2003-06-11 - Jornal A Voz de Portugal

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A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página

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Primeiro-ministro Português recebido por Jean Chrétien

Espírito 10 de Junho

Na passada Segunda-feira o Primeiro-ministro Jean Chrétien recebeu o seu homologo português no Museu das Belas Artes do Canada em Otava. Após o “cocktail” de boasvindas, os cerca de trezentos convidados foram presenteados com um jantar de gala em honra de Durão Barroso. Num discurso simples e objectivo, o Chefe do Governo canadiano fez uma breve resenha do passado histórico que une os dois países, salientando a importância da Comunidade Portuguesa do Canadá no desenvolvimento do Canadá. Mais adiante Jean Chrétien sublinhou a possibilidade que a tecnologia canadiana, particularmente no domínio das telecomunicações, possa vir a ter um lugar importante no desenvolvimento de Portugal reconhecendo todavia que o nosso país de origem deu um grande salto em frente após ter aderido à União

Por Manuel Carvalho Sou um daqueles raros privilegiados que já se cruzou com o espírito do 10 de Junho. Não o 10 de Junho façanhudo e belicoso das paradas imperiais de outras eras. Não o épico 10 de Junho a cheirar ao ridículo nacionalismo da raça lusitana, nós que somos nobre miscigenação de tantos povos. Tão-pouco o 10 de Junho das Comunidades só relembradas ciclicamente em tempo de eleitoralistas discursos esvaziados de qualquer visão futurista. Não, hoje sei-o por experiência própria, o espírito do 10 de Junho foge a sete pés de tão pomposas celebrações. Refugia-se na alma simples do povo. Manifesta-se em raras ocasiões. Nos mais inesperados lugares. Espera pacientemente tempos melhores. Passou-se há alguns anos. Eu estava lá, na hora certa, no lugar certo. Em New Bedford. Numa tarde esmagada pela canícula. Em vésperas do 10 de Junho. A Casa da Saudade de New Bedford organizara o lançamento de um dos meus livros e eu, retardado por arreliadores contratempos, levara mais de oito horas para vencer a viagem de carro entre Montreal e New Bedford . Estava, para ser franco, alarmantemente atrasado. Além disso, emaranhado naquele dédalo de ruas, iria perder um tempo precioso antes que pudesse localizar a Casa da Saudade. Só um milagre poderia remediar a situação. Mas, para minha salvação, o milagre aconteceu. Ao dobrar uma esquina, um homem de cara curtida pela vida observava o vulto hesitante do meu carro. Com o ar sereno de quem está ali à espera, de mangas arregaçadas para cumprir uma missão. “Este tipo tem cara de português” Ver pág. 2

Monsieur le Premier Ministre, Mesdames et Messieurs, Permettez moi, tout d’abord, de vous faire part de l’honneur et du plaisir d’être ici au Canada, ou j’ai été reçu si chaleureusement par vous-même, Monsieur Le Premier Ministre, et par votre gouvernement, ainsi que par le Parlement et le peuple canadien. Je me trouve dans votre beau pays dans ma qualité de Premier Ministre du Portugal mais aussi de citoyen portugais, arrivant de l’autre côté de l’Atlantique comme, auparavant, l’ont fait des milliers de mes compatriotes, Qui Ver pág. 3

25º Aniversário D. E. Santo Laval

A Caixa de Economia solucionou o “dossier” COFO

Ver programa na pág 6

Por Luis Tavares Bello Alguns dias após a Assembleia Geral da Caixa de Economia, aprazámos com o Presidente do Conselho de Administração da mesma Emanuel Linhares uma pequena entrevista sobre o momento da instituição. Desse encontro aqui deixamos os pricipais pontos focados. VP - Qual o balanço após um ano à frente dos destinos da CEPM? EL - Foi um ano de trabalho árduo, com resultados altamente positivos! Creio que este ano financeiro que findou a 31 de Janeiro 2003, passará, Ver pág. 2

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Europeia. Em seguida O Primeiro-ministro português foi convidado a dirigir-se à tribuna onde em francês, inglês e português proferiu o discurso que a seguir reproduzimos na íntegra.

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Comunidade A Caixa de Economia solucionou o “dossier” COFO Cont da pág. 1

sem dúvida à história, pelos desafios que foram impostos à administração desta instituição, que permanecendo coerente e prudente nas decisões que tomou deu provas de uma boa e sã gestão, tornando este exercício financeiro num sucesso extraordinário. Este ano que acaba de terminar veio confirmar a nossa missão que é a de responder ao conjunto de necessidades financeiras dos nossos membros nas melhores condições possíveis, de contribuir à sua educação cooperativa e financeira e assim

como apoiar o desenvolvimento do meio social. VP - Faça-nos uma breve análise dos resultados EL - A Caixa de Economia dos Portugueses de Montreal teve resultados financeiros excepcionais este ano. Antes das despesas extraordinárias, ligadas ao “Dossier COFO”, a Caixa realizou excedentes que ultrapassaram um milhão de dólares, uma 1 a em toda a história da nossa Caixa. Este sucesso deve-se em grande parte à qualidade, e flexibilidade dos seus empregados como ao

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pensei, talvez influenciado pelo facto de saber que metade da população daquela cidade piscatória é de origem portuguesa. - O senhor sabe onde é a Casa da Saudade? - perguntei-lhe em português. A cara requeimada de pescador rasgou-se num sorriso aberto. A resposta, pronta na ponta da língua, chegou-me no melodioso falar açoriano: - Ainda fica longe daqui. Quer que o leve lá? –E ainda mal as palavras estavam ditas, já estava sentado a meu lado, pronto para me servir de cicerone. O homem tinha razão. Ainda nos fartámos de andar. Sozinho nunca daria, a tempo e horas, com o sítio. Saíra-me a sorte grande. Mas eu começava a inquietar-me pelo meu benfeitor. - Agora, tão longe, como é que vai voltar para trás? Que maçada lhe dei! - Não se preocupe comigo. O tempo dá Deus de graça. Olhe, é aqui esta casa. Preparava-me para me desdobrar em mil agradecimentos mas já ele, lesto, saltara do carro. - Qual é o seu nome? – mal tive tempo de perguntar. Os olhos bons e serenos do homem cruzaram-se com os meus. - José Pacheco. E desapareceu. Não, aquele homem com quem o destino me cruzara os passos não era o José Pacheco. Apostava a vida em como era o espírito do 10 de Junho.

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notável empenho dos dirigentes eleitos. Mas a grande força da nossa Caixa é a fidelidade dos nossos membros utilizadores, que nos permitem, ano após ano, um crescimento seguro. Este ano, o conselho de administração propôs à Assembleia-geral, um projecto de partilha de excedentes ou seja, o pagamento de dividendos aos membros de um montante de meio milhão de dólares. Foi igualmente proposto entregar ao fundo de ajuda ao desenvolvimento do meio, um montante suplementar de cinquenta mil dólares destinado a suportar projectos que contribuam para a qualidade de vida da nossa colectividade e seu desenvolvimento equilibrado e durável. Se analisarmos mais detalhadamente os resultados financeiros para o ano fiscal que terminou a 31 de Janeiro 2003 poderemos constatar que as nossas receitas totalizam $2,874,973.00 dos quais $2,259,953 são provenientes de empréstimos pessoais e de empresas, $289,271 resultam de investimentos da Caixa e $325,749 provêm de depósitos em liquidez. Podemos portanto concluir que as receitas da Caixa provêm dos nossos membros numa proporção de 78.7%. Em contrapartida, os encargos financeiros totalizam $593,934, dos quais $570,237 são também distribuídos em juros pagos aos membros. Pagámos igualmente $23,697 de juros sobre os nossos empréstimos à Federação. Temos outras despesas que se adicionam aos custos dos juros pagos, seja $2,315,484 para encargos diversos e $184,217 em impostos. Por outro lado, há receitas diversas da ordem de $645,170 que vêm diminuir os encargos referidos acima. Para concluir verifica-se que os excedentes deste exercício financeiro antes de deduzidos os impostos totalizam $603,627, o que representa um rendimento sobre o capital de 18.10%. Se tomarmos em consideração a despesa extraordinária de $563,400 relativa ao litigioso caso “COFO”, a Caixa produziu lucros na ordem de $1,167,027.

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VP - Não seria preferível distribuir menos dividendos e baixar as despesas de administração uma vez que os mais penalizados por essas despesas são também os menos favorecidos? EL - As nossas despesas de administração são bastante concorrenciais com as do mercado actual. A distribuição dos dividendos serviram também em grande parte a reembolsar as despesas de administração que os nossos membros pagaram. Quem pagou mais, recebeu mais dividendos. Em relação às outras instituições financeiras esta é a grande vantagem da nossa Caixa que é exclusiva aos seus membros. No entanto e de acordo com o nosso plano de acção, o conselho de administração da CEPM tem a preocupação constante de manter ao mínimo as diversas despesas de administração tributadas aos membros. Assim, e sendo um dos pontos agendados no corrente ano, o conselho de administração da

Caixa analisará a possibilidade de poder baixar ainda mais as despesas de administração. VP - Segundo sabemos foi encontrada uma solução negociada para o chamado caso COFO. Conte-nos como se chegou a essa solução e quais os resultados concretos da mesma. EL - Efectivamente foi encontrada a solução para regularizar a situação do caso COFO que tanta tinta fez correr desde Outubro 1998. Em Dezembro 2001 a Caixa viu-se confrontada com um julgamento desfavorável que era devastador para o seu futuro. Claro que procedemos de imediato à sua contestação perante os tribunais. Em Fevereiro 2002 fomos informados que a companhia de seguros levantava a hipótese de não indemnizar quaisquer reclamações provenientes deste julgamento. Face a esta posição os auditores da Caixa queriam contabilizar nos balancetes anuais de 31 de Janeiro de 2002 todas as reclamações do caso COFO. O conselho de administração opôs-se e formou um comité de negociações a fim de se encontrar uma solução que conviesse a todas as partes, Caixa, credores, seguro e Desjardins. Assim sendo conseguimos chegar a um acordo de resolução ao problema COFO, e isto sem ter de recorrer aos tribunais. Este acordo foi assinado entre a Caixa, o Movimento Desjardins a companhia de seguros e os credores. O montante a pagar aos 21 credores em virtude deste acordo foi de 8,376,478$. A contribuição da Caixa foi de 2,365,518$, dos quais 500,000$ já foram desembolsados pela Caixa. Quanto ao balanço de 1,865,518$, que foi avançado pela Desjardins, o acordo prevê o seu reembolso, e isto sem quaisquer juros para a Caixa, da seguinte maneira. O pagamento anual do avanço Desjardins, não poderá exceder o montante mais elevado dos montantes seguintes, seja 46% dos lucros de operações antes das tributações de impostos do ano anterior ou 1/7 do montante avançando pela Desjardins. Em termos práticos isto quer dizer, por exemplo: se num ano determinado a Caixa tiver um lucro de operações antes das tributações de impostos de 1,000,000$, a Caixa deverá reembolsar à Desjardins o montante de 460,000$. Se num ano determinado a Caixa tiver um lucro de operações antes das tributações de impostos de 500,000$, a Caixa deverá reembolsar à Desjardins o montante 266,503$ equivalente a 1/7 do montante avançado pela Desjardins. Procedendo desta maneira a Caixa assegurase de um futuro muito mais promissor. VP - Será que algum dos credores que não fizeram parte dessa negociação poderá ainda teoricamente pôr novas acções à Caixa? EL - Teoricamente sim, pois existe um período de prescrição na lei que assim o permite. Digo teoricamente pois que negociamos com todos os credores com que a Caixa tinha julgamentos desfavoráveis. Claro que com aqueles com que tínhamos julgamentos favoráveis não houve qualquer negociação.

