercado. Trata-se de um ambiente que conhecemos bem, com uma tendência recorrente à busca de soluções individuais, todos com pressa de desovar o excesso e honrar os débitos das compras.

Embora a impressão seja de que cada um busque uma solução própria, na prática as situações e soluções são extremamente similares, quando observadas a uma certa distância. Muitas vezes, esse movimento aparentemente desordenado, porém convergente, produz um “efeito manada” de competição, que destrói margens e valores. Nos negócios, como na vida, o momento de se entrar na festa é organizado e controlado. Assim como é necessário um convite para participar, também nos negócios se faz necessário o devido conjunto de credenciais. Já a saída da festa é sempre pouco organizada e coordenada, muitas vezes estabelecendo-se confusão.

Mas tampouco será esta a última festa. Com o tempo, outros bons momentos virão. Por isso, o mais importante é proteger o que foi construído na fase favorável, preservando os valores que foram estabelecidos para os “stakeholders” do setor. O recado é, que mesmo na debandada, há de se pensar no futuro. A menos que se decida nunca mais entrar na festa, a cadeia do setor ainda pode evoluir muito para proteger os valores criados. O ideal, como setor produtivo de grande relevância, seria estarmos “todos juntos” na entrada e na saída da festa. Até porque apostar no “cada um por si” não ajuda em nada nessas ocasiões.

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