Paulo Soucheff Orientador: Prof. Dr. Dorival Campos Rossi
NĂşcleo de Pesquisa PIPOL Projetos Integrados de Pesquisa On-Line
2015
INTRODUÇÃO
Quando decidi cursar Design, tinha em mente aliar duas vontades: continuar desenhando e trabalhar com algo relacionado a cinema. Na época, animação era um objetivo claro e a faculdade que eu escolhi parecia ser a maneira mais acessível de começar a ter contato com essa área. Ao longo do curso, meu interesse pelo cinema convencional foi aumentando a ponto de, em 2012, eu ter decidido trancar o curso e mudar para São Paulo onde iniciei um curso técnico de dois anos voltado para Direção Cinematográfica na Academia Internacional de Cinema. Foram dois anos que me serviram para fortalecer o interesse pelo cinema e criar contato com pessoas que tentavam caminhar em direção ao mesmo objetivo: fazer filmes. Como o tempo limite para que eu deixasse a matrícula da faculdade trancada era o mesmo tempo de duração do curso de São Paulo (dois anos), eu decidi que usaria o conhecimento adquirido nesse tempo para concluir o curso de Design. O meu primeiro questionamento foi: “O que design e cinema tem em comum e como posso inserir o design no cinema?” Não demorou muito para perceber que em todos os departamentos do processo de fazer um filme o design estava presente. Direção de Fotografia e Direção de Arte envolvem elementos visuais como composição, enquadramento, equilíbrio, projeto colorista, produção de objetos, iluminação, etc. O departamento de som, além da captação durante as filmagens tem, na pós-produção, sua relação mais próxima ao design: ‘sound design’. A edição, além da montagem, que organiza a captação e confere ritmo e sentido ao filme, tem sua parcela de envolvimento com o design durante a colorização e efeitos de pós-produçã, onde podem surgir motion design, animadores 2D e 3D, especialistas em partículas, etc. Com isso fiquei mais tranquilo em apresentar um curta-metragem como trabalho de conclusão de curso em Design Gráfico. O cinema me ajudou em relação ao trabalho coletivo, a organização e a visualização de um projeto e dirigir um filme me deu consciência de liderança e gerenciamento de uma equipe. Uma coisa que aprendi durante a gradução em Design foi como a multidisciplinariedade agrega muito à um projeto. Cinema e Design tem muito em comum, começando pela variedade de pessoas e áreas que trabalham juntos, com um objetivo comum: um produto final.
DA IDEIA AO ROTEIRO O roteiro foi o processo mais longo do curta. Tive a idéia após ler um relato no livro “Um Antropólogo em Marte” do Oliver Sacks, onde ele relata a experiência e as dificuldades de um homem, que foi cego durante muito tempo e que volta a enxergar após fazer uma cirurgia. Achei que fosse um assunto interessante e que pudesse trazer algumas reflexões. A primeira idéia de roteiro parecia mais uma exposição das dificuldades que meu personagem, Otto, enfrenta. Achava muito didático e entediante. Precisava focar mais no personagem e menos nas situações e comecei a pensar no que esse personagem faz. Com o que ele trabalha? As primeiras idéias foram profissões que estão mais ligadas aos outros sentidos: massagista, escultor, músico. Em algum momento resolvi seguir na contra-mão e comecei a pensar em coisas que, no senso comum, não faria sentido um cego trabalhar. Decidi, então, que ele seria um fotógrafo. Pesquisando a respeito, me deparei com um universo enorme de fotógrafos cegos que produzem imagens realmente impressionantes. Um deles, Evgen Bavcar, além de fotógrafo, é filósofo e seus textos me ajudaram a desenvolver mais a minha idéia.
