Jornal Sporting n.º 4006

Page 1

VIKTOR GYÖKERES EM ENTREVISTA PÁGS. 10-13 FUNDADO EM 31 MARÇO 1922 • N.º 4006 • TERÇA-FEIRA, 24 DEZEMBRO 2024 • SPORTING.PT • SEMANAL • ANO 102 • 1€ IVA INCLUÍDO • DIRECTORA: MAFALDA BARBOSA

O MAIS ANTIGO JORNAL DE CLUBE DO MUNDO


2

// SPORTING 4006

EDITORIAL

MAFALDA BARBOSA

FAMÍLIA HÁ SÓ DUAS DIA APÓS DIA, O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL MOSTRA QUE É MUITO MAIS DO QUE UM CLUBE DESPORTIVO.

Família ( fa·mí·li·a)

É assumir e manter o compromisso de ajudar quem mais precisa.

É fazer parte de uma força maior que nos une e nunca nos deixa sós.

É olhar para o futuro com rigor e fiel àquilo que nos define.

É partilhar o mesmo código de valores. É ter um laço emocional indestrutível.

Dia após dia, o Sporting Clube de Portugal mostra que é muito mais do que um clube desportivo, é família. Que a Família Sportinguista se mantenha unida hoje, amanhã e sempre.

É aprender e ensinar a fazer mais e melhor. É apoiar nos bons e nos momentos difíceis. É ser fiel ao ADN que nos une.

E que na noite de hoje possamos celebrar com quem está presente, mas também com quem não está ao nosso lado. Festas Felizes para todos os Sportinguistas espalhados pelo Mundo!

PROPRIEDADE: SPORTING CLUBE DE PORTUGAL DIRECTORA: MAFALDA BARBOSA || MJBARBOSA@SPORTING.PT COORDENADOR‑ADJUNTO: LUÍS SANTOS CASTELO || LSCASTELO@SPORTING.PT REDACÇÃO: MARIA GOMES DE ANDRADE || MGANDRADE@SPORTING.PT; NUNO MIGUEL SIMAS || NQSIMAS@SPORTING.PT; XAVIER COSTA || XRCOSTA@SPORTING.PT FOTOGRAFIA: ISABEL SILVA; JOÃO PEDRO MORAIS; JOSÉ LORVÃO COLABORADORES PERMANENTES: JUVENAL CARVALHO; PEDRO ALMEIDA CABRAL; TITO ARANTES FONTES AGENDA E RESULTADOS: JOÃO TORRES || JBTORRES@SPORTING. PT EDITOR E SEDE DA REDACÇÃO: ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE, RUA PROFESSOR FERNANDO DA FONSECA, APARTADO 4120, 1501‑806 LISBOA, PORTUGAL TELEFONE: +351 217 516 155 E‑MAIL: MEDIA@SPORTING.PT NIF: 500 766 630 REGISTO ERC: 100313 TIRAGEM: 9500 EXEMPLARES DEPÓSITO LEGAL: 48492/91 DISTRIBUIÇÃO: VASP - DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA, S.A., QUINTA DO GRAJAL – VENDA SECA 2739‑511 AGUALVA CACÉM IMPRESSÃO: WGROUP ESTRADA DE SÃO MARCOS, Nº 27, 2735‑521 AGUALVA CACÉM ESTATUTO EDITORIAL: HTTPS://WWW.SPORTING.PT/PT/JORNAL/ESTATUTO‑EDITORIAL ASSINATURAS: E‑MAIL: ASSINATURAJORNAL@SPORTING.PT LINHA SPORTING 707 20 44 44 INTERNACIONAL +351 30 997 1906 (segunda a sexta‑feira das 10h00 às 20h00)


3 // SPORTING 4006

LENDAS SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

FRANCISO GAVAZZO CLUBE

1885 – 1958

Francisco da Ponte e Horta Gavazzo nasceu a 6 de Dezembro de 1885 e ficaria na História como um dos fundadores do Sporting Clube de Portugal. Curiosamente, nos meses decisivos de 1906, Francisco até estava em Paris, mas desde lá acompanhou todo o processo através de correspondência com o irmão José Maria e o amigo José Alvalade, quem foi aconselhando e ajudando com o envio de livros e todo o tipo de documentação. No seu regresso, Gavazzo foi dirigente, ocupando diversos cargos no Sporting CP, e acabaria por ser o Sócio n.º 1 do Clube durante mais de uma década, até que a morte os separou. Francisco Gavazzo é o incontornável nome a recordar nesta edição do Jornal Sporting.


4

// SPORTING 4006

FRANCISCO GAVAZZO AMIGO DE JOSÉ ALVALADE DESDE OS PRIMEIROS ANOS DO SÉCULO XX, JUNTOS CRIARAM O CAMPO GRANDE FOOT-BALL FC E DELE DISSIDIRAM, EM 1906, PARA FUNDAR O SPORTING CP. DESDE PARIS, FRANCISCO GAVAZZO ACOMPANHOU TUDO ENTRE CARTAS E AJUDOU A ‘ALIMENTAR’ O SONHO ANTES DE VOLTAR A PORTUGAL E SER TAMBÉM DIRIGENTE DO CLUBE.

Texto: Xavier Costa Fotografia: Museu Sporting – Centro de Documentação

Embora discreto e num período decisivo até à distância – em 1906 estava em Paris –, Francisco Gavazzo está intimamente ligado à fundação do Sporting Clube de Portugal, mas também desde logo às suas origens e passos prévios nos primeiros anos do século XX. Junto ao seu irmão João Maria, oriundos de uma família italiana (de Nápoles), Francisco dá os seus primeiros passos desportivos no Sport Clube de Belas, equipa de futebol que ajudaram a fundar em 1902. Para a Histórica ficaram dois jogos realizados e Francisco era o guarda-redes. Já em Setembro de 1904, a família Gavazzo muda-se do Largo do Andaluz para a actual Alameda das Linhas de Torres e, aqui, dar-se-á o início de tudo no que ao Sporting CP diz respeito, embora com um passo prévio. Os irmãos Gavazzo enlaçam amizade com José Alvalade, que vivia por perto, e entre conversas de café, com outros amigos, cria-se o Campo Grande Foot-ball Club – o principal ‘antepassado’ do Sporting CP. José Alvalade era o tesoureiro, Francisco ficou como secretário e, além disso, fixou a sede no seu quarto. As actividades deste clube duraram até à Primavera de 1906, quando uma acesa discussão neste mesmo quarto-sede resultaria na saída do célebre grupo juvenil de dissidentes que viria a fundar o Sporting CP. Tudo isto por não estarem de acordo com a via recreativa, sobretudo, que o clube estava a tomar. Francisco Gavazzo, aquando desta assembleia a 13 de Abril, nem estava presente, uma vez que já se encontrava em Paris, mas representado pelo irmão João Maria seguiu José Alvalade e os irmãos Stromp, entre muitos outros, e, juntos, optaram por sair em definitivo do Campo Grande Football Club – poucos mais meses teria de vida – para formar outro clube, um que privilegiasse de facto a vertente desportiva. Começam, então, os trabalhos e reuniões para ‘levantar’ o Sporting CP e, mesmo à distância nos vindouros e decisivos meses, Francisco Gavazzo enche-se de curiosidade, troca correspondência com o irmão e com o amigo José Alvalade para se manter a par de tudo e contribui, à sua maneira, para a fundação. E, por isso, é lembrado como um dos dissidentes, mas também um dos fundadores. “Quando não há opiniões iguais vamos pela maioria e

Amigo de José Alvalade, Francisco Gavazzo foi um dos fundadores do Sporting CP, tendo exercido vários cargos até ao seu falecimento (1958)

pronto (…) Não nos tratamos por V. Ex.ª, não há nada disso. É uma conversa entre rapazes, cujas ideias convergem todas para o mesmo fim: a fundação e o desenvolvimento do clube”, conta José Alvalade em carta ao seu “queridíssimo Chico”, como o endereça, assinando da seguinte e curiosa forma: “Muitos abraços do teu muito e muito amigo José (Vice-presidente do clube mais imponente de Portugal)”. Já a 30 de Junho os avanços são maiores, como dá conta de novo José Alvalade, então “preocupadíssimo com o Sporting CP”, reconhece. Constituíra-se uma Direcção, esboçavam-se os Estatutos, angariavam-se Sócios e já tinha um plano das futuras instalações, o qual enviou a Francisco, em quem se aconselhava para saber mais sobre desporto e sobre o que se fazia a este nível na Europa. “Peço-te que, quando puderes, vás ver os clubes desportivos que há por aí e conta-me”, solicita-lhe o amigo

e principal fundador do Sporting CP, entre outros pedidos, normalmente requerendo livros e documentação em francês “de referência” para ‘alimentar’ este projecto: desde catálogos com os tipos de redes usadas no ténis e no futebol, tratados de ginástica e ainda as marcas e tempos alcançados nas últimas competições de atletismo. Depois de ter acompanhado tudo a par e passo a partir da capital francesa, onde o seu irmão José Maria viria a falecer em 1908, Francisco regressa a Portugal e, claro, torna-se parte activa no, também ‘seu’, Sporting CP. Até 1921 exerceu vários cargos, começou por ser secretário e, mais tarde, integrou a Mesa da Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e ainda o Conselho Geral. Mas a sua ligação ao emblema Leonino continuou e seria para a vida. Desde 4 de Julho de 1946 até ao seu falecimento a 10 de Fevereiro de 1958 foi o Sócio n.º 1 do Sporting Clube de Portugal.



6

// SPORTING 4006

FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL

NINGUÉM FOI MAIS FORTE DO QUE O 0-0 MESMO SEM BRILHAR, O SPORTING CP DOMINOU E FOI A ÚNICA EQUIPA QUE SE PREOCUPOU EM ATACAR NA SEGUNDA PARTE, MAS NÃO CONSEGUIU QUEBRAR O NULO NO MARCADOR EM BARCELOS.

João Simões voltou a ser titular

Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: José Lorvão

A equipa principal de futebol empatou, no último domingo, a zeros na visita ao reduto do Gil Vicente FC para a 15.ª jornada da Liga Portugal. Os Leões foram superiores, principalmente no segundo tempo, mas não conseguiram superar a barreira minhota. Perante um Estádio Cidade de Barcelos praticamente cheio e com uma larga maioria Sportinguista, os Campeões Nacionais entraram em campo com duas alterações nos titulares, tendo Ousmane Diomande e Conrad Harder substituído Matheus Reis e Geny Catamo, que estavam no banco. Também suplentes foram Miguel Alves (18 anos) e Eduardo Felicíssimo (17), jovens que procuram a estreia

pela equipa principal, e Mauro Couto e Henrique Arreiol, que já haviam somado minutos. O primeiro tempo foi mais equilibrado e os instantes iniciais foram prova disso, mas a primeira investida com algum perigo pertenceu ao Sporting CP: grande jogada com Geovany Quenda a servir Maxi Araújo com um grande passe e o uruguaio a cruzar para Viktor Gyökeres cabecear, mas Mory Gbane fez de guarda-redes e bloqueou o tiro. Na resposta, Josué Sá atirou, também de cabeça, para fora. Aos 18 minutos, Viktor Gyökeres rematou de longe e em arco com a bola passar perto do poste, enquanto Santi García testou Franco Israel, que defendeu com tranquilidade. Seguiram-se vários minutos sem oportunidades e com o encontro

Francisco Trincão em acção em Barcelos


7 // SPORTING 4006

Francisco Trincão. Mauro Couto entrou a três minutos dos 90 para a saída de Maxi Araújo e o Sporting CP continuou à procura dos três pontos, enquanto o Gil Vicente FC teve o seu único ataque perigoso já em tempo de compensação, quando Félix Correia rematou e Franco Israel defendeu para canto. Até ao final, o único lance digno de registo foi um livre directo de Geny Catamo para fora. Os Leões voltam a jogar no dia 29 de Dezembro, recebendo o SL Benfica em Alvalade.

22.12.2024 Liga Portugal – 15.ª jornada Estádio Cidade de Barcelos

GIL VICENTE SPORTING CP FC

0

0-0 ao intervalo

0

Sporting CP: Franco Israel [GR], Eduardo Quaresma (Matheus Reis, 45’), Ousmane Diomande, Zeno Debast, Geovany Quenda (Geny Catamo, 65’), Morten Hjulmand [C], João Simões, Maxi Araújo (Mauro Couto, 87’), Francisco Trincão, Conrad Harder e Viktor Gyökeres. Treinador: Tiago Teixeira. Disciplina: cartão amarelo para Matheus Reis (56’).

Segundo jogo pela equipa principal para Mauro Couto, que entrou perto do fim

muito preso no meio-campo. Ao Sporting CP, estava a faltar algum acerto nos detalhes, enquanto o Gil Vicente FC revelava na construção criteriosa. No entanto, a baliza Leonina nunca esteve em perigo até ao intervalo. Até ao final da primeira parte, destaque para o cruzamento de Geovany Quenda para Viktor Gyökeres cabecear e Andrew defender. Quando André Narciso apitou para o descanso, o marcador assinalava 0-0. Para o segundo tempo, para além de Matheus Reis (que substituiu Eduardo Quaresma), o Sporting CP trouxe outra novidade: a clara superioridade sobre o adver-

sário até ao apito final. Logo aos 47 minutos, Maxi Araújo bateu o canto, Francisco Trincão desviou de cabeça e Viktor Gyökeres rematou, mas saiu torto. A seguir, o sueco apareceu na cara de Andrew, mas o guarda-redes adiantou-se. Aos 62 minutos, Geovany Quenda ameaçou de livre directo, mas Andrew voltou a defender. Ao contrário do que aconteceu nos 45 minutos iniciais, o Gil Vicente FC não atacou na metade final e apenas o Sporting CP procurou o golo, como se viu quando Geovany Quenda trabalhou bem na área visitada, mas não conseguiu o remate.

De cabeça, Conrad Harder teve uma das melhores chances para marcar

No entanto, estava difícil furar o muro caseiro e um tremendo exemplo disso foi o cabeceamento de Conrad Harder defendido de forma espectacular por Andrew após um cruzamento perfeito de Francisco Trincão – tudo isto já com Geny Catamo em campo no lugar de Geovany Quenda. Já no quarto de hora final, André Narciso assinalou pontapé de penálti por falta sobre Zeno Debast, mas anulou a decisão depois de consultar o VAR. O guardião Andrew foi mesmo a melhor unidade do Gil Vicente FC e voltou a salvar a equipa da casa com duas grandes defesas, uma num remate de Geny Catamo e outra de

JOÃO PEREIRA: “ESTÁ-NOS A FALTAR O ÚLTIMO DETALHE” No final, João Pereira marcou presença na conferência de imprensa e analisou o desafio. “Ao contrário dos jogos passados, não tivemos uma entrada muito forte e custou-nos criar oportunidades na primeira parte. Tivemos muita posse de bola e controlo absoluto do jogo, mas não criámos. Na segunda parte, ajustámos a nossa pressão e o Gil Vicente FC não conseguiu jogar. Criámos mais oportunidades, mas está-nos a faltar o último detalhe, último passe, último remate. Fizemos um jogo muito bom defensivamente, muito consistente, mas temos de fazer golos”, começou por dizer aos jornalistas. Para o membro da equipa técnica, o Sporting CP voltou “a controlar o jogo, como tem feito em todos”. “Se tivéssemos marcado, o jogo teria mudado. Marcámos, mas foi anulado. Continuamos a melhorar, principalmente a nível defensivo, mas temos de criar mais ainda. Não há muito tempo para treinar, mas estou aqui para arranjar soluções”, referiu. De acordo com João Pereira, este resultado “não interfere nada” na preparação para o dérbi: “É um jogo que queremos ganhar e em que vamos entrar para ganhar”. O treinador considerou que o período do Natal “vai fazer bem aos jogadores, que vão passar tempo com a família”. “Viveram muita coisa neste último mês e meio e foram uns guerreiros. Tentam reagir e ganhar todos os jogos. Não nos podemos esquecer que tivemos 120 minutos de jogo há poucos dias. Chegou a um momento em que se notou que a frescura não era a mesma”, acrescentou. Por fim, João Pereira falou sobre os adeptos: “Entendo a contestação. Compreendo os adeptos. Apoiaram durante todo o jogo e no final são livres de se pronunciar como quiserem. Fazem o seu trabalho durante 90 minutos e não conseguimos retribuir com a vitória. Temos de assumir o momento”.


