JI de Novembro de 2019 | Ed. 495

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Grupos de Estudos de Radiologia Musculoesquelética recebe Prof. Hakan Ilaslan, da Cleveland Clinic

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Informativo da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem | Novembro de 2019 | Edição 495

Inscreva seu trabalho científico na 50ª JPR A JPR 2020 será realizada de 30 de abril a 3 de maio, em São Paulo, em parceria com a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA). As inscrições abrem este mês para o evento, que tem Radiologia para o Futuro como tema. Também neste mês, são abertas as inscrições para Painéis e Temas Livres. Trata-se de uma oportunidade única de expor o seu conteúdo para milhares de profissionais que visitam o evento, de diversos continentes. Confira o regulamento! Página 7

APLICATIVO DO JORNAL DA IMAGEM Esta edição também está disponível em versão digital. Baixe o aplicativo na app store do seu dispositivo (versões para Android e iOS), ou acesse https://goo.gl/xOeCIw em seu computador.

VEJA TAMBÉM 10ª edição do Curso Temático Anual do Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (GERME) será em São Paulo, em 15 e 16 de fevereiro; inscrições abertas! Página 8 Demonstrações práticas do Curso Avançado de Ultrassonografia Musculoesquelética acontecem no dia 9 de novembro, em São Paulo. Página 16

SPR GLOBAL

Brasileiros aprovados no Diploma da ESNR Entre 2017 e 2018, foi realizada em SP a 1ª edição latina do curso da Sociedade Europeia de Neurorradiologia (ESNR), European Course of Diagnostic and Interventional Neuroradiology, obrigatório para os neurorradiologistas europeus e pré-requisito para a prova do EdiNR (Título de Especialista Europeu em Neurorradiologia). Quem frequentou seus quatro módulos e foi aprovado pôde prestar a prova do EdiNR na Noruega. Conheça os quatro brasileiros que conquistaram o título! Página 17


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PALAVRA DO PRESIDENTE

Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem

Edição 495 – Novembro de 2019

Av. Paulista, 491 – 3º andar – CEP 01311-909 – São Paulo – SP Tel. (11) 5053-6363 – Fax (11) 5053-6364 – www.spr.org.br

Filiada ao Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Departamento de Diagnóstico por Imagem da Associação Paulista de Medicina (APM)

Dr. Mauro José Brandão da Costa Presidente da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (Biênio 2019-2021)

Radiologistas celebrados no Brasil e no mundo No dia 8, comemoramos nossa especialidade duplamente: este é o Dia Internacional da Radiologia e também o Dia Nacional do Médico Radiologista. Que orgulho ser parte desta profissão e colaborar diariamente para seu desenvolvimento, ao lado de muitos colegas em todo o Brasil! Parabéns a cada um de vocês, que lidam com dúvidas e enfrentam desafios diariamente para identificar patologias e sugerir os melhores tratamentos e procedimentos aos nossos pacientes. Que tenhamos força e estímulo para seguir, nos pautando sempre pelo embasamento científico associado ao atendimento humanizado e ao espírito de trabalho em equipe, ao lado dos especialistas que nos cercam e que dependem de nossa atuação. A cada ano, as sociedades internacionais selecionam um tema para repensarmos e focarmos no Dia Internacional da Radiologia, e para 2019 foi escolhido “imagem do esporte”. Muitos profissionais da imagem musculoesquelética têm buscado se especializar em medicina esportiva, uma área que tem crescido e na qual o Brasil tem despontado. É preciso darmos especial atenção à anatomia, biomecânica e opções de tratamento cirúrgico quando falamos de uma lesão esportiva, seja de uma atleta profissional ou amador. Nesta edição, Dr. André Yamada ressalta a importância de olharmos para o tema. E chega novembro: neste mês, a SPR apresenta dois Cursos Avançados; a primeira edição do Curso Temático de Cabeça e Pescoço (GECAPE) e a terceira do Curso Temático Anual do Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (GERA), ambas nos dias 9 e 10 de novembro, em São Paulo. Esses cursos dinâmicos e multidisciplinares têm contribuído de forma direta para a

Que orgulho ser parte desta profissão e colaborar diariamente para seu desenvolvimento, ao lado de muitos colegas em todo o Brasil! atuação dos profissionais, que têm lotado suas salas. Trata-se de uma ótima oportunidade de atualização científica de qualidade com extrema integração entre participantes e professores e ampla discussão de casos. Aproveitem! Nesses últimos meses, representamos a SPR em diversos congressos internacionais – entre eles, na Jornada Francofônica de Radiologia Diagnóstica e Intervenção, um evento organizado pela Sociedade Francesa de Radiologia, sempre preocupada em apontar inovações com muita inteligência e praticidade. Pudemos conhecer sessões diferenciadas e participar de ótimas palestras; uma delas foi conduzida por nosso colega Dr. Douglas Racy, convidado do evento. Mais uma vez, reforçamos nossa parceria institucional e asseguramos a participação de professores franceses especializados em musculoesquelético nas edições de 2020 e 2021 da reunião anual do GERME. No começo de dezembro, está tudo certo para a comitiva da SPR se deslocar a Chicago para participar do maior congresso da especialidade, o RSNA 2019 – oportunidade em que será feita uma sintonia fina com os colegas americanos sobre a JPR 2020, tendo em vista que a Sociedade Radiológica da América do Norte é a entidade parceira na organização deste evento, que já tem inscrições abertas. Portanto, aproveitem, se inscrevam, não deixem para última hora!

DIRETORIA PARA O BIÊNIO 2019/2021 Presidente Vice-Presidente Secretário-Geral 1º Secretário 2º Secretário Tesoureiro-Geral 1º Tesoureiro 2º Tesoureiro Diretor Científico Diretor de Representação Institucional Diretor de Defesa Profissional Diretora de Patrimônio Diretora de Assuntos Culturais Diretor de Tecnologia da Informação Presidente do Clube Roentgen Presidente do Clube Manoel de Abreu Presidente SPR Jr. Presidente do Conselho Consultivo

Mauro José Brandão da Costa Cesar Higa Nomura Nelson M. G. Caserta Douglas Jorge Racy Lucas Giansante Abud Mauro Miguel Daniel Gustavo Skaf Kalaf Marcello Henrique Nogueira-Barbosa Antônio José da Rocha Renato Adam Mendonça Jaime Ribeiro Barbosa Patrícia Prando Cárdia Eloísa M. de Mello Santiago Gebrim Thiago Julio Pablo Rydz Pinheiro Santana Henrique Simão Trad Renato Hoffmann Nunes Carlos Homsi

CONSELHO CONSULTIVO Antônio Soares Souza Antônio José da Rocha Ricardo Emile Baaklini Tufik Bauab Jr. Marcelo D’Andrea Rossi André Scatigno Adelson André Martins Renato Adam Mendonça Celso Hiram de Araújo Freitas Aldemir Humberto Soares Nestor de Barros Jaime Ribeiro Barbosa Luiz Antônio Nunes de Oliveira Giovanni Guido Cerri José Michel Kalaf EX-PRESIDENTES (in memoriam)

Jarbas Gomes Cunha Feres Secaf Romeu Santini José M. Pires Oliveira Sidney de Souza Almeida Luiz Karpovas

Comissão Editorial

Aldemir Humberto Soares Carlos Homsi Celso Hiram de A. Freitas Cássio Ruas de Moraes Daniel Lahan Martins Tufik Bauab Jr.

Edição Lilian Mallagoli – MTb 30.443-SP Comunicação e Marketing Tatiana Gentina jornaldaimagem@spr.org.br Marketing Gustavo Takeshi – mkt@spr.org.br Design Gráfico Marco Murta – Farol Editora farol@faroleditora.com.br Impressão Hawaií Gráfica e Editora São Caetano do Sul, SP

NESTA EDIÇÃO Conexão Digital..................................................4

SPR Global.............................................16 a 18

Opinião.......................................................................5

Notícias....................................................19 e 20

Entrevista.................................................................6

Novembro Azul................................................21

JPR 2020..................................................................7

Obrigado, Professor!..................................22

Cursos Avançados..........................................8

Arte e Medicina...............................................23

ENRC.................................................................9 a 11

Vinhos......................................................................24

Grupos de Estudos......................................12

Túnel do Tempo.............................................25

Clube Manoel de Abreu...........................12

Negócios & Oportunidades.................26

Educação Digital..............................13 a 15

Agenda...................................................................27

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião da SPR.


DEFESA PROFISSIONAL

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Os exames radiográficos por tecnologia digital Em seu serviço, os exames radiográficos por tecnologia digital têm se ampliado, por fornecer mais qualidade técnica e facilidade no armazenamento e entrega dos exames? Foi este questionamento que o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) fez em consulta ao Conselho Federal de Medicina (CFM). Alguns métodos, como a tomografia computadorizada multislice, geram número impeditivo de imagens para documentação impressa completa; a disponibilização digital dos exames traz vantagens tanto em sustentabilidade, pelo menor consumo de recursos naturais (papel ou películas fotográficas), como logística, pela maior agilidade na entrega das imagens on-line. Diante deste contexto, o CBR apresentou algumas questões para análise e orientação, que foram prontamente respondidas no pare-

cer nº 23/2019, assinado pelo Dr. Aldemir Humberto Soares. 1. A entrega das imagens de exames em recurso digital (online ou mídia gravada) desobriga a entrega das imagens em meio físico (papel ou películas)? Não. O serviço deve disponibilizar impresso, em filme ou papel, pelo menos um conjunto de imagens diretamente ligadas à situação clínica do paciente, suficientes para o entendimento e esclarecimento do médico assistente quanto à possibilidade diagnóstica. 2. A entrega das imagens de exames como TC ou RM impressas em papel é aceitável como boa prática, quando não acompanhadas por documentação em mídia digital? Pode ser, desde que sejam impressas todas as imagens adquiridas, o que pode levar a desperdício de tempo e au-

mento de custo. Ainda, deve ser usado papel de qualidade e o serviço deve garantir qualidade de impressão. 3. No caso de ausência de entrega em mídia digital, há recomendações mínimas de qualidade para a documentação dos exames? Não. Porém, é responsabilidade do diretor técnico garantir que as imagens tenham qualidade adequada de impressão e durabilidade e que reproduzam com fidelidade os achados clínicos e anatômicos. 4. Imagens de exames realizados com técnica analógica podem ser entregues por impressão gráfica em papel, em vez das tradicionais películas fotográficas? Quais as recomendações mínimas de qualidade? Sim, desde que o exame seja digitalizado e o disposto na resposta da

questão 3 seja atendido. Não cabe ao CFM ditar parâmetros técnicos de exames; é recomendável que o CBR, como associação de especialidade, divulgue os requisitos mínimos necessários para que os exames de imagem reproduzam adequadamente os achados anatômicos e clínicos dos paciente. Ou seja, a informática e a evolução tecnológica permitem que atualmente os exames de radiologia e diagnóstico por imagem sejam liberados com diversas apresentações e formatações e disponibilizados por multimeios. Assim, os serviços podem adotar os modelos: online, com a utilização de PACS e, quando requisitado, disponibilizar cópia em CD/DVD e/ou impresso; em CD/ DVD, onde deve ser gravada a totalidade das séries adquiridas, com plena e ampla capacidade para reformatações do exame; e impresso.


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CONEXÃO DIGITAL Edição 495 – Novembro de 2019

HL7 e Infraestrutura Digital: além do domínio da Radiologia

Dr. Guilherme Zwicker Rocha Neurorradiologista atuando em Informática Médica, trabalha para Key Factors Consulting, empresa canadense-brasileira cujo foco é Corporate Ventures e estruturação de negócios relacionados à inovação radical. guilherme.zwicker@gmail.com

Referências (1) Joel Rodrigues (2010). Health Information Systems: Concepts, Methodologies, Tools, and Applications, Volume 1. IGI Global. p. xxxix. ISBN 9781-60566-988-5. (2) Grahame Grieve (2011-08-18). “Resources For Health: A Fresh Look Proposal”. Health Intersections. Retrieved 2019-08-22. (3) Joshua C Mandel, David A Kreda, Kenneth D Mandl, Isaac S Kohane, Rachel B Ramoni, SMART on FHIR: a standardsbased, interoperable apps platform for electronic health records, Journal of the American Medical Informatics Association, Volume 23, Issue 5, September 2016, Pages 899–908.