Não vejo as imagens e, contudo, sou capaz de fazê-las. -Evgen Bavcar
Comecei a consolidar o pensamento do meu roteiro. Para meu personagem, Otto, que foi cego desde a infância, o mundo da visão é uma nova realidade. Em um primeiro momento, restabelecer um novo sentido pode parecer uma dádiva. Mas uma pessoa que viveu cega a vida toda, ao voltar a enxegar, recebe uma carga enorme de informação visual que torna o processo adaptativo muito difícil. Essa dificuldade pode ser muito maior para uma pessoa de idade avançada, que já viveu muitos anos seguindo uma rotina, confiando em sua experiência sensorial e acostumado a sua maneira de perceber o mundo. Otto é cego, mas ‘enxerga’ muito bem. Após a cirurgia, o novo mundo está diante de seus olhos, mas ele não consegue enxergá-lo como ele realmente é. Além de entrar na questão da adaptção, o filme sonda o universo neurológico relacionado à percepção do mundo através dos nossos sentidos. Otto é cego mas ele ainda tem uma visão de mundo. Ao voltar a enxergar é como se o Otto deixasse de se conhecer, ele perde sua identidade, afetando sua relação com as pessoas e com o seu trabalho.
Isso é muito importante. Não devemos falar a língua dos outros, nem utilizar o olhar dos outros, porque, nesse caso existimos através do outro. É preciso tentar existir por si mesmo. – Evgen Bavcar Após meses trabalhando em cima do roteiro, foi preciso por um ponto final para que o filme fosse rodado. O roteiro nunca termina, ele foi modificado antes, durante e depois das gravações. As vezes achamos que a idéia vem pronta na cabeça. O filme inteiro com começo, meio e fim. A verdade é que, dificilmente a primeira idéia, a primeira linha de raciocínio, será a versão filmada.
DIREÇÃO O diretor tem em mãos a tarefa de dar unidade e coordenar todos os departamentos para a produção do filme conforme sua visão. O ideal é que ele fique focado na parte criativa do processo. Em produções independentes, dificlmente isso ocorre, uma vez que onde há poucos recursos, a equipe também é reduzida, consequentemente, todos os envolvidos acabam por ajudar uns aos outros em funções diferentes. Eu consegui uma equipe bem estruturada e compromissada, o que possibilitou que eu dedicasse mais tempo para a parte criativa na pré-produção, como o roteiro (mesmo que este tenha sido modificado até os dias da filmagem), casting, ensaios com os atores e atrizes e reuniões com os departamentos que fazem parte do processo de criação da estética e conceito do filme. O filme acompanha Otto durante seu processo adaptativo ao fazer uma cirurgia para recuperar o sentido da visão. Pela falta de experiência visual, Otto não sabe interpretar o mundo ao seu redor e pelo fato de já ser de uma idade mais avançada e ter criado toda uma vida com base nos outros sentidos, aos quais ele confere muita confiança e segurança, ele enfreta muita dificuldade para tentar se adaptar.
Antes de remover o curativo, ainda cego, Otto estará estável, calmo e seguro. A partir do momento que ele começa a utilizar a visão, em um primeiro momento, Otto se porta como uma criança (mas com a bagagem de um adulto) descobrindo o mundo pela primeira vez. É um período de deslumbre com alguns poucos momentos de desconfiança. Ainda é cedo para se preocupar. A inteção, neste momento é que todos os departamentos trabalhassem com uma abordagem mais suave e esperançosa. A partir do momento que ele passa por uma experiência perturbadora ao sair de casa e enfrenta o caos da cidade, Otto começa a se enclausurar cada vez mais dentro do seu ambiente e dentro de si mesmo, onde ele encontra mais segurança e controle. Seu comportamento, aliado aos departamentos de foto, arte, som e edição, começarão a se tornar mais agressivos e caóticos. É o início da perda da esperança e do saudosismo do período anterior a cirurgia. A vontade de retornar a sua zona de conforto começa a surgir tímidamente. Um terceiro momento, faz com que a negação ao novo sentido se torne constante e forte o suficiente para que ele entre em um processo de surto. Otto se torna cada vez mais depressivo e tudo ao seu redor contribui para sua escolha final. O ambiente se torna claustrofóbico e opressor. Os sentidos que eram organizados e eficazes, se tornam caóticos e descontrolados. Otto cai em um limbo, onde ele não está mais no mundo no qual ele viveu sua vida toda, e o novo mundo não lhe parece aceitável. Os departamentos de Fotografia, Arte , Som e Edição trabalharam juntos com a inteção de explorar a subjetividade das sensações vividas pelo personagem, a estabilidade antes da cirurgia e o desequilibrio pós-operatório.
