COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
C O M P L E X O P O L I E S P O R T I V O E C U LT U R A L 1
PO N T IFÍC IA U N I V E R SI D A D E C AT Ó L I C A D E C A MP IN A S FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
C O M P L E X O POL I E S PORT I VO E CULTU RAL
Orientanda | Stephanie Louvet Guazzelli Orientador Maxim Bucaretchi Banca examinadora | Ana Paula Pedro André Falleiros Heise CAMPINAS - SP 2017
2
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
“A arquitetura é um pequeno pedaço dessa equação humana, mas para os que, como nós, a praticamos, acreditamos em seu potencial para fazer a diferença, para iluminar e enriquecer a experiência humana, para enfrentar as barreiras do mal-entendido e proporcionar um belo contexto para a vida.” - Gehry, Frank. Dicurso na Cerimônia do Prêmio Pritzker em 1989
3
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, por ser minha inspiração diária, uma fonte de conhecimento profunda. Meu exemplo de que é possível superar qualquer barreira, basta dedicação e determinação . A minha mãe, por seu coração tão grande, sua força, carinho, compreensão,calmaria e por todo apoio para vencer mais uma etapa. A minha irmã, minha companheira. O abraço mais apertado, meu refúgio.Ao meu avô por ser minha luz e fonte de coragem eterna. A toda minha família, que sempre me apoiaram, mesmo estando longe. Vocês são o meu ponto de apoio. Obrigada por confiarem e acreditarem em mim, por me ouvirem e me guiarem ao melhor caminho. Aos amigos, que se tornaram muito além de amigos, irmãos, pela paciência e ajuda nos momentos de desespero, que não foram poucos. Juntos vivemos as melhores histórias e experiências da faculdade, me proporcionaram os melhores risos e sorrisos. A todos os mestres, em especial ao meu orientador Maxim por ter me guiado e me incetivado a ir sempre além. Mostrando que o conhecimento se adquire a cada etapa a ser vencida. A todos os momentos e experiências vividas durante a graduação, principalmente ao intercâmbio e aos amigos de Strasbourg, que me fizeram amadurecer e tornar a pessoa que sou hoje. Meu muito obrigada. 4
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
RESUMO Este trabalho tem como objetivo a criação de uma nova centralidade integradora na região do Campo Grande (Campinas-SP), capaz de atrair o interesse dos jovens e de toda população local para os três pilares motivadores do projeto: Cultura, Lazer e Esporte. A valorização do local é uma de suas premissas, buscando garantir uma visão contínua da paisagem, respeitando a topografia existente e proporcionando a integração do complexo ao parque e à cidade. Neste memorial, serão apresentadas as esferas que influenciaram o projeto, englobando desde os estudos do território e os problemas encontrados até os motivos e soluções arquitetônicas adotadas para uma regeneração urbana, demonstrando claramente a relevância de um projeto arquitetônico para a transformação de uma área.
ABSTRACT This work aims to create a new integrative centrality in the Campo Grande region (Campinas-SP), capable of attracting the interest of young people and of the local population to the three motivating pillars of the project: Culture, Leisure and Sport. The valorization of the site is one of its premises, seeking to guarantee a continuous view of the landscape, respecting the existing topography and providing the integration of the complex to the park and to the city. This memorial presents the spheres that influenced the project, involving from the studies of the territory and the problems encountered to the reasons and architectural solutions adopted for an urban regeneration, demonstrating clearly the relevance of an architectural project for the transformation of an area.
5
“Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.” Carolina, Ana. Só de sacanagem
6 01:MAC Rio de Janeiro - foto do acervo pessoal de Barbara Titoto Paiva Imagem
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
Í
N
D
I
C
E
O TERRITÓRIO
09
O PROJETO
21
As questões do lugar
10
A gleba escolhida
22
As propostas para mobilidade urbana
12
O programa
23
As propostas para estruturação urbana
14
A implantação
24
AS DIRETRIZES
17
O partido arquitetonico
26
A missão
18
O espaço cultural
29
As premissas
19
O ginásio poliesportivo
35
As piscinas
41
A União do Complexo
47
AS REFERÊNCIAS
50
A BIBLIOGRAFIA
56
7
8
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
O
TERRIT ÓRI 0
“[...] outro tipo de relação com a cidade: ao invés de um cenário de passagem entre um ponto e outro de um deslocamento, o espaço da cidade passa a ser um espaço vivido. É evidente que a cidade, tal qual se organiza hoje, é absolutamente hostil a essa prática, uma vez que claramente a prioridade no espaço público é a circulação e, particularmente, a circulação de automóveis. Entretanto, quem busca conhecer a cidade a pé tem a oportunidade de se reconectar com a cidade, sendo capaz de fazer a crítica desse modelo e exigir outro, no qual estar será tão importante – ou mais – do que passar!” ROLNIK, Raquel. Conheça sua cidade… a pé!. Blog da Raquel Rolnik, 2013
9
As qu est õ e s d o lu gar
Campus PUC II - 5 km Aeroporto de Viracopos - 5,5 km Centro de Campinas - 10 km Parque Taquaral - 12 km Unicamp - 17 km Área de Estudo
Imagem 02: Distâncias e Localização da área do projeto urbano Vale do Capivari, na Região Metropolitana de Campinas (Base:Google Earth Pro)
10
O território escolhido para este projeto caracteriza-se pela carência social, pela juventude em situação de vulnerabilidade e pela integração precária com o tecido urbano. Visando levar melhorias ao local e tendo em conta a falta de equipamentos públicos à disposição de sua população, delineou-se o tema do projeto: Complexo Poliesportivo e Cultural. A gleba com área de 3,6 hectares, na qual o Complexo Poliesportivo e Cultural será implantado, está localizada na região do Campo Grande, em Campinas, estado de São Paulo. Cortada pelas Rodovias dos Bandeirantes e Santos Dumont e inserida na bacia do Rio Capivari, abriga 190 mil habitantes, distribuídos em 90 bairros espalhados, principalmente, ao longo da Avenida John Boyd Dunlop (via arterial), corredor de transporte coletivo, que interliga a região e o centro da cidade. Ao sul deste território encontra-se a aerotrópolis ocasionada pelo importante Aeroporto Internacional de Viracopos, e na sua parte mais ao norte, destaca-se o Campus II da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Hospital e Maternidade Celso Pierro. A Região do Campo Grande passou a desenvolver-se a partir da segunda metade da década de 40, simultaneamente ao desenvolvimento industrial de Campinas, que passou a demandar loteamentos para abrigar a grande corrente migratória de trabalhadores atraídos pelo crescimento da oferta de postos de trabalho na cidade. Deveriam ser oferecidos lotes pequenos e de baixo valor, o que não seria viável, na visão dos empreendedores da época, em bairros como a Vila Industrial e em outras regiões de Campinas já urbanizadas e consolidadas. Entretanto, o solo da Região Sudoeste da cidade, com baixo teor de argila, não se mostrava interessante para a agricultura e pecuária, o que fez com que as glebas fossem ofertadas por baixíssimos preços aos empreendedores.