VP - Na última Assembleia Geral veio novamente à discussão a eventual construção de uma Casa para a terceira idade. Qual é claramente a posição da Caixa nesse sentido. EL - Tal como discutido na nossa última assembleia geral, a Caixa não pode ser proprietária de nenhum outro imóvel que não seja aquele aonde mantém as suas operações. É a lei. A própria missão da Caixa não prevê este tipo directo de intervenção. No entanto o conselho de administração da Caixa avaliará qualquer outro projecto organizado e apresentado seriamente de modo a que algum destes projectos possam contribuir para a qualidade de vida da nossa comunidade e seu desenvolvimento equilibrado e durável. O futuro que nos propomos construir juntos, impor-nos-á desafios importantes. A nossa Caixa é um dos organismos determinantes de que dispomos para “controlar” certos pontoschave do desenvolvimento da nossa comunidade. Temos muito a ganhar, a contribuir juntos e fazer da nossa Caixa uma força económica e financeira maior, assim como uma instituição viva, capaz de estabelecer e manter entre nós laços de negócios e de solidariedade vigorosos. VP - Quais os projectos e perspectivas de futuro da CEPM a curto e médio prazo. EL - Recentemente, o conselho de administração da nossa Caixa reuniu-se para definir o plano estratégico para o ano em curso assim como para definir as grandes linhas orçamentais do exercício. Estas orientações, apoiadas numa gestão que nós procuramos constantemente melhorar e tornar mais rigorosa e eficaz deverá permitir-nos alcançar bons resultados, apesar do contexto económico não ser o mais favorável. Com a participação ao centro financeiro às empresas, a nossa Caixa vai melhorar a capacidade de apoio aos comerciantes e negociantes do nosso meio, de modo a contribuir para a vitalidade económica da nossa comunidade, fomentando também a criação de empregos. Outra das grandes preocupações da nossa Caixa é o recrutamento de membros jovens. Para isso vários projectos estão em curso com vista à participação no meio jovem por parte da Caixa. A título de exemplo menciono as bolsas de estudo, que há já vários anos são distribuídas pelos melhores alunos na nossa comunidade. Aproveito também a oportunidade para mencionar a nossa participação no projecto para jovens entre 18 e 35 anos da Fundação do Presidente da Câmara Municipal de Montreal, com a distribuição de duas bolsas de 5000$ cada, a fim de permitir aos jovens portugueses uma ajuda na criação de novas empresas. Todos os jovens interessados poderão contactar a Caixa afim de obterem toda a informação necessária para poderem participar neste programa. Ainda, e de acordo com o nosso plano de acção até 2006, a Caixa na sua preocupação constante de melhoramento e excelência contínua estabelecerá condições essenciais de sucesso que passam nomeadamente pela integridade, respeitos dos/

pelos membros, flexibilidade, peritagem, confiança, compromisso, trabalho de equipa, comunicação e disponibilidade. Aproveito também a oportunidade para convidar todos os membros da nossa Caixa a se sentirem à vontade nesta Vossa instituição propondo novas ideias de melhoramentos e desenvolvimento que julguem úteis para que ela possa desempenhar cada vez melhor a sua missão, participando assim activamente e orgulhosamente no fortalecimento da nossa Caixa que queremos virada para o futuro.

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Hebdomadaire fondé le 25 avril 1961 Publié par Typogal Ltée DIRECTEUR : Armando Barqueiro; DIRECTEUR - ADJOINT : Carlos Jesus; ÉDITEUR: Valdalino Ferreira; REDACTEUR EN CHEF Luís Tavares Bello; COLLABORATEURS – Au Québec: J osé de

Sousa, Pedro Mello e Castro, Maria Amélia Oliveira-Vaz, Helder Dias, Carlos De Sousa, Benjamim Silva, António Vallacorba, Joviano Vaz, Adelaide Vilela, Maria Conceição Correia, Vítor Gonçalves, José Manuel Costa, Natércia Rodrigues, e Amadeu Moura; En Ontario: Fernando Cruz Gomes, Manuel Alves Louro, Fátima Toste (Toronto) et Augusto Cerqueira (Otava). Au Portugal: Augusto Machado, Joel Neto et Lagoas da Silva ; COMPOSITION ET MONTAGE: Valdalino Ferreira et Raúl Mesquita PHOTOGRAPHES: Manuel Ribeiro ; SERVICE À LA CLIENTÈLE: Silvina Ferreira; PUBLICITÉ: Eddy Silva, Carlos de Sousa et Silvina Ferreira; PUBLICITÉ À L’EXTÉRIEUR DU QUÉBEC: Lingua Ads Service 9 Belmont, Toronto, Ontario M5R 1P9 Phone: (416) 922-5258; DELEGATION AU PORTUGAL: PortMundo Promoção Cultural e Publicidade Ldª, Calçada do Tojal, 38 - 5º, 1500 LISBOA (Portugal), Tel.: (21) 764-9992.

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Os textos (e ilustrações) de Opinião publicados nesta edição são da inteira responsabilidade dos seus autores, não vinculando, directa ou indirectamente, o cariz editorial e informativo deste jornal.

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Courrier de deuxième classe; Numéro de contrat: 1001787 Dépôt legal à la Bibliothèque nationale du Québec et à la Bibliothèque nationale du Canada


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Comunidade Primeiro-ministro Português recebido por Jean Chrétien Cont da pág. 1

cherchaient à construire une vie meilleure pour eux et leurs familles dans un pays d’espoir, de prospérité et où le respect pour les valeurs universelles de la dignité humaine est plus qu’idéal une réalité. La vérité, c’est qu’ils le font depuis siècles. Même avant que le Canada soit devenu une terre d’immigration, Gaspar Corte Real, a débarqué à Terre Neuve au début du XVI siècle, beaucoup d’autres ont suivi et à ce propos je félicite les Postes Canada que vient de rendre hommage a M. Pedro da Silva, dit « le portugais » et qui a été le premier courrier officiel de la Nouvelle France. Telle est, en effet, la nature et la réputation du Canada : un pays Qui a su projeter une image d’ouverture, de multiculturalisme, de modernité, d’engagement et de responsabilité internationale. La vérité c’est que nous sommes unis par l’appartenance au même monde, au même système de valeurs, et nous partageons un même engagement envers des causes justes et un monde plus équitable et plus solidaire. Mr. Prime Minister, Portugal and Canada share an excellent bilateral relationship, which goes well beyond occasions such as this one, exceedingly important and symbolic as they are. Indeed, our friendly relationship is deep-rooted in history, in the sharing of the same values and common goals and, last but not least, in our very large and respected Portuguese-Canadian community. They have just celebrated the 50th anniversary of the arrival of the first large group of immigrants to Canada. They have now settled in and are well integrated in your country. If that is a testimony to their dedication to this country it is no less a consequence of balanced, serious and well thought off immigration and integration policies. Multiculturalism and Canadian approach to immigration and the acceptance of refugees are indeed important examples, and a valid contribution, to our thinking in Portugal and in the European Union on these questions we are now addressing. In fact, our relationship, as those of all countries in this globalized world, is ultimately based on the friendship and mutual understanding of our people, which makes us feel welcome in your immense and diverse country “where pines and maples grow, Great prairies spread and lordly rivers flow”. And also warmly open our arms to Canadians in our somewhat smaller country..., which nonetheless has been a crossroads of civilizations dating back many centuries and has spread outward to far corners of the world. Our message to Luso-canadians is a very simple one : the better Canadians, the better Portuguese. It honors us to have good Portuguese nationals as good Canadians and to have good Canadian nationals as Portuguese citizens. Some of them, that now celebrate the fiftieth anniversary of their arrival in Canada, were kindly invited by you to share this evening with us in this most modern Museum.

Their work, their strength, their character and their perseverance have certainly been a remarkable contribution to build this generous nation. Undoubtedly, they, and their children, are the best guarantee that our relationship will grow and become stronger. And now allow me to say some words in Portuguese: Para todos vós obrigado por aquilo que fizeram e continuam a fazer para dignificar o nome de Portugal no Canadá. Vós sois para nós tão portugueses como canadianos e para o provar e para responder a um legítimo anseio vosso, o meu governo acaba de enviar para a Assembleia da República uma proposta de lei tornando mais fácil a reaquisição da nacionalidade portuguesa. During our discussions we have once again highlighted our extensive common views and interests on bilateral and international matters. We have also committed ourselves to take steps in order to strengthen our political, economic and cultural ties. I cannot overstress that it is the sound and healthy nature of our relationship that allows us to address any outstanding issues in a proactive and mutually satisfactory way and to have a like-minded approach to the international agenda. Mr. Prime Minister, Portugal has always looked to Canada as a full partner in the transatlantic relationship must fulfil its extensive and still

unexplored potential. In this context, I wholeheartedly welcome the results of the E.U.Canada summit held on May 25th in Athens. This meeting highlighted and made progress on a very rich and comprehensive agenda with numerous important issues on which to cooperate. As regards some other issues, namely on the economic front, I believe we are on the way to implement understandings that will benefit both sides and give an example to the word. Let me stress that Portugal has been deeply committed to this process, and we have consistently directed our efforts and our inputs towards firmly enshrining the partnership with Canada as a fundamental dimension of European policy, because that is good for Europe, for Canada, for the irreplaceable transatlantic relationship, and for the world. Mr. Prime Minister, We have a lot to learn from your dedication to public service, your optimism and your energy. I must thank you warmly for the hospitality you have so graciously extended to us and I hope that you will allow me to reciprocate by visiting Portugal in the near future. Permettez-moi maintenant de porter un toast à l’amitié entre nos deux pays, qui se trouvent ensemble sur le front de la lutte pour un monde meilleur, fondé sur la centralité de l’être humain et de son droit au respect, à la prospérité et au bonheur; mais aussi un monde de paix ou la justice, dans les nobles mots d’un poème qui vous est cher, “Protégera nos foyers et nos droits”. Merci.

A Voz de Portugal

À beira-Main - Nova obra-prima de Manuel Carvalho e… Marear de Isabel Santos Por Fernando André Se a Cultura é a alma de um povo, a Alma da Comunidade Portuguesa de Montreal esteve mais viva na noite de 28 de Maio, na «Maison de la Culture» . Incluído no programa das celebrações do quinquagésimo aniversário da emigração portuguesa para o Canadá, o lançamento da última obra do

histórias, situações, imagens sociais, que retratam fielmente, o panorama de uma comunidade que nasceu, cresceu, se enraízou, se transformou e

dando sinais de nela querer participar em termos económicos, sociais, culturais e políticos. Embora as personagens

autor Manuel Carvalho foi um acontecimento cultural de destaque por vários motivos. Em primeiro lugar, À beiraMain, é um encadear de

começou a transpor as suas fronteiras, para se inserir progressivamente na sociedade de acolhimento, da qual faz cada vez mais parte integrante,

sejam criação da imaginação do escritor, transmitem-nos dor, alegria e todo o tipo de emoções por que os compatriotas

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Comunidade Por Natércia Rodrigues

A BANDEIRA Quando se vê a nossa Bandeira ou se ouve o nosso Hino, nós nos comovemos, vibramos e vibramos porque pertencemos a um povo forte e envolvente. Ao ver-se a bandeira, não é apenas o bocado de fazenda em forma rectangular e as cores que devemos ver, mas sim as batalhas, as lendas, as viagens, os momentos de glória, os sonhos e as diferentes fases do

percurso de uma nação que conta com mais de 800 anos. A bandeira e o hino são pois como que uma afirmação da nossa caminhada ao longo dos séculos. Portugal tornou-se um país independente em 1143 e claro a bandeira desde então foise alternando. D. Afonso Henriques usou uma bandeira branca com uma cruz azul. De 1185 a 1248, três reis usaram uma bandeira branca mas com 5 escudetes azuis que simbolizavam as cinco

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chagas de Cristo ou os cinco reis mouros. De 1248 a 1383, cinco reis governaram a nação e D. Afonso III, acrescentou à bandeira real uma bordadura vermelha com castelos conquistados aos Mouros e limitou-se a usar o símbolo do brasão da mãe, que era princesa de Castela. De 1383 a 1481, três reis reinaram e começou então a Dinastia de Avis e D. João I manteve a mesma bandeira mas introduziu uma cruz na forma de flor-de-lis. De 1481 a 1557, outros três reis reinaram e D. João II, homem dominador e de forte personalidade, marcou profundamente a nossa história e alterou a bandeira como afirmação de autoridade e os símbolos tomaram a forma de escudo. A Cruz de Avis, desapareceu, as quinas viraramse para baixo, posição que ainda hoje mantêm. Acrescentou-se uma coroa e tudo isto foi aplicado em pano branco. No tempo de D. Duarte (1495-1521) a esfera armilar tornou-se um símbolo, muito importante e foi incluída na bandeira. A esfera armilar era pois a presença portuguesa no mundo. Entre 1557 e 1640, a coroa foi substituída pela coroa imperial e o escudo tomou outra forma. Quando morreu o rei, então o Cardeal D. Henrique em 1580, visto não ter deixado filhos, o próximo sucessor foi Filipe II, rei da Espanha. Durante 60 anos esteve Portugal unido a Espanha, mas a bandeira não sofreu alterações. No dia 1 de Dezembro de 1640, ao cabo de muitas revoltas fracassadas, os Portugueses expulsaram os Espanhóis, subiu ao trono D. João, duque de Bragança, começando assim a dinastia de Bragança. Aí, a bandeira sofreu alterações.