DIREÇÃO DE ARTE O papel da direção de arte foi acompanhar e materializar os diversos momentos da díficil adaptação pela qual Otto passará, ao remover os curativos e adentrar ao mundo da visão. Em um primeiro momento, assim que Otto vê o mundo pela primeira vez, a inexperiência faz com que ele não saiba interpretar o que está ao seu redor. O cenário, que era visto de um ponto de vista externo a Otto, passa a ter uma participação subjetiva da vivência dele, e se torna mais vazio, claro e mais colorido. São as informações que Otto consegue absorver nessa primeira experiência. Ao longo do curta, esse ambiente irá se modificando, de acordo com a vivência de Otto e sua relação com os outros sentidos. Novos objetos aparecem, as cores vão ficando menos intensas, porém caóticas, e o ambiente vai ficando, lentamente, mais escuro e opressor. Nos momentos que precedem o surto de Otto, o ambiente já está bem mais escuro, opressor, um ambiente cada mais claustrofóbico, com móveis antigos, já um pouco gastos pelo tempo, cortinas pesadas. A paleta de cores varia entre marrom, verde, amarelo, laranja. Não há respiro. O figurino dos personagens é naturalista. Otto, mais velho e metódico, veste-se todos os dias da mesma maneira de quando jovem, sempre com camisa de botão e calça. Para dormir, utiliza pijamas de manga comprida e calça. Dr. Vieira sempre usa camisa e calça social, sem jaleco e trazendo consigo uma maleta.
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA A gradativa percepção da realidade foi o elemento-chave na construção da cinematografia de Dádiva. A relação com os demais personagens e as dificuldades que Otto enfrenta durante o período de adaptação de seu novo sentido foram trabalhadas de forma pontual com os atores, porém somada a elementos subjetivos de sua percepção em relação ao mundo no decorrer da trama – com a composição dos quadros e luzes em paralelo à Arte, pretende-se criar um clima crescente que contribua para o surto do personagem. Para desenvolver essa gradação, a história foi dividida em três sequências. A primeira sequência, entre as cenas 01 e 06, trabalhamos a recuperação de Otto de forma leve, quase infantil: com planos fixos, estáveis e mais próximos de Otto, quase preocupados com sua recuperação, junto aos ambientes mais limpos e claros, pretende-se, ao mesmo tempo, aproximar o espectador do personagem e estabelecer uma relação com seu estado emocional, frágil porém esperançoso. A segunda sequência, entre as cenas 07 e 15, focará na confusão de Otto, em relação ao personagem ver e não ver: começando com uma quebra brusca, onde o personagem vê pela primeira vez o mundo externo através de seus olhos mas não enxerga, de fato, nada, inicia-se a etapa em que os planos se afastam do personagem e a composição torna-se menos harmônica e mais caótica, reforçando o ambiente menos limpo e mais superexposto – especificamente nos pontos onde Otto se encontra, de forma a representar seu incômodo e agonia.
A terceira sequência, entre as cenas 16 e 23, tenta trazer à tona o estado psicológico de Otto após a frustração com o novo sentido, além da realidade em que o personagem vive e jamais conseguiu ver: a casa como um todo torna-se mais suja e escura, como talvez sempre tenha sido. Após Otto se cegar, do momento em que Helena entra na casa em diante, apesar das marcas do surto espalhadas pela casa, a luz e a composição voltarão a apresentar alguma harmonia. Se tratando da residência de um cego, que não costuma utilizar fontes de luz na área interna da casa, a luz será principalmente trabalhada para simular a luz do dia. Para isso, utilizamos fresnéis de alta potência (entre 2000w e 5000w) para reforçar a luz natural e, quando necessário, compensar as quedas. Chegamos na necessidade de rodar o filme em RAW, sem compressão, para ajustar os níveis de cor e contraste na pós-produção. Nas lentes, optamos por lentes claras/rápidas e de menor distâncias focais,
não
somente
pelas
questões
de
luminosidade, mas também pela necessidade de rodar em locação, e levando em conta o padrão de residências que são viáveis para o projeto, encontramos espaços reduzidos e com pouco recuo.
