STEFANY DOS SANTOS RODRIGUES
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STEFANY DOS SANTOS RODRIGUES RA: 004201602779
O ESPAÇO PÚBLICO COMO INSTRUMENTO DE COLETIVIDADE E RELAÇÕES SOCIAIS ÁREA: DISTRITO DE NOVA APARECIDA CAMPINAS/SP
Trabalho apresentado como requisito da disciplina de Trabalho Final da Graduação, do curso de Arquitetura e Urbanismo À Universidade São Francisco, sob a orientação da Professora e Mestre Barbára Puccinelli Perrone.
Universidade São Francisco Campus Campinas Swift CAMPINAS 2020 FIGURA 01: Mapa de plano de fundo de área de atuação de projeto- Fonte: base SEHAB Campinas Elaborada pela autora.
“A arte é uma forma de mostrar o seu júbilo diante da face de Deus.” Hans Rookmaaker
FIGURA 02: A Arte - Fonte: Criação de Adão pintado por Michelangelo Buonarotti e ajustado pela autora
AGRADECIMENTOS “E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto..” Novos Baianos Agradeço inicialmente a Deus, o Arquiteto do mundo e ser mais criativo que já conheci. A Trindade me encontrou quando eu queria desistir de todas as coisas, e me mostrou que realmente nada dependia da minha força e sim da fé, e se não fosse pela intervenção Divina, este trabalho não seria viabilizado de tal maneira. Agradeço aos meus familiares, aos meu avós que se já foram mas sempre me apoiaram com todas as forças, e que hoje com toda certeza eu ouviria: “Parabéns Teté”. Agradeço aos meus pais, eu não sei quais palavras usar, pois qualquer coisa que eu escrever continua a ser pouco perto de tudo o que há em meu coração. Obrigada Mãe, por ser como você é, pelo seu senso de humor que não me deixa parar e todas as vezes que você pega no meu pé, me ensina, que eu preciso ter fé que tudo dará certo, e deu. Obrigada Pai, minha maior inspiração de força e superação, sempre disponível a ajudar, independente de quem seja, obrigada pelos limites que você nos ensinou a ter e resiliência, acho que é a palavra que te define, espero ser assim um dia. Obrigada ao meu irmão, que mesmo em momentos difíceis que tivemos, nunca deixou de ser quem é, acreditou em mim e me apoia sempre, me ensina que desafios são superados e sempre há um recomeço. Agradeço aos meus tios e meu primo, os Girottos, que fazem um papel de padrinhos em minha vida, me aconselham, acreditam em meus sonhos, e sempre indicam bons caminhos a seguir. Obrigada por todas as orações! Agradeço ao meu tio Junior, creio que mesmo sem querer, tenha sido uma inspiração para a escolha da Arquitetura e do Urbanismo, pois em minha infância inúmeras vezes visitei seu local de trabalho (escritório de Arquitetura), e com intenção de brincar, me envolvia com os materiais, e enfim, acabei me apaixonando pelos desenhos , sem ainda ter a consciência do que era a Arquitetura e Urbanismo. Agradeço à minha orientadora, Bárbara Perrone, quando chegou no Campus de Campinas, nós tínhamos medo de abrir a boca e dizer besteiras perto dela, pois em suas palavras exalava sabedoria e a mesma tinha controle
sobre o assunto tratado. Obrigada por aceitar me orientar, obrigada por ser uma profissional que inspira e que foi um exemplo de professora durante um ano tão atípico. Agradeço aos meus amigos que me acompanharam nessa empreitada, da igreja, da escola, do trabalho, e muitos outros. Tais pessoas que sempre acreditaram em meus sonhos, e me ensinam a ser uma pessoa melhor. Agradeço a Fabi, minha amiga da Arquitetura, foram muitas e muitas horas de Google Meet, conversas, aconselhamento, apoio, orações, madrugadas. A Fabi quem me ensinou Photoshop e Lumion. Muito obrigada, desejo sucesso para você, pela sua dedicação e amizade! Agradeço aos meus amigos da Universidade São Francisco, em especial o grupo ROMAS e os Orientandos da Bárbara. Sem dúvida, passamos juntos nessa caminhada muitos desafios, mas que obtivemos como resultado um crescimento e desenvolvimento sem igual. Tenho muito orgulho de todos vocês, que me ensinaram tanto dentro e fora campus. Agradeço aos meus professores, cada um com carinho, pois quando entrei no graduação eu não tinha idéia do quão profundo é o curso de Arquitetura e Urbanismo, a responsabilidade e a importância da atuação do profissional Arquiteto Urbanista na sociedade. E cada um dos professores, com excelência ensinaram, com esforço e dedicação transmitiram conhecimento essencial para moldar seus alunos. Agradeço a Paula Braga, que foi minha coordenadora, professora e continua a ser amiga. Obrigada pelo seu amor por ensinar e sua dedicação, este trabalho também é um resultado seu. Levarei cada um de vocês para sempre em meu coração! Todos os agradecimentos aqui, são resultados de relações, o dar e receber. A vida em sociedade, os laços e as relações, são pilares para uma vida boa!
Todos os agradecimentos aqui, são resultados de relações, o dar e receber. A vida em sociedade, os laços e as relações, são pilares para uma vida boa!
LISTA DE FIGURAS FIGURA 01: Mapa de plano de fundo de área de atuação de projeto- Fonte: SEHAB - Prefeitura Municipal de Campinas. FIGURA 02: A Arte - Fonte: Criação de Adão pintado por Michelangelo Buonarotti e ajustado pela autora. FIGURA 03: Colagem de Karl Marx. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 04: Relações Sociais, Sesc 24 de Maio. Fonte: Foto elaborada pela autora. FIGURA 05: Curso de Intervenções Urbanas - EXTECAMP. Foto: Elaborada pela autora. FIGURA 06: Isolamento Social. Fonte: Foto elaborada pela autora e adequação de grafite de Banski. FIGURA 07: Colagem e citação. Fonte: Foto de fundo elaborada pela autora, Praça das Artes e Foto da Dra. Claudia Feitosa Santana. FIGURA 08: Colagem de Campinas - Tempos Modernos. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 09: Mapas de Localização - Ajustes elaborados pela autora. Fonte: PMC. FIGURA 10: Mapa de Campinas com a delimitação da área de intervenção. Elaborado pela autora. Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 11: Núcleo Urbano Informal Vila Francisca. Fonte: Foto elaborada pela autora 2020. FIGURA 12: Mapa de plano de fundo de área de atuação de projeto- Fonte: base SEHAB Campinas Elaborada pela autora. FIGURA 13: Mapa de Campinas com a delimitação da área de intervenção. Elaborado pela autora. Mapa QGIS, base Google Earth, 2020. FIGURA 14: Mapa da área de intervenção. Elaborado pela autora. FIGURA 15: A Liberdade. Colagem elaborada pela autora. FIGURA 16: A Rua. Fonte: Foto de fundo elaborada pela autora, Centro antigo de São Paulo, 2019 e colagem de Noviça Rebelde. FIGURA 17: O Isolamento. Fonte: Colagem e fotos elaboradas pela autora, Theatro Municipal de São Paulo e Pinacoteca do Estado. FIGURA 18: Contradição Temporal. Fonte: Arte elaborada por Marco Battaglini. FIGURA 19: O Manifesto Contemporâneo. Fonte: Colagem elaborada pela autora. FIGURA 20: Peste Negra. Fonte: Blog do Enem. FIGURA 21: COVID-19. Colagem elaborada pela autora. FIGURA 22: Homenagem Às vítimas do Covid-19. Fonte: Artista Kobra. FIGURA 23: Acupuntura Urbana. Fonte: Colagem elaborada pela autora. FIGURA 24: Palavras que transformam. Fonte: Shoottheshit, foto: Guilherme Borges, 2019. FIGURA 25: Intervenções Urbanas. Fonte: Artísta Visual Kjell. Foto: Helena Bossolan, 2019. FIGURA 26: Intervenções Urbanas, Campinas. Fonte: foto por Helena Bossolan, 2019. FIGURA 27: Ainda Há Tempo, Criolo Doido. Colagem elaborada pela autora. FIGURA 28: Arte Urbana, Campinas. Fonte: Foto elaborada pela autora. FIGURA 29: Arte Urbana, Luz – São Paulo. Fonte: Foto elaborada pela autora. FIGURA 30: Arte Urbana, Centro - Campinas. Fonte: Foto elaborada por Jéssica Viturino. FIGURA 31: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione. FIGURA 32: Medelín, Biblioteca Espanha. Fonte: Architecture in Development maio 2014. Build for Change. FIGURA 33: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione. FIGURA 34: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione. FIGURA 35: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione. FIGURA 36: Medelín, Biblioteca Espanha. Fonte: Architecture in Development maio 2014. Build for Change.
FIGURA 37: Bjarke Ingels o Steve Jobs da Arquitetura, Parque de Superkilen. Fonte: Viva Decora.FIGURA 38: Bjarke Ingeks, Audemars Piguet. Fonte: Arch Daily. FIGURA 39: A Cidade. Colagem elaborada pela autora. FIGURA 40: Espaço em Palavras. Fonte: Arte Elaborado pela equipe da Bárbara TFG 20 Campinas. FIGURA 41: Mapa de Zoneamento. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 42: Mapa de Uso e Ocupação do Solo, base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020 FIGURA 43: Mapa de Hidrografia, base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 44: Mapa de Topografia, base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 45: Mapa de Densidade Urbana base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 46: Mapa de Diagnóstico, base PMC. Elaborado pela autora 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 47: Arte Urbana. Fonte: foto elaborada pela autora, Campinas 2019. FIGURA 48: Arte Urbana. Fonte: foto elaborada pela autora, Campinas 2019. FIGURA 49: Arte Urbana MUDA. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 50: Plano de Ação. Mapa da área de intervenções. Elaborada pela autora. Base: QGIS, Google 2020. FIGURA 51: Tabela de prioridades de intervenções. Elaborada pela autora. FIGURA 52: Mapa geral setorizado. Elaborado pela autora. FIGURA 53: Setor de Intervenção 1. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 54: Setor de Intervenção 2. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 55: Setor de Intervenção 3. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 56: Setor de Intervenção 4. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 57: Escolha setor emergencial. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 58: Foto da área de estudos. Fonte: QGIS Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 59: Foto aérea da área de estudos. Fonte: QGIS Mapa Base: Google Earth, 2020. FIGURA 60: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020. FIGURA 61: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020. FIGURA 62: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020. FIGURA 63: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020. FIGURA 64: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020. FIGURA 65: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017. FIGURA 66: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017. FIGURA 67: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017. FIGURA 68: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017. FIGURA 69: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017. FIGURA 70: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017. FIGURA 71: Plano de Massas, setor 1 Emergencial. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 72: Diagrama de identidade visual. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 73: Colagem de identidade visual. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 74: Mobiliário, bancos. Fonte: Elaborado pela autora.
FIGURA 75: Mobiliário, lixeiras. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 76: Mobiliário, playgound. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 77: Mobiliário, círculos de permanência. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 78:Faixa de pedestre. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 79: Empena grafitada. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 80: Instalação rampa. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 81: Mobiliário, Playground PNE. Fonte: 3D warehouse e render Elaborado pela autora. FIGURA 82: Mobiliário, Contêineres. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 83: Drop do skate. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 84: Diagrama de regularização. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 85: Mapa de áreas. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 86: Mapa de reassentamento. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 87: Habitação eficiente, Habitá360 TFG Henrique Oliveira - Diagrama e Render. Fonte: Elaborado por Henrique Oliveira. FIGURA 88: Implantação de proposta de projeto. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 89: Implantação de diretrizes de projeto. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 90: Corte geral em escala 1:1500. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 91: Implantação técnica de projeto. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 92: Materiais existentes no projeto e vegetações. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 93: Tecnologia da Construção, rampa de acessibilidade. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 94: Usuários do Espaço Urbano. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 95: Detalhe rampa de acessibilidade. Fonte: Site Qualificad. FIGURA 96: Detalhe concreto permeável. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 97: Detalhe concreto permeável. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 98: Foto da aérea. Fonte: Google Earth, 2020. FIGURA 99: Implantação de proposta de projeto escala 1:750, área das quadras. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 100: Colagem da área, passagem de pedestres. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 101: Render em perspectiva aérea. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 102: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 103: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 104: Colagem da área, passagem Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 105: Corte esquemático da passagem Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 106: Perspectiva Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 107: Situação Real. Fonte: Google Earth. FIGURA 108: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 109: Implantação detalhada Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 110: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 111: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 112: Colagem da área, passagem Área comercial. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 113: Corte esquemático da passagem Área comercial. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 114: Perspectiva Área comercial. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 115: Situação Real. Fonte: Google Earth. FIGURA 116: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 117: Implantação detalhada Área comercial. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 118: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 119: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 125: Implantação detalhada Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora.. FIGURA 121: Corte esquemático da Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 122: Perspectiva Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 123: Situação Real. Fonte: Google Earth. FIGURA 124 Materiais. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 125: Colagem perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 126: Colagem perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, pista de skate e instalação. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 127: Colagem perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, cinema ao ar livre.Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 128: Colagem perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, Mobiliário Urbano. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 129: Colagem perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, Mobiliário Urbano, playgound. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 130: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 131: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 132: Corte esquemático Atividades. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 133: Perspectiva Atividades. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 134: Situação Real. Fonte: Google Earth. FIGURA 135: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 136: Implantação detalhada Atividades. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 137: Perspectiva, Praça seca, Atividades. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 138: Perspectiva, Amplitude, Atividades. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 139: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 140: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 141: Perspectiva Colagem Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 142: Corte esquemático Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 143: Perspectiva Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 144: Situação Real. Fonte: Google Earth. FIGURA 145: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 146: Implantação detalhada Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora.
“
Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.
” Karl Marx
FIGURA 03: Colagem de Karl Marx. Fonte: Elaborado pela autora.
FIGURA 04: Relações Sociais, Sesc 24 de Maio. Fonte: Foto elaborada pela autora.
RESUMO
A qualidade de vida da população, seja residente em qualquer área, é influenciada pela relações sociais. E o espaço público, é por excelência um local reconhecido pela diversidade, pelas relações que ali ocorrem e pelo direito que toda a sociedade tem de usufruí-lo. Ou seja, o espaço público é responsável pela dinâmica na cidade e dá suporte para uma vida em sociedade e suas manifestações. A Arte e a Cultura são soluções para criar atividades que integram a população e instigue a prática da empatia e coletividade. Este trabalho visa compreender através de revisão bibliográfica a notoriedade das relações no espaço público e da cultura como instrumento, a fim de ser um suporte para um projeto de requalificação de sistema de áreas livres, que beneficia famílias dos bairros do Distrito de Nova Aparecida, no Município de Campinas. A proposta do projeto de Parque e requalificação de áreas, baseia-se nos conceitos de coletividade, empatia e sociedade, reunindo atividades de lazer, cultura, esporte e cultivo do ócio.
The quality of life of the population, whether resident in any area, is influenced by social relations. The public space, par excellence, is a place recognized for its diversity, the relationships that take place and the right that the whole society has to enjoy. That is, the public space is responsible for the city and offers support for a life in society and its manifestations. Art and Culture are solutions to create activities that integrate the population and instigate the practice of empathy and collectivity. This work aims to understand, through the bibliographic review of the notoriety of relations in the public space and culture as an instrument, a support for a project of requalification of the system of free areas, which benefits families in neighborhoods of the District of Nova Aparecida, in the Municipality of Campinas. A proposal for a Park project and requalification of areas, is based on the concepts of collectivity, empathy and society, meeting of leisure activities, culture, sport and leisure culture.
