Dossiê de Tombamento: Complexo Bartolomeu Mitre

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Preservação Patrimonial

COMPLEXO EDUCACIONAL

BARTOLOMEU MITRE

Universidade Federal da Intregação Latinoamericana Curso de Arquitetura e Urbanismo Foz do Iguaçu -PR 2018


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Universidade Federal da Intregação Latinoamericana Curso de Arquitetura e Urbanismo

Preservação Patrimonial

COMPLEXO EDUCIONAL

BARTOLOMEU MITRE Professoras Renata Machado | renata.machado@unila.edu.br Paula da Silva | paula.silva@unila.edu.br

Discentes Allan Moreira | allan.moreira@aluno.unila.edu.br Bastian Guerra | bastian.guerra@aluno.unila.edu.br Geovanny Flores | geovanny.martinez@aluno.unila.edu.br Vinicius Monção | vinicius.moncao@aluno.unila.edu.br Foz do Iguaçu -PR 2018


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Lista de Figuras

• Grupo escolar Bartolomeu Mitre, Foto histórica. (Terrinhadasaguas, 2010)

Figura 1: 1933 - 1ª Companhia Isolada de Fronteira no Marco das Três Fronteira. Figura 2: Construção da usina 1980 Figura 3: 1920 visita do Padre Guilherme Maria Thiletzek. Figura 4: Guerra do Paraguai: A massacre de um povo soberano. Figura 5: Segunda sede do: Grupo Escolar Bartolomeu Mitre. Figura 6: Localização da primeira e segunda sede do Colégio Bartolomeu Mitre. Figura 7: Fachada oeste apresenta simetria na disposicao dos elementos. Figura 8: Fachada leste apresenta simetria na disposicao dos elementos. Figura 9: Fachada principal (noroeste) pouco tempo após sua inauguração Figura 10: Planta esquemática com a divisão de blocos e predominancia nas cores. Figura 11: Planta apresentada por Amorin sobre a primeira sede do grupo escolar. Figura 12: Planta atual, levantada na reforma feita pela prefeitura. Figura 13: Isométrica expludida sobre a composição do edifício. Figura 14: Praça Bartolomeu Mitre após reforma. Figura 15: Isométrica expludida sobre a composição do edifício. Figura 16: Planta esquemática segunda sede. Figura 17:Evolução urbana.

Figura 18: Fachada principal oeste (após o crescimento urbano). Figura 19: Início da construção da primeira sede (construído de 1926 a 1927). Figura 20: Vista do grupo Escolar e a capela São João Batista - 1930. Figura 21: Fachada frontal (projeto original) com os professores e alunos. Figura 22: Vista fachada leste, no fundo se encontra a capela São João Batista - 1932. Figura 23: Vista aérea da primeira sede do grupo escolar e da paróquia São João Batista. Figura 24: Crescimento do centro da cidade interfere na fachada do grupo. Figura 25: Avenida Brasil - 1965 Figura 26: Reforma feitano centenário de Foz. Figura 27: Vista aérea da segunda sede do Grupo Escolar - 1952. Figura 28: Vista desde a avenida da segunda sede do Grupo Escolar 1960 apróx. Figura 29: Vista aérea da segunda do grupo escolar sede - 1972. Figura 30: Propostas de projeto para a praça Mitre, publicados no jornal Local - 2000. Figura 31: Inauguração da praça Mitre. Publicado no Jornal Local - 2001. Figura 32: Nota do jornal local sobre investimentos para reforma de colégios históricos - 2006.


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Indice: Página

1. Lista de Figuras

5

2. Resumo

9

3. Introdução

13

4. Histórico do Municipio

14

6. Histórico do Bem Cultural

17

7. Caracterização Arquitetônica

24

8. Caracterização Urbanística

32

9. Documentação Fotográfica

34

10.Diretrizes de Intervenção e Proteção

38

Ateliê VIII / Urbanismo V

• Colegio Bartolomeu Mitre, Foto histórica. (Cámara Municipal. 2009)

11. Marco Legal

40

12. Notas de Roda Pê

43

13. Bibliografía

44


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Resumo:

• Avenida Brasil, 1937. A cena mostra no fundo o Casarão Mitre. (Paróqui Batista. 2018)

O presente dossiê de tombamento é parte de uma iniciativa de preservação patrimonial do Curso de Arquitetura e Urbanismo CAU-UNILA, para imóveis de caráter histórico do Município de Foz do Iguaçu. Eles carecem de um marco legal para sua proteção, conservação e reconhecimento. Sendo o objeto de estudo deste trabalho as edificações do Colégio Estadual Bartolomeu Mitre. Ao realizar uma pesquisa histórica acerca do crescimento da cidade e sua estrutura educacional, constatou-se relações sociais e espaciais, nas edificações do Casarão Mitre (primeira sede) com o atual Colégio Bartolomeu Mitre. Localizados de forma cronológica, os espaços do Mitre, compreendem dois momentos: o primeiro de 1927 até 1952, entre a fundação da cidade e o crescimento da colônia militar. E o segundo de 1952 até a atualidade onde o colégio passa a ter uma infraestrutura maior para atender a crescente demanda

por educação. Este último edifício tem sido discutido como patrimônio do município por diversas instituições1-pág 43, na procura de recursos para preserválo. Dentro desta narrativa, o chamado Casarão do Mitre (a primeira sede) tem sido esquecido como parte da história do colégio e da transformação da cidade. Convertendo-se em um vazio urbano por ser uma edificação subutilizada e estar em processo de deterioração. Por estas razões busca-se com o dossiê evidenciar o vínculo entre as edificações, entendendo a necessidade de discutir e preservar os dois espaços de forma conjunta.

