Os alunos do 5ºE da Escola Básica 2/3 Dr. António Augusto Louro imaginaram uma narrativa incompleta, sobre os perigos que os oceanos enfrentam e, consequentemente, nós, os humanos. Esta turma, em conjunto com a sua professora de Português, lançaram um desafio à professora Cristina Teixeira Pinto, que com os seus alunos deu continuidade a esta narrativa. Foi assim que nasceram vários desfechos, que vos convidamos a ler.
Uma baleia especial
Desde que o mundo era mundo, e ninguém o sabia, vivia uma baleia invulgar, a baleia sem dentes, no Oceano Atlântico, mais concretamente no Arquipélago dos Açores. O Oceano outrora azul, de águas claras e límpidas, começava a preocupar a nossa baleia peculiar, pois há muito tempo que observava o comportamento dos humanos e era notável a sua falta de consciência para com o Planeta Terra. Estariam esquecidos de que a Terra era “a sua casa” e deviam cuidar dela? A nossa baleia sem dentes era muito inteligente, quase uma baleia filosófica que se questionava sobre todas as coisas que a rodeavam, e fazia-se munir de uma curiosidade e imaginação invulgares. Chamava-se Dori.
Dori, ao nadar nas águas poluídas, encontrou um salmão-dente-de-sabre, talvez o único exemplar que ainda sobrevivia nos oceanos. - O que estás aqui a fazer? – perguntou a baleia. - A minha colónia foi atacada por caçadores e a única maneira foi fugir – exclamou tristemente Dimas, como era conhecido o salmão-dente-de-sabre. - Tu, que me pareces amigável, por favor ajuda-me a voltar para as águas doces, pois é só lá que tenho o alimento adequado. - Já agora, eu sou Dori. Ajudar-te-ei a voltar às águas doces. Será uma missão difícil, mas como diz o ditado “a esperança é a última a morrer”. E a aventura de Dori e Dimas começou. Realmente, a aventura que os esperava iria ser muito acidentada…Começaram a nadar e logo se depararam com um labirinto de algas. Ficaram muito confusos, pois não sabiam qual o caminho a seguir nem como sair dali. Qual não foi o espanto de ambos, quando repararam numa pequena tartaruga que estava quase a sufocar por causa da tampa de uma garrafa! Apressaram-se a socorrê-la e salvaram-na. - Estes humanos são uns irresponsáveis! Não sabem cuidar dos oceanos - criticou Dimas.
A tartaruga, agradecida, decidiu juntar-se ao grupo e indicou-lhes o caminho para saírem do labirinto. Mal eles sabiam o que teriam de enfrentar a seguir… Continuaram a viagem e, de repente, avistaram um reino desconhecido com um ar escuro e assustador! Era o Reino dos Tubarões, que atacavam ferozmente os intrusos. Sentiam-se desesperados com tanta poluição e com tanto lixo acumulado no fundo dos mares e, por isso, agrediam todos os que por ali ousavam passar. Eles não sabiam, é claro, quem era o responsável por tamanha desgraça e, assim, consideravam que todos eram culpados! Para atravessar aquele reino, tiveram uma ideia genial! Camuflaram-se, usando tinta de choco e outras coisas que os rodeavam. Assim, passaram discretamente. Mal saíram desta aventura, foram logo meter-se noutra! Deram de caras com umas areias muito misteriosas e estranhas, fazendo lembrar monstros! Eram os caranguejos escondidos, que se divertiam a beliscar os transeuntes que se aproximavam dali. De súbito, ali perto deles, repararam num peixe-palhaço com ar amedrontado.