Palavras-chave: planejamento; relações; espaço público; cidades; empatia.
Keywords: planning; relations; public place; cities; empathy.
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INTRODUÇÃO
26
JUSTIFICATIVA
SUMÁRIO
32
LOCALIZAÇÃO
40 TEMÁTICA
64
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
72
PLANO MUNICIPAL CULTURAL INTEGRADO
88
O PROJETO
128 DETALHES DE PROJETO
156
CONCLUSÃO E COLOFÃO
158
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO 16
MOTIVAÇÃO PESSOAL
“A temática e o local deste trabalho partem do desejo de intervir na realidade do meio urbano e buscar soluções que sejam promotoras da qualidade de vida por meio do urbanismo, somando a vontade de levar para o papel a concepção sobre uma área a qual tenho relação desde a infância. Nasci na Cidade de Campinas, cresci ouvindo histórias sobre a mesma e aprendi a admirar a minha cidade natal, ao mesmo tempo me sensibilizar com a problemática que a cidade enfrenta. Foi na cidade de Campinas que comecei a analisar como as relações no espaço urbano se estabeleciam, e também a consequência de um crescimento, ou seja, o adensamento desenfreado desacompanhado de planejamento urbano eficiente. Os problemas de segregação, planejamentos e ocupação do espaço vem ocorrendo ao longo da história, e não é algo específico de Campinas, mas são recorrentes em diversas cidades brasileiras. A problemática do uso do espaço urbano, lazer e
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cultura como provedores de qualidade de vida, traz a reflexão sobre a maneira a qual podemos intervir nessas áreas de vulnerabilidade, buscando retorno aos espaços de coletividade e à vida em sociedade. Durante a graduação em Arquitetura e Urbanismo na Universidade São Francisco, após as disciplinas de Projeto de Urbanismo, as indagações a respeito da cidade começaram a surgir de maneira mais crítica, com tal conhecimento adquirido em sala de aula, creio ser possível utilizá-los como ferramentas sobre a minha área de estudos com o objetivo de desenvolver propostas que sejam promotoras de positivas transformações no território. Além disso, a compreensão do local estudado e o fácil acesso à discursos dos moradores, possibilitam uma abordagem e argumento ainda mais amplos para a construção de tal exercício de projeto.” Stefany Rodrigues
ESCOLHA DA TEMÁTICA
que gerava um momento de conversa e compartilhamento de pensamentos, pois uma garrafa de café se faz para dividir a mesa, com o passar dos anos, o ser humano tem se tornado cada vez mais individualista, e o ato de tomar café se adequou a rotina também da falta de tempo, A oportunidade em participar de tal curso, que além da progra- agora utilizam-se cápsulas e pode-se tomar o seu café sozinho. mação o mesmo seria finalizado com alunos expondo seus projetos da Perde-se então o contato afetivo, a empatia através da conversa e as relações de um momento antes sagrado em alguns ambientes. finissage de uma exposição do artista Holandês Mesmo. Nunca me considerei criativa e sempre tive dificuldades em atividades O MUDA, utiliza as cápsulas de café que iriam para o descarte e que necessitavam utilização do lado direito do cérebro, porém enfren- tei o desafio de participar do curso, fazer as derivas e discussões e ao planta em cada uma uma muda de suculenta ou cacto, espécie de culfinal, apresentar junto com minha amiga Helena, um projeto de inter- tivo fácil, tentando passar a ideia de que pequenos atos podem mudar o nosso redor e as nossas relações, e uma pequena muda que após ser venções urbanas para a cidade. cultivada gera novas mudas e já não cabe mais naquele espaço peque O Artista MESMO - Kjell van Ginkel - e Julyana Troya foram nos- no, o que necessita a alteração e espaço para um nova espécie. sos orientadores de processo de projeto, além de outros artistas como Ou seja, dentro de todo este contexto, compreende-se que se Ricardo Cruzeiro e os outros alunos, cada uma com sua técnica e ma- neira particular de se expressar, ajudando o grupo na compreensão do através da comunicação, ocorre a germinação e então floresce, novas relações, coletividade saudável e serve de referência para outras pessoviver a cidade como um território de sensação. as. Aproveito aqui, este momento para agradecer pela oportunidade de participar, este curso e todas as portas que ele abriu, foi uma inspiração também para que este trabalho viesse a existir. MUDA é uma semente que nasceu da participação no Curso de Intervenções Urbanas para o Público Acidental, oferecido pela Faculdade de Educação da Unicamp e EXTECAP.
Durante o exercício de criação da Intervenção Urbana MUDA, considera-se como um processo de muita reflexão, em como tal projeto pode envolver um ser emocionalmente e conscientizá-lo de algo e utilizando a rua, ou seja, o espaço público como palco para apresentação. O MUDA, nasceu com a ideia de demonstrar a importância do falar, de conversar, a importância das relações.
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Contextualizando, o ato de tomar café há anos atrás era algo
FIGURA 05: Curso de Intervenções Urbanas - EXTECAMP. Foto: Elaborada pela autora.
CONTEXTUALIZAÇÃO
áreas comerciais, as relações sociais agora passam por uma tentativa O direito à cidade é previsto pelo Estatuto da Cidade, LEI Federal nº de serem supridas através da tecnologia, mas e a relação com o espaço 10.257 de 2001, que regulamenta os artigos nº182 e nº183 da Consti- físico, a rua e sua movimentação? Como retornar às ruas após 60 dias, ou mais confinados em nossas residências? Como repensar espaços pútuição Federal de 1988, que em seu Artigo 2º inciso primeiro, diz: blicos mesmo em tempos de isolamento social? “I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como Este é o cenário a qual estuda-se, a reestruturação do espaço o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, público após uma pandemia que isolou uma sociedade contempoà infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, rânea que pensou que a tecnologia suprisse todas as necessidades e ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;” mesmo que, com tal clima de igualdade, todos ocupando o mesmo barco, podemos enxergar problemas habitacionais e de infraestrutura, O estudo visa compreender a atuação do Arquiteto Urbanista população mais privilegiada por um espaço ou não, mas o foco nesta no Campo das relações do homem com o espaço público, ou seja, pro- pesquisa é tratar o espaço público, pois o COVID-19 nos escancarou a fissional que é formado por um curso tão diversificado e se encontra importância do dinamismo e a movimentação social. apto a discutir e projetar na cidade áreas que tratam a convivência social entre os homens e o lugar, interação de classes e qualidade de vida O silêncio das centralidades, sejam elas metropolino ambiente inserido. Prevê um espraiamento do sentido de coletivitanas ou locais, nos fez sentir saudade até o barulho dade e cultura, ou seja o Urbanismo e a Arte trabalhando juntos para da atividade humana. (RODRIGUES, Stefany 2020) construir relações e garantir qualidade de vida à população. O objeto desta pesquisa, trata o Urbanismo e a Arte, como Este período revelou-se como uma porta que se abriu para a agentes requalificadores de espaços, e transformadores ativo de com- busca de soluções de problemas que tornaram-se despercebido em portamento do ser humano e suas relações. Em tempos de COVID-19, meio ao cotidiano, ou valores que foram perdidos. Mesmo em meio a uma pandemia que isolou o ser humano em seus quintais, casas, sejam pandemia, algumas pessoas que residem em áreas privilegiadas conelas grandes ou pequenas, tal confinamento necessário por precaução seguem sair de suas casas para praticar uma atividade física em espaço devido às contaminações, silenciaram as ruas e as relações sociais tor- aberto, possibilitando a distância previstas por pesquisadores da área naram-se limitadas a muros ou paredes. da saúde, porém em alguns casos isso não é possível. Em áreas de vul O que mais ouve-se dizer em meio a este cenário é que o ser nerabilidade social, não somente nessas áreas, mas em áreas adensahumano nunca mais será o mesmo, haverá mudanças nas relações, nas das, há uma escassez de áreas abertas e amplas, onde os moradores legislações, na tecnologia, na mobilidade, meio ambiente dentre diver- possam sair para caminhar, correr ou andar de bicicleta sem quebrar sos outros setores. Mas, eis a questão, como, onde e quando iniciare- regras do distanciamento social, levando em consideração que a ativimos a MUDANÇA. dade física em muitos casos é por prescrição médica. A segregação socioespacial é um tema abordado com frequên- Em meio a este cenário de privação de áreas públicas, seja em cia, normalmente falamos de classes sociais distintas as quais sofrem tempos normais ou em tempos de epidemias, existe a necessidade de com a separação ou são as responsáveis pela separação de um grupo. áreas amplas, e é na busca pela solução deste problema que se permeia Porém, o que fazer quando o mundo passa por uma segregação? As a pesquisa e projetos deste trabalho. fronteiras estão fechadas, os centros fechados, limitação de pessoas em
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FIGURA 06: Isolamento Social. Fonte: Foto elaborada pela autora e adequação de grafite de Banski
“Agora, temos a possibilidade e a oportunidade de verificar que o contato físico é fundamental” “O isolamento social, mesmo com o suporte da tecnologia, certamente tem impacto nas pessoas, porque somos seres sociais e essa sociabilidade pode se dar virtualmente também, mas nós precisamos mesmo do contato físico: de tocar, olhar – isso é muito importante para o ser humano.” Claudia Feitosa-Santana
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FIGURA 07: Colagem e citação. Fonte: Foto de fundo elaborada pela autora, Praça das Artes e Foto da Dra. Claudia Feitosa Santana
“A arquitetura possui uma dimensão objetiva e técnica que a diferencia das demais artes. Não é à toa que uma parte das faculdades de arquitetura do país está alocada nos departamentos de artes, e a outra nos politécnicos. O arquiteto e urbanista Lúcio Costa reclamou que havia muita construção e pouca arquitetura. Como definir o que é arquitetura? Arquiteturaéarte?Esseéumdebatesemfimque,sinceramente, não considero relevante. Contudo, o que não podemos deixar escapar é a percepção de sua dimensão cultural. As cidades são a maior invenção do homem. Fazer e habitar a cidade são os nossos maiores fatos culturais. Como fomentar inovação e experimentação, tanto em desenho como em processos? Como abrir oportunidades para os jovens? Como pensar a arquitetura e a cidade como campos de experiência? O que significa imaginar o futuro da vida urbana? O nosso futuro nas cidades passa pela arquitetura. Para que possamos um dia ambicionar novas perspectivas de cidade, um passo importante seria o Ministério da Cultura incorporar a arquitetura no seu planejamento.”
JUSTIFICATIVA 26
Pedro Rivera, Arquiteto.
EMBASAMENTO A preferência pela temática é, além de uma motivação pessoal, uma preocupação geral para com a sociedade. O “Urbanismo”, em conjunto da Cultura e da Arte trabalhadas em um plano, possuem força em modificar o lugar e as relações, imprimindo a responsabilidade de empoderar pessoas e lugares, ocupar novamente as ruas e gerar conexões sociais. A cidade é o local onde os homens desenvolvem todo o seu potencial humano, seja o senso de coletividade, a empatia, dentre outros valores. Cada ser dentro da cidade tem relevância, mas o espaço onde o homem vive e essa junção de diversidade entre os agentes é o que torna a cidade interessante. Compreende-se cidade é a maior criação do homem e é um grande símbolo da modernidade e, no início do século XX, o mundo encontra-se em cenário de modernização e industrialização, o momento é o pós-guerra as cidades se tornam um novo espaço, desenhado por grandes avenidas, edifícios com usos específicos entre outras novas funcionalidades do espaço urbano. O planejamento moderno trabalhou as cidades em setores a partir dos grandes planos, tais projetos dividiam a cidade por atividades e priorizava a grande novidade do século, o automóvel.
FIGURA 08: Colagem de Campinas - Tempos Modernos. Fonte: Elaborada pela autora.
“A presença física do homem num espaço não mapeado - e o variar das percepções que daí ele recebe ao atravessá-lo - é uma forma de transformação da paisagem que, embora não deixe sinais tangíveis, modifica culturalmente o significado do espaço e, consequentemente, o espaço em si, transformando-o em lugar” (CARERI, 2013).
Diante a este cenário, de potencialidades e fragilidades que podem ser solucionadas pelas qualidades que o local apresenta, a possibilidade deste estudo é elevar o convívio social neste espaço, através de diretrizes de melhoramento e utilização de espaços públicos e conexão entre a áreas livres da cidade. Esta pesquisa também tem como intenção fazer com que a população sinta-se pertencente ao local, pois, quando parte de algo, o ser humano tende a zelar e cuidar para manter em ordem aquilo que lhe diz respeito.. Com o atual panorama de isolamento e saudade das ruas, nos fez racionalizar a importância da convivência, dos lugares sociais e da O estado de São Paulo, encontra-se no Sudeste do Brasil.
“Essa ideia velha de planejamento urbano também foi apoiada pelo automobilismo, pelos carros que devem levar as pessoas de um lugar a outro. Isso significa que, durante 50 anos, fizemos um planejamento urbano que convida as pessoas a sentarem o dia todo. E agora sabemos que isso é um grande problema para a saúde” (JEAN GEHL)
Ou seja, durante o período moderno, nossas cidades estruturam-se ao redor do automóvel, o que contribuiu para o isolamento da população e para a falta de relação com os espaços públicos. O caminhar, por outro lado, é uma maneira de transformar e ressignificar os lugares.
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FIGURA 09: Mapas de Localização - Ajustes elaborados pela autora. Fonte: PMC
vida em público, acredita-se que uma pandemia pode mudar os nossos laços e melhorar nosso senso de responsabilidade e cuidado com aquilo que nós mesmos usufruímos. A área de estudos e diagnóstico para receber o projeto encontra-se na região Norte do município de Campinas, localizado no Estado de São Paulo, sudeste brasileiro, e líder da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O recorte escolhido para trabalho pode ser descrito como uma área dinâmica, periférica e adensada. São áreas do Distrito de Nova Aparecida, incluindo a centralidade local do bairro Padre Anchieta, tal bairro que foi projeto com viés modernista, porém com o passar dos anos o seu entorno foi adensado e em partes, de forma irregular. Tem-se então uma área de potencialidade cultural, que é descrita pela vizinhança como um propagador e instigador de comportamento coletivo da área e, completo em questões de equipamentos urbanos. Porém, tudo isso ocorre no centro do recorte, a população da área envoltória que é rotulada como irregular pelas tipologias, pelo CDHU e núcleos urbanos informais, consequentemente se deslocam ao
A Região Metropolitana de Campinas.
Município de Campinas.
centro local para ter acesso às áreas de uso coletivo. Tal entorno é segregado fisicamente por linha férrea, rodovia e vazios urbanos. A população mesmo fazendo parte do recorte parece invisível e como resultado temos áreas com baixa infraestrutura e o senso de cultura, coletividade e relações sociais abordados no centro, não acontecem no entorno. Acredita-se que este paradigma ou rótulo que essa população recebe, pode ser quebrado através da inserção de espaços para fins coletivos e de relações sociais. “Múltiplos são os lugares da cidade e distintas as suas visibilidades, mas, relacionando-os, é possível pensar em lugares próximos, embora distantes na geografia do mundo, pois em qualquer cidade é possível flagrar situações ou atmosferas que já se observou, ou é possível reconhecer tipos humanos ou vivências provocadores do imaginário.” (FERRARA:2002, p. 130)
Compreendendo que questões sobre o isolamento social nessa área são difíceis, tanto por problemas habitacionais quanto por falta de espaço amplo, muitas pessoas não têm acesso a um espaço de qualidade e com devida segurança durante este período. E o medo e a ansiedade que vem assolando a sociedade nos traz questionamentos do tipo: Até quando isso durará? Como nós seremos perante a exposição? E se vier outra crise sanitária? Não é o objetivo ser inédito e encontrar todas as respostas, mas esta pesquisa visa propor a partir de estudos, novas ações para que a população possa se unir, e que essa centralidade local, não perca a sua função principal, mas que os moradores deste centro se desloquem ao entorno, criem relações tanto com as pessoas quanto com o local e sempre em segurança. Compreende-se que o conceito de Acupuntura Urbana criado pelo teórico social desenvolvido pelo Arquiteto Urbanista Jaime Lerner no Brasil em 2003, é um bom exemplo a ser seguido para regeneração de espaços através de pequenas intervenções e transformadores de espaços comunitários.