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
Sem uma legislação que ordenasse a urbanização na Região do Campo Grande e que estabelecesse a obrigatoriedade da implantação de infraestrutura urbana, passou-se a produzir loteamentos de baixíssimo custo, sem nenhuma infraestrutura e com precária organização territorial, desconectados do tecido urbano que oferecia melhor qualidade de vida. Por conta da compatibilização de renda , consolidou-se na região um “padrão de urbanização caracterizado pela precariedade dos assentamentos urbanos”. De acordo com Cano e Brandão (2002, p. 127), em Campinas, 54,2% da população de favela e 72,9% dos moradores de ocupações estão concentradas nas regiões sul-sudoeste da cidade, que podemos chamar de “eixo da pobreza”, enquanto 32,9% e 12,9% dessas populações, respectivamente, encontram-se nas regiões norte-nordeste, o denominado “eixo da riqueza”. Um dos grandes desafios é a mobilidade urbana. O transporte público é precário; as linhas de ônibus que atendem aos bairros direcionam-se para os terminais Ouro Verde ou Campo Grande, de onde os passageiros podem seguir ao Terminal Central. Só então o fluxo é distribuído para os demais bairros da cidade. Ademais, as principais vias de acesso, Av. John Boyd Dunlop e Av. Ruy Rodrigues, possuem um trânsito carregado, contrapondo-se ao constante aumento populacional da região. Atualmente a Prefeitura iniciou a implantação do modal de transporte Bus Rapid Transit (BRT), cuja trajetória passará por essas avenidas, fazendo a ligação entre as regiões do Campo Grande e Ouro Verde e o Centro da cidade, que resultará na ampliação da eficácia do sistema de transporte. Em caráter demográfico, a área apresenta uma população com faixa etária predominante entre 20 e 24 anos, seguida pela faixa entre 25 a 29 anos (Infográfico 01). Nota-se uma elevada taxa de jovens dependentes químicos.
“ Aa sua infraestrutura básica tornou o enraizamento no território de forma precária e incompleta. Dessa forma, a falta do devido planejamento acarretou na grande dependência da área com o centro da cidade, obrigando os moradores a se deslocarem em grandes distâncias para satisfazerem suas maiores necessidades”.
Fonseca, Helena Rizzatti em seu trabalho: A urbanização contemporânea de Campinas e o processo de constituição da região do Jardim Campo Belo.
Infográfico 01: Distribuição etária da população (Base: Censo 2010-IBEG)
11
Imagem 12 03: Sistema de Mobilidade Urbana - Desenvolvido pela equipe. (Base: Google Earth Pro, CETESB)
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
As pr o po s t a s pa r a mobilidade u r b an a
Imagem 04: Foto do local - vista da linha de alta tensão (acervo pessoal)
Buscando solucionar a questão da mobilidade, o principal foco do projeto urbano, desenvolvido pela nossa equipe sob orientação do professor Maxim Bucartechi, foi a necessidade de compor um bairro autônomo e, ao mesmo tempo, conectado ao restante da cidade. Determinou-se, portanto, um Sistema de Mobilidade Urbana estrategicamente posicionado, a fim de atender diferentes demandas. Sendo a ferrovia um dos principais limites da área de estudo, estabeleceu-se nela um novo Eixo de VLT, garantindo, por sua vez, a conexão metropolitana, com vistas ao acesso direto ao Aeroporto de Viracopos. Outra proposta estratégica para aumentar a integração entre a região e o resto da cidade é a passagem de uma linha de bonde, que compreende seus principais pontos, como, por exemplo, o Terminal Ouro Verde, já presente na área e responsável pela movimentação e bom escoamento dos fluxos. A Rodovia dos Bandeirantes apresenta-se configurando o outro limite da área de estudo. Tendo em conta o estudo do território e todos os fatores atuantes até então no sistema da cidade, verifica-se como componente de grande relevância para as intervenções propostas. Dessa forma, frente à necessidade de ligação da rodovia com a área e de reestruturação do linhão, o qual dispõe de 8 metros de um longo eixo verde de preservação periférico a este, determina-se uma estrutura de BRT vinculada que, atravessando a área, seria responsável pela ligação entre os dois limites: a Rodovia dos Bandeirantes e a linha de trem. É importante destacar a preocupação com a permeabilidade visual e sustentabilidade da área, propondo, deste modo, a elaboração de um projeto associado de paisagismo. Entre nossas propostas, manifesta-se a necessidade da criação de dois elementos de união entre os dois BRTs propostos, sendo um mais local, de fluxo lento, e um de efeito funcional, de fluxo rápido. Tal união é configurada pela criação de duas vias, sendo a de fluxo mais lento e local responsável pela ligação de todos os equipamentos públicos elencados como carências na área e essenciais para a criação de um bairro autônomo. Por fim, o pedestre foi protagonista durante todo o desenvolvimento deste planejamento, sendo assim o viário foi definido através de soluções topográficas de acessibilidade universal, atendendo à norma ABNT NBR 9050, 2015. Além disso, também buscamos trabalhar soluções sustentáveis de mobilidade urbana, fortalecendo os calçadões e ciclovias.
