RUA

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nº 2 • edição Lisboa 2018

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FICHA TÉCNICA | editora executiva: Nicole Figueiredo | editoras: Nicole Figueiredo, Letícia Turola e Suzana Piazza | Relações-Públicas: Nicole Figueiredo | Fotografia: Suzana Piazza | Gestor de Conteúdos Digitais: Nicole Figueiredo | Arte: Suzana Piazza | Colaboradores: Fernanda Krüger e Pietro Domiciano

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A Rua, como o próprio nome já diz, quer te convidar a conhecer as ruas das cidades e suas extensões, mas, ei, vamos com calma, redirecione seu pensamento, não estamos falando de lugares e nem de coisas, mas sim de transeuntes e suas identidades. Sabe quando estamos andando e de repente nosso olhar cruza com um ser mítico e instantaneamente nosso inconsciente grita “quem é essa criatura? Da onde ela vem? Pra onde ela vai?”. Pois é, você já entendeu, a Rua é isso, conhecer e captar momentos criativos de apelo visual desses vagantes que conseguem preencher um espaço apenas por o ocuparem! Não, isso não é redundância – preencher por ocupar – é atitude. Inicialmente um projeto com foco nas ruas de Curitiba, Brasil, e que agora ganha uma nova dimensão se estabelecendo nas ruas de Lisboa, Portugal. Nós viemos para desmistificar pessoas, queremos abrir a sua cabeça, fazer você enxergar o outro com novos olhos, nós vamos lhe mostrar que todos são interessantes a sua maneira. Afinal, identidade é mais uma questão de atitude do que de roupa, e atitude é mais um questão de empatia do que de carão.

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SUMÁRIO A Subjetividade do Cool por Nicole Figueredo Rua Literal Equipe Rua Dica de Leitura por Letícia Turola Editorial Fotografia por Suzana Piazza O que é Rua para você? Artistas convidados

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H

ĂĄ algum tempo venho observando o uso do termo Cool e o quanto ele veio, com

velocidade, ganhando fama de forma estratosfĂŠrica, tanto que ele mesmo jĂĄ deixou de ser o que deveria representar. Confuso? Vamos desacelerar um pouco e recorrer a sua raiz. Cool ĂŠ uma palavra inglesa que, em uma tradução literal, significa “legalâ€?. Em outro contexto, com um pouco mais de informalidade, Cool ĂŠ usado para designar algo diferente/ descolado. A questĂŁo ĂŠ, as linhas do seu contexto foram afrouxadas e hoje, tudo, sem exagero, que quer parecer cool se auto adjetiva de forma literal para manifestar um status invisĂ­vel e,

por Nicole Figueiredo

muitas vezes, inexistente. Porque? Porque o Cool chegou ao mainstream e o termo se tornou argumento de venda.

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A questão é, o que faz algo ser genuinamente cool? Quem detém essa definição? A verdade é que o Cool é subjetivo! Pierre Bordieu já afirmava que o gosto e o estilo dependem de construções sociais internalizadas pelos indivíduos que se transformam em estruturas mentais. O Cool, afinal, nada mais é do que uma

“A verdade é que o Cool é subjetivo!” qualidade de ambas as palavras analisadas por Bordieu e, assim, pode ter diferenciadas interpretações de acordo com o julgo de valor de cada um. Na prática é simples. Vamos nos aproveitar de um esquema mental. Eu tenho uma amiga, vamos chamá-la de Tita, e eu a acho incrivelmente criativa para se vestir. Eu gosto do estilo dela, acho ela diferente, ousada, descolada... Tita é, para mim, a epítome do que é ser cool, porém, a Tita não me vê como uma pessoa cool pois para ela meu esforço criativo é pífio. Bem, eu tenho outra amiga, vamos chamá-la de Ju. Eu não acho a Ju cool, mas já ela me considera extremamente descolada. Agora, quando a Ju observa a Tita, a criatividade da Tita aos olhos da Ju se torna exacerbada, passando de uma percepção cool para um modo de estranheza. Já para a Tita a Ju não poderia ser mais boring.