Bombardeados de futuristas por todos os lados, é possível que hoje poucos tenham dúvidas do que é o futuro da profissão de médico radiologista, com os sistemas orquestrados, tudo na nossa mão, funcionamento à perfeição. O próximo passo agora então é entender como fazer, e como fazer no Brasil. Agora a resposta não é óbvia, aliás, cheia de senões. Para responder à questão acima, encontrei um pouco de alento em mares navegáveis diferentes do domínio da radiologia, mais exatamente na missão institucional do HL7, que para os que nunca foram expostos a essa sigla, carrega em seu próprio nome o nível sete, que significa o nível de aplicação de uma rede de comunicação, ou seja, parte do que compete a nós, médicos. Fundado em 1987, diga-se de passagem, depois que o American College of Radiology e a National Electrical Manufactures Association, as últimas já antevendo a necessidade de criarem sistemas que falam a mesma língua e que lançaram as bases da criação do que é hoje o DICOM, o HL7 é uma organização “dedicada a fornecer uma estrutura abrangente e padrões relacionados para o intercâmbio, integração, compartilhamento e recuperação de informações eletrônicas de saúde que apoiam a prática clínica e o gerenciamento, fornecimento e avaliação de serviços de saúde”. Ora, eu diria: os problemas se repetem, e os padrões buscam minimizar a possibilidade de erro e acelerar a adoção da solução. Parece óbvio, de novo, mas curiosamente o Brasil não desenvolveu maturidade e tradição digital para adotar padrões, e ficamos, de certa maneira, reféns de ineficiência e falta de produtividade, porque a cada vez que temos um problema de digitalização, acabamos por voltar à mesa de projeto e desenhar a solução “do zero”. Fato é que, ainda que não estejamos acostumados ao uso de padrões digitais, vale uma visita ao tema. Ainda que ninguém precise saber

os detalhes arquitetônicos das soluções, saibam pelo menos algumas das respostas nesse nosso roadmap digital podem ter sido já pensadas por comitês agnósticos e bastante experientes em resolver os problemas que são os nossos próprios(1). O padrão mais utilizado do HL7, ubíquo em hospitais, é a versão 2, criada em 1989 para dar suporte aos fluxos de trabalho dentro de um hospital. Consiste essencialmente em mensagens trocadas por equipamentos e sistemas – observações, pedidos e resultados de exames, informações administrativas. Foi criada uma versão 3 também, bastante utilizada nos EUA, muito abrangente e complexa. Foi então que as coisas ficaram complicadas, e resolveram reescrever a especificação com um novo propósito: mudar a perspectiva do ponto de atendimento para o usuário e, ora, também para quem implementa a solução. Solução: que seja totalmente baseada na web, e que seja simples e fácil de adotar e gerenciar. Dai surgiu o FHIR (lê-se “fire”, fogo) – Fast Healthcare Interoperability Resources(2).

Muito da questão dos padrões está no fato de se os interessados farão uso ou não - senão o que se cria é apenas mais uma especificação para uso de poucos. E, ao que tudo indica, um grande número de players demonstrou interesse

e começou a experimentar o novo padrão digital. Antecipando o regulatório e se apoiando em projetos muito bem estruturados de interesse comum, alguns desses players acabaram por se organizar em projetos em torno do benefício comum gerado pela interoperabilidade possível pelo padrão, como nos mostra o projeto SMART on FHIR (3), este gerido por um consórcio que envolve o administrador governamental, universidades, fabricantes de equipamentos médicos, empresas de tecnologia e usuários.

O Brasil também pode fazer parte dessa trajetória digital, se passarmos a olhar com mais cuidado para o tema e começarmos a nos aventurar por esses caminhos. Nada nesse setor é fácil, são “hard skills” como diriam, mas temos que acelerar para não ficarmos para trás. Bons exemplos no setor nós já temos, como o trabalho incrível de grupos brasileiros se aventurando nas áreas de aprendizado de máquinas e P&D em linguagem natural. Agora é preciso granularizar o entendimento desse todo em ações tangíveis em nosso dia a dia, e particularmente daquelas que favoreçam a integração de informações, minimizando os pontos cegos assistenciais que hoje a radiologia detém.


OPINIÃO

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A importância do encontro RSNA para a especialidade Dra. Maria Helena Siqueira Mendonça

Faz parte de nossa formação médica participar de encontros científicos, que são muitos. Entre eles está o encontro anual da Radiological Society of North America (RSNA) em Chicago, consagrado como inovador e que já faz parte da formação de muitos de nós. Neste texto compartilho minha experiência nestes anos de participação, conforme convite do Jornal da Imagem. Foram alegrias, surpresas, amizades que se fortaleceram com o passar dos anos, honrosos cargos de representação, assim como a imensa tristeza de perder um grande amigo, exemplo de elegância, inteligência e liderança excepcionais, o Dr. Richard Baron, ex-presidente da RSNA. Nas últimas décadas ocorreram inúmeras inovações na forma e no conteúdo do congresso, muitas vezes na frente de todos os eventos similares, que em seguida são incorporadas tanto por nós como pelas demais organizações radiológicas de inúmeros países, e nos adaptamos a elas com relativa facilidade. De aulas com projeção de slides passou-se ao uso de computadores e de ferramentas como PowerPoint, até mais recentemente a interação dos professores com a plateia através de smartphones. Uma revolução! A RSNA participa ativamente, mais do que qualquer outra organização, com a indústria, para o desenvolvimento dos sistemas PACS e RIS, bem como da padronização DICOM, hoje já corriqueiras para nós, mas cujo surgimento e evolução gradual pudemos acompanhar a cada ano durante o congresso em Chicago. A RSNA, além de continuar participando da evolução de tecnologias, tem papel primordial na padronização das mesmas, e patrocina iniciativas neste sentido. Um exemplo bem atual é a QUIBA-RSNA (Quantitative Imaging Biomarkers Alliance), que congrega pesquisadores, radiologistas e a indústria para desenvolver a imagem quantitativa e o uso de biomarcadores. Em todos os anos, sem abandonar os cursos tradicionais, leva-se para Chicago, em primeira mão, as novas tecnologias, os novos softwares e os avanços disruptivos, sendo um dos mais recentes e intrigantes a Inteligência Artificial. A exposição comercial da RSNA, além de enorme, é sempre surpreendente. É destino obrigatório dos que participam da compra de equipamentos na área de radiologia, e também para aqueles que trabalham ou trabalharão com as inovações, independentemente de que parte do globo sejamos. Nos mesmos pavilhões estão as livrarias, sempre com lançamentos, alem dos booths de associações de radiologia de vários países. É o palco ideal para vislumbrar novas tecnologias, algumas já dispo-

níveis, outras ainda in progress, que mais cedo ou mais tarde serão mostradas em outros eventos e possivelmente acabarão incluídas em nossa rotina. No encontro anual da RSNA, além de tecnologia, de novas formas de comunicação e de ensino, busca-se educação e atualização científica. A primeira vez que fui ao congresso foi para acompanhar meu marido, Renato, também radiologista, pois o meu conhecimento da língua inglesa era limitado. Mesmo assim, eu assistia às aulas, lia os textos nos slides, o número e a disposição das sentenças nos mesmos, analisava os tons no fundo da tela e escolhia os professores favoritos. Ainda hoje faço isso, talvez de forma mais sofisticada. No início, enquanto íamos às aulas, nossos filhos pequenos ficavam parte do dia no RSNA camp, que ainda é disponível e pode ser muito útil. Com o passar dos anos, minha habilidade com o idioma inglês foi melhorando e já permitia comunicação suficiente para conversar com professores. Mais adiante, recebi convite para revisar pôsteres de imagem de mama durante o congresso. Depois vieram manuscritos da RadioGraphics para revisar, trabalhei com os dois últimos editores da revista e até recebi um prêmio de outstanding reviewer. Outras atividades interessantes são assistir às sessões plenárias e às special lectures, em geral proferidas por colegas que pouco conhecemos no Brasil, mas que são expoentes entre os pares, alguns na categoria de cientistas. É uma oportunidade de escutá-los e entender o contexto do encontro. O tema escolhido para a edição RSNA 2019 é: See Possibilities Together. Se for a Chicago compareça à sessão de abertura; a presidente Dra. Valerie Jackson discursará sobre A Matter of Perspective: Putting a New Lens on Our Patient Interactions e, a seguir, o Dr. Abraham Verghese falará sobre: Finding the Caring in Care. Aguardo com extrema curiosidade! Pode-se também assistir, o que faço às vezes, a sessões fora da área de atuação, como a de yoga para radiologistas estressados, ou sessões de apresentação de casos que foram a julgamento com a participação de advogados(as), ou as de profissionalismo e de orientações sobre como publicar nas

revistas científicas, Radiology, com suas novas especialidades, e RadioGraphics. Se for pela primeira vez, há uma apresentação em português sobre dados e dicas sobre o congresso. Acesse o programa online e participe. Este ano estarei lá com nossos colegas, Drs. Vanessa Vilar e Thiago Abud, para recebê-los. Para nós, radiologistas, um programa tão diversificado contribui para a construção de nossas carreiras. No meu caso sou agradecida pelas oportunidades que tive e tenho como membro, congressista, revisora, mentora e chairperson do Regional Committee for Latin America. Tive a chance de conviver com diversas diretorias, staff e lideranças da RSNA, além de colegas do mundo todo, que contribuíram e contribuem para minha formação e me tornaram uma profissional mais atenta, estudiosa, contestadora e participativa, com a sensação de pertencer a um grupo de indivíduos com as mesmas aspirações e compromissos. Em cada participação em Chicago, assim como na JPR, aproveito para refletir sobre a especialidade, nosso contexto, as adaptações, a percepção e discernimento entre o que é possível aplicar na prática diária para melhorar nosso desempenho como radiologista e a experiência do paciente. Tenho também a oportunidade de representar meu país, de expressar sentimentos e pontos de vista. Chance de pensar em renovar o modo de adquirir e interpretar um exame, voltar melhor do que fui, revolucionar dentro das possibilidades, construir um laudo estruturado e com frases de interesse para o cuidado ao paciente. Na volta para casa, pisar no chão, manter a qualidade, ser mais inteligente, menos artificial e mais real, e simultaneamente acompanhar de perto a revolução fantástica que temos assistido, contribuído e participado. É ainda uma época especial para visitar Chicago, que fica iluminada e bela para o Thanksgiving e Natal. Para mim, a importância de um congresso é esta mistura de acontecimentos, a sensação de participar e pertencer; se der para socializar, ótimo, se não der, socialize com você mesmo, ande pela Michigan Avenue, deixe a viagem acontecer, seja feliz e torne você importante para o congresso! Da minha parte já estou animada para o próximo. See you there! Dra. Maria Helena Siqueira Mendonça é radiologista, trabalha na DASA São Paulo. Membro da SPR e RSNA. Estudou na Faculdade de Medicina de Taubaté. Fez residência em radiologia na Santa Casa de São Paulo e aperfeiçoamento na Med Imagem, Hospital Beneficência Portuguesa. Foi visiting scholar na University of PENN (pesquisa em Breast MRI and DCIS). É revisora da RadioGraphics e de Breast Posters no encontro RSNA. É mentora do RG Peer Reviewer Mentoring Program. Chairperson do RCLA RSNA 2017-2019. Membro do International Advisory Committee RSNA. Revisora dos Scientific Posters da Society of Breast Imaging 2018-2019. Saiba mais sobre o congresso em https://www.facebook.com/RSNAfans/videos/2122951828013027/.


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ENTREVISTA Edição 495 – Novembro de 2019

“Adotar a inovação é algo necessário e positivo” Vice-presidente da SPR, Dr. Cesar Higa Nomura é também um dos coordenadores ativos nas atividades de Radiologia Cardiovascular da entidade – recentemente, esteve à frente do 12º Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca (ENRC), com demais colegas, no início de outubro, em São Paulo. Dr. Nomura é graduado em medicina pela Universidade de São Paulo e fez residência médica em Radiologia no Hospital das Clínicas da USP. Especializou-se em Ressonância Magnética também no HC e foi research fellow em Tomografia e Ressonância Cardíaca no Massachu-

setts General Hospital - Harvard Medical School. Atualmente, responde como médico radiologista do Hospital Albert Einstein, é coordenador da Radiologia Cardiovascular do Instituto de Radiologia do HC e diretor do departamento de Radiologia do Instituto do Coração do HC. Nesta entrevista, fala sobre o evento e a comunidade de profissionais da radiologia cardiovascular que, ainda que menor do que as demais especialidades, é extremamente unida e tem conseguido grandes avanços ao trabalhar em parceria contínua com cardiologistas e profissionais de áreas correlatas.

Definitivamente, o segredo do sucesso (...) está na integração entre os médicos radiologistas e os cardiologistas O ENRC chega este ano à sua 12ª edição; qual sua avaliação geral? Quando olhamos para os eventos passados, vemos que agora estamos em um ambiente cada vez melhor, temos mais aproximação com os cardiologistas, até mesmo na coordenação. Sem dúvida, ele atingiu a maturidade! O encontro foi inspirado nos eventos internacionais – como conseguiram torná-lo possível no Brasil? Esse encontro começou a partir de uma roda de amigos falando sobre a especialidade e a necessidade de se fazer um evento de imagem cardíaca no Brasil; estávamos em Los Angeles então, em um congresso de ressonância cardíaca, e ponderamos que era possível fazer algo parecido no Brasil. Começamos a conversar com outros profissionais e fizemos um primeiro pequeno evento no Rio de Janeiro. Chegamos a ter uma edição no Nordeste também. Agora, acho que ele atinge uma maturidade para um público específico e muito centrado, e

tem contribuído também para consolidar um grande relacionamento entre radiologistas e cardiologistas. Diria, até, que não é um encontro da radiologia única e exclusivamente, mas um evento que organizamos junto com a SPR para dar todo o apoio aos que atuam na área; a parte científica, as aulas, a modelagem do evento é toda preparada com a Sociedade, ou não teríamos como colocá-lo em prática. E, definitivamente, o segredo do sucesso dele está na integração entre os médicos radiologistas e os cardiologistas. O evento consegue se renovar e manter a qualidade de seu conteúdo? Sim – esse é um ponto interessante; aqui, ninguém vem defender sua instituição, mas sim discutir de fato as questões científicas e sempre com um alto nível. Todos os anos, eu aprendo vendo os casos, e não teve um ano em que eu achei que o evento não atendeu as nossas expectativas, e isso, acredito, é algo de que a maioria dos participantes compartilha.