A família real em 1808, teve que fugir para defender o trono das invasões francesas e foi para o Brasil. Mais uma vez a bandeira sofre alterações e aí inclui-se a esfera armilar sobre fundo azul. Durante o século XIX, surgiram dois partidos com ideias muito diferentes. Modificou-se o feitio da coroa e o fundo passou a ser azul e branco. Como os liberais, e não os absolutistas, ganharam a guerra, a bandeira manteve-se assim até aos fins da monarquia. D. Pedro IV (1826) –D. Maria II (1834-1853) D. Pedro V (18531861) D. Luís (1861-1889) D. Carlos (1889-1908) e D. Manuel lII (1908-1910), todos estes reis usaram esta bandeira sem a modificarem. Em Outubro de 1910 houve uma revolução em Lisboa e no dia 5 proclamavam a República da varanda da Câmara Municipal de Lisboa. Visto ter havido uma mudança muito profunda, isto é da Monarquia à República, era preciso escolher outra bandeira. Um grupo foi escolhido para trabalhar neste projecto e depois de muito discutirem, apresentaram a sua proposta. Como justificação da escolha, eles elaboraram um relatório. As cores: o vermelho, cor combativa e quente, era cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente e alegre. Lembra o sangue e incita à vitória. ( o vermelho ocupa 3/5 do tamanho). O verde: cor de esperança e do relâmpago, significa uma mudança na vida do país. ( o verde ocupa 2/5 do tamanho). A esfera armilar: lembra os descobrimentos que é a fase mais importante da nossa história. A faixa com sete castelos: também permanece pois

representa a independência nacional. O escudo com as quinas: homenagem à bravura e aos feitos dos portugueses que lutaram pela independência. O governo aceitou a proposta e a bandeira nacional foi aprovada pelo governo em 29 de Novembro de 1910 e homologada pela Assembleia Constituinte a 11 de Junho de 1911. No dia 1 de Dezembro, data em que se comemora a Restauração da Independência, passa a ser o dia da bandeira nacional. Fizeram um cortejo em Lisboa e apesar do mau tempo que fazia, o povo veio para as ruas festejar a nova bandeira.

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A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página 5

Opinião Festival de Folclore Por Augusto Machado Chegou o mês de Junho e com ele chegaram também as festas e romarias. E aqui no Minho, assim como no resto do país, há festividades por todo o lado. Por exemplo, hoje, domingo, dia em que costumo concentrar-me para preparar o texto que dará forma à crónica habitual, a esposa desafiou-me – tive que lhe fazer companhia e ir ver o XIII Festival de Folclore do Alto Minho, aqui no concelho vizinho de Vila Nova de Cerveira. É sempre deleitável ver actuar o nosso folclore. O certame, de cariz etnográfico e popular, realizou-se no auditório municipal onde reuniu dez agrupamentos folclóricos do distrito de Viana do Castelo. Cada grupo folclórico representava o seu concelho. Presentes estiveram: Rancho Folclórico de Pinheiros (Monção), Grupo Folclórico de Paço Vedro de Magalhães (Ponte da Barca), Grupo de Danças e Cantares do Neiva (Ponte de Lima), Grupo Folclórico de Ganfei (Valença), Grupo Folclórico de S. Paulo (Viana do Castelo), Etnográfico, Cultural e Recreativo de Paredes de Coura, Rancho Folclórico de S. Paio (Arcos de Valdevez), Etnográfico de Vila Praia de Âncora (Caminha) e Rancho Folclórico de Paderne (Melgaço). Foi deslumbrante. Foram três horas contínuas de exibição fabulosa de folclórico e dos lindos e coloridos trajes minhotos, debaixo de um sol ardente, que quase me torrava a moleira, milhares de pessoas não arredaram pé desde a primeira até à última actuação. Para o próximo ano o festival será na vila raiana de Melgaço. Os estudantes dos BMW’s Muita gente, aqui na Lusitânia, questiona se a luta estudantil contra o aumento das propinas é realmente uma luta justa. Decerto, para alguns, até será, para outros basta olhar para o parque automóvel de uma qualquer universidade portuguesa. A miséria é confrangedora. São BMW’s, Mercedes e os encantadores jipes da praxe. Sem falar de outras marcas de alta cilindragem. Há quem diga que a exigência dos estudantes é pura demagogia. Porque a maioria que se encontra no ensino superior não só deve pagar propinas, como pode. A luta em curso não é uma luta sobre justiça económica ou igualdade de oportunidades. Muito menos sobre as garantias constitucionais de um ensino público universal e gratuito. É, pelo contrário, uma luta contra a mudança, ou qualquer reforma por mais vital que ela seja. É obvio que a maioria da nova geração de estudantes, não faz a mínima ideia dos sacrifícios e dificuldades que o estudante pobre encontrou antes do 25 de Abril. Felizmente as coisas mudaram para melhor. Ainda bem. Mas, se os meninos de uma certa camada social, grandemente privilegiados e apaparicados fossem mais sensíveis às necessidades dos desfavorecidos, talvez, num gesto de solidariedade, trocassem o BMW e o Mercedes pela carris ou pelo autocarro. Claro que isto não passa de uma ideia ingénua... pois a doutrina de Mao-Tse-tung de obrigar os ricos a repartir com os pobres, há muito que foi enterrada. Pedro Lynce, o ministro da Educação, percebeu a injustiça que

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Contra a Maré Com a recusa de vir a Toronto Durão Barroso vê o seu nome mudado para Molão e Medroso Por Amadeu Moura Esta recusa do primeiro-ministro português de vir a Toronto, por causa da pneumonia atípica, causou escândalo na comunidade portuguesa do Ontário. Quando era necessário que um político tivesse a coragem própria dos estadistas, enfrentando a adversidade e comungando com o seu povo nas horas difíceis, o PM recuou, e enviou o seu secretário de Estado. O que se deduz que, na Bolsa de Valores dos Políticos, se um Secretário contrair a doença não é assim muito grave... O escândalo é tal, que o médico Tomás Ferreira, conselheiro da comunidade, escreveu um violento editorial no jornal “Voice”, contra a atitude do primeiro-ministro Durão Barroso. Contra os canhões, marchar, marchar! Onde é que eu já ouvi esta estrofe? Ah! Era antigamente, quando eles cantavam o hino nacional, no 10 de Junho! Pelo que se vê, agora, eles até fogem a sete pés dos vírus quanto mais dos canhões... Ó Luís de Camões, nesta data em que se festeja o teu nome, refaz lá o verso! Em vez de Ditosa pátria que tais filhos tem muda isso para Desditosa e pobre pátria que tais filhos tem!! Sinal de que a crise começa a doer... Portugal, como todos os outros países, tem altos e baixos. Mas quando a crise bate à porta, daquelas de fazer doer, dois dos sinais de alarme fazem a sua aparição em Montreal. O primeiro sinal é de que se começa a ver na St-Laurent caras que há muito tinham desaparecido da “circulação”. Ficam muito para além do clássico período “mês de Abril, income tax”. O outro sinal, e de real importância, é a publicidade na imprensa lusa de casas e apartamentos à venda em Portugal. Quando chega aí, é porque o negócio está mal naquele jardim à beira-mar plantado! Pudera, os empreiteiros e construtores civis faziam fortuna tão há anos se fazia sentir no ensino superior. Uma injustiça que obrigava todos os portugueses a pagar o ensino de uma elite. Uma injustiça que obrigava os portugueses mais pobres a pagar a educação daqueles que, com o canudo na mão, terão melhores oportunidades de vida. O ministro tenciona, igualmente, acabar com a lassidão no sistema. É conhecimento geral que o estudante médio, depois do esforço heróico para “entrar”, gosta de fazer umas férias – sete anos, oito anos, dez anos – nas colónias balneares que o contribuinte paga, arrastando-se pelos corredores e repetindo as cadeiras por mera segurança intelectual. Agora a folia na “República dos Prakistão” acabou. As férias passarão a ser pagas pelo veraneante. E o veraneante deixará de ser príncipe na colónia balnear. Sim, as políticas do ministro podem não agradar a todos, mas elas são um bom princípio.

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rapidamente que não houve cão e gato que não se tenha lançado no milagroso negócio da construção. Com margem de lucro que chegava aos 250%, a atracção era grande, ao ponto de que em Portugal já foram passadas licenças de construção de fogos que chegam para albergar 30 milhões de pessoas! Uma verdadeira demência urbanística. Mas vá lá a gente convencer os construtores que são eles próprios, com a sua ganância, que estão a estragar o negócio. Só quando deixa de dar, é que eles se viram para a emigração. Mas ao preço por metro quadrado a que é vendida a habitação, o negócio por estas bandas não deve pegar muito... A UE critica a agricultura portuguesa O relatório é devastador! Quase duas décadas e subsídios de centenas de milhões de euros depois, a agricultura portuguesa enfrenta os mesmos problemas que em 1986 levaram à criação de um programa específico para o seu desenvolvimento, aponta o relatório. Os agricultores portugueses que receberam subsídios pensavam que enganavam a UE! Com o dinheiro compraram jeeps para ir à caça, apartamentos para passarem férias e construíram piscinas nas propriedades dizendo que eram tanques que serviriam para a rega! Feitas as contas, não investiram nada na modernização da agricultura. Agora querem mais e a UE faz-lhes manguitos. E quando for o alargamento aos outros países ainda menos dinheiro haverá. Mas como somos um povo de pedinchões, lá andam os agricultores a lamuriarem-se e a pedir compreensão!

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A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página

6

Comunidade Um Tema de Vez em Quando O Discurso Inaugural de Jean Charest Por Joviano Vaz O Primeiro-Ministro do Quebeque proferiu durante a abertura da nova sessão legislativa, um importante discurso no qual definiu as grandes linhas de acção do novo governo. É sua intenção impor ao estado certos limites que vão permitir à empresa privada um lugar específico no consenso social. Uma das medidas mais importantes anunciadas é a diminuição de impostos (27% num espaço de cinco anos. Segundo o Primeiro-ministro o estado tem de ser mais eficaz, menos custoso e menos burocrático. Para efectuar a mudança anunciada, Jean Charest afirma possuir os mesmos sentimentos de entusiasmo e de certeza que os artesãos da “Revolução Tranquila” de 1960. Com a mudança anunciada o Quebeque entrará na via da modernização. A saúde é a primeira prioridade. O Chefe do Governo promete reduzir as listas de espera e tem a intenção de exigir do Governo Federal o financiamento que se impõe nas circunstâncias. Na educação haverá em devido tempo uma reforma que vai exigir mais tempo de ensino e de estudo. O ensino da língua inglesa no primeiro ano de estudos vai ser introduzido. Os impostos serão diminuídos de 27% em cinco anos, ou seja a partir do orçamento de 2004-05. O Orçamento Geral do Estado será apresentado amanhã. Será um orçamento sem défice. Jean Charest anunciou também uma descentralização a favor das regiões da província. Um inquérito científico independente sobre a gestão das nossas florestas e uma modificação do modo de escrutínio pela introdução de novos elementos de representação proporcional, são outros elementos do discurso. Quanto à delicada questão da anulação das fusões municipais uma lei sobre o assunto vai ser em breve apresentada e discutida. Segundo o Primeiro-ministro dentro de cinco anos o Quebeque será uma província mais sólida. Vejamos em resumo os principais pontos expostos pelo Primeiroministro: 1 - Revisão de todos os programas dos diferentes ministérios e organismos do estado 2 – Prioridade será dada à saúde, com a entrada no sistema de novas enfermeiras e a abolição das Direcções Regionais de Saúde. Melhor organização do trabalho nos hospitais e redução das listas de espera para as cirurgias 3 – Reforma do ensino. Mais tempo consagrado ao ensino e ao estudo e introdução da língua inglesa desde a primeira classe 4 – Redução dos impostos dos particulares e das empresas a

contar de 2004. 5 – Assinatura de acordos de cooperação com as diferentes regiões da província. 6 – Criação de mais lugares nos jardins de infância com a manutenção da universalidade de cinco dólares 7 – Construção de mais de 13.000 alojamentos sociais até 2007 8 – Reforma das instituições democráticas e principalmente do modo de escrutínio em 2004 9 – Projecto de lei sobre a anulação das fusões municipais 10 – Aumento de financiamento às casas de mulheres violentadas. Comentários da oposição Partido Quebequense Bernard Landry afirmou que o discurso do Primeiro-ministro marca uma adaptação das ideias da Acção Democrática do Quebeque. Segundo ele a visão neo-liberal ideológica do governo Charest, baseada no indivíduo, conduzirá a província a uma percentagem elevada de desemprego. Ainda na sua opinião, sem os créditos de imposto dados pelo seu governo a certas empresas, elas não se teriam instalado no Quebeque. Acção Democrática do Quebeque Mario Dumont afirmou por sua vez não ver como o governo Charest poderá atingir os objectivos propostos, pois ele promete a redução de impostos, mas ao mesmo tempo um reinvestimento na saúde e na educação, assim como uma revisão das estruturas do estado. Mario Dumont pensa que o plano Liberal não possui visão a longo prazo, pois ignora o envelhecimento da população assim como o reembolso da dívida pública. Fiquemos por aqui. O que acima fica dito parece muito bom para que possa ser verdadeiro. Só o tempo e as circunstâncias tornarão mais claras as propostas do Governo Liberal do Sr. Jean Charest.