SOM Pela sua condição física, Otto desenvolveu melhor seus outros sentidos. Sua audição é mais apurada e isso lhe serviu como um guia espacial e uma base de estabilidade. Ele viveu a vida toda ouvindo com maior atenção, o mundo ao seu redor. Utilizamos sons extra-quadro e com volumes acima do normal, evidenciando esse sentido auditivo desenvolvido em nosso personagem. Ao longo do filme, tentamos evidenciar os momentos de fragilidade emocional e psicológica do personagem durante sua adatapção, utilizando sons caóticos, em sincronia com a sua visão e as vezes supervalorizados, além de ambientaçõe que causam incômodo no espectador.
EDIÇÃO Acompanhando a separação em três momentos, citado pelo departamento de fotografia, a edição trabalhou em cima desse processo gradual de adaptação do personagem. Antes de remover os curativos e até a cena 06, a montagem é mais lenta. Planos mais longos, que acompanham Otto, deixando cenas aconteceram fora de quadro. A cena 07 possuí uma progressão de um plano sequência longo para uma montagem mais dinâmica, pelo seu caráter perturbador para Otto, devido ao excesso de informação visual e sonora a qual ele é exposto. ‘Jump-cuts” e sons sobrepostos tentam transmitir essa confusão sensorial do personagem. A partir da cena 16, a montagem volta a ficar lenta e com planos longos, acompanhando a apatia do personagem. Um momento interessante, conseguido graças ao trabalho conjunto dos departamentos de foto, arte e edição, é a cena 05, quando Otto remove o curativo e, em um primeiro momento, não consegue ver nem sua auxiliar, nem o médico, que estão bem a sua frente. Na montagem, utilizamos um plano em que Otto está sozinho no ambiente aliado a antecipação do áudio (com a fala dos personagens) com a troca do plano, para outro em que todos os personagens estejam presentes no quarto. Para montar o filme, utilizei o programa Adobe Premiere CS6. Para converter o material captado em RAW, utilizei o DaVinci Resolve.
PRODUÇÃO RECURSO HUMANOS
EQUIPE A equipe foi composta por cerca de
25 pessoas,
incluindo elenco, assistentes de cada departamento, durante a pré-produção, filmagens e pós-produção, que já trabalharam juntos em outros projetos, contribuindo para uma maior cumplicidade e sintonia entre a equipe
OTTO
e, consequentemente, um ambiente de trabalho mais produtivo e prazeroso.
ELENCO Composto por cinco pessoas (um personagem não vemos o rosto) o elenco foi definido a partir de buscas pelo Facebook, onde selecionamos alguns candidatos para participar de testes. HELENA
ALICE
DR. VIEIRA
PRODUÇÃO RECURSO MATERIAIS
LOCAÇÃO E INFRAESTRUTURA A maior parte do filme se passa em uma casa, a princípio no centro de São Paulo. Serão usados apenas 4 ambientes da casa: sala, cozinha, quarto e um ambiente que será transformado, pela equipe de arte e foto, em um estúdio fotográfico. A locação, por ser grande, facilitou a acomodação da equipe, já que havia cômodos que serviram de base para produção, fotografia e arte (figurinos e objetos de cena). A utilização de apenas um local de filmagem (além da externa)
ajudou
na
logística
de
deslocamento,
alimentação e planos de filmagem. Utilizamos alguns objetos e móveis disponíveis na locação, mas a maioria dos mesmos foram alugados ou comprados. Para isso, o departamento de arte entrou em contato com empresas, como a UNIBES e lojas para fechar acordos de empréstimos ou valores mais acessíveis. O transporte foi feito, quando possível, por carros da equipe ou, em casos específicos, por carreto. Além dos 5 dias de filmagem tivemos dois dias de pré produção/pré light dos ambientes e mais 1 para desprodução após as filmagens. A única cena externa foi rodada próximo a locação, facilitando a locomoção de atores e equipe, da base até o local da filmagem.
