Stephany Palos Design Faculdade Paulista de Artes Novembro de 2013
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O Museu
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Entenda o que é Recriacionismo
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Um pouco sobre a lendária cidade de Wolin
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Construções
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O festival de Wolin
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O Museu A associação central de vikings e eslavos de “Wolin-Jomsborg-Vineta” e os nossos historiadores recriacionistas possuem um programa especial para os visitantes que desejam voltar ao passado: O Museu vivo de Wolin! Um museu que reproduz a vida cotidiana das pessoas, do início da Idade Média entre o século VIII e XI. A diferença do Museu de Wolin comparado aos outros, é a forma como ele é organizado para que o visitante faça parte do “acervo” do museu. Aqui o visitante aprende sobre a capacidade humana de se adaptar e viver em condições difíceis, capacidades que foram esquecidas ao passar dos séculos com o avançado tecnológico atual. Entende o funcionamento de ferramentas antigas simples utilizadas e seus valores, encontra pontos em comum com a realidade atual e muito mais do que diferenças materiais e culturais, nossos visitantes além de tudo, trabalham em equipe. Está é uma experiência única, que não é concebida como uma espécie de “fantasia” medieval. Existe um grupo de pessoas ao redor do mundo que deseja entender como seria ter uma vida cotidiana exatamente como nos tempos antigos. Experimentos deste tipo são muito úteis para a reconstrução da cultura material
antiga, pois permitem a nós, avaliar a restauração das características funcionais de roupas, equipamentos e acessórios. Além da recriação do cotidiano, também são realizadas diversas atividades de artesãos em todos os aspectos, onde os participantes do festival podem participar sem restrição alguma de diversas atividades que eram feitas na época, como por exemplo: pescar, modelagem em argila e cera, fundição de metais não ferrosos, confecção de jóias, tecelagem, carpintaria, serralheria, fabricação de cordas, vime, aprender receitas da culinária medieval, dentre outras diversas e inúmeras atividades. O maior diferencial do museu é o de poder oferecer aos participantes, o uso de ferramentas históricas para a confecção de peças únicas e exclusivas jamais vistas no mundo moderno. Este projeto sem fins lucrativos é realizado com base em um grande trabalho voluntário integral de seus organizadores. A partir da entrada do festival nenhuma tarefa é exigida aos participantes. Os organizadores primeiramente, vão fornecer condições básicas de vida em alojamentos reconstruídos exatamente como na Idade Média, alimentos e acesso total ao museu central existente.
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Os participantes podem experimentar todos os tipos de ferramentas, podem sentar-se em cadeiras historicamente reconstruídas, deitar-se em camas de madeira forradas com pele animal e etc. Tudo isso para que os participantes possam sentir uma real viagem no tempo a partir do momento que participam do festival. A associação funciona também como um parque patrimônio e serve como uma instituição de ensino. Os amantes de história de todo o mundo se reúnem uma vez por ano em Wolin, onde armam suas tendas e tentam viver como nos tempos antigos para estudar e refletir costumes, evitando o uso de qualquer material da civilização moderna. Para você que sempre quis saber como era a vida de vikings e eslavos a mil anos atrás, você deve comparecer a este festival.
*Nota geral para todos os visitantes e participantes - É aconselhável estar vestido com equipamentos e trajes históricos 24h por dia, durante todos os dias de duração do festival, não importando a condição climática, ou seja, estar sempre adequadamente vestido na chuva ou no sol. Em tempo de frio ou chuva, deve-se levar um ou dois sapatos de couro. Há fornecimento interno de vestuário apropriado para o frio. Sacos de dormir, guarda-chuvas, refrigerantes, cigarros, celulares ou qualquer outro tipo de material utilizado pela civilização atual é absolutamente proibido. Desta forma, podemos compreender melhor as relações e condições de vida, vestuário e ferramentas utilizadas na época. Toda a coleção do museu, como a iconografia, ferramentas e a literatura profissional são certamente elementos muito importantes e essenciais de reconstrução.