Pequena Crónica da Primavera Os Perigos do Calor Por Joviano Vaz Dentro de poucos dias estaremos no Verão. Com o Verão chegarão o calor e o sol. Mas o calor e o sol, é bom não esquecer, trazem consigo certos inconvenientes que convém ter presentes para evitar situações desagradáveis. É por esta razão que a Comissão de Saúde e Segurança no Trabalho acaba de chamar a atenção dos trabalhadores e do público em geral para os perigos ligados ao calor. Nos últimos dois verões quatro pessoas morreram enquanto trabalhavam. O chamado “golpe de calor” é uma doença ainda pouco conhecida no Quebeque e que põe em risco a vida de certos trabalhadores. Esta doença manifesta-se no decorrer de um trabalho físico quando este é efectuado em ambiente quente e quando o corpo não consegue arrefecer adequadamente. A temperatura eleva-se então de tal maneira que o calor recebido é mortal. Em poucas horas o corpo não consegue defender-se e as lesões são inevitáveis e permanentes. Só em 2000 morreram no Quebeque oito trabalhadores vítimas desta situação. Como qualquer um de nós está sujeito a viver esta situação recordem-se os cuidados a tomar quando a canícula é grande: 1Informar todos os que no exterior trabalham que o sol e o calor podem ser perniciosos para a saúde 2Quando se trabalha no exterior deve ter-se sempre à mão água potável

3Beber um copo de água pelo menos de vinte em vinte minutos 4Diminuir a carga de trabalho com curtos ciclos de trabalho e de repouso 5Arranjar tempo para uma adaptação adequada ao calor Sol e calor aí vêm. Aproveitemos a estação para descansar e ao mesmo tempo tomemos as precauções indispensáveis a umas boas férias sem grandes surpresas e com óptimos resultados. É que por aqui o Verão é muito curto. Boas férias.

Missão N. Sra. de Fátima Laval Festas D.E. Santo Nos dias 13, 14 e 15 de Junho terão lugar as festas em honra do Divino Espírito Santo (Laval) com o seguinte programa: Sexta-feira, 13 de Junho 18h00: Celebração da Eucaristia 20h00: Abertura dos Impérios 21h00: Actuação do Grupo Folclórico Ilhas de Encanto 21h30: Actuação do grupo Recordações da Caçorbec 22h00: Actuação das jovens Kelsy Rebelo e Tania Paiva Sábado, 14 de Junho 18h00: Celebração da Eucaristia 19h00: Saída do cortejo percorrendo as ruas Favreau, Gaboury, Goyer, Gatineau, Gerard, Gaboury e Favreau 20h00: Chegada do cortejo e apresentação dos carros 20h30: Arraial com a filarmónica do D.E. S. no recinto e no Centro com o conjunto Silhouette 21h30: Actuação do Rancho Folclórico Estrelas do Atlântico 22h00: Actuação de Lurdes Andrade e Álvaro Manuel 24h00: Caldo da meia-noite Domingo, 15 de Junho 10h00: Bodo de leite 11h00: Saída da Coroação pelas ruas Favreau, St. Martin, Fafard, Louis-Payette, Favreau 12h30: Eucaristia solene 14h00: Refeição de sopas do Divino Espírito Santo 17h00: Arraial abrilhantado pelas Filarmónicas Nossa Senhora de Fátima de Hull e Divino Espírito Santo de Laval. No interior do Centro actuação de Fátima Miguel e do conjunto Silhouette 19h00: Actuação do Rancho Infantil Estrelas do Atlântico 21h00: Sorteio, sortes para as Domingas e apresentação do novo mordomo.

Centro Comunitário E. Santo Festa D.E. Santo

Numa organização do Centro Comunitário Espírito Santo Anjou, terão lugar nos próximos dias 21 e 22 de Junho, na Arena Mont StAntoine, as tradicionais festas em honra do Divino Espírito Santo. Do programa consta: Sábado, dia 14 de Junho Matança do gado no “Ferme Clément Poissant», 181 Rang StAndré. Serviço de bar, sardinhas e outros petiscos disponíveis. Massa e vinho servidos pelo Centro. Animação musical. Sábado, 21 de Junho 18h00: recitação do terço na arena Mont St-Antoine, seguindose uma refeição de carne guisada, sumo e vinho. Noite animada pelos conjuntos Request e Estrelas da Noite, pela fadista Fátima Miguel, pelo duo Joe & Duarte – DJ X-Men e ainda pelo grupo folclórico Estrelas do Atlântico. Domingo, 22 de Junho 12h00: Saída da coroação do Centro Comunitário, 8670 Forbin-Janson, em direcção à Igreja Notre Dame d’Anjou, •Tecnicos professionais •Garantia por escrito •Estimaçao gratis abrilhantada pelas •Carros nao identificados •Venda de produtos Filarmónicas Portuguesa de •RESIDENCIAL •COMERCIAL •INDUSTRIAL Montreal e Divino Espírito Santo de Laval. Após a missa e coroações o cortejo segue para a arena Mont St-Antoine, onde serão servidas 5952 Jean-Talon Este, as tradicionais sopas do Divino Montreal e arredores Espírito Santo com animação Licença da Ville de Montreal #254076 pela Filarmónica Portuguesa de Montreal e os conjuntos Request e Estrelas da Noite.

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A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página 7

Comunidade No Dia do Pai Lembremos as Comissões de Pais ...e mães Por Raúl Mesquita

Por entre os carolas que mantêm viva (ainda...) a Língua Portuguesa por estas paragens, contam-se dezenas de esforçados anónimos que longe das luzes da ribalta, têm função preponderante e eficaz, junto das administrações escolares. Na passagem de mais um dia consagrado a esse solitário entre a multidão que é o Pai, queremos salientar a actividade quase desconhecida daqueles que Primavera ou Inverno, suportando os rigores invernais ou temperaturas mais clementes, sacrificam as manhãs dos sábados para acompanharem os instruendos nas escolas portuguesas e assim ofereceram uma colaboração inestimável ao bom funcionamento escolar. As funções que desempenham com brilho, não se limitam apenas ao enquadramento e vigilância dos alunos durante as pausas matinais,

entre duas sessões de ensino. Elas vão também — e de que maneira!— à organização de festas de angariação de fundos, de Natal, da Halloween, da Páscoa ou catequese, para além da implicação significativa nas festas ou jantares-convívios de encerramento dos anos lectivos, numa demonstração de vitalidade e empenho junto dos jovens para que estes, possam adquirir conhecimentos gerais que lhes serão, indubitavelmente muito úteis em todas as ocasiões, mas sobretudo, uma vez entrados no mercado do trabalho. As chamadas Comissões de Pais têm estrutura própria e não dependem de ninguém, a não

Mesmo se são elementos importantes em todas as escolas, salientamos neste sucinto apontamento, apenas os representantes das escolas de maior número de alunos que são também, as mais antigas da região montrealense: a Escola de Santa Cruz e a Escola Português do Atlântico. Juntámos a Escola Lusitana onde sabemos, que muito bom trabalho tem sido efectuado pelas Comissões de Pais, principalmente na angariação de verbas para a aquisição de livros que ornam e enriquecem a biblioteca escolar. De notar que mesmo se nos seus primeiros anos estas comissões eram presididas por

ser dos executivos que elas elegem. São portanto autores e responsáveis dos organigramas de funcionamento que respeitam na íntegra.

homens, desde há algum tempo já, estão sendo, e com certa frequência, dirigidas por senhoras, numa demonstração participativa muito elogiável.

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No ano lectivo que terminou, a senhora Célia Amorim presidiu a Comissão de Pais da Escola de Santa Cruz; o senhor Manuel Oliveira dirigiu a da Escola Lusitana e na Escola Português do Atlântico esta função foi desempenhada pela senhora Teresa Rodrigues. Na impossibilidade de mencionar individualmente os nomes dos efectivos de cada uma destas Comissões, devemos salientar que todos sem excepção, têm executado trabalho fundamental. Sem eles, as escolas não poderiam funcionar de modo capaz. Daí, o reconhecimento dos administradores destas instituições de ensino para com todos estes indispensáveis benévolos, cujos serviços, sempre que possível, procuram realçar. Com essa intenção, a Escola Português do Atlântico homenageou recentemente, um dos seus mais dedicados elementos, o senhor Ezequiel dos Santos, que vemos na foto, e que muito em breve regressa a Portugal. Nunca será de mais enaltecer o trabalho e a dedicação de tantos benévolos que nada pedem, que nada esperam, que tudo dão. Saibam os jovens — aqueles por quem eles tanto se sacrificam, compreender e agradecer os seus esforços. E porque acabamos de passar, mesmo se de modo insípido, mais um Dia de Portugal, relembro dois versos bem conhecidos dos Lusíadas, lidos por Camões ao destemido, mas irresponsável rei D. Sebastião : «...e sabereis qual é mais excelente, se ser do mundo rei, se de tal gente».

10 de Junho Mensagem do Presidente da República À Comunidade Portuguesa do Canadá Neste ano celebra-se o início oficial, há 50 anos da emigração portuguesa para o Canadá depois da Segunda Guerra Mundial. Aproveito a efeméride para dirigir a todos, mas em particular àqueles que há dezenas de anos se radicaram nesse grande país com sacrifícios desmedidos e desafios de uma nova vida em terras estranhas, uma mensagem de estímulo e de orgulho. Estímulo com vista ao futuro, às novas gerações de luso-descendentes, à sua inserção na sociedade e nas instituições locais e ao contributo que, com o seu trabalho e o seu espírito empreendedor, a numerosa comunidade portuguesa no Canadá dá à economia e ao desenvolvimento desse país amigo. Orgulho, por tudo o que essa comunidade lusa representa, pela sua história, pelas reconhecidas capacidades de trabalho e determinação que fazem com que ao mesmo tempo que tem uma voz crescente e prestigiada na sociedade em que se integra, ao manter os seus laços com Portugal, para cujo progresso igualmente contribui, seja um factor positivo da nossa imagem no Mundo. Recordo com particular emoção a visita que efectuei em 2001 a esse país amigo, moderno e solidário e a tão grata oportunidade que me foi dada de contactar tantos de vós. Neste Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, em que celebramos a nossa história, a nossa identidade e a nossa cultura, saúdo calorosamente todos os portugueses e seus descendentes que, desde há 50 anos, contribuem para a projecção das relações luso-canadianas de uma forma tão notável. Viva Portugal Palácio de Belém, aos 10 de Junho de 2003 Jorge Sampaio


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Comunidade Portugueses celebram 50 anos de Presença no Quebeque – Canadá Por Manuel Rodrigues

Quando se passam os anos em revista, somos invadidos por um misto de nostalgia e maravilhamento. A sensação única de sermos testemunhas presenciais do passado e do futuro. Neste caso, cabe ao leitor descobrir aquilo a que todos une nos diversos domínios da actividade humana. Partindo da Sherbrooke, vamos percorrer o bairro Saint Louis. Também conhecido pelo Plateau e, mais adiante visitar outros lugares que são testemunho da presença portuguesa no Quebeque. É um interessante passeio a pé, pouco do agrado dos portugueses. No entanto, é feito por muitos quebequenses e turistas estrangeiros que visitam Montreal. É vê-los passar pela Saint Laurent e Prince Arthur, meter pela Saint Denis, Duluth, em direcção ao Parque Mont Royal,

com paragens em cafés e restaurantes portugueses e outros. Finalmente procuram o melhor ângulo para uma fotografia. Onde se Joga Vida Não se pode dizer que esta seja uma das mais bonitas zonas de Montreal, nem sequer das mais cuidadas. No entanto, se soubermos ouvir o que as pedras nos dizem quantas histórias poderemos aprender em todos aqueles recantos. Mercê da sua localização

privilegiada e servida pelas melhores vias de comunicação e graças à proximidade da Place des Arts e do Complexe Desjardins, captou a atenção dos portugueses que emigraram com uma grande força e capacidade de trabalho. No Plateau dezenas de habitações degradadas foram recuperadas, tornando-as confortáveis. Tudo no respeito pelo espaço edificado, aumentando em muito a qualidade de vida. E, este trabalho foi reconhecido

pelas entidades oficiais e em particular pela Câmara de Montreal. Implantaram-se as associações, o comércio e os serviços que atraíram ainda mais moradores e assim passou a ser conhecido pelo bairro português. O que ali vemos é a herança de uma sucessão de portugueses que se iniciou em 1943. Mas há muitos séculos que gente vinda de Portugal visitou terras canadianas. A grande alte-

ração dá-se em 1953, com a assinatura de um acordo entre Portugal e o Canadá e assim chegam neste ano cerca de 600 portugueses, entre os quais o Sr. Domingos Reis que abre a primeira mercearia entre a Dorchester e a Ste. Catherine. Esta reportagem não pode prescindir de levantar o véu do passado e salientar a importância de algumas datas. O sonho dos portugueses de descobrir mundo, leva em 1472 João Vaz Corte Real a uma viagem que lhe permite referenciar a Gronelândia e Terra Nova. João Fernandes Lavrador e Pedro Barcelos vêem de perto a península do Labrador e a Baia de Hudson. Em 1501 é Gaspar Corte Real que descobre a Terra Nova e o Labrador. Estas datas e muitos outros testemunhos ajudam a fazer a memória de Portugal no Canadá. É assim que se entende os portugueses que favorecem a criação de condições facilitadoras de desenvolvimento e integração., mas, sempre com um coração que bate um português preocupado em defender a nossa identidade. Rever o Tempo Um português tranquilo, envolvido na vida canadiana, protagonizou a história dos correios, de acordo com documentos de 1683. Pedro da Silva é homenageado agora com um selo, que foi posto em circulação no dia 6 de Junho de