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FIGURA 10: Mapa de Campinas com a delimitação da área de intervenção. Elaborado pelo autora. Mapa Base: Google Earth, 2020
FIGURA 11: Núcleo Urbano Informal Vila Francisca. Fonte: Foto elaborada pela autora 2020
LOCALIZAÇÃO
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34 FIGURA 12: Mapa de plano de fundo de área de atuação de projeto- Fonte: base SEHAB Campinas Elaborada pela autora.
CAMPINAS E ÁREA DE ESTUDOS A cidade Campinas surgiu através do Movimento Bandeiristas, o movimento dos homens que caminhavam com a intenção de chegar até as minas começaram a se fixar ao longo do caminho, até surgir um pequeno povoado que ficou conhecido como Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso de Jundiaí no ano de 1774. A partir desse pequeno povoado iniciaram-se as melhorias no local. No ano de 1842 concretiza-se então o reconhecimento de Campinas como Município, agora produzindo o ouro da agricultura, o café. De acordo com informações do Plano Diretor da Prefeitura Municipal de Campinas do ano de 2006, em meados de 1870 Campinas foi considerada o município mais rico da província Paulista e possuía mais habitantes que a capital da província. Nos anos de 1870 funda-se a Ferrovia Paulista e a Ferrovia Mogiana e em seguida a Ferrovia Sorocabana. Esse período para a cidade foi marcado pelo desenvolvimento urbano e arquitetônico, ligação de iluminação a gás, bondes interligando pontos da cidade, hotéis, restaurantes e a população crescendo também. Mas em meados de 1890 Campinas passa por um pesadelo, a febre amarela, a população de 20 mil caiu para 5 mil, outros problemas ocorreram, tais como a falta de saneamento, excessos de cortiços, uma cidade cercada por brejos e córregos, sem defesa de salubridade, endividada com os melhoramentos da modernidade e falta de recursos para o saneamento. Nesse cenário surgem as leis de uso do solo, são criados critérios de ventilação das casas, alturas dos pavimentos, espessuras de paredes, proibição de construções de áreas molhadas, criação do sistema de captação de águas pluviais, destinação do lixo e canalização subterrânea dos córregos, áreas livres e abertas na cidade. E m 1897 a febre amarela é vencida e nos anos de 1900 o número populacional passa a subir, Campinas agora referia-se como Cidade Planejada, recebia operários para trabalhar na estação. Em 1930 há uma queda na produção de café no município de Campinas, e é visível o desenvolvimento industrial, há relatos de que a população na área central e entorno era em média de 60 mil pessoas. Nesse panorama de crescimento, entre os anos de 1934-38, surge a necessidade de uma reorganização urbana, contrata-se então os
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serviços do urbanista Prestes Maia para o Plano de Melhoramentos Urbanos de Campinas. Prestes Maia, foi um engenheiro higienista-sanitarista e funcionalista, ou seja, o objetivo era redesenhar a cidade, projeto de canalização de rios por questões de salubridade, alargamento das vias para que fluísse o tráfego rodoviário, tal plano não foi implantado de uma vez, houve pausas e depois foi retomado e revisado. Nesse momento a cidade era tomada pelo fenômeno da verticalização, pelo automóvel, crescimento dos negócios imobiliários e expansão de habitações para a região periférica da cidade. Aos anos de 1945 até década de 50, houve ampliação da mancha urbana, fora da malha consolidada, implantação de grandes obras e visíveis investimentos públicos, como a pavimentação da Rodovia Anhanguera, nesse cenário a industrialização é o principal indutor a urbanização. Ao final da década de 60 e chegada das décadas de 70 e 80, há o investimento imobiliário, grandes instituições de bens de consumo, tecnologia e outras indústrias, por exemplo nesse momento instala-se a Unicamp na cidade, o Terminal Intermodal de Cargas na Anhanguera dentre outros. Nesse mesmo panorama, década de 80, mais precisamente em 1982 foi inaugurado, o conjunto habitacional Vila Padre Anchieta, beneficiou aproximadamente 18 mil pessoas. O bairro foi apelidado de “cidade” e defendeu por décadas o posto de maior empreendimento habitacional da cidade, além das moradias, a área recebeu comércios, equipamentos urbanos voltados a saúde e até um centro cultural, praças, pois acreditava-se que a rua era local de encontro, convivência e coletividade, espaços perfeitos para uma população diversificada. E m 1986 foi instalado o primeiro Presídio, Professor Ataliba Nogueira a aproximadamente 3km de distância do bairro planejado, o que levou a segregação da área. Início da década de 90 surge a área de seguimento de atividade econômica Techno Park e até início dos anos 2000, foram surgindo as ocupações ao entorno da Vila Padre Anchieta, bairros como Vila Francisca, Renascença, Padre Josimo… Por volta de 2003 a 2006 foram entregues aos moradores os Conjuntos Habitacionais Campinas E e Campinas F,
FIGURA 13: Mapa de Campinas com a delimitação da área de intervenção. Elaborado pelo autora. Mapa QGIS, base Google Earth, 2020
iniciativa do CDHU. Em meio a este panorama, o Pe. Anchieta realmente torna-se uma centralidade na periferia, área planejada e seu entorno que é resposta de um adensamento sem planejamento, tal envoltória é consolidada a partir da autoconstrução e conta com precariedade de áreas públicas de lazer, fazendo com que toda a população de locomova até a centralidade local. O Pe. Anchieta é um bairro conhecido pela cultura e valorização e senso de coletividade, mas que mesmo com estes reconhecimentos, conta com problemas de relação entre as pessoas da centralidade local e o entorno, é visível os problemas sociais, problemas habitacionais, problemas de infraestrutura e problemas com o espaço público, o bairro e seu entorno são ativos, a população usa o espaço público de modo a fazer adequações para atender as necessidades. O local também é conhecido pela valorização da cultura, por seus espaços e oferecimento de atividades artísticas voltadas à população. “Somente Barão Geraldo é conhecido pela cultura e seus espaços, aqui temos artistas locais, áreas estruturadas e infelizmente não temos visibilidade”(FALA DE MORADOR)
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FIGURA 14: Mapa da área de intervenção. Elaborado pelo autora.
FIGURA 15: A Liberdade. Colagem elaborada pela autora.
“A sua identidade, portanto, é deste modo interdependente da do território de que faz parte. É também uma cidade que não está fechada sobre si mesma mas que mantém relações com o que a rodeia - outros núcleos urbanos do seu território e cidades com características semelhantes de outros países -, com o objetivo de aprender, trocar experiências e, portanto, enriquecer a vida dos seus habitantes. A cidade educadora é um sistema complexo em constante evolução e pode exprimir-se de diferentes formas, mas dará sempre prioridade absoluta ao investimento cultural e à formação permanente da sua população. (...) O grande desafio do século XXI é investir na educação de cada indivíduo, de maneira que este seja cada vez mais capaz de exprimir, afirmar e desenvolver o seu próprio potencial humano. Potencial feito de individualidade, construtividade, criatividade e “sentido de responsabilidade assim como de um sentido de comunidade - capacidade de diálogo, de confrontação e de solidariedade. Uma cidade será educadora se oferecer todo o seu potencial de forma generosa, deixando- se envolver por todos os seus habitantes e ensinando-os a envolverem-se nela.” (CARTA DAS CIDADES EDUCADORAS, 1990)
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FIGURA 16: A Rua. Fonte: Foto de fundo elaborada pela autora, Centro antigo de São Paulo, 2019 e colagem de Noviça Rebelde.
PLANEJAMENTO URBANO, ESPAÇOS PÚBLICOS E A ARTE A rua representa o espaço público por excelência, é o local de encontro das pessoas, onde as mesmas se desenvolvem, participam da experiência de ser parte da construção de algo, formam suas opiniões críticas e mantém ativa suas relações e geram novas relações, sejam com pessoas ou laços com locais diversos. Assim, compreende-se que o espaço público deve ser um espaço de igualdade e livre de acesso a todo indivíduo. “Espaços que sugerem uma abertura e um livre acesso a todos . . . onde estranhos se encontram de forma equalitária e onde existe liberdade de expressão e de reunião entre cidadãos.” (Warren, 2006)
Atualmente há diversas versões do que chamamos de “espaço público”, sabemos que quando falamos de espaço público, é aquele que é de posse de todo cidadão. O lugar público pode ser um espaço privado porém acessível ao público, como os shoppings, galerias, estabelecimentos comerciais, tais lugares podem ter entrada controlada, horários dentre outras regras para uso. No lugar público não gera o sentimento de pertencimento, e por consequência disso o Espaço Público que é de posse de todo indivíduo muitas vezes perde a importância, pois o cidadão não compreende que tal espaço é de posse do mesmo.
A Rua, como dito anteriormente é um espaço público por excelência, a rua é de todos, independente da classe social, da etnia ou de pensamentos.. A dinâmica e a movimentação no espaço público tem sido o cenário de inspiração de diversos artistas e além de cenário de inspiração, tem sido também a parede de exposições, ou seja, um museu a céu aberto. Compreende-se que os espaços urbanos mais atraentes para as classes dos criativos são aqueles que são geridos de diversidade, experiências e atividades que possibilitam os diversificados estilos de vida. “Para além daquilo que acontece no espaço público é assim igualmente importante considerar aquilo que ele é, ou seja, os lugares físicos que o conformam, o palco no qual os atores sociais se movimentam (...) Acredita que o principal objetivo da cidade do futuro deverá ser a provisão de condições ótimas para os contatos face-a-face, uma antiga, mas primária necessidade humana.” (Balula, Luís 2011)
As ruas são espaços adaptáveis, possui flexibilidade para mudanças e mesmo que passem por processos de transformações elas continuam a ser a Rua, continuam a ser ponto de encontro e movimentação. Em meio a um cenário de incertezas sobre o futuro, situação de isolamento, até mesmos os espaços com mais naturalidade de coletividade foram tomados por outra realidade, são as relações que tornam o espaço vivo, é o fluxo, a atividade humana, sem a atuação do homem “Lugares cuja manutenção é assegurada por entida- sobre o solo a cidade se torna um lugar insustentável por escassez de des públicas em benefício da comunidade e que ide- conexões sociais. O panorama de isolamento assegura os espaços púalmente podem ser utilizados por todos os cidadãos, blicos de determinadas áreas urbanas precisam da dinâmica, são indisindependentemente da sua condição social e econô- pensáveis atividades e interações coletivas. mica, idade, raça, etnia, ou gênero.” (Chapman, 2006) Precisa-se estudar espaços públicos de sucesso do passado, sejam eles ruas, praças, bairros dinâmicos, jardins, mas espaços que possuem uma vida social intensa e ativa.
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FIGURA 17: O Isolamento. Fonte: Colagem e fotos elaboradas pela autora, Theatro Municipal de São Paulo e Pinacoteca do Estado.
“When making the city more attractive in the knowledge economy the local authorities can invest in the creativity of their population. But a word of warning: creative cities cannot be constructed from the ground up. The roots of creativity, in fact, always lie in the existing, historically developed urban environment.” (Hospers, 2003, p. 143)
“Ao tornar a cidade mais atraente na economia do conhecimento, as autoridades locais podem investir na criatividade de sua população. Mas uma palavra de advertência: cidades criativas não podem ser construídas a partir do zero. As raízes da criatividade, de fato, sempre estão no ambiente urbano existente e historicamente desenvolvido.” (Hospers, 2003, p. 143)
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O ESPAÇO URBANO O desejo em compreender e estudar o espaço urbano, vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, tudo isso pois tal espaço abriga todas as formas que o ser humano se expressa ao viver, seja com atividades relacionadas à convivência social no lazer e no trabalho. Tudo isso desdobrado através das classes a qual a população se divide, seja o papel que cada um exerce em prol da sociedade. Essas classes somadas perfazem a população e esta se encontra em crescimento constante, diversidade, investimentos e principalmente em conflito social. A distinção entre as classes que são consideradas “agentes”, e estes mesmos “agentes” são os responsáveis pela produção do espaço. O espaço urbano é “o conjunto de diferentes usos justapostos entre si”. Ou seja, esses usos fazem parte da formação da cidade, a qual conhecemos pela divisão em áreas. Conta-se então com áreas residenciais que são segregadas entre si, pois temos a divisão dessas áreas por classes; O centro, onde ocorrem as atividades de gerenciamento, comércios e serviços; Áreas de expansão, prevendo o espraiamento urbano; Áreas de atividade econômica ou industriais, onde empresas de diversos portes se instalam; Áreas de lazer, seja bem estruturadas ou não. Todos os usos em conjunto forma-se a organização espacial da cidade, o que fragmenta o espaço urbano, pois claramente essas áreas são separadas, pela legislação, pela morfologia, dentre outras questões.
tratégias de uso do solo, mudanças no espaço, fazendo e refazendo a cidade. “O espaço Urbano capitalista - fragmentado, articulado, reflexo, condicionante social, cheio de símbolos e campo de lutas - é um produto social, resultado de ações acumuladas através do tempo, e engendradas por agentes que produzem e consomem espaço. São agentes sociais concretos, e não um mercado invisível ou processos aleatório atuando sobre um espaço abstrato. A ação destes agentes é complexa, derivando da dinâmica de acumulação de capital, das necessidades mutáveis de reprodução das relações de produção, e dos conflitos de classe que nela emergem” (CORREA, Lobato p.11)
Os agentes do espaço são: - Os proprietários dos meios de produção, ou seja, grandes consumidores do espaço que buscam por terrenos grandes e barato, fazem parte de tal grupo as grandes empresas tantos industriais quanto comerciais. - Os proprietários fundiários, buscam supervalorização ou uso de maior valor para sua terra, seja comercial ou residencial de status, não se interessam pelo uso e sim pelo valor da troca. - Os promotores imobiliários, estimulam o giro de capital através da comercialização de imóveis e terrenos, visam lucros e segregam as camadas populares. - O Estado é o principal agente produtor do espaço, gerenciador da lei sobre uso do solo e da cidade, intuito de organizar os agentes. - Os grupos sociais excluídos é composto pela população de baixa ren“Fragmentada, articulada, reflexo e condicionante so- da, menos favorecido em políticas públicas, mas são geradores da ecocial, a cidade também é o local onde as diversas classes nomia local, ou seja, no espaço em que eles vivem. sociais vivem e se reproduzem. Isso envolve o quotidiano e o futuro próximo, bem como as crenças, valores e mitos criados no bojo da sociedade de classes e em parte, O espaço urbano, ou cidade é o local onde há diversidade social e a projetados nas formas espaciais.” (CORREA, Lobato p.9) reprodução das atividades geradas pelos agentes. O processo de organização do espaço depende da atuação de cada agente, faz-se conexão A produção do espaço que acontece através dos agentes urba- entre as áreas que lhe compõem através da atuação de cada um na nos é o que mantém a cidade em constante organização, criando es- cidade.
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FIGURA 18: Contradição Temporal. Fonte: Arte elaborada por Marco Battaglini
FIGURA 19: O Manifesto ContemporÂneo. Fonte: Colagem elaborada pela autora.
