Fossa das Marianas A Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo 11.034 metros de profundidade. Localiza-se no Oceano Pacífico, a leste das Ilhas Marianas(ver mais abaixo), na fronteira convergente entre as placas tectónicas do Pacífico e das Filipinas. Geologicamente, a fossa das Marianas é resultado geomorfológico de uma zona de subducção. Trieste em 1960, logo antes de estabelecer o recorde em profundidadeO ponto mais profundo da fossa foi sondado pelos navios Challenger e Challenger II, da Marinha Real. O local foi batizado, então, de Challenger Deep. O fundo da fossa das Marianas foi atingido em 1960 pelo batiscafo Trieste, da marinha estadunidense tripulado pelo tenente Don Walsh e o cientista suíço Jacques Piccard, que passaram 20 minutos no fundo do oceano, numa expedição que durou ao todo 9 horas. Pesquisadores do Woods Hole Oceanographic Institution (Estados Unidos) estão construindo um novo robô-submarino que será capaz de explorar as partes mais profundas do oceano, atingindo 11.000 metros de profundidade. O robô será alimentado por energia elétrica de baterias, podendo operar continuamente por até 36 horas. O novo robô-explorador será controlado remotamente, podendo ser operado em dois modos: autonomamente, sendo capaz de vasculhar de forma independente vastas áreas do oceano, ou preso, ligado a um cabo, com o objetivo de recolher amostras em locais específicos e bem definidos. No modo autônomo, o robô permanecerá ligado ao navio de controle, mas utilizando apenas uma fibra ótica, que será utilizada para envio de comandos e recepção de imagens. As fossas oceânicas são caracterizadas pela falta de luz, por uma temperatura muito baixa e pela pouca quantidade de vegetais. Ela é uma zona escura, habitada por bactérias que se alimentam de matéria orgânica e por seres que se alimentam de restos orgânicos. Dentre os animais que habitam no fundo do mar temos: Esponjas; Anêmonas-do-mar; Peixes cegos. Alguns oceanos e suas fossas:
Oceano Antártico: Fossa Sandwich do Sul. Oceano Ártico: Fossa Litke Deep. Oceano Atlântico: Fossa de Porto Rico. Oceano Índico: Fossa de Java. Oceano Pacífico: Fossa das Marianas. Para lidar com as altíssimas pressões do fundo do mar, o robô-submarino terá suas câmeras acondicionadas em compartimentos feitos de cerâmicas estruturais sintéticas de última geração. Além de pesquisa biológica, o robô permitirá acesso às zonas de terremotos e vulcões mais ativas da Terra, que consistem em falhas geológicas localizadas nas fossas oceânicas.
O homem chegou à Fossa das Marianas, o ponto mais profundo do oceano, apenas uma vez, em 23 de janeiro de 1960, quando o batiscafo Trieste atingiu a Depressão Challenger, a 10.916 metros de profundidade, levando os mergulhadores Don Walsh e Jacques Piccard. Em 1995, o mesmo ponto foi atingido pelo submarino-robô japonês Kaikō, que recentemente foi perdido durante uma tempestade. Na única ocasião em que seres humanos estiveram no ponto mais profundo do globo, não havia como tirar fotografias, uma vez que as janelas do batiscafo foram diminuídas a tamanhos de moedas, para melhor resistir à pressão, e não existem registros visuais do evento. Segundo o escritor norte-americano Bill Bryson, em seu livro Breve História de Quase Tudo, a aventura nunca mais foi repetida em parte porque a Marinha dos Estados Unidos se negou a financiar novas missões e em parte porque "a nação estava prestes a se voltar para as viagens espaciais e a missão de enviar um homem à Lua, que fizeram com que as investigações do mar profundo parecessem sem importância e um tanto antiquadas. Mas o fator decisivo foi a escassez de resultados do mergulho do Trieste".