2003. Partiu de Portugal em 1673,

casou em 1677 e teve 14 filhos. Viveu com a família em Beauport no Quebeque, onde trabalhou como mensageiro, entre as cidades de Quebeque, Trois Rivières e Montreal. A sua pontualidade, levou o Rei e o Governador Geral da Nova França a confiar-lhe o título de primeiro carteiro do Canadá. Sucesso é saber tomar conta da sua vida O pioneiro no ramo dos seguros foi António Pereira. Chegou em 1959 e iniciou a sua actividade abrindo uma agência em 1963. Hoje pertence ao grupo do empresário Mário Silva, juntamente com Normand Langelier, com sede na rua Napoléon. À Mesa Lá vem sempre um Porto. Prestimoso Douro, Património Mundial. Vinha plantada em solos xistosos a meia encosta e de exposição Sul/ Poente. Os vinhos regionais de Norte a Sul são bons, variando a escolha em função do gosto do cliente mais sofisticado. Promova a sua região, sugerindo aos seus amigos, em especial os quebequenses, os vinhos de melhor qualidade. Restaurante típico Casa Minhota Está situado no coração do Boul. Saint Laurent. Cozinha executada a preceito por quem sabe. A oferta é variada, entre peixe fresco, mariscos e pratos de carne, comenta em amena cavaqueira o gerente Miro. Os vinhos portugueses, são seleccionados, para satisfazer os gostos mais exigentes, tal como a sobremesa seja salada de frutas ou doces caseiros. Registámos o comentário dos estrangeiros da mesa ao lado: “Muito Bom”. Solmar Continua ao longo de 30 anos de existência a atrair uma clientela fiel à música e sabores portugueses. Um restaurante que se conta entre os clássicos de Montreal. Situado na Rua St. Paul, sítio privilegiado. As noites no Vieux Port continuam a ser

Escultura portuguesa na “Île St-Hélène” inaugurada em 1997 pelo escultor João Charters de Almeida um dos destinos incontornáveis dos roteiros turísticos da cidade. O Sr. David Dias trocou o Hotel Ritz em Lisboa onde desempenhava as funções de Maître d’Hotel para iniciar uma vida de empresário em Montreal, a partir de 1972. Ele é também um embaixador na promoção da música e tradições portuguesas. Amália Rodrigues, Rui de Mascarenhas,

Lenita Gentil e Carlos do Carmo, foram seus convidados que deixaram saudade com os seus espectáculos famosos. Agora o Professor de musica Carlos Ferreira, faz do Solmar um palco privativo para apresentar a sua arte. Deixou Portugal em 1970, com saudade de Alcântara em Lisboa, onde nasceu. Já fez história com as suas actuações na Place des Arts, televisão, Festival Sopot na Polónia em 1980. Uma carreira musical firmada em Montreal. A Flor do Lar de Manuela e Fernando Machado, proprietários há 30 anos, importa de Portugal as notícias que todos esperam. Os jornais desportivos são os mais procurados. Mais uns passos e estamos no Supermercado Soares e Filhos, com a sua especialidade de enchidos caseiros. O Sr. Soares homem de grande generosidade, assentou arraiais em Montreal em 1963. E chegamos à agência de Correios Ibéria, pertença do Sr. Mota, empresário radicado em Montreal desde 1965. Na Bijouterie Portugaise a sua proprietária Maria do Carmo Couto que também é professora na Escola Sta. Cruz conta-nos: ““ já lá vão 30 anos e se tivesse que ter outra profissão seria jornalista”. E lembrou com saudade os anos 1986, em que juntamente com Manuel Rodrigues e sobre a direcção de Carlos Querido se produzia e apresentava o serviço de notícias no programa de televisão Luso-Québécois. O reencontro com a Arca. Parceiro do movimento associativo, com os muitos apoios que tornaram possíveis vários projectos culturais e desportivos. O Sr. Leonardo Cabral empresário radicado em Montreal desde 1959, sempre no ramo do mobiliário para o lar. Já na Rachel existe um espaço rústico desde 1976 fundado pelo Sr. Almeida de Cabo Verde que chegou ao Quebeque em 1960 e agora com o Sr. Henrique Laranjo ao leme do seu Estrela do Oceano, que serve bem. Neste Oceano já largaram a ancora outros empresários nomeadamente o Xico que veio de Braga e o Amilcar. Este último veio de Cantanhede, parou em Montreal e foi descobrir uma italiana que aprendeu a falar correctamente o português e dança folclore com as suas filhas no Rancho Folclórico Português de Montreal. Este espaço já merece uma lápida de reconhecimento cultural, muitas figuras públicas “artistas, escritores e políticos” do Canadá e de Portugal já marcaram presença em exposições, reuniões e apresentação de livros e discos. Neste espaço também o artista Guilherme O’Neil apresentou uma das suas exposições de pintura, para um público de portugueses e canadianos. Nos seus trabalhos se denota a proximidade com o universo de Portugal. Privilegia formas de criação artística próximas do figurativo e explora a linguagem das cores. Nos anos 90 a sua obra ganhou projecção nos Estados Unidos e Portugal. Arte Moderna – Pintura Francelina Almeida nasceu em Alva – Viseu em 1955. Aos 18 Ver pág. 9


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Comunidade dólares, uma 1 a em toda a história da Caixa. Este sucesso deve-se em grande parte à qualidade, e flexibilidade dos seus empregados como ao notável empenho dos dirigentes eleitos. Mas a grande força da Caixa é a fidelidade dos seus membros utilizadores, que permitem, ano após ano, um

anos partiu para a Holanda onde trabalhou e estudou. Com o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal. Em 1983 partiu para o Canadá-Montreal, onde trabalhou no sector social e cultural. Acede à pintura em 1986 e aprofunda o percurso de formação através de cursos que envolvem as técnicas e vias do conhecimento com o professor e artista canadiano Garou. Em paralelo o seu programa “Janela Aberta” na Radio Centre Ville é um sucesso. A partir de 1989 expõe regularmente no Restaurante Coimbra, Salon des Métiers d’Art do Quebeque, Salon du Design de Montreal. Partiu para Portugal em 1998. As pinturas de “Lina” Almeida, são o seu imaginário profundamente sensível, alimentado por uma racionalidade poética que as cores exercem. No silêncio a artista na sua beleza e serenidade continua a pintar e a expor, nomeadamente na “FIL” e “Espaço” na Avenida da Liberdade em Lisboa. Se olharmos o percurso de Lina Almeida descobrimos a sua força. Por isso nasceu também o seu centro de estética. Caixa de Economia dos Portugueses de Montreal Um valor em alta! O contrário não seria de esperar. Afinal o trabalho responsável é um dos pilares sobre os quais se estrutura qualquer sociedade que se preze. A condição e a dignidade de cada pessoa estão, em boa parte, associadas àquilo que ela realiza, ou realizou pessoalmente e profissionalmente. O conselho de administração presidido pelo contabilista e gestor Emanuel Linhares e o conselho de verificação e deontologia presidido por Clementina Santos-Vieira, são um indicador de confiança para os membros da Caixa. Claro que para além da gestão existe também outra face na Caixa, a diária, a administrativa que está na postura da directora geral Jacinta Amâncio, nomeada a 7 de Dezembro de 2001 e funcionária desde 1981. Nas suas relações públicas se encontra um forte contributo para o crescimento da caixa de acordo com os dados do último relatório de Janeiro 2003. A Caixa de Economia dos Portugueses de Montreal teve resultados financeiros excepcionais este ano. Antes de despesas extraordinárias a Caixa realizou excedentes que ultrapassaram um milhão de

descendentes do Quebeque. Em torno da cultura A saudade e a convicção da importância de comunicar entre portugueses e desenvolver o campo de actividades culturais, desportivas e de lazer, levou centenas de portugueses a tomar decisões com futuro. Assim nasceu um movimento

fundado em 1982, são secções deste organismo. A direcção presidida por Francisco Silvestre, mantém uma dedicação total na dinamização de actividades para os sócios e onde os amigos do Clube também são bem vindos. O Clube mantém o seu empenhamento em acontecimentos de interesse para a comunidade portuguesa. A primeira Direcção do Clube em 1965, foi presidida por Jaime Monteiro e a Assembleia Geral por Henrique Tavares Bello. Grupo Folclórico Português de Montreal ( A obra do Sr. António Lourenço)

39 anos a divulgar o folclore de Portugal, 200 trajes, riquíssimas peças etnográficas. Surge em 1964, apresentou-se ao público pela primeira vez com oito pares. A pouco e pouco foi crescendo, sempre a encorajar o envolvimento e cooperação em grupo. Tudo o que é necessário é vontade e alegria para divertir, desenvolvendo a criatividade artística. Uma receita que me confidenciou o Mestre Lou-renço e que lhe permitiu a implicação de dezenas de jovens nas danças e crescimento seguro. Este ano, o conselho de administração propôs à Assembleia-geral, um projecto de partilha de excedentes ou seja, o pagamento de dividendos aos seus membros de um montante de meio milhão de dólares. Foi igualmente proposto entregar ao fundo de ajuda ao desenvolvimento do meio, um montante suplementar de cinquenta mil dólares destinado a suportar projectos que contribuam para a qualidade de vida da nossa colectividade e seu desenvolvimento equilibrado e durável. Fundada a 8 de Janeiro de 1969 por um grupo de carolas visionários que merecem o nosso aplauso a Caixa encontrase neste momento com um activo de 62 milhões de dólares. O mandato da Caixa é o de ser uma cooperativa com fins económicos, financeiros e sociais. Na prossecução dos seus objectivos efectua as suas operações de modo a sensibilizar e a incentivar os seus membros à prática da poupança e à utilização conveniente do crédito. Instituição essencialmente democrática, a Caixa privilegia naturalmente a comunidade de origem portuguesa, grupo étnico-social onde recruta os seus membros. A Caixa tem por missão de administrar, honesta e responsavelmente, os montantes que os membros lhe confiam, pondo à disposição dos membros uma gama variada e flexível de contas de aforro e à ordem, e disponibilizando os respectivos serviços de assistência financeira. A Caixa é a cooperativa financeira por excelência de todos os portugueses e luso-

associativo forte. Hoje podemos verificar o excelente trabalho desenvolvido pelos dirigentes de cada associação, com o apoio sempre generoso dos associados e comerciantes. A divulgação da língua e cultura portuguesas tem sido possível graças a esta peregrinação colectiva. De entre um apreciável número de instituições sociais, culturais e religiosas, destaco algumas a título de exemplo e antiguidade. Associação Portuguesa do Canadá Fundada em 7 de Janeiro de 1956. É uma referência no panorama associativo e cultural português de Montreal. Foi e é palco de acções conjuntas com outras instituições portuguesas e do Quebeque. Esta cooperação posta em prática pelos dirigentes merece registo. Tem um grupo de jovens que organizam diversas actividades, utilizando os recursos que lhe estão afectos. Neste quadro muito breve e aflorado de forma incompleta, se verifica um novo papel para instituições que têm a possibilidade de agir, criando condições favoráveis a novos caminhos. Clube Portugal de Montreal Os portugueses de Montreal passaram a contar desde o dia 13 de Março de 1965, com mais um espaço no número 226 da rua Ste. Catherine Este. Perspectivava esta iniciativa a concretização de sonhos e desafios, aventuras e descoberta em direcção à plena afirmação num mundo que se espera melhor. Com efeito, as festas e encontros culturais são actividades regulares. O Clube de Futebol Lusitano e o Grupo Folclórico Praias de Portugal

cantares do Alto Minho e da Nazaré. Natural de Almada, chegou ao Canadá em 1960. A sua grande paixão pelas coisas populares, continua a dar força à sua imaginação. Sonha com uma comunidade mais organizada e acha que merecemos apoio das entidades portuguesas. Tantas vezes prometido e sempre esquecido. Clube Oriental Português de Montreal Tudo começou entre um grupo de amigos alentejanos e no dia 10 de Dezembro de 1978, foi o dia da fundação do COPM. Tornou-se uma pedra basilar na história da comunidade portuguesa na cidade de Montreal. Este Clube tem por objectivo servir os sócios, mas a sua projecção graças à sua grande actividade, leva centenas de portugueses a visitarem-no nas festas de maior nomeada. Ao longo do ano organiza actividades culturais, artísticas, recreativas e desportivas. A celebração do dia de S. João a 24 de Junho, com arraial, Marchas Populares, animação nocturna variada, leva todos os anos dezenas de visitantes canadianos. Ali as sardinhas assadas da época são imprescindíveis, não falta a música ao vivo e baile pela noite fora, como convidam as noites quentes do começo do Verão. Quanto à localização, 1985 marcou o ano da mudança com a compra e inauguração de uma nova sede, edifício com três pisos no número 4000 da rua Courtrai. Presente na inauguração o Poeta-Ministro Gérald Godin, que muito ajudou, juntamente com o Dr. Arlindo Vieira Chefe de