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Entenda o que é recriacionismo Recriacionismo histórico, ou Historical Reenactment, é uma prática educativa que tem por objetivo recriar alguns aspectos de um determinado período ou evento, havendo a possibilidade de se focar em apenas uma grande batalha, ou em um período que dure séculos, criando um conceito dinâmico de ensino, ao invés de apenas apresentarem “resíduos” de uma época, desprovidos de seus contextos.
o recriacionista viva esta época.
A recriação sempre busca autenticidade, na medida do possível, e isso não pode existir sem um pesado estudo sobre o assunto que se pretende recriar. A leitura de livros, artigos e fontes do período recriado são fundamentais, embora sejam insatisfatórios se a arqueologia for posta de lado. O recriacionismo, assim, junta sobreviventes literários - ou orais, no caso de períodos como a Segunda Guerra Mundial, que ainda nos oferece testemunhas vivas - e materiais de uma dada época e à partir disso, permite que
Um recriacionista recria uma época real da maneira mais fiel possível, buscando sempre evitar anacronismos e erros conceituais, o que sempre o leva a pesquisas sobre equipamentos, acessórios e vestes, os materiais usados para sua confecção, cortes e formas apropriados, funcionalidade, etc...
A recriação não existe sem o recriacionista, pois é ele quem demonstra, na prática, como esse período era, através de seminários, apresentações, reuniões, festas, demonstrações de algum trabalho, através de suas roupas, etc... Uma coisa que se faz digna de menção é que reenactment não é cosplay (bem menos RPG).
Já o cosplayer visa apenas o lado estético e, em grande parte, invoca um cenário ficcional, mesmo que seja inspirado em nosso mundo.
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Também, assim, alguém que use roupas e armaduras de fantasia medieval, mesmo que faça tudo que o recriacionista faz, não o será, pois não busca o essencial que é ser autêntico para um período real. Recriacionismo também não é LARP, swordplay ou outras práticas que se utilizam de armas “de mentirinha”. Mesmo as lutas entre reenactors são apenas uma parte de um todo, que só recebem certa evidência em relação às demais porque é, de longe, a mais mobilizadora. O uso de armas “reais” é também uma questão de ilustrar o período o mais perfeitamente possível, uma vez que a maioria das pessoas tem idéias completamente errôneas sobre as formas, dimensões e, principalmente, peso de tais objetos. O reenactment, claro, não é exclusivamente medieval e possui diversas faces. Dentro deste recriacionismo medieval, existem diversas divisões cronológicas e regionais. O recriacionismo Viking, como o nome já diz, busca trazer ao nossos dias os aspectos do cotidiano das populações escandinavas dos séculos VIII ao XI, nas mais variadas formas.
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Existem aqueles que estudam suas músicas e danças, outros que se preocupam com a produção artística da época, os que priorizam a navegação, a luta e, também, mais de um, ou ainda, todos esses aspectos.
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Um pouco sobre a lendária
cidade de Wolin Wolin é uma cidade lendária datada no final do século X, que teve atrás de seus muros um rei dinamarquês que fora exilado de seu reino, Harald Dente-Azul, aclamado como o grande fundador de Wolin. Arqueólogos desconhecem o real lugar desta cidade da Polônia, porém em algum lugar desta região estava situada o porto lendário de uma das maiores cidades das aguas do mar Báltico. O mito sobre Wolin evoluiu em torno da tradição do empório medieval chamado de Jumne ou Jomsborg
com a qual Wolin é identificado, além de outros nomes com qual é correlacionado, sendo eles: Julin, Vimne, Uimne, Jumneta, Juminem, Julinum, Uineta, Vineta e Vinneta, todos este nomes citados em crônicas históricas da Europa. Existem vários mitos sobre está cidade lendária, há quem diga que devido ao estilo de vida da população considerado impróprio por muitos, os mesmos foram punidos por uma inundação que levou a cidade ao fundo do mar.
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Está grande cidade é mencionada por cronistas árabes como uma das mais belas cidades portuárias do mar Báltico e por seus dozes portões avistados ao longe pelos navegantes. Situada em uma rota comercial, Wolin atraia comerciantes, viajantes e os temíveis piratas do período, os Vikings. Algumas variações do mito da cidade ou de partes dela começaram a ressurgir ao longo do tempo, as crônicas apontam que Wolin depois de ter afundado no oceano, era avistada ao longe por barcos, fazendo com o que os perigos mostrados nos mitos fosse real para os ouvintes. Dados históricos apontam que no ano de 1075, Adam Bremem escreveu sobre um empório em uma ilha onde viviam escravos, bárbaros, mercadores e Saxões que vinham comercializar, provando aos arqueólogos que Wolin não é uma cidade lendária e sim real.