8

// SPORTING 4006

FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL

JOGO DE PACIÊNCIA RESOLVIDO EM HORAS EXTRA PARA CHEGAR AOS ‘QUARTOS’ DA TAÇA EMBORA FORÇADO A PROLONGAMENTO, SÓ O SPORTING CP FEZ POR VENCER E ASSIM FOI GRAÇAS A VIKTOR GYÖKERES, QUE ACABOU COM O DESASSOSSEGO EM ALVALADE, AOS 113’, AO APROVEITAR UM ERRO MORTAL DE FREDERICO VENÂNCIO. EXPEDITO, CONRAD HARDER SAÍRA DO BANCO PARA ROMPER A INÉRCIA AOS 74’, MAS SÓ NÃO RESOLVEU A ELIMINATÓRIA PORQUE O ÚLTIMO E VIGOROSO ESFORÇO AÇORIANO RESULTOU NO 1-1 JÁ PARA LÁ DA HORA (90+8’). CUSTOU, MAS O PASSO EM FRENTE NA PROVA-RAINHA CONFIRMOU-SE COM TODA A JUSTIÇA. Texto: Xavier Costa Fotografia: Isabel Silva, José Lorvão

Começou como teste aos nervos, passou a montanha-russa de emoções e, finalmente, teve um final tardio mas feliz. A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal garantiu, na quarta-feira da semana passada, a passagem para os quartos-de-final da Taça de Portugal ao ter recebido e vencido o CD Santa Clara por 2-1, após prolongamento, na eliminatória dos ‘oitavos’. Cerca de duas semanas e meia depois de os açorianos terem vencido no Estádio José Alvalade para o campeonato (0-1), o duelo agora na prova-rainha também se revelou um desafiante jogo de paciência que durou mais do que o 18.12.2024 Taça de Portugal – Oitavos-de-final Estádio José Alvalade

SPORTING CP

2

CD SANTA CLARA

1

(A.P.) 0-0 ao intervalo Conrad Harder (74’), Viktor Gyökeres (113’)

Pedro Ferreira (90+8’)

Sporting CP: Franco Israel [GR], Geny Catamo (Conrad Harder, 72’), Eduardo Quaresma (Mauro Couto, 106’), Zeno Debast (Ousmane Diomande, 83’), Matheus Reis (Jeremiah St. Juste, 72’), Maxi Araújo, Morten Hjulmand [C], João Simões, Francisco Trincão, Geovany Quenda (Iván Fresneda, 90+5’), Viktor Gyökeres. Treinador: Tiago Teixeira. Disciplina: cartão amarelo para Debast (55’), Esgaio (64’, 65’), Hjulmand (79’), Maxi (79’), Harder (90+6’), St. Juste (117’, 119’). Cartão vermelho a Esgaio (64’) e St. Juste (119’).

Oportunismo de Gyökeres colocou um ponto final numa eliminatória longa e de desassossego

desejável, mas a ‘vingança’ verde e branca acabou por ser servida com frieza nórdica. Viktor Gyökeres, mais uma vez decisivo, chegou aos 70 golos (em 75 jogos) com a camisola do Sporting CP. Esta ‘louca’ eliminatória ficou marcada também pela estreia de Mauro Couto, aos 19 anos, na equipa A do Sporting CP e, entre várias razões de queixa, por duas expulsões do lado Leonino – Ricardo Esgaio, quando estava a aquecer, e Jeremiah St. Juste já em cima do apito final. Para este reencontro com a equipa-sensação da Liga (quarto lu-

gar), muito renovada por Vasco Matos relativamente ao confronto para o campeonato, os Leões apresentaram-se, por seu turno, com o mesmo ‘onze’ que tinha vencido o Boavista FC (3-2) [ver ficha de jogo]. Jeremiah St. Juste regressou às opções e começou no banco de suplentes, enquanto Gonçalo Inácio – em dúvida – ficou de fora e juntou-se à longa lista de lesionados (Daniel Bragança, Hidemasa Morita, Pedro Gonçalves e Nuno Santos). Embora algo errático no passe, o Sporting CP procurou ter a iniciativa desde o apito inicial e o CD

Santa Clara, como era expectável, assumiu uma postura mais reactiva – e cedo começou também a jogar com o relógio. O início foi muito morno em Alvalade, mas com a primeira real aproximação a uma das balizas surgiu, aos 16 minutos, a primeira oportunidade do jogo, para os Leões, e foi flagrante. Podia ter significado logo o 1-0, mas Quenda não correspondeu à assistência perfeita de Geny – lançado com precisão por Debast – e, com tudo para fazer um ‘encosto’ fácil à boca da baliza, acertou mal na bola e errou o alvo.

ESFORÇO PARA COMBATER A INÉRCIA A formação da ilha de São Miguel raramente conseguiu aventurar-se no ataque, mas defensivamente foi dificultando a tarefa ao conjunto verde e branco, que apesar do esforço para progredir não concretizava as suas ideias para furar e ferir o organizado bloco baixo adversário – 67%-33% em posse de bola no primeiro tempo. Mais tarde, um remate de Geny, de fora da área, saiu à figura do


9 // SPORTING 4006

ameaçado, bastaram para levar a prolongamento uma eliminatória que parecia decidida. Depois de dois grandes sustos nos últimos instantes do jogo, com Gabriel Silva, na cara do golo, a cabecear por cima e uma fantástica defesa de Franco Israel a negar de seguida o empate, o 1-1 chegou mesmo e já bem para lá dos cinco minutos de compensação dados. Num canto, os açorianos ganharam a primeira bola e esta sobrou para o desvio cruzado de Pedro Ferreira quando o relógio marcava 90+8’ e, de repente, tudo voltou à ‘estaca zero’ em Alvalade.

VINGANÇA FRIA SERVIDA DE ‘BANDEJA’ Harder entrou e marcou, mas não seria suficiente para confirmar o apuramento

guarda-redes Neneca, mas espicaçou mais os Leões. E já em cima do minuto 40, na sequência de um canto, Hjulmand até fez golo com a ajuda de um ressalto no guardião adversário, mas após indicação do VAR o 1-0 foi anulado ao descortinar um braço na bola por parte do capitão do Sporting CP no domínio. Para responder e dissipar rapidamente o ascendente verde e branco, o CD Santa Clara baixou muito o ritmo – e o tempo – de jogo, pouco se jogou em termos prácticos até ao intervalo e, assim, o nulo no marcador foi intacto para a segunda parte. E, em termos de toada, pouco ou nada mudou no reatamento. À base sobretudo de labor e insistência, o Sporting CP continuou à procura de combater a inércia adversária para desbloquear a elimi-

natória e voltou a ficar muito perto à passagem da hora de jogo. No entanto, no momento em que a bola sobrou para Trincão rematar à baliza - já com Neneca fora do lance - o extremo escorregou e um defesa do CD Santa Clara teve tempo para ‘limpar’ o lance já perto da linha de golo. Com as contínuas paragens forçadas pelos açorianos, que não saíam do seu meio-campo defensivo, a impaciência e o desagrado com a equipa de arbitragem foram crescendo dentro e fora das quatro linhas e Ricardo Esgaio, em exercícios de aquecimento perto da linha lateral, viu dois amarelos seguidos por protestos e foi expulso. Faltaria, depois, o mesmo rigor à equipa de Hélder Malheiro até ao fim do jogo e dois lances passíveis de penálti sobre Gyökeres – uma

No final do jogo, que marcou a estreia de Mauro Couto, os jogadores Leoninos enviaram bolas para os adeptos

clara cotovelada na cara (68’) e um pontapé no joelho (90+5’) – passaram impunes.

DA MONOTONIA ÀS EMOÇÕES FORTES Para ir em busca da vitória, as primeiras mexidas do lado verde e branco surgiram aos 72 minutos e a ‘cartada’ não podia ter sido mais certeira. Além de St. Juste, entrou também Conrad Harder e foi o avançado dinamarquês a romper finalmente e de imediato o marasmo. Com cerca de dois minutos em campo, Harder apareceu no sítio certo na área e, com o corpo, fez o desvio que o cruzamento de Quenda pedia, soltando os festejos em Alvalade. Com o seu sétimo golo em época de estreia, o camisola 19 assumiu-se como o segundo melhor marcador do plantel. Desfeito o nulo, sucederam-se os cartões (contagem acabou em 10-6) e o CD Santa Clara tentou esboçar uma reacção à base de cruzamentos e bolas paradas, acima de tudo, mas sem criar real perigo numa primeira instância. O espaço para jogar aumentou e voltaria a ser o Sporting CP a ameaçar, porém o livre directo de Gyökeres saiu ligeiramente por cima da barra. No entanto, os Leões, que ainda contaram com as entradas de Ousmane Diomande e Iván Fresneda, não conseguiram fazer valer a tão custosa margem mínima e os últimos ‘fogachos’ do CD Santa Clara, que ainda não tinha

E com o empate no marcador, só os Leões – outra vez – procuraram activamente algo mais na partida e voltaram a contar com Gyökeres como ‘ás’. Se na primeira parte, serviu Trincão para uma emenda frouxa e tentara também a sua sorte perante Neneca, acabou por decidir tudo na segunda parte do prolongamento. O CD Santa Clara limitar-se-ia a

pouco mais que defender, mas cometeu um erro fatal quando faltavam cerca de sete minutos para os 120’. Frederico Venâncio tentou atrasar a bola para o seu guarda-redes, mas Gyökeres leu a jogada na perfeição, interceptou o passe, contornou Neneca e apontou o 2-1 que voltou a levantar as bancadas já debaixo de bastante chuva – são já 27 golos do sueco ao serviço dos Leões em 2024/2025. A tranquilidade, contudo, não assentou e, mesmo a fechar o jogo e a eliminatória, St. Juste recebeu ordem de expulsão após um choque com um adversário. Poucos minutos antes, Matheus Pereira – já com amarelo – agrediu Mauro Couto, que tinha entrado no intervalo do prolongamento para se estrear, mas nada foi assinalado. Apesar da recta final ‘quente’ do jogo, a vitória e a qualificação dos Leões estavam finalmente garantidas. Após o apito final no último jogo em casa antes do Natal, os jogadores Leoninos agradeceram o apoio dos mais de 27 mil Sportinguistas presentes nesta longa noite em Alvalade e presentearam-nos com o envio de várias bolas para as bancadas.

TIAGO TEIXEIRA: “JOGADORES DERAM UMA EXCELENTE RESPOSTA” “O grande objectivo era passar e foi conseguido. Entramos bem no jogo, de forma mais cautelosa porque era uma eliminatória, mas controlamos e percebemos os espaços a explorar. Criamos algumas situações, mas sem concretizar as primeiras que tivemos frente a uma equipa que se apresentou outra vez num bloco baixo. Mérito nosso também ao não permitir transições”, realçou Tiago Teixeira no final do jogo, em conferência de imprensa, antes de enaltecer uma vitória que considerou “de muito mérito”. “Os jogadores deram uma excelente resposta e não mereciam sequer o empate sofrido, mas voltaram a responder mesmo apesar do cansaço”, destacou. “Temos tido muitos jogos, a jogar com os mesmos jogadores e estamos a jogar com dois jovens de 17 anos e fizemos mais uma estreia, do Mauro [Couto]”, lembrou, sublinhando a “confiança total em todos os jogadores”. “Jogaram os que achávamos que estavam mais preparados. Para nós não há rotatividade, há um jogo para ganhar e foi o que aconteceu”, apontou Tiago Teixeira, que não comentou a arbitragem, mas atentou que a “intranquilidade nos jogadores” se deveu “mais à postura do CD Santa Clara”. “Abdicou de jogar, só defendeu e perdeu tempo desde o início. Os jogadores queriam muito ganhar e sentiram-se prejudicados pelas perdas de tempo”, acrescentou. Depois, questionado sobre o 2-1 muito festejado com o banco de suplentes por parte dos jogadores, o técnico destacou isso como “um sinal de que todos querem ganhar” e voltou a não poupar nos elogios ao plantel. “Desde o primeiro dia que temos sentido uma entrega muito grande dos jogadores e hoje, mais uma vez, tiveram uma atitude e um empenho incríveis”, completou.


10 // SPORTING 4006

ENTREVISTA

VIKTOR GYÖKERES “GANHAR A LIGA NOVAMENTE É O MAIOR DESEJO PARA 2025” FIGURA MAIOR DO FUTEBOL PORTUGUÊS DESDE QUE CHEGOU AO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, NO VERÃO DE 2023, VIKTOR GYÖKERES É TAMBÉM, HOJE, UM DOS GRANDES GOLEADORES DO PLANETA. APÓS 70 GOLOS EM 76 JOGOS DE LEÃO AO PEITO E 27 EM 25 ESTA TEMPORADA CONCEDEU UMA ENTREVISTA AO JORNAL SPORTING E À SPORTING TV E DEMONSTROU A VISÍVEL E CLARA AMBIÇÃO DE CONTINUAR A MARCAR E, PRINCIPALMENTE, AJUDAR O EMBLEMA DE ALVALADE A VENCER. COM O BICAMPEONATO COMO OBJECTIVO MÁXIMO PARA O PRÓXIMO ANO, O PONTA-DE-LANÇA SUECO DE 26 ANOS GOSTAVA DE NÃO FICAR ‘APENAS’ COM ESSE TÍTULO: “NÃO ME IMPORTAVA SE JUNTÁSSEMOS ALGUNS TROFÉUS TAMBÉM”. Texto: Luís Santos Castelo, Maria Gomes de Andrade, Tiago Labreca | Fotografia: João Pedro Morais


11 // SPORTING 4006

Há uma frase que é muito associada a si: “Nobody ca‑ red until I put on the mask” (“Ninguém quis saber até eu colocar a máscara”). Já colocou a máscara 70 vezes pelo Sporting CP. Já se importam agora? Talvez, não sei. Há uns meses, numa entrevista, disseram-me que não sabiam quem eu era. Para mim, isso é irrelevante. O mais importante é ganharmos jogos e gostarmos de jogar juntos. Esse é o objectivo. Vê-se mais como um vilão para os defesas ou um herói para os Sportinguistas e para a equipa? A parte mais importante é a segunda. Os Sportinguistas e a equipa consideram que estou a fazer um bom trabalho em campo e é isso que me importa.