13
Imagem 1405: Localização dos programas - Desenvolvido pela equipe. (Base: Google Earth Pro, CETESB)
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
As pr o p os t a s pa r a e st r u t u ra ç ã o u r b an a
Imagem 06: Foto da área de estudo - Acervo pessoal.
Além da mobilidade urbana, era preciso vencer uma barreira física, o Rio Capivari, minimizar a aridez do local e estruturar a área através da implantação de equipamentos públicos que suprissem as necessidades da população. O principal objetivo foi estabelecer uma conexão com os dois lados do rio, concebendo um extenso Parque Linear que se prolongará por todo seu percurso natural na cidade, ligando-se ao Parque Linear do Capivari projetado na “Operação Urbana Parque Linear do Capivari - Cerâmicas”. A fim de reduzir a aridez da área, foram planejados espaços públicos com verdes de convívio dispondo de quadras abertas ao seu redor, junto a edifícios residênciais. Tal medida foi pensada para que se assegure a permeabilidade visual a esses edifícios de gabarito mais alto, de forma a atrair o pedestre às áreas em comum projetadas e, consequentemente, garantindo e despertando o acesso ao verde, diferentemente do que acontece com grandes paredões periféricos às ruas. Era preciso, ainda, estruturar a área através da criação de equipamentos públicos fundamentais para a qualificação do bairro como autônomo, e assegurar a qualidade de vida de seus habitantes. A partir das análises, elencamos os principais programas que precisariam ser implementados: Estação Intermodal, Habitação Social, Complexo Poliesportivo e Cultural, Centro Intergeracional, Agricultura Urbana, Mercado Municipal, Centro de Reciclagem e Parque Biblioteca. No estudo realizado, foi comprovada a falta de equipamentos que permitissem o encontro dos moradores e um espaço de lazer para a prática de esportes e a promoção de atividades culturais. Dessa forma, o Complexo Poliesportivo e Cultural apresenta-se, em um primeiro momento, como um espaço de integração da população e de manifestações urbanas.
15
16
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
A S
D I R E T R I Z E S
“A cultura está entre nós, sempre. É no campo da consciência que o mundo se faz ou se desfaz, é nesse universo da imagem, do som, da ação, da idéia. Tudo se resolve na criação. É na invenção que o tempo volta atrás e o atrás vai para frente. É onde o homem vira bicho, bicho conversa com gente. É onde eu sou Guimarães, você é Rosa. É onde fica dantes ou tudo muda num átimo. É onde você se entrega de mãos amarradas ou se rebela de faca no dente. É onde o silêncio vira pedra ou o grito rompe tudo e esparrama vida por todos os poros. E onde o riso chora e o choro é o começo da cura.” DE SOUZA, Herbert - O Poder Transformador da Cultura. Blog Evertom Almeida, 2017.
17
A Missão
Tendo em vista esse contexto urbano e as características da população local, o Complexo Poliesportivo e Cultural foi projetado com a missão de atrair o interesse dos jovens para o esporte, lazer e cultura e promover a integração social deste público, bem como da população geral da região. Serão disponibilizadas atividades culturais e educacionais no complexo, com o intuito de qualificar a população através de cursos teóricos e práticas, complementar sua preparação para ingresso no mercado de trabalho e despertar o interesse pela cultura e esportes, abrindo uma janela de oportunidades profissionais junto às diversas empresas que estão sendo atraídas para a região do Campo Grande. Além disso, o conjunto de atividades socioeducativas e esportivas que será oferecido contribuirá de forma decisiva à recuperação de jovens dependentes químicos. Outro aspecto importante será o resultado que obter-se-á na melhoria e pacificação das relações comunitárias, uma vez que atividades físicas irão além das práticas esportivas competitivas, incluindo neste contexto brincadeiras de rua, jogos recreativos, danças, lutas, caminhadas e corridas. Ou seja, muito além de competições, o esporte promoverá trabalho em equipe, respeito às regras, às pessoas envolvidas Reabilitação de depentes químicos no jogo e aos limites do corpo humano, diversão, lazer, integração social, benefícios à Ocupação de integração saúde e bem estar físico e mental. Supõe-se, portanto, que as principais razões que levam jovens a se tornarem R E Q U A L I F I C A Ç Ã O U R B A N A dependentes químicos, como baixa autoestima, dificuldade de relacionamento e resistência para seguir normas e regras podem ser superadas através do esporte. A terapia esportiva funciona através do estímulo, que gera resposta, reflexão e, por fim, mudança (conceito/procedimento/atitude). Isto é, o jovem será estimulado a buscar novas alternativas prazerosas enquanto se exercita e leva essas reflexões para as outras esferas da vida. Em suma, o complexo vem com o objetivo de qualificar a área e trazer uma melhor qualidade de vida aos seus moradores, que hoje são carentes de um equipamento onde possam discutir seus problemas, compartilhar suas dificuldades e ter um espaço de manifestação urbana e integração social. 18
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
As premissas
Tendo em consideração as questões sociais e urbanas, cinco premissas levaram ao desenvolvimento do projeto: • Criação de nova centralidade na região do Campo Grande, favorecendo a convivência social saudável entre a população local através de atividades culturais, esportivas e de lazer, com a finalidade de ser um espaço provocador de opiniões e não apenas de passagem. • Adoção de premissas de sustentabilidade a partir da baixa taxa de impermeabilização do terreno e minimização do volume de terraplenagem; • Integração do complexo Poliesportivo ao Parque Linear do Rio Capivari, localizado ao sul; • Integração aos modais de transporte e plena acessibilidade ao pedestre, inclusive aos portadores de necessidades especiais, com eficaz sistema de vias internas que interliguem as diferentes atividades no complexo. • Integração dos espaços internos e externos, possibilitando que os usuários visualizem o conjunto de atividades em curso a partir do lado externo e sintam-se convidados a participar das atividades e adentrar o complexo.
