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TESTEMUNHA OCULAR: ABELHAS
Assinalar as estações do ano de forma natural
“O que mais gosto na apicultura é o facto de as abelhas conservarem a sua liberdade e de não ser necessário matá-las para colher o mel das colónias”, afirma Nicolas Perritaz*, que mantém três colmeias, como hobby, numa zona rural perto de Genebra.
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“Também gosto do facto de as abelhas terem uma sociedade complexa. A interacção entre a abelha mestra (a única abelha fêmea fértil da colónia), as obreiras e os zangões é fascinante. Uma abelha não poderia sobreviver sozinha!
A evolução de uma colónia de abelhas segue um ciclo anual, o que também considero interessante. Assinala as estações do ano de forma muito natural. O crescimento ocorre entre a Primavera e o Outono, seguindo-se um período mais calmo. Os apicultores têm de seguir cuidadosamente este ciclo ao longo do ano. Também precisam de cuidar do meio envolvente.
As abelhas estão sob ameaça
“As abelhas podem ser consideradas as ‘sentinelas do ambiente’. São muito sensíveis ao que se passa à sua volta. A abelha melífera encontra se ameaçada por ácaros, vírus e a poluição. Outra ameaça é o enfraquecimento geral da sua constituição. As abelhas melíferas não estão adaptadas ao seu meio ambiente? As nossas práticas apícolas enfraqueceram a sua constituição genética? A ‘sentinela’ está a mostrar nos o nível de contaminação do ambiente?
É preciso não esquecer que, pelo menos, um terço dos alimentos que ingerimos depende da polinização. A grande maioria da polinização – talvez 80% é realizada pela abelha melífera. Temos de preservar a polinização natural, em larga escala, para protegermos os nossos alimentos.”
* Nicolas é um dos cientistas seniores do Departamento do Ambiente, Energia e Comunicação situado em Genebra, na Suíça. Actua também como Ponto Focal Nacional (PFN) entre a AEA e o Governo suíço e, nessa qualidade, faz parte da Eionet, uma rede de instituições e organizações através da qual os países membros colaboram com a AEA, permitindo que esta realize o seu trabalho.