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Revista APDA #26 - 3º trimestre 2022
from Revista APDA #26 - 3º trimestre 2022
by APDA - Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas
REVISTA
EDIçãO 26
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3º TRIMESTRE
2022
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DISTRIBUIÇÃO E DRENAGEM DE ÁGUAS
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DISTRIBUIÇÃO E DRENAGEM DE ÁGUAS
Cobertura de custos: Qual o caminho?
# EDITORIAL
a tornar mais fácil atuar equitativamente, mas nunca será suficiente. A questão é essencialmente política.
Algumas vezes esta problemática parece uma quadratura do círculo, dado o número de variantes a ter em conta. Custos operacionais, custos de investimento, diversidade de operadores, a diferente perceção do tempo entre os vários agentes envolvidos (quer na distribuição de custos entre a geração presente e as futuras, quer no tempo para quem decide e constrói as soluções políticas, técnicas e financeiras e a urgência da satisfação da necessidade), a volubilidade do clima, os pré-conceitos ideológicos que nos enformam, são entre muitas outras faces do problema. Já enunciar o problema é complexo, quanto mais resolvê-lo.
Para discutir este tema de um modo abrangente reunimos diversos artigos escritos por personalidades reconhecidas no setor, com responsabilidades na gestão, análise e consultadoria e abarcando diversas soluções organizativas e gestionárias. Assim, além do destaque da Presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, temos artigos da Presidente da ERSAR, Vera Eiró, de Diogo Faria de Oliveira, que foi Presidente do Grupo de Apoio à Gestão do PENSAAR 2020, que se interroga se estaremos no caminho da sustentabilidade, da Comissão Especializada de Legislação e Economia da APDA (CELE), em que se avalia
a cobertura de gastos no continente, de Francisco Narciso, Presidente do Conselho de Administração da Águas Públicas do Alentejo, sobre a relação “alta” “baixa” e os desafios de sustentabilidade, de Pedro Perdigão, Presidente da Comissão Executiva da Indáqua, sobre a recuperação de custos numa concessão municipal e de Miguel Carrinho, Diretor Geral da Águas do Ribatejo, que analisa o caso daquela empresa intermunicipal.
Como se constata tentamos cobrir as várias perspetivas que existem no setor sobre a, repito, complexa questão da recuperação de gastos. Esperamos que tenhamos ajudado a dar mais um passo para que exista uma aproximação de pontos de vista que ajude à consolidação económico-financeira do setor dos serviços de água.
Boa leitura!
Sérgio Hora Lopes Diretor da Revista APDA
ÁGUA, ONDE A VIDA SE MULTIPLICA
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DISTRIBUIÇÃO E DRENAGEM DE ÁGUAS
A VALORIZAR A ÁGUA E A VIDA
ESPAÇO
CONSELHO DIRETIVO
Susana Ferreira
Vice-Presidente do Conselho Diretivo da APDA
# DESTAQUE
# ATUALIDADE
Luísa Salgueiro
Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses
Vera EiróA Recomendação Tarifária e a sustentabilidade
12
28
Diogo Faria de Oliveira 34Estamos ou não no caminho da sustentabilidade?
Comissão Especializada de Legislação e Economia da APDA 42
Avaliação da cobertura dos gastos em Portugal Continental
Francisco NarcisoA relação “alta” “baixa” e os desafios de sustentabilidade
54
Pedro PerdigãoA recuperação de custos numa concessão municipal
60
Miguel CarrinhoRecuperação de gastos - O caso da Águas do Ribatejo
68
# EVENTOS
# INFOGRAFIA
82
84
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DISTRIBUIÇÃO E DRENAGEM DE ÁGUAS
MOVIMENT0 AUSENTE 6ÁGUA
POTÁVEL E SANEAMENTO
PROGRESSO
DESTAQUE
Luísa Salgueiro
Presidente do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)
# atualidade
A Recomendação Tarifária e a Sustentabilidade
Vera Eiró Presidente do Conselho de
Administração da ERSAR
“Em particular, a ERSAR assume que a
Recomendação Tarifária tem
como prioridade a necessidade de ser
colmatado – o mais rapidamente possível – o défice de recuperação de
gastos que se verifica na maior parte das entidades gestoras do setor.”
Doutorada em Direito Público (Direito Administrativo) pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), Pós-graduada em Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente pela Universidade de Coimbra (CEDOUA) e
Licenciada em Direito pela UNL.
