SPCINE PROGRAMA
AÇÕES RESULTADOS
SPCINE
PROGRAMAS • AÇÕES • RESULTADOS
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SPCINE
PROGRAMAS • AÇÕES • RESULTADOS
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Diretores Alfredo Manevy (Presidência) Mauricio Andrade Ramos (Desenvolvimento Econômico) Renato Nery (Inovação, Criatividade e Acesso) Gerentes Ana Louback (Políticas Operacionais) Thiago Taboada (Inovação, Criatividade e Acesso) ASSESSORIA EXECUTIVA JORGE DOS SANTOS (ADMINISTRATIVO) CLAUDIA MORAES FERNANDES (Gestão) Coordenadores Eduardo Raccah (Internacional Gabriel Portela (SPVOD) Guilherme César (Território/Circuito Spcine) Jorge Gonçalves (Desenvolvimento Econômico) Malu Andrade (Inovação, Criatividade e Acesso) Rafael Carvalho (Programação) Raul Perez (Comunicação) Tammy Weiss (São Paulo Film Commission) Teresa Santos (Comercial) Tiago Panula (Jurídico)
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Assessores André Gatti (Desenvolvimento Econômico) Ariel Velloso (Jogos Eletrônicos) Barbara Cury (São Paulo Film Commission) Carolina Lorenzi (Administrativo) Carolina Narchi (Inovação, Criatividade e Acesso) Cecília Oliveira (Prestação de Contas) Cecília Michelan (Programação) Christian Kurken Kalousdian (Gestão) Daniel Celli (Film Commission) Douglas Alves (Território/Circuito Spcine) Elen Custódio (Prestação de Conteúdo) Érica Vaz (Desenvolvimento Econômico) Luana Pereira (Presidência) Guilherme Mariano (Comunicação) Marcelo Rodrigues Costa (Jurídico) Marco Vinícius (Gestão) Nil Marques (Produção) Paola Teles (Desenvolvimento Econômico) Silvana Ulloa (Administratico/Financeiro) Estagiários Bruno Perazio (Internacional) andressa bueno (gestão) Emanuela Moura (São Paulo Film Commission) Flavia Gonzaga (São Paulo Film Commission) Nathalia Bonetti (Comunicação) Nathalia Henrique (Comunicação) tatiane izzo (gestão) Wesley Oliveira (São Paulo Film Commission) 5
ARTIGOS
são paulo, cidade aberta 7 Alfredo Manevy
Política audiovisual como ferramenta de transformação da cidade 11 Maria do Rosário Ramalho
Spcine: instrumento estratégico para o desenvolvimento do audiovisual na cidade 13 Nabil Bonduki
São Paulo, capital do cinema e do audiovisual 17 Juca Ferreira
A S PCINE
LINHA DO TEMPO Colegiados
página 22
página 28
PANORAMA GERAL p.24 CIRCUITO SPCINE p.46 SÃO PAULO FILM COMMISSION p.54 EDITAIS p.62 EVENTOS p.76 ARTICULAÇÕES E PARCERIAS p.82 DOCUMENTOS FUNDAMENTAIS página 88
LEI SPCINE
Lei No 15.929, de 20 de dezembro de 2013
DIRETRIZES APROVADAS PELO COMITÊ CONSULTIVO DA SPCINE DISCURSO DE INAUGURAÇÃO DA SPCINE
2015-2016
Juca Ferreira
DISCURSO DE POSSE Alfredo Manevy
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SĂŁo Paulo, cidade aberta
Alfredo Manevy : Diretor-presidente da Spcine.
Fazer o balanço dos resultados da Spcine é mais que compartilhar dados de público do circuito, filmes atendidos pela Film Commission (hoje tornado um departamento da empresa) e a bilheteria dos filmes apoiados. São dados que traduzem o impacto da Spcine na cidade, sem dúvida, mas trata-se acima de tudo, de tentar interpretar estes resultados na perspectiva do desenvolvimento qualitativo da atividade cinematográfica e audiovisual, em São Paulo e no Brasil. E fazê-lo observando as dimensões artística e econômica; as dimensões de acesso e inovação de linguagem, de mudança tecnológica e dos modelos de distribuição. A partir daí, podemos avaliar e fortalecer o futuro da Spcine. Aprofundar ou corrigir rumos, alterar e reafirmar premissas. Claro que os números são importantes e precisam ser mostrados e discutidos, pois revelam um pouco do que ocorreu nestes 22 meses (intensos) de funcionamento da empresa pública. É preciso falar dos mais de 250 mil espectadores em sessões no Circuito Spcine, que veio disseminando a cultura cinematográfica nos quatro cantos da cidade desde março de 2016. E dos seis meses vigência do decreto da São Paulo Film Commission, com o cadastro de mais de 300 filmagens, em mais de 1,4 mil locações e quase 13 mil postos de trabalho gerados. Mais de 120 filmes apoiados nas fases de desenvolvimento, produção e distribuição por meio de editais republicanos. E resultados do audiovisual paulista: São Paulo indicado ao Oscar na animação autoral de Alê Abreu e ao Emmy com “O Show da Luna”. O game brasileiro “Horizon Chase” ganhando o prêmio de melhor jogo do ano no BIG Festival. Cidade vista mundo afora nas impressionantes carreiras internacionais de "Que Horas ela Volta?" e de "Tudo que Aprendemos Juntos". A série independente “A Garota da Motocicleta” mostrando força de audiência na TV aberta. 9
Dinheiro e recursos importam, mas nunca serão suficientes se a abordagem não incorporar um olhar contemporâneo, sensível e abrangente. Daí a importância de uma política de investimento que dialogue e busque resultados sociais, culturais e no plano econômico, participe financeiramente deles, e abandone a lógica "a fundo perdido", adotando critérios e acompanhamento. Este e outros lemas que a Spcine colocou em prática nos últimos meses: a importância de incorporar os filmes de pequeno, médio e grande porte, bem como o conteúdo para televisão aberta e por assinatura, como segmentos interligados para a sobrevivência da cadeia criativa e produtiva. Incluir a exibição como elo fundamental, fortalecendo uma política de cinema de rua. Reconhecer que o desenvolvimento de roteiro é indispensável - assim como uma política de formação técnica e de quadros de gestão e produção executiva. Reconhecer a importância de São Paulo como capital vocacionada a sediar grandes eventos, de festivais a reuniões de mercado. Outro aspecto importante foi a preocupação de criar circuitos de coprodução e exibição. Reconhecer a coprodução de São Paulo com outros estados do Brasil, e com países como Canadá, México, Rússia e Argentina - e tantos outros - como natural e decisiva. Incluir a cidade em sua permanente mutação e mobilização por igualdade, em que mulheres realizadoras do audiovisual demandam igualdade de oportunidades e qualidade nas condições de trabalho e nas políticas públicas. Cidade plural em que iniciantes e experientes movem uma indústria. Cidade do mundo, de novos e tradicionais migrantes e imigrantes, de enorme diversidade de línguas e culturas, em que os guaranis de quatro aldeias urbanas filmam - e querem acesso as telas da cidade. Nosso radar esteve antenado a tudo isso nestes 22 meses, ora por meio de programas e ações, ora como agente propulsor, ora como indutor. Ora induzido pelas ondas que chegam da sociedade.Não apenas pelas portas mais que abertas, escancaradas da "praça" Spcine, mas porque conquistamos, por meio de novas e modernas regras de convivência, uma cidade onde já não é mais burocrático ou proibitivo fazer cultura nas ruas e nos espaços públicos. Com a Film Commission - por meio de Decreto que estabelece prazos e procedimentos, e que já é referência para todo Brasil - reduzimos de 30 para 8 dias úteis o prazo máximo para liberações de filmagens,
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seja pelos preços exorbitantes, seja pela burocracia de se filmar em logradouros e prédios públicos. Daí a importância da Spcine ter concretizado o atendimento às filmagens com eficácia, capaz de gerar informações confiáveis e transparentes. Uma garantia para todos os realizadores que buscam a cidade como cenário. Desafios comuns a outras grandes cidades do mundo, já vividos e superados por muitas delas, e que impactam todos os elos do setor. Desafios que conectam a política do cinema com uma visão urbana mais ampla. Nada mais simbólico que o primeiro edital de fomento a games de São Paulo e o primeiro edital que chegou a dezenas de roteiristas em 2013. A Spcine cuidou do roteiro ao circuito de telas; da formação à preservação do cinema - quando, por exemplo, apoiamos o registro da memória oral de nossos mestres da área técnica em São Paulo. A inauguração da Spcine ocorreu poucos meses após a reabertura do Cine Caixa Belas Artes, fruto da mobilização inédita de milhares de cinéfilos, e da mesma ação política audiovisual do município. Viabilizar o audiovisual como linguagem e arte central do sec XXI, como economia singular que resiste em meio à crise econômica. E, finalmente como ingrediente essencial de uma cidadania - em uma grande metrópole em que 30% das pessoas das classes D e E nunca foram ao cinema na vida. A Spcine coordena hoje a maior rede metropolitana de salas públicas do mundo e ela pode crescer muito mais ainda. Com padrão digital DCP/DCI Dolby, em projeções que nada devem ao circuito comercial. É preciso ir além do fomento à produção e à distribuição, em um país em que o cinema brasileiro luta para ampliar seu público e tela. Nossa produção ainda não se conectou com a maioria da população, havendo aí um grande potencial cultural e econômico porvir. A incorporação de novas 18 salas de cinema num circuito regular e popular levou mais de 220 mil paulistanos, a maioria moradores da periferia, ao cinema, muitos pela primeira vez. E com uma programação atual, diversa e, na maioria das sessões, gratuita. Para chegarmos até aqui, em pouco tempo, foram elementos decisivos contar com uma equipe tecnicamente qualificada, ter o apoio político do Prefeito Fernando Haddad e da Secretaria Municipal de Cultura, e apoiar-se no diálogo permanente com o setor. Setor, em sua grande maioria, disposto a participar dessa construção conosco.
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Esta política de governo precisa agora se transformar em política de estado, como compromisso do novo governo e de novos governos que virão. Ou seja, construir uma política audiovisual de longo prazo, que possa superar a lógica de ciclos. Uma agenda de consenso mínimo, cujos alicerces estejam bem postos e possam sobreviver aos sobressaltos naturais da vida democrática. A existência da Spcine se confirmou não apenas como necessária mas como condição importante para essa emancipação crescente do audiovisual. Esta organização de natureza híbrida - pública e privada - chegou para cumprir um papel insubstituível de conexão do setor - entre seus elos - e para fora, com a cidade. Ser praça de encontro, de troca, onde é possível almejar um desenvolvimento coletivo e generoso do setor audiovisual, e de forma qualificada. O que queremos dizer com qualificada? Um desenvolvimento que tenha como premissa uma grande metrópole do mundo, democrática, vibrante e aberta para os que realizam audiovisual e cultura.
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Política audiovisual como ferramenta de transformação da cidade Maria do Rosário Ramalho:
Secretária Municipal de Cultura de São Paulo
Você tem fome de quê?...
A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte…
Comida, Titãs
Entendendo cultura, diversão e arte como necessidades do ser humano, a Secretaria Municipal de Cultura cada vez mais apoia, incentiva e financia produções e manifestações culturais por todas as regiões da cidade. Com o audiovisual não é diferente. Em 2012, a ideia de ter uma empresa que capitaneasse as ações do audiovisual em São Paulo, prospectando a cidade muito além do financiamento de projetos e apoio a eventos existentes, mobilizava grande número de profissionais da área. O compromisso assumido pelo prefeito concretizou-se com a criação da Spcine em 2013. Desde então, foram ampliadas as políticas públicas voltadas para este mercado, com incremento nos editais, implementação de salas de exibição nas regiões periféricas e criação da São Paulo Film Commission. Isto significa que mais filmes, games e séries estão sendo produzidos na cidade, e principalmente, assistidos pela população paulistana, já que a Spcine também atua num dos principais gargalos do mercado 13
audiovisual: a exibição. Em 2016, foram inauguradas as 18 primeiras salas do Circuito Spcine, que levam, gratuitamente aos CEUs e a preços populares aos Centros Culturais, filmes de grande apelo comercial e filmes de arte a públicos carentes de acesso às salas convencionais de cinema. Até outubro deste ano, foram mais de 200 mil espectadores nas salas do Circuito Spcine. Este trabalho de formação de público amplia o exercício da cidadania, além de promover o sentimento de reconhecimento e pertencimento ao local em que se vive, pois a população não precisa mais fazer grandes deslocamentos nem depender de dinheiro para se divertir em família e assistir a um bom filme em cartaz. Também os coletivos que atuam nas localidades com o campo do audiovisual podem apresentar propostas e realizar mostras com temas de interesse, ou envolver-se em ações complementares à exibição. As diversas caras e cores da cidade vêm se tornando mais conhecidas e têm grande potencial para mostrar-se ao Brasil e ao mundo por meio das ações da São Paulo Film Commission, que facilitam a realização de produções locais, promovendo a divulgação das cenas e cenários paulistanos em produtos audiovisuais, possibilitam o reconhecimento de seu patrimônio histórico e cultural, além da promoção de empregos nas diversas áreas da cadeia produtiva do mercado audiovisual, o que gera recursos para e pelo município. A consolidação da Spcine traz profundas mudanças na política paulistana de audiovisual. De financiadora de projetos, expandiu seu leque de intervenções e insere-se agora no circuito nacional e internacional como grande articuladora, sintonizada com ações que reverberam nas três esferas de governo e estabelecem relações em diferentes campos dessa enorme cadeia produtiva. As mudanças são proporcionais ao tamanho da cidade, interferindo também no comportamento de seus cidadãos. A política pública observa a territorialidade das ações e produções culturais, criando oportunidades a coletivos periféricos e centrais, garantindo o acesso à produção audiovisual de qualidade, seja para população produtiva ou consumidora de cultura. As iniciativas de incentivo ao setor audiovisual corroboram ainda com a filosofia da Secretaria Municipal de Cultura, de promoção da descentralização e democratização do acesso à cultura pela população paulistana, assim como, do uso e apropriação dos espaços e equipamentos públicos da cidade.