Sem dúvida, é um ponto de encontro dos médicos que fazem a imagem cardiovascular; é uma das menores áreas dentro da radiologia, então se torna mais fácil reunir todos e se integrar com o pessoal. O que destacaria no encontro desse ano? Acho que um ponto alto foi a sessão de inovação e o futuro da imagem; foi interessante, levantou muitas dúvidas, foi esclarecedora, serviu para acalmar as pessoas de que elas não serão substituídas. Radiolistas e cardiologistas – e médicos em geral – não serão substituídos pela máquina, mas o debate serve para as pessoas se prepararem para serem aderentes às novas ferramentas de Inteligência Artificial que virão. Você tem que ser um adopter – se puder ser um early adopter, melhor – das novas ferramentas, para não ficar fora dessa onda. As ferramentas vão ajudar para que o radiologista tenha mais tempo para passar com o paciente e na tomada de decisão. Elas ajudam no ganho de produtividade. Vejo que aquele radiologista que gostava de ficar na sala escura, sem contato nenhum com o paciente corre um risco para o futuro, ou ainda aquele que é totalmente avesso às inovações e implemen-

tações de novas tecnologias. Mas, fora isso, toda essa incorporação de inovação é muito positiva. Quais os desafios para a imagem cardiovascular hoje? Quando começamos na área, tínhamos que falar de um método que estava começando, que era a tomografia de coronária. Era preciso literalmente ensinar as pessoas a fazê-lo. Agora, a tomografia é um método já muito bem estabelecido, maduro, então buscamos nos desenvolver ainda mais, nos aprimorar, nos atualizar. É outro patamar, muito diferente do começo, quando era para ensinar do zero. Porém, a imagem cardíaca, principalmente a ressonância, apresenta sempre muita inovação, muito é descoberto, tem sempre algo novo a cada um ou dois anos, e precisamos trazer esses temas para que as pessoas possam se desenvolver neles. Neste ano, por exemplo, estamos destrinchando os mapas multiparamétricos – mapa T1, T2, sequências dentro do exame de ressonância cardíaca que precisam de uma validação de serviço a serviço. Então, acho que a SPR e o ENRC ajudam nessa formação, nessa conscientização da necessidade dos centros de se prepararem para a realização desses exames.


JPR 2020

JPR 2020: prepare seu Painel ou Tema Livre Começa a contagem regressiva para a JPR 2020, que será realizada de 30 de abril a 3 de maio em parceria, pela quarta vez, com a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA). As inscrições abrirão neste mês e os membros interessados podem garantir o registro no site (jpr2020.org.br). Radiologia para o Futuro será o tema dessa 50ª edição sediada no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Este mês, a SPR abre também as inscrições para os tradicionais trabalhos: Painéis Impressos, Painéis Digitais e Temas Livres, e os melhores dentre esses podem ser selecionados para Painéis Comentados. Trata-se de uma oportunidade única de expor o seu conteúdo para milhares

de profissionais que visitam o evento, de diversos continentes. Para participar, basta acessar o site do evento, por meio do sistema de submissão de trabalhos, e preencher todos os campos solicitados na ficha de inscrição com os dados do autor responsável e o resumo do trabalho, e classificá-lo em uma categoria, área e tipo de estudo; é imprescindível que os interessados leiam o regulamento para inscreverem seus resumos. Todos os trabalhos serão avaliados por uma comissão de especialistas da SPR e, sendo aprovados, poderão ser submetidos a apresentação ou exibição na JPR 2020. A seguir, entenda quais as formas de apresentar um trabalho científico:

Painéis Impressos (PA) Apresentação em papel (pôster) na Seção de Painéis, na área física do evento. Também estarão disponíveis para acesso nos computadores da Seção de Painéis Digitais durante a JPR. A medida desse painel é 0,90 m de altura por 1,90 m de largura. Os trabalhos de qualidade que não obtiverem vaga para exibição na área física do evento podem ser convidados para apresentação exclusiva em computador.

Painéis Digitais (PD) Inscritos ou remanejados para apresentação exclusivamente digital. Esses arquivos devem ser confeccionados em Power Point.

Temas Livres (TL) Apresentações orais realizadas entre as aulas oficiais da JPR. Cada apresentação será de 8 minutos, seguidos de 2 minutos para discussão e esclarecimentos (exceto nos casos em que o coordenador de curso altera o tempo previamente). O apresentador não precisa necessariamente ser o primeiro autor; porém, é necessário que esteja inscrito na JPR. Os trabalhos de qualidade que não obtiverem vaga para apresentação oral podem ser convidados para apresentação em outros formatos. Atenção: para esta categoria somente serão aceitos trabalhos originais.

Painéis Comentados Os melhores trabalhos entre “Impressos” e “Digitais” serão selecionados para apresentação comentada, desde que os autores concordem com isso. O apresentador do painel comentado não precisa ser o primeiro autor, mas deve estar inscrito na JPR.

Atente-se às inscrições Primeiramente, as inscrições ficam abertas para membros ativos da SPR, e assim permanecem até 15 de dezembro de 2019; a partir de 16 de dezembro, todos os demais interessados, incluindo os membros que não realizaram a inscrição no período exclusivo, poderão se inscrever no evento. O prazo final para todos os participantes realizarem a pré-inscrição online é até o dia 17 de abril de 2020. Após essa

data, serão aceitas apenas inscrições no local do evento. Caso o participante queira se associar à SPR para garantir a isenção durante o período de pré-inscrição, o processo de filiação deverá ser concluído até 10 de abril de 2020. Programe-se e não perca o maior encontro da especialidade da América Latina – quanto mais cedo se registrar, maior a chance de encontrar vagas nos módulos de seu interesse.

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EVENTOS SPR Edição 495 – Novembro de 2019

Desafiador, Reumatologia é tema do GERME 2020 O primeiro Curso Avançado da SPR de 2020 já está agendado: a 10ª edição do Curso Temático Anual do Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (GERME) será realizada no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, em 15 e 16 de fevereiro. As inscrições já estão abertas. Por ser parte dos Cursos Avançados, este evento manterá a formatação de aulas curtas e dinâmicas, propiciando mais debate e interação entre congressistas e professores, e a participação de especialistas de áreas correlatas, favorecendo as discussões multidisciplinares. A programação, coordenada pelos Drs. André Yui Aihara, Afrânio dos Reis Teixeira Neto e Marcello H. Nogueira-Barbosa, traz como tema principal Reumatologia. “Já estamos na 10ª edição do curso; nas nove passadas, o tema foi sempre atrelado a uma determinada articulação ou grupo de articulações, à exceção de uma edição dedicada ao estudo das enteses. Chegou a hora de um evento dedicado à reumatologia como um todo – e claro que o envelhecimento da população também é um fator motivador”, afirmam os coordenadores. Eles reconhecem que trata-se de um tema desafiador para o radiologista musculoesquelético. Segundo entendem, à exceção de osteoartrite (artrose), artrite reumatoide e gota, os achados de imagem nas demais doenças reumatológicas são menos comuns e, em geral, pouco vistos na prática do dia a dia - entretanto, não são raros, e com certeza precisam ser conhecidos. “Na programação, destacamos aulas abordando temas como manifestações reumáticas relacionadas ao HIV, lúpus, polimialgia reumática, arterite de células gigantes, pseudogota, síndrome antifosfolípide, doença de Behcet, esclerodermia, síndrome de Sjogren e outras vasculites. Abordaremos também as doenças reumáticas e particularida-

des em crianças, além, claro, de atualização nos temas clássicos: osteoartrite, artrite reumatoide e gota”, afirmam. “Também ressaltamos as aulas curtas com colegas reumatologistas, nos ensinando interpretação básica de clínica e exames laboratoriais, além do clássico ‘o que o médico solicitante gostaria de saber’”, completam. De fato, o evento contará com os principais nomes da radiologia musculoesquelética e colegas reumatologistas especialistas nas aulas a serem ministradas. Para organizar evento de tal importância no cenário do diagnóstico por imagem, e também devido à importância e complexidade do tema, os coordenadores contaram com a ajuda de outros ex-coordenadores do GERME, com o intuito de alinhar a grade com a necessidade e expectativa dos palestrantes e congressistas. “Acreditamos que quem assistir ao evento sairá com uma bagagem imprescindível quando se trata de doenças reumáticas”, indicam.

Todas as informações sobre o evento, bem como as inscrições, estão disponíveis em http://bit.ly/GERME-2020.

Cursos Avançados de novembro têm coberturas em dezembro A primeira edição do Curso Temático de Cabeça e Pescoço (GECAPE), realizada nos dias 9 e 10 de novembro, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, e a terceira edição do Curso Temático Anual do Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (GERA), realizada simultaneamente no mesmo local, terão suas respectivas coberturas publicadas na edição de dezembro do Jornal da Imagem – acompanhe!


EVENTOS SPR

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O melhor da imagem cardiovascular em São Paulo Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca surpreende participantes pela alta qualidade científica e discussão de inovações e novas tecnologias Com reportagem de Karoline Teixeira e fotos de Carolina Cassiano e Kelly Queiroz

Novamente, São Paulo foi o palco para o Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca (ENRC) que, em sua 12ª edição, foi organizado pela SPR pela oitava vez, em parceria com as Sociedades norte-americanas de Tomografia Computadorizada Cardiovascular (SCCT) e Ressonância Magnética Cardiovascular (SCMR). Em 4 e 5 de outubro, o evento compreendeu, também, o 9º SCCT Brazil Annual Meeting e o 7º SCMR Brazil Annual Meeting. A coordenação ficou sob responsabilidade dos Drs. Andrei Skromov de Albuquerque, Cesar Higa Nomura, Marcelo Souza Hadlich, Roberto Sasdelli Neto, Tiago Augusto Magalhães e Valéria de Melo Moreira e, como tradicionalmente ocorre nos Cursos Avançados da SPR, as aulas foram conduzidas multidisciplinarmente – além de médicos radiologistas, houve cardiologistas e pediatras apresentando os temas. Foram, ao todo, 190 participantes. A sexta-feira apresentou progra-

mação dividida simultaneamente em duas salas na maior parte do dia – enquanto uma abordou RM e TC, a segunda apresentou o Fórum de Cardiopatia Congênita. O horário do almoço foi preenchido pelo Simpósio Canon Sequências de Aceleração em RM-Canon KT Speeder, apresentado pelo Dr. Roberto Nery Dantas Jr. Eduardo Davigo, diretor de marketing e planejamento estratégico da Canon Medical do Brasil, explicou que a intenção da empresa é promover suas tecnologias e também a abordagem científica que se pode ter delas. “Foi feito um trabalho de pesquisa no InCor pelo Dr. Nery: foi desenvolvida uma nova sequência de

ressonância magnética para exames cardíacos, utilizando Inteligência Artificial”, pontuou. “Temos um apreço especial pelas imagens cardiovasculares porque a empresa, ainda

quando Toshiba, foi uma das pioneiras nessa área; o primeiro tomógrafo com capacidade de fazer exame para a Cardiologia instalado no Brasil foi da Canon, então podemos dizer que fomos precursores dos exames nessa área no mercado nacional. Continuamos a investir muito nesse mercado; lançamos recentemente uma tecnologia de reconstrução de imagens cardiovasculares usando Inteligência Artificial em modo deep learning, então, por isso, sempre participamos do ENRC”, completa. A sala de RM e TC recebeu, no início da tarde, o convidado estrangeiro do evento: Dr. Tomas G. Neilan, de Boston, Estados Unidos, condu-


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EVENTOS SPR Edição 495 – Novembro de 2019

Os premiados, Drs. Roberto Torres, Carlos Eduardo Elias Prazeres e Paulo Savoia Dias da Silva

ziu a aula Fenótipos de Cardiotoxidade dos Inibidores de Check Point (ICI). Professor da Escola de Medicina de Harvard, ele é Diretor Clínico do Programa Cardio-Oncológico da MGH, Co-Diretor do Programa Cardiac MR PET CT e Diretor Associado do Programa de Treinamento MGH T32 em Imagem Cardiovascular. Recebeu o prêmio Locke Award por excelência em educação médica e foi eleito pesquisador sênior da Oliver Wendell Holmes Society, um programa de orientação de estudantes de medicina da Harvard Medical School. Dentre os tópicos discutidos, falou sobre a imunoterapia para câncer, que se tornou uma mudança de paradigma – o Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, aprovou o inibidor de checkpoint. Falou, também, sobre o estudo de casos de miocardite que fez em seu serviço; “quando temos um problema incomum, é preciso que criemos um registro; coletamos casos e identificamos padrões para desenvolvermos as condutas de que precisamos”, disse.

