JI 463 | Março 2017

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Informativo da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Março de 2017 | Edição 463

Confira detalhes da Sessão de Interpretação de Imagens Uma das mais concorridas da Jornada Paulista de Radiologia, a Sessão de Interpretação de Imagens (CCRP) tem o objetivo de discutir casos avançados da área e será coordenada pelo Dr. Mauro José Brandão da Costa. Veja outras informações sobre o evento, que será realizado de 4 a 7 de maio e tem pré-inscrições abertas até 5 de abril • Páginas 6 a 8

CLUBE MANOEL DE ABREU

CURSOS AVANÇADOS

Rio Preto recebe 1º encontro do ano

Conteúdos inovadores e diferenciados

Retroperitônio e Próstata serão os temas das aulas apresentadas este mês no primeiro Clube Manoel de Abreu de 2017, em São José do Rio Preto. Esta edição contará com a participação dos médicos argentinos Drs. Claudio Bonini e Hugo Guerra.

Em fevereiro, a SPR organizou dois de seus Cursos Avançados, nas áreas de Neurorradiologia e Radiologia Musculoesquelética. Foram recebidos congressistas e professores de diversos continentes e Estados brasileiros, possibilitando atualização de alto nível e integração.

• Páginas 10 a 12

• Páginas 16 a 26

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APLICATIVO DO JORNAL DA IMAGEM Esta edição também está disponível em versão digital. Baixe o aplicativo na app store do seu dispositivo (versões para Android e iOS)



PALAVRA DO PRESIDENTE • 3

Edição 463 – Março de 2017

Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Av. Paulista, 491 – 3º andar CEP 01311-909 – São Paulo – SP Tel. (11) 5053-6363 – Fax (11) 5053-6364 www.spr.org.br

Sem muros

Filiada ao Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) • Departamento de Diagnóstico por Imagem da Associação Paulista de Medicina (APM)

DIRETORIA PARA O BIÊNIO 2015/2017 Presidente Dr. Antônio Soares Souza Vice-Presidente Dr. Carlos Homsi Secretário-Geral Dr. Mauro José Brandão da Costa

1º Secretário Dr. César Higa Nomura

2º Secretário Dr. Henrique Simão Trad

Tesoureiro-Geral Dr. Décio Roveda Jr.

1º Tesoureiro Dr. Gustavo Kalaf

2º Tesoureiro Dr. Douglas Jorge Racy

Diretor Científico Dr. Renato Adam Mendonça

Diretor de Defesa Dr. Jaime Ribeiro Barbosa Profissional

Dr. Antônio Soares Souza, presidente da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR)

Diretor de Patrimônio Dr. Cyro Padilha Balsimelli Diretora de Assuntos Dra. Eloísa de Mello Gebrim Culturais Diretor de Tecnologia Dr. Marcelo de Maria Félix da Informação Presidente do Clube Dr. Pablo Rydz Pinheiro Santana Roentgen Presidente do Clube Dr. Nelson Gomes Caserta Manoel de Abreu

Presidente SPR Jr. Dr. Renato Hoffmann Nunes

Presidente do Dr. Antônio José da Rocha Conselho Consultivo CONSELHO CONSULTIVO

Dr. Antônio José da Rocha Dr. Ricardo Emile Baaklini Dr. Tufik Bauab Jr. Dr. Marcelo D’Andrea Rossi Dr. André Scatigno Dr. Adelson André Martins Dr. Renato Adam Mendonça Dr. Celso Hiram de Araújo Freitas Dr. Aldemir Humberto Soares Dr. Nestor de Barros Dr. Jaime Ribeiro Barbosa Dr. Luiz Antônio Nunes de Oliveira Dr. Giovanni Guido Cerri Dr. José Michel Kalaf

Comissão Editorial

Dr. Aldemir Humberto Soares Dr. Carlos Homsi Dr. Celso Hiram de A. Freitas Dr. Cássio Ruas de Moraes Dr. Tufik Bauab Jr.

Edição Lilian Mallagoli MTb. 30.443-SP Comunicação Tatiana Gentina – tatiana@spr.org.br Marketing Mayra Leal – mayra@spr.org.br

Fica aqui o meu especial convite para a participação não apenas nas aulas do Clube Manoel de Abreu, que novamente contam com dois colegas professores argentinos e a possibilidade ímpar de socialização com profissionais de todo o Estado, mas também de nossas eleições

A globalização está aqui, no nosso quintal. Somos parte dela e ela está em nós. Em fevereiro, tivemos a realização de dois Cursos Avançados da SPR – o até então inédito European Course of Diagnostic and Interventional Neuroradiology in Latin America e a sétima edição do Curso Temático Anual do GERME. Falamos português, inglês e espanhol nesses eventos. Recebemos profissionais de Estados brasileiros diversos, além de países da América Latina, América do Norte e Europa. Ficou claro que não podemos mais nos acomodar: falar mais do que o português não é um diferencial para o brasileiro que busca se desenvolver profissionalmente, em qualquer área, mas uma ferramenta de ajuda. É importante que busquemos formação científica com atualização, mas não deixando os idiomas de lado: eles abrirão portas, expandirão mentes e oferecerão novas oportunidades em seu caminho. Estes cursos apresentaram conteúdo diferenciado, de enorme valor para nosso crescimento. Na nossa área médica, a discussão e a troca de experiências são imprescindíveis, e dominar mais do que o nosso idioma pode nos auxiliar nesses momentos. Com essa troca, ganhamos confiança e certeza para seguir com nossa lógica e chegar ao diagnóstico preciso com agilidade. E assim sempre será com a ciência e, acredito, com as artes: não há como ter muros quando tudo o que todos precisam é compartilhar conquistas e conhecimento para o bem de todos. Não há nacionalidade melhor do que a outra quando a doença de um europeu pode ser curada com a descoberta de um asiático. Como cientistas e defensores da vida com qualidade, devemos seguir e apostar no caminho da liberdade de expressão e de trânsito. Outro evento se aproxima que nos permitirá, novamente, esta grande troca com o mundo: a JPR’2017. Seu programa científico inovador e diferenciado é um marco em nosso desenvolvimento. Não perca a chance de participar deste momento globalizado, novamente, em nosso quintal: as pré-inscrições já terminam em abril, e o evento será realizado na primeira semana de maio. E com o primeiro trimestre de 2017 quase acabando, temos muitas novidades: neste mês de março, nossa SPR completa 49 anos – teremos grandes comemorações para o próximo ano! –, estamos às portas de novas eleições, que serão realizadas no Clube Manoel de Abreu de São José do Rio Preto e estreamos agora os Casos da Semana – confira esta novidade na página 27 desta edição. Fica aqui o meu especial convite para a participação não apenas nas aulas do CMA, que novamente contam com dois colegas professores argentinos e a possibilidade ímpar de socialização com profissionais de todo o Estado, mas também de nossas eleições. Novo corpo diretor chegará para conduzir a Sociedade nos próximos dois anos – é importante que todos acompanhem esse trabalho. E é assim, sem muros ou amarrações, ávido por proporcionar as melhores oportunidades de estudo e crescimento aos radiologistas paulistas, que desejo a todos um ótimo mês de março e boa leitura!

Design Gráfico Marco Murta – Farol Editora farol@faroleditora.com.br

Impressão Hawaií Gráfica e Editora São Caetano do Sul, SP

Canal do leitor O Jornal da Imagem é um espaço aberto aos membros da SPR. Todos podem enviar sugestões, críticas quanto ao jornal, artigos científicos e crônicas para o e-mail da redação do veículo – jornaldaimagem@spr.org.br.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da SPR.


4 • ENTREVISTA

“Imagino um futuro em que os nossos diagnósticos serão ainda mais precisos” Em janeiro deste ano, o Dr. Manoel de Souza Rocha assumiu a presidência do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), posto que conduzirá durante 2017 e 2018. Nesta entrevista, ele fala sobre as atividades e planos para o CBR, a Radiologia brasileira como um todo e os desafios dos profissionais para a humanização do atendimento e o domínio da tecnologia em constante evolução. Dr. Manoel é Professor Associado do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Quais os primeiros desafios que a Diretoria liderada pelo sr. enfrenta no CBR? Dr. Manoel Rocha – Um dos grandes desafios das entidades associativas médicas, e o CBR não é uma exceção, é demonstrar para a comunidade os serviços que prestam, de tal forma que todos percebam os benefícios pessoais e coletivos resultantes do fortalecimento dessas entidades. Para o CBR vencer esse desafio, é preciso melhorar a comunicação com a comunidade, esclarecendo dúvidas, e também aumentar ainda mais o leque de serviços prestados aos radiologistas. Quais os principais planos que o sr. tem para os dois anos de gestão? Dr. Manoel Rocha – O CBR tem quatro grandes áreas de atuação: a. Preparação de profissionais; b. Capacitação continuada; c. Defesa Profissional; d. Acreditação de serviços. Em relação à preparação de profissionais, o CBR tem sido extremamente atuante. Há vários anos, a Comissão de Ensino, Aperfeiçoamento e Residência Médica tem regulamentado o ensino de médicos residentes – inclusive elaborando nova versão do programa de residência –, contribuído para a

abertura de residências e cursos de aprimoramento em diversas regiões do país e feito o acompanhamento dessas residências, até mesmo com vistorias presenciais espontâneas ou motivadas por queixas de médicos residentes. As provas realizadas para os médicos residentes e a Prova de Título de Especialista/ Certificado de Área de Atuação têm melhorado ano a ano. Agora dispomos de um banco de questões e de um sistema de gerenciamento que permite elaborar diferentes provas com mesmo nível de dificuldade, dentro dos parâmetros preconizados por especialistas em avaliação. Esse é um trabalho que vem sendo bem realizado e que queremos aprimorar ainda mais. Quanto à capacitação continuada, temos Programas de Educação Continuada (PECs) a distância, muito úteis para colegas que atuam fora dos grandes centros. Posso antecipar que, em breve, apresentaremos novas plataformas de ensino a distância, modernas e apropriadas para os médicos residentes e também para os profissionais já atuantes. Ainda nesta área, há de se reconhecer que o Congresso Brasileiro de Radiologia tem tido muito boa aceitação por aqueles que o têm fre-

Eu sou um otimista, imagino um futuro em que os nossos diagnósticos serão ainda mais precisos e o nosso trabalho focado no que realmente importa para os nossos pacientes, afinal, foi para isto que resolvemos ser médicos e médicos radiologistas quentado, com uma programação científica de alto nível. Neste ano, já podemos mencionar que teremos importantes professores internacionais e um evento específico de Diagnóstico por Imagem das doenças mamárias. O CBR promove também anualmente o ESOR, um curso avançado realizado em parceria com a European School of Radiology. Sempre que falamos no que o CBR oferece na área educacional temos de lembrar da revista Radiologia Brasileira, agora presente no PubMed Central, de tal forma que no mundo inteiro qualquer pessoa pode acompanhar o que os radiologistas brasileiros têm publicado.

Os acontecimentos dos últimos anos no Brasil e que afetaram todos os médicos vieram a demonstrar que as associações precisam ter uma estrutura de Defesa Profissional forte e combativa, e esperamos desenvolver ações nesse sentido. Na acreditação de serviços, o CBR deu um passo gigantesco com a criação do Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (Padi). Todo um trabalho de criação e desenvolvimento exigiu um grande esforço da instituição. Agora podemos oferecer esse serviço de uma maneira bem estruturada. Quando um serviço se candidata a uma acreditação inexoravelmente há uma melhoria de processos internos que resulta em uma melhor assistência aos pacientes. Sabemos também que a comprovação da qualidade será uma das variáveis a serem utilizadas pelas fontes pagadoras. Qual o papel das Regionais hoje no desempenho do CBR? Há algo que possa ser melhorado? Dr. Manoel Rocha – O CBR presta apoio a todas as suas 27 filiadas, com envio de professores para eventos e apoio administrativo. Temos de estimular que as associações filiadas aprimorem suas atividades científicas e também se orga-


DEFESA PROFISSIONAL • 5

Edição 463 – Março de 2017

nizem na Defesa Profissional, pois as fontes pagadoras têm distribuição assimétrica no País e também atuam de maneira diversa em centros de diferentes tamanhos. O CBR tem feito grandes lançamentos recentemente, como o Imaging Reference Center e o Farol. Poderia falar sobre esses projetos e a importância de cada um? Dr. Manoel Rocha – Realmente temos tentado aumentar o apoio do CBR para a formação e atualização dos radiologistas, o que repercutirá em uma melhor assistência à população. A própria Defesa Profissional só será efetiva se demonstrarmos competência nas nossas atividades. Com uma ampla base de imagens e textos explicativos, o Imaging Reference Center é uma plataforma de aprendizagem útil tanto para o médico residente quanto para o profissional que se depara com um caso desafiador. Já o Farol CBR é um alerta bibliográfico. Todos nós sabemos quão difícil é acompanhar tudo o que é publicado na área médica. O CBR criou uma equipe de colegas que escolhe os artigos considerados relevantes e os apresenta com resumos, a cada 15 dias. A aceitação tem sido boa e esperamos aprimorar o Farol CBR para que ele se constitua também em um fórum de discussões sobre os temas dos artigos selecionados. Como o sr. avalia a Radiologia brasileira atualmente? Em que ponto estamos e o que precisa ou deve ser feito para aprimorá-la ou desenvolvê-la? Dr. Manoel Rocha – A Radiologia brasileira atingiu um alto grau de desenvolvimento, com eventos de grande porte, vide a Jornada Paulista de Radiologia, e excelentes profissionais, comparáveis aos de quaisquer outros centros no mundo. Isso se comprova, inclusive, pela cada vez maior participação de colegas brasileiros em eventos internacionais, com palestras e publicações de alto impacto. Temos, entretanto, de reconhecer que ainda há uma disparidade dos serviços, com grande parte da população tendo dificuldade de acesso a exames de Diagnóstico por Imagem com a qualidade e presteza necessárias. Uma das grandes carências na área médica atualmente é o atendimen-

to humanizado e o cuidado centrado no paciente, tema do último congresso da RSNA. O que os radiologistas brasileiros podem fazer para melhorar esse cenário? Dr. Manoel Rocha – Eu diria que o atendimento humanizado é uma característica presente na Radiologia brasileira. Nas últimas décadas, o radiologista no País foi formado com uma grande carga horária em Ultrassonografia e isto nos manteve próximos dos pacientes. Embora muitos de nós tenhamos nos encaminhado para trabalhar com outros métodos, essa proximidade permaneceu e deve ser estimulada. O radiologista precisa apresentar-se para o paciente, enquanto o paciente necessita saber que, muitas vezes, grande parte de seu atendimento foi baseado em exames analisados por médicos radiologistas. É fundamental reforçarmos nossa importância para os colegas de outras especialidades, assim como para os nossos pacientes. Aproveito para dizer também que o CBR pretende se abrir para a população. Queremos ser o canal para dirimir dúvidas de todos na área do Diagnóstico por Imagem. Muito se fala sobre a possibilidade da tecnologia assumir atividades hoje lideradas por humanos na Radiologia. Como o sr. avalia essa perspectiva? Dr. Manoel Rocha – Tenho comigo que a capacidade de adaptação é uma qualidade a ser perseguida. Se olharmos para a história da Radiologia, perceberemos que mudanças muito significativas ocorreram e que soubemos nos adaptar. Imagino que a inteligência artificial virá para auxiliar o radiologista. Se soubermos utilizá-la, teremos ainda mais tempo para exercer o nosso papel de consultor. Identificada uma alteração, somos nós radiologistas os responsáveis por ter uma visão global do paciente, a fim de orientarmos nossos colegas a adotar as formas mais apropriadas de comprovação diagnóstica, até mesmo participando da obtenção de material por punções ou biópsias. Eu sou um otimista, imagino um futuro em que os nossos diagnósticos serão ainda mais precisos e o nosso trabalho focado no que realmente importa para os nossos pacientes, afinal, foi para isto que resolvemos ser médicos e médicos radiologistas.

Contrato de operadora de plano de saúde: tomar cuidado Por Dr. Jaime Ribeiro Barbosa

A Lei nº 13.003 de 2014 e as resoluções normativas 363 e 364 (ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar) reforçam a “obrigatoriedade” da existência de contratos assinados entre as operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, profissionais de saúde autônomos, serviços de diagnóstico por imagem e laboratórios que compõem sua rede conveniada ou credenciada para documentar e formalizar a relação entre essas partes. É, portanto, obrigatório formalizar em contratos escritos entre operadoras e prestadores de serviços as obrigações e responsabilidades entre essas empresas. Além do objeto e natureza do contrato, deve haver a definição dos valores dos serviços contratados, dos prazos para faturamento, pagamentos e dos “reajustes” dos preços a serem pagos pelas operadoras, que deverão ser obrigatoriamente anuais. Verificar os critérios de vigência, prorrogação, renovação e rescisão.

Caso as operadoras atuem sem a devida formalização de um contrato por escrito com seus prestadores, serão passíveis de fiscalização e não ter alguns direitos garantidos como o reajuste anual e ainda sem a possibilidade de contestar as glosas. Um dos pontos importantes do contrato é constar o índice de reajuste anual, geralmente o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo); porque se deixar como “livre” esta negociação no contrato, as operadoras oferecem menos. Como denúncia que recebemos recente ao reajuste, o índice a ser aplicado à Tabela é o percentual de 40% do IPCA; caso assine o contrato nestas condições, aceitando os termos, não adianta depois reclamar, usando as normas estabelecidas pela ANS. Para mais esclarecimentos, entrar no site ANS (www.ans.gov.br) e checar em Perguntas e Respostas a Lei 13.003 de 2014. Dr. Jaime Ribeiro Barbosa é diretor de Defesa Profissional da SPR


6 • JPR’2017

Conheça os professores da Sessão de Interpretação de Imagens

A 47ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR’2017) será realizada de 4 a 7 de maio, no Transamérica Expo Center, em São Paulo O maior evento da América Latina da especialidade busca expor inovações tecnológicas para que o público presente se renove e compartilhe experiências com profissionais da área. Este ano o tema principal será Radiologia Francesa: As Relações Humanas e a Boa Prática Médica. Realizado pela Sociedade Paulista de Radiologia

(SPR) em parceria com a Sociedade Francesa de Radiologia (SFR), essa é a segunda vez que as duas entidades trabalham juntas para realizar um evento científico. As outras duas aconteceram em 2009 e 2001. Assim, este ano será realizado também o II Congresso França-Brasil-América Latina de Radiologia (JPR’2017).