Palavras-chaves: Património, Foz do Iguaçu, Colégio, Bartolomeu Mitre.


Casarão M -Secretaria Patrimô

k

Plano diretor 2017, Foz do Iguaçu.

ubitsche

democrática, participativa, integrada, compartilhada e descentralizada, com estímulo à participação da população nos processos de decisão, planejamento e gestão do desenvolvimento territorial...

elino k Av. jusc

“Gestão da cidade deve ser


Colégio Estadual Bartolomeu Mitre -Atual colégio

Mitre a de ônio

kJ

Av. Jorge Schimmelpfeng


12 | Dossiê Complexo Cultural Bartolomeu Mitre 12 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre


Introdução: O presente dossiê faz parte da disciplina de Ateliê VIII e Urbanismo V, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Integração Latinoamericana. Pretende-se encaminhar essa documentação ao Conselho de Patrimônio Histórico do município de Foz do Iguaçu, o qual foi instituído pela lei municipal n.º 4470/2016 com o objetivo de fortalecer o atual cenário de discussões sobre patrimônio, memória coletiva e cidade.

• Casarão Mitre, estado atual. (Atoria Própria, 2018)

A partir de uma ótica acadêmica pretende-se complexificar o histórico do Colégio Estadual Bartolomeu Mitre primeira e segunda sede. O qual faz parte da evolução do centro urbano da cidade e seu papel como pioneira da educação no oeste do Paraná (SBARDELOTTO, 2007). Na atualidade a narrativa e valoração das edificações (primeira e segunda sede) tem sido feita de forma desigual, já que o casarão - primeira sede, encontra-se em uma situação de abandono. De modo contrário o atual Colégio mantém seu uso educativo e infraestrutura preservados.

Ao realizar os levantamentos bibliográficos identificou-se o casarão do Mitre como o primeiro colégio da cidade, cuja denominação foi dada em 1927 como Grupo Caetano Munhoz da Rocha, pelo Governador Caetano Munhoz. Em 1952 constrói-se uma nova sede para atender a demanda por educação da cidade. Desde este momento o uso educacional ficou concentrado na nova sede sendo que a primeira, passou a sediar diversas atividades, entretanto elas não foram registradas. Sendo este trabalho uma compilação das narrativas sobre as edificações, buscando entendêlas como um conjunto, as quais refletem o processo de crescimento da cidade.

Introdução | 13


Histórico do Municipio: O município de Foz do Iguaçu encontra-se no oeste do Paraná, fazendo parte da tríplice fronteira com Argentina e Paraguai. Conforme os dados do IBGE 2018, a população de Foz do Iguaçu é de 258,823 habitantes, com um território de 617,701 km², dos quais 61,200 km² estão em perímetro urbano. Sendo descrita como uma região marcada nos seus origens pela exploração dos recursos e luta de demarcação de terras. Umas das primeiras descrições sobre a região foi feita pelo espanhol Álvar Nuñez Cabeza de Vaca que, no trajeto de sua viagem de Santa Catarina à Assunção, em 1542, registrando a beleza exótica das Cataratas do Iguaçu. As terras do oeste do Paraná eram habitadas pelas tribos Guarani e Caingangue, antes da chegada do homem branco. Já a ocupação comeca em 1881, com o brasileiro Pedro Martins da Silva e o espanhol Manuel Gonzáles. Pouco depois chegaram os irmãos Goycochéa, os quais começaram a explorar a erva-mate. 14 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

No princípio do século XIX, a mesorregião do oeste paranaense esteve esquecida pelos governos brasileiros. O difícil acesso por terra, acordos internacionais e a falta de fiscalização, favoreciam a ocupação argentina e paraguaia e a exploração da erva mate e outras riquezas naturais que o oeste do Paraná dispunha. Estas contradições no território brasileiro levou ao governo paranaense investir na ocupação brasileira, através de uma Comissão Estratégica militar, responsável por fundar uma Colônia Militar na região da foz do rio Iguaçu (SBARDELOTTO, 2007). A pressão de demarcação da fronteira, culmina em 22 de Novembro de 1889 com a fundação da Colônia Militar do Iguassú que foi registrada pelo sargento José Maria de Brito. No ano seguinte constatou-se em seus registros a existência de 322 habitantes na região de Foz do Iguaçu: 188 paraguaios, 93 brasileiros, 33 argentinos, 3 franceses, 2 uruguaios, 2 espanhóis e 1 inglês (BRITO, 2005).


Segundo Sbardelotto (2007), em 1905 já havia aproximadamente mil habitantes na Colônia Militar do Iguassú. Sendo característico da colônia militar que os lotes não tivessem dono, nem arrecadação de impostos porque quem governa é o comandante militar. Apenas as autoridades da Colônia podiam conceder lotes de terra aos habitantes que quisessem ser colonos e ali residir, sob a condição de cultivar lotes para agricultura de subsistência (Wachowicz, 2002). A Colônia Militar foi desmembrada da Comissão Estratégica do Paraná em 20 de outubro de 1892. Instalando em 1897 uma agência fiscal, chefiada pelo capitão Lindolfo Siqueira Bastos, que na época registrou muitos problemas fiscais na Colônia: elevados impostos, pouco comércio, exploração ilegal da ervamate e da madeira, grande quantidade de contrabando de riquezas naturais, estrutura física precária e nenhuma prática agrícola (COLET NEA DE DADOS – Foz do Iguaçu, 1993).

