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TINTAS COM SOLO

Luane Aparecida Staben Marcelo Ricardo de Lima

Vídeo deste experimento

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https://www.youtube.com/watch?v=nFdnyXmMH8E

Público sugerido

Alunos do ensino fundamental.

Objetivos

a) Efetuar o aprendizado do preparo da tinta com solo; b) Percepção das diferentes cores dos solos; c) Discussão sobre a origem das diferentes cores dos solos.

Materiais

a) Amostras de solos com diferentes cores; b) Folhas de jornal; c) Rolo de macarrão velho ou garrafas de vidro; d) Peneira; e) 1 colher; f) Pincéis de pintura; g) Potes com tampa; h) Cola branca; i) Água.

TINTAS COM SOLO

Procedimento

1) Escolha as amostras de solo de seu interesse para começar o preparo de secagem e moagem. O processo de secagem pode também ser feito ao ar livre deixando a amostra no sol sobre uma folha de jornal;

Foto: Marcelo Ricardo de Lima

2) Após a secagem, pegue um jornal e coloque-o sobre a mesa, despejando a amostra em cima do jornal, depois disso utilizando o rolo de macarrão comece a passá-lo na amostra para deixá-la bem fina;

Foto: Marcelo Ricardo de Lima

3) Depois de moído o solo, peneire o material com o auxílio de uma peneira, para aproveitar o material mais fino, isso poderá evitar que algumas pedras pequenas e cascalhos sejam utilizados no material selecionado. Quanto mais fina estiver a amostra melhor será o preparo da tinta. O material que restar, que não passou pela peneira, pode ser descartado. Como a moagem e peneiramento produzem muita poeira sugere-se o uso de óculos de segurança e máscara para poeiras;

Foto: Reprodução UFPR TV

TINTAS COM SOLO

4) Para fazer a tinta, pode-se utilizar um pote com tampa, para que também seja possível guardar a tinta, se não for totalmente utilizada. Normalmente é utilizado para um pote pequeno para cada cor de solo. Misturar o solo, água e cola branca na seguinte proporção:

Foto: Reprodução UFPR TV

6) Depois de misturado o solo, a água e a cola, pode ocorrer que o solo utilizado pode absorver mais ou menos água podendo variar a quantidade necessária, se preciso adicionar mais solo e cola se ficar muito “aguado”, ou mais água se ficar muito grosso. O importante é que a consistência seja adequada para pintar. 7) Com o preparo finalizado, e o aspecto estiver parecido com uma tinta, o uso pode ser imediato sobre papel ou outras superfícies.

Foto: Reprodução UFPR TV

Questões e sugestões de atividades

Sugere-se a utilização das perguntas abaixo antes de se iniciar o experimento, para que os alunos possam ter ideia do que irá acontecer, para depois, confrontar com os resultados obtidos após o experimento. Seria interessante escrever no quadro negro as respostas dos alunos. a) Como podemos utilizar o solo para fins artísticos? b) Para qual finalidade podemos usar as tintas com solo? c) Por que as cores do solo são diferentes? d) As tintas artesanais com solo podem ser mais sustentáveis do que as tintas industriais?

e) Quais as vantagens e desvantagens em se usar as tintas do solo?

TINTAS COM SOLO

Informações aos professores

Obtenção do solo para confecção da tinta A escolha dos solos deve levar em consideração a obtenção de uma grande variabilidade de cores para proporcionar uma boa diversidade de padrões e suas tonalidades a serem exploradas nas atividades com os estudantes. Por exemplo, pode-se coletar solos de coloração avermelhada, amarelada, branca, acinzentada, preta, marrom e outras, sendo que as mesmas podem ser misturadas por ocasião do preparo da tinta, obtendo-se colorações e tonalidades intermediárias (CAPECHE, 2010). Para se obter uma tinta de qualidade é necessário um material de solo com maior teor de argila e silte, e menos areia para que a tinta apresente melhor consistência e maior aderência (CARMO; TEIXEIRA, 2014). Os solos podem ser coletados em barrancos ou cavando-se buracos na superfície do terreno, mas é importante atentar para não provocar danos ao ambiente como, por exemplo, causar desbarrancamento, erosão ou acidentes com pessoas e animais (quedas do barranco ou em buracos deixados abertos no terreno). É importante tampar os buracos feitos para a coleta (CARMO; TEIXEIRA, 2014). A atividade de pintura com tinta de solos constitui uma estratégia eficaz de aprendizagem, que se apoia na construção do conhecimento sobre o solo, a partir do resgate dos conhecimentos prévios adquiridos do convívio em sociedade e com a natureza de cada participante. Nessa perspectiva resgata-se um processo de fabricação de tinta utilizado por nossos antepassados, uma forma interessante, divertida e prazerosa de sensibilizar diferentes atores sociais como estudantes, professores e agricultores acerca da importância de conhecer e conservar os solos (LOPES et al., 2012).