19
20
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
O
PROJ E T O
“O bom ambiente urbano se constrói, acima de tudo, a partir do estabelecimento de bons relacionamentos entre as pessoas, conhecidas ou desconhecidas. É o espaço púbico da cidade, na sua acepção mais ampla, que propicia o encontro e permite a construção dos laços sociais fundamentais para o convívio”. ANDRADE, Vinicius. A educação nas [e das] ruas? Em: Cartas ao Prefeito: São Paulo. 2016
21
A Gleba escolhida
LEGENDA Via de ligação dos equipamentos públicos Complexo Poliesportivo e Cultural Estação Intermodal
1- Centro de reciclagem 2 - Centro intergeracional 3- Agricultura urbanada 4- Mercado municipal 5 - Habitação social
Imagem 07: Localização da gleba para o Complexo Poliesportivo e Cultural
22
A escolha da gleba para implantação do Complexo Poliesportivo e Cultural se deu com base em sua localização, próxima do Parque do Rio Capivari, em frente à Estação Intermodal e com acesso direto à Via de Ligação dos Equipamentos Públicos. Primeiramente, ter a estação intermodal como um dos limites do terreno é fundamental, visto que o principal ponto de chegada da população ao bairro se dá através deste equipamento. Responsável pela interligação dos modais de transporte propostos (BRT, bonde e bicicletas), a estação estabelece a ligação intrabairro e interbairros. Dessa forma, os usuários do complexo terão acesso facilitado, e a população que adentra a região terá maior incentivo e possibilidade de participar com frequência das atividades realizadas. Em relação à ligação intrabairro, a estação adquire grande importância, por configurar um eixo de conexão entre moradia, comércio, educação e lazer, elementos fundamentais, quando bem estruturados e interligados, para garantir requalificação urbana da área e, consequentemente, aprimorar a qualidade de vida de seus habitantes. Por fim, a proximidade com o Parque do Rio Capivari permite a valorização deste elemento, que hoje configura-se como uma barreira física no território. Ademais, apresentase como um complemento das atividades do complexo, tanto esportivas, uma vez que possibilita o desenvolvimento de algumas práticas, como a corrida, quanto culturais. A biblioteca parque existente auxilia na capacitação da população participante dos cursos teóricos e práticos, oferecendo-lhe diferentes fontes de conhecimento.
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
O Programa Através da leitura do organograma, é possível compreender a organização espacial de atividades do complexo. Garante-se, assim, o desenvolvimento de um programa inovador, multifacetado e democrático, que integra, sem hierarquias e barreiras, as diferentes manifestações da cultura: os esportes, as artes, a leitura e a técnica.
Imagem 08: Organograma de relações e áreas
23
A Implantação A implantação do conjunto se desenvolve a partir de dois acessos principais: um fazendo frente à Estação Intermodal de transporte coletivo, principal ponto de chegada da população ao bairro, e outro voltado para a via de ligação dos equipamentos públicos. O primeiro acesso se dá em uma praça seca distribuída em dois níveis. No nível de acesso a partir da rua (cota 599,00), encontra-se a recepção, que distribui o fluxo dentro do complexo. Trata-se de um primeiro ponto de encontro da população, com espaço para exposições abertas e manifestações urbanas. Em um nível inferior (cota 598,00), junto a este espaço, encontra-se o foyer do anfiteatro, equipamento de cultura e expressão artística do complexo. O segundo acesso, por sua vez, se dá pelo nível superior do ginásio poliesportivo (cota 606,60), diretamente no nível da via de equipamentos públicos. Este também apresenta um espaço de encontro e convívio da população que afluirá ao complexo. Tratase de uma segunda praça de convivência que permite o desenvolvimento de atividades lúdicas, esportivas e organização do público que frequentará o ginásio em dias de eventos. Internamente, há uma via que liga os dois 09: Esquema de relações para implantação do Complexo acessos principais e distribui e organiza o fluxo de todo Imagem 10m 50m 100m o complexo, sendo o primeiro elemento interligador dos espaços nos quais se desenvolverão as atividades. 24
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
Imagem 10: Implantação do Complexo Poliesportivo e Cultural
10m 20m
Implantação do Complexo Poliesportivo e Cultural 10m 20m
50m
100m
50m
100m
25
O Par tido arquitetônico A forma como os edifícios se apropriam da paisagem e a sua estrutura foram os principais elementos considerados na definição de cada bloco. Apesar de apresentarem características próprias, que permitem o entendimento de cada programa individualmente, foram projetados seguindo uma mesma linguagem, possibilitando uma visão harmônica do todo e a interpretação do conjunto como um complexo. Como os programas cultura, piscinas e ginásio exigem grandes espaços livres, a principal estrutura adotada foi o arco, que permite o desenvolvimento de grandes vãos, sem apoios centrais e com altura reduzida, proporcionando estuturas esbeltas. Quanto à apropriação da paisagem pelos edifícios, buscou-se a pouca movimentação de terra e a adequação das estruturas à topografia, e não o inverso. Esta premissa foi primordial para que o Complexo Poliesportivo e Cultural seja um elemento integrador entre o mesmo, a cidade e o rio Capivari, garantindo a permeabilidade de todo o terreno
Imagem 26 11: CORTE A - A | ESC: 1:500
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
27
28
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
O Espaรงo Cultural
29
O Programa O primeiro edifício do complexo, o Cultural, é constituído por dois pavimentos. No pavimento térreo (Imagem 12) encontra-se a praça seca, primeiro ponto de encontro da população, com espaço para exposições abertas e manifestações urbanas. Junto a este espaço há o foyer do anfiteatro, equipamento de cultura e expressão artística. Neste mesmo pavimento estão, ainda, a recepção, elemento fundamental no nível de acesso ao Complexo, por ser responsável pelo direcionamento do fluxo e pelas informações dadas aos usuários, e outros espaços para exposições. Limite de representação
85.00
A
B
C
5.00
5.00
10.00
Coxias
E
10.00
10.00
F 10.00
Pórtico misto: pilar em concreto aparente e viga perfil metálico I
Saída de emergência
01
D
G
H
10.00
I
10.00
599.00
10.00
J 10.00
Acesso a partir da rua
Área externa infantil 598.10
596.00
Pilar em concreto aparente d:60cm
Parede de vidro 599.00
Sala técnica 598.60
Sobe
20.00
Recepção
Foyer do anfiteatro
Palco
B
0
R5.0
598.00
596.60
Área de convivência / espaço para exposições abertas 599.00
598.00
Coxias 5.00
02
596.00
Saída de emergência Projeção do pavimento superior
Projeção do pavimento superior
Imagem 12: Planta do pavimento térreo : Praça seca: área de convívio, anfiteatro e recepção| ESC: 1:500 30
B
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
O anfiteatro, por sua vez, desenvolve-se em dois níveis, a fim de atender a premissa de pouca movimentação de terra e edifícios contidos na paisagem. O foyer está no nível da praça seca (cota 598,00) e o palco, nível final da construção, está a 2,0 m abaixo (cota 596,0). A plateia, estruturada no terreno, é responsável pela ligação destes dois níveis do edifício. O pavimento superior (Imagem 13) apresenta as salas de uso educacional técnico, espaços para a realização de seminários e a área administrativa de todo o complexo. Neste mesmo nível encontra-se a cafeteria, que, sobre a laje de cobertura do anfiteatro, permite a visualização do Parque do Rio do Capivari, ao sul do terreno.