Pouco depois das 16 horas, as duas salas se uniram em uma para assistir à discussão de 12 casos. Cada residente teve dez minutos para sua apresentação e, ao final, os coordenadores premiaram os três melhores: Dr. Roberto Torres ficou com o primeiro lugar; Dr. Carlos Eduardo Elias Prazeres, com o segundo e, em terceiro, ficou o Dr. Paulo Savoia Dias da Silva. Ao fim do dia, os participantes pareciam ainda entusiasmados. Dr. Eduardo Kaiser estava pela primeira vez no evento, e já apresentou um dos casos da sessão do final da tarde. “As palestras têm nível alto, o que já é uma marca da SPR, e também é ótima a oportunidade de confraternizar, porque aqui conseguimos congregar na especialidade duas outras especialidades médicas, e isso é muito raro na radiologia em si, os radiologistas e os cardiologistas poderem trabalhar juntos. E o evento reflete isso. Temos palestrantes das duas especialidades que trazem suas vivências tanto radiológicas quanto clínicas”, disse, elogiando o intercâmbio entre especialidades.

Grandes e tradicionais empresas do setor contribuíram para o sucesso do evento

Para ele, é sim um curso avançado, para quem já tem certa experiência na Radiologia Cardiovascular, mas também apresenta conceitos básicos, de como adquirir imagem, por exemplo: “É um congresso recomendado para todos os que estão na área da imagem. Tenho título de especialista há um ano e vejo muitos colegas que não têm tanto contato com a tomografia de coronária, por exemplo, e os plantões estão começando a solicitar isso; às vezes, você está à noite trabalhando sozinho e chegam esses pedidos. Mesmo quem não faz a especialidade, tem que ter um conhecimento extra. Recomendo muito que estejam na próxima edição. Aqui, temos contato com a especialidade que nem todo serviço

oferece, e estar em um evento tão bonito quanto este te abre portas, e pode te levar para uma área que está crescendo muito. Sou muito realizado com imagem cardíaca, gosto muito do que faço e recomendo – este evento é uma excelente oportunidade”, avaliou. A paraguaia Dra. Adriana Spinzi está fazendo estágio em ressonância e tomografia cardiovascular no InCor, na área infantil, há seis meses – o estágio tem duração de dois anos. Ela também ficou muito satisfeita com o curso: “Estou gostando muito. Este evento está perfeito para tirar minhas dúvidas; estou vendo as aulas da Congênita por ter feito Pediatria. Achei as palestras muito boas; os conteúdos são voltados não só para quem está começando, mas também para quem tem um nível mais desenvolvido. Sempre fazem uma introdução explicando o nível básico, e depois seguem para a atualização dos últimos artigos, tecnologias, sequências. Recomendo esse curso; já tinha vindo em 2017 e voltei porque gostei muito”, ressaltou.


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A tecnologia como aliada, e não como concorrente No segundo dia, manteve-se a programação da sala de RM e TC. A manhã foi aberta por um módulo diferenciado, que saiu um pouco do aspecto científico, e abordou inovação e futuro. Os Drs. Bruno Aragão e Antonildes N. Assunção Jr. apresentaram palestras na área – respectivamente, Utilização da Impressão 3D na Parte Clínica e Inteligência Artificial Aplicada a Imagem Cardíaca. O momento foi moderado pelo Dr. Nomura e pelo cardiologista Dr. Ibraim Masciarelli Francisco Pinto. Os desafios trazidos pela tecnologia foram amplamente debatidos pelos participantes, também com a condução do Dr. Ilan Gottlieb; o limiar entre a atuação humana e a interferência tecnológica foi o foco de muitas das perguntas – afinal, os profissionais médicos estão preparados para lidar com a tecnologia que ainda está por vir? Devem temê-la? A Inteligência Artificial como serviço, e não como produto, foi inserida no contexto – segundo discutido, ela dever ser uma aliada, que modificará aos poucos os trabalhos dos departamentos de TI dos hospitais e clínicas, e não a rotina do médico em si. E é preciso que os radiologistas e cardiologistas se preparem para se moldar e aceitar essa interação. No fim da tarde e encerrando o evento, foi apresentado o já tradicio-

Dr. Bruno Aragão

Dra. Flavia Junqueira

Dr. Helder Gomes

nal e dinâmico Team Spirit, momento em que os participantes são divididos em dois times, convidados a analisar e manipular imagens de exames e, em minutos, dar o diagnóstico a partir do que viram. A moderação ficou por conta dos Drs. Sasdelli e Tiago Magalhães, que frisaram que se trata de uma atividade para “gerar satisfação, se divertir e aprender”. E assim foi: liderando os times, foram selecionadas as Dras. Flavia Junqueira e Cíntia Melo de um lado, e os Drs. Helder Gomes e Luciana Batista para confrontar. Enquanto a análise das imagens era feita, músicas tomavam conta da sala e, passado o tempo cronometrado, eles deviam dar a resposta e podiam contar com a ajuda da plateia. Depois de muita discussão, risadas, dúvidas e surpresas, as Dras. Flavia e Cíntia saíram ganhadoras. No encerramento, Dr. Tiago fez um grande balanço do evento:

“Esta é quinta edição da qual participo, então já temos uma história de participação e de organização deste evento. Todo ano, buscamos trazer uma novidade, já que esta é uma especialidade muito restrita, então buscamos inovar de alguma forma. Este ano, acho que um dos pontos altos foi a sessão de inovação em RM e TC e a aplicação de novas tecnologias. Tivemos o uso da IA aplicado à Cardiologia e o uso de impressão 3D para trazer mais informações para o diagnóstico e indicar, assim, o manejo adequado aos pacientes”, disse. Ele ressaltou que os participantes vêm com muitas dúvidas, e que o curso termina, assim, por funcionar mais como uma central de troca de experiências do que como uma fonte de educação apenas. “Parte do público é composta por residentes e especializandos, então certamente esse público se

beneficia do aprendizado, do ensino, mas posso dizer que muitos participantes são profissionais já bem formados, experientes e que vêm para receber o que tem de mais novo dos outros colegas, e também compartilhar suas experiências aqui. Então, em um evento que tem um número mais reduzido de pessoas do que outros grandes congressos, temos mais possibilidade de viver essa troca, o que é sensacional”, frisou. Por fim, avaliou o Team Spirit como uma oportunidade de “absorver informação sem quase perceber”: “É uma gincana para fazer os participantes relaxarem no fim do evento, quando você já está com quantidade de informação muito grande, e é mais difícil se manter focado, então aqui você relaxa e tem contato com casos muito peculiares, que você não vê no dia a dia, e vai absorvendo sem perceber. Foi muito divertido”, comemorou.

Acesso às novidades do setor O evento contou com sete empresas expositoras; uma delas foi a GE Healthcare. “E se o seu tomógrafo pudesse atender às necessidades de todos os pacientes, mesmo dos mais desafiadores? E se o seu tomógrafo pudesse contribuir para oferecer excelência clínica para todos os de-

partamentos?”, questionavam os representantes para apresentar o Revolution CT. Segundo eles, a solução oferece alta qualidade de imagem e recursos clínicos robustos em todas as áreas clínicas por meio da convergência da cobertura, da resolução espacial e temporal. É possível capturar o coração inteiro em um só bati-

mento, em alta definição, e com imagens das coronárias sem artefato de movimento e em qualquer frequência cardíaca. Ainda, é possível fazer a aquisição em um batimento para o score de cálcio, de imagens das coronárias ou para avaliação abrangente do coração, obtida com ou sem o uso de betabloqueadores.


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EVENTOS SPR Edição 495 – Novembro de 2019

Germe tem convidado estrangeiro: prepare seu caso em inglês Em 7 de novembro, será realizada a reunião do Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe) a partir das 20h, no Maksoud Plaza Hotel. Para a noite de discussão de casos, os coordenadores do grupo, Drs. Afrânio dos Reis Teixeira Neto, André Yui Aihara e Marcello Nogueira-Barbosa, receberão um convidado estrangeiro: o Prof. Hakan Ilaslan, da Cleveland Clinic. Ele se formou médico em 1994 na Marmara Universitesi, na Turquia, e cumpriu residência em radiologia diagnóstica no Pamukkale University Hospital, em 1996. No ano seguinte, fez estágio no Mary Imogene Bassett Hospital, em Nova

Confira todas as informações sobre os Grupos de Estudos em https://spr.org.br/grupos-de-estudos.

York; em 2001, residência em radiologia diagnóstica no Albert Einstein Medical Center, na Filadélfia; em 2002, fellowship em imagem musculoesquelética na Mayo Clinic, em Minnesota. Este ano, finalizou um MBA na Case Western Reserve University, em Ohio. Seus temas de interesse são tumores ósseos, ressonância magnética, radiofrequência de ablação de

osteomas osteoides, crioablação de tumores e cimentoplastia. Para que as discussões possam fluir e incluir o professor, os coordenadores pedem que os autores de casos levem seus conteúdos em inglês. A reunião será transmitida online em tempo real e permite a participação e apresentação de casos à distância. Para entrar no dia, acesse o link no site da SPR: http:// bit.ly/

Transmissoes-via-web. Para apresentar seu caso online, envie um e-mail para sprdigital@spr.org.br manifestando esse interesse uma semana antes da reunião. É preciso indicar o nome do grupo de estudos em que deseja apresentar um caso; a data da realização do grupo; o nome completo do apresentador; e o nome do serviço de origem do apresentador e do caso.

CMA de Ribeirão Preto: cobertura na edição de dezembro Realizada de 25 a 27 de outubro, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, a última edição do Clube Manoel de Abreu de 2019 teve como tema Padronizações do ACR – X-RADS, Tópicos de Diagnóstico por Imagem e Intervenção

Guiada por Imagem. A coordenação ficou por conta dos Drs. Mauro Brandão, Mário Muller Lorenzato e Henrique Simão Trad. A cobertura completa será publicada na edição do Jornal da Imagem de dezembro – confira!

Apoio Sala de Intervenção Guiada por Imagem

EMPRESAS PARCEIRAS

Confira os contatos destas empresas na página 26 desta edição.


EDUCAÇÃO DIGITAL

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SPR Highlights comemora seu 1º ano! Tem forma mais dinâmica e moderna de se informar do que com vídeos ou podcasts? Foi pensando em facilitar a vida do radiologista brasileiro que a SPR lançou, em 9 de outubro de 2018, o SPR Highlights, criado para oferecer conteúdo de qualidade, em vídeos e áudios, atualizado digitalmente, por meio de entrevistas com profissionais renomados da área. A produção conta com o apoio dos Grupos de Estudos da SPR, que oferece uma abordagem diferenciada de ensino, integrando variadas especialidades através da introdução de assuntos atualizados, sempre apresentados por renomados profissionais da área. O primeiro vídeo, de introdução ao programa, foi gravado com os idealizadores da iniciativa, os Drs. Antônio José da Rocha e Felipe Pacheco – relembre em www.youtube. com/watch?v=Yc2HGgT4tOY. Até o fechamento desta edição, o programa estava em seu vídeo número 47, já tendo sido gravado por Grupos de Estudos de diversas especialidades e contado com a participação de professores estrangeiros, quando de suas participações em eventos da SPR. “O SPR Highlights foi muito bem recebido pelos associados e pelos colegas radiologistas, que contri-

buíram de forma brilhante para sua realização. Com esse novo formato de educação médica, a SPR conseguiu abordar temas relevantes ao médico radiologista de forma simples, didática e com uma praticidade ímpar ao associado”, avalia Dr. Felipe. “Estamos agora lançando um novo formato de vídeo que irá somar ao já tradicional bate-papo com colegas radiologistas: serão apresentados artigos relevantes e/ou recém-publicados no meio

científico. Com isso, continuamos tentando prover, da melhor forma possível, um dos objetivos da SPR, que é propiciar ao associado uma educação médica de qualidade e formatada para uma nova realidade, na qual se exige praticidade e atualização contínua”, completa. Nesse um ano de trabalhos, alguns índices interessantes foram alcançados: ü No YouTube, o vídeo mais assistido até hoje foi o de núme-

ro 8, gravado pelo Gene: Uso prático da IA em Neurorradiologia: onde estamos?, com 567 visualizações; ü No SoundCloud, o campeão de audiência foi o programa número 39, gravado pelo Latin Safe: TC de Tórax, com 188 transmissões; ü No iTunes, o vídeo número 41, do Gema – Linfoma de Grandes Células Associado ao Implante – alcançou 240 transmissões.