“O MAIS IMPORTANTE É GANHARMOS JOGOS E GOSTARMOS DE JOGAR JUNTOS” Como olha para o impacto que a celebração da máscara está a ter em todo o planeta? Não sei… É muito bom ver que teve um reconhecimento tão grande. Aparentemente, as pessoas gostam e é agradável fazer algo com este impacto. Alguma vez imaginou que podia atingir esta dimensão? Não, nem era a minha intenção inicial. Só senti que precisava de uma celebração e não tinha qualquer objectivo de a tornar famosa, mas é bom. Um ano e meio depois de assinar pelo Sporting CP, como descreve a família verde e branca? Sentimo-nos em casa. Foi muito fácil entrar na família e gosto muito de cada momento que passo aqui. Tem sido fantástico até ao momento.

Conheceu Manuel Fernandes, que o elogiou muito. Foi bom dizer-lhe adeus na condição de Campeão Nacional e melhor marcador da Liga? Claro. Estive com ele algumas vezes e penso que ele gostava de mim. Foi muito bom falar com ele e ouvir o que ele tinha para dizer sobre o tempo dele no Sporting CP. Foi muito bom poder dar-lhe o Campeonato. Fui ao hospital onde ele estava com o troféu e acho que ele gostou muito desse gesto. Foi bom vê-lo com o troféu.

“É FANTÁSTICO E UMA GRANDE HONRA RECEBER AS PALAVRAS QUE RECEBO DOS SPORTINGUISTAS” Desde que chegou ao Sporting CP, como foi o seu cres‑ cimento enquanto jogador? Sente-se cada vez mais valorizado? Sim, claro. Quando jogamos tantos jogos, especialmente a um nível tão alto e contra jogadores tão bons, e fazemos as coisas bem, evoluímos. Sinto que fiz isso aqui e quero continuar nesse caminho. Tem sido fantástico até agora. Houve várias coisas fora do futebol às quais tive de me adaptar e que, por vezes, foram até um pouco mais desafiantes, mas faz parte e lido bem com isso. Cerca de 70 golos e uma média de quase um golo por jogo ao serviço do Sporting CP, vários galardões e no‑ meações, jogos em grandes competições… Chegou a um nível muito alto. Atingiu a perfeição ou continua a querer ficar mais forte dia após dia? É fantástico receber tantos prémios e reconhecimento,

mas não podemos parar. Temos de continuar, estamos a meio da temporada e temos muito para jogar. O nosso foco está nisso. Claro que é bom fazer uma pausa e aproveitar o que conseguimos, mas há coisas que queremos fazer e alcançar. É isso que tenho em mente neste momento, ainda que seja muito bom quando se fala do que consegui. Por vezes, bem tarde nas partidas, faz sprints que sur‑ preendem tudo e todos. Como consegue? Quando fazemos uma coisa muitas vezes vai ficando mais fácil. Já fiz alguns sprints neste relvado e tem mais a ver com a mentalidade. Se achamos que conseguimos, fica mais fácil conseguir. Não penso no quanto já joguei ou corri antes. Claro que às vezes é mais difícil. Se marcar um ou dois golos fica muito mais fácil.

“HÁ MUITO PARA ESTAR ENTUSIASMADO, MUITOS BONS JOGOS PELA FRENTE” Mesmo quando consegue um hat-trick ou um pó‑ quer, nunca parece satisfeito. Tem a ver com essa mentalidade? Tento ficar satisfeito com o meu rendimento se tiver sido bom, mas também penso que podia ter feito melhor uma coisa ou outra. Mas estarei sempre feliz no fim se vencermos e marcar é um bónus. Posso não o mostrar sempre, mas quando ganhamos fico muito feliz. Às vezes estou muito cansado física e mentalmente e não demonstro tanta emoção, mas estou feliz se ganharmos. >>

Que Sporting CP encontrou? O que o surpreendeu mais na equipa? Encontrei um grupo onde foi muito fácil ser colega de equipa e amigo. Não demorou muito tempo para me adaptar, logo nos primeiros meses já estava a passar tempo com os rapazes fora de campo, que é uma parte muito importante para jogarmos bem. Queremos ter sucesso juntos e ajudamo-nos mutuamente dentro e fora de campo. Senti isso desde o primeiro dia. Já entendeu que o Clube e os adeptos são diferentes e vivem o Sporting CP de forma muito intensa? Estando aqui fica mais fácil entender. Quando surgiram os rumores da minha vinda, vi muita dessa parte nas redes sociais, mas quando chegamos e o vivemos todos os dias sentimos muito mais. É algo que deve continuar para sempre.

“FOI MUITO FÁCIL ENTRAR NA FAMÍLIA E GOSTO MUITO DE CADA MOMENTO QUE PASSO AQUI” Os adeptos já criaram, até, canções para si e muitos consideram-no o melhor avançado que já viram no Sporting CP. Como vê esse reconhecimento? É uma loucura. É um pouco difícil perceber o que eu e a equipa fizemos e o impacto que temos quando jogamos e treinamos quase todos os dias e estamos preocupados com isso, mas é fantástico e uma grande honra receber as palavras que recebo dos Sportinguistas.

O jogador verde e branco esteve à conversa com os meios de comunicação do Sporting CP no Estádio José Alvalade


12 // SPORTING 4006

O que espera do que resta da temporada? Continuamos em todas competições e em boas posições na Liga Portugal e na UEFA Champions League. Há muito para estar entusiasmado, muitos bons jogos pela frente. Há que continuar assim, ficar nas competições o mais longe possível e ganhar o máximo de troféus que conseguirmos. Qual é o seu maior desejo relacionado com o Sporting CP para 2025? Ganhar a Liga novamente é o maior desejo. Não me importava se juntássemos alguns troféus também.

“CRESCI MUITO DESDE QUE CHEGUEI AQUI” O seu impacto no Sporting CP é indis‑ cutivelmente grande. E o impacto que o Sporting CP teve e tem em si? É difícil de descrever, é um sentimento que me deixa muito feliz. Sou só um ser humano e pode ser difícil interiorizar tudo. Pode ser muito, ainda que seja muita coisa boa. É fantástico e tornou-me, espero, numa pessoa melhor. Acho que cresci muito desde que cheguei aqui.

Viktor Gyökeres chegou, viu e venceu no Sporting CP

“JOGO COM O MANCHESTER CITY FC? NÃO VOU ESQUECER O SENTIMENTO DE TER FEITO PARTE” Na sua estreia oficial pelo Sporting CP, marcou dois golos no primeiro quarto de hora. O que sentiu nesse momento? Entendeu logo que viria a estar onde está hoje? Não podia desejar um início melhor. Foi um sentimento fantástico, não podia pedir mais. Foi muito bom, mas era difícil prever o futuro e onde estou passado praticamente um ano e meio. Apenas dei o meu melhor a cada dia e trabalhei para ver onde chegava. As celebrações do título pela cidade depois a conquista da Liga foram aquilo que esperava? Foi incrível e um dos melhores momentos, se não mesmo o melhor, deste ano. Nunca tinha vivido nada assim e vou-me lembrar para sempre. Gostava, claro, de o viver novamente. Depois de uma primeira temporada notável tanto indi‑ vidual como colectivamente, está a ter um 2024/2025 estatisticamente ainda melhor. Como explica essa ‘fome’ que tem? A época passada foi muito boa tendo em conta o que fizemos, o que conquistámos e os festejos com os adeptos no Marquês. Depois disso, para mim, não é difícil continuar a ter a fome de querer e conseguir mais esta temporada. Foi um sentimento fantástico que quero voltar a ter. É isso que me dá essa ‘fome’, assim como outras coisas, de ser cada vez melhor.

O hat-trick e todo o jogo contra o Manchester City FC já entrou na História do Sporting CP. Quão especial foi ter estado directamente envolvido nesse feito? Foi, claro, um grande momento. Parecia um pesadelo no início, quando eles marcaram nos primeiros minutos e quando falhei uma boa oportunidade. O início foi difícil, mas a forma como demos a volta foi incrível. Não é fácil fazê-lo contra uma equipa daquelas, foi espectacular e não vou esquecer o sentimento de ter feito parte disso com três golos, até porque foi o meu primeiro hat-trick na UEFA Champions League. Para além da conquista da Liga e do jogo com o Manchester City FC, quais foram os melhores momentos com a camiso‑ la do Sporting CP? Foram muitos. Para mim, o primeiro jogo foi muito bom porque foi o primeiro oficial e não o vou esquecer. Já esta temporada, vencer e marcar no primeiro jogo na UEFA Champions League também foi incrível. Contra o FC Porto, em casa e na temporada passada, também foi memorável. Que mensagem quer deixar aos Sportinguistas nesta época festiva? Espero que passem excelentes momentos com as vossas famílias e que tenham um óptimo Natal. Espero que nos apoiem nesta fase em que temos alguns jogos importantes e em que precisamos de vocês. Sabemos que podemos contar com isso. Agora, aproveitem esta época festiva com os que vos são próximos.


13 // SPORTING 4006

PERGUNTAS RÁPIDAS Melhor golo pelo Sporting CP? O primeiro na UEFA Champions League, contra o Lille OSC, e o meu livre directo. O melhor ponta-de-lança da história? É quase impossível escolher um. Diria Zlatan, os dois Ronaldos e Luis Suárez. Hat-trick ou golo decisivo? Depende de quão decisivo. Se for numa final, escolho sempre um golo decisivo, mas normalmente quando marcamos um hat-trick ganhamos o jogo. Colega de equipa mais engraçado? Franco Israel. Desportos favoritos para além de futebol? Nenhum em específico. Melhor estádio para se jogar como visitante? Quando joguei em Wembley foi incrível porque é gigante e icónico. Melhor amigo que já fez no futebol? Quase todos os meus amigos vêm do futebol de uma forma ou outra e é difícil escolher um. Defesa mais difícil de enfrentar? Joguei contra muitos defesas de grande qualidade, não consigo escolher só um. Melhor atleta de todos os tempos? Há tantos de diferentes modalidades… Michael Jordan, Tiger Woods, Cristiano Ronaldo, Diego Maradona, Lionel Messi… Há muitos e depende se temos um favorito ou não. Admiro todos pelo que fizeram. Como descreveria o Sporting CP numa palavra? Família. Local favorito em Lisboa? As praias no Verão. Areia ou neve? Areia, com certeza. O que seria se não fosse um futebolista? Não quero pensar nisso porque não tinha um plano B. Estou feliz enquanto futebolista. Comida portuguesa ou comida sueca? Comida sueca. Desculpem, mas adoro comida sueca, ainda que a comida portuguesa seja muito boa. Também gosto. Férias de sonho? Gostava muito de ir à América do Sul, onde nunca estive. Neste momento, em que vivo em Lisboa, também considero férias de sonho ir a casa, à Suécia. Animal favorito? Leão, claro. Hobby favorito? Passar tempo com pessoas com quem sou próximo. Séries de televisão ou filmes? Séries. Género musical favorito? Gosto de várias coisas diferentes. Para mim, se é bom, é bom. Neste momento, diria afro house. Se tivesse um superpoder, qual seria? Teletransporte, sem dúvida.


14 // SPORTING 4006

FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL

CONRAD HARDER E JOÃO SIMÕES ALEGRAM O NATAL A FAMÍLIAS DE ACOLHIMENTO OS DOIS FUTEBOLISTAS ESTIVERAM NA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA NUMA INICIATIVA DA FUNDAÇÃO SPORTING, INSERIDA NAS ACÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL MENSAIS QUE ORGANIZA E QUE ABRANGEU AINDA A QUADRA NATALÍCIA. ESTAS FAMÍLIAS ACOLHEM CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE PERIGO, ENQUANTO AS SUAS NÃO PODEM CUIDAR DELAS. Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Tiago Matos

Conrad Harder e João Simões foram convocados pela Fundação Sporting, na última sexta-feira, para uma acção de responsabilidade social na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), com famílias que acolhem crianças em situação de perigo, enquanto as suas famílias não podem cuidar delas. Um “jogo” diferente ao qual os dois atletas acederam com o empenho e a garra que mostram sempre em campo e que proporcionou uma tarde especial a todos os presentes, ajudando também a divulgar este projecto da Santa Casa da Misericórdia que pretende, acima de tudo, “garantir que as crianças em situação de perigo tenham um futuro de qualidade”, como referiu Patrícia Bacelar, directora do Núcleo de Acolhimento da SCML. Foi também nesse sentido, e de forma a dar conta da importância das famílias de acolhimento, que a Fundação Sporting escolheu a instituição nesta quadra especial, uma vez que o lema de Natal do Sporting CP este ano é “Família há só duas” e o da

João Simões e Conrad Harder estiveram na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Fundação é “Na distância, somos presença”. “Viemos aqui, como vamos todos os meses a algum lado, mas claro que o Natal é sempre uma altura especial. Temos sempre muitos pedidos e desta vez escolhemos a SCML, nossa parceira de longa data, tendo em conta os ‘motes’

Conrad Harder num momento de pintura com uma das crianças acolhidas

deste ano e o facto de podermos estar com famílias, no caso famílias de acolhimento”, referiu Inês Sêco, coordenadora-executiva da Fundação Sporting, acrescentando: “Trazer aqui este calor e tanta esperança nesta altura do Natal foi bom para todos”. Os dois jogadores da equipa principal de futebol do Sporting CP, que se fizeram acompanhar pelo Jubas, sentiram isso mesmo e estiveram sempre muito sorridentes e disponíveis, dando vários autógrafos e tirando muitas fotografias, assim como jogaram à bola, mostraram os dotes nos trabalhos manuais – em particular na pintura – e entregaram vários brindes natalícios. “É uma época especial do ano. Eu tenho saudades da minha família e eles têm saudades da família deles, mas recebem muito amor nas famílias de acolhimento. Para mim foi bom estar aqui porque

é bom dar e receber este amor, mostrar-lhes que há muitas coisas boas na vida e que todos podemos ser felizes”, disse Conrad Harder, aos meios de comunicação Leoninos, acrescentando: “No Sporting CP somos uma grande família e é bom partilhar este amor com todos”.

João Simões concordou com o companheiro de equipa, reforçando que “esta altura do ano é de estar com os familiares e amigos” e que, por isso, “foi muito bom” proporcionar uma tarde diferente a todos os presentes, olhando também para a importância das famílias de acolhimento: “É de realçar o papel delas porque ajudam as crianças que precisam a crescerem como pessoas e a terem as mesmas oportunidades que as outras têm”. Artur Paiva e Pona percebeu que poderia ajudar a que assim fosse e há dois anos que acolhe uma criança indicada pela SCML. “Eu e a minha mulher começámos a falar sobre estas campanhas da Santa Casa da Misericórdia e percebemos que tínhamos vontade de ajudar uma criança. Ao fim de um ano, tivemos a notícia de que podíamos acolher uma menina em nossa casa, já passaram dois anos e tem sido uma grande alegria. É uma experiência desafiante, mas muito reconfortante. A família cresceu, agora somos cinco e é uma animação”, disse, admitindo que “são todos Sportinguistas” e que também “o Sporting CP ajuda à alegria de todos lá em casa”.