Uma das mais concorridas apresentações no evento é a Sessão de Interpretação de Imagens (CCRP), que tem o objetivo de discutir casos avançados em Diagnóstico por Imagem entre os participantes e convidados radiologistas. Coordenada pelo Dr. Mauro José Brandão da Costa, quatro professores conduzirão a sessão. Conheça seus perfis:

A sessão será realizada em 5 de maio, às 17h45, na sala P do Transamerica Expo Center.


JPR’2017 • 7

Edição 463 – Março de 2017

Caso de Abdome

Caso de Musculoesquelético r. Alípio Gomes Ormond D Filho: médico do Grupo Fleury Medicina e Saúde. Foi coordenador do Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe) da SPR e ex-médico assistente do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;

Dr. Alípio Gomes Ormond Filho

Dr. Renato Hoffmann Nunes

Dr. Roberto Blasbalg

Dr. Pablo Rydz Pinheiro Santanta

Caso de Neurorradiologia r. Renato Hoffmann Nunes: D graduado em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e residência médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/ EPM). Especialização em Neurorradiologia pela Santa Casa de São Paulo, Research Fellow em Neurorradiologia – Universidade da Carolina

do Norte (UNC) e Título de Especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem – AMB/ CBR. Certificado de Área de Atuação em Neurorradiologia Diagnóstica – AMB/SBNR/ CBR. Coordenador da residência médica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem – Santa Casa de São Paulo, Coordenador de Neurorradiologia – DASA-SP e membro da diretoria da SPR em 2015-2017;

Dr. Roberto Blasbalg: médico formado pela Universidade de São Paulo (USP) e residência médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fellowship em Tomografia Computadorizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Research Fellowship em Ressonância Magnética no Thomas Jefferson University Hospital, Philadelphia. Doutor em Radiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foi médico radiologista sênior do Fleury Medicina Diagnóstica e médico radiologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Médico assistente do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador dos setores de Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada do DASA;

Caso de Tórax Dr. Pablo Rydz Pinheiro Santanta: médico radiologista torácico da Medimagem/ Hospital BP e do Grupo Fleury, coordenador do Departamento de Imagem da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), diretor científico de Tórax da SPR e membro da diretoria executiva da SPR.


8 • JPR’2017

Mama confirma renomado nome internacional Os coordenadores do módulo de Mama confirmaram a presença do Dr. A. Thomas Stavros, um dos maiores especialistas do mundo em ultrassonografia das mamas. Dr. Stavros é professor adjunto do departa-

Profissionalismo aborda perspectivas do setor diagnóstico As aulas do módulo de Profissionalismo estão confirmadas e apresentam inovações este ano. Seu conteúdo está dividido em Gestão, Qualidade e Política, e conta com a participação dos palestrantes – confirmados até o fechamento desta edição – Drs. Carlos Eduardo F. de Moura, Emerson L. Gasparetto, Marcelo B. de Gusmão Funari e Roberto Padovani. Haverá, ainda, um bloco conduzido pela ABRAMED – As-

sociação Brasileira de Medicina Diagnóstica, intitulado Perspectivas do Setor Diagnóstico. Ele oferecerá um panorama bem detalhado da área, sob a ótica dos prestadores (com aula da Dra. Claudia Cohn), das operadoras (conduzido pelo Dr. José Cechin) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em palestra conduzida pela Dra. Martha Oliveira. Este bloco é coordenado pelo Dr. Conrado Cavalcanti.

Pré-inscrições até 5 de abril Para obter o benefício de isenção da inscrição, o membro da SPR deve estar em dia com o pagamento da anuidade de 2017. Aproveite para fazer a pré-inscrição até 5 de abril, último período, pois após essa data ela só será aceita no local do evento e com valor preconizado. Confira as formas de se registrar: • Online – O usuário deverá acessar o link (www.jpr2017.org.br/inscricoes) e seguir as instruções de preenchimento disponíveis no botão "Inscreva-se na JPR 2017". Nessa modalidade o pagamento disponível será apenas o cartão de crédito. • Correio – O usuário deverá imprimir a ficha de inscrição, preencher, e enviá-la para a SPR via correio. • Fax – A mesma instrução acima. Imprima, preencha a ficha de inscrição e envie para o número de fax. • Sede da SPR – Aqueles que preferirem, podem se dirigir à sede da sociedade para inscrever-se pessoalmente. Para obter outras informações, acesse o site do evento – www.jpr2017.org.br.

mento de radiologia da Universidade do Texas, Centro de Ciências da Saúde, em San Antonio, Texas. Ele será responsável pela aula Avaliação de Cistos Mamários: Como Evitar Erros na Interpretação, a ser apresentada no

dia 4 de maio, às 15h. O Dr. Flávio Spínola de Castro, originalmente responsável por este tema, passará a coordenar a sessão do dia 7, a partir das 11h20, substituindo o Dr. Luciano Fernandes Chala.

Trabalhos aprovados: entrega até 14/3 Em fevereiro, foram anunciados os resumos dos trabalhos científicos aprovados para apresentação e/ou exposição na JPR’2017. Os autores receberam uma comunicação da SPR contendo as regras para preparar seus conteúdos para o evento. Todos os autores deverão submeter o arquivo do trabalho aprovado em Power Point até 14 de março de 2017. Foram aprovados: • 80 Painéis Impressos (PA); • 156 Painéis Digitais (PD); • 41 Temas Livres (TL);

• 13 Relatos de casos (RC) – todos serão convidados para expor como Painel Digital; • 8 Painéis Comentados – selecionados entre os melhores Painéis Impressos e Digitais. As apresentações dos Painéis Comentados serão nos dias 4 e 5 de maio no horário do almoço (das 12h45 às 13h30). Em relação às subespecialidades, o total de aprovados, considerando-se todos os formatos de trabalho, em cada uma foi:


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10 • EVENTOS SPR

Rio Preto recebe 1º encontro do Clube Manoel de Abreu Programação conta com professores argentinos Esta edição do evento contará com a participação dos Drs. Claudio Bonini, de Rosário, e Hugo Guerra, de Córdoba, Argentina – ambos lecionarão na sala de Retroperitônio. Mais uma vez, o clube enriquece seu repertório ao oferecer a experiência de médicos estrangeiros em nosso Estado.

Retroperitônio e Próstata serão os temas das aulas apresentadas simultaneamente no primeiro evento do ano do Clube Manoel de Abreu. O encontro será em São José do Rio Preto, de 17 a 19 de março. Coordenado pelos Drs. Antonio Soares Souza, Arthur Soares Souza Jr., Douglas Racy, Tufik Bauab Jr. e Nelson Caserta, haverá palestrantes especializados e, em cada sala, aulas que abordarão aspectos anatômicos e lesões importantes. “O planejamento é feito com cuidado, e tem por objetivo atrair não só os residentes, mas também os radiologistas experientes que procuram se aperfeiçoar e trocar experiências”, comenta o Dr. Nelson Caserta, presidente do Clube. Durante os três dias de evento, além de se integrar com os profissionais de diversas cidades e serviços, é possível participar das aulas científicas, oferecidas no sábado, e se reunir na discussão de casos no domingo. A participação é livre e os membros da SPR podem desfrutar gratuitamente de todos estes benefícios oferecidos, além das atividades sociais: almoço, jantar, futechope, futebol e truco, entre outros. Radiologistas ou residentes não membros da Sociedade precisam pagar uma taxa de R$ 350, destinada exclusivamente ao custeio das refeições. Os acompanhantes dos não associados e dos demais membros efetuam o pagamento de R$ 200 para participação da programação social. Já os acompanhantes dos membros da SPR (um adulto e duas crianças com até oito anos) são isentos; as inscrições são realizadas no local do evento, sábado, antes do início das aulas.

17 de março de 2017 • Sexta-feira 20h00

Happy Hour de Boas-Vindas

18 de março de 2017 • Sábado 08h00 às 09h00

Credenciamento

Sala 1 – Próstata e Vesículas Seminais 09h00 às 09h30

HBP e Outras Alterações da Próstata e Uretra Masculina • Dr. Nelson Caserta – Campinas, SP

09h35 às 10h05

Malformações Congênitas do Trato Urinário Inferior • Dr. Leonardo Kayat Bittencourt – Rio de Janeiro, RJ

10h05 às 10h35

Intervalo

10h35 às 11h05

Ressonância Magnética da Próstata: Anatomia e Técnica de Exame • Dr. Douglas J. Racy – São Paulo, SP

11h10 às 11h40

RM Multiparamétrica da Próstata: Como Eu Faço e Laudo? Dr. Leonardo Kayat Bittencourt – Rio de Janeiro, RJ

11h45 às 12h15

A Classificação Patológica da Graduação de Gleason • Dr. Douglas J. Racy – São Paulo, SP

12h15 às 13h30

Almoço

13h30 às 14h00

Imagem das Vesículas Seminais • Dr. Douglas J. Racy – São Paulo, SP

14h05 às 14h35

Biópsia por Fusão de Imagens (RM-TRUS) • Dr. Leonardo Kayat Bittencourt – Rio de Janeiro, RJ

14h40 às 15h10

Tutorial PI-RADS e Casos Interativos • Dr. Leonardo Kayat Bittencourt – Rio de Janeiro, RJ

15h15 às 15h45

Métodos Avançados por Imagem no Câncer da Próstata (PET/CT, PSMA, Medicina Teranóstica) Dr. Douglas J. Racy – São Paulo, SP

16h00 às 17h30

Assembleia Geral Ordinária da SPR

16h00 às 18h30

Trucochope e Futechope

18h30 às 21h00

Churrasco

Sala 2 – Retroperitônio 09h00 às 09h30

Anatomia do Retroperitônio • Dr. Douglas J. Racy – São Paulo, SP

09h35 as 10h05

Síndromes Aórticas Agudas • Dr. Douglas J. Racy – São Paulo, SP

10h05 às 10h35

Intervalo

10h35 às 11h05

Pancreatite Autoimune: Um Problema • Dr. Cláudio Bonini – Rosário, Argentina

11h10 às 11h40

Tumores Císticos do Pâncreas: Correlação Anátomo-radiológica • Dr. Cláudio Bonini - Rosário, Argentina

11h45 as 12h15

Retroperitônio: Sinais e Extensão de Importantes Lesões • Dr. Nelson Caserta – Campinas, SP

12h15 às 13h30

Almoço

13h30 às 14h00

Tumores Neuroendócrinos Não Funcionantes do Pâncreas • Dr. Cláudio Bonini – Rosário, Argentina

14h05 às 14h35

Neoplasia Mucinosa Papilar Intraductal: Uma Epidemia? O que Fazemos? Dr. Cláudio Bonini – Rosário, Argentina

14h40 às 15h40

Aprendendo com os Erros e Acertos: Apresentação de Casos Emblemáticos Dr. Hugo Guerra – Córdoba, Argentina

16h00 às 17h30

Assembleia Geral Ordinária da SPR

16h00 às 18h30

Trucochope e Futechope

18h30 às 21h00

Churrasco

19 de março de 2017 • Domingo 09h00 às 12h00 12h00

Apresentação e Discussão de Casos Almoço de Encerramento e Premiação de Casos Apresentados

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EVENTOS SPR • 11

Edição 463 – Março de 2017

Caderno 2: inserção dos casos do Manoel de Abreu No CMA, os domingos são sempre destinados à discussão de casos. Quem deseja participar, precisa levar o próprio material para compartilhar as experiências de seus serviços com os presentes, de forma a contribuir para a área científica da Radiologia. A SPR oferece um material de apoio com o regulamento e roteiro para apresentação dos casos na página do CMA em seu site – www.spr.org.br. Confira

como montar sua apresentação, quanto tempo você terá para se apresentar e outras informações essenciais. Os autores dos casos discutidos no Clube Manoel de Abreu também

são convidados a publicar seus casos específicos no Caderno 2, encarte científico do Jornal da Imagem. Para a publicação, é necessário adotar um formato adequado ao jornal. As regras gerais e ajustes de textos e imagens são divulgados aos autores a cada evento. Porém, para auxiliar os participantes, preparamos um resumo. Confira!

Conheça as regras e publique seu caso O material pode ser encaminhado para o e-mail jornaldaimagem@spr.org.br TEXTO Todas as contagens de caracteres em editor de texto consideram os espaços. O arquivo deve ser enviado em editor de texto contendo: • Título: deve ser sucinto, contendo o diagnóstico e eventualmente algum achado importante ou manifestação relevante, para a qual os autores querem chamar a atenção dos leitores. • N ome do(s) autor(es): não deverá ultrapassar a quatro autores; inserir também o serviço onde o caso foi desenvolvido. • H istória clínica: deve conter a descrição sumária dos dados mais relevantes da história. Não deverá trazer nome ou iniciais do paciente. Tamanho de 150 a 250 caracteres. • Diagnóstico final: apenas a citação do diagnóstico, sem descrição.

• Discussão: deverá conter uma breve discussão dos achados de imagem do caso apresentado, além de uma revisão da literatura clínica e de imagem, onde os autores deverão descrever as manifestações mais importantes para o diagnóstico, incluindo também outros achados de métodos novos de imagem, que porventura não tenham sido empregados naquele caso. Um último parágrafo poderá trazer a discussão dos padrões anatomopatológicos, quando for o caso, e um resumo breve do tratamento e prognóstico.

IMAGENS • Devem ser enviadas em formato JPG ou TIF, com 300 dpi de resolução, e pelo menos 1024 pixels de largura (ou 8,67cm). A combinação “medida” e “resolução” precisa estar, necessariamente, dentro desses parâmetros mínimos para que a imagem seja aceita e publicada. • Quantidade: de 4 a 5 imagens no máximo (não serão aceitas imagens duplas); Os arquivos devem estar claramente denominados: Figura 1, Figura 2, Figura 3 etc. Em um segundo arquivo de texto, as legendas das imagens devem estar escritas de forma que possam ser facilmente relacionadas às figuras. A descrição das legendas deverá ser breve e evitar repetir a descrição do texto. Tamanho: de 100 a 150 caracteres por legenda. • Caso o material tenha tamanho muito grande para envio por e-mail, recomenda-se a entrega de CD/ DVD no dia da reunião em que o caso é apresentado ou envio pelo correio à SPR: SPR A/C Jornal da Imagem/Caderno2 Av. Paulista, 491 – 3º andar São Paulo – SP – 01311-000.

• Leitura sugerida (ou referências): os autores deverão sugerir dois ou no máximo três artigos aos leitores. A citação de livros deverá ser evitada. • Tamanho: de 3000 a 3300 caracteres, incluindo Referências Bibliográficas.

VERSÃO DIGITAL Texto e imagem adicionais, acompanhados das respectivas legendas, podem ser enviados para a versão digital do Caderno 2, disponível no aplicativo do Jornal da Imagem.

EMPRESAS PARCEIRAS

Confira os contatos destas empresas na página 34 desta edição.


12 • EVENTOS SPR

Eleições SPR: conheça a chapa inscrita As eleições da SPR deste ano receberam o registro de uma chapa única, que deverá ser aclamada na Assembleia Geral Ordinária a ser realizada durante o Clube Manoel de Abreu – no dia 18 de março, às 16h. O grupo assumirá o biênio de 2017 a 2019, e a posse de fato ocorrerá durante a 47ª Jornada Paulista de Radiologia, em maio, em São Paulo. Confira sua composição:

• Presidente: Carlos Homsi

• 1º Tesoureiro: Gustavo Skaf Kalaf

• Vice-Presidente: Mauro José Brandão da Costa

• 2º Tesoureiro: Douglas Jorge Racy

• Presidente do Clube Manoel de Abreu: Nelson M. G. Caserta

• Diretor Científico: Renato Adam Mendonça

• Presidente do Clube Roentgen: Pablo Rydz Pinheiro Santana • Secretário-Geral: Cyro Padilha Balsimelli • 1º Secretário: César Higa Nomura

• Diretor de Defesa Profissional: Jaime Ribeiro Barbosa • Diretor de Patrimônio: Mauro Miguel Daniel • Diretora de Assuntos Culturais: Eloísa M. de Mello Santiago Gebrim

• 2º Secretário: Henrique Simão Trad

• Diretor de Tecnologia da Informação: Marcelo de Maria Félix

• Tesoureiro Geral: Décio Roveda Jr.