Acompanhe e prestigie o SPR Highlights! Fique por dentro das melhores discussões da área do Diagnóstico por Imagem. Os vídeos e podcasts podem ser acessados em: Facebook facebook.com sociedadepaulistaderadiologia

Google Podcast http://bit.ly/HighlightsGooglePod

Instagram instagram.com/spradiologia

Spotify http://bit.ly/Highlights-Spotify

Twitter twitter.com/spradiologia

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EDUCAÇÃO DIGITAL Edição 495 – Novembro de 2019

Alunos do Curso Online participam de atividade prática O 12º Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca (ENRC) foi realizado em 4 e 5 de outubro no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, e durante o segundo dia de evento, ocorreu simultaneamente a atividade de hands on voltada aos alunos do Curso Online de Radiologia da SPR. A sessão, que foi gratuita aos alunos e foi dividida em duas turmas no período da manhã, faz parte do programa do COR, no qual puderam participar todos os alunos inscritos na turma 54 de Radiologia Cardiovascular do COR Tradicional e os estudantes inscritos no ciclo 2 do COR para Residências. Foi uma excelente oportunidade de atualização científica para os profissionais, que puderam ter contato direto com a prática da imagem cardiovascular. Dr. Andrei Skromov, coordenador da atividade, contou: “Pudemos desenvolver um hands on de radiologia cardiovascular, que é uma complementação do COR da SPR. Foi realiza-

da uma abordagem de todos os casos, tanto cardíacos como não cardíacos, de tomografia e ressonância, fazendo uma correlação com os temas que foram debatidos nas aulas online”. O especialista aproveitou para elogiar a estrutura e apoio da Canon,

que ofereceu computadores individuais aos participantes com ferramentas de análise avançada, permitindo uma interação muito positiva com os alunos e uma visualização de alta qualidade das imagens, possibilitando os processamentos e melhor compreensão das patologias. Alexandre Paganini, gerente de produtos da divisão de HIT da Canon, disse que a empresa colaborou com 15 estações de trabalho com o renomado software Vitrea Advanced Vi-

Videoteca recebe aulas do Curso Feres Secaf Atente-se: até o fim deste mês de novembro, algumas aulas do 23º Curso de Atualização em Imagem (Prof. Dr. Feres Secaf), evento realizado de 29 de agosto a 1º de setembro, estarão disponíveis na Videoteca Digital da SPR. Voltada à educação continuada dos associados, a Videoteca integra comodidade, economia e conteúdo de qualidade em um pacote exclusivo. A Videoteca está disponível na Área Restrita do próprio site da SPR – as aulas são disponibilizadas para streaming e em alta resolução (HD), o que significa

VIDEOTECA

uma melhor definição de imagem – exclusivamente aos membros da Sociedade. É possível adquirir e assistir a aulas avulsas ou escolher um dos planos: anual, semestral ou plano de 10 aulas. Confira todas as informações em http://bit.ly/VideotecaDigital.

sualization, para que os radiologistas utilizassem de forma prática. Participante do curso, Dr. Marco Tulio Alves Martins, R2 da Unicamp, afirmou: “Achei a atividade excelente! Acredito que o aprendizado, quando estamos com a mão no computador, é muito maior do que apenas em uma palestra. O curso abrangeu vários assuntos em uma única aula. A parte de ressonância cardíaca é muito presente na residência, e os pontos abordados na parte de angio aorta, que se vive mais em plantão, chamou a atenção na atividade de hands on”. Para Dr. Andrei, todos participaram de forma significativa. “Consegui transmitir muitas dicas práticas e de experiência acumulada, o que desperta interesse dos radiologistas, pois quem está trabalhando vive situações de desafios de como fazer e analisar um exame, ultrapassar uma dificuldade, e avaliar uma doença – foi um dos melhores anos em participação!”, finalizou.


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Curso de Doppler estreia atividade prática Com reportagem de Karoline Teixeira e fotos de Carolina Cassiano e Kelly Queiroz

O Curso de Doppler, novidade de 2019 dos Cursos Híbridos da SPR, teve sua primeira parte prática realizada simultaneamente ao 12º Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca (ENRC). O curso, que teve parte teórica apresentada previamente online, é voltado para ultrassonografistas gerais que não realizam o método e àqueles com conhecimento básico que queiram se aprimorar. Assim, apresentou informação relevante e atualizada sobre os conceitos básicos do Doppler, além de estudos diagnósticos. Os alunos realizaram a atividade teórica à distância online e, neste dia, a aula presencial – seguindo a metodologia inovadora proposta pelos Cursos Híbridos da SPR. Nessa atividade prática, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, os médicos radiologistas puderam participar de diferentes estações de especialidades de hands on para aprender de forma dinâmica o uso da técnica. Os coordenadores, Drs. André Paciello Romualdo, Peter Célio Françolin e Carlos Augusto Ventura Pinto, deram suas impressões ao Jornal da Imagem e enfatizaram que os par-

ticipantes ainda podem participar de um módulo extra final, via vídeo com interação entre os professores, para sanar todas as últimas dúvidas. “Como foi a primeira vez deste curso, nós procuramos focar mais nas pessoas que não estão acostumadas a fazer o estudo Doppler; então, as aulas teóricas foram baseadas em conceitos básicos e mais importantes na prática diária. Já no hands on, nós evidenciamos os

exames mais pedidos nas clínicas e hospitais, de modo que 80% a 90% da prática diária fosse ensinada nos estudos que realizamos no curso de hoje”, contou Dr. André. Para eles, a participação foi expressiva e os alunos estavam interessados e motivados. Percebe-se que na ampla formação do radiologista, com cada vez mais informações, o Doppler ficou um pouco de lado – diversos serviços de residência apresentam dificuldade na prática do exame. Para eles, é por isso que o Doppler tem ganhado importância, pois muitas pessoas estão migrando para o ultrassom e sentindo a necessidade de avaliar muito bem, não só a parte de ultrassom modo B, como

Doppler colorido, que faz parte do mesmo método. “O curso como um todo foi excelente, gostei muito do material online e das aulas práticas de hands on. É a primeira vez que participo do método híbrido e foi muito bom porque tive a possibilidade de fazer a parte prática em um dia com outros eventos simultaneamente – deixo a sugestão de incluírem um módulo de transplante hepático e renal para a próxima turma”, comentou o participante Dr. Matheus Soldatelli, R3 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Por fim, os coordenadores comemoraram e também deixaram a sugestão de não só manter o projeto, que teve uma grande aceitação, mas eventualmente, incluir um módulo prático para os alunos empunharem o equipamento, colocarem a “mão na massa” e se aperfeiçoarem ainda mais.

Ultrassonografia Musculoesquelética: prática em novembro Destinado aos alunos que cursaram a parte teórica online, as demonstrações práticas do Curso Avançado de Ultrassonografia Musculoesquelética – em sessão chamada “esclareça suas dúvidas” foram agendadas para 9 de novembro, no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo. Esse dia de atividades é dedicado a esclarecer dúvidas dos alunos por meio de demonstrações práticas de ultrassonografia realizadas ao vivo com os melhores especialistas da área, nos mais modernos equipamentos do mercado. O programa de aulas foi baseado nas questões mais frequentes e relevantes enviadas pelos próprios alunos, permitindo, assim, a conclusão do curso com mais esclarecimento, interação e novos conhecimentos. A cobertura deste encontro estará na edição do Jornal da Imagem de dezembro – acompanhe-nos!

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SPR GLOBAL Edição 495 – Novembro de 2019

RSNA 2019 se aproxima: inscreva-se O Congresso Anual de Radiologia da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA) chega à sua 105ª edição neste ano, com o tema Veja as Possibilidades - Juntos! De 1º a 6 de dezembro, o evento, que será realizado em Chicago, no Centro de Aprendizado no McCormick Place, ainda está com as inscrições abertas – e é possível garantir a vaga em www.rsna.org/annual-meeting.

Quem participar poderá ter uma experiência prática com tecnologia de ponta, incluindo Inteligência Artificial (IA), impressão 3D e realidade virtual. Será possível mergulhar

RSNA Spotlight é sucesso em São Paulo

Nos dias 27 e 28 de setembro, o Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, recebeu o RSNA Spotlight Course, organizado pela Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA) em parceria com a SPR. O curso apresentou abordagem multidisciplinar em oncologia, com aulas lideradas por radiologistas, cirurgiões, oncologistas e patologistas. Houve sessões baseadas em casos, com foco em imagem do tórax, musculoesquelético, gastrointestinal e geniturinário. O primeiro dia de evento contou com uma série de palestras sobre temas atuais em imagem oncológica de interesse para radiologistas atuantes no mercado. Já o segundo dia permitiu aos participantes se

Professores e coordenadores do RSNA Spotlight

envolverem em discussões baseadas em casos, lideradas por radiologistas e com contribuições de cirurgiões, oncologistas e patologistas. Algumas sessões também contaram com o RSNA Diagnosis Live™, software de “interação” da RSNA, para que os participantes pudessem testar seus conhecimentos em tempo real.

nas pesquisas mais recentes, aprimorar as habilidades em mais de 400 cursos educacionais e juntar-se a 50 mil participantes para conhecer os líderes que moldam o amanhã. O encontro também oferece um salão de exposição com mais de 700 fornecedores de produtos e serviços inovadores, além de sessões plenárias e discussões com pôsteres sobre os avanços e

as técnicas de diversas subespecialidades. O congresso disponibilizará ainda o Virtual Meeting, uma ferramenta que fornecerá online, até 30 de abril de 2020, acesso a programação educacional, apresentações científicas, exposições educacionais e conteúdo adicional da reunião, durante e após sua realização – para os que não puderem acompanhar em tempo real.

A Inteligência Artificial no ECR 2020 Com o tema Uma Visão Clara para a Radiologia, o Congresso Europeu de Radiologia (ECR 2020) será realizado de 11 a 15 de março de 2020 em Viena, na Áustria, com organização da Sociedade Europeia de Radiologia (ESR). Uma curiosidade é que, neste ano, o cartaz contém um pequeno objeto flutuante representando a Inteligência Artificial, que será um tópico importante no congresso, e os nomes dos países ECR 2020 ‘ESR atende’ são visíveis na parte inferior do pôster. As inscrições online já estão abertas, e o prazo final para o registro de membros da ESR deste ano é até o fim deste mês, em 30 de novembro de 2019 – fique atento e registre-se no site do evento (www.myesr.org/registration). Além disso, quem deseja submeter resumos para ensaios clínicos em radiologia tem até 14 de novembro de 2019 para fazê-lo; já o prazo final para envio de treinamento para diagnóstico baseado em casos é 15 de dezembro de 2019.

O programa científico mantém a oferta de cursos de atualização, treinamento intervencionista e workshops de ultrassom, entre outros. Também haverá a sessão conjunta ESR-RSNA sobre todos os aspectos do diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com AVC. O ECR 2020 oferece, assim, uma ampla gama de tópicos, formatos de ensino e oportunidades de treinamento para todos.

O programa científico completo e todas as informações sobre o evento estão reunidos no endereço: www.myesr.org/congress.


SPR GLOBAL

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Brasileiros comemoram aprovação no Diploma Europeu da ESNR Entre 2017 e 2018, foi realizado em São Paulo, e pela primeira vez na América Latina, o principal curso da Sociedade Europeia de Neurorradiologia (ESNR) e do Conselho Europeu de Neurorradiologia (EBNR): o European Course of Diagnostic and Interventional Neuroradiology. Obrigatório para os neurorradiologistas europeus e pré-requisito para a realização da prova do EdiNR (Título de Especialista Europeu em Neurorradiologia), esse curso chegou ao Brasil graças a uma parce-

ria inédita das entidades europeias com a SPR para beneficiar os profissionais da América Latina, e aqui foi denominado European Course of Diagnostic and Interventional Neuroradiology in Latin America. O curso localizado foi equivalente e apresentou o mesmo valor dos cursos realizados pela ESNR/EBNR na Europa. Assim, os participantes que frequentaram seus quatro módulos em São Paulo e foram aprovados nas provas de cada um, puderam prestar a prova do EdiNR na Europa. E quatro brasileiros foram apro-

“Realizei os quatro módulos em São Paulo. O curso é conhecido mundialmente por sua excelência, seja pela qualidade das aulas teóricas e dos workshops, seja pelos palestrantes que são referência acadêmica na neurorradiologia internacional. Como eu já tinha o título de médico neurorradiologista pela Sociedade Brasileira de Neurorradiologia (SBNR), sempre tive vontade de fazer o curso e prestar a prova de título europeia, mas por diversos motivos acabava postergando. Então, quando houve a vinda para o Brasil ficou muito mais prático e menos caro, o que tornou a ideia de realizá-lo mais factível. Acredito que a divulgação pela SPR também ajudou bastante a estimular aos entusiastas do assunto a fazerem os módulos e prestarem as provas. Acho que todos os módulos tiveram um nível de qualidade excelente, tanto nas aulas teóricas quanto nos cenários práticos, com nível de aprofundamento no domínio da neurorradiologia bastante relevante, trazendo conceitos atualizados dos diversos tópicos de interesse, desde as bases (anatomia, embriologia) até o contexto das doenças, com as quais lidamos em nossa prática diária. Acredito que todas as provas dos módulos feitos aqui no Brasil foram condizentes com as aulas, com um grau de complexidade moderado a alto, porém justo. A prova final, que realizei esse ano, é dividida em dois blocos - um teórico-prático, com casos expostos em projeções, com respostas curtas em um tempo de prova também restrito

(1 hora), mas com casos em geral condizentes com a prática diária de um médico neurorradiologista. A prática é feita em oito estações com casos diversos, expondo as imagens e informações clínicas dos pacientes, sendo questionados diferentes pontos, desde a técnica, achados do exame, diagnósticos diferenciais e diagnóstico final. O nível de complexidade das questões é variável. Primeiro, acho que pessoalmente traz uma sensação de dever cumprido e também de orgulho depois de passar por todos os módulos e as dificuldades dos mesmos. Profissionalmente acredito que só agregue pontos positivos, uma vez que este diploma serve de instrumento de convalidação para reforçar a solidez da formação de neurorradiologia no Brasil e nos dá maior tranquilidade para o exercício profissional, visando o maior benefício dos nossos pacientes e fazendo aqui o mesmo padrão de neurorradiologia exercido em outros centros de excelência pelo mundo. Este diploma é certificado pelo EBNR, atestando a conformidade da nossa formação com o currículo da ESNR, uma das sociedades de maior referência em nossa especialidade. Acredito que este título devesse ser mais valorizado e estimulado nos ambientes de trabalho, assim como a prova nacional da subespecialidade da SBNR, para o fortalecimento da profissão. Lisboa será uma ótima oportunidade para os que estão aptos a prestarem a prova.” Dr. Igor Gomes Padilha

vados: os Drs. Laís Farjado Ramim, Igor Gomes Padilha, Adriano Hazin e Carla Catarina Horr. A prova foi