TRANSPORTE A necessidade de transporte ocorreu principalmente na pré produção, onde foram usados carros da equipe e, quando necessário, táxis para realização de pesquisas de figurino, objetos de cena, visitas de locação, etc. A equipe de fotografia utilizou carro próprio e carreto para a retirada e devolução dos equipamentos. Como utilizamos apenas uma locação central não houve necessidade do deslocamento da equipe durante as diárias, o que possibilitou um cuidado maior com detalhes visuais do ambiente. A localização do set era de fácil acesso, por ficar próximo à uma estação de metrô.
ALIMENTAÇÃO Toda a alimentação de equipe e elenco, tanto nos dias de filmagem, como em dias de teste e ensaios foram pagas pela produção do filme. Nos dias de filmagem utilizamos serviço de catering, o que trouxe uma economia de tempo, já que não houve deslocamento da equipe para o local das refeições.
PRODUÇÃO RECURSOS TÉCNICOS
FOTOGRAFIA E SOM Com base no conceito estético e nas reuniões da direção com o departamento de fotografia e som, definindo a decupagem e a locação, chegou-se a uma lista de equipamentos que podem atender às necessidades do filme.
DECUPAGEM CENA 01 – INT. SALA – DIA Plano 01 Plano detalhe do mensageiro dos ventos. Plano 02 Plano aberto da sala. CENA 02 – INT. COZINHA – DIA Plano 01 Plano próximo do rosto de Otto com o curativo. Ele vira o rosto levemente para o lado esquerdo, percebendo a chegada de Helena. Plano 02 Detalhes das mãos de Otto preparando o charuto para fumar. Plano 03 Plano próximo de Otto com os olhos vendados. Ele sente o aroma do café e sorri. Ele tenta olhar por baixo da venda. Plano 04 Plano médio de Otto e Helena conversando. Ambos estão sentados a mesa. Helena sai para atender a porta. Otto acende o charuto. Plano 05 Plano próximo frontal de Otto enquanto houve Helena e Alice conversando. Plano 06 Plano aberto de Otto. Alice aparece na porta em 1º plano. Só vemos um pedaço de seu pescoço e ombro. Otto pede para que ela se aproxime. Plano 07 Plano próximo de Otto. Alice fora de foco ao fundo. Plano 08 Plano detalhe de perfil da mão de Otto chegando no rosto de Alice e a tocando. Plano 09 Close de Alice com os dedos de Otto. CENA 04 – INT. ESTÚDIO – DIA Plano 01 Plano médio frontal do corpo da câmera no tripé. Otto destampa o corpo, monta a lente, destampa a lente e liga a câmera. Plano 02 Plano médio fixo da modelo. Otto termina de posicionar ela e sai de quadro. Apaga a luz. Plano 03 Plano detalhe do corpo sendo iluminado. Plano 04 Plano da foto revelada pendurada num varal com outras fotografias. (provavelmente onde vai ser o laboratório) CENA 05 – INT. QUARTO – DIA/MANHÃ Plano 01 Plano médio por trás de Otto que está de frente para Dr. Vieira, que remove lentamente seus curativos. Helena observa mais ao fundo. Plano 02 Close de Otto abrindo os olhos. Plano 03 Plano aberto de Otto sozinho no quarto. Dr. Vieira pergunta “E então?” Plano 04 (idem plano 01) Plano médio por trás de Otto com Dr. Vieira. Helena chama o Otto. Ele olha para o lado onde não há ninguém. Plano 05 Plano próximo em diagonal de Otto. Ele está olhando para Helena que está com a mão em seu ombro. Plano 06 Plano detalhe da mão de Otto na cama. CENA 05b – INT. SALA – DIA Plano 01 Plano detalhe do mensageiro dos ventos parando. CENA 06 – INT. COZINHA – DIA Plano 01 Plano médio do lado de fora da porta da cozinha. Vemos Helena preparando café enquanto fala com Otto. Ela vai até a porta para ver o que o Otto está fazendo. Ri volta pra cozinha enquanto pede uma colher pro Otto.