Em 09 de abril de 1910, pela Lei n.º 971, a Colônia Militar do Iguassú passou a se denominar “Vila Iguassú”. Em 1914, pela Lei n.º 1383, a Vila Iguassú se emancipou do município de Guarapuava e passou a município de Vila do Iguassú, nomeando em 10 de junho de 1914 o seu primeiro prefeito, Coronel Jorge Schimmelpfeng, e instituindo a primeira Câmara de Vereadores do município. Em 05 de abril de 1918, pela Lei Estadual n.º 1783, foi criado o município de Foz do Iguaçu, tal como se denomina até hoje (LIMA, 2001). Figura 1: 1933 - 1ª Companhia Isolada de Fronteira no Marco das Três Fronteira.

(Fonte: SALVAN W, 2016)

Histórico do Municipio | 15


A cidade passou por um período de expansão a partir da segunda metade da década dos 50, com o asfalto da via que conectava Foz e Paranaguá. Com a inserção da ponte da amizade (Brasil Paraguai) em 1965 e a inauguração da br 277 que conectava a cidade com Curitiba dinamiza o comércio e os vínculos com Cidade do Leste.

Preparando o cenário para inserção do mega projeto da Usina de Itaipu, a qual começa em 1970 trazendo um crescimento do 385% da população. Sem contar o crescimento da trama urbana e as vilas operárias, as quais realizaram remoções e reconfiguraram as periferias contemporâneas da cidade.

Figura 2: Construção da usina 1980

(Fonte: terrinhadasaguasfoz, 2009)

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Histórico do Bem Cultural: O histórico da primeira sede do colégio Bartolomeu Mitre, mantém relação com o crescimento do Oeste do Paraná. Segundo Sbardelotto (2007) o colégio é o primeiro da mesorregião. Este processo se deve a conjuntura política e social, da colônia Militar e as companhias de extração da erva mate entre os séculos XIX e XX. Para 1985 a proposta liberal do regime republicano no Brasil, não cobria a demanda em educação dos estados. E os altos índices de analfabetismo incentivou os grupos ricos das capitanias para um ensino privado. Sendo esta etapa de organização por parte dos governos provinciais controlado pelas burguesias. Sao os dirigentes que definem como desnecessária a educação da população, já que a base econômica se baseava na exploração dos recursos naturais. Na região de Foz do Iguaçu, o que acontecia em 1912 como “forma de ensino”, era a contratação de professores (sujeitos alfabetizados) os quais davam aulas particulares com o pouco conhecimento

que eles tinham (EMER, 2001). Apenas os grupos familiares ligados aos militares e a funcionários do fisco podiam manter estes serviços, violentando a gratuidade do ensino descrito na constituição de 1824. Os fatores determinante para a inserção do ensino foi a modernização dos meios de produção e a necessidade que os eleitores soubessem ler e escrever, levou a modalidades de casas de educação e grupos escolares pagos pelo estado. Após lutas reivindicatórias e a insuficiente instrução privada, o município recebe o 15 de novembro de 1927 o Grupo Escolar Caetano Munhoz da Rocha no núcleo urbano dos pioneiros de Foz beneficiando as classes de maior poder econômico e político. A iniciativa educativa foi criada através do acordo entre o Estado e a Igreja Católica, para disponibilizar a educação no município. O grupo foi dirigido por o padre Guilherme Maria Thiletzek e iniciando atividades com dois professores padres e duas professoras residentes de Foz (EMER, 1991).

Histórico do bem cultural | 17


Figura 3: 1920 visita do Padre Guilherme Maria Thiletzek

Figura 4: Guerra do Paraguai: A massacre de um povo soberano.

(Fonte: terrinhadasaguasfoz, 2009)

(Fonte: A verdade, 2014)

Em 1929 foram incorporada às professoras Iguassuína Ferreira e Mercedes Braga ao corpo docente do grupo escolar, sendo esta última reconhecida como a primeira professora normalista da instituição em 1950.

As mudanças foram contínuas e no ano de 1931, Carlos Freire de Coimbra passa a ser o novo diretor do Grupo Escolar, e o grupo continua sendo auxiliado pelo Estado, porém os padres passam a se dedicar apenas ao trabalho pastoral e os professores passam a ser contratados pelo governo estadual (SBARDELOTTO, 2007).

Na década de 1930 o Grupo Escolar Caetano Munhoz da Rocha foi renomeado pelo prefeito Jorge Sanwais como Grupo Escolar Bartolomeu Mitre, em homenagem ao general argentino da triple-alianza2-pág 43 , que impedira que as tropas paraguaias cruzassem o oeste do Paraná durante a guerra de 1865. 18 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

Já em 1944 a escola passa a ser parte do estado, com o decreto número 282, estabelecendo o grupo escolar como instituição de ensino público do Município. Até 1951 Grupo Escolar Bartolomeu Mitre funcionou na sede localizada na frente da


praça Getúlio Vargas. Sendo transferidas suas funções em 1952 para a segunda sede (atual), localizada na avenida Av. Jorge Schimmelpfeng. Desde esta mudança não se encontram dados do histórico de usos da primeira sede. Consolidandose na atualidade como uma edificação subutilizada no centro da cidade, sendo ocupada no térreo pela Secretaria de Patrimônio da prefeitura.

