A VOZ DE PORTUGAL, 9 de Julho de 2003 - Página
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19 de junho9de WWW.AVOZDEPORTUGAL.COM DE2002 JULHO de 2003
Visita do Secretário Geral do PS Encontro do Dr. Ferro Rodrigues com a comunicação social
A “morte” do ICEP em Montreal
Que grande disparate!
Por Raúl Mesquita
Por Amadeu Moura Há notícias que quando nos chegam aos ouvidos, exclamamos: “não pode ser”! “Eles não vão fazer uma coisa dessas”! Parece mentira mas a decisão está tomada. O ICEPMontreal vai ser amputado do seu único técnico. Assim decidiu o governo actual através dos burocratas que nomeou para chefiar este organismo de estado. Com a missão de diminuir os custos, os burocratas, em vez de analisarem exaustivamente as realidades próprias em cada país onde estão instalados, cortam cegamente só para fazer algumas economias imediatas mas que, a longo prazo terão consequências gravíssimas para a economia nacional. Que importa! Os vindouros que se arranjem, dizem eles baixinho... Numa altura em que a ViniPortugal contrata o guru norte-americano do marketing, Michael Porter, para repensar a estratégia da promoção do vinho português no estrangeiro, devido à fortíssima concorrência dos outros países produtores, o ICEP decide fragilizar a sua delegação em Montreal! É uma burrice de todo o tamanho, mas são “eles” que mandam e nunca são imputados pelas burrices que fazem e pelos prejuízos que causam ao país! A “antena” local do ICEP levou anos a construir, pacientemente, uma imagem e uma rede de relações que trouxe grandes benefícios para Portugal e para a sua economia. O ICEP tornou-se um interlocutor e um representante indispensável no relacionamento e Ver pág. 2
Numa viagem que o transporta a Toronto de visita aos portugueses da cidade rainha onde o Dr. Durão Barroso brilhou pela ausência, o senhor Dr. Ferro Rodrigues, Secretário Geral do PS fez questão de se encontrar com os portugueses de
Montreal e com representantes da comunicação social lusa da região montrealense. Acompanhado da sua gentil esposa, o Dr. Ferro Rodrigues disponibilizou a manhã de sábado passado para poder satisfazer algumas interrogações avançadas por uma “bateria” de gente da rádio e da escrita lusófona. O encontro tipo pausa-café, teve lugar numa pastelaria portuguesa da rua Liège, aonde se deslocou, para além dos correspondentes já referidos, uma equipa do programa televisivo português da estação CH.
O programa da visita, elaborado por elementos ligados ao Partido Socialista, mostrava um resumo do CV do Dr. Ferro Rodrigues, lisboeta, possuidor de uma licenciatura em economia. Com 53 anos de idade, o Dr.
Ferro Rodrigues, tem exercido diversos cargos de responsabilidade no meio universitário, onde foi professor responsável por várias cadeiras em licenciaturas e mestrados. No campo político, foi Ministro do Equipamento Social, Ministro do Trabalho e da Solidariedade, Ministro da Solidariedade e Segurança Social, membro do Secretariado Nacional do PS, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, Deputado à AR nas IV, V e VI l egislaturas. Autor e co-autor de diversas obras publicadas, de muitos artigos e estudos económicos.
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O Mundial das Culturas Ano após ano e já lá vão mais de vinte, artistas e artesãos do mundo inteiro marcam encontro para partilhar connosco a beleza e magia da sua arte quando da realização do Mundial das Culturas (antigamente conhecido por Festival de Folclore de Drummondville). É uma ocasião única para milhares de visitantes de apreciar a diversidade das culturas assistindo a espectáculos grandiosos.
3 a 13 de Julho de 2003 O tema deste ano “O Mundo da Dança” é um convite ao visitante para acertar o passo aos diferentes grupos folclóricos que criam ritmos e movimentos, que nos conduzem a um maravilhoso turbilhão de tradições, de paz e fraternidade. Durante os onze dias do festival cerca de 1000 artistas vão desfilar nas cenas Ver pág. 2
Lembramos os nossos leitores de que A Voz de Portugal não será publicada nos dias16 e 23 do corrente,devido ao encerramento da tipografia. Desejamos boas férias a todos e voltaremos aovosso convívio com a edição de 31 de Julho.
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Com grande simplicidade, profundamente conhecedor da situação económica nacional, diz estar de acordo com certas inquietações do actual governo sem todavia, aceitar as acusações apocalípticas da maioria parlamentar. Num tom de voz uniforme, recusa com veemência a ideia que se pretende generalizar de que o país está de tanga. Existem meios para corrigir certas derivações dos azimutes financeiros, que foram provocados pelo contexto da economia europeia e mundial. Pareceu-nos pessoa extraordinariamente honesta que talvez não esteja muito “acertada” num retrato de família política tradicional. Poderá incarnar uma nova geração de políticos, mais próximos da população em todo o tempo útil, que não receia de confessar erros nem de aplaudir boas ideias e intenções do adversário. Foram variadas as questões que a gente da informação lhe pôs. E como não podia deixar de ser, falou-se da recente redução de efectivos e de meios de acção da delegação do ICEP em Montreal, que considera um erro, porque reduz ou poderá mesmo eliminar, a comercialização dos produtos nacionais, contrariamente à sua vocação primeira. Da lei da nacionalidade. De globalização. De questões do Turismo nacional que precisa uma reestruturação que o torne mais funcional e activo junto dos visitantes estrangeiros ou nacionais. Deu exemplos de como se deverá proceder de modo a melhor utilizar os efectivos humanos qualificados ao serviço das instituições públicas. Apontaram-se avenidas para uma melhor visibilidade e melhor apoio ao mundo da cultura. Falou-se de Língua Portuguesa e do caso sempre aberto das pensões de reforma aos ex-combatentes do ultramar. Considera que durante os 6 anos em que o PS formou governo, o país sofreu grandes transformações, o nível de vida melhorou consideravelmente, a população teve acesso a bens de consumo que até ali lhe tinham sido negados e que todos estes direitos adquiridos ficarão pertença dum novo
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Manchetes A “morte.”..
...culturas
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promoção de tudo o que é português. Não é por acaso que o Quebeque representa mais 70% do vinho português importado pelo Canadá. Que é no Quebeque que as companhias portuguesas mais investem e é o Quebeque a província canadiana que mais investe em Portugal! Perante a excelência deste “currículo” que faz o governo português? Quase fecha a porta! Para economizar meia dúzia de euros! As economias realizadas durante um ano serão muito inferiores a um único mês de salário do seleccionador brasileiro contratado pela Federação Portuguesa de Futebol!!! Numa época de crise em Portugal, as prioridades dos responsáveis governamentais são as que estamos a ver! Pobre país que não sai da cepa torta porque dirigido por incompetentes.
do Mundial das Culturas e graças aos seus múltiplos talentos, nas mais de trezentas representações, podereis descobrir várias facetas do universo do folclore. Este ano conta-se com a representação de catorze países, um dos quais de língua portuguesa, (os Sarandeiros de Belo Horizonte), ao qual se juntam Argentina, Arménia, Bulgária, Geórgia, Hungria, Itália, Nigéria, Filipinas, Roménia, Eslováquia, Taiwan, Ucrânia, o grupo anfitrião Mackinaw e ainda Les Éclusiers de Lachine, Les Chamaniers de Saint-Hyacinthe, Nuevo Amanecer da Bolívia (Laval) e Bialy Orzel da Polónia (Toronto). Num ambiente de festa até ao próximo dia 13 de Julho Drummondville marca pois encontro consigo nesta feira cultural das nações. Para mais informações: www.mondialdescultures.com ou Tél. : (819) 472-1184.