Plano 02 Plano 03 Plano 04 Plano 05 Plano 06 Plano 07
Plano médio de Otto, observando alguns objetos. Ele coloca o copo no olho e olha para trás em direção a Helena. Subjetiva do copo. Vemos Helena. Ela pede uma colher da gaveta. Plano médio de Otto. Ele abaixa o copo e vai em direção a gaveta. A câmera acom panha. Ele abre a gaveta. Contra-plongeé do rosto de Otto. Ele pega uma faca, devolve e pega uma colher. Plano detalhe do dedo de Otto passando na serra da faca. Over the Shoulder de Otto com a colher na altura do rosto. Vemos o reflexo dele na colher. Helena vem e pega a colher.
CENA 07 – INT. SALA – DIA/NOITE Plano 01 Plano médio de Otto. (fósforo) CENA 08 – INT. ESTÚDIO – DIA/NOITE Plano 01 Plano médio de Otto. (câmera, lente) CENA 09 – INT. QUARTO – DIA/NOITE Plano 01 Plano médio de Otto. (abajur, janela) CENA 10 – INT. COZINHA – DIA/NOITE Plano 01 Plano médio de Otto. (torneira, geladeira) CENA 14 – INT. SALA – DIA Plano 01 Plano próximo de Otto sentado na poltrona. CENA 15 – INT. ESTÚDIO – DIA Plano 01 Plano frontal do corpo da câmera. Plano 02 Plano médio. Otto posiciona um flash e testa-o. Plano 03 Plano médio. Otto tenta decidir a pose da modelo. Não consegue volta pra câmera. CENA 16 – INT. SALA – DIA Plano 01 Plano geral da sala. Helena recebe o Dr. Vieira. Alice sai e bate a porta. CENA 17 – INT. COZINHA – DIA Plano 01 Plano próximo de Otto. Plano 02 Plano próximo do Dr. Vieira. Plano 03 Plano médio dos dois. CENA 18 – EXT. RUA – DIA Plano 01 Plano médio acompanhando por trás do Dr. Vieira e do Otto. Plano 02 Plano médio frontal de Otto andando e olhando ao redor. Plano 03 Plano médio dos carros passando. Plano 04 Plano detalhe de pessoas esbarrando em Otto. Plano 05 Plano próximo frontal de Otto. Ele fecha os olhos.