Gabinete. Saudade é o que, seguramente os visitantes guardarão. Grupo Coral Alentejano Corria o ano de 1979, quando nasceu o canto Alentejano em Montreal. Este coro sem qualquer acompanhamento instrumental, é o primeiro na América do Norte e único no Quebeque. As suas melódicas canções e a magia das vozes, tão ao gosto de plateias portuguesas e canadianas, foi bem acolhido. As suas interpretações possuem a marca de qualidade e do vigor. Um bom exemplo são as suas actuações no Pavillon du Québec, evocação do 25 de Abril, Universidade Concórdia e programas de televisão. Casa dos Açores do Quebeque Fundada no dia 18 de Julho de 1978, foi nesse início de ano que Tadeu Rocha faz nascer a ideia de uma casa com raiz açoreana. Um espaço de reflexão, de troca de ideias, uma ponte que permita manter as tradições e a língua portuguesa. Assim é mais fácil transmitir às gerações vindouras tudo que é de origem dos Açores. Hoje os fundadores Carlos Saldanha, Joviano Vaz, Elvira Saldanha, Manuel Contente e Tadeu Rocha, bem podem estar “contentes” porque o projecto está consolidado, com sede própria no número 229, rua Fleury em Montreal. As iniciativas contam com a presença de inúmeros sócios, apoiantes e amigos. A Casa dos Açores do Quebeque, acredita na cultura Ver pág. 10


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como património e alimenta a fé na energia que movimenta a comunidade. MDP-Montreal Semear a Liberdade e os valores humanos É aquilo que o Movimento Democrático Português de Montreal tem feito ao longo da vida, através da sua acção. Semear aos poucos sem se

dar por isso. Aqui e ali, no momento que nos obriga a olhar para o alto e deixemos de sentir o seu peso ou continuar a semear para que cresça num lugar qualquer e dê os seus frutos. Que nos lembre, pelo uso da evocação, o que foi e o que fez, para que jamais possamos esquecer esse passado tantas vezes obliterado pelo tempo e

pelo comodismo. O MDP nasceu nesta cidade em 1963 na rua St. Denis. Mulheres e homens idealistas permanentes, onde os valores humanos e de partilha, a cultura e igualmente a conquista da liberdade e dos valores democráticos elevaram do chão com simplicidade e nobreza. Um dos seus principais obreiros foi Rui Cunha Viana. Uma casa, uma estrada que está cheia de realizações, nomeadamente: - Apoio a emigrantes com dormida na sede e tradução de documentos - Procura de trabalho para recém-chegados - Escola de inglês e francês - Cursos e sessões de música com o maestro Carrusca de Sousa - Sessões de cinema organizadas por António Gonçalves - Colóquios, torneios de futebol e diversas comemorações, entre as quais os grandes festejos do 25 de AbrilFesta da Liberdade. Numerosas personalidades que não posso deixar de evocar algumas nesta ocasião, deram colaboração ou fizeram parte do MDP Montreal como António Bairos, Henrique Tavares Bello, António Portas, Marechal Costa Gomes, o Poeta-Ministro Gérald Godin, o fadista Carlos do Carmo e o juiz Arlindo Vieira. Por tudo isto é gratificante falar do MDP, que está sempre disponível para participar e apoiar as causas da Comunidade Portuguesa. Contactos: Joaquim Perdigão e João Vitória Tel. (450) 682-2994. Centro Português de Referência e Promoção Social

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A avaliação das dificuldades de inserção e a implementação de condições facilitadoras do bem estar global das famílias, incitou um grupo de portugueses a fundar este importante organismo em 1972, com a colaboração da Conferência S. Vicente de Paulo. A título de exemplo entre 1966 e 1972 entraram no Quebeque 15978 portugueses. A intervenção do CPRPS, apoia-se no voluntariado a começar pelo Conselho de Administração, mas a sua intervenção resulta em muito dos protocolos de apoio assinados com entidades oficiais do Governo Federal e Provincial. A sua linha de preocupações estende-se ao trabalho, com a prevenção de comportamentos de risco, reinserção no mercado de trabalho, escolaridade e cidadania. Pretende valorizar o papel dos idosos. Apelar à sua contribuição na harmonização da comunidade e construir pontes para prevenir o isolamento e a solidão. A acção social, situada nos serviços, dedica muito do seu tempo ao atendimento de famílias de outras origens. É nesse sentido que em 1994, aponta o novo nome, que facilita as relações de cooperação, sem que os portugueses sejam prejudicados. Le Centre d’Action Socio-Communautaire de Montréal, 32 St. Joseph Oeste Montreal. Filarmónica Portuguesa de Montreal Criada em 1972, por João da Mota, Norberto Pereira, Manuel da Silva e João Mendonça, este último foi o primeiro Mestre da Banda. Homens que aprenderam na “fábrica” de música nos Açores. Seguindo a tradição musical dessa região, os jovens lusodescendentes são já um número apreciável nas lides da Banda, sendo uma garantia de continuidade, com o Mestre Victor Barreira. Ao longo de 30 anos, centenas de concertos foram realizados em palcos e ao ar livre, vocacionados para públicos de diferentes culturas que constituem o Canadá. Destaque para a animação que têm oferecido à procissão das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Divino Espírito Santo e nos festejos do 25 de Abril Dia da Liberdade. Com a Filarmónica presente a saudade brilha mais! Paróquia Portuguesa Santa Cruz No canto das ruas Rachel e Saint Urbain, encontramos o conjunto formado pela Igreja, residências para a “terceira idade”, escritórios da paróquia, Escola Santa Cruz e Lusitana. A

30 de Abril de 1979, o Padre José Manuel de Freitas foi nomeado Pároco de Santa Cruz. Em 1983, Santa Cruz compra a escola “ Our Lady of Montreal”. Nesse espaço foi construída a Igreja de raiz e feitas obras no edifício que existia. Em 1961 o Padre Tomas, nascido em Montreal em 1923, sob o nome de André Leblanc e que falava português, tornou-se responsável da comunidade cristã portuguesa e um grande amigo. O Cardeal Paul Emille Léger, aceitou colocar à disposição da comunidade uma sala na Basílica Notre Dame. Já em 1964, o Cardeal Léger empresta 150 mil dólares para compra de instalações no 4440 da rua Clark. Os mais importantes festejos que se realizam na paróquia, são as Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres. A imagem nos Açores encontra-se no Mosteiro da Esperança em Ponta Delgada. A procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres, acontece há mais de 300 anos e é um dos maiores cortejos que se realiza em terras portuguesas. Também aqui em Montreal, vive-se um ambiente de alegria no mês de Maio. Arraial, Bandas Filarmónicas, procissão pelas ruas da cidade, são os pontos altos dos festejos. Outra quadra festiva, o mês de Agosto com as Festas da Senhora do Monte, Santa Padroeira dos Madeirenses. Manifestação religiosa, momento de festa e alegria. Espectáculo, em que não faltam o folclore e Bandas Filarmónicas, as espetadas e o famoso “bolo do caco”. Neste dia pagam-se todas as promessas à Virgem. Associação dos Paroquianos de Nossa Senhora de Fátima de Laval Fruto de um sonho, do trabalho perseverante, da dedicação total e do espírito de serviço de uma série de pessoas. O edifício que hoje alberga a Igreja, Escola e Centro Comunitário, foi construído de raiz especificamente para esse fim. O terreno foi comprado, pelo Sr. Manuel Botelho à Comissão das Escolas de Chomedey Laval. A obra mais representativa, porque foi construída pedra sobre pedra por mãos voluntárias açorianas e outras, com materiais de construção oferecidos e liderada pelo Padre António Araújo. O templo foi inaugurado em 2 de Maio de 1984 pelo então Presidente da Câmara Municipal de Laval Claude Lefevre na presença do Cônsul Geral de Portugal Dr. Carlos Calder e o Dr. Arlindo Vieira em representação do PoetaMinistro Gérald Godin. Assim se faz história. 1815

Favreau Laval. Investir na Cultura é Investir no Futuro de Portugal e na Riqueza Individual O relativo isolamento dos portugueses em Montreal até à década de 1980, terá concorrido para que a população não participasse muito nas actividades do conjunto da sociedade. A grande metrópole e centro promotor e irradiador de modelos culturais, que era Montreal, seria uma distante miragem para o homem comum. A vivência tradicional, veio sofrer roturas, o exemplo de outros estilos de vida e a visão moderna da juventude, desenraizada, sem ligações entre si, seguiu um processo lento e oscilante, de que subsistem marcas. Hoje, investir na língua e cultura portuguesas bem como apresentar novos projectos é consolidar a nossa identidade no Quebeque. Hoje temos instituições portuguesas, apoios dos governos Federal e Provincial, técnicos e professores, empresários e administradores, escritores, estudantes empenhados nos estudos, comunicação social, trabalhadores rigorosos, artistas e médicos. Hoje, estamos fortes para evocar meio século de presença portuguesa no Canadá. Hoje, é justo homenagear a Escola Santa Cruz, fundada em 1971 e Lusitana fundada em 1975. Um aplauso para os professores e Director Professor José de Barros. Hoje, é justo homenagear a Escola Português do Atlântico que nasceu em 1971. O Sr. Graciano Valente empresário desde 1967, foi o grande impulsionador deste importante projecto, apoiado pelo Banco Português do Atlântico. Por esta escola, que lecciona até ao nono ano aos sábados, já passaram mais de dez mil alunos. Um aplauso para os professores e Sr. Administrador Graciano Valente. Universidade de Montreal Nesta ocasião é bom lembrar o protocolo de cooperação que existe entre o Instituto Camões e a Universidade de Montreal. Com um pensamento justo, recordo a Dra. Alix de Carvalho Leitora de Português nesta prestigiada Universidade, o excelente trabalho desenvolvido nomeadamente na implementação do Mineur de Langue Portugaise et Cultures Lusophones e projectos culturais de interesse dos portugueses do Quebeque. Também o Dr. Amílcar Martins, que fez a sua tese de doutoramento nesta universidade é merecedor de um abraço simbólico pelo seu trabalho de promoção da língua e cultura portuguesas. Década de 1990, uma etapa de ouro em visibilidade, textos de qualidade e colóquios, no meio universitário de Montreal, com os portugueses em evidência. Professores convidados a participar em colóquios foram muitos, nomeadamente Eduardo Lourenço, que completou no dia 23 de Maio 80 anos. Professor universitário licenciado em Coimbra, escritor, ensaísta, critico e filósofo, que tem divulgado a identidade cultural portuguesa no mundo com a sua obra. Nasceu em S. Pedro do Rio Seco na Guarda. Participou no colóquio O Português Língua Internacional Ver pág.11


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realizado na Universidade de Montreal. Ao seu lado esteve Celina Veiga, professora universitária que veio de Macau. Luís Aguilar, actual Leitor de Português, responsável pelo ensino da língua portuguesa nesta Universidade insiste em convidar os portugueses a frequentar este curso, nomeadamente os jovens. Um desafio ao conhecimento. Artistas Portugueses que deram Espectáculos em Montreal Zeca Afonso, Carlos do Carmo, Carlos Alberto Moniz, Paco Bandeira, Ary dos Santos, Maria do Amparo, Barata Moura, Fernando Tordo, José Cheta e Paulo de Carvalho.