A Guitarra Portuguesa está mais pobre Faleceu Artur Gaipo Por Luís Tavares Bello A notícia já era esperada, pois o Mestre da Guitarra Portuguesa Artur Gaipo já há bastante tempo se debatia com a doença. Aconteceu na passada segunda-feira que aquele que dedicou grande parte da sua vida a dedilhar as cordas da guitarra portuguesa, não mais conseguiu esticar a corda da sua existência. Conhecemos Artur Gaipo em 1972 então com o quarteto de guitarras que liderava na companhia de Fernando Rocha, José Marques e Ronald Louis Fernandez. Foi também sob a sua égide que saiu então o disco
qualitativa que Artur Gaipo impunha na sua realização. Durante numerosos anos fez parte do elenco do Restaurante Solmar onde fez parelha muito tempo quer com Germano Rocha, quer com Luís Duarte. Seria fastidioso nomear os inúmeros espectáculos em que participou muitas vezes benevolamente. Sem menosprezo para ninguém, foi em nossa opinião o melhor guitarrista que por aqui passou, podendo ombrear sem favor com os grandes nomes da guitarra portuguesa. Não podemos terminar sem
visita do Dr. Ferro Rodrigues Cont da pág. 1
tipo de sociedade mais evoluída que se compara à média geral europeia. Portanto, acha lamentável que o partido actualmente no poder, que fez durante a última campanha eleitoral promessas irrealizáveis, se encontra em perda de confiança por parte do eleitorado e, como solução, exagera nas previsões económicas a fim de procurar reabilitar a sua credibilidade em crise. Sem procurar apontar responsabilidades a torto e a
direito, confirma probabilidades de haverem alguns erros oriundos do antigo governo sem no entanto, aceitar a total culpabilidade dos problemas que os actuais dirigentes parecem encontrar em dirigir o país. O Dr. Ferro Rodrigues e esposa visitaram depois o Parque de Portugal e alguns locais de Montreal, terminando num jantar convívio com elementos associados ao PS tendo seguido no dia seguinte para Toronto.
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Saudades dos Açores onde intervinham como fadistas Laura Reis e Adriano Pereira nos temas Uma Guitarra nos Açores, Saudades de Coimbra, Açoriana Bonita e Desgarrada, todas elas com letra e música de Mestre Gaipo, numa edição da Mil Records. Porque tivemos ocasião de presenciar muitos dos ensaios de preparação desse disco pudemos constatar o profissionalismo e o grau de exigência
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“Estamos muito tristes, mas a vida é assim”, disse o doutor Goh, visivelmente abalado, numa conferência de imprensa. Laleh e Ladan Bijani, 29 anos, morreram com uma hora e meia de intervalo. Os médicos conseguiram separar as siamesas, que estavam unidas pela cabeça, mas ambas perderam muito sangue e, apesar das várias transfusões, não sobreviveram às hemorragias. Loo Choon Yong, presidente
executivo do grupo de gestão do hospital Raffles, revelou que a equipa de 24 médicos e 100 elementos de apoio chegou a ponderar desistir da operação antes de iniciar a separação dos cérebros das siamesas, devido às previsíveis complicações, mas decidiram continuar quando familiares e amigos das pacientes lhes recordaram o voto expresso por Laleh e Ladan Bijani, de “serem separadas quaisquer que fossem as circunstâncias”, concluiu. O Irão está de luto, o executivo tornou público um voto de “grande dor” pela perda das irmãs e os meios de comunicação locais deram uma cobertura excepcional ao acontecimento.
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O neurocirurgião de Singapura Keith Goh expressou a tristeza de todos os membros da sua equipa pela morte das siamesas iranianas, depois de uma operação de 52 horas realizada para as separar.
recordar que foi Mestre Artur Gaipo que “descobriu” no autor destas linhas uma eventual capacidade de apresentador de eventos e já lá vão trinta e um anos. A cerimónia fúnebre teve lugar hoje pelas 11 horas no Salão Magnus Poirier no 6825 Sherbrooke Este seguindo depois o funeral para o Cemitério Repos St. François. Que descanse em Paz.
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Os textos (e ilustrações) de Opinião publicados nesta edição são da inteira responsabilidade dos seus autores, não vinculando, directa ou indirectamente, o cariz editorial e informativo deste jornal.
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Açores & Madeira Horta adere ao Minibus Entrou na passada Segundafeira em funcionamento o novo minibus dos transportes públicos urbanos da cidade da Horta, que percorre toda a cidade, de um extremo ao outro, desde o Pátio do Pasteleiro ao Centro de Saúde, num itinerário que inclui passagens contínuas, entre outras zonas, pelo Hospital da Horta, pelo Bairro Capitão Moreira de Carvalho, pela Urbanização da Hortheco, pelo Largo Duque d´Ávila e Bolama, pela Avenida Machado Serpa
(Conceição), pelo Tribunal da Horta e pela Praça da República.Uma viagem no minibus da Horta dura cerca de 22 minutos, em cada sentido, e pode ser feita pelos utentes, a partir desta segunda-feira, dia 7 de Julho, por euros 0,20 (vinte cêntimos), se o bilhete for comprado a bordo, ou por euros 0,18 (dezoito cêntimos), se o munícipe recorrer a bilhetes pré-comprados. Os idosos pagam somente euros 0,10 (dez
cêntimos), no caso de bilhetes pré-comprados, havendo ainda a possibilidade dos interessados recorrerem a um passe ilimitado, válido por um mês, que custa euros 12,00 (doze euros).Recorde-se que viagem inaugural do circuito minibus dos transportes públicos urbanos da Horta decorreu na passada sexta-feira, dia em que o burgo faialense comemorou os 170 Anos da Elevação de Vila a Cidade, tendo na mesma participando vereadores municipais e a comunicação social. Naquele mesmo dia a população do concelho da Horta pôde viajar de forma gratuita na viatura utilizada no circuito, a qual tem uma capacidade para 22 passageiros (9 sentados e 13 de pé). A criação das carreiras de transportes públicos urbanos da cidade da Horta em minibus resulta duma parceria estabelecida entre a Câmara Municipal da Horta e a empresa Farias, Lda., que assegura o transporte colectivo de passageiros na ilha do Faial.
Jornal A Voz de Portugal o seu jornal todas as quartas-feiras
Madeira Açores 2003 será o melhor ano de sempre 1º Aniversário da Vila das Lajes na hotelaria do Porto Santo A hotelaria do Porto Santo terá este ano o seu melhor desempenho. Os números de hóspedes obtidos até ao presente são bem demonstrativos da boa procura que as unidades hoteleiras da ilha dourada têm tido ao longo deste ano. Há razões suficientes que justificam esse sucesso. Na opinião
dos hoteleiros e das pessoas com quem falámos, as razões prendem-se com uma maior promoção e visibilidade da ilha do Porto Santo, sobre-tudo ao longo destes últimos dois anos, em que se verificou um esforço grande, quer da parte da Câmara Municipal, quer da parte da
Sociedade de Desenvolvimento, que criaram uma imagem e uma dinamização publicitária próprias, entre todo um projecto de de-senvolvimento da ilha mais virado para o Turismo. Para alguns a publicidade que melhor tem resultado tem sido através daqueles que já visitaram a ilha e que
conseguem passar essa mensagem de qualidade e notoriedade entre as pessoas dos seus círculos de amizades. O Hotel Vila Baleira já alojou este ano o dobro dos clientes que teve em igual período do ano passado. Bruno Martins, director comercial, disse-nos que as perspectivas para este Verão são muito boas. No último fim-de-semana apenas restavam alguns poucos quartos dos 256 aposentos de hotel e mais 51 apartamentos disponibilizados naquela uni-dade. Manuel Duarte, director-geral do Grupo Sousa, con-firmounos que todos os seus hotéis estavam cheios (Praia Dourada, Torre Praia e Luamar, num total de 230 quartos) e que o Verão está lotado. Existem até alguns casos de “overbooking” que serão certamente resol-vidos a tempo. Manuel Duarte, que é também presidente da Mesa de Hotelaria da associação comercial da ilha é da opinião que a maior oferta de transporte ajudou imenso a hotelaria local. A entrada ao serviço do novo navio e o au-mento do número de viagens aéreas de Lisboa para a ilha, dada a entrada da Air Luxor no transporte regular, além de outros charters nacionais que surgem no Verão, ajudou imenso na promoção do destino. Jorge Caldeira, director-geral do Hotel Porto Santo, a mais antiga unidade da ilha, observou-nos que está de casa cheia no Verão, embora presentemente esteja com algumas vagas, mas realçou-nos que no cômputo geral este ano está melhor do que o anterior. A sua clientela é mista, tem procurado um equilíbrio entre turistas de diversos mercados, sobretudo britânicos e alemães. Na época estival tem os seus clientes tradicionais, muitas famílias portuguesas, não só da Madeira, como do Norte de Portugal. São pessoas que todos os anos vêm para o Hotel Porto Santo, acentuou-nos Jorge Caldeira, que dirige o mais antigo hotel da ilha com uma disponibilidade de 98 quartos. Entre os operadores nacionais há este ano uma ampla oferta para a ilha do Porto Santo.