85.00
A
B
5.00
5.00
C
D
E
F
G
H
10.00
10.00
10.00
10.00
10.00
10.00
Painel pré moldado de concreto
vazio
vazio
vazio
vazio
vazio
01
Sala de aulas 02
603.30
Salas de aula livre
Parede de vidro com estrutura metálica
Laje impermeabilizada cobertura anfiteatro
I
J
10.00
10.00
vazio
vazio
Coorporativo
Reuniões
Cafeteria Tes.
20.00
Almox.
Desce
603.30 603.30
Bh. fem
B
Ger.
Limpeza
Sala de aulas 01 Sala de info. e pesquisa
02 5.00
Bh. Masc.
Copa
B
vazio
vazio
vazio
vazio
vazio
vazio
vazio
Edifício cultural - Salas de aula e administração - 602.60 Esc: 1:200
Imagem 13: Planta do pavimento superior : Salas educacionais, administração e cafeteria | ESC: 1:500 31
A Estrutura Consiste em pórticos mistos, constituídos por pilares em concreto aparente, de 60 cm de diâmetro, e por viga perfil I metálico, com altura variável de 50 cm a 1 m, em uma modulação de 10 x 20 m que organizam a praça seca inferior e recebem os arcos responsáveis pela cobertura metálica translúcida do andar superior. No anfiteatro, permanece a estrutura formada por pórticos.Os pilares, em concreto aparente, são retangulares de 0,20 x 1,00 m e com viga perfil I metálico com altura de 1,00m, distribuídos de 10 em 10 m. A vedação do anfiteatro é feita por placas de concreto pré moldado, no centro do pilar, permitindo que este fique parte aparente externamente e interiormente seja possível o acréscimo de revestimento acústico. Em contrapartida, a viga é aparente interiormente, o que permite a fixação dos forros acústicos. 85.00
A
B
5.00
5.00
C 10.00
Painel pré moldado de concreto
D 10.00
vazio
E
F
G
H
I
J
10.00
10.00
10.00
10.00
10.00
10.00
vazio
vazio
vazio
vazio
vazio
vazio
01
Viga perfil I metálico altura varíavel. Ver detalhamento Laje alveolar protendida 1,25 x 10,0m e:30,0cm Pilar em concreto aparente d:60cm; altura variável. Ver detalhamento.
20.00
Viga perfil I metálico h:50,0cm
02 5.00
vazio vazio
vazio
Pórtico estrutura mista anfiteatro. Ver detalhamento.
Imagem 14: Edifício cultural - Esquema estrutural - Planta | ESC: 1:500
32
vazio
vazio
vazio
vazio
1.00 6.20
1.00
4.10
Laje alveolar protendida. 1,25x10,00m e:30cm
Viga perfil I metálica
Viga perfil I metálico h:1,00m
4.10
3.30
3.80
4.10
1 3.80
3.30
Terças metálicas de sustentação da cobertura
Pilar em concreto aparente
1.00
22.20
1.00
21.20
1.00 6.20
1.00
0.50 0.30
Placa de concreto pré moldado ( fechamento do anfiteatro) 1,00 x 0,20 m altura variável de acordo com o terreno Pilar em concreto aparente 1,00 x0,20 m - altura variável de acordo com o terreno
599.00
Viga perfil I metálica
Viga perfil I metálico altura varíavel. Laje alveolar protendida 1,25 x 10,0m e:30,0cm Pilar em concreto aparente d:60cm; altura variável Viga perfil I metálico h:50,0cm
Imagem 17: Edifício cultural - Perspectiva estrutural | S/E
Vista LateralImagem 16: Detalhe pórtico anfiteatro - vista frontal| ESC: 1:200 Imagem 15: Vista Lateral| ESC: 1:200 ESC: 1:100
Viga perfil I metálico h:1,00m
Arco metálico, com cobertura em telha metálica translúcida
598.00
Limite de representação
Laje alveolar protendida.