Também os artistas residen-tes no Quebeque, certos das dificuldades existentes, deram tudo. Merecem um lugar cimeiro. Desde o Mestre da guitarra Artur Gaipo passando por Germano Rocha, Luís Duarte e o acordeonista Rui Mateus. Da magnífica voz da São ate ao Henrique Cipriano. Do actor Herlander Gonçalves até ao mestre de cerimónias Luís Tavares Bello e tantos outros, merecem uma menção honrosa. Comunicação Social Os portugueses viram crescer muitos projectos de jornais, rádios e televisão. Uns tiveram pouca vida. Outros continuam vincados no panorama cultural de Montreal. A Radio Centre

Ville, teve na sua primeira emissão Mário Resende. Rosalina Emídio marcou uma época importante, assim como Amadeu Moura, Manuel Farrajota e Mário Costa entre muitos outros. Na televisão ficou a memória de Carlos Querido, entre os primeiros e últimos colaboradores e produtores. Na rádio CFMB Telmo Mendes e hoje Rosa Velosa. Devido ao afinco e dinâmica imposta, pelos carolas dos jornais temos hoje A Voz de Portugal, O Emigrante e o mais jovem o LusoPresse. Dezenas de colaboradores voluntários têm ajudado a manter todos estes projectos, sendo difícil referir todos os nomes. Parque Sousa Mendes – Outremont A inauguração de um parque com o seu nome, foi a forma

encontrada pelo Congrès Juive Canadien e a comunidade judia, para homenagear o Dr.

Aristides de Sousa Mendes. Durante a época em que foi Cônsul Geral em Bordéus,

França, de 1938 a 1940, demonstrou grande coragem e heroísmo ao salvar mais de 30.000 vidas de judeus. Diversas personalidades e familiares não faltaram ao tributo em 10 de Junho de 1996. Parque de Portugal A diversidade floral e cultural num fresco e acolhedor recanto de Montreal O nome de Parque de Portugal, deve-se ao antigo Presidente da Câmara Municipal de Montreal Jean Drapeau. Projectado em finais dos anos oitenta por Raul Mesquita, que teve também a iniciativa e manobra de todo o processo com Pierre Bourque. Ver pág.14

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Faleceu em Montreal, com a idade de 41 anos, o Sr. João Pacheco, natural da Maia, S. Miguel, Açores. Deixa na dor seus irmãos Maria dos anjos de Castro, José e Dinis(Guylaine Sousa), sobrinhos Steve, Terry, Patrick Rebelo, Sergio, Filipe, Teresa, Catarina de Castro, Jamie e Eric Pacheco, Shad, Dominique e Talina, assim como outros familiares e amigos. O funeral teve lugar no dia 7 de Junho de 2003, após missa em presença dos restos mortais, pelas 11h00, presidida pela Rev. Padre José Vieira Arruda, na capela do Mausoléu St-Martin, onde foi a sepultar. Os serviços fúnebres estiveram a cargo de: Alfred Dallaire 2159 boul. St-Martin Este, Laval Eduino Martins (514) Tel. 270-3112 A família enlutada, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que, com a sua presença, palavras e gestos de amizade, os reconfortaram nestes momentos tão difíceis da sua vida. A todos um sincero Bem Hajam!

O funeral teve lugar no dia 11 de Junho, após missa de corpo presente, pelas 13h00, na igreja de Nossa Senhora de Fátima de Laval, presidida pelo Rev. Padre José Vieira Arruda, seguindo depois para o Mausoléu St. Martin Alfred Dallaire, onde foi a sepultar em cripta. A família enlutada, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que, com a sua presença, palavras e gestos de amizade, os reconfortaram nestes momentos tão difíceis da sua vida. A todos um sincero Bem Hajam!

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A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página 13

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A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página 14

Comunidade Portugueses celebram 50 anos Cont da pág.11

justificam a presença portuguesa. Criando assim as condições para um convívio harmonioso. Em 4 de Setembro de 1993, recebeu o “Prix D’Excellence en Architecture et Paysagisme”, da Associação dos Arquitectos do Quebeque. Foi inaugurado a 10 de Junho de 1990 com a presença do Cônsul Dr. Paulo Tiago e o Presidente da Câmara de Montreal, Jean Doré. O padrão foi parar ao Parque por iniciativa de D. Maria Luísa Fernandes, depois de ter estado numa exposição floral de Montreal, na década de 1980. Um jardim que vai resistir ao tempo e ao desconcerto dos homens. Prova superada É só quando estamos longe de Portugal que conseguimos perceber que existem coisas que são belas, absolutamente nossas e que, ao mesmo tempo, nunca nos pertenceram. Nesses dias, estamos no Inverno de um país com neve e muito gelo, olhamos para a lua, para o céu da noite e pensamos que isso é Portugal. Mas se pensar nisso agora, eu sei que você sabe tantas coisas que são Portugal. Vivemos apaixonados, ao fim e ao cabo o mais interessante para nos portugueses, possuidores de uma rica história de fraquíssimo reconhecimento fora de muros, em especial na América do Norte, é ter mais visibilidade. Investir na educação é investir no futuro dos portugueses em especial na juventude. É nosso

dever mostrar através das comemorações do 50º aniversário, tudo o que somos capazes de fazer no presente pelo futuro. É uma etapa entre vários instrumentos. O conjunto de eventos vai permitir uma diversidade ao encontro de todos e que para além do efémero, os festejos deixem coisas enraizadas no Quebeque, por exemplo a língua portuguesa, que nenhuma guerra lhe há-de tocar. Uma saudação para todos os nossos patrícios que ao longo de 50 anos, tornaram possível todos os eventos que fizeram história. O Dr. Mota Amaral, Presidente da Assembleia da República Portuguesa recebeu em audiência, Manuel Rodrigues Esta visita teve como objectivo reunir com o Presidente da Assembleia da República Portuguesa, estando presentes preocupações quanto à divulgação da língua portuguesa. A evocação dos 50 anos da chegada do primeiro grupo de emigrantes portugueses ao Canadá. Alterar a lei da nacionalidade que prejudica milhares de portugueses. O interesse do Presidente em apoiar uma acção mais eficaz na articulação entre o Canadá e Portugal, a fim de facilitar a resolução destes e outros problemas, ficou assumida. Disse que está confiante, pois os portugueses e luso-descendentes, estão à altura do futuro que têm por diante. Meio século

de excelentes actividades. Rigorosos no trabalho, são exemplo de vida e de relacionamento com outras culturas. De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros Português, em Abril o número de portugueses e luso-descen-

dentes no Canada era de 506.270. Homenagem a Henrique Tavares Bello, fundador do primeiro jornal português do Canadá, Luso-Canadiano e pioneiro do movimento associativo.

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À beira-Main - Nova obra-prima de Manuel Carvalho e… Marear de Isabel Santos Cont da pág.3

passaram. Elas espelham a adaptação, evol-ução, enquadramento ( ou resignação ? ) no seio da sociedade quebequense, cada vez mais patente ao fio que avançamos na leitura desta obra de interesse cativante. O próprio autor confessou a mudança das suas personagens, no decorrer da sua intervenção : « ....as minhas personagens estão cada vez mais exigentes. Já não têm nada daqueles camponeses simples, tímidos, sem muitas ambições dos tempos iniciais da chegada ». Justamente porque se trata de um trabalho que transmite com refinada sensibilidade e poder de observação a vida quotidiana e o desenvolvimento da comunidade através de imagens que nos parecem mais reais do que imaginárias, À beira-Main, não podia ser lançado em melhor ocasião, visto que estamos em pleno momento de homenagem àqueles que, sabe Deus com que sacrifícios, lançaram as raízes da sociedade luso-canadiana . Por seu lado, o autor prevê que estas celebrações sejam como que o início de uma nova etapa, que permitirá abrir mais portas e fronteiras aos lusocanadianos e segundo esta nova realidade, ele despede-se das suas personagens : « Foi assim que quando chegou este ano em que se festejam os 50 anos da chegada oficial da nossa Comunidade ao Canadá, pensei cá comigo que talvez fosse o momento ideal da despedida …». Manuel Carvalho regozijase pelo facto deste lançamento se fazer fora dos tradicionais locais comunitários, de forma a cortar ainda mais o cordão umbilical com as suas personagens : « … É que não faz sentido que se festejem os 50 anos de existência e continuemos fechados nos nossos guetos. Só no dia em que sintamos como nossos este espaço, esta cidade, este país, é que os festejos atingem o seu objectivo fundamental ». Saliente-se que Manuel Carvalho é autor de livros tais como a Saga, Parc du Portugal, Um Poeta no Paraíso, além de ser o mentor de uma página cultural na Internet, colectânea de autores luso-canadianos, Satúrnia, em homenagem ao nome do barco que trouxe os pioneiros para o Canadá. Manuel Carvalho tem publicado frequentemente artigos tanto nos jornais locais como em Portugal. A «Maison de la Culture», no 365 Mont-Royal este, foi o local escolhido para o evento, sinal de integração, de que as portas das instituições do Quebeque estão abertas a outras culturas. A locução esteve a cargo de Tavares Bello, que com eloquência encontra sempre as expressões adequadas para este tipo de ocasiões. Helena Fotopolous, presidente da área administrativa local, salientou o facto do Boul. St-Laurent, o Main, ter sido declarado como uma rua histórica, pelo governo

canadiano, devido ao seu percurso migratório e felicitou Manuel Carvalho e Isabel Santos, concluindo que Montreal é uma cidade única, devido à soma de todas as especificidades culturais, permitindose mesmo uma curta alusão a Eça de Queirós. Isabel Santos, autora, encenadora, artista, uma profissional das artes dramá-ticas, fez-nos a introdução ao estilo literário de Manuel Carvalho lendo, ou melhor, representando dois textos referentes aos seus trabalhos . A sala tornou-se pequena, uma vez que na mesma noite, após o lançamento do livro, seria igualmente representada pelo grupo de Teatro Lusófono do Quebeque, a peça de teatro « Marear », justamente da autoria de Isabel Santos . Esta encenação fala de emigração, fazendo-nos reflectir um pouco sobre certas facetas da lusofonia, proporcionando igualmente momentos altos de boa disposição, implicando a plateia na própria peça e contagiando-a de tal maneira, que alguns não se controlavam e a qualquer gesto ou palavra desatavam em fortes e estridentes gargalhadas.

O enredo da história passa-se em volta de uma suposta peça de teatro, que não poderia ser apresentada devido à ausência de dois dos actores, mas que afinal se realizou, e bem, de maneira que até nem faltou o vinho e os pastelinhos de bacalhau, oferta do restaurante Estrela do Oceano ( passe a publicidade ). Esta peça é o resultado da capacidade de improvisação dos actores implicados e da orientação da responsável e autora da peça. De salientar a presença neste grupo de elementos representativos da lusofonia, Portugal ( continente e Açores ) , Brasil, Angola e GuinéBissau. Um trabalho de amadores, disseram eles, mas que na realidade desempenharam um papel altamente interessante, com brio, talento e dedicação, fazendo lembrar verdadeiros profissionais. No final foi oferecido um Porto de Honra, enquanto Manuel Carvalho autografava exemplares do seu último trabalho. É um livro universal, com passagens do dia a dia tão reais que nos podemos facilmente identificar a uma ou outra das personagens em certas peripécias da vida. É uma obra-prima, para conservar na nossa biblioteca e para oferecer aos nossos filhos ou amigos.

Clube Oriental Almoço convívio O Clube Oriental organiza no dia 15 de Junho próximo, um almoço de convívio. Reserve já o seu lugar pelo 342-4373 (à noite)

Bazar organizado pelas pessoas de idade do CASCM O grupo da 3ª idade do Centro de Acção Sócio-Comunitária de Montreal informa a comunidade em geral que haverá nos dias 19 e 20 de Junho um bazar entre as 9 horas e as 5 da tarde. Este bazar terá lugar no exterior, ou seja, no nosso parque de estacionamento. Os artigos expostos serão muitos e variados. Teremos artigos para a casa, música variada, vestuário, artesanato feito no quadro das nossas actividades e muitos outros artigos! Não perca a oportunidade de nos visitar. Venha juntar-se a nós, e traga um amigo. Teremos boa animação e um cafézinho à sua espera. Estamos situados no 32 do boul. Saint-Joseph Ouest, esquina com a rua Clark. Para mais informações podem contactar com o CASCM através do número de telefone 842-8045.

Greve no Consulado Geral de Portugal O Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas decretou uma greve para os próximos dias 11, 12 e 13 de Junho. Por esta razão o Consulado-geral de Portugal em Montreal não deverá abrir ao público nestas datas. Recomenda-se ao público que, antes de se deslocar ao Consulado, telefone para saber qual é a situação.