• Presidente SPR Jr.: Renato Hoffmann Nunes

Mantenha sua anuidade em dia! O prazo final para realizar o pagamento da anuidade de 2017 é 9 de março. Os profissionais podem quitar a taxa pela internet, na área restrita do site – ícone cadastro/financeiro, em até seis vezes sem juros no cartão de crédito ou à vista por boleto bancário. Sem fins lucrativos, a entidade inclui o associado como figura principal no cenário de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, cobre todas as áreas da radiologia e é dedicada ao desenvolvimento científico, à defesa e dinamização dos radiologistas. Visando um relacionamento mais inclusivo e próximo, a SPR é fonte segura para o membro se manter atuante sobre o mercado, além de

oferecer informações e novidades do segmento, aproximando assim, os profissionais da área. Além da participação gratuita nos maiores eventos da SPR, confira outros benefícios de ser membro: Desconto exclusivo nos eventos científicos da SPR; Newsletter semanal com a agenda de eventos e recebimento mensal do Jornal da Imagem impresso; Inscrição antecipada exclusiva nos eventos da SPR; Possibilidade de participação no Curso Online de Radiologia da Sociedade;

Acesso exclusivo à Videoteca Digital da entidade: assista às aulas gravadas dos eventos da SPR de onde estiver; Acesso gratuito a maior biblioteca digital da especialidade no mundo, STATdx®; Caso precise atualizar seus dados cadastrais, acesse o ícone cadastro/ financeiro na área restrita ou no link http://atualizacao.spronline.com.br. De modo geral, todos receberam em fevereiro um boleto para pagamento à vista em seu endereço de cadastro. Porém, se optou por pagar via cartão de crédito, deve desconsiderar o boleto.

SOCIEDADE PAULISTA DE RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM C.N.P.J. N.º 49.410.145/0001-50 ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA EDITAL DE CONVOCAÇÃO

São convocados os senhores membros da Sociedade, com direito a votos, de acordo com o Estatuto Social, a se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, a ser

realizada no dia 18 de março de 2017, às 16 horas, em primeira convocação, com 1/3 dos membros com direito a voto e, 30 minutos após (16h30) com pelo menos 20 membros, durante a realização do evento Clube Manoel de Abreu, na cidade de São José do Rio Preto – SP, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia:

a) Eleição da nova diretoria executiva para o biênio 2017/2019;

b) Outros assuntos de interesse da Sociedade. São Paulo (SP), março de 2017

Dr. Antônio Soares Souza Presidente


EVENTOS SPR • 13

Edição 463 – Março de 2017

Compartilhe conhecimento no Clube Roentgen Como já tradicionalmente ocorre, o Clube Roentgen – presidido pelo Dr. Pablo Rydz Pinheiro Santana – é realizado nas segundas quartas-feiras de cada mês às 20h. Em março, está agendado para o dia 15, no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza. Para dar início à noite, haverá a apresentação de uma aula expositiva. Neste mês, o tema será: Tomografia e Angiotomografia do Crânio no AVC Agudo na era da Trombectomia, ministrada pelo do Dr. Nelson Paes Fortes Diniz Ferreira, Chefe da Neurorradiologia do HCor e Teleimagem. O evento terá continuidade com a mini CCRP, coordenado pela Dra. Regina Lucia Elia Gomes, do reconhecido Hospital das Clínicas da

Dr. Nelson Paes Fortes Diniz Ferreira

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Quatro casos foram fornecidos à SPR e serão discutidos na ocasião pelos Drs. Lucas Scatigno Saad (Abdome), Fernando Mesquita Lima (Musculoesquelético), Diego Cardoso Fragoso (Neurorradiologia) e Andrea V. Badra Pavani (Tórax). O objetivo é oferecer aos radiologistas debates para conhecerem a linha de raciocínio de outros colegas, por meio do estudo de históricos e imagens. Assim, é possível enriquecer o seu próprio conhecimento e colaborar para a atualização científica dos demais participantes. O Hotel Golden Tulip Paulista Plaza fica na Alameda Santos, 85,

São Paulo. Mais informações em: spr.org.br/eventos/clube-roentgen. A participação é livre, e para quem não pode comparecer pessoalmente ao local, a SPR oferece, em parceria com a Pixeon, transmissão online em tempo real. Confira como participar no link: spr.org.br/cursos-via-web. Para participação online, atente-se! É necessário ter o Java instalado; atualize em www.java.com/pt_BR/. Já usuários de Mac participam das reuniões normalmente. Dispositivos móveis também podem ser utilizados. Quem possui o sistema operacional iOS, da Apple, e Android, do Google, baixa o aplicativo GoToWebinar para assistir as reuniões no Tablet ou smartphone.

Jornal da Imagem: gerencie o armazenamento com facilidade É muito prático gerenciar o armazenamento* na versão digital do Jornal da Imagem. Para otimizar o espaço em seu dispositivo, é possível apagar as edições já lidas e baixá-las novamente a qualquer momento. Veja o procedimento: 1

2

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Faça o download gratuitamente na loja de aplicativos do seu aparelho e fique bem informado! 1. Acione o menu lateral para exibir as opções disponíveis 2. Selecione a opção Remover edições 3. Toque sobre a capa da edição que deseja remover. Uma janela de confirmação será exibida 4. Escolha a opção Arquivar (iOS) ou Deletar (Android) 5. Por último, toque em Ok, no canto superior direito e pronto: você excluiu com sucesso!

*Cada edição ocupa entre 70Mb e 80Mb de espaço.


14 • EDUCAÇÃO DIGITAL

Curso Online: parte dos módulos tem inscrições até 14/3 Atualmente, nove módulos compõem o Curso Online de Radiologia da SPR. Seis deles – Tórax, Neurorradiologia/Neuropediatria/Cabeça e Pescoço, Radiologia Musculoesquelética, Abdome/Trato Digestório e Abdome Trato/Geniturinário – têm inscrições abertas até 14 de março. Já as inscrições para os novos módulos de Imagem da Mulher, Mama e Radiologia Cardiovascular se estendem até junho. Com metodologia própria de ensino, o curso propõe um ambiente de estudo inovador e um sistema de avaliação distinto, tudo isso de forma online. “Com o formato online, fala-se o conteúdo mínimo, dividido, e pode-se oferecer mais de uma aula por lança-

mento para que o aluno assista quando e onde quiser, além de não perder tempo no trânsito e assistir às aulas no mecanismo de que ele dispõe”, comenta Dr. Antônio Rocha, coordenador do módulo de Neurorradiologia/Neuropediatria/Cabeça e Pescoço do Curso Online de Radiologia da SPR. Dr. Antônio conta que a SPR investiu muito em uma plataforma específica, e que esse não é apenas um curso na internet. Oferece-se uma ferramenta que todas as grandes universidades usam para educação a distância com um gerenciamento muito dedicado, garantindo a qualidade. Ela apresenta parâmetros muito bem definidos para garantir uma ótima transmissão.

Módulo

No curso, há suporte de professores online gabaritados para esclarecer eventuais dúvidas sobre o conteúdo apresentado. O aluno ainda conta com fóruns de discussão e material didático composto por videoaulas e artigos científicos de apoio. Crescendo constantemente, hoje, são mais de 1 mil pessoas ao ano em diferentes regiões do Brasil participando, o que só se tornou possível pelo meio online de transmissão – antes, o curso atendia 200 pessoas neste mesmo período. “Oferecemos todos os módulos ao mesmo tempo, e o formato tem crescido para atender as necessidades das pessoas”, finaliza o coordenador. Confira valores e prazos para a inscrição nos módulos:

Valor da Inscrição

Neurorradiologia/Neuropediatria/Cabeça e Pescoço

R$ 750

Radiologia Musculoesquelética

R$ 550

Abdome/Trato Digestório

R$ 475

Abdome/Trato Geniturinário

R$ 350

Tórax

R$ 625

Mama

R$ 425

Imagem da Mulher

R$ 425

Radiologia Cardiovascular (teórico-prático)

R$ 650

Período de inscrição

16/01 a 14/03

16/01 a 12/06

Aos que já cursaram um ou mais módulos, ou se inscreverem em dois ao mesmo tempo, terão desconto na inscrição. Para consultar o programa completo das aulas e conferir as regras gerais, acesse: spr.org.br/educacao-digital/curso-on-line-de-radiologia.

Radiologia Cardiovascular tem novidades Neste ano, quem se inscrever neste módulo estará incluso, gratuitamente, no X Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca, que será realizado nos dias 15, 16 e 17 de setembro de 2017, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo. Nessa ocasião, os participantes realizarão a parte prática do curso.

Videoteca Digital: conhecimento em movimento Lançada em setembro de 2015, a Videoteca Digital é um produto voltado à educação continuada dos associados, e hoje seu uso já está consolidado. São mais de 950 aulas disponíveis gravadas durante as JPRs de 2014, 2015 e 2016, o GERME 2016 e o Curso de Atualização em Imagem (Prof. Dr. Feres Secaf) de 2015 e 2016. Trata-se de um serviço que vinha sendo prestado há muito tempo pela entidade, e que há quase dois anos passou a se apresentar neste formato online, unindo comodidade, economia e conteúdo de qualidade aos membros da SPR. As aulas são, agora, disponibilizadas em streaming na própria página da SPR, e podem ser assistidas pelo computador, tablet ou celular. A qualidade da gravação das aulas sofreu um grande aprimoramento:

na versão tradiciode assistir a palesnal, as aulas eram tras de alguns anos gravadas em resoluanteriores ou que ção comum, e então ocorreram simultapassaram a ser obtineamente a outras”, VIDEOTECA das em alta resolução explica. O residente (HD), o que signifido Hospital Israelita ca melhor definição de imagem. Albert Einstein discorre sobre seus A busca tem sido grande; há usu- conteúdos preferidos: “As aulas do ários que já adquiriram mais de 200 Curso de Atualização em Imagem aulas. O Dr. Eduardo Kaiser Uru- (Prof. Dr. Feres Secaf) de 2016, rahy Nunes Fonseca já contabilizou assim como algumas das aulas de 77 aulas adquiridas: “A Videoteca edições anteriores (algumas das Digital não só me permite rever quais antes mesmo de eu me tornar algumas palestras excelentes de al- residente de radiologia), além das da guns dos eventos da SPR, como JPR têm bastante úteis durante vátambém oferece a possibilidade rios dos meus estágios na residência, Veja outras informações em: spr.org.br/educacao-digital/videoteca-digital-da-spr.

fornecendo uma excelente complementação teórica”, completa. Para assistir apenas a uma aula, o membro paga R$ 4,99, sendo que esse pagamento permitirá que ele assista à aula quantas vezes quiser, durante três dias. Há também planos diferenciados de acesso, para que profissionais com rotinas e hábitos diversos tenham o melhor serviço, onde e quando acharem adequado: • Plano Anual: R$ 478,80 – pacote com 180 aulas por 12 meses, pelo preço de 95 aulas; • Plano Semestral: R$ 269 – pacote com 90 aulas por seis meses, pelo preço de 54; • Plano + de 10 aulas: R$ 3,99 por aula (30 dias para assisti-las), ou 10 aulas por 30 dias pelo preço de oito.


EVENTOS SPR • 15

Edição 463 – Março de 2017

Março: onze Grupos de Estudos para aprendizagem As reuniões dos Grupos de Estudos iniciaram-se em fevereiro e, neste mês, novos encontros estão confirmados. Participe e aproveite para levar seu caso, discutir com os participantes, trocar informações e levar questionamentos. Desde 2003, ano da fundação do Germe (primeiro grupo), profissionais da área de Diagnóstico por Imagem se reúnem no Hotel Golden Tulip Paulista Plaza ou na sede da SPR, em São Paulo, para exibir casos científicos, compartilhar experiências e dicas práticas.

Em março, haverá reuniões do Gera, Gema, Germe, Get, Gecmr, Cardio, Gene, Geproge, Geus, Giq e Geped. Para participar, basta comparecer ao local do evento ou, se preferir, fazê-lo via web. Para 2017, a SPR e a Pixeon renovaram sua parceria para a transmissão de eventos científicos promovidos pela entidade paulista, com o objetivo de auxiliar o acesso a todos. Saiba qual o link de cada reunião no endereço spr.org.br/cursos-via-web. Confira a agenda completa de março dos Grupos de Estudos:

No total, a SPR possui 13 grupos; confira as áreas • Grupo de Estudos de Cabeça e Pescoço (Gecape); • Grupo de Estudos de Imagem Quantitativa (Giq); • Grupo de Estudos de Mama (Gema); • Grupo de Estudos de Meios de Contraste Radiológicos (Gemcr); • Grupo de Estudos de Neurorradiologia (Gene); • Grupo de Estudos de Pediatria (Geped); • Grupo de Estudos de Profissionalismo e Gestão (Geproge); • Grupo de Estudos de Radiologia Cardiovascular (Cardio); • Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (Gera); • Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe); • Grupo de Estudos de Tecnologia e Informática em Radiologia (Get); • Grupo de Estudos de Tórax (Geto);

Dia Local

Grupo

Transmissão online

• Grupo de Estudos de Ultrassonografia (Geus).

2

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Gera

Sim, com apoio da Pixeon

2

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Gema

Sim

2

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Germe

Sim, com apoio da Pixeon

7

Sede da SPR

Get

Sim, com apoio da Pixeon

8

Sede da SPR

Gecmr

Sim

9

Sede da SPR

Cardio

Sim, com apoio da Pixeon

Mudanças em Cardio

9

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Gene

Sim, com apoio da Pixeon

Sede da SPR

Geproge

Sim, com apoio da Pixeon

O Grupo de Estudos de Radiologia Cardiovascular passa a ser coordenado pelos Drs. Andrei Skromov de Albuquerque e Paulo Savoia Dias da Silva, que chega para substituir o Dr. Henrique Simão Trad.

16 21

Sede da SPR

Geus

Sim, com apoio da Pixeon

22

Sede da SPR

Giq

Sim, via Skype

28

Sede da SPR

Geped

Sim, com apoio da Pixeon

Informações de todos os Grupos de Estudos da SPR estão disponíveis em: spr.org.br/grupos-de-estudos.

CONFIRA CENAS DOS ENCONTROS DE FEVEREIRO Gema

Germe

Gera

Get

Gecape

Geto


16 • EVENTOS SPR

GERME: abordagem multidisciplinar e foco na prática A sétima edição do Curso Temático Anual do GERME foi realizada em 11 e 12 de fevereiro de 2017, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo. Quadril foi o tema principal do evento, coordenado pelos Drs. Marcelo Novelino Simão, Fabiano Nassar e Felipe Ferreira de Souza, também atuais coordenadores do Germe (Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética). O curso foi dividido em seis módulos e manteve seu tradicional

formato de aulas curtas e específicas, com palestrantes radiologistas, clínicos e cirurgiões, para que os participantes obtivessem uma visão ampla e objetiva sobre os aspectos anatômicos, funcionais e patológicos do quadril. Os mais de 400 inscritos exigiram que uma segunda sala fosse montada, com transmissão em tempo real das aulas apresentadas no auditório principal e a mesma possibilidade de fazer perguntas e interagir com os professores.

Impacto, Próteses, Tendões, Displasia e Fraturas Dr. Felipe fez a abertura, agradecendo a presença de todos, e em especial do Dr. Bruce Forster, da Universidade Columbia Britânica, do Canadá. A manhã foi aberta com o módulo Impacto e Lábio, em aula focando em desenvolvimento e morfogênese e conduzida pelo Dr. Alípio Gomes Ormond Filho. Ele se ateve à teoria evolucionista, para ficar mais dinâmico, e fugiu da embriologia – descreveu a reorganização óssea e muscular. Em sua conclusão, afirmou que o ato de ser bípede remodelou profundamente a bacia e quadril e que a compreensão da biomecânica resultante do bipedalismo auxilia no melhor entendimento das doenças do quadril e em seu tratamento. Dr. Bruce Forster assumiu as duas aulas subsequentes: primeiro falou sobre o Impacto Femoroacetabu-

“O GERME, por ser de uma articulação, traz uma discussão melhor sobre um assunto específico. Gosto demais de estar aqui, da abordagem multidisciplinar e por isso venho em todos. Aqui vejo o que está sendo feito, o que o cirurgião espera do radiologista e ganho em termos de atualização na área.” João Márcio Salvador Conceição Tomoson, Araçatuba (SP)

lar: Clínica e Imagem. Buscou mostrar o entendimento de dois tipos de impacto do femoroacetabular (FAI) e seu papel no quadril em jovens adultos; ajudar a identificar os achados radiográficos; e avaliar o exame de imagem padrão ouro para FAI (artrografia por RM) e os achados típicos. “A FAI é geralmente responsável

pela alta porcentagem de artropatia prematura, os achados de ressonância magnética por artrografia (RMA) são correlatos com o padrão ouro cirúrgico e o raio X cirúrgico precisa ser mais estudado”, enfatizou. Em seguida, falou sobre Artro-RM do Quadril: Além do Lábio. Fez uma abordagem baseada em caso com o objetivo de revisar fontes de dor no quadril não labrais intra e extra-articulares que podem se apresentar na RMA do quadril; revisar os achados incidentais mais comuns vistos fora do sistema musculoesquelético na RMA do quadril; e fornecer diagnósticos diferenciais relevantes. Afirmou que, apesar da indicação específica para RMA do quadril, muitas fontes não labrais de dor no quadril podem ser vistas de forma isolada ou com a patologia labral. Também, que a proximidade do quadril com os órgãos pélvicos resulta em frequentes achados pélvicos incidentais na RMA do quadril. “A abordagem estruturada da RMA do quadril e o conhecimento das patolo-

gias pélvicas incidentais comuns são essenciais para fornecer um laudo de imagem abrangente para guiar o paciente de forma apropriada”, disse. Dr. Abdalla Skaff deu andamento ao curso, falando sobre Lesões Labrais no Quadril: definiu o lábio acetabular e sua função e discutiu os métodos de exame – RMA, RM convencional, artro-TC e ultrassonografia. Concluiu que a RM em alta definição tem a mesma sensibilidade que a ARM para avaliar as lesões labrais – e seria, inclusive, o método padrão ouro –, e aconselhou o uso da classificação MAHORN para descrever lesões labrais e condrais, já que a uniformidade é essencial para a comunicação entre radiologistas e cirurgiões. Ainda, pontuou que a descrição das lesões labrais e condrais é mais bem realizada com o método do quadrante ou ponteiro do relógio. Conduzindo a aula Ligamento Redondo – Estamos Esquecendo Dele?, Dr. Paulo Victor Helito falou sobre anatomia, função e lesões para, então, responder à questão do tema.

