TCC / TFG III - GALERIA DE ARTE

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GALERIA DE ARTE PÚBLICA + PARQUE Identidade

Conceito & Partido

Muito da história da cidade de Teresina - PI é contada através da arte. Seja no artesanato tão presente nos lares piauienses; na arte santeira, reconhecida como patrimônio nacional pelo IPHAN; nas esculturas de cerâmica, prática que data da fundação da cidade ou ainda nos murais espalhados pelas edificações públicas e privadas. O teresinense onde quer que olhe ou respire dá-se de encontro com uma parte da rica malha cultural que forma a identidade do seu povo. Ela se apresenta na forma de manifestações e reinvindicações, perduração de tradições e como um lembrete das riquezas naturais e edificadas presentes em seu meio, para as quais nem sempre desprendemos um momento de reflexão. Construir a cidade é dar palco para suas diversas expressões e facetas; permitindo a existência de locais de encontro, apoio e fortificação; ambientes plurais que permitam a vivência e a contemplação dos desdobramentos da história local, de modo a propiciar caminhos para o futuro. Nesta logística, o projeto é apresentado em um terreno dentro do centro histórico de Teresina que convida a população ao acesso e apropriação.

O conceito parte da ideia de uma rocha escavada pelo tempo, onde seus vazios e cheios, suas linhas, contam a história do seu percurso. Uma rocha que serviu de base para as linhas da história se firmarem, lembrando os primórdios quando o homem ensinava por meio da pintura rupestre. Para atingir esse objetivo foi tomado como partido uma brincadeira com os vãos e aberturas da edificação, pensando na conexão entre interior e exterior por meio de jardim interno, usando da transparência do vidro e dos cobogós para conferir um caráter efêmero a algo fixo. Como importante alicerce tem-se também o estímulo ao convívio social e práticas de atividades físicas através de um espaço multifuncional, agregando um parque a galeria. Inspirar a fruição e a contemplação das obras ao ar livre foi um ponto importante para quebrar a restrição sócio-espacial do temido 'cubo branco'.

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IMPLANTAÇÃO

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IMPLANTAÇÃO

ESTRATÉGIAS DE CONFORTO

O aproveitamento do lote é total, o que permite que a Galeria seja observada por todas as ruas que circundam a quadra, que fosse criado um circuito de exposições externas em congruência com as áreas verdes, e a distribuição de áreas de estacionamento e lanchonetes. Pelo projeto ter sido elaborado em um terreno plano, os desníveis entre os pisos dos blocos foram minimizados ao máximo para tornar os diferentes ambientes livres de obstáculos. Todos os principais pontos ao longo dele são acessados através de rampas e/ou escada, além de um elevador no espaço interno da galeria. O bloco da galeria recebeu orientação norte / sul com as maiores fachadas voltadas para o oeste e leste, afim de propor um melhor aproveitamento dos acessos de pedestres e veículos em acordo com a tipologia de trânsito da região. O que poderia vir a ser um grande problema foi transformado em conceito - os variados artifícios de garantia de uma boa climática ao edifício agregam a ele significado, como citado anteriormente. Em busca de minimizar áreas com menor fluxo de pessoas, o que geraria espaços vazios e sem uso que aumentariam a sensação de insegurança, ao longo do terreno foram distribuídos outros equipamentos urbanos como uma academia popular e um circuito de exposições ao ar livre.

Para diminuir os efeitos da forte incidência solar nas fachadas Oeste e Norte foram adotados brises de chapa metálica perfurada no pavimento superior que ajudam a barrar o calor, servindo como filtro, deixando que a luz adentre, mas que parte da carga solar seja absorvida e dispersada por ela. Já no térreo, a fachada oeste recebe um recuo através de um corredor criado com uma parede de cobogós assim como o brise, ele filtra os raios solares. Um jardim também foi anexado a este espaço visando um melhor conforto térmico. Na fachada leste que recebe o sol da manhã foi criado um recuo para a porta de acesso, a partir da rampa externa que recebeu fechamento com paredes de cobogó, permitindo o uso de pele de vidro em boa parte da parede que veda a área de exposições do térreo, admitindo o uso da luz natural de maneira controlada em um ambiente onde ela poderia ser prejudicial as obras nele expostos.

01 Exposição Temporária 02 Grupo de Sanitários 03 Sala de Informática 04 Reserva Técnica 02 05 Sala dos Professores 06 Ateliê 01 07 Ateliê 02 08 Exposição Permanente 09 Depósito 10 Biblioteca

01 Telha Termoacústica com inclinação de 25% 02 Telha Fibrocimento com inclinação de 8% 03 Telhado Verde 04 Laje impermeabilizada com inclinação de 1%

DISCENTE: SUZANNA CAROLINA CLÍMACO AGUIAR DISCIPLINA: TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO III

GALERIA DE ARTE PÚBLICA + PARQUE

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COBERTURA

1° PAV.