Associação N.S. de Fátima Laval Festa de S. João Numa organização da Associação de Nossa Senhora de Fátima de Laval, na Segunda-feira, dia 23 de Junho, a partir das 19h00, terão lugar no recinto da Missão N.S. Fátima em Laval, 1815 rua Favreau em Chomedey, as festas de S. João com animação por: conjunto Exagone, La Bastringue e Les Pieds Léger de Laval (folclore francês) e grupo folclórico Estrelas do Atlântico. Pelas 23h30: Fogueira de S. João. Animação para os mais jovens com palhaços e maquilhagem. Dia 24 de Junho das 13h00 às 16h00, jogo de futebol. Para inscrições contactar Manuel Machado pelo (450)668-4312


A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página 15

Desporto Muitos golos, mas a competitividade ficou em La Paz Portugal 4 Bolívia 0 Scolari avisou, o Brasil tinha goleado a Bolívia aqui há uns tempos por 6-0, com todos os golos a surgirem de bola parada. Portugal chegou a uma vantagem demasiado confortável logo aos 14 minutos, sem ter feito grande coisa, com dois cruzamentos da esquerda a apanharem livres na área haverá defesa mais macia ? Jorge Andrade e Fernando Couto. A partir daí, o particular desta terça-feira deixou de servir para pouco mais do que rodar menos utilizados, acumular golos ao resultado e para uma estreia, aguardada, de Ricardo Quaresma. Apesar de um esquema táctico estranho, um 4x4x2 sem ala esquerda - Rui Jorge fez o corredor, houve alguns equívocos na hora de fechar esse flanco e também de aparecer por aí no ataque -

Portugal não teve grandes dificuldades em criar oportunidades e em construir calmamente o seu jogo, sem grandes acelerações e também... sem grande objectividade inicial. Não foram raras as vezes em que, e apesar de Conceição ter estado muito activo sobre a direita, a Selecção tentou entrar pelo meio, tendo pela frente uma linha de três centrais. Não era fácil. Mas, quando o resultado já angustiava os bolivianos, Portugal tornou-se mais inteligente e também mais geométrico no seu jogo, ficando o resultado a pecar por escasso no final dos primeiros 45 minutos (3-0). O seleccionador tinha razão. Nunca poderia cair perante este adversário. A Bolívia - a anos-luz da geração de ouro de 1994, data da sua única presença num

Campeonato do Mundo, que tinha figuras como Melgar, Erwin Sanchez e «El Diablo» Etcheverry, e sem as principais estrelas do Bolívar e do The Strongest que não cedem jogadores por darem prioridade

não aproveitou. Os golos portugueses tornaram-se naturais, foram antecipados pelo adepto-vidente, que só assim animava, só assim gritava, só assim se divertia. O adversário era tão fraco, que o público mudou-se todo para a bancada contrária ao intervalo. Era a única forma de ver algum futebol... Os sete dribles e meio de

da tarde, o quarto de Portugal. Um remate de primeira, sem hipótese para Suarez. O jogo dava para tudo, até para que Ricardo desse lugar a Quim aos 60 minutos. O score prometia, contudo, não ficar por aqui. Luís Loureiro atirou para boa defesa de Suarez aos 50 m, Hugo Viana atirou à trave aos 61m na marcação de um livre directo, Quaresma obrigou o guarda-redes a defesa apertada aos 64 minutos, Postiga cabeceou ao lado, já na pequena área, aos 65, Conceição atirou à malhas laterais aos 70m. Pelo meio, um remate do Ronald Garcia para defesa incompleta de Quim, um cabeceamento de Lorgio Alvarez com a bola a passar perto da trave da baliza portuguesa e uma bomba

traiçoeira de Darwin Peña. Tão pálida esta selecção! O encontro não acabou sem os «números» de Ricardo Quaresma. Aos 76 minutos, driblou meio mundo sobre o lado esquerdo, ganhou a linha, mas não conseguiu rematar... Scolari pedira-lhe na conferência de imprensa apenas um drible para depois partir para a baliza, mas o extremo do entusiasmou-se e entusiasmou a plateia. Na altura, já era Sérgio Conceição o lateral-direito, já o resultado estava tão dilatado, já a Selecção atacava com muitos homens em busca da goleada. Pronto, mais uma vitória, muitos golos, mas a competitividade, essa, ficou em La Paz, a quase quatro mil metros de altitude.

Felicitações Marco Paulo Tiago Pereira

Mão na bola Tribunais do ridículo Por Joel Neto No futebol, os advogados não insistem, os juízes já acabaram as carreiras, a segunda instância protege a primeira, a última protege as outras todas A mais relevante frase sobre futebol dos últimos tempos disse-a um piloto de automóveis, Giancarlo Fisichella: “Ainda bem que isto não é futebol.” Com “isto” referia-se Giancarlo à fórmula 1. Com “futebol” aos mais vaidosos e inflexíveis sistemas de arbitragem e de julgamento de todos os desportos que, naquela altura, lhe ocorriam. Sintetizando: após um Grande Prémio do Brasil cheio de peripécias, repleto de chuva, acidentes e debates legais, o italiano viu-se desapossado e depois reapossado da primeira vitória da sua carreira. Quatro dias depois da corrida, quando os juízes finalmente lhe atribuíram o triunfo, ficou contente por ser piloto, não futebolista. No futebol, explicou, os ditos juízes jamais voltariam atrás na sua primeira decisão. Na verdade, Fisichella tem razão. O “mundo do futebol”, infelizmente para quem gosta de futebol embora detestando esse mundo, tem os piores tribunais do Planeta: os árbitros temem pelo futuro, os observadores protegem a sua própria sobrevivência, os advogados não insistem, os juízes já acabaram as carreiras, a segunda instância protege a primeira, a última protege as outras todas – e, no final, custa-nos mesmo evitar a conclusão de que as próprias partes em conflito estão, de alguma forma, conluiadas. Um árbitro que algum dia tenha voltado com uma decisão atrás depois de consultar o fiscal-de-linha, por exemplo, sabe muito bem do que falo: foi primeiro abalroado pelos jogadores de uma equipa e depois pelos da outra, foi vaiado pela claque de uma equipa e depois pela da outra, ameaçado pelos dirigentes de uma equipa e depois pelos da outra – ninguém aceita uma reconsideração com a dignidade e o sentido de justiça com que Kimi Raikkonen, o piloto finlandês que perdeu o triunfo no Brasil para Giancarlo Fisichella, recebeu a segunda decisão dos juízes da fórmula 1. Mas o problema não está tanto nessa inflexibilidade da arbitragem futebolística quanto no orgulho e na vaidade que esta exibe: simplesmente é proibido voltar atrás – só os fracos voltam atrás. E eu, que gosto de futebol e detesto o seu mundo, fico a pensar nas muitas outras coisas desta vida que se teriam perdido se, a certa altura, não tivesse havido alguém capaz de para voltar atrás (como o armamento da Coreia do Norte, as guerras coloniais africanas ou a inveja de Antonio Salieri) e depois nas outras que se perderam porque em nenhum momento houve alguém com coragem para voltar atrás (como o reinado de D. Sebastião, o vaivém Columbia ou a participação da Flora na Operação Triunfo). E dói-me por dentro a certeza de que, se não se perder no nevoeiro ou não explodir no espaço, o futebol acabará por fazer de si próprio um hino ao ridículo.

ao campeonato - até criou espaços, algumas jogadas, mas nunca foi consistente, nunca ameaçou Ricardo ao ponto de o enervar. A única oportunidade na primeira parte foi criada por um atraso mal medido de Fernando Couto, que Castillo

Quaresma Previsíveis as substituições ao intervalo com este resultado. Scolari deu a vez a Rogério Matias, Luís Loureiro e Ricardo Quaresma. E, três minutos depois, um passe longo de Hugo Viana entrega a Postiga o golo

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A VOZ DE PORTUGAL, 11 de Junho de 2003 - Página 16

Comunidade Em Santa Cruz, Império do Pentecostes foi simplesmente espectacular! Texto e fotos de António Vallacorba

A nossa comunidade acaba de conhecer mais um grandioso fim-de-semana festivo, por ocasião dos festejos locais em

louvor do Divino Espírito Santo e que tão brilhantemente decorreram na Missão Portuguesa Santa Cruz. Tratou-se do popular Império do Pentecostes, de que foram

dignos e distintos mordomos o empresário Manuel da Ponte, da firma Monastesse, e esposa, Sra. Zulmira. As suas netinhas,

Brittney e Alyssia, foram, respectivamente, a rainha e a princesa da festa, cujas cerimónias foram presididas pelo padre Cândido Falcão, que até nós se deslocou expressamente da Praia da Vitória, ilha Terceira, e no-las fez viver mais intensamente. A “descida” do Divino até nós, pois, não poderia ter sido mais auspiciosa, com tempo excepcional, de sol e calor, boa participação, fartura, nobreza, muita alegria e, pelo meio, doces visões das saudosas ilhas e regiões onde esta tradição ainda se mantém tão viva como

o basalto nas quais se assentam! Para os que puderam assistir mais de perto, foram dias bastante animados e que começaram com a folia dos bezerros no matadouro, tiveram continui-

dade na solene reza do terço, presidida pelo padre Falcão, em casa do mordomo, e tendo como pontos altos a missa do

Créations Florales

domingo, coroação e a exuberante refeição das sopas entre milhares de festejantes. A distribuição das excelentes pensões, no sábado, foram o começo das actividades desse dia, preenchido com a reza do terço e eucaristia, para culminar com a comum e saborosa refeição de carne guisada, massa sovada, vinho e refrescos, oferta dos mordomos. Esta última actividade decorreu no subsolo da igreja, onde, no palco, encantadoramente decorado por Maria Cordeiro e colegas, se enFinalmente, no domingo uma vintena de coroas cintilou gloriamente ao sol radioso durante o respectivo cortejo, acompanhado pela Banda de Nossa Senhora dos Milagres, Filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval e pela Filarmónica Portuguesa de Montreal, logo a seguir aos mordomos, respectiva família e as encantadoras rainha e

proferiu uma eloquente homília, e sabendo-se que o Espírito Santo é vida, “cheira” a hipocrisia o facto de algumas mentes andarem escandalizadas com a morte de umas dezenas de crianças na guerra contra o Iraque “quando 50 mil infantes morrem por dia no seio das suas mães”. Destaque, também, para o significativo cortejo do ofer-

entre outras actividades, encerrou apoteoticamente com o sorteio, presidido por José de Sousa e o padre Lourenço, da nova irmandade para o próximo ano. Aparentemente, houve três candidatos a mordomo: Henrique Laranjo, um tal Mariano, do matadouro Poissant, e o Convívio dos Naturais do Concelho da Ribeira Grande (CNCRG), de que Ildeberto

princesa da festa. Dos demais participantes, o relevo foi para a criançada, associações, comissões de festas, colectividades sociais e recreativas, irmandades do Divino Espírito Santo e grupos afectos à Missão Santa Cruz. Logo após o regresso do cortejo, seguiu-se uma mui nobre celebração eucarística, presidida pelo referido padre Falcão e acompanhada pelo Coral do S. Santo Cristo dos Milagres, sob a regência de Filomena Amorim. Os padres Lourenço Ruba e Policarpo Pereira (este dos Missionários do Sagrado Coração, na cidade do México) foram os demais celebrantes, coadjuvados pelo diácono António Ramos. Para o padre Falcão, que

tório, muito rico em simbolismo e com as velas a iluminar… Foi a coroar a rainha da festa, a gentil menina Brittney. Várias foram as vezes que o subsolo da igreja se encheu durante a distribuição das sopas, cozido, massa sovada, vinho e sumos, graciosidade dos mordomos, numa espectacular demonstração de partilha e generosidade, tão do gosto da terceira pessoa da Santíssima Trindade O conjunto “Exagone” voltou a animar esta sessão, que teve a expontânea e muito relevante colaboração da talentosa artista, Fátima Miguel. O arraial, abrilhantado pela Filarmónica Portuguesa de Montreal e com arrematações de gado, por Simão Balança,

Silva é presidente. Do resultado apurado, o CNCRG será o mordomo destes festejos para 2004, data em que se assinalará localmente a ocorrência do 25º aniversário dos mesmos. Claro que muitas foram as senhoras e cavalheiros que ajudaram e colaboraram tão dedicamente na organização desta festa, especialmente o casal Eduino e Almerinda Moniz – aquele no contexto geral do acontecimento; esta na perícia com que confeccionou a deliciosa carne guisada, as sopas e o cozido. Felicitamos Manuel da Ponte, a Comissão de Festas, a Missão e a comunidade em geral por todo o brilhantismo dos festejos ora findos. Estamos todos de parabéns!

contravam expostos os símbolos do Espírito Santo. O baile foi abrilhantado pelo popular conjunto “Exagone” e pela artista convidada, a talentosa Jessica Amaro, de Hamilton,

Ontário, e que na altura apresentou o seu mais recente trabalho discográfico, um CD intitulado Ser Portuguesa.

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