A vila das Lajes da Ilha Terceira comemorou segunda-feira passada o primeiro aniversário da sua elevação àquela categoria administrativa, com um programa cultural e com a inauguração de uma infoteca, cedida pela Direcção Regional de Ciência e Tecnologia. Na sessão comemorativa, foi apresentado o Roteiro turístico, Cultural e Económico das Lajes, bem como os novos símbolos heráldicos da vila. Usando da palavra na cerimónia, Álamo Meneses, o secretário regional da Educação e Cultura, que representava o presidente do Governo, congratulou-se pelo êxito do processo que conduziu à elevação das Lajes a vila e acrescentou que esse passo “foi um acto de justiça, mesmo contra a vontade de alguns que diziam que tal não seria possível”. Disse ainda que a vila demonstra “uma vitalidade económica, cultural e social invejável” e recordou genericamente os fortes investimentos levados a cabo pelo Governo Regional na loca-
lidade. Elmano Nunes, presidente da Junta de Freguesia, agradeceu o empenho do Governo no processo que conduziu à elevação a vila e nos investimentos que vêm sendo realizados nas Lajes, bem como a cedência, por parte da DRCT, de seis computadores, “scanner”, impressoras e outros meios informáticos que equipam a nova infoteca. A vila das Lajes tem cerca de cinco mil habitantes e revela uma actividade económica sólida, desde a agricultura, ao comércio, passando pela indústria e serviços.
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Comunidade Crónica sobre vinhos portugueses Noticias avulso... Por Amadeu Moura
Em Santa Cruz Mini-exposição religiosa com visitas ao bairro português Texto e foto de António Vallacorba
A SAQ modernizou o seu sistema informático. O objectivo é o de simplificar a vida aos utentes consumidores que recor-rem ao sistema Web para obte-rem as informações que neces-sitam. Depois do encerramento temporário, eisme a consultar a lista dos vinhos portugueses disponíveis. Surpresa das sur-presas! Na lista que corria diante dos meus olhos, vinhos há muito tempo desaparecidos do mer-cado, de novo nas prateleiras! Ainda pensei, no inicio, que algumas dessas raridades esti-vessem perdidas nalgum canto recôndito do armazém, e tivessem
subido à tona! As ilusões foram de pouca dura. Sabe, quando se fazem mudanças, estamos sujeitos a erros! Disse-me o funcionário ao telefone. Com o tempo os erros serão corrigidos, acrescentou. Adeus ao Quinta do Roques, Touriga Nacional 97. Adeus ao Callabriga 95. Adeus ao Quinta da Leda 95. Tudo isto não passou de uma miragem... Vinhos e azeites na imprensa canadiana O enólogo François Chartier, que escreve semanalmente no jornal La Presse, faz grandes elogios ao Fontanario de Pegões 2000, Palmela (s-902437 a 16,95$). Considerando-o como a compra da hora nos tintos portugueses, o enólogo escanção diz-nos que este vinho é um excelente comparsa para acompanhar os costeletas de carneiro assadas na brasa, tal como servidas na Casa Minhota. Vamos experimentar? Nessa mesma rubrica, e a pedido de uma leitora que vai visitar o Porto e lhe pede con-
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Um pouco por toda a parte e na maneira do possível, continuam as actividades das celebrações dos 50 anos da chegada oficial da primeira leva de emigrantes portugueses ao Canadá. No dia 28 de Junho, foi inaugurada na Igreja Santa Cruz uma mini-exposição das festas reliselhos de compra de vinhos, Chartier sugere-lhe que compre Vintages 2000. Quando a pobre moça souber que os Vintages 2000 são mais baratos no Québec do que em Portugal, vai ficar zangada... No mesmo jornal La Presse, 26 de Junho, um artigo sobre os azeites portugueses. Diz o autor do artigo que os azeites portugueses não são muito conhecidos e, no entanto, agradável surpresa com o Grande Escolha CARM, do Douro Transmontano. CARM significa Casa Agrícola Reboredo Madeira, que também é produtor de vinhos de grande qualidade. Este azeite, inteiramente biológico, é excelente como condimento de peixe grelhado, pão tostado e salsichas grelhadas, diz o jornalista. Quem quiser adquiri-lo, deve dirigir-se à Mercearia Soares&Filho, na rua Duluth. Custa cerca de 14$. Viva o Verão! Chegou a hora dos verdes e dos rosés. Há muito por onde escolher. Se estiver indeciso, consulte o portal SAQ.com. Vai ver que há muitas mais marcas do que aquelas que pensa. Bons churrascos a todos e bom verão.
giosas da comunidade e iniciou-se uma de 8 visitas guiadas ao bairro português, numa inici-ativa da Comissão Coorde-nadora do Quebeque para as Comemorações da Comuni-dade Portuguesa (CCQCCP) e do Centre d’histoire de Montréal (CHM), com a colaboração da Missão Portuguesa da Santa Cruz e do Carrefour des Jeunes Luso-phones du Québec.Presentes, o padre José Maria Cardoso, da Missão, Jean-François Leclerc, res-ponsável do CHM, e Joaquina Pires, do Departamento das relações interculturais de Montreal e membro da CCQCCP, entre outros. Com o título de Encontros: Festas Religiosas, a miniexposição compreende através de fotografias de Manuel Ribeiro, um “olhar” histórico sobre as nossas principais manifestações religiosas locais, as quais, para bairro
Cidadania Canadiana Por Raúl Mesquita Teve lugar no 1º de Julho, Dia do Canadá, na sala do Conselho da Câmara Municipal de Laval, uma cerimónia de ajuramentação de algumas dezenas de cidadãos oriundos de vários países da Europa, mas nenhum vindo de Portugal. Antes porém, foram homenageados a senhora D. Thèrése Spenard-Pilon e o senhor Alain Bouchard, este proprietário das lojas Couche-Tarde, com o Certificado de Mérito, pelas suas implicações no meio comunitário da cidade. Marius Brisson, jornalista televisivo bem conhecido foi o mestre de cerimónias, agindo com elegância no desenrolar das solenidades. Presentes como convidados de honra os senhores, Gilbert Dacoste, juiz da cidadania,
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português. Previamente no dia, realizou-se uma visita guiada a algumas ruas do cora-ção da comunidade, com a pre-sença dos responsáveis supra-citados, algum público franco-canadiano e português e de que Vitália Rodrigues foi cicerone. “Um pretexto para nos conhecermos” – sublinhou JeanFrançois Leclerc durante a sua alocução, logo após o regresso ao parque da igreja, onde, simultaneamente era servido um Porto de Honra. Para Leclerc, estas visitas proporcionam aos participantes (particularmente os da sociedade local e de outras etnias) de se familiarizarem “com as vida
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Gilles Vaillancourt, Presidente da Câmara Municipal de Laval, Sylvain Coutlée, presidentes da Festa do Canadá-Laval, Ahmed Attab, director-adjunto dos Serviços de Cidadania e
das diversas gerações dos portugueses de Montreal…” e de descobrirem como esta comunidade “tocou e transformou o bairro de maneira permanente: na arquitectura, comércios, igrejas e instituições”. As próximas visitas ao bairro português, a partir do Parque de Portugal e com regresso à Missão Santa Cruz (em francês), far-se-ão nos dias 12 do corrente; 23 e 30 deAgosto próximo, pelas 14H00; e 19 do corrente, 9 e 16 de Agosto, em inglês A mini-exposição continua patente ao público durante o horário normal da igreja.
Mohamed Laabou, policier da GRC. Igualmente se distinguiam as Senhoras Michelle Courchesne, Ministro das Relações com os cidadãos e Imigração do Québec, as deputadas Raymonde Folco, Carole-Marie Allard e Louise Labine Secretária do Tribunal da Cidadania. Todos os convidados tiveram ocasião de assinalar as suas presenças, pronunciando breves palavras de felicitação e encorajamento aos novos cidadãos canadianos e também, fazendo entregas a estes, de certificados, emblemas, cartas dos Direitos e Liberdades e outras formas significativas do evento. Terminada a cerimónia a assistência foi convidada a partilhar o bolo da festa do Canadá, que lhes foi oferecido no jardim do edifício da Câmara Municipal.