01 Recepção 02 Exposição Temporária 03 Grupo de Sanitários 04 Sala Multiuso 05 Reserva Técnica 01 06 Direção 07 Secretaria 08 DML 09 Copa 10 Grupo de Sanitários 11 Arquivo 12 Depósito 13 Área de Convívio 14 Palco 15 Estar Func. 16 Copa Func. 17 Cozinha/Área de Serviço 18 DML 19 Vestiário Func. 20 WC PCD 21 Depósito 22 Guarita 23 Lixo 24 Quiosques de venda de artes 25 Gerador 26 Quiosques/Lanchonetes 27 Exposição de Murais 28 Academia Popular 29 Elevador 30 Circulação Vertical 31 Estacionamento

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TÉRREO

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abertura para jardim

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ESCALA 1/300

abertura para rampa e acessos

recuo na edificação com criação de corredor verde

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PROJEÇÃO BRISES

APOIO P/ ESCULTURAS BANCOS +3.60

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resultado final

TOTAL 6.084m²

TOTAL 1.308m² (térreo)

TERRENO: 80m x 80m

TOTAL 1.221,3m²

TOTAL 2.953m²

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TOTAL 1.670m²

1° PAVIMENTO VAGAS DE ESTACIONAMENTO: 27

GALERIA DE ARTE PÚBLICA + PARQUE

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ESCALA 1/200

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CORTE A-A

CORTE B-B

DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA

fibrocimento

ústica c a o m r te

CORTE C-C

ra u t er b co

nervurada

CORTE D-D

Criou-se na subdivisão do programa, um bloco único para a galeria e equipamentos menores em seu entorno para a criação de um circuito que serviria de guia ao visitante por todo o projeto. Sendo assim, no térreo do bloco principal tem-se uma praça central de exposições que leva o visitante de súbito ao encontro das obras e dali aos acessos ao pavimento superior.

FACHADA LESTE

No 1° pavimento foram distribuídas a parte de ensino e de exposição. A sala de exposição permanente foi pensada para ser multiuso, podendo ser dividida em duas salas menores, de acordo com a necessidade. A parede de cobogós da fachada oeste eleva-se desde o térreo até este pavimento, protegendo as aberturas. A praça central se repete como elemento guia, distribuindo o fluxo para os ateliês, sala de professores, reserva técnica e biblioteca. A biblioteca em especial recebe fechamento em vidro em boa parte das suas paredes, integrando-a com os demais espaços, até mesmo com a rampa que passa ao longo de uma de suas faces, para a qual se pode olhar ou dela ser visto.

v. a p 1°

FACHADA OESTE

bloco intertravado

granilite

FACHADA SUL

concreto

o e r tér

FACHADA NORTE

vegetação

De forma mais reclusa posiciona-se o setor administrativo e o espaço de funcionários nesse mesmo nível, onde ambos possuem entrada direta para o interior da galeria. Na entrada do público que dar acesso ao estacionamento há ainda um jardim sob a laje do pavimento superior que pode ser visualizado através da extensa pele de vidro na fachada leste, assim como a rampa. Um corredor ao longo da fachada oeste, limitado por uma parede de cobogós por onde se tem um segundo acesso ao interior da galeria foi utilizado como um recuo para edificação, criando uma área de convivência com jardim interno.

Ainda no térreo, em um recuo entre o bloco de sanitários e a ala administrativa, concebeu-se um jardim semi-interno que pode ser visto através de uma janela vertical como uma tela viva. Ele também pode ser visualizado do pavimento superior - na sala de professores e em parte do espaço de exposições que se repete.

cobogó

PROGRAMA DE NECESSIDADES

LEGENDA 01 Exposição Temporária 02 Administração/Gerência 03 Setor dos Funcionários 04 Quiosques de Alimentação 05 Parquinho Infantil 06 Exposição Temporária 07 Biblioteca 08 Exposição Permanente 09 Salas de Ensino 10 Àrea de Convivência

Métodos Construtivos Tem-se como método construtivo, o uso de alvenaria de tijolo para os fechamentos estruturais, para as paredes isoladas que preenchem os espaços de exposição escolheu-se um sistema de drywall que permite uma maior flexibilidade do uso do local, podendo alterar a configuração das divisórias com mais praticidade e paredes de cobogó. Para as lajes optou-se pela laje nervurada que permite o alcance de maiores vãos entre pilares. Além do mais, ela tem um apelo estético atemporal, dessa forma estando em natura em quase a totalidade de ambientes. Já para as coberturas das edificações foram escolhidas as seguintes telhas: termoacústica e fibrocimento. A primeira garante uma melhor troca energética e isolamento acústico para uma região quente como Teresina, e é de fácil instalação. A segunda foi escolhida pelo seu custo-benefício, praticidade de instalação, para ser aplicada em locais que não precisam de uma grande preocupação com conforto térmico.

GALERIA DE ARTE PÚBLICA + PARQUE

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EQUIPAMENTO EXTERNO Como um ponto de apoio ao comércio para os artistas, concebeu-se no projeto pequenos quiosques que comportam duas pessoas, separadamente. Pensado de forma a fazer parte do circuito externo sem atrapalhar a passagem dos visitantes, este equipamento foi anexado as pistas, permitindo um local sombreado, seguro e com boa visibilidade. Possui bancadas e prateleiras na parte interna para distribuição dos produtos artesanais e, em frente, posiciona-se um banco para que o vendedor possa descansar enquanto espera pela clientela. Um telhado verde foi anexado a ele para garantir um espaço com maior conforto térmico e acústico e uma laje de concreto para gerar sombra e abrigo aos transeuntes.

jardim

projeção da laje

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jardim

Iluminação natural e ventilação cruzada também foram garantidas através de vedações permeáveis (cobogós) e um bom posicionamento de portas e janelas. Para os pisos internos (toda a galeria, lanchonetes e o interior dos equipamentos externos) utilizou-se o granilite por ter uma grande resistência a locais de tráfego intenso e o piso intertravado para as áreas de estacionamento, assegurando uma boa drenagem pluvial e piso de concreto para os demais circuitos. De maneira contemporânea, a proposta apresenta elementos da construção tradicional local e brasileira, de forma a não destoar do cenário da cidade e acabar provocando um distanciamento do público.

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jardim

EQUIPAMENTO EXTERNO - PLANTA BAIXA

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