Clima pode extinguir centenas de espécies dentro de 50 anos O estudo tomou por base a existência de “envelopes” ambientais para cada espécie, ou seja, a idéia de que uma série de condições, como precipitação, temperatura e sazonalidade influem na sobrevivência daquele grupo de seres vivos. •
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Um estudo coordenado pelo biólogo britânico Chris Thomas, da Universidade de Leeds, e publicado na revista Nature, reuniu o trabalho de pesquisadores de várias partes do mundo (entre eles, a bióloga brasileira Marinez Ferreira de Siqueira, do Centro de Referência em Informação Ambiental, de Campinas) prevê que com um aumento de 2ºC na temperatura média mundial, poderiam ser extintas até 52% das espécies devido ao desaparecimento dos seus hábitats naturais. Marinez, ao analisar os efeitos das alterações climáticas nas árvores do Cerrado, identificou a possibilidade de redução desta área em 25% em 50 anos (ao usar um cenário mais conservador, isto é, de aumento de 0,5% ao ano no gás carbônico presente na atmosfera), índice que poderia chegar a 90% num cenário menos conservador (com aumento de 1% no CO2 ao ano). O estudo tomou por base a existência de “envelopes” ambientais para cada espécie, ou seja, a idéia de que uma série de condições, como precipitação, temperatura e sazonalidade influem na sobrevivência daquele grupo de seres vivos. Numa segunda etapa, foram usados modelos para projetar cenários futuros quanto a estas condições, o que permitiu identificar se tais espécies teriam possibilidade de continuar existindo ou não. Só política global evita a destruição O trabalho apresentado na revista Nature partiu do pressuposto de que, para cada espécie, existe um tipo de “envelope ambiental” condições de temperatura, precipitação (quantidade de chuva) e sazonalidade (variação das estações do ano) das quais a espécie depende para sobreviver. A partir disso, os pesquisadores criam modelos matemáticos que levam em conta tais condições e a distribuição atual das espécies numa região. O algoritmo busca, fora dos pontos de ocorrência das espécies, regiões similares onde a espécie poderia ocorrer no presente e no futuro, usando as projeções do IPCC (Painel Internacional de Mudança Climática, órgão da ONU) para daqui a 50 anos. Nós estudamos os efeitos de possíveis alterações sobre espécies de árvores presentes no Cerrado. O que acontece é que, em diversos casos, e de acordo com a intensidade de mudança ambiental gerada pelo aquecimento nos vários cenários futuristas estimados pelo IPCC, a área disponível para uma espécie pode encolher tanto que ela simplesmente pode ficar sem um ambiente propício para o seu desenvolvimento, podendo, em alguns casos, acabar se extinguindo. No pior dos cenários, isso poderia acabar acontecendo para 75 de um total de 163 espécies de árvores do Cerrado, como a douradinha (Palicourea rigida) ou o murici (Byrsonima coccolobifolia).
No entanto, há esperanças. Há grandes diferenças nas extinções projetadas para aquecimento global mínimo ou máximo, de forma que a ação política global ainda poderia salvar um número enorme de espécies. As espécies não se tornam extintas no momento em que o clima muda. Portanto, reverter o aquecimento global poderia salvar algumas, ou talvez muitas, dessas espécies. O trabalho para entender como as variá-veis climáticas e biológicas interagem com a distribuição das espécies está apenas no começo, é claro que com a adição de mais dados biológicos e de variáveis ambientais com resolução mais detalhada, melhoraria muito a qualidade da informação gerada pelas técnicas de modelagem. Mas o que pode ser feito de concreto para minimizarmos essas previsões? Observando os dados apresentados no trabalho do Cerrado, podemos ver que as melhores áreas, do ponto de vista climático, para preservação dessas espécies, são aquelas mais ao sul da distribuição atual do bioma Cerrado, ou seja, as áreas do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Sul de Minas Gerais e Norte do Paraná. Isso porque essas áreas, nas quais a maioria dessas espécies ocorrem hoje, ainda permaneceriam com um clima favorável para essas espécies. Esses resultados são importantes principalmente para uma tomada de consciência a respeito da necessidade do país continuar (e principalmente ampliar) seus investimentos em pesquisa da biodiversidade. O Brasil é muito grande e muito ainda existe para ser estudado em relação a fauna, flora e microbiota. Além disso, é preciso também investir no desenvolvimento de ferramentas de análises (por exemplo, modelagem) e de ambientes computacionais para que, com o que já temos de informação disponível, podermos gerar subsídios para a tomada de decisão sobre conservação da biodiversidade no Brasil.