“Esse é o meu quarto GERME. É um curso bem prático, com excelente custo-benefício e que permite ao participante se atualizar na sua área. Me agrada muito as discussões de casos clínicos, de onde extraio conhecimento que poderei levar para o meu dia a dia.” Ana Carolina Vieria Clínica São Marcelo, Goiânia (GO)


EVENTOS SPR • 17

Edição 463 – Março de 2017

Utilizou a literatura e a rotina do radiologista: “Na literatura, constatei que houve um grande aumento de publicações nos últimos sete anos sobre o ligamento redondo”. Olhando para a prática, discutiu um caso clínico de lesão aguda do ligamento redondo causando hemoartrose. Dr. Henrique Cabrita, ortopedista do Instituto Vita, falou sobre Como e Quando Operar – Que Informações da RM Determinam Condutas nas Lesões Labrais. Para discutir, questionou se todos os pacientes com lesão labral devem ser tratados, considerando a história natural e a epidemiologia. O tema Osteoartrose Leve, Moderada e Grave: o que Esperar na Evolução da Doença Degenerativa do Quadril? abriu o segundo módulo, Próteses e Técnica. Dr. Felipe Veiga Rodrigues iniciou definindo a patologia. Passou pela fisiopatologia, mostrando limitações do que se entende ou não até hoje, e a importância do osso subcondral, entre outros. Como Realizar Exame de RM Adequado para Avaliação de Artroplastias do Quadril foi o tema discutido pelo Dr. Afrânio dos Reis Teixeira Neto. Ele falou sobre os artefatos da ressonância magnética, o que fazer para melhorar o exame no equipamento, as sequências avançadas (VAT, SEMAC, MAVERIC) e apresentou casos clí-

“Todas as aulas estão com uma didática muito boa, focada na nossa prática diária. E esses conhecimentos vão ser levados para nossa rotina. Vale a pena estar aqui, pois o valor cobrado é justo, tanto pelo ambiente do curso quanto pela qualidade do seu conteúdo, da qual destaco a aula de artroplastia do quadril.” Frederico Pletz Hospital São Francisco, Concórdia (SC)

nicos. “Para o protocolo de imagem, sugiro sempre incluir as sequências axial, coronal e sagital”, finalizou. Dr. Marcelo Nico abordou o tema Artroplastia do Quadril: Metalose e Outras Complicações Relacionadas a Debris Metálicos. Ele relatou a história da formação das próteses e discutiu sobre as superfícies articulares protéticas. Reforçou que os artefatos não podem ser limitação para uma boa avaliação do quadril com prótese e que é preciso fazer uma avaliação criteriosa do raio X. “Lembrem-se sempre da característica de espessamento capsular e de fazer diagnósticos diferenciais com os demais fatores de soltura”, aconselhou. Em seguida, Dr. Mateus de Andrade Hernandes assumiu para falar sobre Prótese Total, Parcial, Resurfacing, Cimentada ou não: o que Precisamos Avaliar nas Próteses de Quadril?. Fez a revisão dos diversos tipos de próteses e suas nomenclaturas (hemiartroplastia, artroplastia total e recapeamento), enumerou os tipos de fixação (cimentada, não cimentada e híbrida), apresentou o aspecto radiográfico normal das próteses com seus componentes e diferentes materiais, que é o principal método de avaliação para pós-operatório inicial e exames de controle, e discutiu o que avaliar na radiografia pós-operatória. Reforçou a importância de se comparar com exames anteriores.

Complicações Não-Granulomatosas Relacionadas à ATQ foi o tema apresentado pelo Dr. Laércio Rosemberg. Ele abordou a diferença de comprimento em membros inferiores, mau posicionamento, soltura asséptica – indicação mais comum para cirurgia de revisão –, luxação (5% de todas as substituições) e fratura. “Para a sistematização, indico considerar o tempo de evolução, sinais clínicos e laboratoriais de infecção na soltura precoce e comparação seriada radiográfica”, afirmou. Finalizando as aulas da manhã, Dr. Henrique Gurgel falou sobre Quais Parâmetros Radiológicos eu utilizo na Programação Cirúrgica de ATQ?. Ele é médico assistente do grupo de quadril do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo (IOT HCFMUSP). Dr. Marcelo Bordalo iniciou as aulas da tarde no módulo Tendões, falando sobre Imagem e Caracterização das Lesões do Reto Femoral. Ele cobriu as classificações antigas e atuais das lesões (estas surgidas a partir de 2010), a anatomia normal na RM e as várias lesões que podem ser encontradas. “Aconselho aos participantes registrar a anatomia – direta, indireta, tendão conjunto e tendão intramuscular -, lembrar que a localização da lesão está relacionada ao prognóstico e que o acometimento do tendão

intramuscular é o pior prognóstico e deve ser laudado. Ainda, devem considerar a lesão HALTAR, do tendão indireto e labral”, disse. Manguito rotador do quadril – Lesões dos Tendões Glúteos foi o tema da aula do Dr. André Yui Aihara. Ele iniciou relembrando a anatomia e abordou a síndrome da dor no trocanter maior, lesões dos tendões dos glúteos médio e mínimo, anormalidades de sinal peritrocantéricas e ruptura dos abdutores do quadril, entre outros. Discutindo casos clínicos, demonstrou as patologias dos tendões abdutores e bursas. Dr. Everaldo Gregio Junior conduziu a aula Ultrassonografia na Avaliação da Região Trocantérica. “É essencial o radiologista saber conduzir o exame em casos simples para que possa se preparar para os mais complexos”, alertou. Definiu a síndrome peritrocantérica como uma síndrome dolorosa crônica na face lateral do quadril, com irradiação distal e proximal. O tema Tendões e Musculatura Adutora – Como Relatar as Lesões foi liderado pela Dra. Ceci Obara Kurimori. Ela falou sobre a anatomia da sínfise púbica, tendões e musculatura abdominal e adutora. Também abordou biomecânica, padrão de lesões na pubalgia do atleta e outras lesões da região. “O protocolo adequado deve ter três planos na sínfise; aconselho avaliar a presença do sinal da fenda secundária/superior e avaliar a inserção do reto abdominal”, finalizou. Em seguida, o Dr. Virginio Rubin Netto tratou do tema Dor na Crista Ilíaca Adulto e Infantil – Estamos Subdiagnosticando Doenças nesta Região?. Ele revisou a anatomia crista ilíaca e estruturas relacionadas e discutiu as patologias mais comuns na região – lesões da fáscia lata e de seus componentes; lesões nas apófises da crista ilíaca e EIAS; e contusão ilíaca (hip pointer).

“Vale muito o sacrifício de estar aqui, pois as aulas são excelentes e o conteúdo enriquecedor. Eu vim de Minas Gerais com meu filho de 11 meses, que está amamentando, pois significa muito para mim estar aqui. E meu esforço tem valido a pena. Tudo tem muita aplicabilidade e estou certa de que vou levar muito do que estou vendo no GERME para minha prática diária.” Fabíola Hussein Axial Medicina Diagnóstica, Formiga (MG)


18 • EVENTOS SPR Médico assistente do grupo de quadril do IOT HCFMUSP, Dr. Helder Miyahara conduziu a aula Lesões Musculares e Tendíneas – que Classificação eu Uso e o que Há de Novo. Explicou que, para o cirurgião, é importante ter uma classificação que guie o tratamento. Na prática ortopédica, utilizam a classificação de lesões musculares em três tipos: I – lesão no ventre muscular; II – lesão miotendínea; e III – lesão tendínea completa. Sobre o tratamento, explicou que seus objetivos devem ser os de retornar a força pré-lesão, retornar à atividade esportiva e ter a menor fibrose possível. “Os protocolos de tratamento ainda dependem de melhores estudos, e o tratamento cirúrgico deve ser sempre considerado em pacientes mais jovens, com lesões totais e atletas de alta performance”, sugeriu. O quarto módulo, Displasia e Fraturas, teve a aula de abertura, Fraturas Atípicas do Colo Femoral, pelo Dr. Marcello Nogueira-Barbosa. Definiu a fratura femoral atípica (FFA), que é subtrocantérica ou diafisária do fêmur, sem trauma, e geralmente causada pelo uso crônico de bisfosfonatos ou outros antirreabsortivos, que causam a supressão excessiva do turn over ósseo. Porém, enfatizou que pode aparecer em paciente sem uso de bisfosfonato.

Idealmente, devem ser detectadas precocemente, deve-se interromper o uso de drogas antirreabsortivas e considerar eventual fixação cirúrgica preventiva. “Sobre a avaliação por imagem, o estudo deve ser bilateral, com toda diáfise femoral”, disse. Dr. Diego Avila Lessa Garcia conduziu a aula Osteonecrose da Cabeça Femoral x Fratura por Insuficiência; segundo ele, duas patologias comuns na prática clínica nas quais a imagem tem um grande peso. Assim, mostrou como diferenciá-las e como orientar seus tratamentos. Nos dois casos, falou sobre avaliação por imagem e prognóstico e complicações. Avaliação por Imagem do Quadril Displásico Adulto foi o tema abordado pelo Dr. Francisco das Chagas Neto. Seu objetivo foi revisar os principais conceitos, ilustrar o papel dos diferentes métodos de imagem e demonstrar as classificações ortopédicas mais utilizadas. Frisou que é importante entender os principais conceitos da DQA, utilizar os diferentes métodos de imagem de forma complementar e integrada e conhecer as classificações ortopédicas mais utilizadas. Médico ortopedista e membro do grupo de quadril e medicina esportiva do IOT HCFMUSP, Dr. Leandro Ejnisman deu prossegui-

mento ao curso, liderando o tema Quais Informações Preciso Saber na Hora de Operar um Quadril Displásico?. Explicou que é necessário, a partir da dor na região, identificar se é intra ou extra-articular: “Sendo intra-articular, se há instabilidade ou impacto fêmoro-acetabular. No caso de instabilidade, ela pode ser capsular ou óssea, e nos dois casos verifica-se a cartilagem – se é preservada, pode-se optar pela cirurgia preservadora; se comprometida, pela artroplastia”. Em seguida, Dra. Sâmia Rafael Yamashita falou sobre o tema Onde Erramos na Avaliação por Imagem das Fraturas do Quadril?. Ela discorreu sobre a fratura – bacia, acetábulo e colo do fêmur. Definiu acetábulo como uma estrutura complexa, tridi-

mensional, com sobreposição entre si e com o fêmur; há associações com fraturas do anel pélvico, fêmur, trauma torácico, abdominal e craniano. O Dr. Paulo Moraes Agnolitto encerrou as atividades do primeiro dia, com a aula Legg-Calvé-Perthes, Epifisiólise, Displasias e outras Patologias que Acometem o Quadril Pediátrico. Ele falou sobre como investigar a dor no quadril pediátrico e especificou as patologias: Doença de Legg-Calvé-Perthes; epifisiólise femoral; displasia de Meyer/displasia epifisiária múltipla; displasia do desenvolvimento do quadril; e sinovite transitória/artrite séptica. Explicou que as patologias no quadril pediátrico são comuns e que o quadro clínico pode incluir dor referida no joelho, regiões inguinal ou glútea, além de claudicação e quedas. A investigação inclui os exames tradicionais de imagem, mas tende-se a evitar a TC por causa da radiação. “A idade e o estado geral da criança são importantes pra estreitar o diagnóstico diferencial”, frisou. Reforçou que as patologias pediátricas do quadril são recorrentes e aconselhou avaliar a simetria e o alinhamento das epífises femorais, excluir artrite séptica e lembrou que a displasia do desenvolvimento deve ser ativamente pesquisada.

Neuropatias e outras patologias O módulo 5, Neuropatias e Outras Patologias, foi iniciado pelo Dr. Luís Pecci Neto, com a aula Impacto Ísquiotrocantérico e Outros Impactos Atípicos do Quadril – discorreu sobre o impacto isquiofemoral, subespinhal, iliopsoas/central, pélvico-trocantérico e pectíneo-foveal. Dr. Carlos Henrique Longo falou sobre Capsulite Adesiva do Quadril: Patologia ou Mito?. Ele especificou que se trata de uma patologia frequente, em que a articulação apresenta grande excursão de movimento, há a possibilidade de imobilização e é predominantemente primária. “É preciso procurar por sintomas de dor e limitação de movimento em exame praticamente normal, sinovite, espessamento capsuloligamentar e edema pericapsular”, aconselhou. Dor no Quadril do Atleta: o que é a Hérnia do Esportista e quais são os Achados de Imagem? foi outro tema liderado pelo Dr. Bruce Forster. Ele frisou que qualquer atividade espor-

tiva, mesmo não profissional, coloca o atleta em risco de sofrer lesões. Assim, falou sobre terminologia, estruturas envolvidas e lesão – aponeurose do reto comum; sínfise púbica – osteíte púbica; e avulsão do adutor. Dr. Fernando Bernardes Maia Diniz Ferreira abordou o tema Ressalto Intra e Extra-Articular Do Quadril: Como Avaliar?. Explicou que é possível dividir as disfunções dinâmicas entre ressalto e atrito. Forneceu a definição de atrito, mas expli-

cou que o ressalto geralmente está associado a algum grau de atrito ou fricção. “Os ressaltos acometem de 5% a 10% da população geral. Trata-se de um fenômeno sem sintomas, com desconforto significativo que impede atividades cotidianas e precisa de tratamento”, disse. Na sequência, o tema Estudo do Plexo Lombossacro por RM e Outras Neuropatias Compressivas do Quadril foi conduzido pela Dra. Denise Tokechi Amaral. Para falar sobre

síndrome de periforme, ela explicou que é preciso, no emaranhado de raízes, ter uma tabela com os nomes, origens e enervação. Assim, apresentou anatomia, correlação clínica e protocolos – sequências volumétricas, SEMAC/VAT, difusão e meio de contraste. Dr. André Wever é médico assistente do grupo de quadril adulto da Unifesp e falou sobre o tema Hérnia do Esportista e Impactos - Está Havendo um Diagnóstico Excessivo?. Explicou que, recentemente, diversos artigos têm falado sobre o fato de a sports hernia, como é chamada nos Estados Unidos, sofrer um hiperdiagnóstico. Disse, ainda, que há confusão de termos sobre a dor na virilha em atletas – muitos são usados. O mais comum aqui é “pubalgia atlética”, e a dor na virilha é o sintoma comum a todos. Discutiu o tratamento proposto e discorreu sobre a anatomia, considerada complicada na região, biomecânica,


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Discussão de casos: descontração e informação

etiologia. Comparou os tratamentos conservador e cirúrgico. Ao final, disse: “Sim, está havendo um diagnóstico excessivo e, mais do que isso, uma hiperindicação do tratamento. Aconselho todos a lembrar que a morfologia alterada não é um sinal de que o paciente apresente a síndrome dolorosa do impacto e que o ângulo alfa representa um número, e não um sintoma”. O sexto e último módulo teve duas aulas: Inter-relação entre Equilíbrio Sagital x Impacto Femoroacetabular x Artroplastia Total Quadril, pelo Dr. Flávio Duarte Silva, e A Radiologia Intervencionista tem Papel nas Doenças do Quadril - O Que Há de Novo?, pelo Dr. André Rosenfeld. Dr. Flávio afirmou que, para definir a relação da coluna com o acetábulo do quadril, há a bacia, e sua forma e curvaturas que vão determinar as características relevantes nesse tema. Explicou o ângulo de incidência pélvica e parâmetros variáveis, como inclinação sacral e versão pélvica. Também abordou os movimentos, explicando a dinâmica da bacia. Discorreu também sobre a prótese total do quadril. Dr. André avaliou a melhor técnica para guiar procedimentos no quadril e discutiu se a RM convencional é suficiente para dar diagnóstico de lesões intra-articulares no quadril, ou se a artro-RM seria ainda necessária. Também discorreu sobre os principais medicamentos nos tratamentos intra e periarticulares utilizando-se da terapêutica armada. “A infiltração do quadril deve sempre ser armada e a artro-RM continua sendo o melhor método para análise intra-articular do quadril”, reforçou. Indicou o Triancil como o corticoide de escolha para infiltrações intra-articulares. Informou que não é necessária a terapêutica armada nas infiltrações peritrocantéricas do quadril.

O último dia contou com a bem-humorada e interativa sessão de discussão de casos INTERMED do GERME, que apresentou casos da USP, EPM, Santa Casa e USP de Ribeirão Preto e foi moderada pelos Drs. Fabiano Nassar de C. Cardoso, Felipe Ferreira de Souza e Marcelo Novelino Simão, coordenadores do Germe, grupo de estudos da SPR desde 2015. Foram discutidos 12 casos, não apresentados com antecedência aos debatedores – eles tiveram acesso aos conteúdos durante o evento, em televisores espalhados, como todos os outros participantes. Estes, por sua vez, puderam preencher um formulário com seus palpites sobre os diagnósticos, entregue antes da discussão final do evento. O máximo de acertos entre os congressistas foi de sete diagnósticos e, dentre os que acertaram esse máximo, foi sorteado como vencedor o Dr. Francisco Pires. Ele recebeu uma inscrição gratuita para o GERME 2018, que terá como tema Joelho. Dr. Alexandre Salgado Boneti (à dir.) foi o ganhador do livro Diagnóstico por Imagem – Musculoesquelético: Traumatismo, sorteado entre os participantes e oferecido pela livraria LCM.