João Simões a mostrar os dotes enquanto brincava com as crianças


FAMÍLIA HÁ SÓ DUAS

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K


16 // SPORTING 4006

FUTEBOL FORMAÇÃO

NATAL NO PÓLO EUL JOGADORES DA FORMAÇÃO DA ACADEMIA CRISTIANO RONALDO SURPREENDERAM OS MAIS NOVOS, TREINARAM COM ELES E AINDA LHES ENTREGARAM UM PRESENTE DE NATAL. Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: Isabel Silva

Os jogadores do futebol de formação do Pólo EUL foram surpreendidos, na passada quarta-feira ao final do dia, pelos jogadores da formação da Academia Cristiano Ronaldo, numa acção integrada na quadra natalícia. Miguel Gouveia, Manuel Kissanga, Lucas Anjos, Marlon Júnior, Rafael Mota, Eduardo Felicíssimo, Atanásio Cunha,

Guilherme Santos, Rodrigo Dias, João Assunção e Diego Farinha, jogadores do Sporting CP que actuam entre as equipas sub-15 e equipa B, apareceram de surpresa e distribuíram presentes entre os mais novos. Foram cerca de 190 os jovens atletas que receberam uma bola de futebol do Sporting CP das mãos dos mais velhos e a equipa de petizes ainda teve a oportunidade de treinar com eles, num jogo de 10 para 10.

JOVENS LEÕES VISITAM CERCIMA FUTEBOLISTAS SUB-14 E SUB-15 EM ACÇÃO SOLIDÁRIA NA COOPERATIVA DE EDUCAÇÃO, REABILITAÇÃO, CAPACITAÇÃO E INCLUSÃO DE MONTIJO E ALCOCHETE, C.R.L.. Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: José Lorvão

ainda, uma conversa com perguntas de

Em mais uma acção solidária nesta quadra

experiências.

natalícia, o Sporting Clube de Portugal visi-

Rodrigo Relvas, com 14 anos e que tem

tou a CERCIMA numa iniciativa organizada

actuado pelos sub-15 em 2024/2025, foi

em conjunto pela Fundação Sporting e pela

um dos integrantes da comitiva verde e

Academia Cristiano Ronaldo.

branca e fez um balanço muito positivo do

Alguns jogadores do futebol de forma-

sucedido.

ção Leonino, nomeadamente das equipas

“O ano está a acabar e foi uma boa e nova

sub-14 e sub-15, estiveram na Cooperati-

experiência que ainda não tínhamos tido. É

va de Educação, Reabilitação, Capacitação

bom porque nos faz ver outra realidade, até

e Inclusão de Montijo e Alcochete, C.R.L.

porque por vezes não damos valor a certas

(CERCIMA), uma organização criada em

coisas. (...) Acho que gostaram e espero

1976 que visa ser um mediador para a in-

fazer isto mais vezes”, contou aos meios de

clusão e mudança social, capacitando as

comunicação Leoninos.

pessoas na sua diversidade e pluralidade

Martim Sousa, de 13 anos e dos sub-14, re-

para o exercício dos seus direitos.

velou que ofereceu “um gorro e uma caixa

Os atletas do emblema de Alvalade visi-

de lápis”. “Gostámos de ver a reacção, fica-

taram as instalações e conviveram com os

ram contentes. (...) Juntámo-nos no pátio e

residentes, distribuindo sorrisos e presen-

fizemos perguntas uns aos outros. Gostei”,

tes de Natal alusivos ao Clube. Seguiu-se,

acrescentou.

Jovens Leões influenciados por Viktor Gyökeres

Jogadores mais velhos treinaram com os petizes

A comitiva verde e branca na CERCIMA

parte a parte num ambiente de partilha de


17 // SPORTING 4006

FUNDAÇÃO SPORTING

COMBATER A SOLIDÃO ATRAVÉS DA ACTIVIDADE FÍSICA FUNDAÇÃO SPORTING E BETANO JUNTARAM-SE PARA ORGANIZAR UM EVENTO DEDICADO AOS MAIS VELHOS E NEM HIDEMASA MORITA FICOU DE FORA.

O Multidesportivo recebeu uma aula de ginástica sénior

Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: Frederico Ferreira

A Fundação Sporting juntou-se à Betano para uma iniciativa que proporcionou um dia diferente e inesquecível a idosos das instituições Coração Amarelo, Pedalar sem Idade e A Avó Veio Trabalhar. Com o objectivo de promover o convívio, combater a solidão e destacar a importância a actividade física, a acção teve lugar no Estádio José Alvalade. Pela manhã, várias dezenas de participantes começaram o dia com uma aula de ginástica sénior com a orientação de professores do Sporting CP. No pavilhão terceiro piso do Multidesportivo, reinou a animação e a boa-disposição – assim como a actividade física. No final da aula, que já causou muitos sorrisos, todos os idosos participaram num almoço de Natal no Estádio José Alvalade. Já na parte final, foi possível conhecer a Tribuna Presidencial e

receber uma visita muito especial: Hidemasa Morita, jogador da equipa principal de futebol que tirou muitas fotografias com os presentes. No final da iniciativa, Inês Sêco, coordenadora-executiva da Fundação Sporting, fez um balanço muito positivo. “Fomos desafiados pela Betano para nos associarmos a este evento solidário de Natal. Aceitámos e recebemos aqui os 100 idosos a almoçar, desafiando alguns deles a ter uma aula de ginástica sénior. Queremos transformar vidas através do desporto, que não tem limite de idade. No final do almoço, tivemos a surpresa da presença do Hidemasa Morita, que deu muito que falar”, começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos. Para Inês Sêco, “nada melhor do que uma mesa, uma refeição, para agregar a comunidade mais idosa”. “É uma forma de estarem juntos e trocarem ideias”,

acrescentou. Inês Andrade, PR & communications manager da Betano Portugal, também terminou o dia com um sorriso no rosto: “Este Natal queríamos fazer a diferença. Desenvolvemos várias iniciativas de solidariedade social com o intuito de chegar a causas que consideramos importantes. Achámos relevante chegar aos idosos, porque fala-se muito do Natal para as crianças, que são a alegria desta quadra festiva, mas muitas vezes os idosos são esquecidos. Quisemos proporcionar um almoço natalício e uma aula de ginástica sénior. Foi um dia diferente que se vão lembrar sempre. Estou muito satisfeita com o resultado”. Para Inês Andrade e para a Betano, “é muito bom ter esta parceria com o Sporting CP” e sentir que o Clube acompanha quando existe a intenção de “fazer algo pela comunidade”. Gracinda Rebolo, Sportinguista de 76 anos, foi uma das partici-

pantes: “A aula foi espectacular. Estou habituada a fazer ginástica no Clube e foi a melhor coisa que podia acontecer. Este tipo de convívio e vitalidade fazem falta às pessoas seniores. Sair todos os dias de casa, nem que seja só para caminhar, é muito bom e consigo fazer muitos amigos novos. Sinto-me muito bem”.

Elisa Marques, também Leoa de 76 anos, descreveu a experiência como “muito boa”. “Foi a primeira vez que fiz ginástica e gostei muito. Já tinha ido ao Estádio José Alvalade e à Academia Cristiano Ronaldo, mas nunca tinha vindo aqui [Multidesportivo]. A experiência foi muito boa e estar aqui é um orgulho”, contou.

Naturalmente, Hidemasa Morita foi muito requisitado no final do almoço


18 // SPORTING 4006

CLUBE

PRÉMIOS STROMP FECHAM O ANO COM NOVA NOITE DE SPORTINGUISMO GRUPO STROMP ENTREGOU 36 DISTINÇÕES NA 62.ª GALA. Texto: Xavier Costa Fotografia: João Pedro Morais

Com mais um ano a chegar ao fim, o Grupo Stromp organizou a habitual cerimónia dos Prémios Stromp. O Hotel Sheraton, em Lisboa, voltou a ser o palco da mítica gala, na última quinta-feira à noite, para entregar um total de 36 distinções – 19 por escolha e 17 por inerência – dos mais prestigiantes galardões do Universo do Sporting Clube de Portugal. Desde 1963 que os Prémios Stromp são atribuídos a atletas, treinadores, dirigentes, Sócios e funcionários que se distinguem ao serviço do emblema de Alvalade. De entre os recentes premiados por escolha do Grupo Stromp, liderado por Carlos Barbosa da Cruz desde a passada edição dos Prémios Stromp, os atletas do ano foram Martim Costa e Jéssica Inchude, ambos com um 2024 para recordar, enquanto as eleitas Equipas do Ano foram a principal masculina de futebol e a de andebol. Por seu turno, Ricardo Costa foi escolhido como Técnico do Ano e Carlos Carneiro ficou com o prémio de Coordenador. No que toca aos galardões do futebol, Viktor Gyökeres (Futebolista do Ano), Geovany Quenda (Revelação do Ano Futebol) e João Simões (Academia) foram os protagonistas. Já nas moda-

lidades, a revelação do ano foi o hoquista Rafael Bessa. O presidente Frederico Varandas recebeu o prémio Dirigente e o na categoria Saudade Vítor Salgado e Israel Dias, do Grupo Stromp, foram os homenageados. Na categoria Dedicação, a distinção atribuída à Diáspora Sportinguista, foi recebida por João Palma, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting CP. Destaque ainda para os prémios Especial Gratidão atribuído a Manuel Fernandes, falecido durante o ano que agora finda, e Especial Devoção entregue a António Soares Casquilho. Patrícia Silva Lopes (Funcionário), MBW (Patrocinador) e o Núcleo SCP de Braga (Núcleos) também foram distinguidos com prémios na categoria Especial. Depois, fruto das conquistas conseguidas a nível internacional ao longo de 2024, vários atletas foram galardoados por inerência. Pelos seus feitos a nível europeu, os distinguidos foram a equipa de hóquei em patins, Pedro Ferreira (ginástica), Diogo Abreu (ginástica), Rafael Domingues (ginástica), Sofia Correia (ginástica), Tiago Duarte (karaté), Liliana Cá (atletismo), Igor Oliveira (atletismo VIRTUS) e Filipe Marques (paratriatlo PT5), enquanto Tiago Pereira (atletismo), André Santos (kickboxing), Tiago Santos (ki-

Grupo Stromp distinguiu 36 personalidades do universo Sportinguista

ckboxing), Vicente Pereira (natação adaptada), André Almeida (natação adaptada), Diogo Matos (natação adaptada), João Costa (tiro) e João Soldado (ténis de mesa adaptado) viram reconhecidas pelo Grupo Stromp as suas proezas a nível mundial. Frederico Varandas, presidente do Sporting CP, que como habitualmente se fez acompanhar por elementos dos Órgãos Sociais do Clube, tomou a palavra para discursar aos presentes e começou por distribuir os méritos e agradecimentos pela distinção com que foi agraciado – o seu terceiro Prémio Stromp. “Mais uma vez, este prémio não é meu. É de inteira justiça que seja distribuído por todos os Órgãos Socias que desde Setembro de 2018 reergueram o Sporting Clube de Portugal”, atentou, destacando em particular o Conselho Directivo como “o escudo invisível do Sporting CP” em prol de um clube cada vez mais “saudável, forte, pujante e com futuro”. “2024 ficará na História como um dos melhores anos do Sporting CP. Um ano muito encorajador, não só em relação ao que conseguimos, mas também em relação ao nosso futuro. Foi um ano de tanto sucesso que, neste final do ano, sentimo-nos um pouco vítimas desse sucesso”, resumiu o presidente, antes de abordar a

actualidade do Clube, especialmente no que à equipa de futebol diz respeito e à mudança no comando técnico efectuada. “Tínhamos um plano bem definido com o compromisso de todas as pessoas. No final desta temporada 2024/2025, o nosso ex-treinador [Rúben Amorim] sentiu que era o momento de terminar o ciclo e queria fazê-lo com o Bicampeonato. Preparámos a equipa para isso e arrancamos a época tal qual como terminamos a anterior: como uma máquina afinada”, frisou, recordando depois a forma como a entrada em cena do Manchester United FC, “um grande clube europeu com outra capacidade financeira”, obrigou a “mudar tudo o que estava planeado” e sublinhou que, desta forma, “o Sporting CP não escolheu o timing dessa mudança de ciclo”. “É a primeira vez em Portugal que um treinador sai por sucesso desportivo a meio da época. Nunca tinha acontecido, então o que fazer? Plano A não há, já foi. Plano B: antecipar o que tínhamos preparado e sabíamos quão difícil era substituir o segundo treinador com mais jogos na História do Sporting CP. Ou, outra opção, trazer alguém de fora, sabendo que íamos fazer sete jogos em 26 dias, ou seja, não ia ter tempo sequer para treinar e o grupo ia ter muita dificuldade em entender alguém que quisesse jogar de forma diferente”, considerou. Posto isto, Frederico Varandas não teve dúvidas quanto à “decisão racional” a tomar e que passava, nas suas palavras, por “antecipar o plano que estava previsto”. “Vou carregar para o resto da minha vida este convite [ feito a João Pereira] como o mais ingrato e o presente mais envenenado que se podia dar a um jovem treinador que se está a lançar. O treinador e o grupo sabem, o Sporting CP não quis que fosse este o momento, mas teve de ser”, afirmou, elencan-

do de seguida uma série de factores que têm condicionado a equipa neste momento de transição. Para lá do “choque emocional” transversal a todo o Clube após a saída de Amorim, que não escondeu, o líder máximo dos Leões lembrou também as várias lesões importantes que têm assolado o plantel. “Uma média de cinco ou seis titulares de fora”, atentou, apontando ainda o exemplo similar do Manchester City FC: “Perdeu jogadores nucleares e nos últimos 11 jogos só ganhou um. A explicação é clara e óbvia para a imprensa: a onda de lesões condiciona, mas aqui não”. Além disso, incidiu sobretudo nas últimas duas derrotas concedidas na Liga. “O Sporting CP jogou muito bem? Não, mas comparem as estatísticas com jogos dos nossos rivais em que empataram recentemente e vejam como o Sporting CP não só não merecia empatar, mas vencer. Perdemos, e isso acontece no futebol”, disse Frederico Varandas, que se apoiou e corroborou também conclusões do Conselho de Arbitragem (CA) sobre o Sporting CP ter sido também prejudicado por “arbitragens infelizes”. Apesar disso, o presidente verde e branco afiançou que continua “a acreditar no Conselho de Arbitragem do futebol português em vigor”. “O próprio CA decidiu pôr ‘na jarra’ os árbitros que apitaram estes jogos, mas também os de um jogo de um rival nosso, que teve uma arbitragem feliz para o seu lado. Como em todas as profissões, há árbitros mais ou menos competentes, com mais ou menos experiência. Não tenho dúvidas de que não há nenhuma conspiração dos árbitros contra o Sporting CP”, garantiu. Frederico Varandas não negou que “a equipa está a sofrer por todas estas condições e circunstâncias”, mas está pronta para reagir e deixou uma mensagem de confiança aos Sportinguistas.