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Spcine: instrumento estratégico para o desenvolvimento do audiovisual na cidade Nabil Bonduki:
É vereador e foi secretário Municipal de Cultura de São Paulo entre janeiro de 2015 e maio de 2016
A consolidação e a implementação executiva da Spcine foram das principais ações realizadas pela minha gestão, à frente da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Sua criação, anunciada pelo Prefeito desde o início de 2013, contou com intensa participação de todo o setor audiovisual, num processo coletivo que agregou as suas principais demandas. Quando assumi, no início de fevereiro de 2015, a Spcine estava praticamente sendo instalada. De lá para cá, vimos a Spcine sair do papel e se transformar em um dos principais instrumentos para fortalecer o audiovisual paulistano e brasileiro. Não se tratava simplesmente de repassar recursos públicos para a produção de filmes. Fosse para isso simplesmente, a criação de uma empresa de cinema não seria necessária. Muitos editais do município, somados aos do Estado e da União, cumpriam a função de financiamento das produções. Além disso, e sobretudo em virtude da ação da Agência 15
Nacional de Cinema (Ancine) através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), existe atualmente um montante considerável para este elo da cadeia. Porém, o problema do audiovisual brasileiro, hoje, não é simplesmente produzir mais filmes. O que não existia era uma política para o audiovisual, especialmente na cidade de São Paulo. E foi este o principal objetivo assumido pela Spcine: articulada com a Secretaria Municipal de Cultura, criar um conjunto de ações que visavam fortalecer a cadeia produtiva do audiovisual, em sua dimensão simbólica, econômica e urbana. A concepção, o apoio aos roteiros, o desenvolvimento de projetos, passando pela produção, a distribuição – que é um elo fulcral -, até chegar na exibição, tudo isso passou a fazer parte do papel institucional da Spcine. Dentre as várias iniciativas importantes que desenvolvemos pela empresa, uma merece destaque, por fundar-se na ideia do audiovisual como ferramenta do direito à cidade. Trata-se do Circuito Spcine, que buscou democratizar o acesso ao cinema para a população da periferia, onde inexistem salas de cinema - e, quando existem, são dos shopping centers, a preços inacessíveis para a maioria dos moradores da região. Essa ação tem relevância, sobretudo, por criar uma rede de exibição que fortalece o cinema brasileiro e a produção nacional independente, sem espaço nas telas das cadeias comerciais que dominam hoje a cidade. Mais do que isso, o Circuito traz a ideia das salas como elemento de vivência do espaço público urbano, moldando a cidade como um grande centro cultural. Nesse período, outra ação essencial foi a criação da Film Commission, um setor da Spcine responsável por viabilizar as filmagens na cidade de São Paulo, através da facilitação e desburocratização dos processos. Foi estabelecido um decreto que permitiu regulamentar as locações urbanas, destravar os gargalos e facilitar a interlocução, de forma organizada e qualificada, entre produtores e o poder público. Com tudo isso, contribuímos para consolidar São Paulo como cenário de cinema, algo que divulga a cidade para a além de seus limites, dinamiza a sua 16
economia, aumenta a autoestima da sua população e incrementa mercados importantes do campo audiovisual, inclusive a publicidade. Com a Film Commission, cresceu exponencialmente o número de filmagens nas ruas da capital. Apenas em 2016, até setembro, foram 1287 filmagens. São cerca de 161 gravações por mês, segundo os dados da Prefeitura. A título de comparação, dez anos atrás, em 2006, eram 155 filmagens por ano, numa média de apenas 13 por mês. A importância da Spcine fica nítida, também, ao se analisar o resultado dos apoios que dedicou às produções bem sucedidas e reconhecidas nacional e internacionalmente. Foi assim com a campanha internacional do filme “O Menino e o Mundo”, indicado ao Oscar de melhor animação em 2015. Outro exemplo é o do filme “Que Horas Ela Volta?”, cuja distribuição contou com apoio decisivo da empresa, alcançando um número significativo de salas em todo o Brasil. Dentre as realizações do governo Haddad na área da cultura, que foram muitas, a Spcine esteve entre as de maior destaque. A empresa ganhou o reconhecimento da população e tem o apoio massivo do setor, que reconhece a sua importância estratégica para o desenvolvimento do audiovisual da e na cidade. A despeito disso, há de se registrar e lamentar a ausência do Governo do Estado nesse projeto, que não honrou seu compromisso inicial de aportar recursos da equivalente aos dos municípios na integralização das ações da Spcine. É imprescindível que, nessa transição de governo municipal, haja compreensão do papel estratégico da Spcine e de seu programa de ações. Houve um salto expressivo da produção audiovisual na cidade e, especialmente, passou-se a tratar o setor como um ativo importante para o seu desenvolvimento econômico, no bojo de uma economia da cultura que tem passado incólume à crise. Ter uma política plena - cultural, social e econômica - para o audiovisual de São Paulo passa por manter a Spcine íntegra, forte e atuante. 17
SĂŁo Paulo, capital do cinema e do audiovisual
Juca Ferreira : Foi Ministro da Cultura entre julho de 2008 e dezembro de 2010 e de janeiro de janeiro e 2015 a maio de 2016. Como secretário municipal de Cultura de São Paulo de janeiro de 2013 a janeiro de 2015 atuou na articulação para a criação da Spcine.
A Spcine chega ao seu segundo ano de vida, sob o signo da inovação, do desenvolvimento econômico e do diálogo. Resultado de intenso debate e de um processo participativo junto à sociedade civil e com todos que de alguma maneira fazem parte do setor audiovisual e cinematográfico da cidade de São Paulo. A criação da empresa foi um claro reconhecimento da importância estratégica do audiovisual e do cinema para a cultura e para a economia de São Paulo e uma poderosa iniciativa para o desenvolvimento cultural e da economia brasileira. Esta é uma economia em franca expansão em todo o mundo e, no Brasil, graças às políticas desenvolvidas desde 2003 pelo MinC e sua agência para o setor, ANCINE. O Brasil já tem orgulho de se ver nas telas e existe um reconhecimento internacional acerca da qualidade do nosso cinema e do nosso audiovisual. Esse crescimento teve como mola propulsora uma das mais arrojadas políticas audiovisuais do mundo, fruto da parceria entre o Ministério da Cultura e o setor, através de políticas de apoio e fomento para todo o território nacional, de ações regulatórias, da ampliação dos recursos disponíveis e investimentos sistemáticos através de editais qualificados desenvolvidos pela ANCINE e pelo Fundo Setorial do Audiovisual. 19
As políticas do Ministério da Cultura foram elaboradas e desenvolvidas com a participação e em parceria com o talento, a criatividade e a capacidade técnica dos realizadores brasileiros. Esta política, além de fortalecer a presença da produção nacional nas telas das salas de exibição, possibilitaram também acessar as telas das TVs a cabo e por assinatura para a produção nacional, gerando o desenvolvimento de outros formatos como, por exemplo, séries para televisão, cinema de animação e, ainda embrionariamente, games. Ampliando, e muito, os recursos para a qualificação e diversificação das linhas de financiamento. Mesmo em um cenário de retração econômica, nossa produção audiovisual continua crescendo. Em recente estudo, a ANCINE apurou que o audiovisual é responsável pela injeção de R$ 24,5 bilhões na economia brasileira e representa 2,91% na contribuição no valor adicionado pelo setor de serviços empresariais não financeiros. Números mais expressivos do que a de setores como a indústria farmacêutica, por exemplo. O audiovisual brasileiro se encontra em um momento excepcional. A verdade é que, fruto do desenvolvimento tecnológico e o barateamento dos equipamentos de produção, hoje em dia todos somos produtores de conteúdos audiovisuais e os caminhos e recursos para a criatividade são cada vez mais amplos. Um filme pode tornar-se um aplicativo e ser exibido em inúmeros suportes digitais. Não sabemos bem aonde tudo isso vai dar, a única certeza é que o audiovisual está em franca expansão carregando uma poderosa economia e nos surpreendendo com sua linguagem impactante e suas novas maneiras de enxergar o mundo. Neste contexto, a Spcine em menos de dois anos de atuação, se tornou um marco e uma grande referência na política do audiovisual brasileiro. A cidade de São Paulo pode vir a cumprir um papel mais importante ainda para o setor, podendo repercutir toda a produção nacional e ampliar essa economia através de uma estratégia de colaboração no âmbito na20
cional em todos os elos da cadeia do cinema e do audiovisual, na articulação com os mercados internacionais. São Paulo está vocacionada juntamente com o Rio de Janeiro para cumprir esse papel. A Spcine é a plataforma para essa missão. A criação do Circuito Spcine de cinema, com 18 salas de alta qualidade espalhadas pelas regiões menos favorecidas da cidade, comprova isto. Já são mais de 250 mil espectadores e inúmeras histórias incríveis de quem nunca havia pisado numa sala de cinema em toda sua vida. A Film Commission de São Paulo também se mostrou outro grande acerto. Numa cidade da importância de São Paulo, com este enorme fluxo de produções e projeção cultural mundial, filmar sempre foi um desafio. O Prefeito Fernando Haddad ao publicar o decreto que cria e estrutura a Film Commission deu um passo fundamental para destravar este enorme potencial da cidade, possibilitando que São Paulo seja vista por telas de todo mundo, estimulando ainda mais sua economia. A diversidade de investimentos e foco das políticas da Spcine também é algo a se destacar. A empresa pública foi a primeira instituição deste tipo no país a ter um setor específico para jogos eletrônicos. Uma indústria mundial que hoje supera os números de Hollywood e que vem crescendo no Brasil. Além disso, os investimentos da empresa se preocuparam em incentivar os diferentes elos da cadeia produtiva: da criatividade à formação; passando pela produção, distribuição e exibição. Desta forma estimulando a dinâmica produtiva do setor e ao mesmo tempo gerando oportunidades aos novos realizadores. Essa é uma história que está apenas começando e que com certeza ainda terá muitos episódios de avanços e conquistas. Parabéns a todos que participam desta história! 21
Audiovisual e construção de identidades Orlando Senna : Escritor, cineasta e membro do Conselho Administrativo da Spcine
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Na década 1990 foi criada a RioFilme, inicialmente uma distribuidora e em seguida elevada a investidora em produção, distribuição, exibição, infraestrutura, difusão e capacitação audiovisual, gerida pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Em 24 anos de existência, a empresa carioca encabeçou o crescimento notável da atividade no município, que sempre foi o maior produtor de cinema e TV do País, e teve um papel especialmente importante na revitalização do audiovisual brasileiro como um todo. Desde o início dos anos 2000, quando o Governo Federal pôs em andamento o projeto audiovisual de grande alcance em curso até hoje, o setor se perguntava porque o município de São Paulo, o segundo maior produtor, não se organizava no sentido de concorrer com o Rio pelo protagonismo — não só porque tinha (tem) poder econômico e capacitação técnica para isso, mas também porque seria altamente benéfico não apenas para São Paulo mas para todo o País. Enfim, em 2015, foi criada a Spcine, empresa voltada para implementação, desenvolvimento e financiamento de políticas para os segmentos de cinema, TV, games e web. Estamos nos referindo a um setor que gera 25 bilhões/ano em renda para a economia brasileira, responsável por 0,57% do PIB nacional, desempenho semelhante aos setores têxtil, farmacêutico, vestuário e autopeças. Um dos poucos setores que não pararam de crescer durante a crise econômica que o País atravessa, como informa o BNDES. Por outro lado, trata-se da linguagem mais poderosa que o engenho humano inventou, a mídia mais psicologicamente penetrante e aguda, capaz de gerar comportamentos, crenças, ideologias, hábitos, socializações e consciências identitárias. A construção das identidades individual, grupal, regional, nacional é fortemente influenciada pela comunicação audiovisual, pelo que os teóricos batizaram como “específico fílmico”, a sintaxe de convencimento que só o cinema e seus derivados conseguem alcançar. Uma “ilusão da realidade” que transforma a própria realidade e define outros parâmetros, outras opções. Essas características de grande indústria e alta influência psicossocial conferem ao audiovisual um status de tema estratégico, de assunto de Estado, da permanência que define o Estado e, portanto, imune à transitoriedade dos governos. Esse é o campo magnético onde se insere a Spcine, um grande passo para que o município de São Paulo alcance o lugar que lhe é devido entre os grandes centros produtores e exportadores audiovisuais do mundo. 23
Linha do tempo Em 2001, cineastas paulistas se reúnem em campanha pela criação de uma fundação que atuaria no fomento a políticas de desenvolvimento ao audiovisual. Mesmo não avançando no Executivo, o projeto conhecido como Cecim - Centro de Cinema do Município de São Paulo elabora um primeiro desenho do que viria a ser a Spcine.
1990
2000
Instituída a Lei Municipal nº 10.923/1990, primeira lei de incentivo cultural de um município brasileiro, mais conhecida como Lei Mendonça. Instalada a primeira comissão técnica para avaliar a criação de um organismo voltado ao desenvolvimento do cinema paulistano, tendo como foco a distribuição de filmes. Era formada por funcionários da Secretaria Municipal de Cultura e representantes da sociedade civil. 24
Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo convoca representantes do audiovisual paulista para entender as necessidades e potenciais do setor, dentro do programa de construção coletiva #ExisteDiálogoEmSP.
JAN/2013
ABR/2013
Prefeitura de São Paulo se reúne com o setor: cineastas, produtores, realizadores de eventos e a ANCINE (Agência Nacional do Cinema) participam do encontro. A classe discute a criação de uma instituição municipal gestora da política audiovisual. Tem início o grupo de trabalho da Spcine, reunindo o governo e entidades representativas do setor. O grupo pesquisou e debateu durante meses experiências semelhantes para então elaborar o projeto de lei que daria origem à empresa.
Em cerimônia realizada na Praça das Artes, a Prefeitura de São Paulo entrega à Câmara Municipal o projeto de lei que cria a Spcine. Na cerimônia, estão presentes autoridades do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério da Cultura.
OUT/2013
NOV/2014
Em primeira votação, a Câmara Municipal aprova por unanimidade a criação da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo.
No início de dezembro, o PL é aprovado em 2ª votação na Câmara. Duas semanas depois, no dia 20, a Prefeitura de São Paulo sanciona a Lei Nº 15.929, criando a Spcine.
DEZ/2013
JAN/2014
Prefeitura de São Paulo e Cine Belas Artes anunciam reabertura do cinema com patrocínio da Caixa Econômica Federal. A gestão municipal foi a responsável por articular a retomada do cinema, fechado em 2011. Uma das contrapartidas é a criação da Sala Spcine, com programação voltada à produção nacional.
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A cidade de São Paulo celebra a inauguração da Spcine.
Fruto de um movimento que reuniu 28 mil assinaturas e contou com o empenho da Prefeitura de São Paulo, o agora Caixa Belas Artes reabre as portas para o público.
JUL/2014
O evento torna oficial a criação da empresa cujo objetivo é gerar impacto econômico e cultural na cidade e no país por meio do audiovisual. Na ocasião, toma posse a diretoria formada pelo Diretor-presidente Alfredo Manevy, Diretor de Desenvolvimento Econômico Maurício Andrade Ramos e Diretor de Inovação Renato Nery. A cerimônia de inauguração, realizada na Praça das Artes, reúne a classe artística, entusiastas e representantes das secretarias municipal e estadual de Cultura, Secretaria do Audiovisual (SAv) e Ministério da Cultura.
OUT/2014
Prefeitura de São Paulo faz o repasse de R$ 25 milhões para a Spcine, dando o pontapé definitivo para a implantação da empresa.
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DEZ/2014
28/01/15
Spcine - Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo passa a existir oficialmente.
Programa de Codesenvolvimento com o Canada Media Fund, primeira parceria internacional da Spcine, incentiva as produções audiovisuais realizadas por empresas canadenses e brasileiras, estimulando os mercados de ambos os países.