Dr. Bruce Forster: fortalecendo a aliança Brasil-Canadá Vindo da Universidade Columbia Britânica, do Canadá, diretamente para o Curso do GERME, Dr. Bruce Forster adorou a experiência: “Foi minha primeira viagem ao Brasil e foi fantástica. Pude conhecer São Paulo, apesar dos poucos dias. A comida é maravilhosa, e a temperatura foi um ótimo intervalo do inverno canadense. A melhor parte foi encontrar meus colegas radiologistas brasileiros”, afirmou. Ele considerou extremamente importante ter encon-

tros ao vivo como este com a chance para perguntas e discussões, e contando com a participação de profissionais da imagem e de áreas correlatas. “A organização foi de alto nível. Tudo começou na hora e as aulas de 15 minutos têm o tamanho correto para maximizar o aprendizado”, disse. Dr. Bruce tem como áreas de interesse mapa T2 de cartilagem, a patogênese e a biomecânica da aplicação femoral-acetabular, para a qual utiliza RM aberta em pé, e a doença patelo-femoral e a pato-

logia do mecanismo extensor. “Sou também muito interessado em qualidade em imagem médica, avaliação de desempenho do médico (com revisão de pares) e desenvolvimento de liderança em radiologia”, completou. Finalmente, o professor disse que espera que sua curta viagem ao Brasil fortaleça a ligação entre os radiologistas do Canadá e daqui: “Já recebemos alguns colegas em nossa Universidade, e espero que possamos aumentar essa troca educacional”.


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ECNR: Europa estende programa A Sociedade Europeia de Neurorradiologia (ESNR) e o Conselho Europeu de Neurorradiologia (EBNR) trouxeram à América Latina o seu principal curso: o European Course of Diagnostic and Interventional Neuroradiology teve sua versão latino-americana, denominada Module 1: Anatomy and Embryology realizada de 8 a 11 de fevereiro de 2017, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, e contou com a organização da SPR e da Sociedade Brasileira de Neurorradiologia (SBNR). O evento registrou 260 participantes, considerando-se professores – 225 inscritos. Na parte da manhã, foram apresentadas aulas expositivas, com os mesmos temas, qualidade e profundidade do curso original realizado na Europa. Nos períodos da tarde, os participantes foram separados em cinco salas, nas quais vinte duplas de professores apresentaram vinte workshops divididos nos quatro dias de evento. No último dia, foi aplicada uma prova, e e será fornecido um certificado de participação no curso.

Drs. Renato Mendonça, Antônio Rocha, Antônio Soares e Àlex Rovira durante a abertura oficial do curso

tornar o curso viável em São Paulo: “Tenho certeza de que todos vocês terão e verão grandes oportunidades de tudo o que será ensinado aqui”. Em seguida, Dr. Àlex Rovira, presidente da ESNR, foi convidado a se pronunciar: afirmou que era uma grande honra e prazer estar em São Paulo: “Queremos estender nosso programa educacional e consideramos que a América Latina é o lugar ideal para levar esta ideia adiante”.

Dr. Antônio Rocha, presidente da SBNR e do Conselho da SPR, deu as boas-vindas e agradeceu formalmente à ESNR, a todos os professores europeus e à SPR, que tornou esse sonho possível, pois, conforme explicou, seria inviável organizar este curso pela SBNR devido aos custos e estrutura exigidos. Dr. Antônio Soares, presidente da SPR, falou que as entidades envolvidas trabalharam muito para

Córtex cerebral e gânglios basais Dr. Charles Raybaund, de Toronto, Canadá, iniciou as aulas do primeiro dia com o tema Normal Brain Development and Myelination. Ele falou sobre cérebro e medula – notocorda e neurulação; cérebro posterior – o padrão entre craniocaudal e dorsoventral e o desenvolvimento das vias do líquido cefalorraquidiano; prosencéfalo – segmentação anterior, borda e antiborda, diverticulação, desenvolvimento do córtex e desenvolvimento da substância branca; e mielinização e vascularização. A segunda aula, também conduzida por ele, foi a chamada Embryology and Development of the Cerebral Cortex. Iniciou pela histogênese do cérebro, abordando celularidade – neurônios, astrócitos, oligodendrócitos e a migração de micróglia do saco embrionário com vasos. Falou, ainda, das zonas germinais. Ao abordar as malformações do desenvolvimento cortical, frisou: “Todas as células neurais derivam-se de cé-

lulas-tronco neuroepiteliais”. Falou sobre a proliferação e diferenciação, o fato de todas as células neurais migrarem de zonas germinais para seus alvos e sobre a organização do circuito neural com migração interneurônio tardia. Discorreu, também, a respeito da histogênese do cérebro posterior. Finalmente, concluiu que o conhecimento da genética do córtex cerebral se desenvolve continuamente; as nomenclaturas de malformação a possíveis resultados finais de diversos processos defectivos concordantes, na mesma ou por diferentes vias metabólicas, para a histogênese cortical; uma

mesma categoria de defeitos genéticos em padrões morfológicos diferentes, ainda que específicos, do córtex e/ou da substância branca e/ou dos gânglios basais; a histogênese cerebelar é completamente diferente, em seu processo e momento, da histogênese cerebral. Dr. Tarek Yousry, de Londres, Inglaterra, deu continuidade falando sobre Cortical Surface Anatomy. Abordou as subdivisões do córtex e a localização e identificação das funções primárias. Discorreu sobre a evolução histórica dos lóbulos por três décadas. Já em sua aula subsequente, Imaging Anatomy of the Basal Ganglia,

mostrou quais os componentes dos gânglios basais e onde está localizada a lâmina do núcleo lentiforme. Também discutiu como identificar o núcleo subtalâmico. Na terceira aula em série, Functional Anatomy of the Corpus Callosum, explicou: “Inicialmente, é preciso estudar os maiores tratos da matéria branca – vias de associação, vias comissurais e vias de projeção –, e tudo será abordado ao longo do curso, em outras aulas. Nesta, especificamente, focarei nas vias comissurais; ela conecta o córtex entre os hemisférios e a principal é a corpus callosum – exis-


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educacional à América Latina Anatomia funcional, pescoço e coluna vertebral

tem, ainda, a comissural anterior, a posterior e a de hipocampo”. Em resumo, chamou a atenção para a subdivisão topográfica por projeções corticais, a importante variabilidade interindividual, a base neuronal para a função e os déficits muitas vezes subclínicos, entre outros. Na sequência, a Dra. Cláudia Costa Leite, de São Paulo, falou sobre Anatomy and Imaging of Sellar-parasellar Region. Sua aula cobriu a anatomia e imagens do osso; hipófise, ou glândula pituitária (embriologia, anatomia, histologia, suprimento de sangue e achados de TC e RM); anatomia do hipotálamo; e anatomia dos seios cavernosos. “Tenham em mente a complexa anatomia dessa região, que compreende tecido glandular, tecido neural, vasos, estruturas das meninges e osso” aconselhou. Dr. Àlex Rovira, de Barcelona, Espanha, conduziu a aula CSF Hydrodynamics: Perivascular and Interstitial

Spaces. Ele definiu o líquido cefalorraquidiano (CSF) como um fluido corporal transparente e incolor – a filtração e a produção de secreção ocorrem em processos passivos e ativos. Lembrou que tem uma série de importantes papéis no cérebro: é um amortecedor para o córtex cerebral (proteção mecânica); homeostase do fluido; envia nutrientes para o tecido cerebral; e remove os produtos residuais do metabolismo celular. “Todas essas funções são totalmente dependentes do fluxo apropriado do CSF, desde seus locais de produção aos de absorção”, ressaltou.

As três primeiras aulas do segundo dia de evento foram centradas em anatomias funcionais e comandadas pelo Dr. Tarek Yousry – a primeira, intitulada Functional Anatomy of the Cerebellum, mostrou que o cerebelo ocupa 10% do total do volume do cérebro. O professor exibiu uma folha cortical sobre núcleos de saída e fez uma desdobragem do córtex cerebelar, dividindo-o em arqui, paleo e neocerebelo. “O cerebelo utiliza retorno interno e externo para ajustar resultados para um bom controle, e a adaptação e o aprendizado são mecanismos chave para atingir a acurácia. O mesmo princípio se aplica a todos os domínios – motor, cognitivo, emocional – e a patologia leva à assimetria de movimento, pensamento e emoção”, explicou. Em seguida, abordou o tema Functional Anatomy of the Association Tracts – relembrou o dia anterior, quando citou os tratos da matéria branca, e especificou que esta aula falaria das vias de associação. “Elas conectam o córtex entre os hemisférios e seus principais tratos são: longitudinal superior F, fascículo uncinado, trato frontal oblíquo, fascículo longitudinal inferior e fascículo fronto-occipital inferior”, afirmou. A terceira aula foi a Anatomy and Functional Anatomy of the Limbic System, a qual ele iniciou questionando a expressão “sistema límbico” – como defini-lo, afinal? “Temos o lóbulo límbico, o córtex límbico, a função límbica, e tudo está claro, mas como explicar o sistema límbico? Ele é mais obscuro, trata das emoções, então gera muita confusão, pois é mais difícil de ser trabalhado – a parte motora, por exemplo, pode ser testada, mas e a emocional?”, questionou. Dr. Rovira assumiu a aula subsequente, Oro-Pharyngeal Apparatus: Development and Anomalies. Começou dizendo que, após três aulas incríveis do Dr. Yousry, todos teriam que “voltar à Terra” e que falaria,

então, de algo muito mais importante do que o cérebro: “o pescoço”, provocando risos da plateia. Sua aula cobriu embriologia, anomalias do arco (defeitos isolados e sindrômicos), anomalias das bolsas faríngeas e anomalias da fenda. Discutiu, com a plateia, casos de cisto da terceira e quarta fendas branquiais. No fim, especificou que a massa cística no pescoço pode estar na linha média anterior; na lateral do pescoço (perto da EAC/parótida; anterior ao SCM e posterior ao SMG; e no triângulo posterior); e reforçou que uma infecção ou um cisto tireoidianos recorrentes podem ser cisto da terceira ou quarta fenda branquial ou ainda seio sinusal. Dr. Rovira continuou com a palestra Head and Neck Lymph Nodes, apresentando o sistema linfático, órgãos linfáticos (nódulos), disseminação linfática de células cancerígenas e a classificação baseada em imagem. Dr. Pedro Vilela, de Lisboa, Portugal, assumiu as duas aulas subsequentes. Em Anatomy and Neuroimaging Techniques of the Cerebral Circulation, ele falou sobre anatomia vascular (anatomia vascular arterial intracraniana) e técnicas de neuroimagem. Subdividiu a anatomia vascular em artéria carótida interna e sistema vértebro-basilar. Já na aula Anatomy of the Vertebral Column, ofereceu um completo panorama da região: descreveu a anatomia geral da coluna (ossos, juntas, ligamentos, músculos e nervos) e discutiu sobre a anatomia regional específica – junção crânio-vertebral, espinha cervical, espinha torácica, espinha lombar e sacro e cóccix. Dr. Charles encerrou as aulas da manhã falando sobre Embryology of the Spine and Spinal Cord. Apresentou inicialmente as regionalizações do sistema nervoso central, além da terminologia anatômica, para então falar sobre as etapas de desenvolvimento.


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“O curso é muito bom, estou muito contente. As aulas da manhã são muito boas, preparadas para que todos os níveis de participantes entendam. Gostei muito das aulas de anatomia do Dr. Tarek Yousry. A condução dos workshops também está muito boa e fiquei feliz com o desempenho dos professores latino-americanos. A possibilidade de participarmos, de discutirmos nos workshops nos ajuda muito depois na prática diária. É bom o equilíbrio de absorver muito conteúdo pela manhã e, à tarde, podemos discutir, trocar ideias.”

“O conteúdo do curso é bem extenso, as aulas são longas, pois é um curso que procura esgotar o assunto. Trata-se de muita informação, muito conteúdo. As aulas são muito boas, com professores renomados, mas acaba cansando um pouco pela duração. Talvez segmentar um pouco ajudaria. Para os workshops, acho que as turmas ficaram grandes; acaba gerando certa dificuldade de vermos todos os slides de forma completa. Além disso, pela quantidade de pessoas, fica difícil todos participarem e acaba inibindo ter que falar em frente de tanta gente. A apresentação dos casos sempre acrescenta muito, o conteúdo é muito bom. A dinâmica entre os professores também é bem heterogênea – alguns trabalham em dupla, outros insistem mais na participação da plateia.”

Dra. Maria Mercedez Serra Hospital Fleni – Buenos Aires, Argentina

Dr. Leonardo Avanza, Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) – Vitória, ES

Faringe, glândulas salivares, órbita e cavidade nasal Dr. Bernhard Schuknecht, de Zurique, Suíça, iniciou a terceira manhã do curso com a aula Anatomy of the Oral Cavity, Pharynx and Larynx. Primeiro, apresentou a divisão anatômica da faringe, e deu continuidade demonstrando a relação espacial entre a nasofaringe, para, então, detalhar a cavidade oral. Demonstrou lesões da parafaringe. Explicando a transição entre a parafaringe para a hipofaringe, descreveu todos os sublocais desta. Finalmente, fez a descrição da subdivisão anatômica da laringe e abordou a embriologia e anatomia da glote e subglote. Na aula subsequente, Salivary Glands, Thyroid and Parathyroid Anatomy, iniciou falando sobre o espaço da parótida, seu conteúdo (tecido, ducto, plano do nervo fácil e linfonodos), e, em seguida, abordou as lesões da parótida. Também descreveu as glândulas submandibular e sublingual e seus conteúdos, reforçando a importância de seus conhecimentos, para abordar então as patologias mais comuns da região. Demonstrou, na sequência, variações anatômicas, e entrou nos temas da tireoide e paratireoide – discorreu sobre a embriologia e anatomia. Dr. Renato Mendonça, de São Paulo, conduziu a aula Orbit – iniciou pela embriologia, descreveu malformações como a coloboma, discutiu um caso da Síndrome CHARGE e outro de persistência de vítreo primário hiperplásico (PHPV) e discor-

reu sobe o descolamento de coroide e de retina, entre outros. Dr. Bernhard Schuknecht, de Zurique, Suíça, falou sobre Paranasal Sinuses and Nasal Cavity. Abordou as técnicas de TC para obter imagens dos seios paranasais e descreveu o protocolo de Zurique. Falou sobre o tratamento descongestivo tópico e especificou: “A TC fornece a imagem padrão ouro para avaliação de doença inflamatória da mucosa dos seios”. Demonstrou com detalhes como posicionar o paciente para o exame. “É importante entender o canal infraorbital, especialmente para pacientes que são direcionados à cirurgia”, disse. Falou sobre a inserção do septo interesfenoide e descreveu abordagens endoscópicas para a cirurgia do seio frontal – demonstrando a anatomia do seio frontal. Dr. Bernhard conduziu mais duas aulas: na Anatomy of Cranial Nerves, começou falando do sistema olfativo

e lembrou que o primeiro nervo cranial é puramente sensorial. Em seguida, abordou a anatomia dos nervos ótico, oculomotor, troclear, trigêmeo, facial, vestibulococlear, glossofaríngeo e hipoglosso. Na seguinte, Temporal Bone: Anatomy and Developmental Anomalies, descreveu detalhadamente a anatomia do osso temporal – especificando sua divisão em epitimpano, mesotímpano e hipotímpano – e sugeriu um checklist para a compreensão dessa anatomia. Falou sobre os ossículos, a anatomia do labirinto e a cóclea. Abordou a deiscência dos canais semicirculares e discutiu a síndrome do aqueduto vestibular alargado. Discorreu sobre a etiologia da deficiência auditiva congênita abordando as malformações. O Dr. Vitor Mendes Pereira, de Toronto, Canadá, assumiu as duas últimas aulas da sexta-feira: Embryology of the Vascular System e Anatomy

and Imaging Techniques of the Extracranial Neck Vessels. Na primeira, discorreu sobre a importância da embriologia do sistema vascular – “essencial para entender as malformações vasculares do cérebro, a natureza congênita dessas malformações, doenças e suas aparências angiográficas e complicações”. Diferenciou a formação de artérias e de veias e falou sobre a Síndrome de Sturge Weber. Descreveu o desenvolvimento vascular, considerando a embriologia molecular, e depois falou sobre as variantes das artérias do ouvido médio. Para o segundo tema, fez uma abordagem diferente das veias de cabeça e pescoço: “Para abrir os olhos de vocês para a parte embriológica, ao invés de descrever a origem da anatomia, vamos vê-la de uma perspectiva metamérica”, afirmou, apresentando uma tabela que mostrava que, de diferentes metaméricas, surgem artérias e veias.


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“Aulas excelentes, com alto nível científico. Muito boa a oportunidade de termos aulas com professores da comunidade europeia, com quem geralmente temos menos contato. Acho que a plateia pode ter tido uma participação tímida nos workshops devido ao fato de não termos a cultura no Brasil de fazer esse tipo de atividade.”

“Laudo muita tomografia e raios X de crânio, e o curso está sendo muito bom – para mim, está até além do que eu preciso, pois não sou especificamente da área de neuro, mas estou gostando muito. O conteúdo é bem abrangente. As explicações dos professores são muito boas; tenho dificuldade em entender o espanhol, mas ainda assim está sendo ótimo. Quanto aos workshops, algumas sessões apresentaram muita teoria, e acho que deviam ser apresentados mais casos. Mas o curso como um todo está muito bom e dentro do esperado!”