19 // SPORTING 4006

“Não quisemos isto, mas não vamos ficar a chorar. Olhem para o exemplo dos nossos jogadores em campo, do nosso capitão, do Viktor [Gyökeres], Trincão, que andam a jogar 90 [minutos] sobre 90. Está ali um menino e o que se diria de um menino como o João Simões se fosse de outro clube. Não fez pré-época, tem 17 anos e eu, depois de ter liderado departamentos clínicos e unidades de performance, nunca tinha visto um jogador correr 16 quilómetros num jogo de futebol, nem com a sua maturidade”, realçou, acrescentando de forma convicta: “Não é por acaso que usam o escudo de Campeões Nacionais. Garanto-vos que vão lutar até ao fim pelo Bicampeonato”. E apesar das dores de crescimento neste momento de transição, o presidente do emblema de Alvalade enalteceu a posição muito favorável do Sporting CP no futebol, nas modalidades e a nível institucional. “Vejo que lideramos o campeonato, estamos nos quartos-de-final da Taça de Portugal, temos dez pontos na UEFA Champions League e estamos muito próximos de atingir o objectivo de passar à fase se-

guinte e estamos na final four da Taça da Liga. Vejo também as modalidades, com o nosso ADN, a vencer e a conquistar a Europa e vejo um clube que detém 90% da SAD”, detalhou. “Não se iludam, muitas das críticas que existem sobre o momento do Sporting CP tem o nome de João Pereira, mas não é a ele que lhe são dirigidas em grande parte. Eu percebo e se estivesse do lado de lá ainda perceberia melhor. Abriu-se uma brecha e os nossos rivais achavam que o

Sporting CP em Dezembro já estava a pensar na época seguinte ou que está falido. Não”, vincou rotundamente, completando: “Lamento, pois o Sporting CP não volta para trás”. “Não sei se vamos ser Bicampeões, mas seja de que forma for o Sporting CP vai continuar a lutar por títulos e isso não volta atrás. Este é o lugar que o Sporting CP nunca deveria ter deixado de ocupar”, enalteceu Frederico Varandas, fechando o seu longo discurso com “Viva o Sporting CP”.

Frederico Varandas, presidente do Sporting CP, recebeu o seu terceiro Prémio Stromp

PRÉMIOS STROMP 2024 ESCOLHA

INERÊNCIA

O Atleta do Ano – Martim Costa (andebol) A Atleta do Ano – Jéssica Inchude (atletismo) Equipas do Ano – Equipa principal masculina de futebol e equipa masculina de andebol Revelação do Ano Futebol – Geovany Quenda Revelação do Ano Modalidades – Rafael Bessa (hóquei em patins) Futebolista do Ano – Viktor Gyökeres Técnico do Ano – Ricardo Costa (andebol) Coordenador – Carlos Carneiro (andebol) Dirigente – Frederico Varandas Academia – João Simões Dedicação – Diáspora Sportinguista Saudade – Vítor Salgado e Israel Dias (Grupo Stromp) Especial Funcionário – Patrícia Silva Lopes Especial Patrocinador – MBW Especial Núcleos – Núcleo SCP de Braga Especial Gratidão – Manuel Fernandes Especial Devoção – António Soares Casquilho

Europeu – Equipa de hóquei em patins Europeu – Pedro Ferreira (ginástica) Europeu – Diogo Abreu (ginástica) Europeu – Rafael Domingues (ginástica) Europeu – Sofia Correia (ginástica) Europeu – Tiago Duarte (karaté) Europeu – Liliana Cá (atletismo) Europeu – Igor Oliveira (atletismo VIRTUS) Europeu – Filipe Marques (paratriatlo PT5) Mundial – Tiago Pereira (atletismo) Mundial – André Santos (kickboxing) Mundial – Tiago Santos (kickboxing) Mundial – Vicente Pereira (natação adaptada) Mundial – André Almeida (natação adaptada) Mundial – Diogo Matos (natação adaptada) Mundial – João Costa (tiro) Mundial – João Soldado (ténis de mesa adaptado)

WE ARE OUR LEGACY C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Vintagiteed Editis Lim Já disponível em lojaverde.sporting.pt e nos vários pontos de venda Sporting CP.


20 // SPORTING 4006

ENTREVISTA

ANDRÉ KRISTENSEN

“NÃO HÁ LIMITES PARA A NOSSA EQUIPA, PRINCIPALMENTE A JOGAR EM CASA” AOS 24 ANOS, ANDRÉ KRISTENSEN, GUARDA-REDES DA EQUIPA DE ANDEBOL DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, ESTÁ A VIVER A MELHOR FASE DA CARREIRA - E O FUTURO PARECE AINDA MAIS RISONHO, TANTO A NÍVEL INDIVIDUAL COMO COLECTIVO. CAMPEÃO NACIONAL, A BRILHAR NOS GRANDES PALCOS DA EHF CHAMPIONS LEAGUE E CONVOCADO PELA PRIMEIRA VEZ PARA O CAMPEONATO DO MUNDO DO PRÓXIMO JANEIRO AO SERVIÇO DA SELECÇÃO DA NORUEGA, RESPONDEU ÀS PERGUNTAS DO JORNAL SPORTING E GARANTIU QUE ESTÁ “A GOSTAR MUITO DA VIDA NESTE MOMENTO”. “TEM SIDO UM SONHO”, ADICIONOU.

Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: João Pedro Morais, José Lorvão

Uma excelente temporada a nível doméstico, uma fan‑ tástica prestação na EHF Champions League, as pri‑ meiras internacionalizações pela selecção da Noruega, a convocatória para o Campeonato do Mundo… Que grande temporada está a ter, não? Sim. Estou muito orgulhoso e feliz com o nível em que estou agora. Só me dá motivação para trabalhar ainda mais. Estou a gostar muito da vida neste momento, tem sido um sonho. É muito bom jogar com o Sporting CP na EHF Champions League e estar bem nas provas domésticas. Espero continuar assim.

Alguma vez imaginou ganhar jogos na EHF Champions League contra equipas como Veszprém HC, Füchse Berlin, Paris Saint-Germain e outras? Pensámos nisso antes do início da temporada, mas, para ser honesto, não esperava que conseguíssemos estes resultados na primeira vez de tantos de nós na EHF Champions League. No entanto, estava confiante que íamos conseguir bons jogos contra essas equipas e que íamos fazer mais do que aquilo que esperavam de nós. Não há limites para a nossa equipa, principalmente a jogar em casa. O Pavilhão João Rocha tem estado cheio e com grandes ambientes em vários jogos. Como é jogar aqui? É fantástico e inacreditável. Não há muitos mais pavilhões

que se possam comparar ao nosso. É muito especial e dá para sentir que os adversários ficam algo assustados porque o ambiente é muito eléctrico. Ganhamos confiança e energia extra, é muito bom. Fora de casa, algumas vezes a milhares de quilómetros de Portugal, também costumam ter um grande apoio nas bancadas. Como é sentir esse apoio tão longe da vossa base? É incrível. Quando cheguei, sabia que o Sporting CP era muito grande em Portugal, mas não fazia ideia de que tinha tantos adeptos em todo o planeta. Temos muitos adeptos em todos os jogos, muitas vezes parece que estamos a jogar em casa.


21 // SPORTING 4006

Tem melhorado a cada ano que passa, mas em 2024/2025 tem estado em grande forma. O que acon‑ teceu para estar a um nível tão alto esta época? É a evolução natural. Estou a dar passos importantes a cada temporada que passa e isso também se deve à experiência que vou ganhando, claro. Temos muitos jogos a um nível muito alto e, para mim, isso tem sido importante. Para além disso, treinamos muito bem e, sendo consistentes no nosso trabalho, temos resultados.

“ESTOU MUITO ORGULHOSO E FELIZ COM O NÍVEL EM QUE ESTOU AGORA” Chegou ao Sporting CP em Dezembro de 2022. Já dis‑ se que foi uma grande mudança para si tanto enquanto jogador de andebol como na vida pessoal. Considera-se completamente adaptado dois anos depois? Na altura, foi um passo gigante para mim. As cidades na Noruega não são muito grandes e Lisboa é muito maior. Para além disso, não dá para comparar o nível e o interesse gerado pelo Sporting CP com os clubes onde joguei. Estou numa fase bem mais confortável agora e cresci muito como pessoa. Descobri que estou mais feliz e confortável comigo próprio nesta fase. O que mais gosta de Lisboa? É uma cidade muito boa e o clima é, claro, muito melhor do que na Noruega, onde estão todos com inveja de mim neste Inverno. Para além disso, adoro a comida. Nas folgas, há muitas opções e coisas para fazer aqui. Gosto muito de experimentar novos restaurantes, por exemplo. Há muitas diferenças óbvias entre Portugal e a Noruega, claro, mas o que o surpreendeu mais? As pessoas são muito quentes e boas a incluir os outros. São pessoas mais familiares, tomam conta uns dos outros e têm a mente mais aberta. Na Noruega, as pessoas são mais fechadas. Os círculos são mais pequenos e essa foi a maior diferença que reparei. Para além de família e amigos, do que sente mais falta de casa? Nesta altura de Natal, sinto falta do espírito natalício. É difícil senti-lo sem neve e com tanto sol. Para mim, o Natal em Lisboa está mais parecido com o Verão. Sinto falta, também, de alguma comida norueguesa e outras questões culturais. Mas a parte mais difícil é estar longe de amigos e família.

to boa e temos uma excelente relação. O Santiago também é um óptimo companheiro e tem muita ambição. Trabalhamos muito bem juntos, gostamos uns dos outros e o espírito é bom. Desde que chegou ao Sporting CP que tem tido vários colegas nórdicos, como Orri Þorkelsson ou William Höghielm, agora, e Espen Våg, Benjamin Jakobsen ou Jonas Tidemand, antes. São quase todos de países dife‑ rentes, mas ter os seus ‘vizinhos’ numa parte tão dife‑ rente da Europa é importante? É crucial porque fica muito mais fácil. São pessoas que estão habituadas ao mesmo que eu, que partilham os mesmos sentimos. O facto de o Espen estar aqui quando eu cheguei foi muito importante porque sabia que podia ter alguém com quem falar. Com os restantes, também é muito bom porque entendemo-nos todos uns aos outros. O Orri, por exemplo, jogou na Noruega e aprendeu norueguês. Com o William também é simples porque norueguês e sueco são muito similares.

“TEMOS MUITOS ADEPTOS EM TODOS JOGOS, MUITAS VEZES PARECE QUE ESTAMOS A JOGAR EM CASA” Como tem sido trabalhar com Ricardo Costa e o restan‑ te staff? É muito diferente do que tinha na Noruega? A maior diferença é o tamanho do staff. Há mais pessoas para nos ajudar no que for preciso e isso é muito bom. O Ricardo é muito bom, entende-nos e fala muito bem, assim como o Ricardo Candeias e o Alexandre Moreira, que foram guarda-redes e ajudam muito. Tem sido óptimo.

“O RICARDO [COSTA] É MUITO BOM, ENTENDE-NOS E FALA MUITO BEM” Quais são as áreas onde reparou que mais melhorou? E onde é que ainda pode melhorar? Onde mais melhorei foi na leitura do jogo. Estou muito melhor no que diz respeito a estar na posição correcta. Consigo prever melhor as situações do que antes. Mas

“NÃO HÁ MUITOS MAIS PAVILHÕES QUE SE POSSAM COMPARAR AO NOSSO” Quando chegou, Leo Maciel era o outro guarda-re‑ des. Quão importante foi ter um colega de posição tão experiente? O Leo foi muito bom para mim e agradeço-lhe muito. Ajudou-me muito e a sua experiência, até porque já tinha estado no FC Barcelona, outro clube que também tinha futebol e outras modalidades, foi importante para entender como as coisas funcionavam. Na Noruega, os clubes de andebol só têm andebol e eu precisava de me adaptar, assim como à cultura do Sul da Europa. O Leo fez-me adaptar muito mais rapidamente. Partilha, agora, o posto com Mohamed Ali e Santiago Póvoas. Como é a vossa relação? Damo-nos muito bem. O Mohamed é uma pessoa mui-

André Kristensen em acção na EHF Champions League

tenho de melhorar em tudo, até porque, no meu caso, posso saber e ter várias técnicas diferentes para defender uma bola e escolher a errada. É algo que tenho de trabalhar porque cada jogo é diferente e tem situações distintas. Também há coisas a melhorar tecnicamente e temos de pensar no que foi feito e resultou para seguir pelo mesmo caminho.

“HÁ UMA LIGAÇÃO MUITO FORTE, SOMOS AMIGOS PARA ALÉM DE COLEGAS DE EQUIPA” Como descreve o ambiente no balneário, nos treinos e nas longas viagens? A relação entre nós é muito boa. Há uma ligação muito forte, somos amigos para além de colegas de equipa. Gostamos de passar tempo juntos, divertimo-nos e isso é muito importante para sermos uma equipa bem-sucedida.

“QUANDO GANHAMOS A PRIMEIRA VEZ FICAMOS COM MAIS VONTADE DE GANHAR MAIS” Ter uma equipa tão jovem, mas talentosa permite ter a oportunidade de estar numa atmosfera de desen‑ volvimento ao mesmo tempo que se luta por títulos. O Sporting CP é o melhor sítio para um jovem e talentoso andebolista? É um sítio fantástico para se estar. Analisei isso antes de vir e é muito importante estar com pessoas que estão em fases semelhantes das suas carreiras e que têm fome de sucesso e ambição. Se queremos ser melhores, os treinos vão ser melhores. Fica mais fácil garantir um futuro sustentável. Já conquistou um Campeonato Nacional, duas Taças de Portugal e duas Supertaças pelo Sporting CP. Imagino que não queira ficar por aqui… Claro. É um cliché, mas é verdade que quando ganhamos a primeira vez ficamos com mais vontade de ganhar mais. Espero que consigamos fazê-lo. >>


22 // SPORTING 4006

As competições de clubes vão parar agora, com o Sporting CP a voltar a jogar apenas em Fevereiro, de‑ vido ao Campeonato do Mundo. Vai ser a sua primeira grande competição e logo em casa, na Noruega [assim como na Dinamarca e na Croácia]. Quão entusiasmado está? Estou muito entusiasmado e é difícil explicar por palavras. Quero que chegue rápido. Era um objectivo para mim porque sabia que, este ano, a Noruega seria um dos anfitriões. É muito especial para mim. É muito provável que defronte alguns colegas de equipa na primeira fase de grupos, onde a Noruega vai jogar com Portugal e Brasil, por exemplo. Vai ser bom? Já falámos sobre isso e só torna tudo ainda mais especial. Vai ser divertido. Conheço-os a eles e eles a mim, vai ser equilibrado e vai ser muito bom vê-los lá. Estamos no Natal e a passagem de ano também se apro‑ xima. Que mensagem quer deixar aos Sportinguistas? Obrigado por todo o apoio a cada ano que passa. Desejo um excelente Natal e uma boa época festiva. Quero voltar a ver-vos em Fevereiro. Tomem conta de vocês e das vossas famílias nesta bela época do ano e vemo-nos em breve.