O ESPAÇO PÚBLICO
pitalista, desenha espaços “públicos” para uma sociedade que vive de acessos aos sistemas privativos. As estratégias de políticas públicas e o O espaço público é o espaço que por excelência se faz único na urbanismo capitalista produz a cidade para a classe especial que possa cidade. Dessa forma, conhecemos a cidade e suas características atra- usufruir e gerar fôlego ao Estado. vés do espaço público. Nesses espaços aprendemos a observar, caminhar e sentir. Indovina Os espaços públicos atuais tem se tornado shoppings, galerias, (2002), defende pontos de vista sobre o espaço público, argumentan- parques fechados. De modo geral, são espaços projetados através de do que o espaço público possui a capacidade de expressar lugares, ou parcerias público privadas, gerando especulação imobiliária. Esses loseja, invocar o lugar da palavra, como um lugar de socialização, encon- cais acabam por caracterizarem-se de acessos reduzidos, visibilidade tro, convivência e sejam elas políticas, econômicas ou culturais. e funcionalidade para X agente. Tudo isso vem acontecendo, e preso a Há duas questões levantadas por Castro(2002) sobre a impor- um argumento: tância do espaço público: a primeira delas coloca o espaço público “Difusão de uma sensação de insegurança perante espaços como foco, ou seja, o elemento central dos projetos urbanos; o segundemasiado abertos e pouco controlados, reveladores de uma do apontamento é de que a negação da dimensão pública pode ser a certa agorafobia urbana, a concentração da população em origem da crise do laço social e da crise de cidadania que hoje conheáreas suburbanas distantes das zonas centrais, a criação de incemos. fra-estruturas de circulação intra-urbanas.”( RIBEIRO, 2002 p.2) Vivemos hoje com a noção do público e privado e muitas questões abrangendo tais termos. Para compreender o espaço público é Por isso é necessário discutir e pensar de como a forma, ou seja, preciso anteriormente entender o que é público. Tal questão talvez seja difícil de compreender hoje, pois vivemos em cenário de grandes priva- maneira de construir e pensar a cidade influencia na apropriação dos tizações de diferentes espaços, o que gera conflito nos usos e permis- espaços. O Urbanismo e as suas intervenções na cidade precisa agregar todas as categorias, classes e culturas e liberar acesso de todos ao espasão de acesso. Jürgen Habermas 1984, considera o espaço público como lugar ço público. Compreende-se o espaço público geralmente de maneira errôpor excelência pela facilidade e comunicação e a possibilidade de ge- rar encontros multi-sociais, ou seja, lugares onde a democracia e o uso nea, pois confunde-se o mesmo com áreas verdes, equipamentos ou livre são expressos. Porém, tal espaço foi corrompido pela falta de laços sistema viários, espaço público como um conceito é aquele onde todos possuem uma voz, uma vez e autonomia, é o local onde há expresso a entre grupos. O espaço público deveria ser como uma fonte de representa- cidadania e a sociedade com sua coletividade. Ou seja, o espaço público é irrestrito, aberto a todos e a tudo, ção pessoal, social e cultural, pois trata de um lugar simbólico onde os agentes expressam suas opiniões e respondem aos discursos de outros é espaço de passagem de permanência, ponto estruturante da malha urbana e confluência de diversos caminhos e lugares, é construído por agentes, que constituem a mesma sociedade. A dificuldade de distinguir o público do privado, acontece pela diversos agentes e sua principal característica é a vivência social entre falta de distinção dos termos, o público passou a ser um produto do as diversas classes. mercado privado. Ou seja, a necessidade do consumo da cidade ca-
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PANDEMIAS E O URBANISMO Desde a criação das primeiras aglomerações residenciais, ou seja, aproximadamente 10 mil anos atrás, o adensamento populacional junto da precariedade de saneamento, trouxe como resposta doenças e epidemias que assolam a humanidade ao passar dos tempos. Na maioria dos casos, o número de mortalidade se mostrou assustador com o grau de sofrimento intenso. Imagina-se que atualmente, o sofrimento causado pelo adoecimento por essas doenças possa ser reduzido por conta do avanço da tecnologia e “acessos facilitados” a tratamentos e acompanhamento médico. Como exemplo dessas doenças avassaladores, pode-se citar que, no século XIV, a peste bubônica, popularmente conhecida como peste negra, matou mais de 200 milhões de pessoas. No século XX, a gripe espanhola, logo após a Primeira Guerra Mundial, infectou aproximadamente 500 milhões de pessoas e dizimou a vida de aproximadamente 10% dos infectados ao redor do mundo. Tais epidemias demonstram a força sobre a humanidade e o impacto à vida terrena. Ainda, elas acompanham o crescimento populacional demonstram que, mesmo guerras, desastres naturais ou até mesmo atitudes humanas errôneas, não foram capazes de deter o crescimento populacional quanto as epidemias que assolam grandes números de vidas. O Urbanismo, como instrumento de planejamento de projeto e espaços, é uma profissão antiga, e dentro de diversas epidemias, tal ciência colabora para ajustes e requalificações da cidade para melhora da qualidade de vida e bem estar populacional. As primeiras cidades do mundo surgiram na Mesopotâmia, por volta de 4.000 a.C, todas as formas de construir sustentavam-se em segurança e bem-estar da população, e mesmo que pela militarização, pois muitas das cidades eram fortificadas para passarem por batalhas e permanecerem em pé. As cidades eram seguras aos ataques externos, com muralhas e fossos, havia fornecimento de água potável, que por exemplo funcionava a partir de estratégias tais como dos famosos aquedutos romanos. Neste modelo, conta-se também, com galerias
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de esgoto que funcionavam a partir de fossas, cemitérios fora da área de circulação, separação dos enfermos para não haver propagação de doenças, e espaços verdes de recreação como maneira de gerar bem psicológico à população. Com o passar de muitos anos, epidemias surgiam e cidades passam por ajustes. E já na metade no século XX, surgiram as propostas higienistas, como por exemplo através do Higienista Saturnino de Brito, que foi engenheiro atuante no Brasil, trabalhou em cidades como Santos, cria-se então canais para escoamento de drenagem e esgotamento sanitário, o que foi eficaz na prevenção de doenças, tais como leptospirose, viroses dentre outras. Os planos modernos urbanísticos, contavam-se com este viés higienista, porém tais planos receberam críticas nos últimos CIAMs (Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna) que ocorreram, por não levarem em consideração a real complexidade e peculiaridade de cada cidade e a diversidade do contexto atual. A partir dos anos 60, teóricos e pessoas comuns fora da área do Planejamento Urbano, como por exemplo Jane Jacobs, consolidam suas críticas ao urbanismo moderno, e definem modelos de vitalidade e caminhabilidade para as ruas. Em um planeta cada vez mais denso e globalizado, analisa-se então a relação entre densidade e grau de contágio e mortalidade de doenças ou também o padrão de ocupação, por exemplo como as doenças são propagadas e a intensidade, em locais insalubres, locais abertos ou espaços fechados. Pesquisas apontam para o maior contágio em aglomerações seja em espaços públicos ou privados. O desafio que fica é como pensar a cidade na sua peculiaridade e complexidade devido ao adensamento, e promover espaços que sejam saudáveis para a população.
FIGURA 20 Peste Negra. Fonte: Blog do Enem
COVID-19 A COVID-19 é uma doença que se fez e faz presente por todo o globo, causada por um vírus chamado coronavírus SARS-CoV-2, a qual apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas até quadros respiratórios considerados de alta complexidade. A doença pode ser transmitida para outra pessoa através de contato próximo, por meio de toque de mão, gotículas de saliva, tosse, espirro e objetos ou superfícies contaminadas. E por essa facilidade na transmissão foi necessário o isolamento social total. Muda-se a rotina por completo em todo o mundo, por exemplo escolas suspenderam suas atividades e outras foram para sistema remoto, o mesmo aconteceu com os empregos, com comércios e indústrias. As pessoas foram obrigadas a se resguardar em suas residências, ou seja, a dinâmica da vida humana foi alterada em poucos dias e sem previsão para um fim, o que tem gerado um estresse grande em toda a população. A frase de que não seremos mais os mesmos após a pandemia, é o que mais ouve-se dizer, e que, com certeza este momento irá estabelecer novos conceitos sociais, culturais, de uso da cidade, maneiras de morar, usar o transporte público, economia etc. Ainda, é possível prever transformações nas legislações e nas relações sociais. Com COVID-19 escancara-se a necessidade de intervenções urbanas que não necessitem de grandes planos ou altos investimentos, ou seja, este é o momento de pensar rápido e com prudência para oferecer deslocamento e uso dos espaços públicos com segurança. Considera-se um desafio pensar em como as cidades se viabilizarão nos próximos anos, ou melhor, como será a reconstrução de um novo modo de vida após uma crise sem precedentes. Haverá forte impacto econômico causado pelo isolamento, o que consequentemente impactará também nos recursos e investimentos para novas infraestruturas de espaços públicos seguros em cidades. Espaços de lazer, ou seja, equipamentos de usos comunitários, são propagadores de convivência social, esporte e cultura, e responsáveis por tornar as cidades mais inclusivas e dinâmicas. Porém, antes
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mesmo da crise pelo COVID-19, eram raros os investimentos em programas para a estruturação ou requalificação dos espaços públicos. Em locais de vulnerabilidade social, onde a população é menos servida de políticas públicas, há espaços públicos por excelência pela comunidade, porém necessitam de requalificação, pois tais áreas são fundamentais, na propagação de lazer, cultura e execução de atividades ao ar livre. Torna-se então um grande desafio, pensar a atividade humana e as alterações necessárias em um cenário de alta complexidade por consequência do nível de consolidação e densidade urbana nas cidades. Pois pensar a saúde e uso seguro do espaço, é pensar em todos.
FIGURA 21: COVID-19. Colagem elaborada pela autora.
FIGURA 22: Homenagem Às vítimas do Covid-19. Fonte: Artista Kobra.
ACUPUNTURA URBANA O termo e conceito de Acupuntura Urbana foi criado pelo Arquiteto Brasileiro, Jaime Lerner 2003, que tem objetivo de explicar melhorias criadas nas cidades através de pequenas intervenções. Uma vez, que o próprio Jaime compara a cidade como organismos doentes, e expõe então que algumas técnicas da medicina devem e podem ser aplicada ao espaço urbano. Assim como o corpo reage aos tratamentos medicinais, a cidade precisa reagir aos efeitos de pequenas atitudes, ou seja, planejamentos pontuais. Como uma simples picada de agulha, tem poder de revitalizar um ponto e áreas ao seu redor. (LERNER, 2003) Nem sempre a acupuntura urbana é viabilizada como um projeto de arquitetura, mas em diversos casos a mesma pode ser definida como o início de um novo modo de vida, hábito ou costume, contudo sempre pensando em mudanças positivas. Compreende-se então a importância da acupuntura urbana fomente a relação de pertencimento do indivíduo com o espaço e a autenticidade cultural, ou seja, a peculiaridade local estampada e empoderada. Em diversas cidades do Brasil, nota-se os problemas decorrentes da falta de continuidade de grandes planos, que muitas vezes o Estado inicia as obras e não persevera na mesma por diversos motivos, o mais conhecido deles é a falta de verba. As lacunas existentes nas cidades, sejam de regiões ociosas, como sem moradia, os vazios urbanos, lotes vagos, formam-se grandes áreas, que poderiam ser preenchidas com agradáveis e saudáveis projetos de víes de acupuntura urbana. Inicialmente, essas atividades podem ser estabelecidas como prioridade de animação e cativante à população, uma vez que a combinação de funções, ou seja, a população local ajudando no projeto é essencial, principalmente na continuidade de tais projetos.
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FIGURA 23: Acupuntura Urbana. Fonte: Colagem elaborada pela autora.
COLETIVIDADE, EMPATIA E SOCIEDADE Aristóteles já dizia que o homem é um ser social, um animal que necessita manter relações sociais ativas com seres da mesma espécie. Para o filósofo, o homem é um ser carente e precisa dos outros para se sentir realizado e feliz. Quando vive-se em bando, mesmo que iguais, algum se sente superior aos demais por se destacar em certas atividades, e isso não é difícil de acontecer. Algumas espécies possuem uma ordem de organização hierárquica. Inicia-se uma mudança de pensamento, do bem coletivo geral, passa-se a enxergar o mundo de perspectiva individualista. Marx e Engels, tratam sobre estes pontos dos relacionamentos humanos, a burguesia e o individualismo, retratando como uma classe dominante e em ascensão que possui o controle dos meios de produção, tal classe transforma os homens sociais em seres individualistas, uma política de perversidade de caráter como enriquecimento. Assim, se o homem é um ser social, a burguesia o corrompe. Dessa maneira, o mesmo deixa de se preocupar com o seu semelhante para trabalhar em benefício próprio. A partir deste individualismo surgem os problemas do “viver em sociedade”, o que era a causa de um isolamento social já existente de uma parcela da população. Seja em um ambiente nas residências, seja em apartamentos ou casas, a introspecção tem crescido e muitas pessoas preferem estar só. Mas a crise do COVID-19 escancarou as portas de um problema que precisa ser resolvido anterior a qualquer outro.
embora às vezes o chamemos por outro nome. E a necessidade de coletividade, o esforço de juntar as mãos para construir a sociedade em que gostaríamos de viver. Sem essa consciência de comunidade, enredados no individualismo ou adormecidos nos sofás dos privilégios, dificilmente conseguiremos um país menos desigual.” (JIMÉNEZ, Carla. EL PÁIS, 2020)
A convivência social, empatia e senso de coletividade, demonstraram-se de extremo valor para a saúde mental e qualidade de vida do ser humano, pode ser que não haja conversa, mas pela simples observação da dinâmica social a vida é mudada e ganha sentido. Uma das maiores preocupações neste momento tem sido a depressão, causada pela solidão, ansiedade entre outros estresses, compreende-se então que a comodidade da vida em sociedade e as relações, não podem ser vistas como um luxo, mas sim como uma possibilidade de gerar laços, saúde mental, recreação e interação. Tal cenário tem obrigado a olhar o seu próximo com empatia, já que a doença e o isolamento não escolhe pessoas por classes sociais, cor da pele ou localização geográfica. Acredita-se que uma das principais mudanças na humanidade após a crise sanitária enfrentada em 2020, será o resgate da coletividade visando a reconstrução da socie“Uma sociedade, diz, que está necessita- dade, para que esta caminhe de mãos dadas e disposta a abrir mão dos da de “empatia, de compaixão e de cole- pequenos privilégios em prol do bem estar da comunidade,
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tividade”. Três componentes básicos que ajudariam este país a sair da crise em que vive. A empatia como capacidade de saber escutar e compartilhar, com o coração aberto, os lamentos de dor e de esperança dos que caminham a nosso lado, seja qual for sua crença. A compaixão para não fechar os olhos ao sofrimento dos outros, que costuma ser o nosso,
FIGURA 24: Palavras que transformam. Fonte: Shoottheshit, foto: Guilherme Borges, 2019.
ARTE NO CAMPO DAS RELAÇÕES A obra de Arte, necessita ser parte do local no qual será instalada, criando-se a partir daí, relações de pertencer e ser espaço-arte.. Na década de 60, passa-se a permitir uma experiência de percepção corporal das artes, ou seja, a arte não era para apenas ser observada, e sim experimentada, vivida e sentida. Nesse mesmo período, a arte passou a ser relacionada com o modo de vida das pessoas e, dessa forma,as propostas artísticas ultrapassaram galerias, museus e quatro paredes. Diversas ações aconteciam em diferentes espaços, fora ou dentro dos museus, e ganhou diversas nomeações e uma delas é o termo instalação.