Av. Jorge Schimmelpfeng. Neste mesmo ano foi Inaugurado o Ginásio Estadual que faria parte do grupo escolar. Nesta nova edificação a instituição ofereceria três categorias de ensino: o ensino primário, ginasial e normal, equivalente ao ensino fundamental e médio atuais (SBARDELOTTO, 2007).

(Fonte: Câmara Municipal, 2009)

Com base no histórico preservado pela instituição em 1952 passou a abrigar o Curso Normal Regional Nível Ginasial e o Curso Ginasial. Tendo mudanças em 1957 onde a sede abrigou o Primeiro curso em nível de 2º Grau o qual se manteve até a década dos 70. Já em 1972 criou-se a Associação de Pais e Professores da Escola Bartolomeu Mitre, sigla APPBM, com o objetivo de promover o acercamento entre os pais e professores. No ano seguinte foi implantada a reforma do ensino de Primeiro Grau, com início gradativo nas 1ª a 5ª série (CE MITRE, 2018)

A partir do crescimento da população e as demandas por educação em 1952 foi inaugurada a nova sede localizada na

Neste processo a instituição continua crescendo como símbolo de excelência educacional da cidade, criando em 1976

Figura 5: Segunda sede do: Grupo Escolar Bartolomeu Mitre

Histórico do bem cultural | 19


a bandeira da escola nas cores bordô e branco. E foi até o ano de 1977 que num processo de reorganização do estado, o governador Jayme Canet Junior renomeia o Grupo Escolar Bartolomeu Mitre como Escola Estadual Bartolomeu Mitre – Ensino Regular e Supletivo de 1º Grau. Estas mudanças desencadeariam modificações na sede e em seu histórico. Na década dos 80 foi doado o busto do “General Bartolomeu Mitre” por parte do consulado argentino, sendo instalado em um ato na instituição. Contando com a presença do bisneto do general, contatados por missão de intercâmbio cultural Argentina-Brasil. Desde o ano 2000 as reformas educativas do país, direcionaram o colégio para educação fundamental e médio, trabalhando nos três períodos: manhã, tarde e noite. E em 2001 por acordo entre a Municipalidade e o Governo Estadual foi instalada uma praça na fachada frontal do colégio. Em 2017 esta praça seria motivo de críticas, por uma reforma feita 20 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

pela prefeitura, descaracterizando aquele espaço de encontro no centro da cidade o que evidencia a insensibilidade no trabalho com edificações de valor histórico. No encerramento deste histórico são manifestados novos planos para o Colégio Estadual Bartolomeu Mitre, por parte da governadora Cida Borghetti a qual pretende transformar para 2019 a sede em um colégio Militar (Radioculturafoz, 2018).

•Festival UNILA na praça Mitre. (Autoria Própria, 2018)



•Desenho da fachada principal -1927 da primeira sede do Mitre. (Fonte: Autoria Própia)



Caraterização Arquitetônica -Primeira sede : Localizado no centro da cidade (cf. figura 6), a primeira sede do Colégio Estadual Bartolomeu Mitre (antigo Grupo Escolar Caetano Munhoz da Rocha) teve uso educacional desde 1928 até 1952. Foi um equipamento de suma importância para a comunidade local da época e a primeira escola do oeste do Paraná implantada pelo governo do estado. Depois de 1952 poucos são os dados históricos encontrados acerca do uso deste edifício. Algumas intervenções foram realizadas na edificação, principalmente na composição dos espaços internos. Figura 6: Localização da primeira e segunda sede do Colégio Bartolomeu Mitre

é desconhecida, mas é evidente o uso de elementos decorativos como vincos no revestimento (cf. figura 7) e detalhes em alto relevo sobre as janelas, cobertura metálica, esquadrias metálicas basculantes e vidro translúcido (cf. figura 8). Figura 7: Fachada oeste apresenta simetria na disposicao dos elementos.

(Fonte: Autoría propria, 2018) Figura 8: Fachada leste apresenta simetria na disposicao dos elementos.

(Fonte: Autoría propria, 2018)

A sede foi construído em alvenaria de tijolos revestidos, apresentando traços de uma linguagem eclética. A autoria 24 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

(Fonte: Autoría propria, 2018)


A fachada principal (cf. figura 9) é levemente orientada para o noroeste, onde se localiza o acesso principal do pavimento térreo, essa fachada acabou sendo parcialmente ocultada com a construção do prédio dos Correios dando destaque a fachada lateral que está alinhada com a Av. JK. Figura 9: Fachada principal (noroeste) tempo após sua inauguração

pouco

comunicação entre si. Pesquisas anteriores indicam o uso dessa tipologia na maioria das edificações escolares implantadas na época, inclusive tendo a divisão de meninos e meninas determinada por lei como aponta AMORIM DE CASTRO (2010) em sua tese sobre os grupos escolares do Paraná. […]Após a Edificação da primeira casa escolar em Curitiba, determinou-se que os outros municípios fizessem o mesmo. o Artigo 2º estabeleceu a necessidade de separação física de meninos e meninas e, para isso, dois edifícios diferentes ou escolas, (ou seja, salas de aula incomunicáveis no mesmo edifício)[...] (AMORIM DE CASTRO 2010) Figura 10: Planta esquemática com a divisão de blocos e predominancia nas cores.

