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cultura como ferramenta de controle

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#chupamangazine 13

#chupamangazine 13

Ilustração do livro Kipling Stories and Poems Every Child Should Know, de Rudyard Kipling (Doubleday, Page & Company, New York, 1909)

ensaio

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cultura como ferramenta de controle

por Paula Holanda Cavalcante

Em 1797, em uma floresta na região francesa de Aveyron, três caçadores encontraram um garoto de comportamento selvagem e, aparentemente, com um histórico de pouco contato com outros membros da espécie humana. Ele então foi transferido para uma comunidade, em uma tentativa frustrada de ressocialização, mas fugiu dela em menos de uma semana. Alguns anos depois, a criança, que era incapaz de andar, falar ou se comunicar com outras pessoas, foi identificada mais uma vez e entregue às autoridades. As análises profissionais posteriormente realizadas sobre o garoto indicaram que ele foi abandonado aos quatro ou cinco anos de idade, e seus hábitos primitivos foram, a princípio, tidos como irreversíveis.

As reflexões que faço frequentemente, desde que assisti a “O garoto selvagem” na escola, são as seguintes: seria possível existir uma experiência de identidade e liberdade genuína, sabendo que estamos todos fadados à influência da sociedade (e dos seus jogos de poder) se quisermos viver como seres humanos? Como realizar uma escolha sem que as marcas, corporações

A sociedade usa a estética para nos controlar através de nossos padrões de compra e para nos coagir a comprar mercadorias de preços altos. [...] Em geral, a identidade das pessoas é baseada no que elas compram; seus valores ou senso de autoestima estão ligados ao que possuem, com um sistema de julgamento hierárquico que diz que um Rolex ou um BMW são “melhores” porque custam mais caro.

... enquanto a cultura não for diversa, e não apresentar uma variedade de poéticas, ela não será uma representação da nossa sociedade, e sim do poder.

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