Imagem 15: e:30cm Edifício cultural - Detalhe estrutura salas educacionais e administração | ESC: 1:200 1,25x10,00m
Pilar em concreto aparente
1.00
22.20
21.20
1.00 6.20
1.00
4.10
Placa de concreto pré moldado ( fechamento do anfiteatro) 1,00 x 0,20 m altura variável de acordo com o terreno Pilar em concreto aparente 1,00 x0,20 m - altura variável de acordo com o terreno
Placas de concreto pré-moldado para fechamento do anfiteatro Pórtico em concreto aparente- estrutura anfiteatro
Arco metálico
2.80
598.00
Viga perfil I metálico h:25 cm Pilar em concreto aparente d:60cm
Arco metálico, com cobertura em telha metálica translúcida
599.00
4.10
0.25
21.20
603.10
Laje alveolar protendida 1,25x10,00m e:30cm
Pilar em concreto aparente d:60cm
22.20
4.90
Placa de concreto pré moldado ( fechamento do anfiteatro) 1,00 x 0,20 m 1.00 Abóboda metálica altura variável de acordo com o terreno Terças Pilar emmetálicas concretodeaparente sustentação da- telha 1,00 x0,20 m alturametálica variável de acordo com o terreno
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
2.80
Viga perfil I metálico h:25 cm
Viga perfil I metálico h:1,00m
Arco metálico, com cobertura em telha metálica translúcida
Limite de representação
Vista Lateral ESC: 1:100
Viga perfil I metálica
598.00
Pilar em concreto aparente
Limite de representação
Vista Lateral ESC: 1:100
Imagem 18: CORTE B-B | ESC: 1:500
33
34
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
O Ginรกsio Poliespor tivo
35
B
C
D
E
F
G
0
2.0
60 H
I
J
3.70
3.90
6.45
L
6.55
2.05
11.55
2.05
6.55
6.45
3.90
3.70
0
4.0
60
Projeção do pav. superior
01
0 5.0 60 0 .0 6 60
02 4.40
600.00
03
Projeção do pav. superior
4.65
04
6.65
06
1.40
05
66.00
19.50
C
Vest. Fem Vest. Masc
600.00 606.60
08
1.40
07
6.65
09 4.65
10
600.00 4.40
11 3.20
12
Saída via interna de ligação com os outros edifícios
Projeção do pav. superior Sala técnica
Enfermaria
Projeção do pav. superior Projeção da cobertura
36
K
Projeção da cobertura
3.20
Seguindo pela via interna do complexo, o ginásio poliesportivo, com capacidade para 1200 pessoas, estendese em dois níveis (600,00 e 606,60), adequando-se à topografia. A arquibancada leste é o elemento de conexão destes níveis, estando estruturada no terreno. No nível inferior, 600,00, encontra-se a quadra poliesportiva, os vestiários, enfermaria, sala de técnicos e arquibancadas. Este pavimento é marcado por práticas esportivas que mesmo sendo competitivas estimulam o trabalho em equipe, respeito às regras e as pessoas envolvidas no jogo, respeito aos limites do corpo humano, diversão, lazer, integração social, e promoção do bem estar físico e mental.
A
603.00
Programa
60 1. 00
600.0 0
66.00
Imagem 19: Ginásio Poliesportivo - Nível Térreo: quadra de esportes - 600,00 | ESC: 1:500
C
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL 66.00
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
Projeção da cobertura 3.70
3.90
6.45
6.55
2.05
11.55
2.05
6.55
6.45
3.90
3.70
01 3.20
Ginásticas em grupo
02
Sala de danças 606.60
4.40
606.60
03 4.65
04
a-
6.65
06
1.40
05
o
eit
rap
pa
nv
ai
Vig
id ert
Vest. Fem.
66.00
19.50
Vest. Masc.
Acesso superior ginásio
600.00
606.60
C
08
606.60
C
1.40
07
Praça seca de acesso ao ginásio/recepção
Academia 606.60
6.65
09
ida
rt ve
ito
pe
ara
-p
a in
4.65
Vig
10 4.40
11 3.20
12
Projeção da cobertura
Imagem 20: Ginásio Poliesportivo - Superior: Salas de ginástica multifuncional - 606,60 | ESC: 1:500
O pavimento superior, por sua vez, pode ser acessado tanto pela promenade que circunda o ginásio, quanto pela Via de Ligação dos Equipamentos Públicos através da praça de convivência, no nível 606,60. Além do acesso externo, a arquibancada leste permite o acesso interno a esta cota superior. Contando com academia, salas de ginástica funcional e salas de dança, são desenvolvidas atividades esportivas que permitem um maior conhecimento do próprio corpo, e, consequentemente, o autoconhecimento. Este nível é fechado por paredes de vidro, que favorecem a permeabilidade do complexo e valorizam a relação com o Parque do Rio Capivari. Desse modo, a população que segue pela Via de Ligação dos Equipamentos Públicos permanece com a visão do bairro como um todo, reforçando ainda mais a permeabilidade do projeto. 37
66.00
Estrutura
A
B
3.70
3.90
D
6.45
E
6.55
F
2.05
G
11.55
H
2.05
I
6.55
J
6.45
K
3.90
01 R3 3.0 0
3.20
02 4.40
03 4.65
04
6.65 0 R4.4
0
06
R5 .3
05
1.40
66.00
19.50
O edifício é formado por um conjunto de oito pilares treliçados metálicos, que, unidos por um perfil metálico circular, sustentam a laje superior, a cobertura e a cúpula de fechamento do edifício. A cúpula, uma geodésica formada por triângulos iguais, por estar elevada da cobertura, permite a exaustão do ar quente, garantindo o conforto térmico adequado.
C
Projeção da geodésica translúcida Perfil metálico em arco de união dos pilares metálico Perfil metálico tubular
08
1.40
07
6.65
09 4.65
Pilar metálico C
10
Pilar metálico B
4.40
11 3.20
12
Pilar metálico A
Pilar metálico com vigas treliçadas ( ver detalhamento)
38
Imagem 21: Ginásio Poliesportivo - Esquema estrutural | ESC: 1:500
L
3.70
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL Peça B Peça A
Peça C
Estrutura metálica de da geodésica Perfil metálico em arco de sustentação da geodésica Perfil metálico tubular
Peça metálica soldada para encaixe da geodésica no arco de sustentação Perfil metálico em arco de união dos pilares metálico
Imagem 23: Detalhe geodésica ( Clarabóia) | ESC: 1:200
Imagem 22: Perspectiva explodida do pialar metálico treliçado | S/E
Peça metálica soldada para encaixe da geodésica no arco de sustentação Perfil metálico em arco de união dos pilares metálico
Imagem 24: CORTE C-C | ESC: 1:500
Estrutura metálica de da geodésica Perfil metálico em arco de sustentação da geodésica Perfil metálico tubular
39
40
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
As Piscinas
41
Programa Ao final do percurso pelo complexo, temos as piscinas recreativas e semiolímpica. O conjunto encontra-se posicionado de forma radial em relação ao ginásio, com o ângulo de abertura maior voltado para o parque linear. Dessa forma, elas induzem a visão contínua da paisagem, corroborando para a integração do complexo com o parque e com a cidade. A fim de garantir a implantação correta na topografia, as piscinas foram implantadas em dois níveis diferentes. A piscina recreativa está no nível 596,00, tendo uma ligação direta com as quadras recreativas a partir da via interna pedonal, com inclinação inferior a 8%, garantindo a acessibilidade a todos. Neste nível encontram-se também a piscina infantil, vestiários e sala de exames. Por sua vez, a piscina olímpica está 3m acima (599,00), conectando-se à piscina inferior a partir de uma passarela elevada, que leva os pedestres ao bar esportivo (pavimento superior das piscinas recreativas). Neste segundo plano, o programa contempla, além de arquibancadas, vestiários, enfermaria e sala técnica. Além da passarela elevada, estes dois conjuntos se conectam a partir de uma rampa, com inclinação de 8%, que permite a ligação entre o térreo das piscinas recreativas (596,00) e o térreo da piscina semiolímpica (599,00)
42 25: CORTE D-D | ESC: 1:500 Imagem
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL Limite de representação
01
5.0
0
02
Via interna de ligação com as quadras esportivas abertas 596.00
E
5.0
0
03
Inf
or
so
be
5.0
0
04
st.