MAR/2015
ABR/2015
O Programa de Investimento, parceria entre a Spcine e o Brasil de Todas as Telas da ANCINE (Agência Nacional de Cinema), destina R$ 20 milhões para a produção e distribuição de novos filmes. O valor é um recorde no investimento público ao cinema paulista.
Lançamento de "A Vida Privada dos Hipopótamos", documentário de Matias Mariani e Maíra Buhler, primeira obra a participar do Circuito Municipal de Cultura, iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura. A programação de cinema, gerida pela Spcine, exibe filmes independentes em uma rede formada pelas salas do Centro Cultural São Paulo, Cine Olido, Caixa Belas Artes (sala Spcine) e Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Cinco longas-metragens são lançados durante o ano dentro do programa.
MAI/2015
SET/2015
Spcine realiza em sua sede o encontro Mulheres do Audiovisual, reunindo diversas profissionais do setor. O intuito era discutir os desafios enfrentados pelas mulheres neste mercado e sair com propostas concretas para ações de equidade de gênero. Como resultado, entre outras iniciativas, as participantes criaram um grupo online que já soma mais de nove mil membros.
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Edital de Curtas abre inscrições e institui um novo marco para a produção paulista, incluindo política afirmativas para incluir no fazer audiovisual grupos historicamente excluídos: mulheres realizadoras, cineastas negros e negras, população transgênero, indígenas e pessoas com deficiência. Como resultado, o número de inscrições bate recorde, chegando a 800 projetos.
Spcine assina correalização do TELAS Forum e do TELAS Festival, iniciativa de um evento de mercado conjunto.
OUT/2014
MAR/2016
Lançamento do projeto Circuito Spcine de Cinema com a inauguração das duas primeiras unidades, do total de 20, no CEU Butantã, na Zona Oeste, e no CEU Meninos, na Zona Sul. Assinatura do decreto municipal que institui a São Paulo Film Commission como órgão responsável por autorizar as filmagens e promover a cidade como cenário a céu aberto.
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ABR/2014
MAI/2016
A cineasta Lana Wachowski, que junto à irmã Lily Wachowski assina o roteiro e a direção da trilogia Matrix, visita o Centro de Cidadania LGBT a convite da Spcine. A empresa, com o apoio da Coordenação LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, é responsável pela articulação que trouxe a São Paulo as gravações da série Sense8, dirigida pela dupla. As filmagens acontecem durante a 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT e é acompanhada com entusiasmo pelo público.
Circuito Spcine inaugura a 19ª sala no Biblioteca Roberto Santos. O público atinge 250 mil espectadores. Com 18 salas inauguradas, o Circuito Spcine já é um sucesso, atingindo a marca de 100 mil espectadores.
AGO/2016
OUT/2016
Encontro Spcine: balanço de 22 meses de atuação da empresa e discussão de diagnóstico e diretrizes.
NOV/2016
Lançamento do SAMPA CINE TEC, programa que oferece bolsas para qualificação profissional em audiovisual. Os selecionados participam de atividades de formação técnica, empreendorismo, desenvolvimento local e um período de experiência profissional em empresas do ramo.
DEZ/2016 AGO/2016
Spcine conclui o ano com a inauguração da 20ª sala pública de cinema no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, na Zona Leste. O programa atinge os 300 mil espectadores.
Spcine e Mostra Internacional de Cinema se associam para criar o prêmio Spcine para melhor filme brasileiro ficção e documentário. A escolha é feita pelo público que elege “Era o Hotel Cambridge”, de Eliane Caffé, e “Martírio”, de Vincent Carelli, como grandes vencedores.
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Colegiado Transparência e responsabilidade são dois valores presentes no modelo de gestão da Spcine. A empresa adota mecanismos para garantir as boas práticas de governança corporativa, atuando alinhada a três colegiados: Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Comitê Consultivo. Cada um deles é composto por profissionais com vasta experiência em suas respectivas áreas de atuação. Juntos, eles ajudam a empresa a identificar fragilidades, estabelecer indicadores, aprimorar o regimento interno e elaborar o planejamento estratégico.
Conselho Administrativo Formado por profissionais do setor cultural e agentes do poder público, o conselho delibera sobre as decisões da empresa, determina a condução dos negócios, aprova a programação de suas atividades e, sobretudo, age como um órgão fiscalizador. Sua constituição é tão fundamental que a escolha dos diretores da companhia vem do grupo. O conselho se reúne uma vez por mês e é composto por seis integrantes, todos reeleitos em julho de 2016 e com dois anos de mandato cada um. BEATRIZ WENDEL ABRAMO
Jornalista e editora de conteúdo da Secretaria Municipal de Comunicação
CELESTE ZULMIRA BATALHA DE SOUZA
Assessora especial da Secretaria do Governo Municipal
FABIO MALERONKA FERRON
Gestor cultural e ex-diretor geral de eventos da Secretaria Municipal de Cultura
GILSON DONIZETE MARÇAL
Coordenador de fomento da Secretaria Municipal de Cultura
MARIA DO ROSÁRIO RAMALHO Secretária Municipal de Cultura
ORLANDO DE SALLES SENNA Cineasta e jornalista
30
Conselho Fiscal O Conselho Fiscal é formado por profissionais qualificados que têm o objetivo de avaliar e acompanhar as demonstrações financeiras da empresa, entre elas o balanço e o fluxo de caixa. Trata-se de um órgão fundamental para a governança de uma instituição. Há dois integrantes, ambos reeleitos em 29 de abril, com dois anos de mandato cada um. ANDRE FABIANO HOON KWAK
Assessor especial da Secretaria do Governo Municipal
RAFAEL DONOFRE FORGHIERI
Coordenador de auditoria interna da Controladoria Geral do Município
Comitê Consultivo Composto por 17 associações, o Comitê Consultivo é um espaço de diálogo entre a Spcine e representantes dos diversos segmentos do audiovisual. O objetivo é ouvir contribuições e críticas ao trabalho realizado pela empresa com um olhar para o desenvolvimento do setor. Periodicamente, o colegiado e a diretoria da Spcine se reúnem para discutir atuação e propostas. O mecanismo busca garantir a efetividade dos projetos, ações e programas. ABCA Associação Brasileira de Cinema de Animação ABD-SPAssociação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas/Seção São Paulo ABRAGAMESAssociação Brasileira de Games ABELEAssociação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos BRAVIBrasil Audiovisual Independente ALT[AV] Rede de Coletivos de Artistas Audiovisuais APACI Associação Paulista de Cineastas APROAssociação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais AR Associação de Roteiristas SIAESP Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo RDI Rede de Distribuidores Independentes FORCINE ERA TRANSMIDIA ABTA Associação Brasileira de TV por Assinatura SINDICINESindicato dos Trabalhadores do Cinema FÓRUM DOS FESTIVAIS CINEMATECA ADIBRAAssociação das Distribuidoras Brasileiras APAN Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro 31
Panorama geral 32
1 33
2005 2006 2007
R$ 3.228.143,56 R$ 2.729.586,58
2008
15
2009
R$ 4.437.387,85
R$ 8.255.050,66
R$ 8.570.692,76
2010
R$ 10.892.872,00
2011
R$ 10.045.443,26
2012 2013
R$ 6.695.823,69 R$ 14.495.203,82
2014
R$ 25.000.000,00 R$ 7.043.532,34 R$ 9.539.895,30
2015 2016
investimentos municipais em audiovisual
R$ 1.131.524,00
R$ 1.442.128,58
R$ 17.500.000,00 SMC
34
SPCINE
Fonte: SPCINE
Desde o início da década de 1990, a Prefeitura de São Paulo reserva uma fatia de seu orçamento anual especificamente para o audiovisual. O Programa Municipal de Fomento ao Cinema representa por muitos anos uma importante ferramenta de incentivo à produção e distribuição de longas e curtas-metragens paulistas. A partir de 2013, o investimento municipal na área começa a tomar novos contornos. A Spcine, empresa criada pela Prefeitura para desenvolver a cadeia produtiva do setor, ganha forma a partir das necessidades apresentadas pelo setor e da abertura do diálogo pelo poder público. Como resultado, a gestão municipal começa a adotar uma nova estratégia baseada em inovação e desenvolvimento econômico. Nasce o Programa de Desenvolvimento de Projetos que investe em 60 roteiros, ampliando o entendimento de audiovisual para outros segmentos como os games, TV, web e outras mídias digitais. Os criadores participam de três laboratórios durante o ano, focados em criação, produção e modelos de negócios. No ano seguinte, a Secretaria Municipal de Cultura lança o Programa de Apoio à Distribuição e Comercialização de Filmes de Longa Metragem, que destina R$ 2 milhões a 20 filmes inéditos no circuito nacional. Entre eles, obras como "Praia do Futuro", "O Lobo Atrás da Porta", "Dominguinhos", "Sem Pena" e "De Menor". Ainda em 2014, o Programa de Produção de Projetos Audiovisuais investe R$ 3,9 milhões em 23 obras, incluindo longas, curtas e games. É em 2015 que a Spcine surge assumindo a formulação e execução de toda a política audiovisual para a cidade, centralizando recursos que antes partiam do gabinete da Secretaria Municipal de Cultura, da área de Fomento ao Cinema da SMC e do FEPAC - Fundo Especial de Promoção de Atividades Culturais. O movimento faz com que a Prefeitura de São Paulo crie um dotação específica para a empresa no orçamento municipal, garantindo a estabilidade dos recursos destinados à área.
35
No período, a Spcine é responsável por alavancar recursos de outros entes. Em 2014, o Governo Federal, por meio do Ministério das Comunicações, e a Secretaria Municipal de Cultura celebram convênio para instalação do LEIA - Laboratório de Experimentação e Inovação Audiovisual, no valor de R$ 7 milhões. Além disso, desde 2014, a Ancine - Agência Nacional do Cinema disponibiliza até R$ 15 milhões/ano para o Programa de Investimento, que investe em produção, distribuição e desenvolvimento de séries. A criação da Spcine também representa um novo patamar de recursos públicos destinados ao setor. Contando todos os tipos de apoio, a empresa esteve envolvida em mais de 100 obras audiovisuais em dois anos. E este é só o começo.
12,00%
investimento em audiovisual no orçamento da secretaria municipal de cultura
9,00%
6,00%
3,00%
0
2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: SPCINE | SMC
36
2011
2012 2013 2014 2015 2016
investimento municipal em audiovisual por categoria 100,00% 75,00% 50,00% 25,00% 0,00% 2005 2006 2007 2008 2009 2010
2011
2012 2013 2014 2015 2016
subvenção (cinemateca brasileira) imposto (sobre retenção de pessoa física) spcine aquisição e locação de equipamentos sala de cinema (operação e exibição) projetos especiais - eventos projetos especiais - formação investimentos na cadeia produtiva (editais) Fonte: SPCINE | SMC *leitura sobre valores executados | **2016 ainda em execução
fontes de recursos da spcine R$ 25.000.000,00
2014 R$ 6.000.000,00
2015
2016
R$ 3.539.895,30 R$ 9.960.000,00
R$ 17.500.000,00 R$ 5.675.000,00 capital social convenio entre smc e spcine contrato de acompanhamento e metas recurso ancine
Fonte: SPCINE | SMC
[NOTA] O Convênio entre a Spcine e Secretaria Municipal de Cultura foi o instrumento criado para aplicação de recursos nos editais lançados no primeiro ano de operação da empresa. Em 2015, foi criado o Contrato de Acompanhamento e Metas, mecanismo que regula a execução da política audiovisual em toda sua amplitude. Entre as fontes, ainda há o recurso proveniente da Ancine que é liberado no âmbito do programa de regionalização e não é executado diretamente pela Spcine.
37
perfil de investimentos da spcine 2015
2016 R$ 7.393.732,78
R$ 20.521,30
CAPITAL SOCIAL
R$ 500.000,00
R$ 300.000,00 R$ 1.750.000,00
R$ 1.250.000,00
CONVENIO SMC/SPCINE
R$ 1.110.000,00
R$ 3.050.000,00
R$ 2.083.833,32
CONTRATO DE ACOMPANHAMENTO E METAS
R$ 1.958.800,00 R$ 479.693,00 R$ 10.400,00 R$ 150.000,00
RECURSO ANCINE
R$ 1.110.000,00
R$ 3.200.000,00
Fonte: SPCINE
infra - aquisição de equipamentos sala de cinema - operação projetos especiais - eventos projetos especiais - formação projetos especiais - produtos investimento - direto investimento - editais
38
títulos paulistas x títulos apoiados pela spcine 52 46 29
25 10 2005
27
27
32
34
31
27
13
15
2015
2016
16 2006
paulistas
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
spcine
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * até 19 de outubro de 2016
39
renda dos tĂtulos paulistas 2005
R$ 2.876.907,00
2006
R$ 4.068.281,00
2007
R$ 10.182.216,00
2008
R$ 16.086.934,93
2009
R$ 13.414.205,03
2010
R$ 6.883.469,13
2011 2012
R$ 15.669.309,78 R$ 52.056.150,00
2013
R$ 85.417.267,11
2014
R$ 72.542.953,29 R$ 113.407.298,94
2015
R$ 164.872.427,27
2016*
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * atÊ 19 de outubro de 2016
40
público dos títulos paulistas 2005
448.789,00
2006
504.187,00
2007 2008 2009 2010 2011 2012
1.259.058,00 2.058.470,00 1.865.614,00 825.907,00 1.673.010,00 5.080.175,00 7.780.165,00
2013 2014
5.961.926,00 9.449.267,00
2015
15.264.640,00
2016*
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * até 19 de outubro de 2016
41
Títulos lançados 227
259
248
246 233
229
237
244 268
279
317
249
46
71
78
79
84
74
100
83
129
114
129
110
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016*
lançamentos estrangeiros
lançamentos nacionais
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * até 19 de outubro de 2016
relação títulos nacionais x paulistas 129 100 79
78
84
74
114 86
83
71
69
46
10
16
25
2005
2006
2007
nacionais
29
27
27
2008
2009
2010
32
34
2011
2012
46
52
2013
2014
Paulistas
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * até 19 de outubro de 2016
42
57
2015
42
2016
pĂşblico filmes paulistas x nacionais 2005
448.789
2006
504.187,00
2007
1.259.058
2008
9.729.538 10.253.959 8.225.850
2.058.470 6.558.533
2009 2010 2011
1.865.614
15.421.203
825.907
23.637.547
1.673.010
15.906.114
2012 5.080.175
14.673.570
2013 7.780.165
2014
18.920.626 5.961.926 11.347.392
2015
9.449.267
2016*
11.539.278
15.264.640 3.294.460
nacionais
Paulistas
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * atÊ 19 de outubro de 2016
43
renda dos tĂtulos nacionais x paulistas 2005 2006 2007
R$ 2.876.907,00 R$ 68.668.352,00 R$ 4.068.281,00 R$ 74.708.345,00 R$ 10.182.216,00
R$ 63.795.490,00
2008
R$ 16.086.934,93
R$ 49.993.835,50
2009 2010 2011 2012
R$ 13.414.205,03
R$ 127.623.295,20
R$ 6.883.469,13
R$ 211.148.271,50
R$ 15.669.309,78 R$ 146.169.032,00 R$ 52.056.150,10
R$ 148.593.619,70
2013
R$ 85.417.267,11
2014
R$ 202.955.677,30 R$ 72.542.953,29 R$ 130.471.752,10
2015
R$ 113.407.298,94
2016*
R$ 146.524.226,00
R$ 162.132.957,07 R$ 42.755.101,90
nacionais
Paulistas
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * atÊ 19 de outubro de 2016
44
84,5%
comparativo - market share
42% 32,5%
28%
31,3%
23,3% 12,2%
11,6%
4,2%
5,08%
0,5%
0,6%
1,4%
2,3%
2005
2006
2007
2008
paulistas x nacionais
9,5%
1,7%
3,2% 0,6%
1,2%
3,5%
5,2%
3,8%
5,5%
12,3%
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Paulistas x totais
fonte: oca/ancine (listagem de filmes brasileiros lançados - 1995 a 2015) * atÊ 19 de outubro de 2016
45
2 46
circuito spcine 47
Inaugurado em março de 2016, o Circuito Spcine é a maior rede de salas públicas de cinema do Brasil e uma das mais importantes da América Latina. Seu complexo exibidor é formado por 20 espaços de exibição - cinco em equipamentos culturais de São Paulo, sendo que um deles possui duas salas, e 15 em Centros Educacionais Unificados (CEUs). Tem o objetivo de democratizar o acesso da população ao entretenimento audiovisual, expandindo a barreira geográfica do centro expandido em direção a todas as regiões da capital paulista. Geograficamente, as salas estão presentes em 17 das 32 subprefeituras, com prioridade para as não atendidas pelo circuito comercial de cinema. O projeto oferece uma experiência total do entretenimento audiovisual, com projetores digitais de alta tecnologia e programação regular e de qualidade. Há espaço para filmes de todos os gêneros e formatos, do infantil ao terror, do autoral ao blockbuster. A criação do Circuito Spcine surgiu de um quadro de exclusão socioeconômica, tendo a distância e o preço do ingresso como fatores mais relevantes. Pesquisas como a da empresa J.Leiva serviram como base de comparação. De acordo com estudo de 2014, 10% da população paulistana nunca foi ao cinema. Ao considerar a renda, o percentual sobe para 30% nas classes D e E. A Spcine também considerou o Índice de Habitantes por Cinema (IHC) no Brasil, levantado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema). Em 2013, o IHC girou em torno de 75 mil habitantes por sala, número ainda distante de outros países, como a Argentina, que registrou em 2012 um IHC de 51 mil habitantes por sala; México, com aproximadamente 21 mil habitantes/sala; e a França, com cerca de 11 mil habitantes/sala. O Circuito Spcine leva o cinema para perto de casa. Em 80% da rede, o ingresso é gratuito. Nos centros culturais, em locais mais centrais, são cobrados entre R$ 4 e R$ 8.