D. Virgínia Correia de Morais Uma centenária da comunidade portuguesa de Montreal Completou no pretérito dia 7 de Junho cem anos a Sra. D. Virgínia Correia de Morais, mãe da pintora bem conhecida da nossa comunidade Maria Leonor Morais da Silva. D. Virgínia Correia de Morais nasceu, pois, há cem anos na cidade de Albufeira no Algarve. Chegou a S. Miguel, vinda da cidade da Beira (Moçambique), com a idade de 29 anos, acompanhada de seu marido Mário de Morais e de dois filhos pequenos, a Leonor e o António. Era uma pessoa extremamente dinâmica que desde nova se interessou em trabalhar, tendo sido secretária do Governador Geral de Moçambique. Casou na Beira, tendo seu marido Mário de Morais decidido a certa altura voltar para a sua terra natal (S. Miguel). Viveram sempre em S.
Miguel (Vila Franca do Campo e Ponta Delgada) até que enviuvando em 1958 se interessou de novo pelo trabalho. Foi nessa altura que dirigiu o lar da escola de enfermagem de Ponta Delgada (no Campo de São Francisco durante nove anos). Com os filhos e os netos imigra-dos no Canadá decidiu vir juntar-se a eles. Presentemente habita o Lar de Santa Doroteia em Laval. Ali foi festejado o seu centenário de vida. Por esta ocasião recebeu uma benção especial de Sua Santidade o Papa João Paulo II, assim como especiais cumprimentos da Rainha Isabel II. Para D. Virgínia Correia de Morais vão os nossos parabéns e os nossos votos de longa vida. Ad multos annos. Joviano Vaz
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Opinião Não desacreditemos o que é português
Uma casa e um jardim Por Raúl Mesquita Os portugueses sempre tiveram uma vocação para o sonho. Conhecer novas terras, novos mundos, novas gentes. Correr mundo e voltar para junto dos seus e dos amigos contando o que viram e quiçá, exagerando até na qualidade daquilo que terão visto — muitas vezes desconhecendo ou minimizando o existente na sua própria terra, numa megalomania do estrangeiro. E de que o que é estrangeiro é que é bom. Este complexo de inferioridade com que lisonjeiam egos de outrem, faz-lhes ver o que é português sob ângulos obtusos. Pior, fá-los transmitir essas obtusidades a jornalistas estrangeiros. O jornal LaPresse publicou recentemente um texto onde o autor, avançando estatísticas e percentagens — de origem duvidosa, sobre a densidade populacional portuguesa, insere opiniões de alguns portugueses residentes em Montreal segundo os quais a comunidade portuguesa se encontra em crise, «la crise de la cinquantaine». Por entre várias ambiguidades — não se podem considerar kétaines certas tradições e , ao mesmo tempo, ser-se corpo integrante delas,— classifica-se o meio comunitário português como algo de anacrónico, saído duma carte postale... O mínimo que se poderá dizer será de que ninguém é obrigado a frequentar o meio comunitário português... Este Portugal antigo que parece já não existir no velho continente, é o Portugal expatriado que se reúne ao sabor de gostos e tradições que continuam a existir... «lá bas». E, sabemos bem, que se mantêm vivas as Festas da Senhora da Agonia, da Senhora da Saúde, dos Tabuleiros, entre muitas outras e, naturalmente, as Festas do Senhor Santo Cristo e do Espírito Santo nos Açores ou a Senhora do Monte na Madeira. As feiras de louças e de gados, arraiais de todo o tipo — a que muito dificilmente participo, mas que outros apreciam e têm o direito de comungar esses valores. Os cafés e as tabernas existem e existirão certamente em todo o Portugal. Lá como cá. Ver pág. 14
Europa federalista
À margem do encontro de professores... nos Açores
Por Augusto Machado
Quase... genocídio linguístico Fernando Cruz Gomes
Nos Açores, assiste-se agora a um encontro de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá. Se nos derem licença, havemos de os considerar quase “heróis”. A eles e aos pais que, mensalmente, pagam para que os seus filhos aprendam Português. E tanto assim é que partimos, às vezes, da ideia de que o Governo Português - este e os que o antecederam - deveriam, de facto, ser acusados de “genocídio linguístico”, para não falarmos, até, em “genocídio cultural”. “Genocídio”, aqui e além, com laivos de discriminação atroz e com consequências gravíssimas para os povos que se deveriam entender pela Língua. Se atentarmos nos montes de milhares de contos que o Governo Português - este ou os outros - atira para os países da Europa onde há comunidades portuguesas e traçarmos um paralelo com os montantes que se atribuem aos países fora da Europa - Canadá, Venezuela, África do Sul, Estados Unidos, entre outros - veremos logo as tais discriminações de que tanto se fala e ninguém é capaz de calar. É que, de facto, os Governos de Lisboa parecem apostados em preservar, para a Língua e para a Cultura Portuguesas, as comunidades portuguesas que vivem na Europa, esquecendo as comunidades que vivem no resto do mundo. E mesmo quando se atira com a “resolução” do problema do Ensino de Português para os “ombros” dos chamados países de acolhimento... é por mera atitude de pôr algodão nos ouvidos... para não ouvir. É que os governantes portugueses sabem - e se não sabem deveriam saber - que os Governos do Canadá (onde o ensino é de âmbito Provincial) e dos Estados Unidos da América têm outras prioridades. E que, por muito que se lhes diga que um aluno esclarecido... é um cidadão útil e de peso, ninguém lhes poderá dizer que devem injectar mais dinheiro no sistema educacional para ensinar uma Língua diferente do Inglês e do Francês. No Canadá,
A Constituição Europeia, aprovada na cimeira de Salónica, (Grécia) recentemente, é um passo para o federalismo europeu. Segundo analistas políticos, na sua versão actual, é um atentado à soberania nacional, uma definitiva machadada na nossa independência e na nossa identidade. Se, um dia, o produto protoconstituinte da Convenção Europeia vier a ver a luz do dia, terá conseguido vergar os chefes de estado e de governo reunidos na Conferência Intergovernamental (CIG). Todavia, ninguém poderá dizer que foi o cumprimento do mandato definido aquando do Tratado de Nice, no final do 2000, onde tudo arrancou. Sob o impulso do glorioso maestro o grande mago Valéry Giscard d’Estaing, a Convenção não seguiu a agenda marcada no Tratado de Nice. Preferiu empreender mais do que um mero salto em frente – em vez de evoluir lentamente utilizando o bom velho método de pequenos passos. Mas não. A Convenção limitou-se a seguir o cruzamento entre a agenda obstinada dos federalistas e a agenda interessada dos grandes e poderosos, sempre à espreita e à cata de mais poder. Dominada por estes dois grupos, a Convenção fez o que mais lhe convinha: surda a tudo o que não fosse a música do federalismo; cega a tudo o que fosse exterior aos interesses dos poderosos. E, não tendo feito o que lhes fora pedido, os “sábios” fizeram muita coisa que ninguém lhes pedira. Nice não lhes pedira uma Constituição, nem a personalização jurídica da União, nem o primado do direito comunitário sobre todo o direito nacional – incluindo o constitucional. Em suma, dizem os críticos, a Convenção não cumpriu a sua missão. Tudo o mais é mistificação. Ver pág. 10
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Vária No emprego A personalidade obriga Por Manuel Alves Louro
Danielle Riverin, professorapesquisadora da Universidade Laval. no domínio da orientação, administração e avaliação, autora de vários livros entre os quais o último – Trabalho e Personalidade- tenta responder às dificuldades sempre actuais na busca de empregos, de que tomei algumas notas que resumo aqui. Como pode alguém manterse a nado contra mil e uma vagas que agitam continuamente o mundo do trabalho activo? Hoje, à saída das Universidades ou escolas, a escolha de empregos, com segurança de permanência, reforma aos 65 anos etc. e outros privilégios, é um idílio que só existiu há mais de 20 anos atrás. Agora, com os seus diplomas, os jovens batem à porta do mercado de trabalho à procura de empregos; outros com 55 anos e mais são postos em disponibilidade. A pesquisadora Danielle Riverain estudou a persona-