(Fonte: MEMÓRIA URBANA, Escolas públicas do Paraná, 2018)

Nas visitas ao local foram encontrados vestígios das cores originais dos ambientes internos (cf. Figura 10) pode-se presumir que assim como na maioria das escolas da época a divisão se dava por gênero, inclusive os acessos eram independentes e as asas não possuíam

(Fonte: Autoría propria, 2018)

Caraterização Arquitetônica | 25


Figura 11: Planta apresentada por Amorin sobre a primeira sede do grupo escolar.

Segundo Amorim (2011) apresenta as plantas da primeira sede com seis divisórias, sendo contrária a atual divisão de espaços (cf. figura 11) . As divisões internas (cf. figura 12) aparentemente foram criadas para se adequar os novos usos, posteriores ao traslado para a segunda sede, no entanto seria necessário um laudo técnico a partir de um estudo mais aprofundado para identificar a ordem cronológica das alterações. Na análise de fluxos as plantas referentes a estes dois momentos demonstra a segregação imposta pelos costumes da época, traduzidos no partido arquitetônico adotado (cf. 12 e 13).

N

(Fonte: AMORIM, 2011) Figura 12: Planta atual, levantada na reforma feita pela prefeitura

N

(Fonte: Fundação Cultural, 2018)

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Figura 13: Isométrica expludida sobre a composição do edifício.

A tipologia em formato de U,distribui os espaços em uma planta simétrica, com 6 salas em dois pavimentos. No térreo encontram-se dois porões, como forma de aproveitar a topografia e também por questões de umidade e conforto térmico, suas paredes externas possuem uma espessura de 40 cm, característica comum em edifícios da época. (cf. figura 13).

Caraterização Arquitetônica | 23


•Desenho da fachada principal desde 1952 até atuliadade (Fonte: Autoria Própia)



Caraterização Arquitetônica -Segunda sede : Localizado no centro (cf. figura 6, página 24), sua construção se deu entre o fim da década de quarenta e início dos anos cinquenta. Esta segunda sede foi construída como resposta para a demanda que vinha crescendo juntamente com o contingente populacional, é onde hoje atualmente funciona o Colégio que atualmente abriga cerca de 2000 alunos. Construído em alvenaria de tijolos revestidos, este prédio conta com uma linguagem neocolonial, sucedendo a linguagem eclética que apresenta o prédio anterior. O projeto manteve a tipología “U” invertendo a sua abertura e aumentando a escala. A simetria também foi uma característica preservada neste projeto. conseguindo um fluxo mais funcional.(cf. figura 16) A fachada principal está orientada ao Sul onde ficava o acesso principal até o ano de 2001, quando o muro frontal foi recuado abrindo espaço para a Praça das Nações. No piso térreo se distribuem as duas alas contendo 3 salas em cada lado, há um 30 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

pavimento superior onde fica um setor administrativo. O prédio conta também com um pátio central, normalmente utilizado para atividades ao ar livre. O colégio sofreu algumas ampliações, novos blocos de salas de aula foram edificadas. Conforme seu programa inicial, conta com 6 salas de aula, biblioteca, sala de vídeo, sala de direção, sala de orientação e sanitários para discentes e docentes. Na atualidade tem recebido mais investimento por parte da preitura, reformando em 2017 a praça do Mitre. Trazendo um projeto com problemas de diálogo com o edificio histórico. (cf. figura 14). Figura 14: Praça Bartolomeu Mitre após reforma

(Fonte: H2foz, 2018)


Figura 15: Isométrica expludida sobre a composição do edifício.

A divisão de meninos e meninas por asa permaneceu neste projeto, nota-se a partir dos sanitários masculino e feminino dispostos em asas distintas, a comunicação no entanto se dava a partir do pátio central e em sua circulação em formato de U, diferentemente da antiga sede onde havia uma divisória. A divisiao de espacos de forma simetrica, carateriza aquele momento:

Figura 16: Planta esquemática segunda sede.

N

1.- Sala de aula 2.- Sanitário de alunos 3.- Biblioteca 4.- Laboratório de ciências 5.- Sala de vídeo 6.- Laboratório informática 7.- Sala de direção 8.- Sala de supervisão 9.- Sala de professores 10.- Sala de professores 11.- Sala de orientação 12.- Administração 13.- Sanitário professores 14.- Pátio

Caraterização Arquitetônica | 31


Caraterização Urbanística: Segundo a pesquisa de Sbardelotto (2007), a primeira sede do Colégio Bartolomeu Mitre se localiza no chamado núcleo pioneiro da cidade. Atualmente esta área é conhecido como centrinho da JK, onde a infraestrutura e os usos (Feirinha, atividades culturais, praça da Paz) mantém a centralidade. Para a década dos anos 20 o centro pioneiro recebe a capela da Paróquia São João Batista após o incêndio da primeira sede. Foi construído um edifício em alvenaria e de dimensões maiores para tornar-se a matriz da cidade (Paróquia S. JOÃO BATISTA, 2018). Esta centralidade trouxe diversas edificações de órgãos público tais como: Ministério do Trabalho, Prefeitura Municipal, Receita Federal entre outras. A primeira foi em 1927 com a construção do casarão o qual tinha um uso educativo ligado ao clero. A partir de uma reconstituição da evolução urbana baseada em fotografias históricas3- pág 43 infere-se às diversas mudanças que as sedes passaram no 32 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

crescimento do tecido urbano, sobretudo a primeira sede que no período de 19271936 aproximadamente tinha uma implantação com uma grande mureta que ocupa quase todo a quadra. A ocupação desta área trouxe mudanças, como a construção da Igreja Matriz do lado da capela a qual começa nos anos 30 e finalizada em princípios dos 40, destacando ainda mais, esta centralidade. En 1950 começa a construção da segunda sede do grupo escolar. Em uma trama urbana em crescimento constante. Entre 1960 e 1970 a primeira sede perde a sua implantação e é cercada por diversas edificações. A descaracterização foi feita após a sede perder seus usos educativo e a cidade experimentou o crescimento econômico dos sessenta como relatado no histórico do município. A segunda sede se manteve na Av. Jorge Schimmelpfeng, ganhando em 2001 a praça com o nome da Instituição a qual se mantém na atualidade.