Dra. Sara Reis Teixeira Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Ribeirão Preto, SP

Dra. Priscila Kalil, Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico (FIDI), Hospital Paulista – São Paulo, SP

Vascularização, técnicas de perfusão e difusão A programação científica e o quórum do último dia do curso mantiveram a qualidade e o padrão dos dias anteriores, permitindo um encerramento em alto nível e um programa intensivo, que exigiu bastante de professores e participantes. Na manhã, reservada às aulas teóricas, coube ao Dr. Vitor dar início aos trabalhos. O tema por ele apresentado foi Spinal Cord Vascularization. Anatomy and Imaging. Falou sobre anastomoses – tipo de comunicação natural direta ou indireta, que pode ser entre dois vasos sanguíneos, entre dois canais de mesma natureza, nervos ou mesmo fibras musculares – e de sua importância. “Quando falamos de medula espinhal precisamos pensar sempre nos espaços. Temos diferentes tipos de lesões que ocorrem nestas cavidades”, orientou. Em seguida foi a vez da Dra. Christiane Monteiro de Siqueira Campos, de São Paulo, destrinchar questões pertinentes à anatomia do sistema venoso. A neurocirurgiã do Hospital Beneficência Portuguesa esmiuçou de maneira bastante direta e assertiva pontos-chave de sua temática, desde o desenvolvimento venoso pós-nascimento ao sistema nervoso profundo, passando também pelas Anomalias do Desenvolvimento Venoso (ADV), consideradas atualmente as mais comuns malformações vasculares cerebrais. As aulas seguintes trouxeram o que há de mais atual a respeito das

técnicas de perfusão e difusão por ressonância magnética, espectroscopia (MRS) e ressonância magnética funcional. A primeira ficou a cargo do Dr. Antonio Carlos Martins Maia Junior, da Santa Casa de São Paulo. Didaticamente, começou apresentando como a perfusão é definida e medida e diferenciando fluxo e volume sanguíneo cerebral. Depois, elencou as três principais técnicas básicas de aquisição da perfusão por RM: Dynamic Susceptibility Contrast (DSC), Dynamic Contrast Enhanced (DCE) e Arterial Spin Labeling (ASL). Nesta última, isenta de contraste, as imagens são baseadas na marcação das moléculas de água no sangue arterial a partir da aplicação de uma onda de radiofrequência apropriada. Na sua vez, coube ao Dr. Emerson Leandro Gaspareto, de São Paulo, falar sobre imagem pon-

derada de difusão (DWI) e imagem por tensor de difusão (DTI), abordando aspectos técnicos, aplicação clínica, futuro da técnica e pós-processamento. “Não se avalia imagem avançada sem ter antes uma ótima avaliação da imagem convencional. A imagem avançada é um complemento da convencional”, destacou. O tema subsequente foi Espectografia (MRS), sob a responsabilidade do Dr. Leonardo Modesti Vedolin. O especialista da Dasa de São Paulo optou por uma abordagem bem direta, fazendo uma análise dos dados gráficos possíveis com o método, que, pela sua complexidade, exigiu a atenção plena dos presentes. Segundo Dr. Vedolin, há uma grande quantidade de doenças que o radiologista pode ajudar o geneticista na abordagem diagnóstica, fazendo uso da espec-

tografia, como no caso da síndrome da deficiência de creatinina e desordens do ciclo da ureia. “Para mim, o nicho de aplicação desta técnica é tumor, que parece que está caindo um pouco, sendo preciso testar mais. No entanto, ainda tem muito espaço para as doenças metabólicas, porque essa é a base do método”, ressaltou. Para encerrar o último módulo teórico do curso, coube ao Dr. Edson Amaro falar mais profundamente sobre ressonância funcional, ensinando como dar um laudo empregando o método, os cuidados que se tem de tomar e o seu emprego na avaliação de tumores. Enfim, depois de uma maratona de aulas e workshops, todos os participantes já estavam prontos para colocarem seu conhecimento à prova diante do exame final relativo ao módulo recém-concluído.


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Impressões dos professores Dr. Tarek Yousry “Leciono neste curso na Europa há 15 anos. Esta é a primeira vez em que ele é realizado fora da Europa, e estou muito bem impressionado. Não esperava tantos participantes – e sei que houve uma lista de espera, então há um desejo das pessoas de participar. Está muito bem organizado. Acho importante obtermos a impressão dos congressistas depois do curso para podermos melhorar cada vez mais. Mas, sem dúvida, já começamos em um nível muito alto. Dos cinco workshops que ministrei no primeiro dia, dois tiveram respostas ótimas da plateia; os demais, menos participação – acredito que por serem profissionais muito jovens, residentes ainda, o que os faz tímidos. Eu era assim; não queria me expor em público quando jovem. Talvez a diferença de idiomas também impacte aí – nos workshops, não há tradução simultânea. É importante a participação de todos, mas de forma confortável. Esclerose múltipla, imagem funcional e tumores são os meus principais temas de interesse. Ultimamente, tenho trabalhado com doenças neuromusculares – patologias em que há inflamação dos nervos ou dos músculos – e tanto neurorradiologistas como reumatologistas podem tratá-las. Na neurorradiologia, acredito que precisamos entender melhor em que locais no cérebro os sentimentos estão representados. Até há pouco tempo, um paciente com problemas de sentimentos era considerado um caso de psicoanálise. Porém, há mudanças no cérebro que afetam como a pessoa se sente. Se o paciente chega com certa combinação de problemas, é importante entender o que acontece, qual é a causa disso. Então, os

neurorradiologistas estão focando mais em questões multissensoriais. É difícil, porque não é algo concreto. A questão da saúde mental está se aproximando muito da neurorradiologia. É excelente ver este curso acontecendo e ter a colaboração entre a Europa e a América Latina, um ótimo começo. Devemos pensar nos próximos passos – como ter as pessoas participando do evento e obtendo treinamento nos dois continentes.” Dr. Tarek Yousry, professor de neurorradiologia no UCL Institute of Neurology, chefe do departamento de neurorradiologia no National Hospital for Neurology & Neurosurgery e chefe da divisão de neurorradiologia e neurofísica. Chefe do Comitê Diagnóstico da ESNR.

Dr. Pedro Vilela “Pelo menos há dez anos, venho participando do curso como palestrante na Europa. Os participantes daqui são diferentes dos da edição na Europa – encontrei pessoas aqui com formação mais avançada em neurorradiologia, já especialistas, e lá muitos dos participantes são residentes. Quando o curso foi implantado lá, também era assim, e com o tempo o perfil do público mudou, e o curso se tornou de formação para os residentes. O fato de ter essa plateia diferenciada é muito bom. Acho que podíamos ter mais interação dos congressistas, mas esta é uma questão que envolve a confiança das pessoas. Este foi apenas o primeiro módulo; talvez isso mude no futuro, quando as pessoas conhecerem melhor os professores. Este ano, termina minha gestão como presidente da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia. Conseguimos bons avanços – fizemos reu-

niões conjuntas com as Sociedades Espanhola e Paulista da especialidade, tivemos há dois anos o congresso especial de 25 anos de nossa sociedade, e este anos vamos comemorar o 90º aniversário da primeira angiografia cerebral. Fechamos parcerias científicas com universidades, sobretudo na área de física médica, essencial para nossa formação – entender como funciona uma ressonância magnética, uma tomografia. Vejo a radiologia e a neurorradiologia expandindo-se muito nos próximos anos. Hoje, a imagem é essencial para o diagnóstico; somos uma pedra essencial nos hospitais e na investigação científica. Deixo os meus parabéns à direção da SPR e da SBNR por trazerem este curso para cá; é uma aprendizagem mútua entre os europeus e os sul-americanos.” Dr. Pedro Vilela, diretor de neurorradiologia do Hospital Beatriz Ângelo em Lisboa, Portugal, e presidente da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia.

Dr. Àlex Rovira “Estou muito satisfeito com este evento; a organização está perfeita, e é difícil organizar um evento conjunto. Também estou pela quantidade


EVENTOS SPR • 25

de participantes – inicialmente, achei que teríamos uns cem participantes, mas tivemos mais do que o dobro e cerca de 60 pessoas na lista de espera. Ou seja, chegaríamos a 300 se tivéssemos espaço e estrutura suficientes, que é o número de participantes da edição europeia. A participação das pessoas, especialmente nos workshops, foi um pouco variável. Entendo que existe uma barreira linguística – seria ideal se todos pudessem se expressar livremente em seu idioma de origem. O segundo módulo já está confirmado aqui em São Paulo. Nós, da ESNR, temos interesse em buscar também outras regiões para expandir este curso, o que permita envolver grupos de médicos de mais países. Consideramos o Brasil em primeiro lugar, pois entendemos que, além dos brasileiros, conseguiríamos trazer pessoas da Argentina, Chile, como aconteceu. Este primeiro módulo é mais conceitual. Este curso integra todos os aspectos diagnósticos e terapêuticos, de adultos e pediátricos, da neurorradiologia, que é uma área muito extensa. As próximas edições, que vão tratar de patologia muscular e tumoral, trarão temas muito inovadores quanto a terapias e diagnósticos.” Dr. Àlex Rovira, chefe de neurorradiologia e diretor de ressonância magnética do Hospital Universitari Vall d’Hebron em Barcelona, Espanha, e presidente da Sociedade Europeia de Neurorradiologia.

Dra. Claudia Leite “O nível das apresentações teóricas foi excelente; os conteúdos são apresentados com profundidade. Já a ideia dos workshops é provocar a discussão, o debate com os participantes. No início das sessões, achei todos mais tímidos, mas com o passar do tempo as pessoas foram ficando mais à vontade para se expor. Com as opiniões de todos, a

conversa flui melhor e você consegue realmente enriquecer a discussão. De qualquer forma, é um aprendizado para nós, que conduzimos as aulas, e para os congressistas. Gostei muito da estratégia de unir professores brasileiros e latinos nos workshops; as aulas teóricas são em inglês, mas quando chega o momento das discussões, se as pessoas ficam tímidas em falar em inglês, elas têm mais liberdade em perguntar em seus idiomas pela presença desses professores.” Dra. Claudia Leite, professora do departamento de radiologia e oncologia da FMUSP; coordenadora de aprendizado e pesquisa no InRad, do Hospital das Clínicas da FMUSP; coordenadora de pesquisa de Imagem Diagnóstica do Hospital Sírio-Libanês; e neurorradiologista no Grupo Fleury.

Dr. Charles Raybaud “O curso foi notavelmente bem organizado, no ambiente adequado, amigável e com um nível educacional muito elevado. Lecionei no curso original desde a sua primeira sessão, em 1984 (em Toulouse, França) até 1999 (na ilha de Maiorca), na Basileia, Suíça, de 2005 a 2008, e novamente em Roma, em 2010. Já fui responsável por sua organização em Marselha/ Córsega em 1992. Também criei um curso similar em Neurorradiologia Pediátrica em 1995, e venho dando aula nele desde então. É muito importante levar um curso como este a outros continentes. Proporciona uma prática profissional comum para todos e permite que os indivíduos se misturem e se conheçam. Um curso semelhante em Neurocirurgia Pediátrica da ESPN, criado em Marselha em 1986, é hoje organizado na América Latina e na Ásia todos os anos, bem como na Europa, e também promove uma prática profissional comum e intercâmbios pessoais.

Minhas áreas de estudo são desenvolvimento do cérebro em idade fetal e pediátrica e como uma doença afeta este desenvolvimento em crianças. Dentre os estudos que temos desenvolvido recentemente, há muitos que devem ser compartilhados – perspectivas genéticas sobre as malformações cerebrais; nova percepção dos tumores cerebrais; e resiliência do cérebro hidrocefálico, entre outros.” Dr. Charles Raybaud, professor do departamento de diagnóstico por imagem da Universidade de Toronto e chefe de neurorradiologia do Hospital for Sick Children, em Toronto, no Canadá.

Dr. Bernhard Schuknecht “Foi um curso muito bem conduzido e de alto nível com participação ativa dos radiologistas nos workshops. Foi perfeitamente organizado com hospitalidade e cuidados oferecidos pelo comitê organizador. Leciono na edição europeia desde 2000. Acho muito importante levarmos este curso a outros continentes para a troca de conhecimento, experiências de trabalho, ideias e também para fazer novos amigos. Atualmente, minhas áreas de interesse são base craniana, cabeça e pescoço, articulação temporomandibular, epilepsia, imagens de tumores cerebrais e doença inflamatória desmielinizante. Em estudos recentes, tenho visto técnicas de RM funcionais, como perfusão e difusão de sangue, e imagens de alta resolução com bobinas de cabeça 3T e de canal alto, além de hidropsia em pacientes com vertigem e deficiência auditiva.” Dr. Bernhard Schuknecht, chefe de neurorradiologia vascular e neurorradiologia intervencionista e imagem de cabeça e pescoço do Medical Radiological Institute Zurich. Membro do Conselho Executivo da Sociedade Europeia de Neurorradiologia.


26 • EVENTOS SPR

Workshops: apaixonados por casos Quer prender a atenção de um radiologista? Apresente um bom caso clínico para ele estudar. As salas dos workshops, realizados sempre na parte da tarde, estavam cheias de profissionais extremamente atentos. A estrutura de aula era praticamente a mesma nas cinco salas – dois professores (europeus, brasileiros ou latino-americanos) por sala que repassavam um pouco de teoria, quando preciso, e abriam os casos para discussão. Os alunos eram chamados a descrever achados das imagens apresentadas. Depois, havia situações em que os professores falavam inclusive sobre como detalhar – ou da ausência dessa necessidade – características específicas nos laudos. O evento reforçou a importância de o radiologista falar mais do que o seu idioma de origem: apresentações e discussões em português, espanhol e inglês se mesclaram, e certamente os profissionais com um conhecimento mínimo das línguas obteve melhor aproveitamento.

SORTEIO Durante o evento, a Editora Elsevier, em parceria com a Livraria Ciências Médicas, sorteou um exemplar do livro Encéfalo, da Série CBR. A ganhadora foi a Dra. Juliane Ely.

Confira os temas discutidos nos vinte workshops apresentados: • Fetal MRI: CNS Malformations; • Anomalies of the Hypothalamic-Pituitary Axis; • Craniovertebral Junction Malformations; • Posterior Fossa Malformations; • Identification of Cortical Structures; • Malformations of Cerebral Cortical Development; • Supratentorial Malformations in Systemic or Genetic Diseases; • Spine and Spinal Cord Malformations; • Craniofacial Vascular Malformations (and Related Neurocutaneous Syndromes); • Classification of Brain AVMs; • Head and Neck Malformations; • Cranial Dural Vascularization and Dural AVFs; • Cranial and Craniofacial Malformations; • Dangerous ECA-ICA Anastomoses; • Orbital Malformations; • Value of Advanced MR Imaging in Children; • Spinal cord AVM. Classification; • Inherited White Matter Diseases; • Inner Ear Abnormalities; • Developmental Venous Anomalies and Cavernomas.

Participantes deste 1º módulo têm preferência na inscrição para o 2º

SPR GLOBAL

Faça parte da Sociedade Europeia de Neurorradiologia Dr. Àlex Rovira, presidente da ESNR, convidou todos a se tornarem membros da entidade, o que pode ser feito pelo site www.esnr.org. Fundada em 1969 na França, foi refundada em 2008, na Suíça, onde fica hoje sua sede. Conta com 1.311 sócios e 2.800 sócios institucionais, em 25 países. Dentre seus objetivos, está promover e aprimorar a pesquisa em

neurorradiologia, oferecer cursos, workshops e outras atividades educacionais e promover a interação com outras organizações correlacionadas em todo o mundo – o que já tem sido feito com a Sociedade Brasileira de Neurorradiologia (SBNR). A ESNR fundou o Conselho Europeu de Neurorradiologia (EBNR), o que permitiu expandir sua liderança em certificação na área.

O 2º módulo do curso já está agendado: será de 21 a 24 de fevereiro de 2018, no Hotel Maksoud Plaza, e o tema será CNS Tumors. A abertura de inscrições será divulgada em breve. Os participantes desta primeira edição terão preferência nas inscrições para a segunda.

Não perca: o 40º Congresso Anual da ESNR, presidido pela Professora Pia Sundgren, será de 14 a 17 de setembro em Malmö, Suécia.

Cobertura do Congresso Europeu De 1º a 5 de março, a Sociedade Europeia de Radiologia (ESR) apresentará o Congresso Europeu de Radiologia (ECR 2017) em Viena, na Áustria. A SPR estará presente com um estande para divulgar suas atividades e eventos entre os brasileiros e estrangeiros que lá estiverem. Confira a cobertura do congresso na próxima edição do Jornal da Imagem.


NOTÍCIAS SPR • 27

Edição 463 – Março de 2017

SPR inova com projeto Casos da Semana: participe! Novidade deste ano, a entidade apresenta o Casos da Semana SPR, que passará a disponibilizar aos membros semanalmente, na sua área restrita, dois casos clínicos com um desafio diagnóstico cada. O objetivo é atender a demanda de estudos de casos, atividade científica da SPR considerada um modelo pedagógico eficiente no ensino da Radiologia. O estudo de casos é o principal modelo das reuniões dos Grupos de Estudos, Clube Roentgen, Clube Manoel de Abreu, Encontro de Residentes e Aperfeiçoandos da SPR e das sessões interativas da JPR, entre outros eventos. Ao estudar um caso, o radiologista participa de um desafio e aprimora seu conhecimento, aprendendo com a dificuldade real e

com o ponto de vista de outros colegas e serviços e permitindo-se concluir que não há respostas prontas, certas ou erradas no Diagnóstico por Imagem. Este novo projeto será composto por casos que fazem parte do acervo, devidamente confiados à SPR pelos seus autores para finalidade didática. Eles serão selecionados pelo departamento de Educação Digital da SPR e entregues a tutores designados pelos coordenadores de cada Grupo de Estudos para validação didática e revisão do conteúdo.

Como funciona?