lidade de mais de 1000 profissionais, manifestada nas suas preferencias, habilitações e interesses. Identificou seis categorias ou tipos de candidatos: -Artista – cria, inventa, reconstroi o mundo à sua maneira; -Convencional – conservador, prefere manter a organização no seu statu quo, sem alterações ou mudanças maiores; -Realista – concreto, manual, gosta de manipular máquinas, de transformar a matéria, de estar ao corrente da tecnologia moderna – é um pragmático; - Empreendedor – dialoga, persuade, convence para dirigir; - Investigador – aprende, descobre, pesquisa – é isso a sua razão de ser; - Social – procura o contacto humano, directo, pessoal, para ajudar, informar, ensinar... A estes seis tipos de personalidade correspondem seis visões diferentes do mundo do trabalho. Entre os 20 e 65 anos a nossa personalidade não muda? De facto, responde a autora, a personalidade evolui pouco no mundo do trabalho; o núcleo central mantém-se; o caracter é sempre o mesmo. A personalidade, durante os dois terços da vida adquire uma nova identidade mas, por exemplo, o tipo artístico conti-
nuará sempre a rejeitar mais ou menos a atitude de controlo vindo do exterior, enquanto o tipo convencional se oporá a tudo o que seja improvisação – o gato, mesmo domesticado nunca será indiferente ao rato... A personalidade modifica-se ligeiramente, não no essencial mas nos aspectos complementares, por meio da integração no trabalho. Qual a utilidade em conhecer melhor a sua própria personalidade e a dos outros? É útil para quem procura emprego. Numa entrevista, insistir sobre pontos de vista que não correspondam aos interesses da pessoa em face, pode ser fatal para o sucesso do encontro. Ao contrário, quando se encontra diante de si a pessoa com os mesmos pontos de vista, a entrevista pode ser um sucesso. Na realidade, a pessoa de tipo artista, empreendedor e social insiste mais sobre o modo de ser, isto é, sobre a riqueza interior; mas a pessoa de tipo realista, convencional e investigador interessa-se mais ao concreto, às realizações directas, à maneira de fazer e de funcionar com uma finalidade precisa. Diz-se, frequentemente, a quem procura emprego, de promover a sua pessoa, de saber vender-se, de ser imaginativo e criativo. Isso pode ajudar os que não se vendem facilmente, mas prejudicar também os que se “vendem” demasiado aos quatro ventos (os fanfarrões). Uma profissão deve ser escolhida não em função de um sonho mas em função da personalidade, isto é, escolher o
Aproveitemos pois as férias para descansar-mos, para fraternizar-mos, pôr os nossos pensamentos e prioridades em ordem e divertirmo-nos também. Boas férias a todos. Por Natércia Rodrigues
Antes de iniciarmos as Férias, deveríamos consagrar uns dias à Senhora do Caminho. Que jornadas iremos nós percorrer? Quem iremos encontrar? Iremos para o campo ou para a praia, iremos ouvir o chilrear agradável dos passarinhos, ou iremos mergulhar os nossos olhos em paisagens de sonho? Iremos passear com amigos ou desconhecidos? Às vezes, um simples encontro pode modificar toda a nossa vida. Este encontro pode ser rico e poderemos continuar prudentes, serenos e com o coração equilibrado, mas se o encontro for pobre, ele pode obrigar-nos a perder o domínio de nós mesmos. Nestes encontros, deveríamos dar e receber paz e alegria, coragem e esperança. Seria formidável que nunca ninguém sofresse ou ficasse mais pobre por nos ter encontrado. Este tempo de férias, é talvez o momento propício para fazermos uma pausa: como é que temos olhando os outros? Com olhos severos, míopes, críticos ou desconfiados? É triste e aborrecido olhar para alguém
que nos põe sempre defeitos e que descobre as nossas imperfeições. Por vezes o ar de dúvida de certos olhares, magoa. O nosso olhar deveria ser franco, doce e transparente. Olhar de frente, convida à lealdade e franqueza e fico triste quando alguém me foge com o olhar. Fico grata quando sou capaz de ler no olhar que me oferecem, a doçura e a paz. Que os nossos olhos tenham sempre o dom de apaziguar e tranquilizar. Período de férias…como eu gostava que este tempo fosse um autêntico sinal de MAIS. Se eu quiser vivê-lo com a minha alma toda, poderei até enriquecer os meus passos no caminho do bem, no meu amor ao próximo, assim como nas minhas horas livres. É preciso ter muita força pois os desalentos são muitos e estou até a lembrar-me de umas palavras que li ou ouvi não sei bem aonde, mas que diziam que é preciso saber estar só, com o nosso aplauso, caminhando para a frente sem respeitos humanos, indiferentes com o resultado e com o próprio “eu”, preocupando-se com o aprofundar, pois o que importa é ser útil, não fazer muito, mas fazer o bem.
género de projectos ou orientações profissionais que entrem na estrutura dos gostos e nas próprias capacidades naturais de se realizar e de investir. As empresas insistem muito sobre a polivalência, mas esta polivalência não significa a capacidade de fazer tudo, mas de ser capaz de amplificar a competência nos diversos domínios, baseando-se sempre na personalidade vocacional e na formação adquirida. Neste mundo em mutação constante, é a personalidade de cada um que conta antes de tudo, e não as “imitações” isto é, não se ter na conta de um outro, seja ele um ídolo – não trocar o qua se é realmente pelo que se não é. Alguém, por exemplo que tenha uma personalidade de tipo investigador não poderá vir a ser um bom gestionário? Poderá ser um bom gestionário mas só a curto prazo. É a mesma coisa para o tipo empreendedor que queira ser pesquisador. Isso exigirá dele não apenas um enorme esforço ao longo do tempo porque vai contra a sua “natureza”. Quem aceite um emprego de vendedor ou de relacionista e não goste de lidar com o público,
será sempre obrigado a fazer um esforço suplementar, mesmo para sorrir. Uma pessoa de tipo empreendedor ou de tipo social num emprego atrás dum arquivo ou num laboratório vai-se enfadar até à depressão. Ninguém pode desfazer-se dos seus imperativos interiores, intra-individuais. Este discurso é excelente dirá alguém, mas os empregos são raros. Certo, responde Danielle Riverain, mas podemos aceitar o primeiro emprego que se apresente e se não corresponder à nossa personalidade, continuemos a procurar... Os imperativos intrapessoais não são caprichos de humanistas iluminados – a análise dos testemunhos estudados o provam claramente; trata-se de elementos fundamentais do nosso caracter e da nossa personalidade que não mudam. É bom ser-se polivalente, mas não se pode ir para alem de si mesmo, porque então, nem o empregado nem a empresa nem a sociedade ganham com isso, perlo contrário. Cada um, sendo o que é, age como é. (“Agi sequitur esse” diz a Filosofia).
Eu e as férias
Amnistia Internacional
Coligação torturou prisioneiros Prisioneiros civis e militares do Iraque declaram ter sido torturados pelas tropas aliadas. A denúncia foi feita ao relator da primeira missão da Amnistia Internacional no Iraque. Num caso foram utilizados electrochoques num homem, e outras pessoas foram espancadas toda a noite a seguir partiramlhes os dentes, informou hoje Said Bemeduha, relator da primeira missão da AI no Iraque desde o termo do conflito. Vinte vítimas das tropas aliadas interrogadas pela AI, deram testemunhos similares de maus-tratos e tortura sofridos na sua detenção em Nassiriyah e Bassorá, Iraque. Foram agredidos a soco, a pontapé e mesmo com armas, continuou Bemuduha, numa conferência de imprensa em Londres. Penso que podemos falar, aqui, de tortura, concluiu.
Conflitos no mundo
Papa contra as armas O Papa criticou o uso das armas na resolução de conflitos ao afirmar que “não é com a força das armas que os povos obterão a sua liberdade, mas sim com a ajuda de Deus”. Perante as 18.000 pessoas que assistiram ontem, na praça de São Pedro, à audiência semanal das quartas-feiras, João Paulo II defendeu que Deus não abandonará os povos, “nem nos momentos mais tenebrosos”. “O povo está seguro de que jamais será abandonado por Deus. Se o Senhor reina, nada há a temer. Há sempre, mesmo nos momentos mais tenebrosos, um projecto superior que dirige a História”, acres-centou. Adiantou que Deus voltará a revelar-se e vai guiar os seus povos, já que “apenas Dele chegará a ajuda definitiva e não das armas militares externas. Apenas com Ele se alcançará a liberdade”.