1

2

1

1 Data de 1930

Data de 1933

Data de 1952

Data de 1965

1

1

1923-1932

Figura 17: Evolução urbana.

1934- 1940

1

2

(Fonte: Autoria própria, 2018)

1941- 1960 1 Primeira Sede 2 Segunda Sede

1

2

1965- 1970 Vías sem revestimento Edificações estudadas

Vías revestidas Edificações Histôricas

Carateríização Urbanística | 33


Documentação Fotogrâfica: A partir do histórico das edificações, se realiza uma linha cronológica imagética, que apresenta a evolução das sedes no núcleo dos pioneiros (atual centro urbano), os quais trazem relações com os elementos urbanos e as instituições tais como a Paróquia São João Batista e a Receita Federal. Tendo alguns vazios da linha do tempo, devido a falta de registros dos objetos de estudo, tornando difusa a interpretação dos processos que as edificações sofreram.

Figura 19: Início da construção da primeira sede (construído de 1926 a 1927).

Figu João

(Fonte: PS Batista, 2018)

(Fon

(Fonte: PS Batista, 2018)

(Fon

Figura 22: Vista fachada leste, no fundo se encontra a capela São João Batista - 1932

Figu escol

(Fonte: Arquivo, proprio 2018)

Figura 18: Fachada principal oeste (após o crescimento urbano).

34 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre


ura 20: Vista do grupo Escolar e a capela São o Batista - 1930

Figura 21: Fachada frontal (projeto original) com os professores e alunos.

nte: PS Batista, 2018)

(Fonte: Memória Urbana, 2018)

nte: Terrinhadasaguas, 2010)

(Fonte: Terrinhadasaguas, 2010)

(Fonte: Terrinhadasaguas, 2010)

ura 23: Vista aérea da primeira sede do grupo lar e da paróquia São João Batista.

Figura 24: Crescimento do centro da cidade interfere na fachada do grupo.

Figura 25: Avenida Brasil - 1965

Documentação Fotográfica | 35


Período da segunda sede do Grupo Escolar, a partir da dêcada de 1950. Se encontrou um maior número de registros fotogrâficos já que comprende o crescimento do núcleo pioneiro e da cidade.

Figura 27: Vista aérea da segunda sede do Grupo Escolar - 1952

Figu do G

(Fonte: Terrinhadasaguas, 2010)

(Fon

(Fonte: Arquivo Mitre,2018)

(Fon

Figura 30: Propostas de projeto para a praça Mitre, publicados no jornal Local - 2000

Figu no Jo

Além dos arquivos consultados da sala da memório no atual Colégio Estadual Bartolomeu Mitre. Onde se encontram notas de jornal e fotografías históricas.

(Fonte: H2FOZ, 2017)

Figura 26: Reforma feitano centenário de Foz.

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ura 28: Vista desde a avenida da segunda sede Grupo Escolar 1960 apróx.

Figura 29: Vista aérea da segunda do grupo escolar sede - 1972.

nte: Terrinhadasaguas, 2010)

(Fonte: Terrinhadasaguas, 2010)

nte: Arquivo Mitre,2018)

(Fonte: Arquivo Mitre,2018)

ura 31: Inauguração da praça Mitre. Publicado ornal Local - 2001.

Figura 32: Nota do jornal local sobre investimentos para reforma de colégios históricos - 2006.

Documentação Fotográfica | 37


Diretrizes de Intervenção e Preservação Patrimonial: Os objetivos das disciplinas de Arquitetura VIII e Urbanismo V são a preservação e intervenção de imóveis de caráter históricos no Município de Foz do Iguacu. Para trazer usos que mantenham viva a identidade de aquele espaço. Compreendendo as sensibilidades arquitetônicas e urbanística das edificações do Colégio Bartolomeu Mitre são propostas as seguintes diretrizes: 1. Delimitar uma zona de proteção e área de amortecimento com índices restritivos. 2. Isenção fiscal do IPTU para edificações históricas dentro da zona de amortecimento delimitada como diretriz urbanística. Como forma de aporte a sua manutenção. Sob amparo da lei federal do Estatuto das cidades 10.247/2002

Os seguintes elementos arquitetônicos que se encontram em condições de deterioração e deverão ser restaurados nos projetos de intervenção ou usos destinados: 1. Poço (primeira sede), recuperação do poço e seu maquinário hidráulico apenas para uso ornamental. 2. As fachadas (ambas sedes), terão um projeto restauração e manutenção, dos elementos que caracterizam o período arquitetônico. 3. As esquadrias e janelas (ambas sedes), é necessário o restauro e padronização dos elementos, permitindo o uso e ventilação interna.

3. Transferência do direito de construir.

4. Cobertura (primeira sede), é necessário realizar um projeto de restauro do telhado e forro, mantendo o pé direito interior de 4 m .