48
mapa do circuito spcine Fonte: SPCINE
ARICANDUVA BUTANTÃ FEITIÇO DA VILA VILA DO SOL TRÊS LAGOS CAMINHO DO MAR CIDADE TIRADENTES PAZ JAMBEIRO MENINOS ROBERTO SANTOS JAÇANÃ QUINTA DO SOL VILA ATLÂNTICA SÃO RAFAEL OLIDO PAULO EMÍLIO LIMA BARRETO
49
20 salas de cinema 15 CENTROS EDUCACIONAIS UNIFICADOS (CEUs) 3 CENTROS CULTURAIS 1 BIBLIOTECA PÚBLICA
INAUGURAÇÕES Março: Abril: Maio:
250.525 espectadores
Junho:
PÚBLICO DO CIRCUITO SPCINE
Julho:
MARÇO A novembro*/2016
02 salas 03 salas 07 salas 04 salas 02 salas 01 sala
Novembro:
Público do Circuito Spcine Variação mês a mês
47.903 45.426 44.676
Fonte: SPCINE
37.230 37.885
9.276
13.709
2.049 MAR
ABR
4.194 sessões 50
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
REALIZADAS ENTRE MARÇO E OUTUBRO/2016
sessões do circuito spcine Variação mês a mês Fonte: SPCINE
818
766
695
666
822
307
111 9 MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
Taxa de ocupação do Circuito Spcine média mensal Fonte: SPCINE
52,1%
22,7% 13,3%
MAR
ABR
MAI
16,3% 16,9%
JUN
JUL
19,6% 19,5% 18,4% 18%
AGO
SET
OUT
TOTAL 51
TAXA DE OCUPAÇÃO DO CIRCUITO SPCINE MÉDIA POR SALA DE CINEMA Cine Olido 8,0% Ceu Butantã 10,0% Ceu Vila Atlântica 13,0% Ceu Aricanduva 14,4% Ceu Meninos 14,5% Ceu São Rafael 14,5% Ceu Jambeiro 16,4% Ceu Três Lagos 16,7% Ceu Perus 18,4% Ceu Parque Veredas 19,5% Ceu Paz 19,6% Mercado 20,0% CCSP Paulo Emílio 21,5% Ceu Jaçana 24,7% Ceu Quinta do Sol 25,6% Ceu Caminho do Mar 29,3% Ceu Feitiço da Vila 33,9% Ceu Vila do Sol 35,5% CCSP Lima Barreto 40,8% 52
A taxa de ocupação mede quantos assentos do total estão sendo
utilizados durante as sessões. No
Circuito Spcine, projeto com pouco mais de cinco meses de existência, o índice já se aproxima da taxa de
ocupação do mercado estimada em
20%, de acordo com dados da FIRJAN. Fonte: SPCINE
Comparativo: Circuito Spcine vs. circuito comercial Participação da produção nacional e internacional nas telas de cinema Fonte: SPCINE
Títulos nacionais x estrangeiros no CIRCUITO SPCINE NACIONAIS
ESTRANGEIROS
55%
45% Títulos nacionais x estrangeiros no circuito comercial NACIONAIS
ESTRANGEIROS
33,3%
66,7%
Circuito Spcine 10 maiores exibidores do estado de São Paulo
10 MAIORES EXIBIDORES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
1º Cinemark 306 2º Cinépolis 124 3º Araújo 61 4º Moviecom 53 5º PlayArte 43 6º GSR 41 7º UCI 39 8º Cineflix 38 9º Espaço 25 10º Spcine 20
1º Cinemark 167 2º UCI 28 3º Espaço (Itaú) 25 4º Cinépolis 24 5º PlayArte 22 6º Spcine 20 7º Independente 16 8º GSR 13 9º Moviecom 11 10º Araújo 5 53
3 54
SÃO PAULO FILM COMMISSION 55
56
A São Paulo Film Commission é o órgão que centraliza e gerencia todas as solicitações de filmagens na cidade. Seu papel é transformar São Paulo em um cenário a céu aberto. A proposta é que as diversas paisagens de São Paulo sirvam de locações para produções de cinema, TV, games e demais plataformas audiovisuais. Além de movimentar a economia do audiovisual, a atividade é responsável pelo impacto positivo em outros setores, como o turismo e o comércio local. O Decreto Municipal 56.905 que instituiu a São Paulo Film Commission foi assinado em 30 de março de 2016 e passou a vigorar no dia 16 de maio deste ano (data que utilzamos como base para os dados apresentados aqui). Até sua vigência, produtores audiovisuais chegavam a percorrer 10 guichês diferentes para conseguir rodar um filme, série ou anúncio de TV na cidade. Desde então, as demandas passaram a convergir para apenas um lugar: o Cadastro Único de Produção. O tempo limite para resposta fica entre três (no caso de peças publicitárias) e oito dias úteis (para as demais obras audiovisuais). No formulário, as produtoras informam as necessidades da produção e dados da empresa solicitante. A partir daí, o departamento da Spcine assume a negociação com os órgãos envolvidos na liberação de ruas, parques e outros espaços para filmagem. Além de tornar mais ágil o processo de autorização, o cadastro ajuda Spcine a compilar as informações sobre o impacto das gravações na cidade. A atividade da São Paulo Film Commission se coloca como um elemento fundamental para a fundamentação econômica da atividade audiovisual na cidade. Hoje, por exemplo, já se sabe que o órgão atende a mais de 80 produções em média por mês. Identifica-se também o leque de variedade de formato e gêneros que estas produções encetam. A São Paulo Film Commission oferece apoio em diferentes esferas: política, técnica, legal, infraestrutura e logística. Além do realizador, quem ganha com a Film Commission é o próprio público, que tem a chance de ver São Paulo nas telas: as histórias, os lugares, as pessoas. 57
R$ 176,9 milhões *Valor declarado pelas
MOVIMENTADOS PELA ATIVIDADE AUDIOVISUAL* (MAIO A outubro/2016)
produtoras por meio do Cadastro Único da São Paulo Film Commission
Solicitações de filmagem Por tipo de obra Fonte: SPCINE
47
CURTA METRAGEM
2
TELEFILME LONGA METRAGEM
12
LONGA METRAGEM B.O.
12 18
SÉRIE
15
WEBSÉRIE
39
PROGRAMA DE TV ANIMAÇÃO E GAMES DOCUMENTÁRIO
1 22 130
PUBLICIDADE INSTITUCIONAL OUTROS 58
47
TIVERAM FILMAGENS AUTORIZADAS NA CIDADE DE SÃO PAULO (MAIO A outubro/2016)
345 obras Obras audiovisuais Variação mês a mês Fonte: SPCINE
78
82 73
67
69
23 MAI
JUN
1421 locações
JUL
AGO
SET
OUT
FORAM SOLICITADAS DURANTE O PERÍODO
Locações
Variação mês a mês Fonte: SPCINE
341 297
187 MAI
JUN
JUL
321
214
208
AGO
SET
OUT 59
3388 DIÁRIAS
DE FILMAGENS REALIZADAS
Diárias
Variação mês a mês Fonte: SPCINE
1288
706 584
594
SET
OUT
433 241 MAI
JUN
12.799 postos de trabalho
JUL
AGO
GERADOS A PARTIR DAS FILMAGENS REALIZADAS EM SÃO PAULO
Postos de trabalho Variação mês a mês Fonte: SPCINE
3192 2621
2294
2750 2043
953 MAI 60
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
61
EDITAIS 62
4 63
A Spcine financia a nova produção audiovisual paulista. Foram mais de 100 obras apoiadas durante os primeiros anos de atividade da empresa. O volume de recursos para o audiovisual atingiu um novo patamar e o investimento público passou a adotar uma visão estratégica baseada em desenvolvimento econômico, inovação, acesso e diversidade. A primeira edição do Programa de Investimento apresentou um novo modelo de financiamento baseado na participação da Spcine no resultado econômico da obra. As linhas propunham o abandono da lógica de investimento “a fundo perdido”, estimulando um maior engajamento das empresas proponentes nos resultados. A partir do programa, a política audiovisual também passou a olhar para os novos talentos, premiando realizadores(as) em suas primeiras obras. A primeira edição criou ainda a banca de canais, com acesso a todas as obras inscritas. Foram 47 filmes apoiados nas etapas de produção e distribuição, muitos deles circulando em festivais nacionais e internacionais. Em 2016, foram lançadas outras quatro linhas de investimento, uma delas focada no mercado de TV, diversificando ainda mais a cartela de formatos. Também neste ano, foi lançada uma linha específica para a circulação de filmes de pequeno porte, pensando nas produções de baixíssimo orçamento e grande relevância artística, que contemplou 17 obras de dentro e fora de São Paulo. 64
A visão de investimento com retorno econômico também chegou a outras ações como o concurso Batalha Animada, que investe na criação de jogo para dispositivos móveis a partir de uma animação nacional, e o Edital de Games, que financia projetos deste que é um dos mercados de maior crescimento no Brasil. Outra perspectiva desenvolvida pela Spcine em relação ao incentivo a novas obras é a de inovação nos formatos e acesso de novos realizadores ao fazer audiovisual. No Edital de Curtas, lançado em abril de 2016, o regulamento inseriu o curta experimental e o cinema imersivo entre as linguagens. Além disso, o edital sugeriu mudanças de impacto em relação ao equilíbrio social dos projetos contemplados, instituindo a paridade de gênero na comissão julgadora e entre os realizadores contemplados, implantando ações afirmativas para a inclusão de negros(as), índios(as), pessoas com deficiência, travestis, mulheres e homens transexuais – historicamente excluídos da atividade – na realização de curtas. O programa teve recorde de inscritos, 800 propostas. Na etapa de desenvolvimento criativo, a Spcine lançou o Edital de Doctoring, consultoria de roteiro para projetos de autores novos e veteranos, e o Programa de Codesenvolvimento, em parceria com o Canada Media Fund, visando o conteúdo para TV, web, games e realidade virtual. Unidas, as linhas abrangem os segmentos do audiovisual e todas as etapas de desenvolvimento de projetos. 65
Investimento via editais
Total destinado pela Spcine para obras audiovisuais Fonte: SPCINE
SP MUNDUS
Distribuição internacional em salas não comerciais de longas paulistas
CODESENVOLVIMENTO COM CANADA MEDIA FUND
Projetos de games, TV, web e realidade virtual desenvolvidos em coprodução Brasil + Canadá
25.000.000
R$ 20.290.000,00 20.000.000
BATALHA ANIMADA
Jogo para dispositivos móveis feito a partir de animação brasileira
R$ 16.136.000,00
15.000.000
DOCTORING | DESENVOLVIMENTO
Desenvolvimento criativo e consultoria de roteiro
GAMES
Produção de games autorais por estúdios e desenvolvedores independentes
EDITAL DE CURTAS
10.000.000
Produção de curtas-metragens de ficção, doc, curta experimental e cinema imersivo
L4 (2016)
5.000.000
Desenvolvimento de séries de TV
L4 (2015) Distribuição de longas-metragens paulistas de grande porte
2015
2016
L3 (2015) Produção de longas-metragens paulistas de grande porte
L3 (2016)
Circulação de longas-metragens brasileiros de pequeno porte
Investimento via editais Por etapa
L2 Distribuição de longas-metragens paulistas de médio porte
L1
Produção de longas-metragens paulistas de médio porte
Fonte: SPCINE
R$ 16.000.000 R$ 14.000.000 R$ 12.000.000 R$ 10.000.000 R$ 8.000.000 R$ 6.000.000 R$ 4.000.000 R$ 2.000.000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 66
Investimento em obras digitais Investimento em TV TOTAL DESTINADO PELO MUNICÍPIO PARA GAMES, WEB E NOVAS MÍDIAS
TOTAL DESTINADO PELO MUNICÍPIO PARA TV
2005
2005
2006
R$ 150.000,00
2006
2007
2007
2008
2008
2009
2009
2010
R$ 299.828,00
2010
2011
2011
2012
2012
2013
R$ 1.800.000,00
2013
2014
R$ 110.000,00
2014
2015
R$ 66.000,00
2015
2016
R$ 2.000.000,00
R$ 399.489,07
R$ 250.000,00 R$ 909.200,00 R$ 110.000,00
2016
R$ 1.780.000,00
Em 2013, com o Programa de Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais da
Secretaria Municipal de Cultura, a Spcine - ainda em fase pré-operacional – ampliou o escopo dos projetos apoiados, contemplando não só longas e curtas-metragens, mas projetos de games e conteúdo para web.