“De acordo com Leprum, a instalação baseia-se na proximidade do campo artístico com o campo da arquitetura e das ciências humanas. E, tal multidisciplinaridade, não seria um privilégio da instalação, mas demonstraria que o isolamento de qualquer disciplina em si, não é capaz sozinho de compreender a complexidade da vida contemporânea.” (LEPRUM, 1999, p.21)
“Uma sociedade que faz das informações a sua fonte fundamental, muda as estruturas constitutivas da experiência” Melucci (2001, p.16)
Pode-se observar a aplicação de tal processo na Bienal de Veneza em 1976, que descreviam os trabalhos a qual o artista tinha como Ou seja, a instalação a ser inserida no espaço, ou uma expressão objetivo criar um espaço dado. do campo das artes, são representações simbólicas elaboradas pelos sujeitos que vivem ou transpassam o contexto inserido. Os ambientes eram realizados através de propostas as quais, conta-se com peças, objetos e os espectadores interagiam com o mesmo, mais do que observar a obra, podiam fazer parte da mesma. “Foi realmente apenas na última década que este vem sendo dado para descrever um tipo de proposta artística que rejeita a concentração em um objeto em favor de uma consideração das relações entre um número de elementos ou na interação entre coisas e seus contextos”. (Oliveira, Oxley e Petry op. cit. p.8) “Tanto ‘Ambiental’ quanto ‘Instalação’ são rótulos que se tornaram correntes desde os anos 70 para dar conta da crescente freqüência com que os espectadores achavam que precisavam estar na obra de arte para poder vê-la e vivenciá-la”. (ARCHER, op. cit. p.103)
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FIGURA 25: Intervenções Urbanas. Fonte: Artísta Visual Kjell, foto: Helena Bossolan, 2019.
FIGURA 26: Intervenções Urbanas, Campinas. Fonte: foto: Helena Bossolan, 2019.
RELAÇÕES
direito à cidade não é um presente. Ele tem de ser tomado pelo movimento político.” (Harvey (2013, p. 34)
A população urbana em geral enfrenta problemas básicos no cotidiano, a preocupação com a própria sobrevivência, na busca por qualidade de vida, o que inclui, emprego, moradia, segurança, educação e saúde. Mesmo que todas essas atividades incluam ações de terceiros, as práticas com foco nas relações sociais, ficam em segundo plano. Assim, toda a energia do ser tem focado em atividades onde há o benefício individual ou para o seu clã. Há a necessidade de um resgate humano para a sua potencialidade da ação, transformação e a conexão com seres da mesma espécie para benefícios coletivos. Mas o direito à cidade não pode ser concebido como um direito individual, pois o espaços são produzidos através de desafios políticos e forças dos diversos agentes. Toda a produção demanda um esforço coletivo e solidariedades sociais. Compreende-se que uma relação afetiva sustentável pode influenciar demasiadamente na construção do ambiente através da experimentação viva dos encontros. Quando a ação de cada ser é analisada de maneira descontextualizada, choca, pois dissemina as inseguranças e o medo, o que causa o isolamento defensivo. As relações que são o ponto de partida para desenvolvimento dos seres é também ponto de partida para uma cidade sustentável, quando mesmo com as variações econômicas, sociais, culturais as relações são propagadas, quebra-se a batalha pelos direitos individuais e a dimensão do direito do cidadão passa a ser a respeito de coletividade.
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“O direito inalienável à cidade repousa sobre a capacidade de forçar a abertura de modo que o caldeirão da vida urbana possa se tornar o lugar catalítico de onde novas concepções e configurações da vida urbana possam ser pensadas e da qual novas e menos danosas concepções de direitos possam ser reconstruídas. O
A sociedade é composta de grupos, tais quais, são formados por pessoas que pensam de maneira parecida, ou seja, há no espaço urbano grupos distintos e a busca por seus interesses. A estrutura social é complexa, e isso fez com que os homens se vissem na necessidade de compreendê-la, analisando o comportamento social dos grupos e as interações humanas. “A sociedade é entendida, portanto, como algo dinâmico, em permanente processo de mudança, já que as relações e instituições sociais acabam por dar continuidade à própria vida social. Torna-se claro, ademais, que existe uma profunda e inevitável relação entre os indivíduos e a sociedade. As Ciências Sociais lidaram com essa relação de diferentes modos, ora enfatizando a prevalência da sociedade sobre os individuos, ora considerando certa autonomia nas ações individuais. Para o antropólogo Ralph Linton, por exemplo, a sociedade, em vez do indivíduo, é a unidade principal, aquela onde os seres humanos vivem como membros de grupos mais ou menos organizados.” (MELLO, Thiago. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Cabe-se então, examinar e compreender, o quanto os homens estão dispostos, como cidadãos, a praticar a empatia, o acolhimento e o exercício da política do afeto, ainda que envolva o debate e o confronto, mas os interesses como bem comum e não como recompensas individuais. FIGURA 27: Ainda Há Tempo, Criolo Doido. Colagem elaborada pela autora.
O GRAFITE “O grafite, essencialmente, surgiu em meados de 1970 na cidade de Nova York, quando jovens começaram a registrar marcas e desenhos nos muros da cidade, mas esse hábito foi crescendo e foram sendo desenvolvidas técnicas e conceitos sobre o desenho e é aí que surge o grafite. É importante frisar que digo “essencialmente”, pois o ato de fazer desenhos nas ruas é muito antigo, diversas sociedades fizeram isso com intuitos diferentes com o passar do tempo.” (ARTOUT, 2020)
Hoje, este tipo de arte faz parte das residências em projetos arquitetônicos, design de empreendimentos, estampado em roupas ou outros objetos. Tal arte, tem a capacidade de tornar um ambiente reconhecido, como por exemplo o Beco do Batman, na cidade de São Paulo. O local tornou-se ponto turístico, empoderado com os murais em grafite de diversos artistas..
O grafite se apresenta como uma forma de intervenção urbana ou manifestação cultural, muitos grafiteiros consideram o grafite como lazer e forma de comunicação com a população. E esse tipo de Arte O Grafite é uma das técnicas de Arte Contemporânea, pode-se urbana, vem ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento nas ciencontrar desta arte pelas ruas da cidade, muros comuns e as empenas dades e tem sido utilizado como estudo para evitar que jovens e criancegas de prédios tornam-se murais artísticos, e a rua é transformada ças caiam na marginalidade. Que tal arte seja cada dia mais revelada e em museu a céu aberto. possa ser canal de transformação no espaço urbano! Mesmo que tal arte conte com um conceito específico, muita gente FIGURA 28: Arte Urbana, Campinas. Fonte: FIGURA 29: Arte Urbana, Luz - São Paulo. considera a mesma como poluição visual, mas, por exemplo na França, foto elaborada pela autora. Fonte: foto elaborada pela autora. os grafites são expostos em galerias e museus de arte. Não é pelas exposições de grafite ocorrerem no ambiente urbano, que o mesmo é menos arte que um quadro ou escultura exposta em museus, o mesmo possui técnica, conceito e artistas diversos. O grafite surgiu em meio ao movimento do hip-hop, porém, hoje, o mesmo não pertence a um movimento específico, mas é considerado como técnica de expressão, ou forma de expor pensamentos de diversas manifestações, movimentos e grupos culturais. O grafite é lembrado em seu histórico, como referência de resistência, luta contra algum tipo de repressão ou até mesmo como crítica social. Considera-se sim, que o grafite possui tal profundidade e preocupações com questões sociais, mas também possui abrangência, para diversas formas de usos.
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FIGURA 30: Arte Urbana, Centro - Campinas. Fonte: Foto elaborada por Jéssica Viturino.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
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“Medellín: de cidade mais violenta do mundo à mais inovadora. Como o Urbanismo e projetos de requalificação urbana podem alterar a vivência das pessoas e levar benefícios relacionados à qualidade de vida.”
MEDELLÍN Medellín, uma cidade colombiana, é a capital da província de Antioquia. Sua população é de aproximadamente 2,5 milhões de habitantes. Nas décadas de 1980 e 1990, o município foi considerado o mais violento do mundo, com altos índices de homicídios, tráfico de drogas e violência urbana. A cidade e seu nome se relacionava ao terror que ocorria devido o narcotráfico. No local, havia deficiência de serviços básicos de educação, saúde e Cultura. Além da insegurança nas ruas devido aos atos violentos, encontrava-se também cadáveres, que eram consequência da atuação do tráfico na cidade. Tornando o espaço público, quase impossível para uso. Porém, com todo este cenário de uma cidade sem direitos, ocorreram diversos estudos e levantamentos, como diagnóstico, obteve-se a resposta de que em Medellín havia espaço de sobra para a violência e faltava a presença institucional do Estado. A mesma então, foi palco de projetos e passa-se então a ser conhecida como uma cidade exemplo, de transformação urbana e social. Medellín é uma cidade disposta sobre as encostas das montanhas, o que dificulta a mobilidade pelo espaço num todo. O pensamento de projeto baseou-se na integração da população, redução de violência e pobreza, e uso do espaço com segurança. Cria-se então um Projeto Urbano Integral, ou seja, leva em consideração o desenvolvimento social para transformar o espaço, focando em setores de maior necessidade e áreas menos favorecidas. A base de projeto, foi colocar todos os instrumentos possíveis atuando juntos num mesmo território. A multidisciplinaridade de profissionais participantes do projeto, facilita o estudo e levantamento de informações, cria-se então diretrizes de mobilidade, uso do espaço público, a inserção de pontos de cultura e o uso da arte, indo-se muito além do embelezamento local. O uso da mobilidade e a arte, evidenciaram locais que antes eram esquecidos pela dificuldade de acesso. Instala-se um sistema de mobilidade chamado Metrocable, inserindo teleféricos como possibili-
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FIGURA 31: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione.
dade de deslocamento. Os murais em concreto e casas da periferia, ganham grafites e pinturas. As Vielas ganham escadas rolantes e rampas de acesso pelas áreas dos morros de difícil acesso. Todos projetos tiveram como origem, intervenções simples e rápidas, as quais os moradores pudessem participar e o Estado ganha a credibilidade e confiança para dar andamento nos projetos. Por exemplo, havia uma biblioteca a ser construída, e dois anos antes da concretização do projeto, enquanto a obra estava em andamento, os moradores preparam feiras de leitura. Incentivando a população a ler, assim quando o equipamento urbano estivesse pronto, as pessoas estariam conscientizadas da importância da educação e leitura. Os Parques Bibliotecas foram inseridos na paisagem e como programa de projeto, com a intuição de promover práticas culturais e sociais aos bairros que estão na envoltória. Edificação que além de transformar a plástica do local, servem de equipamentos que são suporte a educação da população. Atualmente Medellín, é um exemplo de uma Arquitetura e Urbanismo Social, altera-se pouquíssimo a morfologia urbana existente, mas a paisagem urbana é usada como um cenário de regeneração. Os índices de tráfico foram quase que considerados erradicados, a instalação de pontos de cultura e empoderamento da economia local, é uma resposta através das relações que agora acontece no espaço e gera somente benefícios à população. Medellín passa a ser reconhecida então, como cidade igualitária, pois há um projeto beneficiando toda a população com qualidade de vida, através de desenvolvimento econômico e inovação. Projeto a qual considera-se como sustentável, pensado para pessoas e meio-ambiente.
FIGURA 36: Medelín, Biblioteca Espanha. Fonte: Architecture in Development maio 2014. Build for Change.
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FIGURA 32: Medelín, Biblioteca Espanha. Fonte: Architecture in Development maio 2014. Build for Change.
FIGURA 33: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione.
FIGURA 34: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione.
FIGURA 35: Medelín, plano de requalificação. Fonte: Vitruvius, maio 2014. Transformação social e urbanística de Medellín por Ghione.
BIG - BJARK INGELS
Arquitetura trata de se certificar de que nossas cidades e pré Bjarke Ingels é considerado como um dos arquitetos mais inspi- dios combinem com a maneira que nós queremos viver nossas vidas: radores e questionados da contemporaneidade. Em sua metodologia o processo de manifestar nossa sociedade no mundo físico. (Bjarke Inde “Yes is More”, o arquiteto Dinamarquês baseia seu processo criativo gels, entrevista Gazeta do Povo, 2018) a partir dos conflitos da sociedade e em uma busca pelo hedonismo, o que gera questionamentos de seus projetos que são fora da caixa. Através dessa metodologia, o grupo já projetou diversos projetos e em escalas distintas, desde interiores até projetos que modifi O escritório BIG, compreende que negar os conflitos que há no quem a paisagem urbana. espaço urbano não é a melhor opção, mas é necessário pensar na incorporação da massa, sobrepor as diferenças, fazendo com que aquilo que parece ser distinto ocupe o mesmo lugar e gere novas ideias e usos. Os maiores questionamentos que ocorrem sobre o BIG, é resultado da utopia de muitos dos seus projetos, que são pensados de maneira contrária ao que mundo caminha. No entanto o jovem arquiteto, pensa junto da sociedade e favor da mesma, não ao contrário. Através da irreverência de seus projetos, com a busca pelo prazer na arquitetura, Ingels por incrível que pareça, pensa em seus projetos de maneira responsável, sustentável, não somente em questões ambientais, mas também no motivo da criação, para quem é criado e como os usuários respondem a tal arquitetura na paisagem. O BIG prioriza a representação tanto gráfica, quanto final, considerada como autêntica de maneira convincente, trabalha em seus projetos os tornando acessíveis e lúdicos. De tal forma, todos os projetos feitos pelo grupo são considerados, criativos e únicos. A questão sustentável dos projetos, vão muito além do clichê de que edifícios sustentáveis são aqueles com métodos de economia de energia, reutilização de resíduos ou descartes corretos. O BIG, confirma que uma arquitetura sustentável é aquela que gera relações sociais, interação com o entorno.
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FIGURA 37: Bjarke Ingels o Steve Jobs da Arquitetura, Parque de Superkilen. Fonte: Viva Decora.
FIGURA 38: Bjarke Ingels, Audemars Piguet. Fonte: Arch Daily.
PLANO MUNICIPAL CULTURAL INTEGRADO
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FIGURA 39: Bjarke Ingels, Audemars Piguet. Fonte: Arch Daily.
MASTER PLAN Em 2015, o Estatuto da Metrópole (Lei Federal nº 13.089/2015), determinou que as regiões metropolitanas elaborassem os seus Planos de Desenvolvimento Urbano Integrado - PDUI. Eles deveriam traçar diretrizes para o desenvolvimento regional e metropolitano, e serem apresentados até 12 de janeiro de 2018.