4. Participação popular dos usos e intervenções das edificações.

5. O uso de revestimentos (ambas sedes), contemporâneos que descaracterizem

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o período arquitetônico das obras, serão removidos, utilizando aqueles que não impactem o projeto. 6. O layout da edificação pode ser modificadas desde que seja discutida com o conselho de patrimônio o qual avalia o impacto sobre o uso. Visando preservar a caraterização do espaço. 7. Preservar as tintas predominantes nos espaços. No casarão o azul e o rosa remete à divisão de gênero feita no uso original. No colégio o branco bordô são as cores escolhidas como oficiais. Os elementos paisagísticos da trama urbana, devem potencializar a contemplação das edificações, melhorando os uso e o espaço público. 1. A vegetação não deve interferir com a visualização dos elementos arquitetônicos das edificações. 2. Evitar a criação de faixas ou vagas de estacionamento na frente das

edificações. 3. Os elementos ou reformas que descaracterizem as edificações ou dificultem a contemplação serão removidos visando preservar os usos do espaço público. Para as atividades ou usos por instituições públicas, poderão dispor dos espaços públicos adjacentes, desde que sejam integrados no projeto de novos usos e manutenção: 1. A segunda sede poderá utilizar a praça Bartolomeu Mitre para eventos culturais. 2. A primeira sede poderá integrar dentro de seu projeto a praça Getúlio Vargas. 3. As sedes deverão ter a alteração da homenagem feita ao General Argentino, Bartolomeu Mitre por meio de consulta pública.

Diretrizes de Intervenção e Preservação Patrimonial | 39


Marco Legal: As diretrizes de proteção urbana são fundamentadas nas leis que o município disponibiliza como ferramentas urbanísticas. Sendo a proposta da zona de proteção e amortização respaldada no recurso da lei nº 276\2017 que permite a criação de zonas de proteção de interesse estratégico: Art. 8º: IV - propor medidas mitigadoras do impacto ao meio ambiente, à paisagem e ao patrimônio, que seja ou possa ser causado por edificações ou usos. Art. 41 As Zonas de Interesse Estratégico ficam assim sub classificadas e denominadas: III - Zona de Interesse Estratégico do Histórico Cultural; As edificações do colégio Estadual Bartolomeu Mitre devem ser protegidas a partir da efetivação dos artigos 2 e 3 da lei municipal nº 4470\2017. Onde se Dispõe a proteção do Patrimônio Cultural, Histórico, Artístico e Ambiental do Município de Foz 48 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

do Iguaçu, e de outras providências: Os seguintes elementos arquitetônicos que se encontram em condições de deterioração e deverão ser restaurados nos projetos de intervenção ou usos destinados: Art. 2º A preservação do patrimônio cultural do Município de Foz do Iguaçu é dever de toda a comunidade. Art. 3º O Poder Público Municipal deverá promover, garantir e incentivar a preservação, conservação, tombamento, fiscalização, execução de obras, estudos ou serviços visando à proteção, à valorização e à promoção do patrimônio cultural iguaçuense, de acordo com os procedimentos desta Lei e regulamentos reflexos, por meio do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, igualmente constituído por esta Lei. Os recurso para aquisição ou expropriação das edificações que avaliadas de importância para os tombamentos são descritas na lei de patrimônio nº 4470\2017:


Art. 6º Compete ao Conselho Municipal de Patrimônio Cultural a adoção de todas as medidas necessárias à proteção do patrimônio cultural do Município, sempre que a salvaguarda do bem imponha-se à coletividade. III - propor às autoridades competentes o tombamento de bens, assim como solicitar a sua desapropriação, quando tal medida for necessária; IV - propor a compra de bens móveis ou o seu recebimento, em casos de doação. O pedido de tombamento das sedes do Colégio Bartolomeu Mitre amparase no artigo 11 da lei de patrimônio. Contemplando os itens solicitados no artigo 15 da mesma lei. Art. 11 O processo de tombamento será iniciado a pedido de qualquer interessado, proprietário ou não do bem respectivo, por membro do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, por iniciativa dos Poderes Legislativo

e Executivo Municipal, por grupo de pessoas, incluindo-se associações e quaisquer outras organizações interessadas na salvaguarda do patrimônio cultural. Art. 15 A instrução dos processos de tombamentos deverá conter: I - dados de localização e a descrição do bem; II - documentação do bem, como fotos, desenhos, vídeos, áudios e referências; III - justificativa do tombamento; IV - descrição das imposições pelo entorno e à paisagem do bem tombado, quando necessário; V - descrição dos procedimentos que deverão instruir a sua saída do Município, no caso de bem móveis; VI - relação de peças componentes da coleção e definição de medidas que garantam a integridade do material, no caso de tombamento de coleção de bens. Marco Legal | 35


Os usos e intervenções ficam no cuidado da lei de patrimônio nº 4470\2017, os quais deverão avaliar os uso que possam descaracterizar ou violentem o histórico das edificações como descrito nos artigos 30 e 36: Art. 30 Caberá à Fundação Municipal de Foz do Iguaçu, em conjunto com a Secretaria Municipal de Planejamento e Captação de Recursos e a Secretaria Municipal de Obras analisar e aprovar projetos e serviços de reparação, pintura ou restauração ou qualquer obra de intervenção dos bens imóveis tombados e de sua área de entorno. Art. 36 As construções, demolições, paisagismo, no entorno ou paisagem do bem tombado deverão seguir as restrições resultantes do tombamento.