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No ano seguinte, o Programa de Produção destinou pela primeira vez recursos para audiovisual da SMC para financiar a produção de novos games. Após um primeiro ano de criação de novas estratégias para os demais formatos, a Spcine eleva o volume de recursos para projetos nos formatos TV, games e novas mídias, com linhas específicas para cada um deles. Em 2016, a Spcine fez o maior aporte da história do investimento municipal em jogos eletrônicos. O Edital de Games destina R$ 1,48 milhão para 16 jogos autorais feitos por desenvolvedores residentes na capital paulista, incluindo profissionais autônomos e estúdios.
sp mundus A Spcine lançou em 2016 um programa de exportação de filmes paulistas, o sp mundus. A iniciativa investiu em 20 produções recentes do cinema nacional, incluindo obras de diretores novos e experientes. Os títulos são encaminhados aos países com os quais a empresa mantém acordos de intercâmbio. No momento, estão em vigor parcerias com a RECAM, rede de cinemas do Mercosul composta por 30 espaços na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; Russian Filmmakers Union (RFU), organização civil de desenvolvimento do audiovisual com sete salas no país, incluindo a capital Moscou; e Cineteca Nacional, com 10 salas no México. Ao todo, o circuito internacional conta com 47 espaços de exibição.
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Prêmios e Festivais Sundance, Berlim, Roterdã, Gramado, Cannes, South by Southwest. A cinematografia paulista que contou com investimento da Spcine, por meio das linhas de distribuição e produção do Programa de Investimento, viajou o mundo e somou prêmios e participações nos principais festivais do mercado. O filme “Que Horas Ela Volta?”, da cineasta Anna Muylaert, antes de estrear no Brasil e ser contemplado no edital da Spcine, já tinha ganhado enorme repercussão nos festivais de Berlim e Sundance, de onde saiu com dois prêmios. Já “Califórnia”, dirigido por Marina Person, integrou a seleção oficial do Festival de Roterdã. “Ausência”, de Chico Teixeira, concorreu em uma das principais premiações do cinema brasileiro, o Festival de Gramado, e arrebatou quatro kikitos, incluindo de melhor filme, diretor e roteiro. Outros grandes títulos também tiveram o nome cravado em edições de eventos cinematográficos de representatividade equivalente. Os filmes apoiados pela empresa tiveram um retorno que vai além do financeiro. O reconhecimento da qualidade pelos festivais prova que o cinema paulista tem força e relevância dentro do cenário mundial.
QUE HORAS ELA VOLTA? De Anna Muylaert
Prêmio da Confederação de Cinemas de Arte e Ensaio Melhor Atriz para Regina Casé e Camila Márdila
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Califórnia Marina Person
Melhor Ator Coadjuvante Caio Horowicz
Seleção Oficial
AUSÊNCIA Chico Teixeira
Melhor Filme Melhor Diretor: Chico Teixeira Melhor Trilha Musical: Alexandre Kassin Melhor Roteiro: Chico Teixeira, César Turim e Sabina Anzuategui
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ESPAÇO ALÉM MARINA ABRAMOVIC E O BRASIL Marco Del Fiol Codistribuição
Documentary Feature Competition
zoom De Pedro Morelli
seleção oficial
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obra Gregório Graziosi
Mostra Discovery
amores urbanos vera egito Codistribuição Spcine
Première Mundial
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bruta flor do querer Dida Andrade & Andradina Azevedo Codistribuição Spcine
Melhor Direção: Andradina Azevedo e Dida Andrade Melhor Fotografia: Gallo Rivas
mãe só há uma Anna Muylaert Coprodução Spcine
Prêmio especial da revista Männer Magazin para filmes com temática LGBT
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tinnitus Gregório Graziosi Coprodução Spcine
Seleção do Cinéfondation
homem comum Carlos Nader Codistribuição Spcine
Melhor Documentário
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trago comigo tata amaral
Prêmio do Público
sedeus vier que venha armado Luís Dantas
Melhor Diretor | Fotografia Melhor Ator - Ariclenes Barroso
Melhor Filme Melhor Diretor Melhor Fotografia
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5 76
eventos 77
São Paulo tem um intenso calendário de eventos de audiovisual. A Spcine é parceira e patrocinadora das principais mostras, festivais e encontros de mercado que acontecem na cidade durante o ano. A política de eventos da empresa tem como foco principal tornar a agenda oficial e posicionar a cidade como sede latino-americana de acontecimentos do gênero. Para tanto, fazem parte dos desafios fortalecer o calendário já existente e incentivar a constante renovação destes eventos, bem como gerar oportunidades para novas propostas, oferecendo a cidade um conjunto de experiências amplo, diverso e democrático. O primeiro passo da política é distinguir os eventos por meio do seu foco de atuação. Os Eventos de Programação são estratégicos para a formação de público e repertório audiovisual, cumprem papel fundamental na ampliação da cultura audiovisual e ajudam no desenvolvimento da linguagem e formação do olhar. Geralmente se enquadram nesta categoria mostras com recorte temático de público, como a Mostra Internacional de Cinema, o É Tudo Verdade e o Festival Mix Brasil. Nos Eventos Setoriais, entram os encontros de mercados e oficinas, como o Rio Content Market e a Expocine. Esses eventos reúnem os diversos agentes da cadeia produtiva em torno da troca de experiências e facilitação das relações, que vão da formação aos negócios. São eventos fundamentais para o aperfeiçoamento e profissionalização do setor. Por fim, os Eventos Audiovisuais Mistos misturam ambas as funções e, além de cumprirem um papel importante na difusão de conteúdos audiovisuais, promovem também um conjunto de experiências
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para o setor. Dentre eles, estão o Festival Internacional de Curtas Metragens – Kinoforum, o Anima Mundi, a Comic Con Experience, o DOCSP - Encontro e Mostra Documental, o Telas Festival e o BIG Festival As categorias baseadas em focos de atuação são importantes para subsidiar as melhores estratégias de perfil e no público de cada evento.
eventos apoiados com recurso municipal 40 4 3
30
6 2
20
18
1 1 15
3 16
2012
2013
6
6
26
22
5 20
10 1
0
4
2010
2011
programação
mistos
2014 setorial
2015
2016
Fonte: SPCINE
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SEMINÁRIO SOFT POWER, CINEMA E OS BRICS O desenvolvimento de políticas públicas para o audiovisual está no centro das discussões do Seminário Internacional Cinema, Soft Power e os BRICS, realizado em outubro, no Caixa Belas Artes, com a presença de autoridades, pesquisadores, gestores e realizadores do Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. O evento fez parte da programação da 40ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com correalização Spcine. No evento - e na reunião fechada sediada na Spcine -, foram pensadas ações conjuntas para promover o intercâmbio econômico e criativo entre os países do grupo. Além de compartilhar a experiência das potências emergentes no desenvolvimento do soft power.
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MASTERCL ASSE S N O CCX P Em dezembro de 2015, a Spcine foi uma das patrocinadoras do principal evento geek do Brasil, a Comic Con Experience, que reuniu mais de 140 mil fãs em torno de nomes como Frank Miller, Krysten Ritter, Adam Sandler e David Tennant. Durante o evento, a empresa paulista promoveu nove masterclasses com foco na criação de histórias em quadrinhos, literatura, TV e cinema. A lista de palestrantes incluiu profissionais como Scott McCloud, autor de “Desvendando os Quadrinhos”; Mark Waid, um dos escritores de HQ à frente de revistas de heróis como Demolidor, Liga da Justiça e Capitão América; Ivan Reis, quadrinista brasileiro e artista exclusivo da DC Comics; e Rickey Purdin, caça-talentos da Marvel Comics. Em paralelo, criadores de animações brasileiras se reuniram no Painel Spcine para compartilhar detalhes de produção, formatos de narrativa, caracterização de personagens, entre outros assuntos. Participaram dos encontros realizadores como Victor Hugo Borges, Zé Brandão, Celia Catunda, Kiko Mistrorigo e Ale McHadddo.
ENCONTRO COM CINEASTAS Os bastidores da produção, o processo de criação e os debates levantados por obras recentes do cinema brasileiro estão presentes no Encontro com Cineastas, parceria entre a Spcine e a Revista de Cinema. Foram mais de 40 exibições de longasmetragens seguidas de debate com os criadores desde o lançamento do programa em 2015. No primeiro ano, o bate-papo entre público e cineastas aconteceu em bibliotecas públicas da capital paulista. Com a inauguração das salas do Circuito Spcine, os debates agora chegam a outras regiões da cidade.
VIRADA CULTURAL Jogos nacionais de desenvolvedores independentes foram as estrelas do HeartBits, ação da Spcine durante a Virada Cultural de São Paulo, principal evento do calendário cultural da cidade. Foram duas edições, em 2015 e 2016, reunindo centenas de fãs e curiosos no centro de São Paulo para testar o melhor da produção recente de games. A Spcine também propôs a incorporação do video mapping e do palco VJ, posicionando a linguagem como proposta artística potente para o evento.
LAB Spcine Fruto da bem-sucedida parceria entre a Spcine e os eventos patrocinados pela empresa, os LAB Spcine integraram a agenda audiovisual da cidade com atividades de formação e mercado. Durante o Anima Mundi, a Spcine convidou Cassidy Curtis, diretor de animação do Google para falar sobre o projeto Google Spotlight Stories, realidade virtual em um filme interativo de animação em 360 graus. O tema também esteve no centro do VR LAB Spcine no DOCSP, que recebeu Martin Viau, chefe de tecnologia do estudo interativo do National Film Board of Canada, e a roteirista e produtora transmídia María Laura Ruggiero. O BrLab recebeu um workshop com o objetivo de capacitar produtores iniciantes interessados em conhecer as vertentes do mercado internacional.
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articulaçþes e parcerias 82
6 83
INTERNACIONAL Acordos bilaterais Sense8 em São Paulo e multilaterais Desde sua criação, a Spcine, por meio da área internacional, firmou importantes acordos de cooperação com outros países. Roma Lazio Film Commision (Itália), Córdoba Produce (Argentina), a Russian Filmmakers Union (Rússia) e a RECAM (Mercosul) são algumas parcerias feitas pela empresa. Os documentos preveem desde a troca de experiência entre instituições, compartilhando ideias e melhores práticas sobre a produção e a promoção do cinema nacional local e internacional, até o intercâmbio de conteúdo, abrindo espaço para os filmes estrangeiros e exportando a produção nacional.
A segunda temporada da série Sense8, conteúdo original da Netflix, teve cenas gravadas em São Paulo. A articulação foi feita pela Spcine. Criada pelas irmãs Lana e Lilly Wachowski, da trilogia Matrix, a produção conta a história de oito pessoas, de diferentes partes do mundo, que descobrem estar mentalmente interligadas. As cenas foram captadas durante a 20ª Parada do Orgulho LGBT, em maio. Durante a passagem pelo Brasil, a cineasta Lana Wachowski visitou o Centro de Cidadania LGBT em São Paulo e conversou com participantes do programa Transcidadania, que realiza a inserção social da população trans por meio da educação.
campanha o menino e o mundo Em janeiro de 2016, o Brasil recebia a grata notícia de que o filme “O Menino e O Mundo”, de Alê Abreu, estava entre os indicados ao Oscar de 2016 na categoria Melhor Animação. O troféu não veio, mas a mobilização para conquistar o feito foi enorme. Semanas antes de a equipe de produção viajar para Los Angeles, onde acontece a tradicional festa do cinema, a Spcine investiu R$ 300 mil na campanha de divulgação internacional do filme. Com o recurso, a distribuidora pôde anunciá-lo nas principais publicações que giram em torno do evento. A única contrapartida do investimento é a taxa de retorno para cada venda internacional do filme, fixada pela Spcine em 2,5% sobre o valor líquido. Após a assinatura do contrato, Lituânia, Portugal e Bolívia figuram entre os países que compraram os direitos de distribuição. 84
leia O LEIA – Laboratório de Experimentação e Inovação Audiovisual é um espaço de mais de 1,5 mil metros quadrados com infraestrutura de ponta para a geração de novos modelos de negócio com foco no desenvolvimento dos segmentos de games, da animação e do audiovisual expandido. Está localizado no Parque Municipal Chácara do Jockey, na Zona Oeste de São Paulo. O espaço vai hospedar estúdios de edição de som e imagem, finalização digital, efeitos especiais e laboratórios. Até o fim do ano, as instalações do espaço de coworking e dos spots de trabalho estarão prontas.
bastante diálogo com o formato de gestão proposto pela Spcine -- parceria entre iniciativa pública e privada, equipe enxuta e poder público ativo no conselho. Como uma das primeiras ações, o LEIA lança ainda este ano um edital de pesquisa e desenvolvimento, com bolsa para os pesquisadores nas áreas de software, audio e realidade virtual, e projetos especiais de residência artística em audiovisual. Assinatura de convênio com o Minicom no valor de R$ 7 milhões para compra de equipamentos.
A iniciativa é fruto da parceria entre a Spcine, idealizadora do projeto, o Ministério das Comunicações, a Secretaria Municipal de Cultura e o Tech Sampa. Agentes dos segmentos de games, animação e associações setoriais participaram do grupo de trabalho para definir o modelo de gestão do espaço.
histórico
Em julho de 2016, a coordenação do LEIA, a convite da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), foi ao Reino Unido estudar hubs de economia criativa, constatando que o modelo adotado por muitos deles encontra
Conclusão das obras de requalificação do espaço (novembro/2016)
Início do Grupo de Trabalho (maio/2016) Ação de inauguração no Parque Chácara do Jockey (abril/2016)
Lançamento Edital (dezembro/2016)
de
Pesquisa
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CAIXA BELAS ARTES Em julho de 2014, a Prefeitura de São Paulo devolvia à capital paulista um de seus espaços culturais mais simbólicos: o Cine Belas Artes – hoje, CAIXA Belas Artes. A reabertura do espaço foi conquistada depois de uma série de negociações que envolveu a Secretaria Municipal de Cultura, a Caixa Econômica Federal, o Movimento Cine Belas Artes e o diretor de programação do espaço, André Sturm. No dia, uma multidão de cinéfilos se aglomerou na frente do cinema em clima de celebração. Entre as contrapartidas negociadas com a Caixa e o gestor do cinema está a Sala Spcine, com 144 lugares e programação com um olhar especial para a produção nacional.
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MULHERES DO AUDIOVISUAL Formado por profissionais que atuam no setor, o grupo autônomo “Mulheres do Audiovisual Brasil” realizou um primeiro encontro na sede da Spcine, em setembro passado. Durante a conversa informal, foram levantados os principais desafios enfrentados pelas mulheres neste mercado. Assédio, salários desiguais e representatividade nas telas integraram a pauta do dia. Como resultado, as participantes criaram um grupo online, aberto a novas participantes, que já soma mais de 3,8 mil membros. O intuito do grupo é discutir e elaborar ações que possam equalizar a situação para mulheres no audiovisual.