(…)
- Olhem só, um peixe-palhaço! Mas parece estar tão triste, com um ar amedrontado! – observou Dori. - Meu Deus! Que ar medonho! – exclamou a Tartaruga. - Será que não tem amigos? Estará triste? O que se passará? – interrogou Dimas. - Olá! Precisa da nossa ajuda? – perguntaram em uníssono ao Peixe-palhaço. Passados alguns segundos, o Peixe-palhaço respondeu-lhes: - Não, não estou nada bem e não sei o que estou a fazer, aqui, no mar. Já não sei como é nadar em paz. Já não sei sorrir e nem como me divertir com os outros peixes…Glu, glu, glu! Estou tão triste…- desabafou o Peixe-palhaço. Com um ar desesperado Dori, Dimas e a Tartaruga ficaram curiosos com o que o Peixe-palhaço dissera, porém queriam descobrir a razão pela qual o peixinho estava tão abatido. - Qual é a razão da tua tristeza?- questionou Dori. - Vou contar. Tudo começou quando vi barcos a navegar no mar. No começo não entendi, mas, logo depois, percebi. Eram os humanos a pescar os peixes. Glu, glu, glu! Foi horrível! Por sorte, eu não fui um dos peixes pescados. Foi mesmo por um triz… Todos permaneceram calados, durantes alguns minutos, até que… -Olhem, estão a deitar lixo! – avisou Dori que estava sempre atenta. - É isto que me deixa triste: ver poluição e mais poluição. Julguei que todo o ser humano possuísse um coração bom, mas, pelos vistos, parece que não. Não sei porque insistem em poluir o nosso habitat natural. Eles não veem que tudo não passa de um
desperdício? Vou arranjar uma maneira de acabar com tudo isto! – informou o Peixepalhaço, sentindo-se enfurecido. Depois dessas palavras, todos se reuniram ao amanhecer e uniram-se para limpar o mar, pois a união faz a força. - Menos poluição e mais preservação! – gritavam, enquanto limpavam. E acreditaram o mundo de cada um poderia ser melhor se todos colaborassem para a mesma causa.
Trabalho realizado por Carina Isabel Gomes da Silva, nº6, 5ºC
(…) Nadaram até ele e perguntaram o seu nome. Chamava-se Nemo e estava com medo dos tubarões. Entretanto, as anémonas, habitat natural onde ele vivia, estavam todas sujas e ele não tinha lugar para ficar. Como Dori e os seus amigos eram amáveis permitiram que Nemo os acompanhasse naquela jornada. Então, partiram à descoberta. Estavam a nadar pelo Oceano, quando viram um barco de um pescador. Subiram até à superfície e falaram com ele. O homem ficou assustado, mas os animais marinhos acalmaram-no e alertaram-no da poluição existente no mar. O pescador ficou sensibilizado com a situação e disse a Dori que falaria com um amigo jornalista para alertar a população. Os animais concordaram com uma proposta e combinaram encontrar-se nas proximidades do farol, à mesma hora, no dia seguinte. Na manhã seguinte, encontraram-se com o pescador, no local indicado. Ele avisou que o seu amigo já tinha alertado a população e que, a partir daquele dia, seria obrigatório depositar o lixo nos ecopontos corretos. Passados uns dias, antes de os amigos iniciarem a sua viagem para o rio, notaram umas diferenças no mar. Estava mais limpo e mais azul. Depois de muito dar às barbatanas, chegaram ao seu destino. Nunca tinham visto tantos salmões dente-de-sabre. Despediram-se de Dimas e voltaram para o Oceano com muito orgulho pela atitude do ser humano, pois só ele poderá mudar o Mundo para melhor.