Os casos serão publicados exclusivamente na Área Restrita do site da SPR, no item ‘Aprendizado’, e

somente os membros da SPR, em dia com sua anuidade, terão acesso. Serão divididos em três partes: I. Dados do autor/instituição de origem, história clínica e imagens; II. Pergunta objetiva de múltipla escolha contendo o aprendizado central sobre o diagnóstico do caso; III. Discussão objetiva contendo uma mensagem concisa em resposta à pergunta formulada. Após este parágrafo, serão listados os pontos-chave sobre o diagnóstico da condição/doença apresentada, além da revisão bibliográfica. Depois de assistir à primeira parte do caso, surgirá uma pergunta objetiva sobre o caso para o participante, que terá a opção de responder à pergunta ou retornar à primeira parte

da apresentação, caso sinta a necessidade de esclarecer alguma dúvida. Ao chegar à parte final, a discussão do caso será exibida, esclarecendo a partir da resposta a questão previamente formulada. Se o membro acertar o diagnóstico do caso, receberá uma pontuação, que será somada ao número de pontos dos casos passados e a dos que virão posteriormente. A intenção da SPR com essa pontuação é que, ao final de um ciclo de casos, os membros melhor pontuados possam concorrer a prêmios oferecidos pela entidade. Os dois primeiros Casos da Semana serão publicados no dia 6 de março. Acesse a Área Restrita e aproveite mais esse benefício de ser um membro SPR!

2012, a SPR tem investido em tecnologia de educação a distância (EaD), buscando dessa forma levar o conhecimento ao alcance de seus associados mais distantes, residentes no interior do Estado ou fora dele, ou mesmo àqueles que residem na Capital, mas, que por dificuldades de locomoção e acesso aos locais de realização das reuniões científicas, ficavam impossibilitados de participar e usufruir das atividades promovidas pela entidade.

Depois de comemorados esses 49 anos, a partir do mês subsequente a Sociedade iniciará a organização para as celebrações de seus 50 anos, que serão completados em 2018. A diretoria e a equipe da SPR estão trabalhando para definir as ações que serão envolvidas nessa comemoração. Assim, a partir do próximo mês, muitas novidades começarão a ser divulgadas – aguarde!

SPR completa 49 anos Neste mês de março – mais especificamente no dia 3 –, a SPR completa 49 anos. A entidade foi fundada em 1968, na cidade de Jaú, interior de São Paulo. Atualmente, congrega mais de 5.500 associados, cobrindo todas as áreas de Diagnóstico por Imagem. Integrada ao Departamento de Diagnóstico por Imagem da Associação Paulista de Medicina (APM) e filiada ao Colégio Bra-

sileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), a SPR, representada pelos seus presidentes, tem se dedicado ao longo desses anos especialmente à defesa aos radiologistas, ao desenvolvimento científico e a dinamização da especialidade, dentro dos mais altos princípios do profissionalismo. Com a preocupação de atender os seus associados além das fronteiras da cidade de São Paulo, desde o ano de


28 • NOTÍCIAS

Jovens participam da prova de residência e aperfeiçoamento Em 29 de janeiro, 1.922 candidatos, sendo 668 da Grande São Paulo e 242 de Ribeirão Preto-SP, realizaram a XVIII Avaliação Anual dos Residentes e Aperfeiçoandos em Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Já 86 foi o número de inscritos para o VII Exame Anual de Aperfeiçoandos em Ultrassonografia. Organizado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), as provas foram realizadas em 12 cidades – além das duas paulistas, onde a SPR colaborou organizando, também em Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). De acordo com o Dr. Manoel de Souza Rocha, presidente do CBR,

a entidade acredita ser importantíssima a formação de radiologistas, e o incentivo a novas residências na área. Entre os objetivos da prova está o auxílio na formação dos participantes, qualificação dos programas de residência reconhecidos pelo Ministério da Educação, os cursos de aperfeiçoamento credenciados pelo CBR e a importância do ensino-aprendizagem em determinadas áreas.

Anote: cadastro para 2018 Estarão liberados da avaliação teórica do Exame de Suficiência para Concessão do Título de Especialista ou Certificado de Área de Atuação do CBR em 2017: • Aqueles que realizaram o exame de nível 3 em Radiologia e Diag-

nóstico por Imagem e conquistaram nota mínima de 7 na média aritmética das três provas; • Quem fez a prova de nível 2 em Ultrassonografia, e obteve média idêntica ao concluir as duas provas. Nestes dois casos, é necessário fazer a inscrição para a prova de Tí-

tulo/Certificado no site do Colégio (www.cbr.org.br). Para participar da primeira avaliação no próximo ano, os pós-graduandos novatos, nível 1, precisam se cadastrar no site do CBR (www.cbr. org.br/residenciaaperfeicoamento), de 1º de março a 30 de abril.

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O CONTRASTE DA VIDA Bayer, sinônimo de inovação, tem como um de seus princípios propiciar ciência para uma vida melhor. Na área de diagnóstico, é pioneira em meios de contraste para raios-X, tomografia e ressonância magnética. No Brasil, introduziu o conceito de contraste órgão-específico, visando diagnósticos mais precoces de forma não-invasiva de patologias hepáticas focais. Do diagnóstico ao tratamento, a Bayer oferece soluções que contribuem para um cuidado diferenciado de seus pacientes.

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NOTÍCIAS • 29

Edição 463 – Março de 2017

Exame Cremesp: mais da metade dos médicos é reprovada em SP De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), de 2.677 recém-formados em cursos de Medicina que prestaram o seu exame em 2016, 1.511 (56,4%) não alcançaram a nota mínima, pois acertaram menos de 60% das 120 questões da prova. O resultado do Conselho aponta que o número representa queda de

8,3%, em relação a 2015, quando o índice de reprovação foi de 48,1%. Os dados também mostram que 80% não souberam interpretar uma radiografia e erraram a conduta terapêutica de paciente idoso. Em nota à imprensa, Dr. Bráulio Luna Filho, diretor do Cremesp e coordenador do exame, disse que é necessário as escolas médicas promoverem melhorias nos méto-

dos de ensino e ter mais rigor no sistema de avaliação. Exceto em 2015, nos últimos dez anos o índice de reprovação ficou acima de 50%. “Portanto, mais da metade dos novos médicos insere-se no mercado de trabalho sem conhecimentos básicos de situações cotidianas do atendimento”, comentou o diretor. O Cremesp exige que os alunos acertem mais de 60% das 120 ques-

tões da prova para serem aprovados. Nessa última avaliação, apenas 43,6% dos 2.766 participantes atingiram essa pontuação. De 46 escolas médicas do Estado de São Paulo, 30 foram avaliadas. O porcentual de reprovação aumentou tanto nas escolas privadas – de 58,8% em 2015 para 66,3% em 2016 – como nas públicas – subiu de 26,4% para 37,8%.

Eleita a nova diretoria da SRad-RJ A Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro (SRad-RJ) elegeu, na Assembleia Geral da Associação de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Estado do Rio de Janeiro, uma nova diretoria para o biênio 2017/2018. Entre os nomes, os Drs. Leonardo Kayat Bittencourt foi escolhido como Presidente e Hilton Augusto Koch, Secretário Geral.

• Neurorradiologia: Celso Hygino • Mama: Fabioloa Procaci Kestelman • Radiologia Pediátrica: Pedro Daltro • Radiologia Cardiovascular não Intervencionista: Amarino de Oliveira Junior • Medicina Nuclear: Claudio Tinoco • Coordenador da Reunião N. Caminha: Luiz Fernando Schwinden de Souza COMISSÕES

Confira a composição do novo grupo: • Presidente: Leonardo Kayat Bittencourt • Secretário Geral: Hilton Augusto Koch • Tesoureiro: Roberto Cortes Domingues • 1º Secretário: Antonio de O. Siciliano • Diretor Científico: Alessandro Severo Alves de Melo • Diretor de Defesa Profissional: Carlos Alberto M. de Souza

Diretoria empossada para o biênio 2017/2018

VICE-PRESIDÊNCIAS • Vice-Presidente CBR-RJ: Alair Augusto S. M. D. dos Santos • Radiodiagnóstico: Walter de Assis Melo • Ultrassonografia: Suzana Aquino Cavallieri • Tomografia Computadorizada: Mauro Esteves • Ressonância Magnética: Antonio Luiz Eiras de Araújo • Radiologia Vascular Intervencionista: Henrique Salas Martins

Presidente empossado da Sociedade de Radiologia do Rio de Janeiro, Dr. Leonardo Kayat Bittencourt, Presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia, Dr. Manoel Rocha, ex-Presidente da SRad-RJ e atual secretário geral, Dr. Hilton Koch, e Presidente do CREMERJ, Dr. Nelson Nahon

• Admissão e Sindicância: Walter de Assis Melo, Paulo Villar Biaso do Valle e Alair Auguto S. M. D. dos Santos • Científica e Publicação: Alessandro Severo Alves de Melo, Leonardo Kayat Bittencourt, Marcelo Souto Nacif, Luiz Alberto de Souza e Edson Marchiori • Ensino e Aperfeiçoamento: Alair Augusto S. M. D. dos Santos, Hilton Augusto Koch e Márcio Vieira Peixoto de Almeida • Defesa Profissional: Carlos Alberto M. de Souza, Euderson Tourinho e Saula Hamad Farias • Residência Médica: Brainner Campos • Radioterapia: Lisa Morikawa • Telerradiologia: Ronaldo Maselli Gouvea, Felipe Nirenberg, Alair Sarmet e Alexandra Monteiro • Estatuto e Regimentos Regulares: Leonardo Kayat Bittencourt, Cyro Antonio Fonseca Junior e Alair Augusto S. M. D. dos Santos • Interior: Ricardo Laviola (Volta Redonda), João Lopes (Campos), Miguel Milito (Petrópolis), Pedro A. V. Anderson (Itaperuna), Lúcia Boechat (Pádua) e Andrea de Brito (Angra)


30 • PERFIL

Quando família e Radiologia se misturam Dr. Henrique Simão Trad carrega, no sobrenome, o peso da profissão: seu pai, o Dr. Clóvis Simão Trad, é um dos mais conceituados e experientes radiologistas do Estado de São Paulo, e certamente uma influência positiva na decisão do filho de seguir a mesma carreira: “Com certeza ele me influenciou, além da minha mãe, que também é médica. Como bons médicos, sempre os ouvi conversando sobre casos interessantes e como a medicina era uma arte investigativa e cheia de mistérios. Sempre foi algo que me cativou, ter aquele conhecimento, aqueles insights sobre as coisas”. Dr. Henrique nasceu em janeiro de 1979 em Ribeirão Preto – o caçula de três filhos. Lembra da segurança e da falta de preocupações que a adolescência em uma cidade pequena lhe proporcionou. “Meu hobby mais duradouro foi na música. Comecei a tocar contrabaixo aos 13 anos. No fim da adolescência e ao entrar na faculdade, montamos uma banda de rock clássico, anos 70. Era inicialmente uma banda de cover do Led Zeppelin, mas com a saída de um vocalista meio errático, acabamos fazendo algo mais eclético, mas claro, sempre dentro do mundo do rock”, lembra. Formou-se médico na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (FMRP-USP), com residência no mesmo hospital, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Atualmente, cursa o doutorado, iniciado em 2014, na área de RM Cardiovascular pelo Departamento de Clínica Médica da FMRP. “A faculdade é sempre um mundo muito novo, cheio de energia, novos amigos e novos destinos. Muitas fases também. O curso de medicina é sempre muito teórico e aéreo no começo. Lembro que a banda tomava uma boa parte do meu tempo nos primeiros anos. Até que meu pai perguntou quando que a medicina ia passar a ser prioridade. Acho que foi no terceiro ou quarto ano que minha carreira musical terminou...”, conta rindo. “Tive vários professores que me influenciaram bastante; dois na clínica médica se destacaram mais. E tive muitos

Dr. Henrique com a esposa e seus pais, todos médicos

professores entre os colegas mais velhos. O estágio de cirurgia vascular foi um dos mais incríveis por que passei. Aqueles colegas me fizeram sentir realmente médico, e isso é muito bom, muito gratificante em um curso como o de medicina”, completa. No meio de seu sexto ano, depois de passar em todas as áreas, ele afirma que a radiologia continuava sendo uma especialidade que o atraía demais, por ser inovadora, eficiente, rápida, exigir raciocínio clínico e mostrar perspectiva de futuro. “Tinha a oportunidade única de fazer radiologia no mesmo hospital que nasci, onde meu pai ainda era chefe de imagem central do setor, com participação ativa na formação dos radiologistas do serviço. Eu não ia perder a chance de me formar sob a tutela de um chefe como ele”, diz orgulhoso. Já a escolha pela área cardiovascular ele classifica como um acaso: “No fim da minha residência, quan-

do fui trabalhar na clínica, em 2006, tinham acabado de chegar o pacote de imagem cardíaca na RM e uma TC de 16 canais. Aliado a isso, no começo daquele ano fui fazer o curso da antiga AFIP (atual AIRP) lá em Washington DC e me foram arrumados dois cursos sobre TC e RM cardíaca. Depois disso, fui encarando os exames que apareciam, comecei a participar do grupo de estudos da SPR e por lá me inseri nessa subespecialidade que é incrível e cresce cada dia mais”. Dr. Henrique se lembra com carinho do primeiro local de trabalho, o Hospital Netto Campelo de Sertãozinho, “um ótimo serviço, com pessoas bacanas e um aprendizado igual nenhum outro, já que cada um já era o responsável pelo seu exame e seu laudo!”. Dentre os amigos que fez, diz que são vários e nem teria como mencionar todos. “Um dos meus grandes amigos de adolescência fez

A família tem uma filha e espera agora a chegada de um menino

a faculdade e a residência de radiologia comigo e até hoje estamos juntos. Amizades assim nunca morrem”, diz.

A melhor experiência Filho de médicos, seguiu a tradição e casou-se, em 2013, com uma radiologista. Eles têm uma filha de dois anos e meio e esperam a chegada de um menino: “Família é o mais importante nessa vida, é nosso motivo, nossa locomotiva”. Para conseguir conciliar as vidas pessoal e profissional, diz que tenta passar bastante tempo em casa. Por mais cansado que a gente saia do trabalho, chegar a uma casa com três cachorros e uma linda menina é sempre um nível de energia contagiante. Mesmo quando fazem coisas erradas, a energia é sempre revigorante. Hoje tenho um período na semana que passo com minha filha. Não trocaria essa experiência por nada nessa vida”, finaliza.


CRÔNICA • 31

Edição 463 – Março de 2017

Piracicaba, 1939

Dr. Cássio Ruas de Moraes é membro da Comissão Editorial do Jornal da Imagem

Essas fotografias antigas que vasculho com curiosidade quase mórbida ou, em outras palavras, com meticulosidade radiológica, ajudam-me a crer que vivi e que tudo não foi apenas um sonho bom

O Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba possui um acervo de fotografias antigas dessa cidade que é minha terra natal, parte de seu excelente trabalho de preservação de nossas memórias. Duas fotos me chamaram a atenção, expostas na internet: são tomadas panorâmicas da cidade, de ótima qualidade fotográfica e com a vantagem extra de permitir ampliação na tela do computador de qualquer ponto que nos interesse. Além dessas fotografias gerais, há outras de locais mais específicos, como o salto do rio, a Escola Agrícola Luiz de Queiroz, o Engenho Central e outras. Essas fotografias têm a chancela da Força Aérea Brasileira. Naquela época, 1939, muitas das nossas cidades tiveram fotos semelhantes. Havia um movimento estimulado por Assis Chateaubriand para criar aeroclubes por esse Brasil afora. Os teco-tecos e paulistinhas permitiam então aos fotógrafos esse ângulo impar para documentar suas respectivas cidades numa visão de pássaro. 1939 foi o ano em que meus pais se casaram e fixaram residência em

Piracicaba. Fui nascer no ano seguinte. Cresci então naquelas ruas que pouco mudaram nos dezesseis anos de minha infância e puberdade, antes de vir estudar Medicina em Ribeirão Preto. Procurei nas fotos as referências: o rio, a praça central com a Matriz, o cine Broadway, o cine São José, o Teatro Santo Estêvão, a Igreja de São Benedito, o jardim do grupo escolar Moraes Barros, o meu grupo, e, partindo deste, o meu quarteirão. Meu ginásio, o “SudMennucci”, encontra-se mais longe, em localização altaneira sobre a cidade, o qual alcançávamos atravessando o Itapeva, córrego modorrento e lodoso cujas pontes podiam ser identificadas uma a uma naquelas imagens. As fotografias panorâmicas de Piracicaba sempre procuram uma visão frontal da Catedral: por essa razão, minha casa e todo o quarteirão sempre aparecem de costas. Como as casas eram contíguas, sem espaço entre uma e outra, os telhados parecem um só, tornando difícil separá-las por esse ângulo. No nosso caso, porém, há uma re-

Piracicaba de 1939, em foto da Força Aérea (ENFA – São Paulo). Fonte: http://www.ihgp.org.br/iconografia/

ferência inconfundível nesse quarteirão: o sobradão bem no centro, com casas baixas de um lado e casas baixas de outro. Minha casa, por sua vez, tinha um recorte no telhado. Era a única que tinha um recorte, que correspondia ao corredor de entrada a céu aberto, que levava ao consultório do meu pai logo à esquerda e à sala de visitas ao fundo. Todas as casas dispunham de quintais, com exuberante vegetação. Com a ampliação, reconheço o fundo do sobrado onde moravam os meus amigos, uma família no andar de cima e outra no andar de baixo. Havia uma espécie de varanda ou corredor no andar de cima em toda a largura do prédio, com seu parapeito de madeira, onde se abriam as portas dos cômodos. Bem no canto descia uma escada junto à parede que levava ao quintal e ao banheiro. Construção do século XIX, não dispunha de banheiro no interior da casa. Banheiro é modo de dizer, havia apenas um chuveiro e um rústico vaso sanitário. Nunca me esqueci do dia em que meu amigo lá de dentro gritava por socorro: “Manhêêê... Solitária!”. Refaço os meus trajetos de escola e das brincadeiras de rua, que abarcavam a cidade inteira. Aos poucos me sinto possuir por minha conhecida melancolia. Vejo as modificações ao longo dos anos, a Matriz transformada em Catedral, o obsoleto teatro Santo Estêvão desaparecer para ampliação da praça, as casas do meu quarteirão e adjacências vindo abaixo, inclusive o sobradão com seus morcegos sob o telhado, substituídos por sobrados e palacetes, muitos destes já hoje no fim da vida útil, virando estacionamentos... As árvores mudaram-se dos quintais para as ruas atravancadas. Já não existem mais quintais e os meninos, agora, nem saem mais para brincar. É triste, mas fica a rica memória. Essas fotografias antigas que vasculho com curiosidade quase mórbida ou, em outras palavras, com meticulosidade radiológica, ajudam-me a crer que vivi e que tudo não foi apenas um sonho bom.