“[O Sporting CP] é um sítio fantástico para se estar”, assegurou



24 // SPORTING 4006

ENTREVISTA

EDSON VALENCIA “ESTOU APAIXONADO PELO SPORTING CP” EM ENTREVISTA AO JORNAL SPORTING, EDSON VALENCIA ABRIU O CORAÇÃO. FALA DA FELICIDADE POR REPRESENTAR O SPORTING CP, DE UM GRUPO DE TRABALHO QUE VÊ COMO UMA FAMÍLIA, DE UMA AMBIÇÃO DE GRUPO QUE O IMPRESSIONA E DE UM AMBIENTE DE BALNEÁRIO QUE LHE DESPERTA MUITOS SORRISOS E ALEGRIA PELA UNIÃO E CUMPLICIDADE ENTRE TODOS. Texto: Nuno Miguel Simas Fotografia: João Pedro Morais, José Lorvão

Que balanço faz dos primeiros meses no Sporting CP e com a temporada sensivelmente a meio? Satisfação plena, é o que posso dizer. Já tinha uma história com o Clube como adversário e por já ter jogado com muitos jogadores que fazem parte do nosso plantel. Foi algo familiar, nada difícil a adaptação ao modo de trabalho da equipa, pela identidade do corpo técnico e dos jogadores. Por ser uma equipa grande, com um ‘peso’ tão importante, poderia ser difícil chegar e ficar adaptado rapidamente ao que representa jogar pelo Sporting CP. Foi muito satisfatório, já estamos quase com meio campeonato e tem sido bastante bom. Estamos sempre a melhorar e a melhorar a nível de equipa, mais do que resultados, de como estamos juntos, de como estamos todos na mesma linha e com os mesmos propósitos. Já ter sido orientado anteriormente por João Coelho, de ter Armando Velásquez [distribuidor da equipa], de Pedro Teixeira [treinador-adjunto] ajudaram a tornar essa integração fácil e as coisas muitos familiares? Toda a equipa técnica já é muito familiar. Quanto aos jogadores…realmente gosto disto e por ter vivido já muitas experiências já dá para identificar quando é um bom grupo de trabalho, quando é uma boa equipa e bons companheiros. Agora estou num lugar fantástico. O que torna João Coelho tão especial e capaz de extrair muito das suas máximas potencialidades?

Já joguei como atleta da equipa dele, como contra também. Ele é uma pessoa muito objectiva, muito observador e acho que conseguiu identificar qual a minha essência como jogador. Ele conseguiu perceber o que me motiva e acho que lutou tanto, porque foi uma ‘luta’ chegar a esta equipa, falámos tanto, que conseguiu convencer-me. Conhece-me como jogador, conseguimos falar a mesma linguagem e sim, tanto ele como o Pedro [Teixeira, treinador-adjunto] falávamos muito, falava muito com o Pedro, depois dos treinos na AJ Fonte do Bastardo, até chorámos juntos pelo interesse que tínhamos no resultado da equipa e construímos algo fora da quadra. Foi mais emocional, realmente, essa decisão de vir para o Sporting CP do que por um contrato. Foi mais por um propósito.

“A IDEIA É DAR TUDO PARA QUE A EQUIPA CRESÇA MUITO MAIS NO VOLEIBOL” Foi uma decisão com o coração? Sim, sim. Sinto o peso do Clube desde que cheguei a Portugal, já estive em equipas como o Vitória SC, que tem um certo impacto e desde que cheguei ao Sporting CP falam em Sporting CP vs. SL Benfica. Tínhamos essas equipas como referência da excelência em Portugal a nível de voleibol. Para crescer na Liga Portuguesa era tentar chegar aqui e quando se reuniram os factores de uma boa equipa técnica, um contrato mais interessante, tornou-se espectacular para poder chegar à equipa da melhor maneira possível.

O Edson ajuda o Sporting CP a ser melhor, mas o Sporting CP também está a fazer de si melhor jogador? Sim, realmente é recíproco. Tanto eu tento extrair o melhor da equipa e do Clube, como tento dar o meu melhor como jogador e como pessoa para complementar e retribuir o que me oferecem. É como uma balança, assim como consigo apanhar muitas coisas boas e que fazem crescer a equipa, também a ideia é dar tudo para que a equipa cresça muito mais no voleibol. Aos 37 anos qual o seu segredo? Encarar treinos como os jogos? Sim até fico um pouco preocupado, porque sou um bocado exagerado e é algo que às vezes não sei como gerir. Para ver como é a minha cabeça, todos os dias são finais. Estou no treino e a minha cabeça está a trabalhar como se estivesse a jogar uma final, todos os dias. Acontece que se estou a servir num treino, digo a alguém próximo: 24-25, a outra equipa está com um match-point e lá vou eu. E se falho, é uma dor como se tivesse perdido o set. Funciono assim, luto por uma bola ‘até morrer’, porque mentalmente esqueço que é um treino. Acredito sempre que estou a jogar uma final, porque quando fazes uma coisa de maneira repetitiva chega ao momento do jogo verdadeiro e é um treino mais. Se foram cinco dias de treino, é o sexto treino.

“ESTOU NO TREINO E A MINHA CABEÇA É COMO SE ESTIVESSE A JOGAR UMA FINAL”


25 // SPORTING 4006

Sente-se perfeccionista? Sim, mas é mais do que isso. Gosto de lutar para que quem está à minha volta esteja da melhor maneira possível. Há um instinto protector em si? Exactamente. É o instinto. Essa é a força que me motiva. Para algumas pessoas é só um jogo, mas não é só um jogo. Há pessoas, emoções dessas pessoas, que dependem de algo que nós fazemos. Quando vejo pessoas eufóricas, digo para mim, estamos a fazer bem o nosso trabalho. Há cerca de um mês, estava a deixar os meus filhos na escola, e quando estou a entrar no meu carro, chegou um senhor, que estava com um carrinho de oxigénio, que me abordou como se me conhecesse de toda a vida, tocou-me no ombro com uma grande alegria. Quando consegues, na situação difícil de uma pessoa, dar-lhe alegrias ou tirar-lhe preocupações da cabeça é um incentivo para lutar por uma bola. Existem muitas outras coisas por trás de cada bola, de cada ponto. Mais do que perfeccionismo, é uma entrega quase cega, porque muitas coisas dependem disso, não é só fazer um ponto. Cada ponto tem uma história, tem sensações, tem emoções. Dou tudo porque sei que cada vitória vai proporcionar alegrias, vai tirar preocupações. São muitas coisas. Também faz isso por sentir ambiente de família no Sporting CP? Isso, família. Para mim são família. Cada um dos jogadores é meu irmão, os treinadores são como pais. Estamos a conseguir que mais do que companheiros, todos nos vejamos como irmãos. No balneário é um ambiente espectacular.

“TENTO EXTRAIR O MELHOR DA EQUIPA E DO CLUBE, COMO TENTO DAR O MEU MELHOR COMO JOGADOR” Estão reunidas no balneário diferentes culturas, formas de ser e de estar. Como foi possível harmonizar tudo isso? Com um pouco de loucura. Vou dar o exemplo de Kobe Bryant, que quando chegava a um lugar se falava do efeito ‘Mamba’, que era talvez o impacto da maneira como ele trabalhava, da disciplina que ele impunha no ambiente de trabalho. Eu gosto muito de ver e de ler esse tipo de coisas, porque ajudam-me a crescer como desportista e a perceber o impacto que se pode impor num ambiente.

Um dos segredos é a equipa representar mesmo a soma das partes? Sim é isso, acreditamos uns nos outros e nos momentos em que é preciso acreditar, conseguimos fazê-lo. Somos capazes de colocar de lado o orgulho, ninguém entra com a mentalidade de que agora põem-me a jogar que a situação está difícil. Se acontece o contrário, perdemos. Todos sabemos que quem entra vai sempre dar o melhor, todos acreditamos, todos ligados e comprometidos. É uma equipa fantástica.

“GOSTO DE LUTAR PARA QUE QUEM ESTEJA À MINHA VOLTA ESTEJA DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL” É também uma equipa feliz e que se diverte a jogar? É feliz, sim. Por isso digo que a chave foi a ‘loucura’, despreocuparmo-nos de muitas coisas. Eu sou muito exigente comigo, por exemplo, já o Licek, se eu falho uma bola, vem ter comigo e diz: ‘Relax, brother’, isso cria boa disposição e retira pressão. Ele é muito engraçado. Todos os jogadores podem contribuir a qualquer momento? Sim, todos, mesmo todos. Já tivemos momentos bem complicados e todos mostraram capacidade de não ser melhor nem pior do que qualquer jogador. Normalmente quando se pensa mais a nível pessoal do que na equipa é onde entra esse problema de precisarem de ti e por estares chateado por não entrares dois ou três jogos, quando entras não és capaz do melhor que consegues fazer. Aqui estão todos focados no grupo, na equipa, no resultado. Temos ‘fome’ de ganhar, de desfrutar, de fazer coisas boas. Estamos a meio da temporada e o Sporting CP já ga‑ nhou dois troféus, a Supertaça e a Taça Ibérica. Antes disso, no Troféu Stromp as coisas nem correram bem. Como conseguiram dar a volta. Sentiram que houve dúvidas? Muitas. Foi uma prova de fogo, literalmente. Tinha havido muitos jogos seguidos [de preparação]. Tínhamos plantel para ganhar esse jogo [Troféu Stromp], mesmo cansados, mas por vezes é o factor psicológico. Não é tirar

No vosso caso nem foi preciso impor nada… Exactamente. Tem de haver um impacto, um detonador e no nosso caso, juntámo-nos e conseguimos fazer uma mistura muito boa entre esforço e disciplina e diversão. Muitas vezes isso é um problema, quando se está numa equipa de topo e vamos atrás de resultados, tira-se um pouco da diversão pelo foco. Nós conseguimos ter esse equilíbrio. Há algum exemplo concreto do que fala que possa referir? Quando chegou o Yurii [Synytsia] estávamos a fazer um treino e quando terminámos eu disse: “Oh, como estou velhinho”, no meu inglês muito ruim, ele olhou para mim e foi embora e eu pensei que iria ser uma relação muito difícil. Com os treinos e com o tempo, ele já sabe que eu adoro salsa e cha cha cha [música] e que logo às 10h30 me ponho a ouvir isso e se algum dia não acontece, ele pergunta: Edson, onde está a salsa? Ele, Jan Galabov, Licek, juntaram-se facilmente a essa alegria. Cada um dos meus colegas é espectacular e como estamos na mesma sintonia, na mesma maneira de trabalhar, se algum fica mais em baixo a equipa puxa por ele. “Acredito sempre que estou a jogar uma final”, referiu

a importância que tem o Troféu, nós sabemos o quanto é emblemático. Pode-se fazer um jogo fantástico numa quinta-feira e no jogo a seguir, teoricamente mais fraco, não temos a mesma intensidade. Acho que houve uma junção de fadiga física e mental e depois dessa derrota houve um trabalho ao nível psicológico de forma a não ficarmos abalados e continuarmos a acreditar. Vínhamos de treinos muito bons, sabíamos o que podíamos fazer e todos sabíamos que tinha sido apenas um mau jogo. Esse momento uniu-vos mais? Não. Tinha sido um mau jogo, mas sabíamos que eramos uma equipa muito melhor e que não tínhamos conseguido fazer o jogo que queríamos. Mas é um momento marcante de viragem? Porque nas duas semanas seguintes conquistaram dois troféus… Sabíamos que eramos muito melhores do que aquilo que tínhamos feito e que com mais descanso, com mais treinos, íamos conseguir fazer o nosso jogo. Que importância tiveram os dois troféus conquistados? Foi uma recarga de energias, de perceber a nossa força, o que somos. Saímos das duas finais a acreditar que a maneira como estamos a fazer as coisas é a correcta. E com fome de mais.

“HÁ EMOÇÕES DAS PESSOAS QUE DEPENDEM DE ALGO QUE NÓS FAZEMOS” No percurso oficial, há uma derrota frente ao SC Espinho [3-2], num jogo em que o Edson assina 37 pon‑ tos. Foi uma derrota também com culpas próprias, além do mérito do SC Espinho? Saí do jogo a perguntar-me porque não consegui fazer um pouco mais? E também com a sensação de que devia ter servido melhor. Todos pensámos que podíamos ter feito um pouco mais. Não é tirar o mérito ao adversário, mas errando menos, daria para alcançar essa vitória. No Sporting CP há a pressão de ganhar pela grandeza do Clube. Lida-se bem, ou também é preciso juntar outros ingredientes para ganhar? >>


26 // SPORTING 4006

No VC Viana, quando lá joguei, diziam-me que só precisamos de não descer, cada vitória não era uma exigência, não era obrigatória. No Sporting CP é completamente o contrário. Tentar ganhar tudo e quando se perde, sabemos as consequências e trabalhar a cabeça para tentar manter o foco de que é sim ou sim, para que os adeptos e as pessoas estejam contentes. É preciso ganhar sempre, é aí que se precisa da loucura e quando algum está em baixo, entra a música, as piadas e a diversão. Quando tiramos a preocupação de que temos de ganhar e só sabemos e só fazemos o que sabemos fazer e desfrutamos, aí é quando conseguimos estar focados e ganhar o que devemos ganhar. Quando as coisas ficam um pouco tensas e entra a loucura, estabiliza-se, baixa a pressão e aí temos sucesso. Ou seja, não pesa a responsabilidade? Já me perguntaram isso antes, se não pesava a camisola e o nome na camisola do Sporting CP e eu respondi. Nenhuma camisola me vai trocar o nome. Sou Edson Valencia e sou Edson Valencia em Viana, em Guimarães, em Fonte, em Israel, em França, onde quer que seja.

obrigação e quando estamos num lugar onde fazemos o que nos dá prazer, isso é matemático. Bons treinos, foco, esforço, um bom grupo de trabalho, é uma soma para obter bons resultados. Como foi a primeiro contacto com os Sportinguistas an‑ tes de começarem os jogos? É engraçado, porque muitos relembraram-me que em vários jogos tive uma acção decisiva para impedir o Sporting CP de fechar sets e diziam-me que os tinha feito sofrer. Gosto de situações complicadas. Agora gritam e vibram pelo meu nome e sei que estou a fazer as coisas da forma certa. O melhor ainda está para vir aqui no Sporting? Estamos a trabalhar para isso. As coisas estão a correr bem e trabalhamos para estarmos prontos para quando as coisas ficarem difíceis, porque temos de nos preparar para a ‘guerra’ em tempos de paz. Mentalizamo-nos de que não vai ser fácil, mais ainda quando se ganha e se habitua as

pessoas a ganhar, cada vez é mais difícil aceitar a derrota e com isso não digo que vamos perder as finais. Se ficarmos focados no resultado final, eu acredito, porque temos uma equipa como carácter e as condições, tanto físicas como psicológicas, para esse desafio. Vemos um atleta forte, temível na impulsão e remate, mas a sua principal força vem do seu interior? Chego a um lugar e luto muito para ficar apaixonado pelas pessoas do meu grupo, pelo staff, pelos adeptos. Parto daí, o meu início é esse, chegar a um lugar e apaixonar-me pelo que tenho à minha volta e depois não fazer as coisas por obrigação, por trabalho, mas por amor. Sou um pouco romântico nisso, mas é a maneira como vivo. Está apaixonado pelo Sporting CP? Sim, estou apaixonado pelo Sporting CP. Apaixono-me pelo sítio onde jogo, agora o Sporting CP é a minha família. Se me perguntas se estou apaixonado: sim, estou.