Trabalho realizado por Ana Salomé Costa Carvalho e Camila Beatriz Mendes Torres, alunas do 6ºD
(…) Dori e Dimas, vendo o Peixe-palhaço, tiveram medo e passaram lentamente por ele, no entanto vendo que ele estava amedrontado voltaram para trás para o abordar. Perguntou a Baleia: - De onde é que tu vens? O Peixe-palhaço, que tinha perdido a memória, logo respondeu: - Perdi-me do meu grupo, não sei onde estou e nem de onde venho. E quem são vocês? – perguntou o Peixe. - Somos a Dori e o Dimas.- responderam a Baleia e o Salmão. Então Dori lembrou-se de perguntar ao Peixe-palhaço se ele sabia onde poderia encontrar as águas doces. O Peixe-palhaço recomendou-lhe o Rio Sado. A agravar a situação é que ele não sabia o trajeto, o caminho a percorrer. Mesmo assim aventuraram-se pelo mar adentro a ver se encontravam o Rio Sado. Durante o seu percurso, encontraram um grupo de raias. Com medo delas tiveram a ideia de se camuflarem com algas, porém não resultou: as raias começaram a atacá-los e, por fim, prenderam-nos. Tinham deixado uma raia de vigia, mas ela acabou por adormecer e o Dimas conseguiu passar por entre as grades e extorquiu as chaves à raia conseguindo salvar os seus amigos. Ao sair depararam-se com uma das raias que não gostava de tratar mal os animais e, sim, de ajudar. Dori perguntou à raia se ela sabia onde ficava o Rio Sado. Ela disse que sim, então levou-os até lá. Quando lá chegaram, Dori, Dimas e o Peixe-palhaço ficaram maravilhados com o que viram, pois encontraram águas sem poluição para o Dimas viver. E assim todos ficaram contentes e prosseguiram com as suas vidas. Trabalho realizado por Diogo Carvalho, Helena Carvalho e Mariana Pereira, alunos do 6ºD
(…) Depois de encontrar o Peixe-palhaço, Dori, o salmão-dente-de sabre e a Tartaruga começaram a trocar ideias com o mesmo. Começaram a falar sobre os outros animais aquáticos e tiveram uma ideia genial: limpar o Oceano. Para tal acontecer tiveram de pedir ajuda a outros animais, pois sozinhos não o conseguiriam. Entretanto, estava tudo inundado de lixo e foram pedir ajuda a outros animais, e eles aceitaram. Começaram a limpar a zona da Europa e, depois, seguiram para os Estados Unidos. Ao longo da sua jornada os animais começaram a perceber que havia lixo, muito lixo, no meio do Oceano. Passados alguns meses, nem queriam acreditar que tinham conseguido recolher o lixo todo e, então, ficaram muito contentes com o que tinham acabado de fazer. Alguns dias depois, os animais aquáticos já nadavam em águas puras e cristalinas. Dori também contribuiu para os ajudar a regressar a casa e reunirem-se de novo em família. No fim, todos os animais ajudaram na preparação de uma festa que tinha uma frase apelativa: ‘‘Diga não à poluição’’. A partir daí, o Oceano ficou a ser conhecido por ‘‘Oceano Puro’’. Há que pensar no nosso planeta, pois a cada dia que passa pomo-nos em risco e todos os seres do nosso Mundo Azul. Trabalho realizado por Rui Sampaio, Sara Leite e Tatiana Carvalho, alunos do 6ºD
Os alunos do 5ºB, da professora Isabel Preto, também quiseram experimentar e surgiu ainda outro final. Leiam e lutem pelo nosso Planeta!
(…)
O pequeno grupo aproximou-se e quiseram saber a razão daquele medo. - Ali adiante, aquela pobre gaivota foi apanhada por um monstro negro, não consegue voar! Ficaram a observar à distância, sabendo que teriam de ir noutra direção e ficaram abismados com a força daquela gaivota, que conseguiu levantar voo! - Deve ser uma gaivota sonhadora e lutadora. Não desistiu! Mudaram de rumo e ficaram radiantes ao ver, finalmente, o brilho da água que serpenteava ao longo de um rio. Dimas chegara ao seu destino! Despediram-se, com emoção, mas antes de partir, deixaram uma mensagem aos humanos: O ar, o mar e toda a natureza estão contaminados! É urgente ajudar! Humanos salvem os Oceanos, o planeta está nas vossas mãos.
Texto coletivo, 5ºB