O PDUI, é um instrumento legal de planejamento urbano previsto no Estatuto da Metrópole, a qual descreve e estabelece diretrizes para ações e projetos, visando orientar sobre o processo de desenvolvimento urbano das cidades, busca-se igualdade social, reduzir as discrepâncias e melhorar a condição de vida da população. Trata e requalifica, áreas através do uso e ocupação do solo, meio ambiente, mobilidade urbana e regional e proteção dos mananciais, áreas de preservação, saneamento básico e resíduos sólidos, desenvolvimento sustentável e socioeconômico, direito à cidade e habitação de interesse social, lazer e cultura. O Plano Municipal Cultural Integrado, foi inspirado no PDUI. O mesmo ocorrerá com o levantamento de dados do local a receber o projeto e tem como principal objetivo, transformar o Distrito de Nova aparecida, como um Distrito Cultural. O trabalho ocorre como resposta através de estudo e compreensão de que a população é a Voz do Espaço, quem direciona o viés de projeto baseados nas particularidades local e necessidades as quais os moradores e a área requer. O PMCI (Plano Municipal Cultural Integrado), tem como função o empoderamento da população beneficiada, espraiamento de pontos de cultura e sistema de áreas livres voltadas para o lazer. Através do processo de levantamento e diagnóstico, busca-se com o PMCI, responder perguntas, tais como: De que forma melhorar o desenvolvimento local? Quais áreas deverão ser preservadas e quais
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são consideradas áreas de risco à população, com risco de enchentes, desabamentos? Quais áreas e obras são consideradas prioritárias para a administração pública e por tanto devem ser priorizadas na região estudada? Como melhorar a Mobilidade Urbana? Quais equipamentos de lazer? Como incentivar a Cultura e o esporte? Quais tipos de construções são permitidas em determinadas áreas - zonas mistas, atividade econômica - centralidade? E talvez o mais importante de todos os questionamentos: Quem são os responsáveis pela tomada de decisão e definição de prioridades? O PMCI, trata do desenvolvimento INTEGRADO, ou seja, envolve mais de uma ciência e irá discutir funções públicas de interesse COMUM entre eles e os beneficiários. Para isso, o PMCI deverá propiciar os mecanismos para a implementação da multidisciplinaridade, e garantir a participação de atores públicos, privados e, principalmente, da sociedade civil na sua elaboração e implementação. Conta-se com projeto geral de melhoramentos urbanos de infraestrutura básica. E projetos assinados pelos Arquitetos líderes de equipes, projetos voltados para Habitação de Interesse Social e Adequações, Cultura e Lazer, Mobilidade Urbana, Desenvolvimento Humano, Eficiência energética, Assistência Técnica, Incentivo ao Esporte e Inclusão Social e Empoderamento do Espaço público. As etapas de projeto inicia-se através de levantamentos de dados, visitas ao local e conversa com os usuários do local. Definição de objetivos, metas, temas a serem abordados e prioridades de projeto. Caracterização da área e diagnóstico, para criação de diretrizes e propostas.
FIGURA 40: Espaço em Palavras. Fonte: Arte Elaborada pela equipe da Bárbara TFG 2020 Campinas.
ZONEAMENTO O zoneamento antigo contava com 8 zonas dentro da área de estudo, 3 a mais do que o atual. Nenhuma das zonas antigas foram mantidas. Pensa-se então em um zoneamento mais amplo, e a área de dispõe em Zona Mista 1, Zona Mista 2 que reconhece e promove áreas com mistura de usos residenciais , mistos e não-residenciais. Zona de Atividade Econômica A e B, que promove áreas para usos industriais, logística, prestação de serviços e baixo e médio impacto. Zona de Centralidade, área com predominância de usos não-residenciais e mistos, encontra-se acesso aos serviços, comércios, ou seja, eixos centrais.
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FIGURA 41: Mapa de Zoneamento. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020.
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Identifica-se de maneira legível a localização de cada tipo de atividade exercida no solo,ou seja, sobre o uso real da terra. Como cada atividade é aplicada e sua predominância na área, percebe-se como as informações estão de acordo com o zoneamento.
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FIGURA 42: Mapa de Uso e Ocupação do Solo, base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020.
HIDROGRAFIA O mapa apresentando revela os locais onde existem hidrografias, microbacias e bacias hidrográficas. Os principais rios e córregos são o Ribeirão do Quilombo e o Córrego da Boa Vista, que se cruzam em um momento de acordo com a visualização na parte superior direita do mapa. O Córrego da Boa Vista ramifica-se próximo à áreas edificadas no nosso bairro, onde possui uma APP (Área de Proteção Ambiental) predominantemente sem vegetação, e é nesse trecho que ocorrem a maioria das inundações. As áreas verdes em geral são vazias, e apenas espaços livres no mapa sem aproveitamento efetivo.
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FIGURA 43: Mapa de Hidrografia, base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020.
TOPOGRAFIA O mapa topográfico, representa em escala, sobre um plano dos acidentes naturais e artificiais da superfície terrestre, mostrando suas posições planimétricas e altimétricas. Facilita a identificação de áreas baixas e altas do local de estudos.
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FIGURA 44: Mapa de Topografia, base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020.
DENSIDADE URBANA A densidade demografica da região analisada apresenta sua maior concentração na parte sul de rodovia anhanguera onde aparesenta a predominancia de usos residenciais. A parte norte é definida pelo usos industriais e por isso não apresenta nenhuma concentração de habitantes.
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FIGURA 45: Mapa de Densidade Urbana base PMC. Elaborado pela equipe de PI 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020.
DIAGNÓSTICO
CENTRALIDADE Concentração de comércios e serviços
A partir de levantamento e cruzamento de dados, chega-se ao resultado de diagnóstico de uma área com um forte desequilíbrio no que diz respeito a infraestrutura, áreas de lazer e equipamentos de cultura espraiados. No centro existente no recorte, há a concentração de maior investimento em políticas públicas relacionadas à infraestrutura e qualidade de vida, cenário diferente da realidade do entorno.
ZONA DE ATIVIDADE ECONÔMICA Segragam Zonas Residenciais LOTEAMENTO PLANEJADO Viés domitório, falta de comércio e serviços
Na área envoltória à subcentralidade, conta-se com um número grande de núcleos urbanos informais, passíveis ou não de regularização, Conjuntos Habitacionais e zonas de atividade econômica, e nenhum destes locais conta com áreas de lazer.
INFRAESTRUTURA PRECÁRIA Abstenção do básico APP DEGRADADA Ocupação irregulares de Habitações e uso para atividades de agricultura.
Os núcleos urbanos informais encontram-se em alto nível de precariedade e muito deles em locais que apresentam riscos aos moradores.
NÚCLEOS URBANOS INFORMAIS Passíveis ou não de regularização
Existência de barreiras que se enquadram como limites físicos, Rodovia Anhanguera, Rodovia Adalberto Panzan e leito férreo inativo, o que impede a conexão entre os moradores.
BARREIRA VERDE Alívio do som gerado pela Rodovia Anhanguera
Áreas de preservação ambiental, ocupadas por núcleos irregulares ou degradadas por algum outro tipo de intervenção.
DEMANDA DA CENTRALIDADE LOCAL Toda a envoltória é dependente.
Tal discrepância na distribuição de infraestrutura, faz com que a população do entorno precise se deslocar em direção ao centro, para ter acesso aos serviços básicos, lazer e programas culturais. Conta-se no centro com um sistema de áreas livres estruturado, pontos importantes de cultura e concentração de maiores atividades culturais.
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RODOVIAS LEITO FÉRREO ATIVO FIGURA 46: Mapa de Diagnóstico, base PMC. Elaborada pela autora 2020 Mapa Base: Google Earth, 2020.
O ESPAÇO PÚBLICO COMO INSTRUMENTO DE COLETIVIDADE E RELAÇÕES SOCIAIS. 88
OBJETIVOS Objetivo Geral: Elaborar um projeto de intervenções urbanas na região Norte do Município de Campinas, que seja propagadora de Arte e Cultura com o objetivo principal de levar de volta às ruas o sentido de coletividade e relações após uma pandemia que isolou as pessoas em suas residências.
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CONCEITO E PARTIDO Objetivos específicos:
- O Planejamento Urbano, o espaço público e a Arte - Solução para a pandemia sobre uso do espaço público - O Urbanismo e As Relações Sociais - Dinâmica da Rua e da Cultura - Grafite e Instalações - Entender a importância da relação do homem com a rua - Compreender o uso Espaço Público em segurança - A recepção da rua aos homens - Analisar espaços a receberem o projeto - Definir o projeto e a identidade visual do mesmo
FIGURA 47 Arte Urbana. Fonte: foto elaborada pela autora, Campinas 2019.
Conceito:
O projeto tem como objetivo resgatar as relações sociais, empoderar a população, despertar a sensação de pertencer ao local onde habitam e, consequentemente, se sentir parte da sociedade. As ações aqui previstas, se darão no “ambiente público”, através de intervenções urbanas e artísticas, em pequena e média escala, distribuídas pela área de estudo.
Partido:
Utilização de sistemas de áreas livres, promovendo assim, possibilidade de encontros, atividades de lazer e cultura em um cenário à céu aberto para a população e trabalhado com grafite.
METODOLOGIA DE PESQUISA As ações para que o trabalho fosse concebido, concentraram-se em levantamentos de dados e diagnósticos através do Projeto Integrado, pesquisas de campo, ou seja, visitas locais para a percepção do espaço e pesquisas em documentos, leituras de artigos e visita a órgãos públicos da cidade de Campinas para ter acesso ao processo a documentos sobre a área estudada. A pesquisa em campo teve papel analítico sobre o objeto de estudos, já a pesquisa documental, foi um levantamento de informações através de acesso a documentos e notícias. As leituras de artigos de pesquisa foram para compreensão do uso atual e desenvolvimento de sistemas na qual o objeto estudado faz parte.
FIGURA 48: Arte Urbana. Fonte: foto elaborada pela autora, Campinas 2019.
O MUDA O tipo de projeto apresentado como solução para as complexidades da área, reflete na plasticidade do local, pensando em propostas urbanas e arquitetônicas que transpassam a rua, ou seja, diante de um momento tão atípico, onde a nossa “normalidade” já não suporta o novo modo de viver, está na hora de repensar a cidade em novos moldes. A pandemia do novo coronavírus COVID-19, nos instiga a sair do modo ortodoxo de pensar, desapegar de certas normas que já não são válidas, além de que este momento enclausurados em nas residências libertou o modo criativo de pensar, pois gera na imaginação possibilidades de viver o hoje e projetar o futuro, mesmo com os limites que foram impostos.
FIGURA 49: Arte Urbana MUDA. Fonte: foto elaborada pela autora.
Repensar a cidade é um ato complexo, e repensar espaços para uso seguro com intuito de propagação de relações sociais é ainda mais difícil, por isso esta metodologia de projeto, visa desapegar de burocracias, porém, mesmo com toda a utopia talvez demonstrada, passar a segurança ao uso dos espaços se adequando aos limites impostos. Enxergar a cidade de ponta cabeça e gerar soluções projetuais fora da caixa, ou seja, fora da linha de pensamento comum ou padrões. É um desafio, mas que surgirá a partir de considerar as estruturas do espaço social como propagadoras e responsáveis pelo espaço físico, reformulando o chamado espaço público através de simulações de propostas urbano arquitetônicas.
O MUDA, visa trabalhar no espaço, levando lazer, cultura e in Assim, este projeto, visa trabalhar através de conceitos abstratos centivo ao esporte, oferecendo para a população, espaço amplo para para alterar a morfologia da cidade e as construções ali existentes, com uso seguro do espaço público. ousadia e sem medo do novo, daquilo que seria o adequado para uma viagem criativa no local de projeto, e não somente em especial a área de estudos, ou seja o sítio escolhido. Mas pensar em soluções que são aplicáveis em diversos lugares e como resposta ao que estamos passando neste momento. Ou seja, pensar em novas infraestruturas para espaços públicos, levando em consideração alguns limites impostos por legislações, mas pensar em locais mais justos e inclusivos através da arte, dinâmica e abstração do espaço. Levar a abstração, criatividade e ousadia para as construções. Alterando a paisagem urbana, morfologia e as relações dos homens no espaço público. Transpondo quadras, lotes, ruas, ideologias e segregações, que limitam as expressões dos homens no ambiente.
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PLANO DE AÇÃO A partir de um sistema de áreas livres, que é resultado de áreas públicas e terrenos subutilizados, desenha-se um eixo, chamado de Eixo Cultural. Nesse eixo, haverá intervenções projetuais que empodere o uso do espaço público, requalificação de locais existente e propostas artísticas sempre voltadas para o uso do espaço público com segurança e excelência. Como resposta ao diagnóstico da área, de deficiência de infraestrutura e todas as atividades de lazer e cultura voltadas para a centralidade, gera uma preocupação com o todo, ou seja, em toda a área há a necessidade de trabalhar as relações sociais e áreas livres. Para melhor trabalhar, divide-se então o recorte em quatro setores e fases de intervenção. Efetua-se o projeto, assim dentro de cada área levando em conta um estudo aprofundado da peculiaridade e necessidades de cada local a receber o projeto. Todas as áreas são dependentes da centralidade, então projeta-se a partir de um pensamento de espraiamento cultural e serviços, vencendo barreiras físicas e abstratas como a de segregação social. A segregação ocorre, pois a área como um todo pode ser considerada complexa por estar no limite municipal e perímetro urbano de Campinas, há um misto de tipologias, misto de usos, o que por exemplo faz com que a própria periferia que já é segregada por si só, segregue em sua localidade, e cada vez mais os usos tornam-se isolados.
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O Eixo Cultural, que são os locais de intervenções, tem como principal objetivo, levar cultura, esporte e lazer, e mesmo com toda a diversidade, instigar as pessoas para que façam do espaço público um local de cultivo de relações, empatia e a convivência social de maneira sadia.
PRIORIDADES Cria-se então uma tabela de análises, com dados norteados a partir de estudo e observação de cada setor, de acordo com deficiências e necessidades de cada setor, expõe-se como o projeto reagirá. Há proposta desde de infraestrutura básica até a inserção de áreas de lazer. A partir de tais informações, organiza-se então em uma ordem de urgência de intervenções os setores, facilitando o plano de trabalho e priorizando cada um de acordo com necessidades reais.
NECESSIDADE DE INTERVENÇÕES SETOR
INFRA
HABITAÇÃO
LAZER
MOBILIDADE
USO MISTO
1 2 3 4 FIGURA 51: Tabela de prioridades de intervenções. Elaborada pela autora.
FIGURA 50: Plano de Ação. Mapa da área de intervenções. Elaborada pela autora. Base: QGIS, Google 2020.
FIGURA 52: Mapa geral, elaborado pela autora.
SETOR 1
FIGURA 53: Setor de Intervenção 1. Fonte: Elaborada pela autora.
Predominância de Núcleos Urbanos informais de interesse social, não passíveis de regularização, devido a localização em áreas de risco, APP e leito férreo ativo. Local com deficiência de áreas de lazer. Projeto: • Reassentar famílias em ocupações não passíveis de regularização. • Reassentar famílias para terreno onde atualmente faz parte da Zona de Atividade Econômica. • Famílias receberão residências eficiêntes. • Regularizar e requalificar área de comércio irregular. • Estimular zonas de uso misto (comércio, residências e serviços). • Promover a melhora da qualidade de vida através da implantação de projetos no espaço público, onde anteriormente havia NR (criar espaços para lazer da população). • Projeto de Parque e incentivo ao esporte e cultura, para que a área não seja ocupada novamente de forma irregular.
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SETOR 2
FIGURA 54: Setor de Intervenção 2. Fonte: Elaborada pela autora.
SETOR 3
FIGURA 55: Setor de Intervenção 3. Fonte: Elaborada pela autora.
Predominância de Núcleos Urbanos informais de interesse social e específico, ambos passíveis de regularização. Deficiência em infraestrutura básica e isolamento devido a barreira física do leito férreo ativo.
Predominância de Núcleos Urbanos informais de interesse social margeando o leito férreo ativo, o que consequentemente não os tornam passíveis de regularização. Há também vazios urbanos e áreas de produção rural.
Projeto: • Pavimentar ruas locais. • Instalação de Iluminação Pública. • Promover a regularização Fundiária da população residente. • Promover a melhora da qualidade de vida através da implantação de um plano de melhoramentos através do sistema de áreas livres (criar espaços para lazer da população). • Passagem para sobrepor barreira física da rodovia. • Estimular zonas de uso misto (comércio, residências e serviços).
Projeto: • Reassentar população que ocupa as margens da linha férrea de maneira irregular. • Promover a melhora da qualidade de vida através da implantação de um plano de melhoramentos através do sistema de áreas livres (criar espaços para lazer da população). • Projeto de Paisagismo para ocupar antiga área de NR. • Estimular zonas de uso misto (comércio, residências e serviços).