Não perde nunca a essência… Exactamente. Estou no Sporting CP e, se por exemplo, adoro a salsa, não vou ficar envergonhado por ser um ritmo que não se ouve muito. Pelo contrário, expresso-o muito para que digam que o Edson Valencia é ‘louco’, que gosta muito de dançar, esse sou eu. Assim. O plantel tenta também juntar-se fora do ambiente de trabalho? Sim, algumas vezes, temos as nossas famílias, mas precisamos sempre de tempo para nós. Entre jogadores, tanto podemos falar de coisas muito importantes como não e muitas vezes reunimo-nos em casa uns dos outros, cada um com os seus costumes: os argentinos com o ‘mate’, eu é mais comida e música e os outros gostam de tocar guitarra. Treino mais do que obrigação é prazer? Sim, aí está a chave. Para nós é um prazer treinar. Chegamos aqui e divertimo-nos. É um prazer, não é uma

Edson Valencia já levantou dois troféus pelo Sporting CP, mas tem a ambição de ganhar mais títulos de Leão ao peito

OPINIÃO

FELIZ NATAL... “À SPORTING” Ouço desde sempre, naquela sabedoria dos antigos, que o tempo voa. E com o avançar da idade, cada vez mais acho tão verdadeiro esse dito, que nos faz mesmo reflectir sobre a velocidade da vida. Parece que foi ontem o último e já estamos a chegar a mais um Natal. JUVENAL CARVALHO Esta é, mesmo, a última edição do nosso Jornal Sporting antes da quadra natalícia. E por isso, hoje, embora eu seja daqueles cuja filosofia é de que o Natal é sempre que um Homem quiser, como escreveu Ary dos Santos num poema que se celebrizou, como tantos outros da sua autoria, quero falar do Natal, fazendo um paralelismo com o Sporting Clube de Portugal. Já aqui o escrevi neste espaço, por tão marcante, que a prenda em criança que mais impacto teve em mim no Natal foi um equipamento à Sporting que me foi ofere-

cido pela minha avó materna, a Alice, aquela que me fazia todas as vontades, e que me aturava e omitia até aos meus pais todas as minhas traquinices de puto irreverente de bairro. A minha avó, que juntava ainda, à semanada dos pais, uns “tostões” para eu comprar cromos ou posters de jogadores do Sporting, que me enchiam as paredes do quarto e que iam de Damas a Manuel Fernandes, passando por Joaquim Agostinho, Carlos Lopes, Chana e António Livramento, entre outros. Para ela era sempre Natal. Uma bondade extrema e um ser humano com um coração que jamais esquecerei. Aquela prenda...aquele momento mágico, perdurou no tempo e no meu imaginário de Leão. Desde que o vesti não mais o queria despir. Fazia até pirraça aos meus amigos do eterno rival, naquela tão saudável picardia. Muitos Natais se passaram desde então e imagino a cada um deles, em casa de cada um que transporta o leão no coração, a mesma felicidade de todas as crianças que, como eu, receberam uma prenda alusiva ao nosso Clube. O abrir das prendas tem sempre esse lado emocional. Esse lado que nos surpreende e quando com ele vem um momento de Leão é o extravasar da alegria de um mo-

mento único. O momento que só o nosso Sporting CP nos proporciona. Do Natal passado para este já pintámos o país a verde e branco. Tivemos, como de costume, e ano após ano, diversas conquistas nacionais e até internacionais. Demonstração inequívoca da nossa grandeza. E para cada um de nós demonstrar a grandeza e a fibra de Leão de que somos feitos, e porque ainda faltam algumas horas desde a saída desta edição até logo mais à hora da consoada, faço um apelo: Existem Sportinguistas com menos possibilidades financeiras – a sociedade vive tempos complicados – que gostariam de ofertar algo alusivo do nosso Clube aos seus e não o consegue. Porque não um pequeno gesto que a uns não custa nada e a outros tanta felicidade traria. Seria aquele gesto de Leão que nos diferenciaria. Porque é um facto que o Sporting Clube de Portugal, dada a sua incrível expressão, é de todos. Dos ricos aos pobres, da esquerda à direita, de diferenciadas crenças, de diversas tendências. Somos afinal enormes... Natal após Natal. Um Feliz Natal para todos!


27 // SPORTING 4006

MODALIDADES PADEL

PADEL REGRESSA AO CLUBE COM OS IRMÃOS DEUS SPORTING CP APRESENTOU NUNO E MIGUEL DEUS COMO NOVOS ATLETAS NUM PROJECTO QUE ARRANCA EM 2025. CLUBE PREPARA INSTALAÇÕES PRÓPRIAS E QUER ESTABELECER-SE COMO ENTIDADE DE FORMAÇÃO E ESPAÇO DE RECRIAÇÃO PARA TODAS AS IDADES. Texto: Maria Gomes de Andrade Fotografia: José Lorvão

O padel está de regresso ao Sporting Clube de Portugal e fá-lo com os conhecidos irmãos Deus, Nuno e Miguel, dois dos melhores atletas portugueses da modalidade. Os dois jogadores assinaram contrato com o Clube e vão começar a representá-lo em 2025. Para o Sporting CP representa o regresso de uma das modalidades mais praticadas actualmente em Portugal, na qual o Clube quer, naturalmente, ganhar nome e estabelecer-se, para os irmãos Deus, que são Sportinguistas desde sempre, é um sonho tornado realidade, mas não só. Ambos, que chegaram a jogar futebol no Sporting CP quando eram pequenos, jogaram ténis durante 15 anos e em 2018 mudaram-se para o padel, tendo desde aí vindo a construir uma sólida carreira. Actualmente, Miguel, de 31 anos, é 82.º do ranking mundial e Nuno, de 29 anos, é 94.º. Embora joguem sempre juntos, uma lesão afastou dos courts o irmão mais novo durante várias semanas e a diferença na tabela explica-se por isso. “O Sporting CP é o nosso clube do coração, portanto, jogar de Leão ao peito é como o realizar de um sonho”, começou por dizer Nuno Deus, aos meios de comunicação Leoninos, atirando: “Aquilo que podem esperar de nós é muita dedicação, muito trabalho e títulos”. “Trazemos muita disciplina, foco e ambição. Queremos ser melhores e em 2025 queremos chegar ao top50 e estabelecer-nos no circuito mundial. Vamos trabalhar para isso, para darmos mais títulos a Portugal e agora, em particular, ao Sporting CP”, disse Miguel Deus. Os dois acreditam que a parceria com o Sporting CP vai ser boa

José Carlos Reis, Miguel Deus, Miguel Afonso e Nuno Deus

para a evolução e o percurso de ambos, assim como para a própria modalidade. “O padel é um desporto em expansão, que tem crescido de ano para ano, com mais gente, mais torneios e mais clubes. A associação do Sporting CP acompanha esse fenómeno e, a meu ver, faz todo o sentido que um dos clubes mais eclécticos do mundo esteja na modalidade”, disse Nuno, com Miguel a concordar: “A inclusão do Sporting CP vai abrir muitas portas, vai trazer patrocinadores novos e ajudar a que certamente apareçam mais atletas e mais torneios”. “Esse é sempre o poder dos maiores clubes, onde o Sporting CP se inclui, e, por isso, juntarmo-nos ao Clube faz todo o sentido na nossa carreira”, sublinhou Miguel, com o irmão mais novo a referir depois: “Só nos poderá ajudar a ser melhores, a ter maior visibilidade e para nós é um orgulho representá-lo”. Neste momento, Espanha e Argentina são as grandes potencias da modalidade, mas “Portugal está a dar passos muito importantes” e recentemente ficou em terceiro no Campeonato do Mundo. Por isso, o objectivo

Irmãos Deus jogaram ténis durante 15 anos e jogam padel desde 2018

de ambos é também continuarem a ajudar Portugal a crescer e têm o desejo de que um dia haja um Campeonato Nacional a nível de clubes. “Isso já acontece noutros países, como Espanha e Itália, e em Itália há cinco divisões até. Penso que Portugal tem muito potencial para isso acontecer e acho que os clubes podem olhar, de facto, para isso e apostar com força”, afirmou Miguel, que em 2023 se sagrou, ao lado do irmão,

Campeão Nacional. José Carlos Reis, director-técnico e operacional das modalidades, que esteve na apresentação dos dois atletas ao lado de Miguel Afonso, membro do Conselho Directivo com o pelouro das modalidades, também falou aos meios de comunicação do Sporting CP e explicou o porquê do regresso do padel ao Clube. “Somos um dos clubes mais eclécticos do mundo, queremos continuar a crescer e, por isso, fizemos

regressar o padel. É um regresso estratégico por se tratar de uma modalidade com cada vez mais praticantes e fãs e também porque achamos que o Sporting CP tinha de estar na modalidade”, começou por dizer, revelando também o porquê da escolha desta dupla: “São dois atletas com uma evolução muito grande nos últimos anos, com exibições deslumbrantes e que acreditamos que rapidamente chegarão ao top 10 mundial. Achamos que vão dar muito ao Sporting CP, que vão ser muito importantes para a nossa imagem e para o desenvolvimento da modalidade no Clube”. Nuno e Miguel Deus são e serão parte de um projecto que no futuro quer ter mais atletas e, naturalmente, um espaço próprio para trabalhar: “Vamos ter instalações próprias no futuro. Já temos o espaço escolhido, o negócio está quase fechado e acreditamos que no final de 2025, princípio de 2026, já teremos uma estrutura nossa para desenvolver o padel de formação e de recreação para crianças, jovens e adultos e, naturalmente, contamos com a ajuda destes dois excelentes atletas para desenvolver este projecto”.


28 // SPORTING 4006

MODALIDADES PATINAGEM DE VELOCIDADE

PATINAGEM DE VELOCIDADE CHEGA AO SPORTING CP NOVA MODALIDADE COM PRIMEIRA VAGA DE INSCRIÇÕES PARA RAPAZES E RAPARIGAS ENTRE OS SEIS E OS 12 ANOS. Texto: Nuno Miguel Simas Fotografia: Tiago Matos

Clube sempre jovem e irreverente, o Sporting CP tem agora no universo de modalidades mais um desporto radical e de alta voltagem. A patinagem de velocidade já se pode praticar no Clube, para alegria dos mais pequenos, rapazes e raparigas entre os seis e os 12 anos. A Cidade Sporting, localizada no espaço exterior do Estádio José Alvalade recebeu na última quinta-feira uma demonstração por parte dos, para já, aspirantes a patinadores e patinadoras, que mostraram a perícia sobre quatro rodas – patins em linha – sempre sob a supervisão dos treinadores e o olhar orgulhoso dos pais. Os meios de comunicação do Clube presenciaram esta apresentação e falaram com Ricardo Salgado, treinador desta nova modalidade que não escondeu o entusiasmo pelo arranque de mais uma nova proposta de desporto com o carimbo verde e branco.

“Além de competitiva, é uma modalidade radical, tem uma dinâmica muito interessante, quer pela velocidade, quer pela técnica e perícia. É uma modalidade que normalmente os jovens gostam, temos também a particularidade de ser praticada por masculinos e femininos. Um grande clube como o Sporting CP é muito bom para esta disciplina, que faz parte da Associação de Patinagem de Lisboa, na qual também está o hóquei em patins e a patinagem artística. Abrir a modalidade num grande clube é muito importante para o crescimento da mesma, que já está no Norte, Sul do país e também nas ilhas. Queremos acima de tudo criar uma dinâmica de formação, criar e desenvolver uma estrutura ao nível da secção no Sporting CP para aos poucos ir crescendo”, notando que o Sporting CP já tem cerca de 20 patinadores na escola. “O objectivo principal é abrirmos os escalões de formação, que-

Ricardo Salgado, treinador Leonino, não escondeu o entusiasmo pelo arranque da nova modalidade do Clube

Crianças dos seis aos doze anos já podem experimentar a patinagem de velocidade

remos avançar neste momento apenas e só com a formação, recebemos aqui muitas crianças que querem aprender a patinar, esse é o primeiro objectivo. Quando começarmos a verificar que os patinadores têm skills para desenvolver a modalidade, aí avançamos com o escalão de pré-competição, quer para masculinos, quer para femininos. Mas, actualmente, o objectivo é só formação”, reforçou Ricardo Salgado, ressalvando que para já as inscrições são para crianças entre os seis e os 12 anos. A patinagem de velocidade está na moda e o Sporting CP está disponível para completar, com a especialização própria de um Clube de excelência, aquilo que já faz parte do ensino básico. “É uma modalidade que faz parte do desporto escolar ao nível do programa de Educação Física. Há muitos grupos de patinagem e corridas em patins nas escolas e muitas crianças que gostam de praticar esta modalidade, mas que depois acabam por não ter uma continuidade em termos competitivos e esta abertura no Sporting CP é uma oportunidade para essas crianças poderem integrar o nível de pré-competição no Clube”, salientou Ricardo Salgado. A patinagem de velocidade está receptiva a acolher todos os in-

teressados e a ter boa sinergia por exemplo com quem já patina no hóquei em patins, mas possa depois não integrar uma equipa da modalidade e o inverso é igualmente válido. “Um patinador de hóquei em patins tem de ter uma boa patinagem, assim como quem tiver a nossa formação e achar que a patinagem de velocidade não é o que quer dar continuidade, nós também podemos dar a conhecer a formação do hóquei em patins e levá-los à formação do hóquei. Por isso, estas sinergias entre as duas modalidades no Sporting CP são importantes”. Para aderir à patinagem de velocidade, o processo é simples: “Basta fazer a inscrição online, é muito simples. A modalidade está a funcionar no Pavilhão do Sport Lisboa e Olivais, podem visitar-nos ao sábado entre as 11h00 e as 13h00, estamos lá para receber patinadores que queiram integrar a modalidade, ou a patinagem, ou simplesmente que queiram patinar”. Patinagem implica patins, algo que tem feito parte da ‘prenda no sapatinho’ de muitas crianças, ainda por cima na quadra que atravessamos: o Natal. “Para a patinagem de velocidade, numa fase de iniciação, bastam uns simples patins em linha (de qua-

tro rodas) e um capacete. Este é o material obrigatório. Depois há o material facultativo: as joalheiras, cotoveleiras e protecções nas mãos. O objectivo é que os jovens patinem com o menor desgaste energético o mais rapidamente possível”, referindo ainda outro dos objectivos do Clube: “Integrar esta modalidade na Federação de Desportos de Inverno para também avançar com patinagem de velocidade no gelo”. Os meios de comunicação do Clube falaram com algumas das crianças que já praticam patinagem de velocidade no Sporting CP e o entusiasmo foi o denominador comum. “Está a ser bom, estou a aprender a equilibrar-me só com um pé, a saltar e a desviar-me dos obstáculos”, referiu Madalena Bento, enquanto Henrique Silva justificou a escolha pelo Sporting CP: “É um grande clube e aqui já aprendi a fazer técnicas mais difíceis que não conhecia. É divertido, porque andamos mais rápido com rodas. Eu gosto. Quero melhorar nos obstáculos, porque caio muitas vezes, quero melhorar isso. Gostava de um dia poder competir na patinagem de velocidade”. Francisco Santos disse gostar de patinar e dos obstáculos e no sonho próprio das crianças, sonha ser Super Herói. Quem sabe, a patinar?