GT DE GAMES O Grupo de Trabalho de Games, encontro entre diversas instituições para discutir políticas públicas para o setor brasileiro de jogos eletrônicos, é uma iniciativa da Spcine. Reúne representantes da ANCINE, Ministério da Cultura, Secretaria de Políticas Culturais (MinC), Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, Abragames, ACERP, BNDES e RioFilme. A primeira reunião do GT de games aconteceu em 2015. Durante a reunião, os presentes se comprometeram a elaborar uma carta de navegação, organizando uma política com ações de longo prazo, onde os esforços são designados de acordo com a área de atuação de cada agente do GT, baseada nas ações já realizadas por cada membro, como as entidades podem colaborar mutuamente, que novas ações podem ser propostas e quem toma a responsabilidade em executá-las.
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documentos fundamentais 88
fundamentais
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LEI SPCINE PUBLICADO DOC 21/12/2013, p. 1 c. 1-2 LEI No 15.929, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2013 (Projeto de Lei nº 772/13, do Executivo, aprovado na forma de Substitutivo do Legislativo)
Autoriza a constituição da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo. FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 3 de dezembro de 2013, decretou e eu promulgo a seguinte lei: Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a constituir a Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, sociedade de economia mista, sob a forma de sociedade anônima de capital autorizado, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com duração indeterminada, vinculada à Secretaria Municipal de Cultura, tendo como objeto social a promoção do desenvolvimento econômico, social, cultural, artístico, tecnológico e científico da atividade cinematográfica e audiovisual do Município de São Paulo. Art. 2o Para a consecução de seu objeto social, poderá a Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, relativamente à atividade cinematográfica audiovisual do Município de São Paulo: I - desenvolver, financiar e implementar políticas públicas para o desenvolvimento econômico, social, cultural, artístico, tecnológico, científico, religioso e temático; II - subsidiar a realização de produtos e serviços, ou neles investir; 90
III - subsidiar eventos promocionais, ou neles investir, no País e no exterior; IV - comercializar e distribuir produtos, direitos e serviços no País e no exterior; V - atuar como “film comission”, facilitando as filmagens e promovendo a imagem da Cidade de São Paulo; VI - desenvolver, investir, subsidiar ou apoiar ações de formação, capacitação e requalificação nas áreas correlatas; VII - subsidiar ações de pesquisa e desenvolvimento científico e artístico ou nelas investir; VIII - subsidiar a construção de espaços físicos destinados a essa atividade ou investir na sua construção e operação; IX - investir no desenvolvimento de empresas da atividade audiovisual; X - participar de fundos de investimentos. Parágrafo único. A Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo poderá, ainda, explorar serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observada a legislação aplicável. Art. 3o Para cumprir suas finalidades, a Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo poderá celebrar convênios, acordos e instrumentos congêneres, firmar contratos com entidades públicas, privadas e estatais, nacionais ou internacionais, bem como formalizar ajustes de bolsas e instrumentos congêneres, podendo ainda participar de outras empresas e/ou órgãos privados ou públicos, da Administração Direta ou Indireta, respeitadas as disposições legais aplicáveis. § 1o Os diversos ajustes formalizados pela Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo deverão observar a compatibilidade com o seu objeto social. § 2o É dispensada a licitação para a contratação da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo pela Administração Pública, Direta e Indireta, para realizar atividades relacionadas ao seu objeto e finalidades sociais. 91
Art. 4o O capital social inicial da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo será de R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) e deverá ser integralmente subscrito e integralizado pelo Município de São Paulo, na forma disposta no estatuto social. § 1o O capital social da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo será composto por ações ordinárias ou preferenciais nominativas, sem valor nominal, podendo o Município de São Paulo integralizá-lo em dinheiro e/ou em bens e direitos avaliados na forma da legislação pertinente, incluindo a incorporação de bens móveis e imóveis, créditos e/ou outras formas admitidas em lei.
§ 2o Fica o Poder Executivo autorizado a subscrever e integralizar o capital da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo com os seguintes bens e direitos, na forma do “caput” deste artigo: I - imóveis de sua propriedade, observada a legislação aplicável; II - ações ordinárias ou preferenciais, de titularidade do Município e de suas autarquias, no capital de sociedades anônimas, que não sejam necessárias para assegurar o exercício do respectivo poder de controle em caráter incondicional; III - títulos da dívida pública, emitidos na forma da legislação aplicável; IV - títulos e valores mobiliários; V - direitos referentes ao Fundo de Compensação das Variações Salariais - FCVS e recursos financeiros federais e estaduais, cuja transferência independa de autorização legislativa específica; VI - outros bens e direitos de titularidade direta ou indireta do Município, inclusive os originários de parcelamento de tributos municipais, mantidas, neste caso, as condições do parcelamento, tais como o número de prestações, o valor, os critérios de atualização e as datas de vencimento. § 3o Os direitos creditórios de natureza tributária a que se refere o inciso VI do § 2º deste artigo não abrangem os valores referentes a vinculações legais ou constitucionais e, quando houver, os valores referentes a despesas judiciais e honorários advocatícios.
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§ 4o Na cessão dos direitos creditórios de natureza tributária de que trata o inciso VI do § 2o deste artigo, será observado o sigilo relativamente a qualquer informação sobre a situação econômica ou financeira do contribuinte ou de terceiros e sobre a natureza e o estado dos negócios ou atividades destes. § 5o É vedado à Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo ceder os direitos creditórios de natureza tributária a que se refere o inciso VI do § 2o deste artigo. § 6o Caberá à Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos, pela Procuradoria Geral do Município, adotar as medidas administrativas e judiciais necessárias à preservação dos direitos creditórios de natureza tributária de que trata o inciso VI do § 2o deste artigo, prestando, ainda, assessoria e consultoria jurídica à Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo para este fim. § 7o O capital social poderá ser aumentado por ato do Executivo, na forma prevista em estatuto, respeitadas as disposições regulamentares aplicáveis. § 8o Na hipótese de aumento do capital social, deverá ser resguardada a participação mínima do Município de 51% (cinquenta e um por cento) nas ações com direito a voto. § 9o Poderão participar como acionistas na Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo outras pessoas jurídicas e órgãos da Administração Direta ou Indireta, de qualquer das esferas federativas, incluindo a participação de capital privado, respeitada a participação mínima do Município de São Paulo. § 10. A Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo poderá, na forma estabelecida em seu estatuto e respeitadas disposições legais e regulamentares aplicáveis, criar e estabelecer filiais, devendo as eventuais filiais obedecer às mesmas disposições aplicáveis à empresa matriz, inclusive quanto à participação mínima do Município em seu capital social, conforme disposto no § 8o deste artigo. Art. 5o Constituem receitas da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo: I - os recursos previstos em dotações orçamentárias próprias;
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II - as receitas decorrentes de suas operações; III - as obtidas por meio de contratos, convênios e instrumentos congêneres; IV - os recursos oriundos de incentivos fiscais; V - as decorrentes de doações, subvenções, operações de crédito e/ou participação em fundos de investimento; VI - outras receitas que o Poder Executivo lhe atribuir. Art. 6o A Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo exercerá suas atividades com pessoal próprio, sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, ou com servidores públicos que lhes forem postos à disposição, e executará essas atividades de forma direta ou indireta, sem prejuízo da contratação de serviços específicos de terceiros, observada a legislação vigente. Parágrafo único. Os empregos da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo serão providos por concurso público de provas ou provas e títulos, ressalvadas as funções de livre provimento em comissão. Art. 7o A administração da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo será definida no seu estatuto social, o qual especificará a composição e as atribuições da sua Diretoria Executiva, Conselho de Administração e Conselho Fiscal, sem prejuízo da existência de outros órgãos de administração, atendidos os demais requisitos previstos na legislação aplicável, em especial nos arts. 83 e seguintes da Lei Orgânica do Município de São Paulo. Parágrafo único. A remuneração dos Diretores e Conselheiros será fixada em Assembleia, obedecido o disposto no § 9o do art. 37 da Constituição Federal. Art. 8o A Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo terá sede e foro na Cidade de São Paulo, podendo ter representação no Brasil e no exterior, a critério do seu Conselho de Administração. Art. 9o Em caso de extinção da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, será o seu patrimônio revertido ao Município de São Paulo, uma vez liquidadas as obrigações assumidas perante terceiros e respeitadas as ações representativas do capital social. 94
Parágrafo único. O Município não responderá subsidiariamente pelas obrigações da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, respondendo apenas até o limite do patrimônio eventualmente revertido nos termos do “caput” deste artigo. Art. 10. As despesas decorrentes desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Parágrafo único. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito adicional para suportar as despesas com a integralização do capital social inicial da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, podendo, para tanto, alterar total ou parcialmente dotações do orçamento vigente. Art. 11. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 20 de dezembro de 2013, 460º da fundação de São Paulo. FERNANDO HADDAD, PREFEITO ROBERTO NAMI GARIBE FILHO, Respondendo pelo cargo de Secretário do Governo Municipal Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 20 de dezembro de 2013.
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Proposta de Políticas, Programas e Ações (2015-2016) Documento apresentado e aprovado pelo Comitê Consultivo da Spcine. A Spcine tem como principal objetivo impulsionar o potencial econômico e criativo do audiovisual paulista e promover seu desenvolvimento em âmbito cultural e social. Criada pela Lei municipal nº 15.929, de 2013, a empresa é uma iniciativa da Prefeitura na gestão do Prefeito Fernando Haddad, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura. É fundamental que essa parceria entre os entes federativos se consolide em um modelo de gestão compartilhada da Spcine por Município, Governo do Estado e Governo Federal, conforme anunciado em seu lançamento, traduzindo a política de governo em política de Estado. A Spcine deve portanto atuar como um centro organizador da política de desenvolvimento audiovisual de São Paulo - em amplo diálogo com o setor e com a sociedade. Para tanto, caberá à empresa, em seus primeiros dois anos, consolidar seu planejamento geral, ao mesmo tempo em que implementa, desde a inauguração em janeiro de 2015, um conjunto importante de programas, editais e ações. A Spcine deve orientar suas ações a partir de um claro diagnóstico e da formulação de um projeto estratégico de desenvolvimento. Trata-se de articular o papel do audiovisual no desenvolvimento desta grande metópole cultural, articulando a economia da cultura ao contexto
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sócio-cultural, econômico e urbano de São Paulo; não se trata aqui da lógica de fomento a fundo perdido, de ações isoladas, imediatistas e pouco efetivas. O diagnóstico atual é de indicadores econômicos e culturais no setor audiovisual muito aquém dos alcançados pelo Rio de Janeiro, por exemplo, que conta há mais de 20 anos com a Riofilme. O desafio a médio prazo é fortalecer a cadeia produtiva e criativa do audiovisual, ampliar o público e o desenvolvimento artístico da produção. Firmar São Paulo como grande metropole audiovisual, polo internacional de filmagens, articulando a produção paulista e brasileira com a coprodução global, aproveitando também a rede de equipamentos qualificados para cinema assim como a projeção em espaços públicos com vistas para o logradouro. As diretrizes propostas a seguir devem se desdobrar em planejamento plurianual, com ações executadas pela empresa e em coordenação com as secretarias municipal e estadual de cultura, bem como Ancine e Ministério da Cultura. A Spcine atuará em ações de políticas públicas e de cunho sócio-cultural, sempre em parceria com estes parceiros governamentais. A Spcine deve adotar, sempre que possível, mecanismos ágeis e eficazes para realizar sua dimensão empresarial. Como sociedade de economia mista vinculada à Prefeitura, sob a forma de sociedade anônima de capital fechado, a empresa organizará seu plano de negócios
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visando obter resultados e receitas que serão componente de orçamentos futuros. A empresa atuará, portanto, como agente investidor em projetos audiovisuais (participando de suas receitas), como ofertante de serviços para o setor audiovisual (como Film Commission, por exemplo), como realizadora de estudos e mapeamentos estratégicos e como articuladora institucional. Além disso, a Spcine desenvolverá produtos e irá captar recursos públicos e privados para seus programas e projetos. A Spcine deve atuar orientada por alguns valores fundamentais: a transparência e critérios nos seus atos e editais, a eficácia na gestão e na implementação das instânicas de controle e governança, promoção constante da participação social e diálogo aberto com o setor na construção de agenda, a articulação de atores institucionais dos diversos níveis federativos, a desburocratização dos procedimentos e do atendimento, e o respeito absoluto à liberdade de expressão dos artistas e realizadores. 1 - DIRETRIZ DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Estímulo à sustentabilidade econômica do mercado audiovisual paulista por meio de incentivo às etapas e agentes da cadeia produtiva do setor.
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1.1 Comercialização e distribuição Programa de codistribuição em parceria com distribuidoras atuantes no mercado por meio de linha automática e contínua para associação a lançamento de filmes com potencial comercial; linha contínua de apoio a filmes sem tela e com dificuldade de lançamento e manutenção no mercado exibidor. Ação em parceria com os realizadores e outros elos engajados no lançamentos de filmes sem distribuidora. Parceria com os distribuidores/programadores em projetos para ações de desenvolvimento. Ações de comercialização e distribuição de conteúdos de médio e grande porte com expectativa de retorno comercial nas diversas janelas. Ações em parceria com programadores para inserção de conteúdos audiovisuais na TV aberta, TV por assinatura e internet. Ações de promoção e lançamento de conteúdos paulistas, criação de um banco de mídia a partir de parcerias com canais públicos e privados. Uso do mobiliário urbano e dos meios de comunicação ligados a mobilidade urbana (onibus e metrô). Articulação de espaços publicitários sob governança de prefeitura e governo do estado em parcerias com lançamentos e comercialização.
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1.2 Pesquisa, mapeamentos e inteligência Ações de pesquisa, diagnóstico e mapeamento do setor audiovisual paulista. Ações de pesquisa de gosto de público, temáticas, qualitativas e quantitativas para incidência sobre o desenvolvimento, a produção e a comercialização, em articulação e parceria com as universidades. Ação de aquisição de direitos de livros para adaptação em parceria com distribuidoras e programadoras. Criação do Observatório do Audiovisual Paulista, no âmbito da Spcine (em articulação com outros organismos), que publicará pesquisas quantitativas e qualitativas sobre o setor. 1.3 Produção audiovisual e infraestrutura Realização de linhas contínuas de apoio à produção de longas-metragens de pequeno, médio e grande porte/lançamento. Realização de linhas de apoio à produção de conteúdo audiovisual independente de TV, em seus diversos tipos e formatos de TV, webséries, live cinema, cinema expandido, video mapping e outros formatos emergentes. Racionalização, mapeamento territorial e articulação da infraestrutura existente. Realização de linhas de apoio à animação e games.