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Conto Prazer | Conversas de sonho JÚLIO Por Joel Neto
Ao princípio o olhar dele não era o olhar do Júlio – era o olhar de outro homem, de homem nenhum, um rosto tipo-passe que vinha do fundo da cela, posava para a fotografia e voltava a sentar-se a um canto, sublinhando com frenesi o jornal de economia, enquanto murmurava, indignado: “Não há notícias para animar o mercado! Não há notícias para animar o mercado!” Visitei-o pela primeira vez no sábado a seguir a sair de casa, logo a seguir a perder a Isabel para sempre, e no meu gesto não havia solidariedade nem rancor nem sequer solidão – era o meu cunhado que estava preso, e de repente uma tarde de sábado deixara de fazer sentido sem ir à prisão ver o meu cunhado que se encontrava preso, fosse qual fosse o seu crime. Ele pousou o jornal sobre o beliche, olhou-me com os olhos semicerrados, perscrutou-me de cima a baixo e perguntou: “Sabes há quanto tempo eu estou aqui, Ramos?”, e eu fiquei sem saber muito bem se o que pretendia era censurarme por ter esperado mais de um ano para ir visitá-lo ou se não sabia de facto há quantos meses estava fechado naquele cubículo e, de súbito, reencontrarme se tivesse tornado a sua última oportunidade para reacertar o passo com o tempo. Depois, no entanto, nem esperou a minha resposta: regressou ao banquinho de sapateiro, voltou a desdobrar o jornal sobre a mesa de fórmica e insistiu: “Não há notícias para animar o mercado, caramba! Onde é que isto vai parar?”, e então eu vime de repente a responder-lhe: “Enquanto o petróleo não baixar, não há nada a fazer”, e depois a falar-lhe no downsizing da minha empresa e nos trinta e seis despedimentos que eu estava encarregue de processar
na Reserva Federal Americana e novamente no barril de petróleo e outra vez na Reserva Federal, essa entidade já tão abstracta e à qual, todavia, pareciam ir desaguar todos os nossos problemas. Quando voltei no sábado seguinte já me tinha deitado com a mulher dele, com a irmã da minha mulher, com a minha cunhada – mas apesar disso, apesar de então a minha mulher estar a viver com um tipo que se fingira meu amigo, apesar de eu e o meu cunhado passarmos as tardes de sábado juntos numa prisão e de a mulher dele andar secretamente a dormir comigo durante quase toda a semana, os nossos reencontros semanais na prisão pareciam ainda trazer os papéis habituais, os papéis de sempre, os mesmos papéis de quando celebrávamos em família os aniversários das crianças ou de quando passávamos férias os quatro juntos, deixando os miúdos na colónia de férias da empresa. Na verdade eu sempre achei que dois casais juntos em férias era levar a natureza humana ao seu limite, pô-la a olhar o seu próprio abismo, e nenhum de nós devia surpreender-se agora por, a determinada altura da vida, a coisas resultarem no que resultaram. Para mim, o mais fascinante era a forma como todos nós tínhamos de repente abraçado uma nova rotina, de certa forma contentes com ela: a Isabel feliz com o novo amante apesar da sua culpa, a Cândida chorando a filha apesar da raiva de ambas, eu a mudar o nó à gravata todos os sábados apesar de saber que recomeçar do início era impossível – e depois eu a telefonar à Isabel para lembrá-la: “Amanhã vou ver os miúdos à Costa” e a estacionar no parque da prisão e a sentarme durante horas naquela cadeira de pau, enquanto o meu cunhado riscava o jornal de economia e protestava pelo desmazelo dos repórteres que não encontravam notícias que fizessem avançar o mundo – e novamente eu aproveitando o seu grito para gritar com ele, ambos gritando impropérios a uma só voz, ele gritando contra os jornais e a maldita Reserva
Federal Americana, eu gritando contra uma mulher que me traíra e um homem que me roubara, o homem e a mulher acenando-me de uma varanda da Costa da Caparica e eu gritando impropérios na direcção deles, enquanto empurrava os baloiços às crianças e via esgotar-se o meu tempo semanal de custódia partilhada. Só uma vez falámos no crime dele. Ele disse: “Tive sorte em ficar com esta cela só para mim”, e eu respondi: “Apesar de tudo não estás mal, Júlio.” Foi como destapar a caixa de Pandora, aquele “apesar de tudo” – e então, ao fim de três meses, ao fim de doze sábados de visitas à prisão, ao fim de ter-me deitado com a sua mulher mais de quarenta vezes na cama dos dois, eu e o meu cunhado tivemos finalmente de falar no crime dele. Ele perguntou: “O que é que queres dizer com esse ‘apesar de tudo’?”, e então ambos soubemos que era chegada a hora de conversar – que era chegada a hora, mesmo que aquilo tudo me interessasse muito pouco, mesmo para ele tudo fosse demasiado importante para se discutir assim, sentados em bancos de madeira, separados por grades, com uma carcereira de dentes negros policiando ao fundo cada um dos nossos movimentos. Eu disse: “Conta-me da Sónia”, e ele ainda desconversou: “Mas quem é esse tal de Nuno, que te levou a Isabel? O gajo do Audi preto, o consultor-maravilha?” Eu insisti: “Conta-me da Sónia, Júlio”, e ele evadiu-se mais uma vez, em desespero: “Hoje não trazes gravata porquê? Não penses que, por estar aqui dentro, não posso fazer-te mal...” Eu ataquei uma última vez: “Júlio, conta-me o que é que viste de sensual na tua filha. Conta-me porque a atacaste!”, e então ele chegou-se mais para o pé de mim, junto às barras de ferro, semicerrou os olhos e desferiu: “Se vieste aqui à procura de perdão por andares a dormir com minha mulher, não precisas. Tens a minha bênção!” Depois riu-se. “Deve ter sido um alívio para ti ver-me aqui preso”, insistiu, e enquanto se ria os seus olhos voltavam a não ser os olhos dele, eram os olhos de outro homem, de homem nenhum, um rosto tipo-passe que vinha e voltava do fundo da cela, que dobrava e desdobrava o jornal de economia sobre o tampo de fórmica, que se confrontava com o seu próprio
declínio e, num último esforço, resistia a mergulhar de vez nele. “Enfim, uma notícia para animar o mercado, senhor doutor!”, ria. “Director de recursos humanos de multinacional de consultoria do ramo meteorológico tem um caso com a cunhada, cujo marido se encontra na prisão. O affaire fez o barril de petróleo descer aos vinte e oito dólares e os índices bolsistas recuperaram ligeiramente”, declamava, em tom de telejornal. Era a única maneira que ele tinha de falar sobre o seu crime, a única forma de resistir a uma filha que o odiava e a uma mulher que o traía e a um cunhado que o esmagava e a tudo o mais que o vinha destruindo sem pausas nem contemplações
desde há quase um ano e meio. Isso tínhamo-lo em comum: nenhum de nós sabia dominar um ambiente, nenhum de nós sabia gerir as emoções dos outros, ambos nos deixávamos esmagar, e todos os jogos de palavras e de olhares em que se haviam baseado aqueles três meses de visitas semanais à prisão, todos aqueles momentos em que um tinha tentado sobrepor-se ao outro e o outro se rira da pobreza do jogo como quem volta a alinhar as pedras no tabuleiro, como quem não se contenta com o empate, mais não significavam do que actos desesperados de dois homens que não eram o que queriam ser, dois homens brincando ao poder e à inveja, brincando com
palavras, brincando com gritos, brincando com gritos e cambalhotas e incapazes de segurar firmes os olhos no ar, incapazes de fechar a boca e com esse silêncio rasgar por dentro o adversário. “Tu sempre te estiveste nas tintas para a Cândida”, disse-lhe eu, e ele respondeu: “Se eu quisesse também teria dormido com a Isabel. Lembras-te daquelas férias em Tenerife, quando tu e a Cândida iam juntos ao supermercado?...” Eu voltei: “Se não dormiste é porque foste parvo. Ou porque nunca deste às mulheres da tua vida o valor que elas realmente mereciam”, e ele insistiu: “Como tu. E olha que a Isabel merecia, uma mulher tão Ver pág. 14
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Comunidade Ao Correr da Pena Por Joviano Vaz
Como prometido eis-me de novo com a crónica “Ao Correr da Pena” que hoje tem o seguinte sumário: 1)- Amnistia Internacional e a guerra ao terrorismo 2)- A diarreia do turista 3)- Dores de cabeça (cefaleia) 4)- O colesterol 5)- Novo método de anestesia local 6)- A epilepsia, uma doença ainda desconhecida 7)- A medicina, uma profissão de futuro 8)- Cataclismos meteorológicos 9)- A Organização Mundial da Saúde adopta uma Convenção antitabaco Amnistia Internacional e a guerra ao terrorismo A guerra lançada contra o terrorismo por Washington fez com que o mundo seja mais perigoso, pois ela torna frágil o respeito dos direitos da pessoa e permite aos governos de escaparem a certos mecanismos de controle segundo um recente relatório de Amnistia Internacional. No aludido relatório Amnistia Internacional exorta o mundo a agir mais adequadamente para resolver os problemas do Iraque agora que a guerra está terminada. Segundo este organismo as medidas adoptadas após o 11 de Setembro 2001 têm um efeito inverso e negativo. As atitudes de Washington acentuam as barreiras entre os povos de diferentes religiões e origens. Segundo Amnistia Internacional o mundo não consagra as energias necessárias para resolver os problemas ligados às guerras do Afeganistão e do Iraque. A situação desesperada em que se encontram por exemplo os 600 presos da prisão americana de Guantanamo em Cuba é lamentável e irresponsável. A maior parte desses prisioneiros nunca foram acusados e nunca compareceram num tribunal, afirma ainda o relatório. No aludido relatório Amnistia acusa igualmente o exército israelita de crimes de guerra, assim como as actividades palestinianas de crimes contra a humanidade. A diarreia do turista As pessoas que estão em ferias devem tomar todas as precauções necessárias para evitar doenças durante as férias sobretudo no estrangeiro.