As cores do solo A cor é provavelmente a mais óbvia e facilmente determinada característica do solo. Embora tendo pequena influência direta no funcionamento do solo, diversos processos e propriedades de um solo podem ser deduzidos de sua cor, relacionando-a com outras características observáveis. (LIMA, 1999, p. 3). Para a origem das cores segundo CAPECHE (2010, p.7) as rochas sob ação do clima (chuva, vento e temperatura), com influência do relevo e dos macro e microrganismos (animais e vegetais) e, ainda, [...] a transformação, também chamada de intemperismo, continua até as partículas do solo alcançarem tamanhos que correspondem às frações areia, silte e argila. Dessa forma são originados diversos solos com muitas características diferentes. Por exemplo, os solos podem ser vermelhos, amarelos, marrons, pretos, cinzas, brancos; arenosos, argilosos, ou de textura média; rasos ou profundos; com ou sem pedras/rochas no interior ou na superfície; secos ou alagados; férteis ou pobres em nutrientes; com diferentes teores de matéria orgânica. Também, segundo LIMA (1999, p. 3) o conteúdo de matéria orgânica, as condições de drenagem e aeração de solo, lixiviação, material original e a intensidade dos processos de alteração podem influenciar na determinação da cor do solo. Os agentes de coloração mais comuns do solo são os óxidos de ferro e a matéria orgânica. Compostos de ferro possuem normalmente tonalidades que variam do vermelho ao marrom, sob condições de boa drenagem. A matéria orgânica dá colorações escuras (preto e marrom) ao solo; e isto depende da natureza química, da quantidade e da forma da matéria orgânica. Para mais informações sugere-se ler o roteiro “Coleção de Cores de Solos”, neste mesmo livro.

TINTAS COM SOLO

Variações neste experimento

É importante o docente discutir variações na montagem do experimento com os alunos, inclusive no sentido de adequar à realidade local. Algumas sugestões de variação neste experimento, sendo que podem haver outras: a) Misturar diferentes tipos de solo para obter tonalidades de tinta diferentes; b) Procurar obter tintas que tenham não somente cores, mas também textura diferente após a pintura; c) Experimentar as tintas em diferentes tipos de materiais (papel, madeira, cimento, etc.).

Reuso e reciclagem

O solo que foi misturado com cola não poderá ser destinado ao jardim ou horta. Sugere-se produzir apenas a quantidade de tinta necessária, para que não ocorra sobra. Não despeje o mesmo na rede de esgoto ou água pluvial. Após lavagem, os recipientes plásticos podem ser reutilizados em outro experimento ou separados para coleta seletiva visando a reciclagem.

Riscos

RISCO QUÍMICO: O principal risco deste experimento refere-se à produção de poeiras, em função da moagem e peneiramento do solo, que deve ser realizado por adulto, preferencialmente com óculos de segurança e máscara de poeiras. RISCO QUÍMICO E BIOLÓGICO: Não coletar as amostras de solo em locais que aparentem qualquer risco de contaminação química ou biológica. Assim, não realizar a coleta em locais próximos a depósitos de lixo, áreas de uso contínuo por animais domésticos, esgoto a céu aberto, rios ou córregos contaminados, etc.

Bibliografia citada

CAPECHE, C. L. Educação ambiental tendo o solo como matéria didática: pintura com tinta de solo e colagem de solo sobre superfícies. Rio de Janeiro, Embrapa Solos, 2010. 60 p. CARMO, A. A. A., TEIXEIRA, C. Solo: um aliado na educação ambiental sustentável em uma escola pública do interior de Minas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL, 5., Belo Horizonte, 2014. Anais... Belo Horizonte: Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais e de Saneamento, 2014. 14 p. LIMA, S. C. Aprendendo pedologia com arte. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 8., Belo Horizonte, 1999. Uso múltiplo dos recursos naturais. Belo Horizonte, 199. p. 104-106. LOPES, A. S.; MUGGLER, C. C; FRANCISCO, T. C; OLIVEIRA, E. G.; ALEIXO, T. M. Fazendo tinta com solos: diversão, educação e tecnologia social. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM SOLOS, 6., Sobral, 2012. Anais... Sobral: Universidade Estadual do Vale do Acaraú, 2012. CD-Rom.

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