“Decidi participar da iniciativa porque o Curso Europeu de Neurorradiologia (ECNR) oferece, dentro dos seus quatro módulos, um programa educacional completo em neurorradiologia estruturado pela ESNR e certificado pelo EBNR. Estas entidades desempenham um papel de liderança no fornecimento de educação neurorradiológica de alto padrão na Europa. Trazido ao Brasil em parceria com SPR, o curso é uma oportunidade imperdível de treinamento e atualização. Além disso, através da participação no ECNR e aprovação nas avaliações realizadas ao final de cada módulo, pude me tornar elegível a prestar o exame final para obtenção do Diploma (EDiNR). Trata-se de um excelente curso avançado, ministrado por renomados professores nacionais e internacionais, muitos dos quais são examinadores no exame final do EDiNR. O conteúdo abordado no curso é de altíssimo nível e extremamente atualizado. A estrutura do curso é muito bem elaborada, de tal forma que é possível interagir e tirar dúvidas de maneira muito próxima com os professores durante os workshops, que são organizados em pequenas turmas. O exame final para obtenção do EDiNR consiste em uma avaliação abrangente do conhecimento neurorradiológico. Inclui uma prova com questões de múltipla escolha e uma prova oral onde são discutidos casos com os examinadores. Estes são casos típicos encontrados na prática do neurorradiologista e relacionados aos temas dos módulos do ECNR. A abordagem de cada questão

aplicada no 42º congresso da entidade, realizado de 18 a 22 de setembro, em Oslo, na Noruega. E a próxima oportunidade já está agendada: nova prova será aplicada no congresso de 2020, de 1º a 4 de outubro, em Lisboa, Portugal. Os brasileiros são especialmente convidados para esta edição, pela facilidade de interagir com os profissionais locais no mesmo idioma. Conheça a experiência de dois dos aprovados em Oslo e agende-se para obter este diferenciado certificado!

envolve diferentes níveis de complexidade, de forma a avaliar como o candidato conduz o processo diagnóstico como um todo. Sendo assim, além de testar a habilidade de reconhecer o diagnóstico, essa parte da prova explora os diagnósticos diferenciais e os passos da investigação, como por exemplo, o próximo exame de imagem a ser indicado e a informação que é esperada que ele forneça no caso em questão. O exame é aplicado durante a Reunião Anual da ESNR e o diploma é entregue aos aprovados durante uma cerimônia ainda no mesmo evento. Atualmente, apenas com o diploma não é possível praticar a neurorradiologia em países europeus. Entretanto, o EDiNR é uma certificação de excelência, que atesta que o titular possui um nível de conhecimento e competência em conformidade com os requisitos do EBNR, propostos aos programas de treinamento em neurorradiologia em toda Europa. Sendo assim, o EDiNR é um valor agregado ao currículo, que diferencia o profissional ao se candidatar a um emprego ou a uma bolsa de estudos. Além disso, submeter-se a uma avaliação é sempre um estímulo para estudar e se aprimorar mais, vejo como uma das formas de me manter atualizada na neurorradiologia, que está em constante evolução. Incentivo fortemente que os colegas brasileiros prestem o exame final e aproveitem a oportunidade para participar da Reunião Anual da ESNR em Lisboa.” Dra. Laís Fajardo Ramin


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SPR GLOBAL Edição 495 – Novembro de 2019

SPR participa do Congresso Brasileiro de Radiologia De 10 a 12 de outubro, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) apresentou o 48º Congresso Brasileiro de Radiologia - CBR19, em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará. Todas as subespecialidade da área de Diagnóstico por Imagem foram representadas com palestras, oficinas práticas (hands on) e cursos: AVR, Intensivo de atualização, BI-RADS®, LI-RADS, Simpósio SBNR e PI-RADS. Renomados professores internacionais

Latin Safe:

CBR19 tem Fórum de Radioproteção

Durante o primeiro dia do Congresso Brasileiro de Radiologia (CBR19), foi apresentado o Fórum de Radioproteção, totalmente dedicado à proteção radiológica. Entre as palestras ministradas, houve as do presidente do Latin Safe, Dr. Hilton Muniz Leão Filho, e outros nomes de relevância na área, como os dos Drs. Aldemir Humberto Soares, Dolores Bustelo e Simone Kodlulovich Renha. Ainda, Dr. Hilton Muniz deu uma entrevista sobre a iniciativa para o Diagnostico Journal, da Argentina, durante o evento. “A importância da presença do Latin Safe na programação de eventos de radiologia tem se mostrado cada vez maior, pois é através da divulgação que as parcerias crescem e cada vez mais profissionais se juntam para trabalhar a favor da proteção radiológica”, avaliou Dr. Hilton.

estiveram nos módulos de radiologia mamária, oncológica, urogenital, tórax, musculoesquelética, RM e neurorradiologia e imagem de cabeça e pescoço, além de prestigiados docentes brasileiros. A SPR se fez presente não apenas com professores colaborando para a entrega dos conteúdos, mas também com um estande, onde recebeu a visita de diversos colegas e teve a oportunidade de divulgar suas iniciativas educacionais. Confira as fotos!

Professores e parceiros da SPR visitaram o estande durante o congresso, em Fortaleza

SPR presente nos melhores eventos mundiais A SPR foi representada no XXI Congresso Equatoriano de Radiologia – “Dr. Juan Garces”. Na foto, a partir da esq., Amilcar Vasco (secretário da Feri), Henrique Carrete (presidente do CIR), Luciano Chala, repre­ sentando a SPR, Marcelo Gálvez (presidente da Sochradi), Hubertino Dias (presidente da Sociedade Peruana de Radiologia), German Abdo (presidente da Sociedade Local de Radiologia do Quito), Horácio de Agustino (professor dos EUA) e Felipe Rodrigues Maya (presidente da Feri). Durante o mês de outubro, a Sociedade participou, ainda, da Jornada Francesa de Radiologia

– Dr. Douglas Racy foi convidado a lecionar no evento. Finalmente, a Dra. Fernanda Velloni viajou ao México, para o IX Curso Internacional de Imagem Seccional, onde também representou a SPR.


NOTÍCIAS

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Celebrando a radiologia e o radiologista Em 8 de novembro é o momento de celebrar em dose dupla: é comemorado o Dia Internacional da Radiologia (que tem a sigla em inglês IDoR) e o Dia Nacional do Médico Radiologista. O Dia Internacional da Radiologia foi intitulado por ter sido exatamente nessa data, em 1895, que o físico alemão Dr. Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os raios X. Sua descoberta seria oficializada apenas no fim daquele ano, em 22 de dezembro, quando colocou a mão esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação do tubo por 15 minutos. Em 1903, ele viria a receber o Prêmio Nobel de Física por essa descoberta. Mais de cem anos depois, em 2012, a Sociedade Europeia de Radiologia (ESR), a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA) e o Colégio Americano de Radiologia (ACR) criaram juntos o Dia Internacional da Radiologia. Hoje, muito se fala na imagem esportiva, e foi justamente essa a

especialidade escolhida pelo IDoR e as entidades organizadoras como o tema principal da campanha em 2019. O objetivo é destacar o papel essencial que os profissionais de imagem desempenham na detecção, diagnóstico, prognóstico e tratamento de lesões relacionadas ao esporte, aumentando a qualidade do atendimento e tratamento dos pacientes – é possível conferir mais informações da ação em www.internationaldayofradiology.com. Especialista na área, Dr. André Yamada considera que o Brasil já é referência no tema. “Temos profissionais na área de musculoesquelético que se especializaram em medicina esportiva, tanto nas universidades quanto nos serviços privados e grandes clubes. Outro fator que ajudou no crescimento dela foi o bom relacionamento com as outras especialidades ligadas ao esporte, desde ortopedistas e fisioterapeutas, até ginecologistas e geriatras que também acabaram criando esta subespecialidade dentro de suas áreas”, afirma.

Ele lembra que cada atleta tem sua particularidade em relação à carga e ao tipo de movimento, além do tipo de esporte e nível praticado e, por isso, o entendimento de anatomia, biomecânica e opções de tratamento

cirúrgico mudam quando se considera a lesão do esporte. “Atualmente, a imagem é fundamental no diagnóstico inicial do esporte amador e do profissional. No caso dos profissionais, o seguimento destas lesões é importante para a evolução na reabilitação realizada pelos fisioterapeutas. Alguns dias, que seriam de menor importância no esporte amador, podem valer finais e também retorno financeiro. Mesmo no caso do esporte amador, hoje em dia a cobrança pessoal destes atletas também nos faz utilizar de experiências adquiridas no meio profissional, sempre respeitando os limites de cada paciente”, ele conta. Quanto à tecnologia envolvida, ele diz que ainda é preciso evoluir muito, “principalmente na área de prevenção de lesões e avaliação de desempenho e qualidade tecidual”, finaliza.

O médico radiologista prioriza o bem-estar da sociedade e dos pacientes e também é fundamental na realização de estudos e divul-

gações de novos métodos de diagnóstico; portanto, homenageá-los e reconhecê-los é necessário e importante para a saúde e medicina.

O especialista de imagem no Brasil O Dia Nacional do Médico Radiologista foi instituído em 2009, antes da data mundial, por meio do Projeto de Lei nº 6.070, do deputado e médico nuclear Dr. Eleuses Paiva. Em 7 de maio de 2015, a então presidente Dilma Rousseff assinou a Lei 13.118 decretando a data, que passou a ser comemorada anualmente em todo o território nacional. No ano passado, o Jornal da Imagem realizou uma breve sondagem para descobrir se as pessoas sabiam o que um médico radiologista faz e onde fica quando é realizado um exame. No geral, foi possível perceber que poucos conhecem sua função, a confun-

dem com a de técnicos e muitos nem sabem que radiologista é médico. Na reportagem deixamos uma reflexão e gostaríamos de repeti-la novamente este ano: nós, médicos radiologistas, temos interagido com pacientes e outros especialistas de forma correta? Temos saído da sala de laudo? Procuramos nos tornar reconhecidos? Alguns países já estão mudando este cenário mantendo um contato maior com o paciente no pré e pós-exame, e se relacionando cada vez mais com outras especialidades, mostrando assim, que a função do médico radiologista vai além de só interpretar.


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NOTÍCIAS Edição 495 – Novembro de 2019

CFM tem novos conselheiros para 2019 a 2024 Em 1º de outubro, tomaram posse os novos conselheiros da gestão de 2019 a 2024 do Conselho Federal de Medicina (CFM); foi realizada uma cerimônia administrativa em sua sede, em Brasília, DF. A eleição foi feita de 26 a 28 de agosto, quando médicos de todo o Brasil elegeram um conselheiro federal efetivo e outro suplente – são 56 nomes no total. Para presidir o evento, foi convidado o conselheiro federal por Goiás, Dr. Salomão Rodrigues Filho, que está em seu segundo mandato no CFM e é o mais idoso entre os recém-eleitos; a secretaria foi conduzida, por outro lado, pelo mais jovem entre os que tomaram

posse, o Dr. Estevam Rivello Alves, conselheiro federal por Tocantins. Dr. Salomão Rodrigues afirmou, na cerimônia, que há três décadas as ações dos poderes constituídos levaram o Brasil a ter um “um ensino médico de péssima qualidade, um sistema de assistência à saúde caóti-

co, um aviltamento da remuneração do trabalho médico, além do estímulo de invasão dos atos privativos do médico por outros profissionais”. Para ele, é preciso somar esforços. Ele lembrou, ainda, que todos os conselheiros que tomavam posse naquele momento eram homens e

mulheres imprescindíveis na defesa da classe médica e da população. Dr. Estevam Alves concordou com as palavras do decano e, em seguida, leu o juramento, no que foi seguido pelos demais empossados. Os novos conselheiros juraram cumprir fielmente os deveres que lhes cabiam, tudo fazendo pela dignidade da profissão médica e em benefício da comunidade, respeitando o caminho da ética e da lei. Na sequência, os conselheiros efetivos e suplentes assinaram a ata de posse. Por São Paulo, tomaram posse as Dras. Christina Hajaj Gonzalez, psiquiatra (conselheira efetiva), e Irene Abramovich, neuropediatra (suplente).

70% dos médicos concordam com exame obrigatório para exercer Medicina Com o objetivo de contribuir ativamente para a construção de uma política de Estado para a Saúde, a Associação Paulista de Medicina (APM) fez uma pesquisa inédita, com resultados divulgados no início de outubro. O levantamento com 695 médicos em caráter nacional foi realizado pela plataforma SurveyMonkey entre 23 e 30 de setembro de 2019 e dividido em três blocos: Formação-Qualificação, Prioridades para a Saúde e Organização do SUS. Confira os principais resultados.