SETOR 4
FIGURA 56: Setor de Intervenção 4. Fonte: Elaborada pela autora.
Loteamento aprovado e registrado de predominância residencial e zoneamento de atividade econômica, envolvidos pela Rodovia Adalberto Panzam e Rodovia Anhanguera. A principal característica do bairro é dormitório, conta-se com infraestrutura básica total. Projeto: • Diminuir os impactos causados pelos ruídos vindos das rodovias. • Promover a melhora da qualidade de vida através da implantação de um plano de melhoramentos através do sistema de áreas livres (criar espaços para lazer da população). • Estimular zonas de uso misto (comércio, residências e serviços).
SETOR EMERGENCIAL
“Construir cidades é construir homens. O ambiente urbano faz o caráter humano com sua feição” Anhaia Mello, 1929.
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Para compreender de maneira mais sucinta o projeto e o plano de ação, chega-se à conclusão de escolher um setor para detalhar e compreender como ocorrerá a proposta de projeto que pode ser replicada por todo o eixo. Compreende-se a partir das necessidades da área, o Setor 1 como o setor de maior vulnerabilidade. Além de ser afastado e segregado pelas barreiras físicas, tais como Rodovia e Zona de Atividade Econômica, o mesmo é deficiente no que se diz respeito a espaços públicos estruturados para uso, fazendo com que, a população quando quiser usufruir de equipamentos urbanos de lazer ou cultura, necessita se deslocar até centralidade local no Padre Anchieta. Dentro do setor, escolhe-se com mais precisão uma área de intervenção para melhor proveito da população, no Loteamento Parque São Martinho, mais precisamente, na envoltória do CDHU Campinas E e o Residencial Quilombo II. Justifica-se tal escolha pela vulnerabilidade e segregação que o local sofre de todos os outro setores. A sensação após visita ao local, é que a área foi predestinada a isolar as pessoas, há a Fundação Casa de Campinas, O Conjunto Habitacional CDHU Campinas E, que teve uma área envoltória ocupada por Núcleos Urbanos Informais, que hoje não são passíveis de regularização, conforme previsão de estudos da SEHAB Campinas. A população, em busca de facilidade para se manter na área, cria-se um eixo de comércio local, uma área irregular porém, responsável por atender todo o local oferecendo comércios e serviços. Assim, escolhe-se o Setor 1 para a implementação das intervenções do MUDA e detalhamento de plano de projeto. FIGURA 57: Escolha setor emergencial. Fonte: Elaborada pela autora.
SITUAÇÃO REAL
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FIGURA 58: Foto aérea da área de estudos. Fonte: QGIS Mapa Base: Google Earth, 2020.
PESQUISA DE PROPRIETÁRIOS E RESPONSÁVEIS TRIBUTÁRIOS ETAPAS DE PROCESSO DE PESQUISA > Acesso ao Zoneamento Campinas > Consulta ao código cartográfico > Consulta das medidas e confrontantes > Pesquisa do código cartográfico em publicações no Diário Municipal > Buscar informações do responsável tributário ETAPAS DE PROCESSO DE PROJETO > Consulta do zoneamento > Consulta de adequação de projeto urbano > Normas de Planejamento Urbano Região Norte de Campinas - Zona Mista 1 - Macrozona Macrometropolitana Área de dependência econômica e em serviços do Distrito de Nova Aparecida.
FIGURA 60: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020.
1- Lote de Atividade Econômica 2- Leito férreo inativo (ocupação comercial passível de regularização) Responsável tributário: REC DOM PEDRO S/A Código cartográfico: 3162.53.46.0001.01001 Bairro: San Martinho - Campinas Confrontantes: Frente para estrada de servidão quarenta, lateral direita para ferrovia ativa, lateral esquerda com Estrada Municipal José Sedano, fundos com ferrovia inativa. Previsão de uso da área no projeto: Transferência de área para a construção de habitações sociais.
4- CDHU Campinas E Responsável tributário: Residentes do CDHU Código cartográfico: Quadra R: 3162.42.80.0001.01001 Quadra Z: 3162.51.63.0001.01001 Quadra U: 3162.51.01.0008.01001 Quadra AC: 3162.51.83.0008.01001 Quadra T: 3162.51.01.0312.01001 Quadra AB: 3162.51.83.0304.01001 Quadra W: 3162.51.22.0001.01001 Quadra AD: 3162.52.14.0305.01001 Quadra Y: 3162.51.43.0008.01001 Quadra AE: 3162.52.14.0008.01001 Quadra X: 3162.51.43.0315.01001 Quadra AF: 3162.52.11.0164.01001 Bairro: San Martinho - Campinas Confrontantes: NR Edivaldo Orsi, ferrovia inativa, Ocupação, Atividade econômica. Previsão de uso da área no projeto: Abertura de passagem nas quadras, gerando permeabilidade, e fazer das empenas cegas das edificações, murais artísticos.
5- EPC/Viário Responsável tributário: Identificado no Cadastro Municipal como área pública. Código cartográfico: 3162.52.25.0001.01001 Bairro: San Martinho Campinas Confrontantes: Avenida Comendador Aladino Selmi, leito férreo ativo, Rua Prefeito Celso Daniel. Previsão de uso da área no projeto: Requalificação de quadra esportiva e instalação de área de skate e playground.
3- NR Vale do Sol De acordo com informações do portal de notícias Correio RAC Campinas, a área onde atualmente é ocupada de forma irregular é classificada como área pública. Código cartográfico: Não encontrado no Zoneamento Campinas Bairro: San Martinho - Campinas Confrontantes: Ferrovia Ativa, CDHU Campinas E e Zona de Atividade econômica Previsão de uso da área no projeto: Desapropriação e construção de lazer.
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FIGURA 59: Foto aérea da área de estudos. Fonte: QGIS Mapa Base: Google Earth, 2020.
FIGURA 61: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020.
FIGURA 62: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020.
FIGURA 63: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020.
6- NR Edivaldo Orsi - Responsável tributário: Identificado no Cadastro Municipal como área pública. Código cartográfico: 3162.51.66.0096.01001 Bairro: San Martinho - Campinas - Confrontantes: Área de APP, CDHU Campinas E, Av. Comendador Aladino Selmi. Previsão de uso da área no projeto: Desapropriação e construção de lazer e presevação ao meio ambiente, APP. 7- EPC/Viário - Responsável tributário: Identificado no Cadastro Municipal como área pública. - Código cartográfico: 3162.42.50.0001.01001 - Bairro: San Martinho - Campinas Confrontantes: Estrada Municipal José Senado, Rua Elza Monerat, APP. Previsão de uso da área no projeto: Desapropriação e construção de lazer.
FIGURA 64: Terreno. Fonte: Zoneamento CPS 2020.
FOTOS DA ÁREA: SITUAÇÃO ANTERIOR AO PROJETO.
FIGURA 65: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017.
FIGURA 67: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017.
104 FIGURA 66: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017.
FIGURA 68: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017.
FIGURA 69: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017.
FIGURA 70: Foto da área de estudos. Fonte: Google Street View, 2017.
PLANO DE MASSAS Pensa-se então em um estudo preliminar de projeto, para definir os espaços a serem produzidos e mudanças que ocorrerão na área. Haverá, reassentamento das famílias dos Núcleos Urbanos, Vale do Sol e Edivaldo Orsi, tais que não são passíveis de regularização, as famílias serão reassentadas para uma área bem próxima da área onde encontram-se, pensando no laço que existente com o local, e assim não há alteração da densidade existente e nem quebra de afetividade. Requalificação e preservação da APP (Área de preservação permanente) que permeia pelo vazio urbano, o projeto visa proteger a mesma de novas ocupações irregulares. Implantação de Parque na envoltória do CDHU Campinas E, o mesmo Parque passará pelo leito férreo inativo onde continuará a área comercial, fazendo o papel de ligação entre as famílias reassentadas e o CDHU. Instalação de equipamentos de lazer, para cultivo do ócio, prática de esportes, permanência, instalações artísticas e áreas livres para diversas atividades. Regularização do comércio local tanto jurídica quanto arquitetônica, empoderando o espaço ainda mais, com um projeto de ocupação do espaço com edificações em container.
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Murais Artísticos nas empenas cegas dos edifícios do CDHU Campinas E e passagens para pedestres em meio as torres dos condomínio, aumentando a permeabilidade, melhorando os fluxos e criando áreas de permanência.
Núcleos Urbanos Informais sobre área pública não passíveis de regularização fundiária. Área de Preservação Permanente Área de Zona de Atividade Econômica cedida para reassentamento de famílias do Núcleos. Núcleo Urbano comercial passível de regularização, área de comércio local sobre leito férreo inativo.
FIGURA 71: Plano de Massas, setor 1 Emergencial. Fonte: Elaborada pela autora.
IDENTIDADE VISUAL CORES E FORMAS
CONTÊINERS
As cores escolhidas no projeto, surgiram através de pesquisa sobre psicologia das cores. O objetivo principal é que o usuário das áreas, sintam-se bem e tenham a percepção de uma área onde transpassa calmaria e alegria. AMARELO - Alegria, criatividade, disposição e alerta. AZUL - Bondade, serenidade e paciência. CÍRCULOS - tendem a passar uma sensação de positivismo. A forma circular sugere amizade, comunidade, amor, coletividade, continuidade e unidade. Nosso subconsciente compreende as linhas retas e verticais como formas que remetem à masculinidade, força imposição e agressividade, tais sensações que não fazem parte do objetivo deste projeto. Já as formas escolhidas, curvas, tendem à tranquilidade e calmaria.
Os contêineres são utilizados como resposta projetual à requalificação do comércio local e aos postos de cultura, como bibliotecas, caixas de oficinas e incentivo a cultura. O GRAFITE Forma de expressão através da Arte, empoderando o local onde este tipo de manifestação é aplicada. O maior objetivo do grafite é um pensamento, sensação ou luta por algum direito através do desenho feito por spray e de conotação artística. deste projeto. Já as formas escolhidas, curvas, tendem à tranquilidade e calmaria. AS VEGETAÇÕES Ajudam no controle do clima, oferecendo áreas sombreadas, frutos e consciência e incentivo à preservação ambiental. As vegetações ajudam na qualidade de vida dos habitantes e biodiversidade de espécies.
FIGURA 73: Colagem de Identidade Visual. Fonte: Elaborado pela autora.
FIGURA 72: Diagrama de Identidade Visual. Fonte: Elaborado pela autora.
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DIRETRIZES DE PROJETO Ações cruciais do MUDA, que se repetem e são de identidade do programa de intervenções urbanas.
Bancos curvos, feitos em concreto e madeira, pintados com as cores do MUDA, para descanso e permanência.
PlayGround em madeira plástica.
Contêiners para usos diversos, tais como, postos de cultura, banheiros públicos e estações de higienização.
FIGURA 76: Mobiliário, playgound. Fonte: Elaborado pela autora.
Espaços de descanso e permanência, circulos com distanciamento, possibilitando o uso do espaço público em segurança. FIGURA 77: Mobiliário, círculos de permanência. Fonte: Elaborado pela autora.
FIGURA 81: Mobiliário, Playground PNE. Fonte: 3D warehouse e render Elaborado pela autora. FIGURA 79: Empena grafitada. Fonte: Elaborado pela autora.
PlayGround incluviso para pesssoas com mobilidade reduzida.
Grafite em empenas cegas das edificações.
FIGURA 74: Mobiliário, bancos. Fonte: Elaborado pela autora.
FIGURA 82: Mobiliário, Contêineres. Fonte: Elaborado pela autora.
Áreas para Skate Pistas, rampas, drops e equipamentos de manobras.
Faixasde pedestres pintada com as cores do projeto.
Instalações Artísticas.
Lixeiras facilitadoras de separação de resíduos.
FIGURA 80: Instalação rampa. Fonte: Elaborado pela autora.
Concreto permeável.
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Contêiners para usos de fins comerciais, seja o comércio regularizado ou informal.
FIGURA 75: Mobiliário, lixeiras. Fonte: Elaborado pela autora. FIGURA 78: Faixa de pedestre. Fonte: Elaborado pela autora.
FIGURA 83: Drop do skate. Fonte: Elaborado pela autora.
149.075 M² de área de APP.
REGULARIZAÇÃO E ÁREAS DE PROJETO O MUDA Intervenções Urbanas, demonstra a preocupação com as famílias que serão reassentadas e com o empoderamento do comércio local, prevendo o reassentamento e a regularização das famílias dentro da mesma área de projeto, evitando a quebra de laços existente com o local, e prevendo também a regularização e reestruturação do comércio local, que é suporte ao bairro. A regularização dessas famílias, ocorrerá de forma jurídica e arquitetônica, todas as famílias dos núcleos urbanos, um total aproximado de 550 famílias, recebem moradias sociais eficientes e matrículas dos terrenos. Uma gleba que antes pertencia ao ZAE (Zoneamento de Atividade Econômica) passou a pertencer o ZM (Zona Mista), prevendo a construção de moradias e o uso de comércio local, já que muitas famílias são empreendedoras ou trabalham com algum comércio informal. A regularização do comércio local, será efetivada de maneira jurídica e arquitetônica, pois os comerciantes recebem treinamentos sobre empoderamento do comércio local e são beneficiados com uma nova estruturação de comércio, que é construção a partir de contêineres. Os contêineres, que são de viés eficiênte, são utilizados para a montagem do comércio local de acordo com o porte de cada negócio, o que acaba gerando uma nova morfologia para o espaço. Todas as áreas para instalação de projetos foram divididas e pensadas, para que as intervenções ocorra de forma planejada e ordenada.
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20.721 M² de área de passagem/ abertura de quadras no CDHU.
5 KM de ciclovia, permeando todo o parque, bairro novo, Avenida Aladino Selmi, Residencial Quilombo II e Fundação Casa. 15.000 M² de área de incentivo à prática esportiva, incluíndo equipamentos e amplitude para uso.
FIGURA 84: Diagrama de regularização. Elaborado pela autora.
39.914 M² de área de comércio.
FIGURA 85: Mapa de áreas. Elaborado pela autora.
140.000 M² de ára de “novo bairro”, famílias reassentadas para bairro de uso misto, saneamento e ciclovia.
Telha
REGULARIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS REASSENTADAS
Sistema fotovoltáico - produção de 200kw/h - segundo consumo médio em campinas AGENCAMP
termo acústica
O processo ocorre de forma multidisciplinar, ou seja, envolve parâmetros urbanísticos, sociais e jurídicos que determina a regularização da posse da terra para a população de baixa renda. O objetivo principal é beneficiar as famílias e levar acesso à infraestrutura urbana, boas condições de moradia, lazer e esporte. O programa garante a permanência das famílias nas suas regiões de origem. O bairro criado, receberá 540 famílias dos Núcleos Urbanos não passíveis de regularização, As famílias são beneficiadas com habitação de viés eficiente, ou seja, que atenda parâmetros sustentáveis e selos de certificação. O modelo da edificação é o demonstrado no diagrama ao lado. O projeto de habitação eficiente foi desenvolvido pelo Arquiteto Henrique Oliveira em sua pesquisa sobre habitações e qualidade das mesmas, o MUDA, utiliza do método do Arquiteto para solucionar problemas de moradias e oferecer aos moradores que são reassentado uma moradia digna.
Aberturas Dimensionadas de acordo com a NBR 15.220
Área de lazer privativa
Utilização prioritária de equipamentos elétricos com selo PROCEL de eficiência
Brise Soleil
Área de Lazer Coletiva
Proteção solar, opcional nas fachadas sudoeste.