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Os achados arqueológicos marcam uma área de 20 hectares, tornando Wolin o segundo maior mercado do mar Báltico da Era Viking depois de Hedeby, uma importante cidade da era viking localizada na Alemanha. Contudo, até hoje a exata localização de Wolin remanesce um mistério. A lenda da rica cidade sobreviveu por centenas de anos. Durante o século XVII, os habitantes da cidade atual de Wolin p r o c u r a v a m desesperadamente tesouros escondidos, até mesmo dentro de suas casas, cavando em porões até o ponto que suas casas começaram a ruir. Atualmente arqueólogos ainda procuram por estes tesouros. Eles chegaram a encontrar uma única bússola medieval, fragmentos de navios, um porto, um antigo templo, joalheria e armas. O peso total da descoberta em prata e ouro foi além de 11 quilogramas.
No Vilarejo de Wolin, você pode visitar dezenas de casas historicamente reconstruídas, além destas, a casa do joalheiro, a casa do pescador, do cunhador, do oleiro, ferreiro, entre outros. As casas são cercadas por uma fortificação e uma torre de guarda feitas de madeira. Uma interessante atração, são duas pedras rúnicas que são dedicadas a Swietoslawa, a Filha de Mieszko I da Polônia, e a outra dedicada ao rei norueguês, Olaf Tryggvason, personagem marcante da história norueguesa.
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Construções
1 - Casa comunal (Scromal house). 2 - Casa entrelaçada. 3 - Casa de paliçada. 4 - Casa de quatro declives. 5 - Casa de duas declives. 6 - Casa de duas declives. 7 - Casa vertical. 8 - Cabana do artesão. 9 - Templo. 10 - Paliçada de madeira com morro artificial de terra e plataformas de madeira (305m lineares). 11 - Torre de guarda com portão, feita de madeira. 12 - 142 metros de comprimento de cais de madeira. 13 - Torre de madeira com portão acima da diminuição da ponte. 14 - Pista de madeira com tábuas encaixadas.
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O festival
de Wolin A ideia de organizar o festival de Wolin diz respeito não só às inspirações históricas, mas também para a pesquisa arqueológica que foi realizada há mais de um século. Durante o Festival, os aficionados pela cultura viking, eslava e báltica em geral podem construir réplicas de acampamentos medievais, preparar uma comida tradicional, assim como tecer seu próprio tecido, fazer cópias de joias e sapatos medievais e até mesmo fazer sua própria armadura de cota de malha. O lago Dziwno na Polônia, vai encher-se com réplicas de navios vikings e eslavos com proas em forma de dragão. A parte mais esperada do festival são, naturalmente, as batalhas de centenas de guerreiros historicamente caracterizados, uma atividade que gira em torno de “arqueologia viva” e reconstrução histórica.
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Arqueologia experimental Durante o evento, permitimos que qualquer pessoa disposta possa aprender os segredos e ofícios da oficina antiga. Qualquer pessoa que queira aprender novas habilidades ou simplesmente passatempos interessantes, devem visitar o Wolin Novas experiências estão à espera de todas as crianças e adultos, a reconstrução da vila antiga o fará se sentir exatamente como há 1000 anos atrás. Neste evento também há apresentações de palestras históricas, historiadores e recriacionistas vão apresentar suas conclusões tiradas durante muitos anos de estudo e trabalho. Os Workshops não visam somente só o conhecimento, mas também proporcionam aos participantes o privilégio de aprender os métodos de trabalho dos antigos.
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Modelagem:
Forjaria e fundição:
Culinária:
Confecção de talheres, copos, panelas, tijelas, pratos, esculturas de animais e deuses, jarras e ânforas.
Confecção de jóias e o processo de fabricação de facas, facas e seaxs.
Tempêros, ingredientes, metódos de conservação e preparo, utensílios e receitas especificas da época.