Especialista em Direito Público e Regulação. Foi vogal executiva do Conselho de Administração da ERSAR e assume neste momento as funções de Presidente
(mandato até janeiro de 2027). É professora auxiliar da Faculdade de Direito da UNL e foi professora auxiliar convidada na Faculdade de
Direito da Universidade Católica de Lisboa. Foi advogada-estagiária e advogada da Linklaters LLP (entre 2002 e 2020), tendo centrado a sua prática na assessoria em questões de direito público e regulatório referentes à implementação, execução e financiamento de projetos e na aquisição de empresas em setores regulados; trabalhou no escritório de Paris da Linklaters
LLP em 2004.
Foi assessora do gabinete de juízes do Tribunal Constitucional e árbitra, tendo sido designada árbitra para conflitos de consumo relacionados com serviços públicos essenciais e para conflitos relacionados com a execução de contratos administrativos.
28 | REVISTA APDA_2022
# atualidade
Estamos ou não no caminho da sustentabilidade?
Diogo Faria de Oliveira Administrador da Defining
Future Options, Lda
É Vogal do Conselho Nacional da Água e Presidente do Centro Internacional de Excelência de PPP de Água e
Saneamento.
No Grupo Águas de Portugal (1993 a 2008), colaborou na implementação das primeiras empresas Multimunicipais. Foi Administrador da Aquapor (2001 a 2015), onde assumiu a Presidência de dez das suas empresas. Foi Presidente da AEPSA e membro do Conselho
Consultivo da ERSAR.
É Engenheiro Civil (IST) com especialização em Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambientais (1993) e cursos de “Melhoria da Eficiência e Segurança de Sistemas de Distribuição de Água”, Universidade Internacional Menéndez Pelayo, Espanha (1994), “Executive Management Program”, Universidade de Stanford, EUA (2006), e “Business and Sustainability
Programme”, Universidade de Cambridge, Reino Unido (2014), entre outras.
“anualmente, são utilizados 115 milhões de euros de
subsídios para fazer face aos custos em que, efetivamente, as EG incorrem,acrescidos - não se sabe quanto - de
subsídios suportados pelas EG que não reportam os seus dados e de um défice de investimento
- não se sabe quanto - que terá de ser suportado pela próxima
geração.”
34 | REVISTA APDA_2022
# atualidade
AVALIAÇÃO DA COBERTURA DOS GASTOS EM PORTUGAL CONTINENTAL
Comissão Especializada de Legislação e Economia da APDA
“… a avaliação do nível de acessibilidade económica, para
ambos os serviços, demonstra a existência de margem para o crescimento dos tarifários atualmente praticados em todas as entidades gestoras.”
42 | REVISTA APDA_2022
# atualidade
A relação “alta“ “baixa“ e os desafios de sustentabilidade
Francisco Narciso Presidente do Conselho de
Administração da Águas Públicas do Alentejo, SA
É quadro do Grupo Águas de Portugal há mais de 20 anos. Com bacharelato em Contabilidade e
Administração e licenciatura em Controlo Financeiro pelo ISCAL, iniciou a sua atividade profissional em empresas do setor turístico, imobiliário e automóvel, abraçando desafios no Grupo AdP em 1999, onde assumiu diversas posições técnicas e de gestão nas empresas Águas do Sotavento Algarvio, Águas de Trásos-Montes e Alto Douro, AdP Serviços, AdP - Águas de Portugal SGPS, Águas do Tejo Atlântico e AgdA - Águas
Públicas do Alentejo. Entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017, desempenhou funções como Técnico especialista no
Gabinete do Secretário de Estado do Ambiente do XXI Governo Constitucional, no âmbito desenvolveu atividade com particular incidência no setor da água. Atualmente, integra a Área de Desenvolvimento de Negócio da AdP - Águas de Portugal, SGPS e, desde 2019, assume a Presidência do Conselho de Administração da AgdA - Águas Públicas do Alentejo.
“O designado milagre português da água, nas palavras do investigador
e então Diretor Executivo da InternationalWater Association Paul Reiter, na sequênciada reforma do setor da década de 90 do
século passado, tem sido a mais conhecida e divulgada de um conjunto mais vasto de
referências, contudo há muito que se
esbate por tardar uma elevação noutros indicadores de
desempenho muito relevantes.”
54 | REVISTA APDA_2022
# atualidade
A recuperação de custos numa concessão municipaL
Pedro Perdigão
Presidente da Comissão Executiva da INDAQUA, SA
Com uma experiência de mais 20 anos no setor das utilities, exerceu funções técnicas e de gestão em diversas empresas nacionais e internacionais. Iniciou a sua carreira profissional no Grupo Águas de Portugal, passando pelo setor da construção e promoção imobiliária onde assumiu vários cargos executivos.