Formação e qualificação

Prioridades para a Saúde

91,2% consideram que deve haver no País um exame obrigatório para medir os conhecimentos dos egressos de faculdades de Medicina; Para 69,4%, a avaliação deve ter caráter reprobatório. Quem não passar não receberá o registro para exercer a prática médica; 39,6% são a favor do fechamento dos cursos que oferecem ensino insuficiente aos futuros médicos; 91,7% defendem uma prova de revalidação de diplomas obrigatória para os graduados fora do território nacional.

63,9% veem como uma das prioridades a qualificação da gestão, principalmente com políticas de combate a desperdícios e redirecionamento de prioridades (35,7%); Em relação à destinação de recursos, a atenção primária ficou em primeiro lugar, com 47,5%; 49% acreditam que o programa ‘Médicos pelo Brasil’, recentemente anunciado pelo Ministério da Saúde, será importante para a distribuição de profissionais pelo País.

Organização do SUS Mais informações em http://bit.ly/PesquisaAPM2019.

81,4% compreendem que a extensão da cobertura universal do Sistema Único de Saúde deve ser redefinida: • Por diretrizes nacionais sobre as coberturas – 31,6%; • Por diretrizes regionais sobre as coberturas – 28,9%; • Deve haver uma lista de procedimentos terapêuticos efetivos – 23,6%; Deve continuar da forma como está – 15,9%; 53,1% entendem que um termômetro essencial de desempenho é a incorporação de indicadores sobre as necessidades dos usuários.


NOTÍCIAS

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AZUL

Criada em 2003, na Austrália, a campanha preenche o mês para unir e informar a população sobre os riscos e efeitos do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Tumor da próstata é silencioso Depois do Outubro Rosa, vem o Novembro Azul – já é tradição. O movimento, hoje mundialmente conhecido, teve início em 2003, na Austrália, em prol das comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado em 17 de novembro. Sua cor azul remete à próstata, glândula que somente o homem possui, localizada na parte baixa do abdome. É um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. É responsável por produzir parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás, apenas, do câncer de pele não melanoma). A doença é considerada “da terceira idade”, pois cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos

Diagnóstico precoce possibilita tratamento A detecção precoce do câncer é um meio para encontrar o tumor em fase inicial e, assim, possibilitar melhor chance de tratamento. O câncer de próstata pode ser identificado por dois exames: • Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico; • Toque retal: como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). O toque é feito com o dedo protegido por luva lubrificada. É rápido e indolor, apesar de alguns homens relatarem incômodo e terem enorme resistência em realizar o exame. diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida. Alguns tumores crescem de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar

Ainda, segundo o INCA, na maioria dos homens o nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/ml. Alguns pacientes com nível normal de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo; por isso, esse exame, de forma isolada, não pode ser a única forma de diagnóstico. Vale lembrar que nenhum dos dois exames tem 100% de precisão. Por isso, podem ser necessários procedimentos complementares – a biópsia é o único capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia. Tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea (para verificar se os ossos foram atingidos) também podem ser solicitados como forma de diagnóstico. Se a doença estiver localizada – só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos –, cirurgia, radioterapia e, até mesmo, observação vigilante são recomendadas. Para doença localmente avançada, pode ser utilizada radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal; já para doença metastática (quando o tumor se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento mais indicado é a terapia hormonal. A escolha pelo melhor tipo de tratamento é individual e realizada após médico e paciente discutirem riscos e benefícios de cada um. à morte. Porém, a maioria cresce de forma lenta (demora cerca de 15 anos para atingir 1 cm³), não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem – e é nesse silêncio que mora o perigo do câncer de próstata!


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OBRIGADO, PROFESSOR Edição 495 – Novembro de 2019

A SPR apresenta a trajetória de nomes queridos, novos e tradicionais, da Radiologia, que hoje contribuem para uma atualização científica de qualidade, lecionando em seus eventos. Além de apresentá-los, deixa também sua homenagem pelo importante papel que prestam para a especialidade, colaborando de forma imensurável para a mudança de vida de tantos profissionais!

Obrigado,

Professora Bárbara Bresciani!

Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 2009, Dra. Bárbara Bresciani fez residência em Radiologia e Diagnóstico por Imagem na mesma instituição, de 2010 a 2013. De 2013 a 2014, fez subespecialização (R4) em Radiologia Mamária também na FMUSP, onde, ainda, exerceu a função de médica preceptora. Após o término da residência, em 2014, foi contratada como médica assistente no Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, onde trabalha no CEDIM (Centro de Diagnóstico por Imagem das Doenças da Mama) do InRad. “O convite do Prof. Dr. Nestor de Barros foi uma grande honra, e uma imensa oportunidade de aprendizado, seja atuando no HC e no ICESP (Instituto do Câncer do complexo hospitalar), seja participando da formação de residentes e também ministrando cursos e aulas”, afirma. Além disso, desde 2014 ela trabalha no Grupo Fleury, atuando no grupo de radiologia mamária e também no centro diagnóstico do Hospital Oswaldo Cruz, onde coordena os grupos de ultrassonografia e de imagem mamária. “Tomei conhecimento da SPR no meu primeiro dia de residência, e imediatamente me associei. Fiquei impressionada com a sua organização, com o imenso conteúdo didático que proporciona aos seus associados, com os congressos, Videoteca (hoje online), Grupos de Estudos, Clube Roentgen... Durante a residência, algumas vezes apresentei casos nos Grupos de Estudos e também no Clube Roentgen. E desde 2013, participo de praticamente todos os GEMAs (Grupos de Estudo de Mama), apresentando casos, ou dando suporte na discussão dos casos levados pelos residentes do HC”, enfatiza. A partir de 2014, Dra. Bárbara começou a lecionar os cursos ACR BIRADS® do Curso de Atualização em Imagem (Prof. Dr. Feres Secaf) e também na Jornada Paulista de Ra-

Com as Dras. Ludmilla Santiago e Tatiana Tucunduva na JPR 2019

Durante o Curso Feres Secaf deste ano

A SPR também tem grande importância frente às modificações que nossa especialidade passa ao longo do tempo diologia, e em 2018 passou a fazer parte também da coordenação deste módulo. Este ano, ela foi convidada para dar aula no módulo de mama da JPR e do Curso Feres Secaf: “Dividir o púlpito com professores que admiro e que tanto contribuíram para minha formação é um grande privilégio”, afirma.

Com demais colegas vencedores do Progetto Diventerò, na Itália, em março de 2018

Ela confirma que a SPR teve papel fundamental em sua carreira, proporcionando inúmeras oportunidades de aprendizado e crescimento profissional através de seu rico ambiente científico, de formação e de atualização. “Em 2017 venci o concurso do Progetto Diventerò, promovido anualmente pela SPR em parceria com a Fundação Bracco, e fui premiada com uma bolsa de estudos para realizar um estágio no Ospedale San Raffaele, em Milão, uma experiência extraordinária. A SPR também tem grande importância frente às modificações que nossa especialidade passa ao longo do tempo, buscando o conhecimento capaz de informar e de unir os médicos radiologistas em prol das melhores práticas para o benefício dos pacientes, e em prol da valorização da especialidade. Esta atuação é especialmente relevante, por exemplo, com a incorporação da Inteligência Artificial em nosso ambiente de trabalho”, ressalta.


ARTE E MEDICINA

Prof. Dr. Alfredo Buzzi* é Professor Titular de Diagnóstico por Imagem da Universidade de Buenos Aires e Membro Honorário Internacional da SPR

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Eu tive que pintar dessa maneira para mostrar quanta expressão e paixão há nas cabeças modernas... É assim que se deve pintar muitos retratos

O Dr. Gachet Dr. Paul Gachet (1828-1909), nascido em Lille, estudou medicina em Paris e Montpellier, onde escreveu uma tese intitulada Estudo sobre melancolia. Em 1858, retornou a Paris para trabalhar como médico e, em 1872, mudou-se para Auvers sur-Oise. Lá se tornou amigo de muitos pintores, incluindo Paul Cézanne (que pintou o quadro A Casa do Dr. Gachet), Charles-François Daubigny, Armand Guillaumin e Camille Pissarro. O próprio Gachet se tornou um artista, assinando seus trabalhos com o pseudônimo “P. van Ryssel”. O pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890) mudou-se para Auvers em 20 de maio de 1890, depois de deixar o asilo em St. Rémy. Ele fez três retratos do Dr. Gachet: uma gravura (maio de 1890) e duas pinturas (junho de 1890). A segunda pintura, uma cópia da primeira, foi feita para Gachet guardar. O Retrato do Dr. Gachet é um óleo sobre tela de 67 cm por 56 cm, cuja localização atual é desconhecida. Este retrato mostra o médico com a cabeça apoiada na mão direita. Seu cotovelo repousa sobre uma mesa ao lado de uma planta de dedaleira roxa (Digitalis purpurea), da qual é extraída a digital, e dois livros, Germinie Lacerteux (1865) e Manette Salomon (1867), ambos escritos pelos irmãos Edmond e Jules Goncourt. O retrato é profundamente melancólico: as cores são em sua maioria pesadas e opressivas. Os dois romances são deprimentes em termos de conteúdo: Germinie Lacerteux é sobre um jovem criado que vive uma vida pervertida e morre miseravelmente na casa onde ele trabalhava, e Manette Salomon descreve a vida de quatro

pintores mais ou menos mal sucedidos. Gachet está visivelmente deprimido. Sua postura, com a cabeça apoiada na mão, é clássica, assim como sua expressão facial. Van Gogh escreveu que o rosto de Gachet estava “endurecido pela dor... Certamente parece estar sofrendo de problemas nervosos tão seriamente quanto eu... Está mais doente do que eu”. Em uma carta a Paul Gauguin, ele diz: “Tenho um retrato do Dr. Gachet com a expressão rasgada do nosso tempo. “E em outra, para seu irmão Theo, ele diz: “Eu tive que pintar dessa maneira para mostrar quanta expressão e paixão há nas cabeças modernas... É assim que se deve pintar muitos retratos”. O que a dedaleira faz na pintura? A flor distintiva da dedaleira (ou digital) ganhou seu nome graças à sua forma, semelhante a um dedal. Suas folhas contêm um poderoso glicosídeo cardiotônico, a digitalina, cujo efeito foi reconhecido graças à pesquisa do médico inglês William Withering publicada em 1785. Por seu efeito inotrópico positivo, aumentando a força de contração do músculo cardíaco, é usada na insuficiência cardíaca congestivo. Também é útil na fibrilação atrial. Porém, no século XIX, os digitálicos também foram usados ​​para tratar alguns problemas psiquiátricos, como delirium tremens e manias. De acordo com o filho de William Withering: “... Mulheres das classes pobres de Derbyshire bebem grandes quantidades de chá digital como um meio barato para obter os prazeres ou esquecimentos que o envenenamento causa”. Van Gogh descreveu a dedaleira de Gachet como “de sombrio tom púrpura”. Talvez

ele o tenha incluído como outro símbolo da melancolia. Existem várias especulações sobre a causa da melancolia do Dr. Gachet. O retrato de Van Gogh mostra as mãos levemente pigmentadas, embora mais pálidas que o rosto queimado pelo sol, e as unhas completamente pálidas. Poderia ter sofrido insuficiência adrenal de corticosteroide (doença de Addison)? A pintura de Van Gogh é impressionista, não realista, por isso é difícil tirar conclusões definitivas que apoiem essa hipótese. Talvez Gachet, como Van Gogh, fosse viciado em absinto, uma bebida alcoólica de leve sabor de anis, com um fundo amargo de corantes complexos devido à contribuição das ervas que ela contém, princi-

palmente Artemisia absinthium. Seu consumo começou na Suíça, mas foi na França que se tornou popular devido à associação entre artistas e escritores que consumiram essa bebida em Paris no final do século XIX, o que supostamente induziu inspiração criativa. Naquela época, tornou-se a imagem principal do movimento boêmio. A ignorância e a falta de instrumentos científicos no século XIX atribuíram ao absinto a possibilidade de gerar alucinações e causar demência e depressão, razões pelas quais em alguns países foi decidido proibi-lo. Com o tempo e o interesse científico em analisar o absinto, ficou comprovado que ele não é prejudicial. Alguns países suspenderam a proibição.


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VINHOS Edição 495 – Novembro de 2019

Combinando vinho e comida

Dr. Niazi Rubez é médico radiologista, palestrante e educador em Enologia. É pós-graduado em Gastronomia – Vinhos e Bebidas no Centro Universitário SENAC, São Paulo, tem o Advanced Certificate – Wine and Spirits Education Trust de Londres, Inglaterra e é autor do blog BonVieVin. E-mail: niazirubez@yahoo.com.br; Instagram: @bonvievin.

Vinho e comida não se podem sobrepor um ao outro, competir. O sabor do vinho tem de combinar-se ao da comida criando um terceiro sabor, novo, inesperado. Aí se dá a mágica!