Os turistas devem evitar beber água corrente mas substitui-la por água fervida ou engarrafada e devem comer carnes e peixes bem cozidos. É porque há uma doença que se apanha com muita facilidade numa viagem. Trata-se da conhecida “Turista”. Alem da diarreia o turista sente-se mal e debilitado fisicamente. Apesar de todas as precauções um milhão e 300.000 turistas canadianos sofrem desta doença todos os anos. A diarreia causada pela “Turista” é desagradável e faz perder o gosto da viagem de quem dela sofre. Geralmente esta doença não é mortal mas estraga definitivamente as férias de quem dela sofre. Dores de Cabeça (Cefaleia) Toda a gente tem ocasionalmente uma dor de cabeça. E geralmente para a combater toda a gente toma um comprimido. Existem, no entanto, certos métodos de combate à cefaleia. Vejamos: 1)- Se ela estiver ligada a um “stress”, é importante eliminar a sua origem, tomar ar, andar, dormir ou comer um fruto 2)- Deitar-se de costas com uma toalha húmida na nuca ou na cabeça. Um saco de gelo numa toalha pode também ajudar 3)- Durma bem, consacre dez minutos por dia à marcha. Faça exercícios físicos ligeiros, tome refeições ligeiras e equilibradas e evite o álcool, o açúcar e a cafeína. E o mais importante: deixe de fumar. O colesterol A relação entre as matérias gordurentas e o colesterol parece evidente. Mas não é verdade pensar que os alimentos óleo à base vegetal contêm colesterol porque esta substancia só existe nos produtos de origem animal. No entanto é um facto que a produção de colesterol pelo ser humano está estreitamente ligado à absorção de matérias gordurentas. Existem duas espécies de colesterol: o bom e o mau. O primeiro está associado a uma diminuição dos riscos de doenças coronárias enquanto que pelo contrário o mau colesterol contribui a endurecer os vasos sanguíneos e assim a aumentar os riscos de crise cardíaca. As gorduras alimentares são essenciais ao bom funcionamento do organismo humano. Portanto essas gorduras só devem ser reagrupadas em duas categorias: as gorduras de origem animal e as gorduras vegetais. Na cozinha é bom substituir a manteiga ou a margarina por óleos como o óleo de canola ou então por caldo de galinha. Para as saladas o azeite é perfeito mas não aconselhável para a cozedura. Faça pois, atenção ao colesterol. Ele pode pregar-lhe as suas partidas. Novo método de anestesia local Uma nova substancia analgésica que consiste em injectar um calmante directamente numa ferida por via local está a ser empregada com frequência nos Estados Unidos.
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Este método permite evitar os efeitos secundários dos narcóticos principalmente a sonolência. Das operações coronárias às próteses dos joelhos, os cirurgiões são cada vez mais numerosos a utilizar este novo método de anestesia apesar do seu custo elevado. A epilepsia, uma doença ainda desconhecida Epilepsia Canadá acaba de lançar a campanha “A desmistificação da epilepsia” com o fim de tornar conhecido este problema neurológico que afecta milhares de pessoas. Cerca de 300.000 canadianos sofrem de epilepsia e cada dia que passa 38 pessoas são informadas que sofrem de epilepsia. Esta doença pode aparecer em qualquer idade. No entanto 44% dos casos são diagnosticados antes da idade de cinco anos. A epilepsia não é uma doença contagiosa contrariamente ao que se crê ainda nos nossos dias. Para mais informações consulte o sitio web da Epilepsia
Canadá www.epilepsy.ca ou telefone para 1-877-734-0873. A medicina, uma profissão de futuro O sector da saúde, como se sabe, está em plena estruturação o que vai criar inúmeras possibilidades de futuro para os jovens estudantes. Somente na Província do Quebeque o Ministério da Saúde deverá admitir mais de 10.000 pessoas por ano no decurso do próximo decénio e até 15.000 pessoas em 2009. Varias especialidades serão bastante procuradas como a anestesia, a obstetrícia, a ginecologia, a patologia, a psiquiatria e a oncologia. Os próximos anos serão, portanto, anos de grande procura e desenvolvimento no campo da medicina. Cataclismos meteorológicos As catástrofes relacionadas com o clima representam 55% de todas as que são registadas no país. O custo dessas catástrofes atinge por vezes mais de 905 milhões de dólares. E este número risca de aumentar. O calor tem o seu impacto sobretudo nas reservas de água. Há cerca de quinze anos que Hydro-Québec regista ano após ano uma diminuição de cerca de 2000 metros cúbicos por segundo. Isto significa que os cataclismos meteorológicos, muitas vezes imprevisíveis, podem ser nefastos para toda a gente. A Organização Mundial da Saúde adopta uma convenção anti-tabaco A Assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de aprovar uma convenção-tipo para a luta anti-tabaco com o fim de salvar milhões de vidas. O texto foi adoptado unanimemente. Ele prevê a proibição ou a limitação da publicidade sobre o tabaco, a redução do tabagismo passivo, a publicação de avisos sanitários mais agressivos e o controle da utilização de termos como a fraca composição de “nicotina” nos maços de cigarros. As normas agora adoptadas vão permitir salvar milhões de vidas e garantir às gerações futuras o direito à saúde. A convenção entrará em vigor após a sua aprovação por cerca de quarenta países. Cerca de cinquenta Ministros da Saúde provenientes de vários países manifestaram-se já a favor do acordo. E por aqui me fico esta semana. Voltarei nos primeiros dias de Agosto, após merecidas férias.
europa federalista... Cont da pág. 5
Este grupo de “sábios” que elaboraram a Constituição Europeia, estão dominados pela mitologia dos pais-fundadores e obcecados em criar a união federal, tendo por objectivo a transformação [da Europa] num bloco político-militar capaz de competir e rivalizar com os EUA. Países pequenos como Portugal deixarão de ser politicamente autónomos e capazes de decidir sobre o seu destino. Passaremos a ser parte integrante de uma união federal – um super-Estado com supremacia legal sobre a lei portuguesa, um presidente europeu, um ministro dos Negócios Estrangeiro, uma Comissão com reforçadíssimos poderes e o controlo supremo sobre a nossa vida nacional e internacional: na justiça, na economia, na imigração, no ambiente, na indústria, na agricultura, na pesca, no comércio, na defesa e na política externa. Enfim, Bruxelas deixará de ser um produto das nossas vontades; passaremos nós a ser um produto da vontade de Bruxelas, sem capacidade de secessão ou protesto. Em Portugal, apenas o PCP e o Bloco de Esquerda condenam e rejeitam o projecto de Constituição Europeia. Os comunistas têm sido duros nas suas críticas. Considerando que são os interesses das grandes potências europeias que estão a apressar o processo do federalismo inteiramente à margem dos povos dos países que integram a União Europeia. E acrescentam: “Portugal perde influência e peso no processo de decisão, perde as presidências semestrais, já perdeu um deputado na sequência do Tratado de Nice e vai perder mais mandatos nas eleições de 2009. Ainda a Convenção não tinha terminado já havia quem criticasse os trabalhos dos “sábios” como uma (má) peça teatral com guião determinado à partida para fazer valer as teses federalistas de um super-Estado europeu. Havia membros da Convenção que rejeitavam o federalismo. Mas, quando da apresentação de propostas alternativas, o resultado final era sempre uma provação das propostas do presidente e... por consenso! Claro que não houve consenso nenhum. O que houve foi uma grande farsa nos trabalhos da Convenção, e que esta é uma simples encenação.