Em 2009 regressou ao setor enquanto Diretor Geral de Concessões como a Águas de Gondomar e a
Águas de Cascais.
Integrou em 2016 a Administração da INDAQUA como responsável pelas operações das Concessões e empresas do Grupo, assumindo, em 2020, a liderança do Grupo como Presidente da Comissão Executiva. É professor no Mestrado de Economia e Gestão
Ambiental na Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Licenciado em Engenharia Civil pela
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
“...ao limitar o período da concessão a
um máximo de 30 anos para os operadores privados (o que não
faz para os públicos), a lei está a obrigar
a que infraestruturas com vidas úteis superiores a 50 anos tenham de ser amortizados em apenas
30.”
60 | REVISTA APDA_2022
# atualidade
RECUPERAÇÃO DE GASTOS - O CASO DA ÁGUAS DO RIBATEJO
Miguel Carrinho Diretor Geral da
AR - Águas do Ribatejo, EIM, SA
“a recuperação de gastos que éefetuada pela empresa não compromete,
de todo, os níveis de acessibilidade económica dos serviços, sendo
praticadas tarifas compatíveis com as condições socioeconómicas
da região.”
Tem 44 anos e é natural da Chamusca, vila ribatejana do Distrito de Santarém.
Licenciado em Organização e Gestão de Empresas pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, iniciou a sua atividade profissional em 2002 na Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, como Técnico
Superior.
Desde 2009 na Águas do Ribatejo, exerceu as funções de Diretor Administrativo e Financeiro até março de 2022, assumindo atualmente as funções de Diretor
Geral da empresa. É, também, desde 2015, Presidente da Comissão de Acompanhamento da Concessão do Município de
Azambuja e Coordenador da Comissão Especializada de Inovação da APDA.
68 | REVISTA APDA_2022
# EVENTOS
Eventos APDA
Sessão pública de assinatura da “Declaração de Compromisso para Adaptação e Mitigação das Alterações Climáticas nos Serviços de Águas” APDA Local: Museu de Eletricidade - Casa da Luz, Funchal, Madeira Data: 14 outubro 2022
PURA 2022 - Encontro de Comunicação e Educação Ambiental” APDA Local: Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra Data: 20 outubro 2022
eventos
Sessão pública de assinatura da “Declaração de Compromisso para Adaptação e Mitigação das Alterações Climáticas nos Serviços de Águas” APDA Local: Centro Cívico e Cultural de Santa Clara, Ponta Delgada, Açores Data: 28 outubro 2022
Encontro “Gestão da Dívida nas Entidades Gestoras” APDA Local: Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, Porto Data: 4 novembro 2022
“Desafios para as Entidades Gestoras da Transposição da Diretiva da Qualidade da Água Destinada a Consumo Humano” APDA Local: Quinta Dona Maria, Soure Data: 7 dezembro 2022
Webinar “Modelos de Abordagem para Redução de Perdas de Água” APDA Data: 14 dezembro 2022
Colóquio “O Mercado e os Preços 2022” APDA Local: Observatório do Sobreiro e da Cortiça, Coruche Data: 10 janeiro 2023
Para mais informações www.apda.pt
82 | REVISTA APDA_2022
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA UNIÃO EUROPEIA
ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO
ACOMPANHAMENTO SOBRE O PROGRESSO EM DIREÇÃO AO ODS 6 NO CONTEXTO DA UE
AVALIAÇÃO DE TENDÊNCIAS DE CURTO PRAZO
Visão geral do progresso da UE em direção ao ODS 6 nos últimos 5 anos, 2022 (Os dados referem-se principalmente a 2015-2020 ou 2016-2021)
Falta de instalações sanitárias básicas
Progresso moderado em direção à meta da UE
População ligada a tratamento secundário de águas residuais
Carência bioquímica de oxigénio nos rios 1
Nitrato em águas subterrâneas 2
Qualidade das águas balneares interiores *
Afastamento da meta da UE
Fosfato nos rios 1
Não é possível calcular a tendência (por exemplo, série temporal muito curta)
Índice de escassez WEI+ (Water Exploitation Index)
INFOGRAFIA
(*) Indicador multiuso (1) Os dados referem-se a um agregado da UE com base em 18 Estados-Membros (2) Os dados referem-se a um agregado da UE baseado em 19 Estados-Membros