À arte de combinar vinho e comida dá-se o nome de Harmonização Eno-gastronômica. Preferi não usar esse termo no título para não assustar o leitor menos habituado. Pode parecer mais uma daquelas frescuras dos eno-chatos. Mas o vinho, desde sua mais remota origem, sempre esteve ligado às refeições. Só para ficar no exemplo mais conhecido: Jesus usou esta bebida e o pão como materialização de sua presença em todas as futuras reuniões de seus seguidores após sua morte. Eram os alimentos mais acessíveis para aqueles homens tão pobres naquela famosa ceia. Nesse campo não existem regras absolutas ou simplificações. A mais difundida máxima de que “para peixes sirva vinhos brancos e para carnes, vinhos tintos” pode tornar seu jantar um desastre. Mas existem algumas regras básicas que podem auxiliar na hora da escolha. Esse é um assunto bastante complexo e, às vezes, até árido. Esse texto procura traçar algumas regras para o não especialista. Por isso usarei apenas distinções entre brancos e tintos, leves e encorpados, secos e doces, etc., sem entrar em grandes detalhes de Apelações de Origem Controlada ou regiões de nomes difíceis e desconhecidos. A REGRA DE OURO: vinho e comida não se podem sobrepor um ao outro, competir. O sabor do vinho tem de combinar-se ao da comida criando um terceiro sabor, novo, inesperado. Aí se dá a mágica! Elementos a serem considerados: 1. Peso: comidas leves pedem vinhos leves. Por exemplo, carnes de caça pedem vinhos encorpados. Mas nem sempre só tintos. Às vezes é melhor pedir um branco encorpado de Chardonnay envelhecido em carvalho do que um tinto muito leve. 2. Método de preparo: alimentos cozidos, assados, grelhados e fritos pedem diferentes vinhos. Exemplo: uma carne refogada no próprio molho pode ir bem com um tinto de médio corpo. A mesma carne assada ou na chapa pedirá um

Rocha Ribeiro/Shutterstock

tinto mais complexo e rico em taninos. Ainda a mesma carne, se for frita, necessitará de um tinto ácido, pois a gordura da fritura pede acidez para “limpar” o palato. 3. Molho: muitas vezes o que realmente determina o peso e complexidade aromática de um prato é seu molho. Tomemos como exemplo o frango. Frango assado, Frango ao Curry e Frango a Parmegiana. Cada um terá um acompanhamento diferente. Para simplificar: quanto mais espesso o molho mais encorpado o vinho. Molhos aromáticos (por exemplo, os orientais), pedem vinhos aromáticos, como Riesling ou Gewurstraminer. 4. Acidez: a acidez do vinho, como já foi dito, é desejável para acompanhar pratos gordurosos. O ácido do vinho estimula as glândulas salivares que “lavam” a boca com saliva. Em compensação, comidas muito ácidas, com limão, vinagre, aceto balsâmico, são difíceis para combinar com vinho, pois podem sobrepor-se a ele. 5. Tanino: é a substância presente no vinho responsável pela sua adstringência característica. Quanto mais rico em tanino, mais o vinho “amarra” na boca. O tanino reage com as proteínas presentes na comida, o que atenua essa sensa-

ção. Então, vinhos ricos em tanino (Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat) vão bem com carnes vermelhas (ricas em proteína). Dica importante: o tanino com peixe pode dar um gosto metálico desagradável. Por isso como regra geral evite essa combinação. O tanino também não vai bem com muito sal, que pode dar um amargor. 6. Doçura: regra geral e fácil de memorizar: o vinho deve ser mais doce que o prato. Isso porque o doce na comida ressalta o ácido e o tanino no vinho. 7. Pimenta: reduz a sensação de doçura do vinho e o torna mais adstringente. Também exacerba os aromas de carvalho da bebida. Então procure vinhos que não passaram por carvalho (“unoaked”, às vezes, indicado no rótulo). 8. Sal: o doce acentua o sal. Pense nos pratos como Tender com frutas ou Lombo com Abacaxi. O mesmo acontece com vinho. Comidas muito salgadas vão deliciosamente com vinhos doces como Porto ou vinhos Colheita Tardia (“Late Harvest”). Experimente queijo Roquefort com Sauternes ou vinho do Porto com queijo Stilton. Bem, essas são apenas linhas gerais. Mas nada como experimentar. Arrisque-se e boa sorte!


TÚNEL DO TEMPO

Uma data histórica: a retomada da democracia? Um dos artigos do Jornal da Imagem, assinado pelo Dr. Karpovas, tratava sobre o 15 de novembro de 1989. Neste dia o povo brasileiro voltava finalmente a participar das eleições, através do voto direto, após os longos anos da ditadura militar. O então diretor do Jornal confessou que a última vez que exerceu sua cidadania foi em 1960, aos 18 anos de idade, quando votou em Jânio Quadros para presidente. E foi além – disse que por muito tempo não se interessou por política e não via porquê se atentar aos assuntos maçantes que envolviam os rumos do País. Mas com o passar dos anos, já firmado como profissional da área da saúde e acompanhando de perto a maneira como a medicina era tratada pelas autoridades brasileiras, isso mudou: “o país foi sendo engolido por casuísticos, totalitários, e o tempo foi passando. Eu não entendia de política, mas começava a sen-

tir que as coisas não iam bem. Cadê a liberdade? Cadê as facilidades para vencer na profissão?”. Ao final do dia, mais de 80 milhões de brasileiros foram às urnas e elegeram Fernando Collor de Mello como presidente. Naquela mesma manhã Dr. Karpovas dizia ainda estar em dúvida sobre em quem votar, “afinal, depois de 29 anos eu nem sei se ainda sei o que é exercer o direito de votar no presidente, parece algo ainda tão distante!”. O relato evidencia a completa ausência de familiaridade do brasileiro com o sistema democrático. Mal sabia também, àquela época, que o primeiro presidente eleito por voto direto desde 1961 sofreria impeachment no final de 1992. E esse processo se repetiria anos mais tarde, durante o governo da primeira mulher eleita presidente do Brasil. A propósito, 30 anos depois, ainda parece incerto dizer que aquele 15 de novembro marcou de fato a retomada da democracia.

Inamps, nova diretoria da SPR e CMA! Outros destaques desta edição incluíam a questão do Inamps, um dos assuntos mais debatidos naquele ano, e as projeções da SPR para os anos seguintes. Dr. Domingos Correia da Rocha, ex-presidente do CBR, comentou sobre a luta travada com o governo em relação à Previdência Social, afirmando que a situação chegou a um estado crítico e que o radiologista “ou pagava para trabalhar ou entrava no jogo do Inamps, nivelando-se por baixo”.

Já o Dr. Luiz Antônio Nunes de Oliveira, próximo presidente a assumir a diretoria da SPR, prometeu sua total dedicação à futura gestão: “Vou colocar a Sociedade à frente de todas as minhas atividades”. Além disso, também foram divulgados os próximos destinos do CMA de 1990: as reuniões aconteceriam em Marília, Ourinhos, São Carlos, Vale do Paraíba, São José do Rio Preto e Catanduva! Assim, o ano chegava ao fim, mas carregava muitas mudanças para o futuro.

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NEGÓCIOS&OPORTUNIDADES Edição 495 – Novembro de 2019

OPORTUNIDADES

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Diagnóstico por Imagem não se res­

CENTRO de Diagnóstico por Imagem de Porto Ferreira, interior do estado de SP, procura médico radiologista para laudar exames de RX, US, MM e TC, ou médico ultrassonografista. Remuneração por produtividade. Contato com: cdiportoferreira@gmail.com | ferbfaria@gmail.com. (1)

sui qualquer participação ou interesse

CLÍNICA na região de Campinas necessita de médico radiologista ou ultrassonografista para exames de raio X, mamografia, Doppler e ultrassonografia. Contato com Luciana: contato@clinicaudijaguariuna.com.br | (19) 3867-5572 | (19) 99963-5572. (2)

Solicite informações por e-mail: jornaldaimagem@spr.org.br.

A Sociedade Paulista de Radiologia e ponsabiliza, nem cível, nem crimi­ nalmente, pelas informações inseri­ das nesta seção, sendo estas única e exclusivamente responsabilidades do anunciante. A SPR também não pos­ econômico nos negócios efetuados em decorrência dos anúncios. Ainda, a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED) alerta sobre a importân-

NEGÓCIOS

cia da contratação de empresas e profissionais devidamente autorizados, e

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bilidade expressa da empresa detentora

por imagem. A

Resolução-RDC/ANVISA

25,

de

15/2/2001, veda a importação, comercialização e/ou recebimento em doação de seu anexo, destinado a uso no sistema de saúde do País. Inclui-se o produto recondicionado para o qual inexista responsade seu registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. O recondicionado deve: a) estar registrado ou declarado isento de registro de acordo com

SERVIÇO

a legislação sanitária; b) possuir as mes-

Agfa HealthCare • (11) 5188-6444 | www.medimg.agfa.com/brazil APTAS • (16) 3904-5088 | www.aptas.com.br Canon • (11) 4134-0000 | https://global.medical.canon Cryo Service • (19) 3828-3400 | https://www.cryoservice.com.br Ecomed • (11) 5083-4465 | http://www.ecomed.com.br/ GE Healthcare • (11) 3004-2525 | https://www.gehealthcare.com/ Guerbet • (21) 2444-9966 | www.guerbet.com.br/guerbet-brasil.html IBF • (11) 2103-2000 | www.ibf.com.br Imagem Sistemas Médicos • (11) 4133-0053 | www.imagem.med.br IMEX Medical • (48) 3251-8800 | www.imexmedicalgroup.com.br Konimagem • (11) 2950-1971 | www.konimagem.com.br Macsym • (11) 2957-7735 | (11) 2579-5869 | www.macsym.com.br MM Diagnóstika • (11) 2280-5181 | www.mmdiagnostika.com.br Neotech Sistemas • (11) 3459-0555 | (11) 99660-3797 | (11) 99547-9989 | www.neotechsistemas.com Pixeon • (11) 2146-1300 | www.pixeon.com.br Surgical Line • (11) 4053-9640 | www.surgicalline.com.br/ Univen Healthcare • 0800-608-2125 | www.univen.com.br/2018

mas características técnicas e operacionais do produto registrado na ANVISA, incluindo a rotulagem e instruções de uso (manuais) aprovadas em seu registro; c) estar fixada no equipamento para saúde,

EMPRESAS PARCEIRAS

de forma indelével, a informação de que o produto é recondicionado, indicando o ano em que o recondicionamento foi realizado; d) ter assegurada a assistência técnica do equipamento para saúde, incluindo o fornecimento de componentes, partes e peças de reposição, durante o período previsto pela legislação aplicável. Outras informações em http://bit.ly/ Anvisa25de2001.

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Informações: (11) 5053-6363 ou mkt@spr.org.br


AGENDA

2019

NOVEMBRO GRUPOS DE ESTUDOS Dia

Evento

Hora

4

Grupo de Estudos de Proteção Radiológica (Latin Safe)*

6

Grupo de Estudos de Ultrassonografia (Geus)* Tema: Avaliação Ultrassonográfica dos Nódulos Renais: Como Devemos Laudar Convidada: Dra. Andrea Cavalanti Gomes

7

17h30

20h

13

Local

Dr. Hilton Muniz Leão Filho Drs. Sérgio Kobayashi e Fernando Linhares Pereira e Dras. Alessandra Caivano Rodrigues Ribeiro e Julia Diva Zavariz

Grupo de Estudos de Mama (Gema)*

Dras. Juliana Alves de Souza e Paula de Camargo Moraes

Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (Gera)*

Drs. Douglas Jorge Racy e Regis Otaviano França Bezerra

Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (Germe)*

Drs. Afrânio dos Reis Teixeira Neto, André Yui Aihara e Marcello Nogueira-Barbosa

20h

12

Coordenadores

Sede da SPR

Maksoud Plaza Hotel

Grupo de Estudos de Tecnologia e Informática em Radiologia (Get)*

Drs. Igor Rafael Martins dos Santos e Felipe Campos Kitamura

Sede da SPR

Grupo de Estudos de Radiologia Intervencionista (Geri)*

Drs. Antonio Rahal, Denis Szejnfeld, Guilherme Cayres Mariotti e Guilherme Lopes Pinheiro Martins

Maksoud Plaza Hotel

Dr. Tufik Bauab Jr.

Sede da SPR

Grupo de Estudos de Meio de Contraste Radiológicos (GEMCR)

13h30

CLUBE ROENTGEN* Dia

Aula

Hora

Avaliação dos Nódulos Mamários

13

20h

Convidada: Dra. Paula de Camargo Moraes

Mini CCRP

Local

Hospital Servidor Público Estadual Maksoud Plaza Hotel Coordenação: Dr. Gladstone Mattar

OUTROS EVENTOS DA SPR Dia 9 9 e 10

Evento

Local

Modulo prático do Curso Avançado de Ultrassonografia Musculoesquelética 1º Curso Temático de Cabeça e Pescoço (GECAPE)

Maksoud Plaza Hotel

3º Curso Temático Anual do Grupo de Estudos de Radiologia do Abdome (GERA)

Informações sobre os eventos da SPR: www.spr.org.br ou (11) 5053-6363 Sede da SPR: Av. Paulista, 491, cj. 41, São Paulo – Maksoud Plaza Hotel: R. São Carlos do Pinhal, 424, São Paulo. *Evento com transmissão via web pela SPR ou pela Pixeon. Agenda completa das transmissões e como participar à distância em http://bit.ly/Transmissoes-via-web.

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