NOVA MODALIDADE

PATINAGEM DE VELOCIDADE Aprende com os melhores Terça -fe i ra | 2 0 h0 0 – 2 1 h 3 0 Sexta -fe i ra | 1 7 h 0 0 – 1 8 h3 0 S ábad o | 1 1 h 0 0 – 1 3 h 0 0 Pavilh ã o do Spo r t L i s b oa e O l i va i s

Inscreve-te já

Mais informações: patinagemvelocidade@sporting.pt


30 // SPORTING 4006

RESULTADOS ANDEBOL MASCULINO Seniores - Camp. Nac. Sporting CP 38-29 ABC Sub-16 - Camp. Nac. GM 1.º Dezembro 24-34 Sporting CP CSJ Brito 29-41 Sporting CP B Sub-14 - Camp. Reg. CSJ Brito B 25-35 Sporting CP “Os Belenenses” 22-17 Sporting CP

2.º Rafaela Sá 2’21’’81

SL Benfica 1-1 Sporting CP

Sub-16 - Meeting Jov. Cid. Pombal 60 m 3.º Sofia Ribeiro 8’’36 4.º Carlota Aguiar 8’’56 300 m 2.º Joana Silva 43’’89 8.º Carlota Aguiar 46’’96 Comprimento 2.º Joana Silva 4,57 m 3.º Sofia Ribeiro 4,55 m

Sub-17 - Camp. Nac. 2.ª Div. Sub19 Torreense B 0-7 Sporting CP B Sub-15 - Camp. Dist. 2.ª Div. Sub14 M “Os Unidos” 2-0 Sporting CP Sub-13 - Camp. Dist. Sub-13 Fut9 M CA Cadaval 3-3 Sporting CP

BASQUETEBOL MASCULINO Seniores - Liga Sporting CP 92-90 Vitória SC

Sub-12 - Camp. Dist. Sub-12 Fut7 M CF Benfica 2-1 Sporting CP

ATLETISMO MASCULINO Seniores - S. Silvestre Torres Novas 10 km 1.º Rúben Amaral 29’44’’94 4.º Duarte Santos 31’37’’04

Sub-23 - Camp. Nac. 2.ª Div. Sen. Sporting CP 92-52 UDC Forte

Sub-11 - Liga Sub-11 Futsal M Forte Casa 9-3 Sporting CP Sporting CP 6-6 Arranhó

Seniores - S. Silvestre Crato 10,4 km 6.º Rodrigo Martins 34’21’’

Sub-22 - Camp. Nac. 2.ª Div. Sen. Sporting CP 56-48 GDESSA

FEMININO Sub-16 - Camp. Nac. Sporting CP 36-32 SIM P. Salvo

Seniores - S. Silvestre Algarve 8,6 km 11.º Miguel Malho 29’28’’880 Sub-20 - 2.ª Jorn. Lanç. ADAL Peso 6 kg 1.º Duarte Encarnação 11,83 m 2.º Giulherme Cardoso 10,25 m Martelo 6 kg 1.º Rodrigo Esteves 49,80 m Disc 1,75 kg 4.º Giulherme Cardoso 34,64 m 5.º Duarte Encarnação 31,90 m Sub-18 - Meeting Jov. Cid. Pombal 60 m 14.º Francisco Pereira 7’’62 1500 m 6.º Leonardo Borrego 4’15’’46 8.º Gustavo Matos 4’18’’34 26.º Filipe Baptista 4’53’’98 Altura 11.º Francisco Pereira 1,53 m FEMININO Seniores - S. Silvestre Algarve 8,6 km 2.º Maria Bernardo 31’55’’023 Absolutos - 2.ª Jorn. Lanç. ADAL Peso 4 kg 1.º Ana Nascimento 9,86 m Eliane Varela sem marca Martelo 4 kg 3.º Margarida Bento 36,02 m Disco 1 kg 2.º Ana Nascimento 29,21 m 4.º Eliane Varela 26,35 m 5.º Márcia Gomes 23,36 m Sub-18 - 2.ª Jorn. Lanç. ADAL Peso 3 kg 1.º Márcia Gomes 9,50 m Sub-18 - Meeting Jov. Cid. Pombal 1500 m 6.º Mariana Isidro 5’06’’48 Sub-18 - Provas Prep. AAP 800 m

FEMININO Seniores - Taça Portugal Sporting CP 76-70 SC Coimbrões

BILHAR MASCULINO Carambola - Camp. Reg. 1.ª Div. Sporting CP 8-0 SL Benfica B Carambola - 2.º Open Reg. 2.ª Div. Ind. 3.ª Fase Carlos Fraga (2 V) José Pedro Rodrigues (2 V) Jorge Saraiva (2 V / 1 D) Jorge Rocha (2 V / 1 D) Fernando Bairradas (1 V / 2 D) Joaquim Alves (1 V / 2 D) Bruno Pereira (1 V / 2 D) Ricardo Santos (2 D) Pool - Camp. Dist. 1.ª Div. GCE Amadora 1-3 Sporting CP FUTEBOL MASCULINO Seniores - Taça Portugal Sporting CP 2-1 Santa Clara Seniores - Liga Portugal Gil Vicente 0-0 Sporting CP Equipa B - PL Int. Cup Southampton 0-5 Sporting CP Brighton 2-0 Sporting CP Sub-19 - Camp. Nac. 1.ª Div. “Os Belenenses” 0-0 Sporting CP

FUTSAL MASCULINO Seniores - Taça Portugal Caxinas 1-3 Sporting CP Sub-19 - Camp. Nac. 1.ª Div. Sporting CP 12-0 CS S. João Sub-17 - Camp. Nac. Sporting CP 9-0 Leões P. Salvo Sub-15 - Camp. Nac. Sporting CP 9-1 GMDUP Sub-15 - Camp. Dist. 1.ª Div. Sporting CP B 9-2 CA Desportos Sub-13 - Camp. Dist. 1.ª Div. Torreense 1-4 Sporting CP FEMININO Seniores - Taça Portugal UA Povoense 4-4 (2-3 pen.) Sporting CP Sub-17 - Camp. Dist. Sporting CP 9-0 Atlético CP HÓQUEI EM PATINS MASCULINO Seniores - Camp. Nac. OC Barcelos 1-2 Sporting CP Sub-19 - Camp. Reg. Sporting CP 5-3 HC Turquel Sub-17 - Camp. Reg. Sporting CP 3-1 HC Turquel

Equipa B - Camp. Nac. 2.ª Div. Sporting CP B 0-1 Vitória SC

JUDO MASCULINO Juniores - Copa España Torrelavega-Cantabria -90 kg Manuel Monge não class. (1 D) -73 kg 3.º Nika Kvantidze (4 V / 1 D) 7.º Diogo Caetano (4 V / 2 D) Rafael Rico não class. (1 D) -66 kg 1.º Tomás Fonseca (6 V) 3.º Francisco Caravana (4 V / 1 D) 7.º Francisco Almodôvar (3 V / 2 D) 9.º Vasco Dinis (2 V / 2 D)

Sub-19 - Liga

FEMININO

Sub-15 - Camp. Nac. 1.ª Div. Estoril Praia 0-2 Sporting CP Sub-13 - Camp. Dist. 1.ª Div. Sub14 EFBO 0-1 Sporting CP FEMININO Seniores - Taça Liga SC Braga 1-1 Sporting CP

Juniores - Copa España Torrelavega-Cantabria -63 kg 2.º Rafaela Maia (2 V / 1 D) 3.º Carlota Pina (2 V / 1 D) KARATE MASCULINO Seniores - Taça Portugal Kumite -75 kg 1.º Tiago Duarte - VENCEDOR

Vieira) 7’37’’99 4x100 m estilos 9.º Sporting CP (António Vieira, Miguel Herrero, Francisco Quintas e Pedro Tigre) 3’44’’14 Clubes 6.º Sporting CP 166 pts

FEMININO Seniores - Camp. Nac. Clubes 1.ª Div. 50 m livres 3.º Anna Fomina 25’’90 Cadetes - Taça Portugal 100 m livres Kumite -63 kg 2.º Anna Fomina 55’’76 1.º Tomás Oliveira - VENCEDOR 200 m livres Kumite -57 kg 1.º Anna Fomina 1’59’’60 1.º Manuel Cardoso - VENCEDOR 400 m livres Kumite -52 kg 1.º Mariana Mendes 4’14’’75 2.º Tomás Franco 800 m livres 1.º Mariana Mendes 8’40’’60 FEMININO 50 m costas Seniores - Taça Portugal 8.º Beatriz Silva 30’’34 Kumite -61 kg 100 m costas 2.º Daniela Lourenço 11.º Maria Amado 1’05’’95 3.º Joana Lopes 200 m costas Kumite -55 kg 10.º Maria Amado 2’21’’71 1.º Renata Baptista - VENCEDORA 50 m bruços 2.º Isabel Franco 3.º Margarida Nunes 32’’87 3.º Mariana Rocha 100 m bruços Kumite -50 kg 1.º Madalena Cerdeira 1’09’’83 2.º Catarina Rodrigues 200 m bruços 1.º Madalena Cerdeira 2’28’’67 Juniores - Taça Portugal 50 m mariposa Kumite -59 kg 4.º Maria Moura 27’’82 3.º Alice Marques 100 m mariposa 5.º Maria Moura 1’01’’16 NATAÇÃO 200 m mariposa MASCULINO 4.º Maria Moura 2’11’’43 Seniores - Camp. Nac. Clubes 1.ª 200 m estilos Div. 3.º Carolina Viana 2’21’’16 50 m livres 400 m estilos 9.º António Vieira 23’’59 2.º Mariana Mendes 4’46’’42 100 m livres 4x100 m livres 8.º Pedro Tigre 51’’12 2.º Sporting CP (Maria Moura, 200 m livres Leonor Catalão, Carolina Viana e 3.º Pedro Tigre 1’50’’61 Anna Fomina) 3’48’’07 400 m livres 4x200 m livres 7.º Pedro Tigre 3’58’’73 1.º Sporting CP (Carolina Viana, 1500 m livres Mariana Mendes, Anna Fomina e 3.º Diogo Cardoso 15’18’’59 Maria Moura) 8’12’’72 50 m costas 4x100 m estilos 14.º André Pinto 27’’70 1.º Sporting CP (Maria Amado, 100 m costas Maria Moura, Madalena Cerdeira e 9.º António Vieira 56’’85 Anna Fomina) 4’11’’12 200 m costas Clubes 11.º Kaio Faftine 2’07’’59 1.º Sporting CP 247 pts - CAMP. 50 m bruços NAC. 2.º Francisco Quintas 27’’55 100 m bruços TÉNIS DE MESA 2.º Francisco Quintas 59’’78 MASCULINO 200 m bruços Seniores - Camp. Nac. 1.ª Div. 2.º Francisco Quintas 2’14’’32 CCR Arrabães 0-4 Sporting CP 50 m mariposa CTM Mirandela 2-3 Sporting CP 12.º Miguel Herrero 25’’87 100 m mariposa TIRO 11.º Miguel Herrero 56’’52 MISTO 200 m mariposa 10.º Diogo Cardoso 2’03’’44 Pistola 10 m - Camp. Nac. Eq. 200 m estilos Mistas 5.º Kaio Faftine 2’04’’32 Absolutos 400 m estilos 1.º João Costa / Ana Rodrigues CAMP. NAC. 5.º Diogo Cardoso 4’25’’52 4x100 m livres 2.º Domingos Rodrigues / Carla Gil 10.º Sporting CP (Pedro Tigre, 6.º Pedro Ferreira / Magda Sousa António Vieira, Rodrigo Chocas e 8.º Jorge Sousa / Catarina Vieira Francisco Quintas) 3’26’’62 11.º José Pena / Marta Afonso 4x200 m livres 6.º Sporting CP (Pedro Tigre, Kaio Carabina 10 m - Camp. Nac. Eq. Faftine, Diogo Cardoso e António Mistas

Absolutos 1.º Marcelo Cazassa / Marta Silva CAMP. NAC. 5.º Gonçalo Diogo / Sofia Santos TIRO COM ARCO MASCULINO Recurvo - 6.ª prova Camp. Nac. Sala Seniores 1.º João Alves 4.º Pedro Nogueira 14.º Jonas Lins Seniores equipas 2.º Sporting CP (João Alves, Pedro Nogueira e Jonas Lins) Juvenis 1.º Tiago Grossmann Veteranos 5.º José Baleizão 6.º Paulo Castro Compound - 6.ª prova Camp. Nac. Sala Seniores 2.º Tiago Matos 12.º Bruno Costa 15.º João Brandão Seniores equipas 1.º Sporting CP (Tiago Matos, Bruno Costa e João Brandão) Veteranos 5.º Carlos Baptista 12.º Nuno Félix 13.º Paulo Silva Veteranos equipas 3.º Sporting CP (Carlos Baptista, Nuno Félix e Paulo Silva) FEMININO Recurvo - 6.ª prova Camp. Nac. Sala Seniores 1.º Constança Baptista Veteranos 1.º Maria João Parreira MISTO Recurvo - 6.ª prova Camp. Nac. Sala Seniores equipas 1.º Constança Baptista / João Alves Veteranos equipas 1.º Maria João Parreira / José Baleizão VOLEIBOL MASCULINO Seniores - Taça Challenge Sporting CP 3-0 Akaa Volley Seniores - Liga AA S. Mamede 0-3 Sporting CP Sub-21 - Camp. Nac. S. Francisco 1-3 Sporting CP FEMININO Seniores - Liga CD Fiães 1-3 Sporting CP Sub-21 - Camp. Nac. SC Braga 3-0 Sporting CP Juniores - Camp. Nac. Mad. Torres 3-2 Sporting CP

AGENDA ATLETISMO

BASQUETEBOL

BILHAR

FUTEBOL

FUTSAL

SÁBADO, 28 DE DEZEMBRO

DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO

QUINTA, 2 DE JANEIRO

DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO

SÁBADO, 28 DE DEZEMBRO

14H30 Absolutos SPORTING CP Meeting António Monteiro Expocentro (Pombal)

15H00 Seniores M SL Benfica vs. SPORTING CP 10.ª jorn. F. reg. Liga Pav. n.º 1 SL Benfica (Lisboa)

21H00 Carambola BBC C vs. SPORTING CP D 2.ª elim. Taça Portugal Bilhar Bridge Club (Odivelas)

20h30 Seniores M SPORTING CP vs. SL Benfica 16.ª jorn. Liga Portugal Estádio José Alvalade

11H00 Seniores F Futsal Feijó vs. SPORTING CP 13.ª jorn. Liga Pav. ES Romeu Correia (Feijó)

20H00 Seniores M SPORTING CP vs. SC Braga Supertaça Pav. Mun. Póvoa Varzim *Informação sujeita a alterações após o fecho de edição. Consulte a agenda actualizada em sporting.pt




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.