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Com essa ideia percebi que desenhei mentalmente o diagrama de Vejlgaard onde, a grosso modo, as pessoas são classificadas como inovadores, early adopters, early majority e late majority (que chamaremos de mainstream). Faça esse exercício: se

enquadre em uma dessas sinalizações. Você sempre irá admirar uma camada a frente e achará sem graça a anterior. Pulando dois grupos às

“Se eu fosse propor uma

escolhas de gosto e estilo já não farão sentido para você. O Cool é subjetivo, é próprio

nova roupagem para o

do sujeito ou a ele relativo, é qualquer

termo eu levantaria a

coisa

bandeira para a campanha

que esteja baseado na sua interpretação

do #vamosesfriarocool.”

individual.

Em outros significados dados para a palavra cool em Inglês existe o de esfriar. Se eu fosse propor uma nova roupagem para o termo eu levantaria a bandeira para a campanha do #vamosesfriarocool. Marketeiros, publicitários, criadores, chega! simplesmente parem de utilizar essa palavra para atingir o público, nem o mainstream aguenta mais, vamos deixá-la cair em desuso, por favor. Não chorem, vá, vocês vão conseguir usar a criatividade para enaltecer um novo vocábulo, mas o cool não dá mais. Ele não representa mais a sua natureza que era ser legal, ter atitude e personalidade escancarada. A realidade é que não há nada de cool em um termo desgastado que qualifica desde cidades até batatas fritas. Com sinceridade, choquem, mas, o cool há tempos já não é mais cool! Desculpa.

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RUA LITERAL

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por LETĂ?CIA TUROLA

O vĂ­nculo sentimental desenvolvido

tona o carĂĄter simbĂłlico das

entre o corpo-indivĂ­duo e sua

vestes, como memĂłria e

vestimenta ĂŠ o foco do

expressĂŁo, gostos e opiniĂľes, o

livro de Peter Stallybrass,

autor atinge camadas que vĂŁo

O casaco de Marx: Roupas,

alĂŠm de superficialidade

memĂłrias, dor. Sua abordagem

frĂ­vola comumente associada

trata o vestuĂĄrio como

ao tema e transborda de

mediador entre as existĂŞncias,

sentimentalismo e

a intra-corpĂłrea, alma e

significados.

identidade, e a extra-corpĂłrea, a exposição mundana. Trazendo Ă

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Vale a pena a leitura!


Viktoria

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“Em Lisboa gosto de todas as ruas porque cada rua tem o seu estilo e a sua história”

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Cintia 23


Hilary

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Fabio

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Fabio

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Tim

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“Rua é encontro”

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Donatello

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“Rua, para mim, significa calma. Estou dentro de 4 paredes o meu dia inteiro, e poder vir cá fora e sentir a brisa fresca dá-me muito tranquilidade. Todos os sons, todos os cheiros dão-me um fresh start”

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Mariana

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Isabel

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“Rua para mim é um encontro de culturas e costumes, uma forma de self expression.”

Alexandre 38


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Camila

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Seven

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por Nicole Figueiredo e LetĂ­cia turola

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por Suzana Piazza

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“A rua é o meu espaço de trabalho e criação.É nela que encontro inspiração e tento transformar as banalidades cotidianas em algo belo e que traduza minha forma de ver o mundo.”

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por Marcela Belz

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“A rua é cotidiano, é a linha dos dias”

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por Midiam Valentim

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AGRADECIMENTOS Vide Willemark | Lukas Adolphi | Milan Derison | David | Axelle Dethoor | Viktoria Gratchenko | Francisco | Mariana de Aguiar | Alexandre Pereira | Alexandre | Isabel | Donatello Brida | Renata Gizatulina | Fábio Araújo | James | Oscar Van Hulle | Cintia Coutinho | Camila | Binta Sank Diallo | Rafael Agostini | Raphael | Carles Bonasso | Hilary Cooper | Adriano Caetano | Tim Bernardes | Seven Candan

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