5.0
çõ
596.00
es
Sa
Ma
la
sc
.
Acesso a partir da via interna de ligação dos edifícios 601.50
de
ex
5.0
0
06
Ve
0
05
ma
am
es
596.00
599.00
Pis
Ve
cin
Pi rec scin rea a tiv a/h i
0
C
dro
8.2
gin
0
ás
nti
23
34 .95 .45
tic
a
E
599.00
598
3.6
0
E
m.
l
596.00
D
Fe
Sobe
i=7
596.00
8.2
5
1.8
0
F
G
5.2
5
%
Ram pisc pa de li g ina sem ação c o i olí mpic m a a
D
4
2.1
B
nfa
597.0
5
st.
ai
.02
A
5.2
Fundo piscina semi olímpica 596.85
D
H
Piscina recreativa - nível térreo: piscinas e apoio - 596,00
Projeção do nível da piscina semi olímpica
Imagem 26: PISCINAS NÍVEL TÉRREO - 596,00 | ESC: 1:500
Piscina semi-olímpica: fundo da piscina - 596.85
43
Limite de representação
01
5.0
5.0
0 0 91 0 8 0111 0 7 21 31 0 6 41 0 5 51 0 4 61 0 3 7 01 2
5.0
0
04
E
0
03
0
02
De
Pr
oje
çã
od
sc
5.0
0
05
e
ac
ob
Acesso a partir da via interna de ligação dos edifícios
ert
ura
601.50
Bar esportes 599.00
5.0
0
06
599.00
2.1
0
B
Sala técnicos Enfermaria
va
zio
oje
5
çã
Vest. Masc Vest. Fem Arcos metálicos estrutura cobertura. Ver detalhamento.
Bar esportes
od
599.00
ac
C
ob
ert
ura
8.2
0
Pass a a ca rela de fe c recr teria da onexão eativ c s pis as cina om s
599.00
599.00
Piscina semi-olímpica 20x25m
.02
E
03
Pr
oje
çã
8.2
5
i=7
%
596.00
od
ac
1.8
ob
5.00
598
0
E
02
ura
0
F
G
04
Desce 599.00
ert
5.00
23 34 .95 .45
3.6
597.0 4
D
01 4.60
Pr
5.2
5.00
A
599.00
05
5.2
5 5.00
D
D
H
06 5.00
Arquibancadas
Piscina recreativa - nível superior: Bar esportes - 599,00
5.00
07
08 Projeção da cobertura
10.30
A
2.90
B
Projeção da cobertura
599.00 3.85
C
5.00
D
10.15
E
5.00
F 33.65 54.20
Imagem 27: PISCINAS NÍVEL SUPERIOR - 599,00 | ESC: 1:500
44
Piscina semi-olímpica: Nível piscina e apoio - 599,00
3.85
G
2.90
H
10.30
I
J
Limite de representação
01
5.0
5.0
5.0
5.0 0
06
5.0 0
05
0
04
0
03
0
02
Arcos metálicos estrutura cobertura. Ver detalhamento. 5.2
2.1
01 4.60
Terça de fixação telha metálica
5 0
C
0
23 34 .95 .45
03
3.6
0
E
Terça de fixação telha metálica ondulada translucida
8.2
5
04 5.00
D
02
Telha ondulada metálica translúcida
Telha ondulada metálica translúcida
8.2
5.00
B
5.00
A
1.8
0
G
5.2
5
Arcos metálicos estrutura cobertura. Ver detalhamento.
05 5.00
F
H
06
Imagem 28: PISCINAS - Esquema estrutural - Planta | ESC: 1:500
45
07 5.00
Ambos os conjuntos necessitam de grandes vãos livres para que seus programas se desenvolvam sem barreiras visuais e físicas. Assim, a estrutura adotada foram arcos metálicos, treliçados, que são responsáveis pela sustentação da cobertura em telha metálica translúcida
5.00
Estrutura
08
10.30
A
2.90
B
3.85
C
5.00
D
10.15
E
5.00
F 33.65 54.20
3.85
G
2.90
H
10.30
I
J
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
Imagem 29: CORTE E-E | ESC: 1:500
46
Imagem 30: Imagem da visão do observador que se encontra na Via do Linhão
Por fim, os três pilares do projeto, CULTURA, LAZER E ESPORTE, apresentam-se integrados, seja pela via interna, seja pelo partido arquitetônico adotado. A primeira propicia a integração física do projeto, enquanto o segundo favorece o entendimento dos edifícios como um único complexo. Além disso, a forma como estão implantados permite que os usuários visualizem o conjunto de atividades em curso a partir do lado externo e sintam-se convidados a adentrar o complexo e a participar de suas atividades.