CENA 19 – INT. SALA – DIA/ENTARDECER Plano 01 Plano aberto da sala. Vemos Otto sentado na poltrona. Helena se aproxima e senta-se perto de Otto. Plano 02 Plano médio frontal de Otto. Vemos Helena se aproximando sentando perto de Otto. Plano 03 Plano próximo de Helena. CENA 20 – INT. ESTÚDIO – NOITE Plano 01 Plano médio frontal de Otto posicionando uma cadeira. Ele senta-se. Levanta-se e sai de quadro. Volta e coloca um tripé em frente a cadeira. Plano 02 Plano detalhe de uma lente sendo encaixada. Plano 03 Luz apagada. Som do obturador. Detalhes do corpo sendo iluminado. Plano 04 Plano médio para close frontal de Otto. Ele acende duas lanternas mais fortes, próximas aos seus olhos. CENA 21 – INT. QUARTO – DIA/MANHÃ Plano 01 Plano frontal da porta. Helena chama Otto. Abre a porta. Plano 02 Plano próximo de Otto deitado na cama com a porta ao fundo. CENA 22 – INT. LABORATÓRIO – DIA Plano 01 Plano médio por trás de Helena. Ela arruma a bancada. Plano 02 Plano próximo, por trás do varal, do rosto de Helena. Ela repara em uma fotografia. Plano 03 Plano detalhe da foto. CENA 23 – INT. SALA – DIA/ENTARDECER Plano 01 Plano aberto da sala. Otto sentado na poltrona. Helena aparece. Plano 02 Plano próximo de Helena. Plano 03 Plano próximo de Otto. Plano 04 Plano detalhe do mensageiro dos ventos. (som desarmonico) Plano 05 Plano próximo de Otto. A câmera vai se aproximando do rosto dele. Ele levanta, pega a garrafa de whisky e sai. CENA 24 – INT. ESTÚDIO – NOITE Plano 01 Plano aberto frontal do estúdio. A câmera vai recuando enquanto Otto termina de posicionar o flash. Ele sai de quadro. A luz apaga. Plano 02 Plano frontal, lateral, detalhes de Otto (fazer variações). CENA 25 – INT. SALA – DIA Plano 01 Plano detalhe do mensageiro dos ventos. Plano 02 Plano aberto da sala. (idem cena 01). Otto está sentado na poltrona, fumando um charuto. Helena abre a porta. Plano 03 Plano próximo de Helena, com Otto ao fundo em segundo plano. Helena fala com ele enquanto anda em direção a cozinha. CENA 26 – INT. COZINHA – DIA Plano 01 Plano detalhe do coador, terminando de pingar o café. Plano 02 Plano próximo por trás de Helena. Ela coloca café em uma xícara e vira-se para voltar a sala. A câmera acompanha. Ela para e olha pro chão. A câmera mira para onde Helena olha. Vemos um rastro de sangue. A câmera volta para o rosto de Helena. Ela segue o rastro em direção ao estúdio.
CENA 27 – INT. ESTÚDIO – DIA Plano 01 Decidir na gravação. CENA 28 – INT. SALA – DIA Plano 01 A câmera acompanha o rastro de sangue e faz um tilt-up, revelando Otto sentado na poltrona. Helena entra em quadro em direção a Otto. Ela para em frente a ele e derruba a xícara. Plano 02 Plano próximo de Helena. Ela entra na frente de Otto e derruba a xícara. Plano 03 Plano próximo de Otto. Ele está vendado e com duas manchas de sangue na região dos olhos. Ele pede para Helena se aproximar.
STORYBOARD STORYBOARD CENA – Plano CENA 01 01 – Plano 01 01
Plano detalhe do mensageiro dos ventos.
Plano detalhe do mensageiro dos ventos.
CENA 02– Plano 01 Plano detalhe da xícara com café.
CENA 02 – Plano 01
Plano detalhe da xícara sendo colocada na mesa.
CENA 02 – Plano 01
CENAdetalhe 02– –Plano Plano CENA 02 0404 sendo colocada na Plano da xícara mesa. Plano aberto de Otto. Alice aparece na porta em 1º plano. Plano aberto de Otto. Alice aparece na porta Só vemos um pedaço de seu pescoço e ombro. Otto pede para que ela se aproxime.
em 1º plano. Só vemos um pedaço de seu
pescoço e ombro. Otto pede para que ela se aproxime. CENA 02 – Plano 01 Plano detalhe da xícara sendo colocada na mesa. CENA 0101 CENA03 03– –Plano Plano
Close frontal de Alice.
Close frontal de Alice. Light painting.
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CENA 01 CENA05 05––Plano Plano 01 Plano médio por trás de Otto que está de frente para Dr. Plano médio por trás de Otto que está de Vieira, que remove lentamente seus curativos. Helena frente para Dr. Vieira, que remove observa mais ao fundo. lentamente seus curativos. Helena observa mais ao fundo.
CENA 03 CENA05 05––Plano Plano 03 Plano aberto de Otto sozinho no quarto. aberto de Otto sozinho no quarto. Dr.Plano Vieira pergunta “E então?” Dr. Vieira pergunta “E então?”