Bordado:
Lã:
Couro:
Fazer a linha específica para bordado, tingimento do fio, desenhos e nós históricos, tecidos apropriados.
Tosquiar, limpar, separar as cores naturais já retiradas, fiar a lã e preparar o fio para bordados e costura e para fabricação de tecidos.
Costurar com tiras de couro, costurar couro, confecção de bolsas, bainhas, luvas, chapéis, armaduras lamelares, armadura acolchoadas, sapatos e cintos.
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Apicultura e o processo de fabricação de hidromel:
Tecelagem com cartões: Feltro:
Colheita de mel, criaçao de abelhas, confecção de trajes apropriados para a coleta, fermentação e preparo ideal do hidromel artesanal.
Confecção de cartões e teares, confecção de desenhos específicos, como tecer com os cartões.
Embolando a lã, aplicando a cola, confecção da cola; confecção de meias, luvas, toucas, bonecas e outros tipos de modelagem com feltro.
Entalhe:
Processo de curtição do couro:
Fundição por cêra perdida:
Talheres, tijelas, copos, esculturas de deuses e animais, sapatos, espadas para treino, esculdos, móveis, barcos e pingentes.
Separação da carne, curtição, Preparação do molde, argila, limpeza, extraindo gordura, ferramentas, forno e modelagem. raspagem, roupas, cobertores e tingimento.
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Calendário anual Primeiro final de semana de Maio - May Day Arqueológico Durante esta semana são realizadas oficinas de artesanato, cobrindo vários aspectos da vida cotidiana antiga e degustação de comidas típicas na cozinha do museu, usando ingredientes, utensilios e a mesma forma de preparo de 1000 anos atrás. Mas se os visitantes preferirem, podem fazer um pique-nique e participar dos jogos e contação de histórias. Primeiro final de semana de Junho - Despedida do Jarl É a semana que lembra a morte de Phillip Burten, o fundador e líder dos Jomsvikings, o principal grupo de recriacionismo na Polonia e no mundo. Chegam grupos de recriacionistas do mundo inteiro, chegando a ultrapassar o número de 1.500 pessoas (assim como no festival) que se reunem para honrar a memória do falecido Jarl. Grandes lutas, treinamentos e uma grande festa. Último final de semana de Junho, Solstício de verão - Midsummer Night A noite mais curta do ano, fazem já que é um festival para o fogo, água, sol e lua, colheita, fertilidade, amor e alegria, celebrado por eslavos e escandinavos até os dias de hoje. Um programa incomum, com uma grande procissão com tochas, rituais antigos, grupo de música antiga, oficinas, artesanato, degustação de pratos eslavos, diversão, história e jogos. Primeiro final de semana de Julho - Mel Harvest Oficinas de artesanato antigo, incluindo apicultura e suas origens medievais, hidromel, comida antiga degustação de doces e receitas com mel, incluindo também, fatias de favos de mel e geléia real. Último final de semana de Julho - Oficinas de Arqueologia Experimental Durante esse período, são realizadas oficinas de artesanato, cobrindo vários aspectos da vida cotidiana antiga. Qualquer pessoa pode participar de todos os workshops. A variedade de oficinas é enorme, indo de oficinas de dança e cerâmica até produção de facas e culinária. Último final de semana de Agosto- Festival de eslavos e Vikings Um dos maiores eventos medievais da Europa que emvolve de 1.500 pessoas de 26 países. Apresentado oficinas de artesanato antigo, performances de música e dança, navegação, reconstrução de barcos antigos, encenação de eventos históricos, rituais e cerimônias, e a grande batalha de 600 guerreiros. Primeira semana de Setembro - Colheita Festival dedicado a colheita deste ano e encenação de sacrificios em rituais eslavos, em agradecimento por uma colheita próspera e pedidos de colheita prósperas para o próximo ano. Demonstrações de lutas, culinária, bebidas típicas, artesanato e workshops. Última semana de setembro - Workshops para Escolas Semana com oficinas desenvolvidas e preparadas especialmentepara escolas, concursos para crianças e adolescentes. Aulas de história de forma diferenciada e dinâmica, com jogos, workshops e apresentações no campo no museu.
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www.jomsborg-vineta.com
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