47
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
Imagem 31: Elevação Via de ligação dos equipamentos públicos | ESC: 1:500
48
49
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
A S
R EF E RÊ N CI A S
“O arquiteto que realmente projeta para seres humanos precisa conhecer muito mais do que apenas os cinco cânones de Vitrúvio.”Neutra, Richard. Richard Neutra e uma arquitetura humanda (fonte: Archdaily)
50
Centro espor tivo em Neudor f
Localização: Strasbourg França Autor: Atelier Zündel Cristea Ano de projeto: 2014 Área: 4290.00 m²
As referências: - Desenho contemporâneo, no entanto participa de forma respeitosa no contexto em que se localiza - Edifício eficiente em termos de consumo de energia - Volume definido pelas dimensões dos elementos do programa
Imagens 32: Projeto Centro esportivo em Neudorf ( Fonte: Archdaily)
51
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
SESC Jundiaí
Localização : Jundiái - São Paulo - Brasil Autor: Teuba Arquitetura e Urbanismo Ano de projeto: 2014 Área: 1,9ha As referências: - Resgata características da arquitetura moderna brasileira - Iluminação e ventilação natural - Pavimento superior integrado ao pavimento térreo pelo vazio do grande hall. - Valorização das visuais do jardim botânico, da cidade e da Serra do Japi – terraços jardins - Insere a nova edificação na cidade
Imagens 33: Sesc Jundiaí ( Fonte: Archdaily)
52
SESC Santo Amaro
Localização: Santo Amaro - São Paulo - Brasil Autor: Elito Arquitetos Ano de projeto: 2011 Área construída: 14.610,00 m² Área do terreno: 7588,00 m² As referências: - Projeto facilita a leitura das atividades que correm no interior - Transparência - Edifício dividido em dois setores: aço x concreto Espaços fechados (cultura) x Espaços abertos (esporte) - Espaços convidativos – visíveis de todos os pontos
Imagens 34: Sesc Santo Amaro ( Fonte: Galeria da Arquitetura)
53
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
Arena Castelão
Localização: Fortaleza - Ceará - Brasil Autor: Vigliecca & Associados Ano de projeto: 2012 Área construída: 162.600,00 m² As referências: - Concebido como “o lugar para o evento urbano” - Aproximação do púbico com o campo – tradição antiga na década de 1930 - Esplanada como uma praça aberta. Funciona como hall de acesso ao público, com função multiuso com capacidade para overlay (instalações provispórias) - Na concepção da cobertura, a estrutura foi pensada para ser montada em peças independentes, acerelando o processo de instalação.A opção foi por uma cobertura o mais leve possível e ainda assim rígida - o Volume geral externo foi fechado com uma pele translúcida, mas quem acessa o estádio reencontra os gigantes de concreto, que são a arquitetura presente e renovada. A estrutura metálica e a pele translúcida acompanham a inclinação dos pilares. Imagens 35: Arena Castelão ( Fonte: Archdaily e Livro Arena Castelão)
54
55
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
Bibliografia Livros e Revistas: NEUFERT. Ernst. Arte de Projetar em Arquitetura. 6ª Edição. São Paulo.Eidtora técnica J Catalán, S.A. 1978. SERAPIÃO, Fernando et al. Sesc – Sp: Arquitetura.Monolito. São Paulo 2016. Volume 33. Edição Bilingue: português e inglês. VIGLIECCA, Hector et.al. Arena Castelão: Governarnador Plácido Aderaldo Castelo. 1ª Edição. São Paulo: Hector Vigliecca, 2014. Sites: Archdaily. Centro esportivo em Neudorf / Atelier Zundel Cristea. Agosto de 2016. Archdaily. Disponível em < https://www.archdaily.com. br/br/792374/centro-esportivo-em-neudorf-atelier-zundel-cristea>. Acesso em junho de 2017. Archdaily. Sesc Jundiaí / Teuba Arquitetura e Urbanismo. Maio de 2015. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/767462/sescjundiai-teuba-arquitetura-e-urbanismo >. Acesso em junho de 2017 Achdaily. Arena Castelão / Vigliecca & Associados. Abril de 2014. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/601347/arenacastelao-slash-vigliecca-and-associados >. Acesso em outubro de 2017. ANDRADE, Vinicius. A educação nas (e das) Rua. Em Cartas ao Prefeito. São Paulo:2016. Disponível em <https://cartasaoprefeito. wordpress.com/2016/02/17/andrade-morettin/>. Acesso em novembro de 2017. DE SOUZA ,Hebert. O Poder Transformador da Cultura. Blog Evertom Almeida, 2017. Disponível em <http://www.evertomalmeida.com. br/2011/10/o-poder-transformador-da-cultura.html > Acesso em novembro de 2017. Mapa por setores do CENSO de 2010. IBGE, 2010. Disponível em <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/?nivel=st&gt;> Acessoem: Maio de 2017 FONSECA, H. R. A urbanização contemporânea de Campinas e o processo de constituição da região do Jardim Campo Belo. In: VI Semana de Geografia da Unicamp, 1., 2010, Campinas. Disponível em <http://www.ige.unicamp.br/cact/semana2010>. Acessado em outrobro de 2017. MELLO, Thais. Resistente ao Tempo: Sesc Santo Amaro. Galeria da Arquitetura. Disponível em < https://www.galeriadaarquitetura.com. br/projeto/elito-arquitetos-associados_/sesc-santo-amaro/946>. Acesso em Junho de 2017. ROLNIK, Raquel. Conheça sua cidade a pé. Blog da Raquel Rolnik. 2013. Disponível em < https://raquelrolnik.wordpress.com/2013/03/21/ conheca-sua-cidade-a-pe/ >. Acesso em dezembro de 2017. 56
57
COMPLEXO POLIESPORTIVO E CULTURAL
“Terminando o espetáculo, de volta aos bastidores, o mundo da cultura está desafiado a continuar pensando, fazendo, mexendo, revolucionando. Até aqui, foi grande. Mas o grito deve ecoar sem parar, o gesto feito deve continuar, entrelaçando ações, abraçando em solidariedade. Uma nova consciência deve criar o mundo novo e enterrar a miséria e a exclusão para sempre. Uma cultura que busque no fim de cada atalho uma reta. Que busque em cada ponta de sofrimento uma alegria. Que busque em cada despedida o reencontro. O Brasil está aí para ser criado, recriado. Essa criação apenas começou. E a ação de criar e recriar é a nossa cultura.” De Souza,Hebert -O Poder Transformador da Cultura. Blog Evertom Almeida, 2017.
58