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2 - DIRETRIZ DE INOVAÇÃO, CRIATIVIDADE E ACESSO Desenvolvimento de ambiente favorável à inovação e à criatividade nas ferramentas, processos e modelos de atuação do setor audiovisual, ampliando a rede de exibição para garantir o acesso democrático à produção. 2.1 Circuito de exibição Programa de criação de circuito de salas de cinema, com ações de articulação em rede e modernização das salas da Prefeitura e do Gov. de Estado. Revitalização das salas de cinema do centro de São Paulo (Art-Palácio, Ipiranga, São José). Estímulo à criação de salas na periferia de SP, em ações diretas ou parcerias público-privadas. Programa para o interior do estado de SP, articulando salas de cinema públicas e privadas, criando um circuito de formação de público municipal, estadual e nacional. Apoio a festivais e mostras com objetivo de criar um calendário de eventos junto aos diversos públicos e temáticas. 2.2 - Inovação e novos modelos de negócio Ações de incentivo ao empreendedorismo por meio de apoio a empresas e startups que busquem a inovação ou ampliação de mercado audiovisual. Articulação com agregadores 101
de streaming e viabilização de serviços de distribuição audiovisual por meio online. Ações de audiovisual expandido, articullação do audiovisual com o espaço urbano, implantação do laboratório Leia, interfaces e plataformas digitais, novos modelos de negócio. Implantação de laboratórios de aceleração, matchmaking entre atores do setor, atuação sobre o arranjo produtivo local identificando e estimulando as diversas vocações.Incentivo ao desenvolvimento de tecnologias de suporte a cadeia produtiva do audiovisual. 2.3 Formação Programa de formação: criação de ações de capacitação em nível técnico, artístico e superior articulada aos gargalos e desafios futuros do mercado e em diálogo com as potencialidade do segmento audiovisual paulista e brasileiro. Ações de formação e reciclagem para o setor de ponta: roteiro, direção, produção executiva, comercialização e mercado e televisão. Ações de qualificação de agentes da cadeia produtiva por meio de laboratórios, encontros setoriais. Articulação e parceria com as universidades e cursos de audiovisual.
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2.4 Desenvolvimento criativo e debate cultural Editais de desenvolvimento de roteiro, pesquisa de linguagens, estruturas computacionais e dramaturgia. Ação de desenvolvimento de gêneros para cinema e TV. Ações de apoio e incentivo a dinâmicas de qualificação e projeção de conteúdos por meio do fomento à produção crítica e pensamento. Articulação entre mercado editorial e audiovisual, aquisição de direitos autorais. Editais de apoio a revistas de cinema, laboratórios de roteiro, debates com críticos, rodas de conversa, curta. Programa de investimento em pesquisa e desenvolvimento de ideias e projetos com ênfase no resultado econômico. 3 -DIRETRIZ DE INTEGRAÇÃO ESTADUAL, NACIONAL E INTERNACIONALIZAÇÃO Ações de articulação e integração com mercados internacionais, visando o fortalecimento do Estado de São Paulo como polo audiovisual mundial. Articulação dos programas e ações de fomento municipais e estaduais para garantir mais celeridade e um calendário inteligente para viabilizar a produção.
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3.1 Film Commission Implantar uma Film Commission eficiente e com cadastro único e centralização de autorizações: institucionalização de nova lei e decreto, ação de simplificação de liberação de filmagens na cidade e no estado, ação de incentivo fiscal e subsídio para atração de produções, e articulação de rede de Film Commissions no interior do estado. Web site e aplicativo para uso dos produtores. 3.2 Internacionalização e Projetos Estratégicos Programa com vistas a ampliar a coprodução e integração de mercados. Ação de promoção do audiovisual paulista em festivais e feiras internacionais. Ação de articulação política com países da América Latina, Europa, África e Ásia para ampliação da circulação do conteúdo audiovisual paulista e brasileiro. Articulação com entidades internacionais atuantes no Brasil para a realização de residências artísticas interna-
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cionais, utilização de salas de cinema. Ação de articulação com prefeituras do Estado de São Paulo, prefeituras de capitais e governos estaduais, para articulação de circuitos nacionais internacionais em salas públicas e privadas. Articulação com agentes internacionais para coprodução, compra e venda de direitos e licenças de projetos de interesse da Spcine. 3.3 Ações de cunho institucional, diálogo e participação Implantar o Conselho Consultivo, com as entidades do setor audiovisual. Manter, fortalecer e integrar os três entes federativos nos Conselhos Administrativo e Fiscal da Spcine. Realizar todos os anos fóruns e seminários de discussão do setor audiovisual como forma de oxigenar a política audiovisual. Viabilizar mecanismos de participação direta, cultura digital, gamificação de processos, consultas públicas e ouvidorias.
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DISCURSO de INAUGURAÇÃO JUCA FERREIRA Discurso proferido durante a inauguração da Spcine por Juca Ferreira, Ministro da Cultura entre julho de 2008 a dezembro de 2010 e janeiro de 2015 a maio de 2016, secretário municipal de Cultura de São Paulo de janeiro de 2013 a janeiro de 2015
Bom dia a todos e todas. O que nos traz hoje é a construção de um novo momento do cinema e do audiovisual paulistano, paulista e brasileiro. Este ato hoje é resultado de uma mobilização intensa de muitos, artistas, gestores públicos, e lideranças, que nos últimos meses se debruçaram sobre o projeto. E de uma atitude de convergência de esforços por parte das três esferas de governo em diálogo com o segmento audiovisual de São Paulo. São Paulo, capital, São Paulo, interior, São Paulo como uma parte interligada do Brasil e do mundo. Mas igualmente a empresa nasce da demanda dos que aqui vivem, na cidade e no estado de São Paulo, de participar como espectadores, como criadores, realizadores, ou como cidadãos nesse processo. Do orgulho de viver em um lugar único do Brasil, um caleidoscópio cultural e social, cuja imagem é o cinema e o audiviosual que que é feito pode promover e atualizar. Da possibilidade de participar dessa economia, como parte criativa ou em outras etapas da realização. O que inspira a criação da Empresa é a enorme importância que o audiovisual tem para São Paulo e para o Brasil, e o potencial imenso que temos de desenvolver de forma abrangente e includente. E a necessidade de políticas públicas articuladas para impulsionar o seu desenvolvimento. Uma política pública contemporânea, a exemplo de grandes centros culturais do mundo como Nova York, Buenos Aires, Barcelona e Tokyo. Não ma refiro apenas em como a cidade e o estado podem contribuir para o aduviovisual, mas como o audiovisual pode contribuir para a cidade e o estado de São Paulo. 106
A grandeza do audiovisual hoje inclui cinema, televisão, televisão por assinatura, toda a era digital. Produção, distribuição, exibição. A atividade não pode mais ser vista de forma simplista, pois ela se realiza na combinação da perspectiva cultural em aliança com a perspectiva econômica e a social. Abondonar um desses tripés já demonstrou não dar certo no passado. A política para o audiovisual pressupõe que uma dimensão não se desenvolve sem as outras. Não existe fórmula segura para o sucesso de um filme, mas existe condições e alicerces para que a atividade em seu conjunto ganhe em qualidade e quantidade. Hoje, com quase 100 filmes produzidos por ano no Brasil, é fundamental garantir a mais ampla distribuição e exibição do cinema brasileiro no próprio mercado, pois essa é a forma como o público, a sociedade, pode ter acesso à produção brasileira. Ao mesmo tempo, é a forma como a atividade se financia, criando mais independência e fôlego de longo prazo. A criatividade dos que realizam e produzem cinema e audiovisual é reconhecida aqui e no mundo. Falta, entretanto, um ambiente favorável, a contrução de um política de desenvolvimento, o que embasa e justifica a criação da SPCine da forma como está sendo criada. É preciso considerar a dimensão cultural do audiovisual, sua caracterísitca simbólica, que o torna expressão única presente no cotidiano de bilhões de pessoas no planeta. Considerar o econômico, a continuidade da atividade, a complexidade técnica e tecnológica, a necessária articulação entre produção, exibição, o que viabiliza inclusão e acesso dos espectadores. É preciso considerar o potencial de viabilizar acesso a milhões de cidadãs e cidadãs, que realizado também a dimensão social do acesso cultural. Temos em São Paulo o maior número de produtoras, profissonais, fornecedores, canais de Tv, salas de exibição, e de praticamente todos os elos da cadeia audiovisual. No entanto esse gigantismo ainda não se traduziu de fato num efetivo desenvolvimento e fortalecimento do cinema e do audiovisual. Temos hoje a faca, o queijo - e a vontade política de muitos aqui presentes - para dar o necessário salto e fazer o audiovisual ocupar o papel de protagonista na vida da cidade e do estado. Faltava o passo histórico e o passe de ousadia para contruirmos um instrumento à altura, afiado e vocacionado para exercer este papel maior em São Paulo. Agora, neste 31 de outubro de 2013, finalmente, com a criação da SPCine, estamos dando esse passo. 107
A SPCine será articuladora do audiovisual paulista e brasileiro. Não nasce para concorrer com outras cidades e estados, mas para somar e agregar força e inteligência. Queremos a parceria com o Rio de Janeiro, com o Recife, com Porto Alegre, Belo Horizonte e com outras cidades e estados do Brasil, porque o fundamental é criar um sistema que seja bom para todos, onde possamos co-produzir, co-distribuir, criar circuiros. São Paulo pode cumprir papel de plataforma de escoamento e valorização de tudo que é feito nacionalmente. Aproveito, nesse sentido, para agradecer o apoio técnico que tivemos da RioFilme no desenho da SPCine. Queremos ter com o Rio de Janeiro uma relação de parceria e complementariedade na construção do audiovisual brasileiro. É preciso alavancar co-produções, alianças e parcerias, com um olhar estratégico para o desenvolvimento econômico. Porta de saída para o audiovisual brasileiro, como forma de ocupar mercados mundo afora. Ao mesmo tempo, janela de entrada de cinematografias de todo o mundo, que buscam espaço e mercado em São Paulo e no Brasil, por meio de co-produções e distribuições. A SPCine atuará sobretudo como facilitadora para os criadores, produtoras, distribuidoras, programadores e exibidores que aqui se estabelecem. Estará em busca dos que desejam filmar em São Paulo e a serviço dos procuram ampliar sua circulação, visibilidade e mercado. Ao mesmo tempo, a SPCine apoiará o desenvolvimento criativo que deve inspirar toda a cadeia, o roteiro, o desenvolvimento, a pesquisa, e as áreas técnicas que são condicionantes da produção de ponta. O edital de roteiro da prefeitura que teve sua convocatório encerrada ontem com o impressionante número de 643 inscrições! É preciso ampliar espaços de tela, com a apoio à distribuição e promoção do filme brasileiro. É importante salientar este ponto, pois estamos nos vendo hoje o crescimento da atuação de distribuidoras privadas brasileira, uma excelente notícia para o audiovisual brasileiro. A SPCine será aliada desse emergente sistema de distribuição, somando a bem vinda parceria com os poderes públicos para tornar mais potente e decisiva a promoçãom e visibilidade dos conteúdos brasileiros. É preciso incluir a periferia e o interior do Estado na fruição cinematográfica, estimulando salas de cinema e criando cricuitos populares. Optamos por um modelo de empresa porque nossa leitura do momento 108
do audivoisual brasileiro é a de que esntramos agora num novo ciclo. Ciclo que deve ter maiores compromissos com resultados, de reconquista do público, de ocupação dos antigos e dos novos mercados, sejam eles das salas de cinemas, sejam eles da TV por assinatura, da internet, sejam eles de outros países. É momento de estimular coproduções, co-distribuições, de criarmos mercados comuns com outras cidades e países do mundo. Um modelo de empresa deve se compromoter com resultados sejam eles culturais, sejam eles econômicos, para que se justifique o investimento o público. Precisamos reconcicliar o audiovisual com uma sociedade que é ampla, diversa, em termos sociais e culturais. Para que essa sociedade assimile nosso audiovisual, é preciso que nosso audiovisual assimile o novo gosto e a realidade dessa sociedade em constante mutação. Sociedade que vem às ruas hoje demandar mais direitos, entre eles os direitos culturais. Por isso a importância de uma aliança inédita entre Prefeitura, Governo do Estado, Ministério da Cultura e Ancine na implementação de um novo paradigama de desenvolvimento do audiovisual. Partimos do princípio de que não se lança numa aventura deste porte sem um alicerce. É preciso um sistema de colaboração e parcerias que esteja altura do tamanho do sonho, para que os objetivos sejam trilhados e alcançados. Por isso é fundamental louvar o gesto do Governador Geraldo Alckmin – por meio do Secretaria de Cultura – e da Ministra Marta Suplicy, - por meio da Ancine, de ultrapassar o limite das instituições ou das diferenças do espectro político partidário para juntar forças e criar um inédito consenso em torno do audiovisual. Caros Prefeito, Governador e Ministra, estamos realizando um enorme gesto republicano que criará a primeira empresa a ser administrada por três poderes da federação e convergindo esforços e investimentos. Estamos fazendo história no audiovisual, mas também na forma de fazer política e de pensar a gestão pública no Brasil Quero também saudar as entidades do audiovisual que participaram desse processo. Sou daqueles que acredita na qualificação da gestão pública, na busca de eficiência e resultados concretos da população. Quero fazer um parêntese e afirmar que se a política anda desacredita pelo mundo é peciso saber reconhecer e dar crédito quando estamos 109
diante de avanços verdadeiros. Não cair na armadilha do cinismo e sermos capazes de dialogar com o momento que vivemos. A empresa terá muito por fazer, e buscaremos juntos dar o apoio e suporte para que ela possa cumprir sua missão. Ela terá por diante o desafio de propor um novo modelo de financiamento, capaz de estimular resultados da etapa do roteiro à comercialização. Desde os primórdios do cinema brasileiro, São Paulo tem buscado ser um polo da atividade. Foram muito ciclos e tentativas de erguer aqui uma indústria cinematográfica e audiovisual, e desse processo ficou o aprendizado de que é impensável construção de uma economia tão complexa sem que ela seja, de coração, uma opção de um modelo novo de desenvolvimento, com todas as consequências institucionais, econômica e culturais. Hoje é um dia de celebração, inicio de uma jornada de trabalho conjunto feito por esse investimento coletivo. Cada um de nós é parte dessa contrução. Hoje somos todos paulistanos, somos todos paulistas, somos todos brasileiros. Obrigado.