32 • ARTIGO

Onde foi parar um dólar?

Dr. Celso Hiram de Araújo Freitas é membro do Conselho Consultivo da SPR e da Comissão Editorial do Jornal da Imagem

Num bom economês, se você pagar direitinho os juros, “o principal a gente rola”... Enrola e até pode eventualmente pagar. Os agiotas não desejam realmente que a gente pague. Para eles, é mais interessante nos emprestar mais dinheiro para a gente pagar os juros vencidos. Isso trocado em miúdos significa que nós devolvemos a eles o dinheiro que nos emprestaram e ficamos com mais dívida. Por causa de Dom João VI, Dom Pedro I teve de recorrer a um empréstimo em libras esterlinas na Inglaterra. Até hoje estamos nessa de pegarmos dinheiro emprestado para pagarmos os juros. A dívida vem rolando... E como rola... Segundo o mago das finanças do milagre brasileiro na época da revolução, dívida não se paga; administra-se. Estima-se que a dívida do Brasil seja por volta dos 280 bilhões de dólares. Cada brasileiro já tem uma dívida de 1.200 dólares ao nascer. Isso é uma herança ligada à corrupção. Caso possamos imaginar que 40% do PIB

brasileiro está comprometido com a corrupção, vamos começar a entender o risco Brasil. O risco está aqui no Brasil e lá fora nos agiotas que acham que, da próxima vez que nos emprestarem dinheiro para pagarmos os seus juros, não iremos devolver-lhes o dinheiro recebido. Nessa história de “toma lá dá cá”, “cadê o meu”, há uma história muito interessante do garçom que trabalhava no bar do FDMO. Enquanto os três latinos dos países A, B e U aguardavam para serem atendidos pelos diretores do FDMO (Fim do Mundo Organization), sentaram-se no bar da instituição e pediram o de praxe. O garçom já sabia do trato e no final dos drinques trouxe a conta. Deu 30 dólares, que divididos fraternalmente pelos três deu dez para cada um. O dono do bar pegou cinco notas de um dólar e disse para o garçom dar de cortesia aos seus diletos fregueses. O garçom meteu logo duas notas de um dólar no bolso e devolveu um dólar para cada um. A conta de vocês era de dez dólares cada um, estou lhes devolvendo um dólar como cortesia da casa e a conta de vocês passou a ser apenas nove dólares cada, com os nossos cumprimentos – disse o garçom, com ares de PhD. Não ficou indignado com essa situação de inverso

de gorjeta porque estava acostumado a fazer isso. Curioso com essa situação peculiar, fiz as contas: 10-1 = 9 10-1 = 9 10-1 = 9 30-3 = 27 + 2 do garçom, são 29 Onde foi parar um dólar? Só o FDMO poderá explicar! Cadê o dólar? Todo mundo ficou contente, mas 10% do dinheiro desapareceu. O garçom havia feito curso nessa instituição e sabia que bons investimentos hoje em dia andavam mascarados pelos índices de mercado e análises de balaço, e deu um exemplo muito claro: “Caso você tivesse adquirido em janeiro de 2.000 US$ 1.000 dólares em ações da H. Network, um dos maiores da área de comunicações, teria hoje US$ 59. Se você tivesse comprado em janeiro de 2.000 US$ 1.000 dólares em ações da CLE Technology, outro gigante do ramo, teria hoje US$ 79. Agora, repare bem: se você tivesse comprado os mesmos US$ 1.000 em Skol (entenda-se cerveja, e não ações da companhia), tivesse bebido tudo e vendido as latinhas vazias, teria hoje US$ 80. No cenário econômico dessa nossa economia globalizada, você perde menos ficando sentado e tomando cerveja...

Esse texto eu escrevi em 2.000, na virada do século, e está atual até hoje. Brasil... Hoje você não é mais o que foi ontem... Assim o Eike Batista disse ao chegar ao aeroporto. Segura, Moro, para que essa expectativa venha a ser realidade.


TÚNEL DO TEMPO • 33

Edição 463 – Março de 2017

HÁ 30 ANOS Reportagem na edição de março de 1987 do Jornal da Imagem destacava o manifesto ao Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) encaminhado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). A reportagem informava que o então presidente do Instituto, Hésio de Albuquerque Cordeiro, receberia pessoalmente do Dr. Sidney de Souza Almeida, presidente da CBR, o documento. O manifesto, que fixou prazo para a solução de problemas, possuía as principais reivindicações dos radiologistas que serviam à população previdenciária. Solicitava a melhoria do serviço de diagnóstico por imagem, além de remuneração, qualidade e custos, entre outros. Também, a inauguração da Sociedade de Radiologia em Sergipe foi anunciada. Na época, a novidade

foi anunciada na I Jornada Sergipiana de Imagenelogia, que contou com a presença de um grande número de médicos, autoridades locais, estudantes e representantes de empresas. Dr. José Maria Rodrigues dos Santos, primeiro presidente eleito da entidade, deu início à Jornada e realizou seu discurso com um roteiro de iniciativas que atingiram a criação da Sociedade, antigo sonho dos profissionais de Sergipe. A posse do novo diretor da Escola Paulista de Medicina (EPM), Prof. Nader Wafae, foi anunciada na mesma edição. Um longo agradecimento e pronunciamento dos futuros planos foram feitos pelo professor: “Através da participação, espero receber colaboração e sugestões que visem ao avanço e ao desenvolvimento da instituição como um todo. A democratização garantirá o direito à participação, a

preservação da dignidade da pessoa humana e a liberdade de expressão de ideias”, dizia em um trecho de seu discurso.

LEITURA DINÂMICA

Obra apresenta complexidade da órbita ocular A Editora Elsevier apresenta o livro Imagem da Órbita, dedicado aos residentes e profissionais de radiologia, que relata a maioria das patologias orbitárias encontradas na prática diária. Radiologistas e oftalmologistas podem se beneficiar da abordagem das modalidades de imagem pertinentes nas 272 páginas, enfatizando TC e RM do globo ocular e da órbita, apresentadas em listas com marcadores e dados relevantes para uma rápida correlação clínica. A órbita ocular é uma cavidade do esqueleto da face em forma de pirâmide onde estão inseridos o bulbo do olho, músculos, nervos, vasos e o aparelho lacrimal. É formada por sete ossos individuais, os quais se combinam para formar quatro paredes envolventes. O formato oferece uma navegação rápida pelos pontos principais:

• As seções de diagnóstico diferencial apresentam quais aspectos importantes devem ser comparados e que podem parecer idênticos à primeira vista; • Indícios clássicos resumem os processos patológicos e indicam quando você pode esperar encontrá-los; • Dicas rápidas revelam as características de TC e RM mais frequentemente observadas. Assinado pelos Drs. F. Allan Midyett, do Howard University Hospital (Washington, EUA) e Suresh K. Mukherji, da Michigan State University, a obra é referência compacta para quem está aprendendo sobre imagem orbitária, necessitando de uma revisão rápida. Possui ilustrações que mostram dilemas diagnósticos importantes.

Gostaria de ver um livro recém-lançado da área de Radiologia e Diagnóstico por Imagem nesta seção? Envie sua sugestão para jornaldaimagem@spr.org.br


34 • NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Equipamentos Vende-se aparelho de ressonância magnética da marca Philips, modelo Gyroscan 1.0T + chiller + estabilizador de voltagem, em perfeito estado de funcionamento. Valor a combinar. Contato pelos telefones: (44) 3224-8453 | (44) 99728-2250. (1) Vende-se Tomografia Computadorizada, modelo Somatom Spirit, da Siemens (ano 2008), em perfeito estado de funcionamento. Contato pelos telefones: (21) 3799-8979 | (21) 99107-4422. (1) Vendem-se aparelhos de ultrassom da Toshiba: Xario 2009 (14¨), Xario 2010 (14¨) e Aplio XG 2009 (19¨) e transdutores convexo, endocavitário e linear (o de maior tamanho). Estão revisados e bem conservados. Tratar com: (16) 3303-5300 – Multimagem, Araraquara-SP. Pode-se entregar em uma distância de até 1.000 km. (1) Vendem-se tomógrafo GE Lightspeed FXI Helicoidal Tubo 3,5mhu, ressonância magnética aberta GE Profile III e mamógrafo GE DMR Plus. Todos em bom estado de funcionamento. Contato com Geovana: (55) 99109-7142 | (55) 98449-0798. (2) Vende-se oxímetro para ressonância da marca Nonin PureSat/SpO2, modelo 7500FO. Usar com 300PS-xx power adapter 12 vdc, 1,5A. Contato com Fernanda: (13) 3202-1969 | (13) 3202-1994. (3) Vende-se equipamento novo de cintilografia Discovery NM630 nunca usado. Marca GE, ano 2015. Valor: R$ 860 mil. Gama câmera de alta produtividade permitindo menores doses e mais

agilidade em exames cardiológicos, ósseos e de corpo inteiro. Estação de trabalho dedicada XELERIS para medicina nuclear com ferramentas otimizadas para vários exames. Mesa de alta capacidade totalmente estabilizada. Contato com Gomes: comercial@spximagem.com.br | (11) 2095-8000. (3)

- CR 30-XM AGFA: capacidade de leitura de 20 pixels/mm. Software de processamento inteligente otimiza a qualidade de imagem sem intervenção humana. Capacidade: cerca de 70 placas/hora. Fácil manutenção. 220 - 240 V, 1.0A/50-60Hz. Valor: R$ 832 mil. Contato com Gomes: comercial@ spximagem.com.br | (11) 2095-8000. (3)

Vende-se mamógrafo Alpha ST, marca GE, ano 2015, equipamento quitado. Valor: R$ 200 mil. Gerador integrado à coluna, rotação da coluna de +135º à -180º. Painel de controle simples e compacto, duplo pedal, descompressão automática em caso de falta de energia. Colimador inteligente evita exposição em tamanho de filme inapropriado. Display digital de angulação, espessura e compressão. Movimento vertical motorizado. Contato com Gomes: comercial@spximagem.com.br | (11) 2095-8000. (3)

Aluga-se equipamento ou faz-se parceria para instalar serviço de ressonância magnética em São Paulo e região metropolitana. Equipamento campo aberto. Contato com Dra. Taciana (11) 94003-5172 ou Alexandre (11) 94003-5171 | ignaciotaciana@bol.com.br. (3)

Vende-se tomógrafo seminovo 16 canais Brightspeed, marca GE, ano 2015. Valor: R$ 690 mil. Design ergonômico e inteligente para mais conforto e redução de estresse para o paciente. Mais facilidade para posicionamento de cliente de até 205 quilos. Console automatizado favorecendo alta produtividade. Fácil configuração do Autovoice e de protocolos clínicos. Contato com Gomes: comercial@spximagem.com.br | (11) 2095-8000. (3) Vende-se unidade móvel de mamografia. Caminhão VW/8 160DRC 4x2, ano 2013/14, com estrutura blindada, equipado com: - Alpha RT: otimização dos parâmetros radiológicos em função do sistema Vector Point com oito posições descentralizadas para a fotocélula. Menor custo de manutenção graças ao tubo ânodo de Molibdênio. Controle de exposição. Arco leve, com movimento contrabalanceado.

A Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem não se responsabiliza, nem cível, nem criminalmente, pelas informações inseridas nesta seção, sendo estas única e exclusivamente responsabilidade do anunciante. A SPR também não possui qualquer participação ou interesse econômico nos negócios efetuados em decorrência dos anúncios.

Oportunidades Contrata-se médico ultrassonografista para serviço de imagem em Atibaia e Mairiporã. Contato com sdavid@uol.com.br ou Dr. David: (11) 98313-3330. (3) Contratam-se médicos radiologistas para atuação em ultrassonografia em clínica na cidade de Santos-SP. Remuneração conforme produção. Contato com Ana Beatriz: anabeatriz@saudimagem.com.br. (1)

Como ANUNCIAR Os membros da SPR que estiverem em dia com a anuidade poderão publicar seus anúncios nesta seção gratuitamente. Os radiologistas que não forem associados devem pagar uma taxa. Para sócios em dia do CBR, o ônus por publicação é de R$ 250. Já para os radiologistas que não forem membros nem da SPR nem do CBR, o ônus por anúncio é de R$ 300. O anúncio deve ser enviado até o dia 10 de cada mês, para publicação no mês subsequente. Outras informações: jornaldaimagem@spr.org.br.

SERVIÇO • AGFA HelthCare (11) 5188-6444 / www.agfahealhtcare.com • AW Soluções (62) 3622-9908 / 99674-1800 / www.awsol.com.br • Bird Solution (11) 5016-5509 / www.birdsolution.com.br • Bracco www. braccoimaging.com • Carestream 0800 891 7554 / www.carestream.com. br • Cryo Service (19) 3828-3400 / www.cryoservice.com.br • E-people (11) 3562-2970 / www.epeople.com.br • Fujifilm (11) 5091-4000 / 5091-4999 • IBF (11) 2103-2000 / www.ibf.com.br • Imagem Sistemas Médicos (11) 4133-0053 / www.imagem.med.br • Konimagem (11) 2950-1971 / www.konimagem.com.br • Macsym (11) 2957-7735 / www. macsymtec.com.br • Pixeon (48) 3205-6000 / www.pixeon.com / (11) 2146-1300 • Sul Imagem www.sul-imagem.com.br • Toshiba (11) 41340000 / www.toshibamedical.com.br.


AGENDA • 35

Edição 463 – Março de 2017

Eventos da SPR

2017

MAR

Data 1a5

Evento

Local

Congresso Europeu de Radiologia (ECR 2017) https://www.myesr.org/ecr-2017

Viena, Áustria

Outros eventos

Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (Gera)* 2

Grupo de Estudos de Mama (Gema)

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe)* 7

Grupo de Estudos de Tecnologia e Informática em Radiologia (Get)*

Sede da SPR

8

Grupo de Estudos de Meios de Contraste Radiológico (Gecmr)

Sede da SPR

Grupo de Estudos de Radiologia Cardiovascular (Cardio)*

Sede da SPR

Grupo de Estudos de Neurorradiologia (Gene)*

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

15

Clube Roentgen* – Mini CCRP HC-FMUSP

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

16

Grupo de Estudos de Profissionalismo e Gestão (Geproge)

Sede da SPR

17 a 19

Clube Manoel de Abreu

São José do Rio Preto

20 a 22

13º Simpósio Internacional da Sociedade Internacional de Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia (ISUOG) www.rcog2017.com

Cidade do Cabo, África do Sul

21

Grupo de Estudos de Ultrassonografia (Geus)*

Sede da SPR

22

Grupo de Estudos de Imagem Quantitativa (Giq)**

Sede da SPR

24 e 25

IMAGINE 2017 – InRad – www.imagine-inrad.org.br

São Paulo, SP

26 a 31

Encontro Anual da Sociedade de Radiologia Abdominal (SAR) www.abdominalradiology.org/?AnnualMeeting

Flórida, EUA

Grupo de Estudos de Pediatria (Geped)*

Sede da SPR

9

28

Eventos da SPR

2017

ABR

Data 4

Evento

Local

Grupo de Estudos de Tecnologia e Informática em Radiologia (Get)*

Sede da SPR

Outros eventos

Grupo de Estudos de Mama (Gema)* 6

Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (Gera)

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe)* 12 13

18

Grupo de Estudos de Meios de Contraste Radiológicos (Gemcr)

Sede da SPR

Clube Roentgen* – Mini CCRP Hospital AC Camargo

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Grupo de Estudos de Neurorradiologia (Gene)*

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza

Grupo de Estudos de Ultrassonografia (Geus)*

Sede da SPR

Grupo de Estudos de Tórax (Geto)* Grupo de Estudos de Cabeça e Pescoço (Gecape) IMAXXVII Jornada Norte-Nordeste de Radiologia e Curso de Atualização CBR 2017 – www.jonner.com.br

João Pessoa, PB

25

Grupo de Estudos de Pediatria (Geped)*

Sede da SPR

26

Grupo de Estudos de Imagem Quantitativa (Giq)**

Sede da SPR

CCR – Congresso de Reumatologia Clínica – ccrheumatology.com

Flórida, EUA

27 a 30

II Congresso Internacional de Diagnóstico por Imagem – Sociedade Peruana de Ultrassonografia em Medicina e Biologia (SPUMB) www.congresodpicusco.com

Cusco, Peru

28/4 a 1º/5

XXXII Congresso Brasileiro de Cirurgia – http://cirurgia2017.com.br/

WTC Sheraton Hotel

30/4 a 5/5

Encontro Anual da American Roentgen Ray Society – ARRS www.arrs.org/AM17

News Orleans, EUA

20 a 22 Informações sobre eventos da SPR: www.spr.org.br ou (11) 5053-6363. Sede da SPR: Av. Paulista, 491, cj. 41, São Paulo. Hotel Golden Tulip Paulista Plaza: Al. Santos, 85, São Paulo. * Evento com transmissão via web em parceria com a Pixeon. ** Evento com transmissão via Skype; Agenda completa das transmissões em: www.spr.org.br/cursos-via-web.

Hotel Golden Tulip Paulista Plaza



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