CENA 01 CENA06 06––Plano Plano 01 Plano geral com Helena em 1º plano. Ao fundo, vemos Plano geral com Helena em 1º plano. Ao Otto observando alguns objetos. fundo, vemos Otto observando alguns objetos.
CENA CENA06 06––Plano Plano 02 02 Contra-plano do plano 01, com Otto em 1º plano, Contra-plano do plano 01, com Otto em 1º observando alguns objetos e Helena ao fundo, preparando plano, observando alguns objetos e Helena café da manhã. Otto pega um copo e coloca no olho e vira ao fundo, preparando café da manhã. Otto em direção a Helena. pega um copo e coloca no olho e vira em direção a Helena.
CENA 07 – Plano 01 CENA 07 – Plano 01 Plano médio acompanhando por trás da Helena e do Otto. Plano médiodeacompanhando por trása frente. da Otto se solta Helena e segue mais Helena e do Otto. Otto se solta de Helena e segue mais a frente.
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CENA 09 09 – Plano 0606 CENA – Plano Plano aberto de perfil de Otto olhando pelo visor da Plano aberto de perfil de Otto olhando pelo câmera. Alice está bem próxima da lente. Otto se assusta e visor da câmera. Alice está bem próxima da olha por cima da câmera. lente. Otto se assusta e olha por cima da câmera.
CENA 09 09 – Plano 0808 CENA – Plano Plano geral, por trás de Otto. Alice está distante. Otto Plano geral, por trás de Otto. Alice está esfrega os olhos. Helena avisa que o Dr. Vieira vem mais distante. Otto esfrega os olhos. Helena avisa tarde. Otto pede que ela apague a luz. Som do obturador. que o Dr. Vieira vem mais tarde. Otto pede que ela apague a luz. Som do obturador.
CENA 11 –11Plano 0101 CENA – Plano Plano frontal de Otto observando os objetos. Plano frontal dos objetos com Otto ao fundo, observando-os.
CENA 12 –12Plano 0101 CENA – Plano Plano médio do Dr. Vieira e Helena conversando. Plano médio do Dr. Vieira e Helena conversando.
CENA 13 –13Plano 0101 CENA – Plano Plano próximo de Otto com a mão dele em 1º plano, sendo Plano próximo de Otto com a mão dele em enfaixada. Ele fuma um charuto. 1º plano, sendo enfaixada. Ele fuma um charuto.
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CENA 016016 – Plano CENA – Plano02 02 Plano próximo de Otto deitado na cama com a porta ao Plano próximo de Otto deitado na cama com fundo. a porta ao fundo.
CENA 18 18 – Plano CENA – Plano0505 Plano frontal se afastando da TV enquanto Otto coloca as frontal se afastando daeTV enquanto tirasPlano de fita isolante. Ele senta acende um charuto e olha Otto coloca as tiras de fita isolante. Ele senta em direção ao mensageiro dos ventos. e acende um charuto e olha em direção ao mensageiro dos ventos.
CENA 22 22 – Plano 0101 CENA – Plano Plano aberto com Helena ao fundo, entrando no estúdio. Planorecua abertoaté comrevelar Helena Otto ao fundo, entrando Câmera sentado. no estúdio. Câmera recua até revelar Otto sentado.
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BIBLIOGRAFIA BAVCAR, Evgen. 2003. Memória do Brasil. Cosac Naify BAVCAR, Evgen. 2000. O Ponto Zero da Fotografia. VSA Art do Brasil. SACKS, Oliver. 1995. Um Antropólogo em Marte. Companhia das Letras.
WEBGRAFIA Artists Wanted In Focus: Pete Eckert - https://vimeo.com/14179548 Pete Eckert - Dancing on The Edge of Perception - https://vimeo.com/69540630
FILMOGRAFIA Janela da Alma - 2001, 73min, Dirigido por João Jardim e Walter Carvalho - Documentário
Olhos de Argila
Z https://vimeo.com/139405722 Senha: olhos