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Notas de Roda Pê 1. Recebe Moção de aplauso por parte da câmara de vereadores, o qual fortalece o pedido de tombamento pela instituição (H2FOZ, 2017). UNILA executa projeto de Museu, o qual procura preservar a memória e patrimônio da instituição (UNILA, 2016).

3. O estudo de evolução urbana foi feita a partir de fotografias históricas, já que não se encontra documentação precisa sobre o crescimento da cidade. Sendo apenas uma ferramenta ilustrativanão precisa dos processos urbanos e como foram afetadas as sedes do Colégio Bartolomeu.

2. O Exército invasor cometeu abomináveis crimes de guerra, entre os quais se destacam: obrigar prisioneiros paraguaios a lutar contra a sua pátria, contaminar as águas do Rio Paraná com cadáveres de pessoas acometidas pelo cólera para contaminar a população ribeirinha (crime assumido por Caxias em carta a D. Pedro II); venda de prisioneiros como escravos (crime confessado por Bartolomeu Mitre, comandante do Exército argentino, em carta ao vice-presidente Marcos Paz); assassinato de milhares de crianças na batalha de Acosta Ñu - crime ordenado pelo conde D’eu, que assumiu o Comando das tropas em substituição a Caxias (A VERDADE, 2014).

Notas de Roda pê | 43


Bibliografía: SBARDELOTTO, Denise Kloeckner. HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DO COLÉGIO ESTADUAL BARTOLOMEU MITRE, O PRIMEIRO GRUPO ESCOLAR DO OESTE DO PARANÁ: contexto histórico (1889 a 1930). Monografia de pós-graduação, 2007. AMORIM DE CASTRO, Elizabeth. Arquitetura das Escolas Públicas do Paraná ( 1853-1955). Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010. 220 p. Disponível em: <https://acervodigital. ufpr.br/bitstream/handle/1884/25984/ arquitetura%20escolar_elizabeth. ce=1&isAllowed=y&fbclid=IwAR1B5R6Hf_ a4uJgBpiYg3xKfcBHC1cG_ hiuE6rYRFvHDHD0ovwfZyQkPKPE>. Acesso em: 07 nov. 2018. LIMA, P. Foz do Iguaçu e sua história. Foz do Iguaçu: Copyright, 2001. C MARA MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU - PR. Câmara municipal de foz do iguaçu. Disponível em: <http://www.fozdoiguacu. pr.leg.br/>. Acesso em: 20 set. 2018. 44 | Dossiê Complexo Educacional Bartolomeu Mitre

SÃO JOÃO BATISTA FOZ. Congregação do verbo divino. Disponível em: <http:// saojoaobatistafoz.com.br/historia-daparoquia-sao-joao-batista/>. Acesso em: 05 set. 2018. PORTAL DO TURISMO DE FOZ DO IGUAÇU. Entidades de turismo. Disponível em: <http://www.pmfi.pr.gov.br/turismo/>. Acesso em: 09 set. 2018. VITRUVIUS. Resenhas online. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas>. Acesso em: 29 ago. 2018. COLÉGIO ESTADUAL BARTOLOMEU MITRE. História do mitre. Disponível em: <http://www.fozbartolomeumitre.seed. pr.gov.br/modules/noticias/>. Acesso em: 29 ago. 2018. MASSA NEWS. Colégio bartolomeu mitre terá museu histórico. Disponível em: <https://massanews.com/>. Acesso em: 05 set. 2018.


RÁDIO CULTURAL FOZ. Colégio Bartolomeu Mitre será transformado em escola militar. Disponível em: <https:// www.radioculturafoz.com.br/2018/11/06/ colegio-bartolomeu-mitre -seratransformado-em-escola-militar/>. Acesso em: 07 nov. 2018. CE BARTOLOMEU MITRE. História do Colégio Estadual Bartolomeu Mitre. Disponível em: <http://www. fozbartolomeumitre.seed.pr.gov.br/ modules/conteudo/conteudo.php?conteu do =9 >. Acesso em: 07 nov. 2018. MEMÓRIA URBANA. Escolas públicas do paraná. Disponível em: <https://www. memoriaurbana.com.br/arquiteturaescolas/?fbclid=iwar29ejs4t-q7ll5juewt8 nhuadrpdpeffwkgb6s7vc8d2beshi8765_ bdga>. Acesso em: 01 nov. 2018.

LEIS MUNICIPAIS. Foz do iguaçu. Disponível em: <https://leismunicipais. com.br/a/pr/f/foz-do-iguacu/ lei-ordinaria/2016/447/4470/leiordinaria-n-4470-2016-dispoe-sobrea-protecao-do-patrimonio-culturalhistorico-artistico-e-ambiental-domunicipio-de-foz-do-iguacu-e-da-outraprovidencias?fbclid=iwar1nzggksthvrhwds_ svoyeqb4pkcewlaa1nga6hlxkbiwa3sf37x6obt0>. Acesso em: 21 set. 2018. CUESTION CULTURAL. Bartolome mitre y “la dictadura con votos”. Disponível em: <https://cuestioncultural.blogspot. com/2012/11/bartolome-mitre-y-ladictadura-con-votos.l?m=1&fbclid=iwar22t gb69hvdh07ycwjcp5dzehsadfco8j11xpilwj7 xjdsxjvxpjhltofw>. Acesso em: 09 out. 2018.

A VERDADE. Guerra do paraguai: o massacre de um povo soberano. Disponível em: <http://averdade.org.br/2014/12/ guerra-paraguai-o-massacre-de-umpovo-soberano/>. Acesso em: 27 out. 2018. Bibliografía | 45


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