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Discurso de posse inauguração da Spcine Discurso proferido por Alfredo Manevy ao assumir oficialmente a presidência da Spcine, durante a inauguração da empresa em janeiro de 2015. Sede Hoje damos início a um novo ciclo do cinema e audiovisual de São Paulo: inaugurando a Spcine, com uma sede própria aqui na Praça das Artes, com dois andares ocupados pela equipe que já trabalha a todo vapor. Estamos lançando hoje um conjunto importante de primeiras ações que colocam a Spcine em operação. Mas não se trata apenas disso: queremos aqui hoje apresentar à São Paulo e ao Brasil a política cultural que será o eixo de nossa atuação. Esses eixos não foram formatados em gabinete, mas num diálogo constante com todo o setor audiovisual de São Paulo. Ao inaugurar a Spcine, estamos abrindo as portas dessa instituição para toda a cidade, para o Estado, para o Brasil, para todo o setor audiovisual. Fizemos questão que a empresa ficasse aqui no centro vivo da cidade, como espaço aberto, aglutinador, articulador, e que será um espaço de troca e diálogo para todas as tendências do cinema e audiovisual paulista. Queremos que a Spcine tenha essa mesma dinâmica, vibração e intensidade cultural do centro de São Paulo. A Spcine é resultado da mobilização de todo o setor audiovisual e igualmente da convergência entre os poderes públicos municipal, estadual e federal. Vem da certeza de que este é momento para que São Paulo transforme sua produção audiovisual num aspecto central do desenvolvimento humano, em instrumento de atualização de valores, de signos e narrativas que fazem e refazem São Paulo. É resultado de uma expectativa de uma cidade mais humana, onde a rua é devolvida à cidadania, onde as pessoas afirmam o direito de encontrar alegria e felicidade de viver aqui. Expectativa de melhores espaços públicos para convivência entre as pessoas, na busca de mais qualidade de vida para todos. De uma cidade imensamente diversa, radicalmente 111
democrática, e que ainda precisa reduzir a desigualdade no acesso à cultura. E que pode fazer da sua produção audiovisual um lugar em que São Paulo se reiventa, se debate, se conecta consigo mesma e com o mundo. O audiovisual é capaz de fazer as pessoas a se apropriarem do seu espaço, não apenas físico, mas seu território afetivo. O cinema e a telvisão talvez sejam uma das formas mais elaboradas de fazer as pessoas sentirem pertencentes a um lugar: e este é o momento que São Paulo vive, em que os cidadãos se reapropriam da sua cidade, das ruas, do seus direitos materiais e intelectuais. O audiovisual pode ser central na empancipação das pessoas e também de uma sociedade, na virada civilizatória que São Paulo precisa viver e está vivendo. Aqui é o território em que todas as histórias e narrativas podem ser contadas, onde todos os filmes e séries fazem sentido, ou podem ser inventados. A Spcine quer fortalecer este ambiente de plena liberdade de expressão para realizar todo este potencial simbólico de São Paulo, e demarcar o lugar dessa grande metrópole cultural no planeta. A política que traçamos traz uma visão abrangente e sem falsas oposições, nem exclusões. O desenvolvimento do audiovisual não pode abrir mão de nenhuma de suas dimensões, da produção à criação. São Paulo precisa do cinema autoral e de um cinema de grande público. De filmes de pequeno, médio e grande de porte. Da televisão aberta, da TV por assinatura e do crescimento do circuito de salas de cinema. Da produção de conteúdo na internet e dos games. Da revitalização das salas de rua da cidade – como já feito com Belas Artes e em breve com o Art Palacio - e da compreensão dos novos modelos de negócio e exibição online como o Netflix. O cinema feito no centro e na periferia. A valorização de ponta profissional da industria e o diálogo com a produção de redes e coletivos jovens. Precisamos liberar São Paulo de todas as amarras que ainda existem na hora de filmar, modernizando a Film Commission. Construímos a Spcine observando a cena nacional e internacional: a RioFilme, o cinema pernambucano, o cinema argentino, as políticas adotadas em vários lugares do mundo. A Spcine não nasce para concorrer com estas experiências mas para articular-se com elas. A Spcine nasce paulistana, paulista, brasileira. A Spcine buscará coordenar-se de forma solidária com a produção, criação e infra-estrutura de todo o Brasil. É preciso cada vez mais trabalhar em parceria com outros estados da federação e com outros países, da América Latina, da Europa, África e Ásia. São Paulo tem vocação para ser um polo articulador. Se por um lado é preciso enfrentar antigos e históricos problemas do cinema brasileiro, como a dificuldade de distribuir e conquistar o 112
público e mercado interno. Por outro, estamos imersos até o pescoço na era da convergência, da rápida evolução tecnológica, do acesso digital, da possibilidade de millhões de pessoas realizarem o acesso a uma diversidade enorme de filmes, documentários e conteúdos nos mais diversos formatos. O momento é de profunda renovação, com desafios e oportunidades – veja-se, por exemplo, o crescimento em ritmo chinês do mercado brasileiro de televisão por assinatura, graças a nova lei do cabo sancionada em 2011; veja-se a emergência de talentos advindos da internet. Para aproveitarmos é preciso mais planejamento, integração e otimização dos recursos.
Ações 2014 Desde o ano passado, enquanto estruturávamos a empresa do ponto de vista jurídico, uma série de ações já foram sendo concretizadas apontando para uma transição e uma nova política para o audiovisual. Cito por exemplo o apoio ao Primeiro festival internacional de televisão de São Paulo, da qual a Spcine é co-realizadora e que foi um grande sucesso, e será um evento importante para internacionalizar a produção de TV. Cito os editais inéditos de apoio automático à distribuição que permitiram que 20 filmes paulistas sem tela entrassem no circuito. Foram beneficiados filmes como Riocorrente e Praia de Futuro. Ou os 60 projetos de roteiro que estão agora em desenvolvimento. Estamos hoje abrindo uma empresa enxuta e moderna. Dando posse à diretoria e ao conselho administrativo, que será presidido pelo secretario de cultura, com representantes de finanças, governo. Nesse conselho, tenho a alegria de anunciar aqui que Orlando Senna, cineasta e ex-secretario de audiovisual aceitou participar de nosso conselho, o que nos garante contar com a enorme experiência, independência e amplitude que marcam a trajetória de Orlando.
Conselho consultivo Uma das inovações da Spcine é já nascer não apenas com um conselho administrativo mas também com um conselho consultivo, composto pelas entidades do audiovisual paulista, onde terão assento a indústria, a televisão, a produção, a criação, o roteiro, o documentário, enfim, todos os aspectos da atividade. Esse conselho garantirá que o processo de construção participativa que marcou até 113
aqui a criação da empresa continue. Diálogo, diálogo, diálogo, tem sido a base de todo o trabalho.
A Spcine que inauguramos agora nasce comprometida com o desenvolvimento econômico, cultural e social do audiovisual paulista. O plano que anunciamos hoje propõe que a empresa progressivamente possa gerar receitas e que essas receitas ajudem na viabilidade futura da Spcine. Uma empresa que atuará baseada em critérios, resultados, indicadores, acompanhamento. E que terá como marca a transparência absoluta nas decisões, e na aplicação do recurso público. São três as diretrizes principais da política que estamos anunciando:
Diretrizes 1) Desenvolvimento Econômico O objetivo aqui é aumentar o espaço e performance da produção paulista, tanto no cinema como na televisão, respeitando a pluralidade da produção. Aqui a Spcine pode atuar tanto no desenvolvimento e produção, como na comericalização. Já começamos a implantar o Pronatec em parceria com Ancine, e iniciamos diálogo com os cursos de cinema e audiovisual das universidades para discussão da grade curricular, criação de ações de capacitação em nivel técnico em diálogo com as necessidades do mercado paulista e brasileiro; formação e reciclagem para o setor de ponta: roteiro, direção, produção executiva, comercialização e mercado e televisão. É preciso incentivar que São Paulo tenha, além de uma bela tradição autoral, uma vigorosa safra de filmes voltados a conquistar o grande público, e que o faça com regularidade. Entre 2000 e 2012, o Rio de Janeiro lançou 49 filmes que alcançaram mais de 1 milhão de espectadores. No mesmo período São Paulo só teve 6 filmes a ultrapassar essa mesma marca. Por isso, a importância do fomento à produção de longas metragens e à produção independente de televisão, visto que um dos setores mais dinâmicos dessa economia é a TV por assinatura, mercado que demanda hoje 6000 horas de conteúdo brasileiro inédito por ano, e tem contratado a maior parte dos talentos oriundos do cinema, o que é uma excelente notícia.
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Outra prioridade é a modernização da Film Commission, vamos adotar uma plataforma digital que poderá ser usada num tablet ou
num celular e um novo decreto que tornará São Paulo a cidade mais fácil de filmar no Brasil. Ao mesmo tempo, estamos já trabalhando também em grande evento internacional de negócios que ocorrerá ainda este ano sediado aqui em São Paulo, co-realizado pela Spcine. Finalmente, estamos estudando a articulação do espaços publicitários que estejam sob gestão da prefeitura e governo do estado para que sejam instrumento de divulgação do cinema brasileiro. 2) Inovação e Acesso
Circuito O principal programa dessa diretriz é a implantação criação de circuito de salas de cinema, envolvendo a rede CEU, bibliotecas e outros equipamentos. São ao todo 82 salas que serão incluídas e equipadas para formar o circuito independente de cinema. Essa ação pode ser extendida para o interior do Estado de São Paulo, implantando salas em parceria com as prefeituras do interior. Essa é uma ação essencial para incluir milhões de pessoas na experiência de ir ao cinema a preços populares, e ao mesmo tempo abrir o cricuito para o cinema paulista, brasileiro, e de cinematografias de todo o planeta. É a possibilidade real de darmos um salto civilizatório, na dimuinuição do apartheid cultural, que exclui milhões de pessoas da experiência cultural, em especial a de ir ao cinema. Além disso é a possibilidade criarmos circuito para o cinema brasileiro, especialmente para os filmes médios e pequenos. Ação de desenvolvimento de cinema infantil, documentário e curtametragem; a revitalização das salas de cinema do centro de São Paulo (Art-Palacio, Ipiranga, são José); Programa de qualificação: ações de pesquisa de gosto de público, temáticas, qualitativas e quantitativas para incidência sobre o desenvolvimento, a produção a comercialização. Ação de financimento de apoio a festivais. Além é claro, do papel da crítica, do debate, do pensamento, de um ambiente de discussão e renovação de linguagem. 3) Internacionalização e Integração O principal objetivo é realizar o enorme potencial de São Paulo para ser um centro articulador da produção brasileira e articulação com outros estados e com mercado externo. Ser porta de entrada e saída de cinematografias e conteúdos. Ações coprodução internacional 115
e integração de mercados; a promoção do audiovisual paulista em festivais e feiras internacionais; articulação com mercados da América Latina, Europa, África e Ásia para circulação do conteúdo audiovisual paulista e brasileiro; criação de um grande festival de cinema em São Paulo. Estas são de forma geral as diretrizes. É preciso também reduzir o tempo de realização dos projetos. Encurtar os prazos entre roteiro e lançamento de um projeto de cinema e televisão. É preciso fortalecer o planejamento da atividade e agilizar os tempos, ajudando inclusive a baratear os custos de produção. A Spcine nasce comprometida com o esforço de buscar o máximo de agilidade, eficiência, com o máximo de transparência e zelo pelo recurso público. Com este ambiente, o protagonismo não será da Spcine, mas dos realizadores, criadores, técnicos, enfim, A primeira ação que vamos lançar hoje é a parceria com a Ancine, num valor total de R$ 20 milhões, sendo 10 da Ancine e 10 da Spcine. 12 milhões para a produção de longa metragem, sendo 6 milhões para filmes de pequeno e médio porte, 6 milhões para alta perfomance. 6 milhões para distribuição: sendo 2 milhões para filmes de médio e pequeno porte e 6 milhões para filmes de alta perfomance Quero informar e tranquilizar aos produtores de televisão que a Ancine ainda tem mais 5 milhões para uma ação em breve, e que somados a mais 5 da Spcine será investidos em produção de televisão. A Spcine nasce comprometida com a nova televisão brasileira que tem mostrado enorme brilho. A pedido do Comitê consultivo os editais vão passar por uma pequena revisão e serão publicados dia 10 de fevereiro. A segunda ação que lançamos hoje é a parceria com o Canadá, por meio do Canada Media Fund, que investirá 200 mil dólares canadenses – sendo metade da SPCine - em projetos de desenvolvimento entre realizadores de São Paulo e do Canadá. O edital já foi publicado em diário oficial e é primeira ação internacional da SPCine. E finalmente o LEIA. O Ministério das Comunicações e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo firmaram convênio que prevê o repasse de R$ 7 milhões para a criação de um centro com oficinas, 116
estúdios e laboratórios para produção de conteúdos digitais criativos e animação. O centro de produção, chamado Leia - Laboratório de Experimentação e Inovação, será instalado no Tendal da Lapa, dividindo espaço com a Casa de Cultura. Será um centro de alta tecnologia voltado ao audiovisual, animação, efeitos especiais, finalização. Todo o complexo será gerido pela Spcine (Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo) e
compartilhada por pequenas e médias empresas.
Quero agradecer ao Ministro Berzoini, a sua equipe, e ao ex-Ministro Paulo Bernanrdo e equipe por esse apoio. Estas três ações inaugurais são o início de um agenda que São Paulo há tempos precisa. Quero agradecer a parceria com o Governo Federal, ao Ministro Juca, que enquanto secretário acolheu e viabilizou a ideia da SPCine e me designou para coordenar sua implantação. Agradecer ao Manoel, entusiasta da Spcine desde o primeiro momento. Dizer que nada disso estaria ocorrendo sem o apoio irrestrito do Prefeito Fernando Haddad, que incorporou a cultura e o audiovisual como parte vital do projeto de uma cidade mais humana, mais contemporânea e mais aberta. E agradecer ao sentimento de parceria com o Governo do Estado, em nome do governador e secretário, que permitem que este projeto tenha condições de realizar esta inédita convergência, e ter uma potência que nenhum outra experiência no Brasil tem. Logo a seguir vocês terão a fala do Kiko Farkas apresentando a nova identidade visual da Spcine. Fico enormemente honrado com a atribuição e confiança recebida. Hoje certamente é um dia histórico para o cinema, para a televisão e audiovisual brasileiro. Que as portas abertas da Spcine não fechem mais.
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Catálogo deiverson ribeiro (Direção de arte) douglas Germano (designer)
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EXPEDIENTE
EDIÇÃO RAUL PEREZ ARTE DOUGLAS GERMANO DEIVERSON RIBEIRO NATHALIA BONETTI TEXTO GUILHERME MARIANO RAUL PEREZ PESQUISA E ORGANIZAÇÃO DE DADOS JORGE SANTOS ÉRICA VAZ COLABORAÇÃO GABRIEL PORTELA ANDRÉ GATTI TATIANE IZZO DALVA SANTOS
Criada pela Lei Municipal 15.529, a Spcine é resultado de intensa mobilização do setor audiovisual junto a uma nova abordagem do poder público sobre as políticas para a área. A empresa nasce com a missão de estimular o desenvolvimento da cadeia produtiva do audiovisual, contemplando todas as suas dimensões – cultural, econômica, social e simbólica. Em dois anos de atuação, a Spcine investiu em mais de 100 novas obras audiovisuais, inaugurou circuito de salas públicas de cinema, implantou a film commission atraindo produções para São Paulo, patrocinou festivais, mostras, encontros de mercado, fortaleceu e criou políticas públicas para consolidar o audiovisual como uma ferramenta de transformação social para cidade. Neste documento, a Spcine apresenta os resultados desta trajetória. Conquistas essas que só foram possíveis graças à adesão e a colaboração do setor e da sociedade.