Prioridade: incentivar encontros Sugestão de uso: Horta
Área Residencial Expansiva Asfalto Permeável
Sugestão: + um cômodo ou + sala comercial
Resfriamento das massas de ar
Asfalto Permeável
FIGURA 86: Mapa de reassentamento. Elaborado pela autora.
Aumentar permeabilidade do solo urbano e redução da velocidade dos automóveis.
Tijolo ecológico baixa condutividade térmica
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Cor Identidade
Azul, verde e amarelo *alterações poderão ser realizadas pelo usuário
Teto Verde
Redução da temperatura interna por resfriamento evaporativo
Sistema Reuso de água em torneiras do quintal e em vasos sanitários.
FIGURA 87: Habitação eficiente, Habitá360 TFG Henrique Oliveira - Diagrama e Render. Fonte: Elaborado por Henrique Oliveira.
DIRETRIZES DE PROJETO
PROPOSTAS Fechamento de via local para criar passagem Remoção das Famílias dos Núcleos
Abertura de quadra do CDHU
Abertura de quadra do CDHU
Abertura de quadra do CDHU
Regularização do comécio local
Área a receber as famílias dos NRs
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FIGURA 88: Implantação de proposta de projeto. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 89: Implantação de diretrizes de projeto. Fonte: Elaborada pela autora.
IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO TÉCNICA
FIGURA 90: Corte geral em escala 1:1500. Fonte: Elaborada pela autora.
118 FIGURA 91: Implantação técnica de projeto. Fonte: Elaborada pela autora.
TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO MATERIAIS
Concreto permeável. Material que elimina os complexidades ambientais e urbanos decorrentes da impermeabilização dos solos, além de reduzir enxurradas e enchentes.
Ciclovia. Massa alfáltica na cor vermelha, este material é mais resistente, e como não há necessidade de utilização de tinta após aplicação, evita-se então um faixa escorregadia em dias chuvosos. Caminhos em Pavers e Concreto permeável. Pavimentação urbana sustentável, materiais e técnicas que reduzam o impacto ambiental, possibilitando a drenagem da água da chuva, a redução de ruídos e o conforto. térmico
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Areia Para playground considera-se como a melhor tipologia, a areia que tenha sua granulometria mais grossa, ou seja, uma areia média.
Madeira do deck Extraídas da natureza por meio de técnicas de reflorestamento.
O container Solução sustentável e de baixo custo para os comércios locais. Reaproveitamento desses cofres de cargas que ficam abandonados em portos.
Água Lago artificial que há necessidade de limpeza
Madeira dos bancos Extraídas da natureza por meio de técnicas de reflorestamento. Árvores Espécies de baixa manutenção e frutíferas. Os portes escolhidos para o projeto são desde pequeto até grande porte.
Tinta Epóxi: Indicada para alta Resistência ao sol e à chuva. Cor: Amarelo pastel.
FIGURA 92: Materiais existentes no projeto e vegetações. Fonte: Elaborada pela autora.
Tinta Epóxi: Indicada para alta Resistência ao sol e à chuva. Cor: Amarelo pastel.
Forrações Vegetais de baixa estatura, com variação de cores, texturas, folhagens, ramificações, medidas e espessuras, não pisoteável.
Gramas Diversos tapetes de vegetação a serem aplicados sob o terreno que com o tempo torna-se como unidade. Pela baixa altura e tipo de folhagem, possibilitando receber cargas sem deteriorar rapidamente, considera-se área pisoteável.
Palmeiras Embelezamento paisagístico, ou seja, uso de forma ornamental e considerando frutos diversos que as espécies de palmeiras produzem.
TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO
CONTÊINER
ESQUEMAS CONSTRUTIVOS
CAMINHO RAMPA
Utilizado no comércio e postos de cultura.
Utlizado nas calçadas e caminhos especiais do projeto.
Utlizada nas calçadas. Rampa para calçada, de acordo com as normas de acessibilidade da “NBR 9050 – ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS URBANOS.
FIGURA 95: Detalhe rampa de acessibilidade. Fonte: Site Qualificad.
Pisos alerta ou piso de bolinha: alertar a pessoa de perigo, obstáculos, rampas e escadas.
Camada de regularização do solo.
Camada de base, pedras.
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Piso direcional: guiar a pessoa através de uma trilha, direcionar por um determinado trajeto.
Camada de terreno não compactada. FIGURA 93: Tecnologia da Construção, rampa de acessibilidade. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 97: Detalhe concreto permeável. Fonte: Elaborado pela autora.
Revestimento permeável Blocos de baixo impacto
FIGURA 94: Usuários do Espaço Urbano. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 96: Detalhe concreto permeável. Fonte: Elaborado pela autora.
Aço Isolamento Termoacústico Lã de rocha - Vidro - Pet
Revestimento Interno Cimentício - Gesso - OSB
SITUAÇÃO REAL
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SITUAÇÃO PROPOSTA
FIGURA 98: Foto da aérea. Fonte: Google Earth, 2020.
FIGURA 99: Implantação de proposta de projeto escala gráfica, área das quadras. Fonte: Elaborada pela autora.
TRAVESSIA
GRAFITE, FAIXA DE PEDESTRE E PASSAGEM DO SKATE
FIGURA 100: Colagem da รกrea, passagem de pedestres. Fonte: Elaborada pela autora.
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DETALHES DE PROJETO
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PERSPECTIVA GERAL
FIGURA 101: Render em perspectiva aĂŠrea. Fonte: Elaborada pela autora.
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PASSAGEM RECANTO DAS ÁGUAS
PASSAGEM GRAFITE, PERMANÊNCIA E DESCANSO.
FIGURA 102: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora.
O projeto contempla a criação de passagens em meio as quadras do CDHU Campinas E, em uma dessas passagens, “Recanto das Águas” o projeto tem área total de 3.753,16 m2. A abertura na quadra, permite a permeabilidade dos fluxos e áreas de permanência, com viés de calmaria e descanso. Nesta área, o projeto conta com área passagem para pedestres, lago artificial, instalações artísticas e as empenas cegas dos edifícios são murais de graffiti, tornando o passeio mais atraente.
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- 3.753,16 m2 de área de projeto - Passagens - Plantação de árvores - Área de descanso - Lago artificial.
FIGURA 103: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 104: Colagem da área, passagem Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora.
PASSAGEM RECANTO DAS ÁGUAS Corte e Implantação
Perspectiva
Situação Atual
PASSAGEM PERMANÊNCIA
FIGURA 106: Perspectiva Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora.
VIA LOCAL PAVIMENTADA
Concreto permeável
FIGURA 107: Situação Real. Fonte: Google Earth.
Calçamento permeável
Água
Forração
CORTE EM ESCALA GRÁFICA aproximada 1:500 FIGURA 105: Corte esquemático da passagem Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora.
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LAGO ARTIFICIAL PROFUNDIDADE 1M
Grama Planta em Escala 1:500 FIGURA 108: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora. FIGURA 109: Implantação detalhada Recanto das águas. Fonte: Elaborada pela autora.
COMÉRCIO
ÁREA DO COMÉRCIO
USO SEGURO DO ESPAÇO, AMPLITUDE, CICLOVIA E PASSAGEM.
FIGURA 110: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora.
Na área do leito férreo inativo, há ocupação de comércio local irregular, o projeto contempla a regularização do comércio já que o mesmo encontra-se em área passível de regularização, empoderando o mesmo e tornando-o mais atrativo. O Parque permeia através do antigo leito férreo com o intuito de integralizar as famílias do CDHU Campinas E e do novo bairro para onde as famílias foram reassentadas. O projeto contempla, comércio em contÂiner,calçamento para pedestres, áreas de permanência e áreas livres para instalações artísticas.
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- 39.914,00 m2 de área de projeto - Passagens - Plantação de árvores - Área de descanso
FIGURA 111: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 112: Colagem da área, passagem Área Comercial. Fonte: Elaborada pela autora.
ÁREA DO COMÉRCIO Corte e Implantação
Perspectiva
FIGURA 115: Situação Real. Fonte: Google Earth.
FIGURA 114: Perspectiva Área comercial. Fonte: Elaborada pela autora.
SOL DA MANHÃ Situação Atual
RUA ELZA MONERAT
CONTÂINER COMÉRCIO
RUA NOVA CRIADA PARA ACESSO AO BEIRRO NOVO
Concreto permeável
Tinta Epóxi Azul
Ciclovia
Forração
Calçamento permeável
Grama
Conteiner
Tinta Epóxi Amarela
FIGURA 116: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora.
CORTE EM ESCALA GRÁFICA aproximada 1:500
138
FIGURA 113: Corte esquemático da passagem Área comercial. Fonte: Elaborada pela autora.
Planta em Escala 1:500
FIGURA 117: Implantação detalhada Área comercial. Fonte: Elaborada pela autora.
PASSAGEM, CINEMA E SKATE
PASSAGEM
USO SEGURO DO ESPAÇO, SKATE, INSTALAÇÃO E PERMANÊNCIA.
FIGURA 118: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora.
Em meio as quadras do CDHU Campinas E, há áreas livres e de extrema excelência para convívio, não só dos moradores do condomínio, mas tanto pelos moradores, quanto usuários de toda a área. O projeto contempla passagens para pedestres em meio ao Conjunto Habitacional, o que melhora o fluxo e deslocamento além de facilitar a convivência social. Pensa-se nessas passagens como áreas de fluxo e permanência, e as empenas cegas se tornam murais de graffiti e cinema ao ar livre. Há a instalação de áreaspara skate, como drop, rampa e outros elementos.
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- 4.867,25 m2 de área de projeto - Passagens - Plantação de árvores - Área de descanso
FIGURA 119: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 120: Colagem da área, Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora.
PASSAGEM CINEMA E SKATE Corte e Implantação
Perspectiva FIGURA 122: Perspectiva Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 123: Situação Real. Fonte: Google Earth.
Situação Atual
PERMANÊNCIA
ÁREA DE PASSAGEM SKATE CINEMA AO AR LIVRE
INSTALAÇÃO ARTÍSTICA RAMPA NA EMPENA
RUA ELZA MONERAT
Concreto permeável
Tinta Epóxi Azul
Calçamento permeável
Forração
Madeira bancos
Grama
Madeira deck
Tinta Epóxi Amarela
FIGURA 124 Materiais. Fonte: Elaborada pela autora.
CORTE EM ESCALA GRÁFICA aproximada 1:500 FIGURA 121: Corte esquemático da Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora.
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Planta em Escala 1:500 FIGURA 125: Implantação detalhada Passagem, cinema e Skate. Fonte: Elaborada pela autora.
GRAFITE E SKATE FIGURA 126: Colagem perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, pista de skate e instalação. Fonte: Elaborada pela autora.
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CINEMA AO AR LIVRE, UTILIZANDO A EMPENA CEGA DA EDFICAÇÃO FIGURA 127: Colagem perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, cinema ao ar livre.Fonte: Elaborada pela autora.
MOBILIÁRIO URBANO, PASSAGEM E PERMANÊNCIA.
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PLAYGROUND, PASSAGEM, PERMANÊNCIA E GRAFITE NA EMPENA CEGA
FIGURA 128: Colagem Perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, Mobiliário Urbano. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 129: Colagem Perspectiva detalhada Passagem, cinema e Skate, Mobiliário Urbano, playgound. Fonte: Elaborada pela autora.
ÁREA DE ATIVIDADES
- 5.241,86 m2 de área de projeto - 195 metros de ciclovia - Plantação de árvores
FIGURA 134: Situação Real. Fonte: Google Earth.
FIGURA 131: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 133: Perspectiva Atividades. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 130: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora.
O projeto contempla a criação de áreas de atividades, com o viés de incentivo ao esporte, prática do brincar e área livre para a realização de atividades livres. Nesta área, o projeto contempla a ciclovia, o comércio, pontos de cultura e inventivo a arte, passagem para pedestres, PlayGround e Academia ao ar livre.
CICLOVIA
COMÉRCIO CONTÂINER
PLAYGROUND
Situação Atual
Perspectiva
Concreto permeável
Tinta Epóxi Azul
Calçamento permeável
Forração
Madeira bancos
Grama
Tinta Epóxi Azul
Ciclovia
FIGURA 135: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora.
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CORTE EM ESCALA GRÁFICA aproximada 1:1000
FIGURA 132: Corte esquemático Atividades. Fonte: Elaborada pela autora.
Planta em Escala 1:500
FIGURA 136: Implantação detalhada Atividades. Fonte: Elaborada pela autora.
PRAÇA SECA PARA ATIVIDADES DIVERSAS AO AR LIVRE
AMPLITUDE E USO SEGURO DO ESPAÇO FIGURA 138: Perspectiva, Amplitude, Atividades. Fonte: Elaborada pela autora.
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FIGURA 137: Perspectiva, Praça seca, Atividades. Fonte: Elaborada pela autora.
PASSAGEM E CICLOVIA
CICLOVIA, EMPENAS ARTÍSTICAS E PASSAGEM. FIGURA 141: Perspectiva Colagem Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 139: Implantação de localização de detalhe. Fonte: Elaborada pela autora.
O projeto contempla a criação de passagens em meio as quadras do CDHU Campinas E, em uma dessas passagens o projeto contempla uma área de 4.823,63 m2. A abertura na quadra, permite a permeabilidade dos fluxos O que melhora o fluxo e deslocamento além de facilitar a convivência social, entre moradores e visitantes. Nesta área, o projeto contempla a ciclovia, a passagem para pedestres, e as empenas cegas dos edifícios são murais de graffiti, tornando o passeio mais atraente.
152
- 4.823,63 m2 de área de projeto - 195 metros de ciclovia - Plantação de árvores
FIGURA 140: Implantação detalhe geral. Fonte: Elaborada pela autora.
PASSAGEM E CICLOVIA Corte e Implantação FIGURA 143: Perspectiva Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora.
SOL DA TARDE OESTE
ÁREA DE PERMANÊNCIA
PASSAGEM CICLOVIA
ÁREA DE PERMANÊNCIA
FIGURA 146: Implantação detalhada Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora.
FIGURA 144: Situação Real. Fonte: Google Earth.
Perspectiva
SOL DA MANHÃ LESTE
Concreto permeável
Situação Atual
Tinta Epóxi Amarelo
Ciclovia
Tinta Epóxi Azul
Forração
CORTE EM ESCALA GRÁFICA aproximada 1:500 FIGURA 142: Corte esquemático Passagem e Ciclovia. Fonte: Elaborada pela autora.
Grama
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VENTOS SUDOESTE
FIGURA 145: Materiais. Fonte: Elaborada pela autora.
Planta em Escala 1:500
CONCLUSÃO Realizar este projeto não foi nada fácil, foi preciso aprender softwares novos, dedicar tempo e me abdicar de muitas coisas as quais amo fazer, e mesmo em meio a um ano tão atípico, o desafio de continuar a trabalhar permaneceu, mesmo em meio às dificuldades. Mas, encerro aqui o meu Trabalho Final da Graduação, com o coração repleto de gratidão, por conseguir colocar em prática tudo aquilo me foi ensinado durante cinco anos na Universidade São Francisco.
Tipografias Utilizadas Myriad Pro Regular Myriad Pro Bold Myriad Pro Italic
Foi um desafio enorme, mas o amor pela temática trabalhada sempre foi maior do que as dificuldades, por isso termino por aqui essa fase na graduação, feliz e agradecida por todas as experiências vividas.
“Caminhamos pela fé, e não pela visão.” Paulo de Tarso
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Cores da Identidade Visual RGB #d6edf2 RGB #5ef92 Campinas, 29 de Novembro de 2020.
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