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A VOZ DE PORTUGAL, 9 de Julho de 2003 - Página 11
50 anos depois…… Nem tudo é mau na nossa comunidade Por Conceição Correia
Assim que li o artigo no jornal LusoPresse « Uma comunidade ainda por nascer » de Nelson Faria, que diga-se de passagem acho um jovem muito interessante e um dos bons elementos na nossa comunidade, tive de imediato vontade de lhe dar resposta. Não o fiz na altura, mas, relendo o mesmo artigo no Satúrnia, a vontade voltou e aqui estou a tentar fazêlo. Nesse artigo o Nelson afirma que « não podemos facilmente definir a nossa comunidade visto as grandes diferenças de gerações » será que nas outras comunidades, inclusive a do Quebeque isso não existe? Os da terceira (geração) como ele os chama, ou os da geração X como são mais conhecidos, parecem estar a ficar para trás em cinco áreas muito importantes: aptidões, conhecimentos, pensamentos críticos, trabalho, e moralidade. Nascidos a fins dos 70 e princípios dos 80, os finalistas universitários de hoje fazem parte da geração X. Vieram ao mundo muito depois da guerra do Vietnam, de Richard Nixon, e Watergate. Muitos nasceram depois de « Saturday Night Fever » e nem sequer sabem quem é John Travolta. Também
não sabem o que é viver numa sociedade onde o casamento é a instituição social predominante. Conhecem por exemplo a existência de, famílias separadas, de pais mono-parentais, e o que é ser uma criança, criada e educada pelos jardins de infância, porque 67% deles têm mães que trabalham. Os membros da geração X conhecem muito sobre Madona, Princesa Diana, Michael Jackson, Michael Jordan , Mike Tyson e questão de orgulho luso até Nelly Furtado, uma estrela que estrelou para um mercado de momento e que aos poucos passará de moda. Quase sem excepção, os modelos de carácter que escolhem são as celebridades do MTV, ESPN, e da capa da revista People. Que conhecem eles das aldeias onde os pais nasceram, das tradições que eles pretendem preservar, da luta que tiveram para dar educação aos filhos? E aí, estou plenamente de acordo com o Nelson. Só estou em desacordo quando ele afirma que nós, os da primeira ou segunda, não sabemos quem é Nelly Furtado e se calhar nem compreendemos a letra « I am like a bird, I don’t know where my home is, I don’t know where my heart is… » porque isso é generalizar, e nós da segunda também sabemos o que é viver a diferença de mentalidades de gerações, e as crises de identidade criadas pela dualidade cultural que vivemos quando os nossos pais imigraram. Não era fácil, mesmo vindo duma grande cidade em Portugal, com pais relativamente modernos e avantgardistes, dançar o rock and roll e o twist, usar mini-saia e fumar gitanes. Vivemos numa idade mira--
culosa. As grandes e rápidas mudanças revolucionaram a maneira como vivemos. Quando comecei no liceu aprendi a escrever à máquina, hoje tenho um computador, um fax, e um correio electrónico. Estas novas ferramentas de alta tecnologia dão-nos a possibilidade de melhorarmos a nossa educação, alargarmos o acesso ao conhecimento, de produzirmos mais, e de termos maior liberdade para tomarmos decisões morais, mas essas mesmas ferramentas também nos pedem uma maior responsabilidade pessoal. Hoje ao fazermos uma retrospectiva dos 50 anos da nossa comunidade, será que temos maturidade suficiente para levantar o chapéu, e bem alto, aos pioneiros e fundadores das nossas instituições? Que, provenientes de meios rurais ou pobres, com a educação mínima, com desconhecimento de línguas estrangeiras, sem faxes, sem computadores e sem acesso a informação, conseguiram criar instituições, dignas de louvor, mesmo se hoje essas mesmas instituições não querem dizer nada aos nossos jovens e se os julgam como « patarecos ». Será que esses jovens estão prontos, a aceitar o desafio, de pegar nessas instituições criadas com o suor e trabalho dos nossos pioneiros e de as modelar à maneira de hoje, para as necessidades de hoje? Nas minhas experiências associativas com os jovens, só experimentei o contrário, que mesmo dando-lhes a oportunidade e o espaço para fazerem e criarem actividades que correspondam às suas necessidades, esses mesmos jovens, bem formados, bem informatizados, bem informados não tiveram a motivação suficiente para com um diálogo aberto e sadio, viverem o período de transição necessário para que a nossa comunidade, não vou dizer nasça, como diz o Nelson, porque acho que ela nasceu e muito bem, mas, que renasça,
que se identifique e que se implique orgulhosa pelos feitos realizados, para que os nossos filhos deixem de fazer parte das estatísticas dos alunos que têm os melhores resultados como francófonos ou anglófonos, mas que sejam incluídos com orgulho nas estatísticas dos lusófonos, para que assim a nossa comunidade não seja apresentada com tanto negativismo (como o foi no artigo da Gazette). Como pais, temos de nos levantar para que nos contem , para que em artigos futuros possam dizer que nós os da « segunda » também sabemos teclar, falar inglês e francês e que sabemos quem é Nelly Furtado. Também temos de aproveitar a oportunidade para mostrarmos aos nossos filhos o que é bem e o que é mal, e sobretudo restaurar a noção que a qualidade de poder julgar não é ser antiquado, que existe uma diferença entre acreditar em algo e ser forte e defender o que acreditamos e que a nossa comunidade não deve ser julgada pelas procissões, pelos bailaricos e jantares que organiza, nem pelas filarmónicas e grupos folclóricos que possui, mas sim pelas igrejas, pelo lar para idosos, pela Caixa de Economia, pelas clinicas, pelas escolas, pelos centros de ajuda, pelos profissionais , pelos políticos, pelos desportistas, pelos professores, pelos artistas, pelos músicos, pelos escritores, pelas pessoas que trabalham e pela dignidade e apreço com que somos reconhecidos pelas outras comunidades e pela sociedade de acolhimento onde vivemos. Paremos de ser negativos e vamos dar-nos dar uma « Excelente » nota pelo trabalho feito no passado e trabalhemos para que a nossa comunidade possa utilizar os jovens e que eles saibam assumir esta responsabilidade de transição que devem assumir, porque eles são o futuro da nossa comunidade.
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Houve festa cá na casa Bem-vindo ao Clube Rudy !!!
No passado dia 21 de Junho o “nosso” Rudy Rotondo deu o nó e juntou-se ao Clube dos Casados. Comecem por ter orgulho em falar português, esforcem-se para o falar bem, e para conhecerem o que é verdadeiramente a cultura portuguesa, leiam livros em português, oiçam boa música portuguesa. E para terminar eis a questão que se coloca, O que é que esta geração X já deu como amostra e referência do que são capazes fazer para contrariar os feitos do passado será que são capazes de fazer melhor que os seus pais? Um conselho amigo, recomendo à geração X que possam diferenciar uma tomada eléctrica de um focinho de porco e depois podemos conversar.
A cerimónia t eve lugar na Igreja Our Lady of Pompei e a recepção na sala Le Parc perante cerca de 300 convivas. A noiva, a bela Shirley Valencia estava resplandecente no seu vestido branco e o Rudy transpirava de felicidade ao lado da sua bem amada. Toda a equipa do nosso jornal assim como a do Centre d’Affaires de Montréal, formulam votos das maiores venturas para este jovem casal que agora começam uma nova vida em comum. Quanto ao Rudy em particular, esperamos poder continuar a “fazer-lhe a cabeça em água” por muitos mais anos e que continue a ter a habitual paciência para nos aturar. Um grande abraço de parabéns.
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A VOZ DE PORTUGAL, 9 de Julho de 2003 - Página 12
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A VOZ DE PORTUGAL, 9 de Julho de 2003 - Página 13
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Para quem goste. E pelo que se pode constatar, mesmo os seus críticos as frequentam. Ou seja, não gosto, mas vou! Não creio que o mundo da imigração portuguesa em Montreal, seja diferente do mundo da imigração grega ou troiana. Se houver uma diferença, ela residirá, talvez, nestes, na inteligência de não menosprezarem publicamente os seus compatriotas e de lavarem a roupa suja em família. Idealmente seria então, que aqueles que pensam ter possibilidades de o fazer, colaborarem, sem subvenções, na sua ascensão. O que é curioso e triste ao mesmo tempo, é que para além do atestado de ignorância colectiva que lançam sobre l’ethnie portugaise ao afirmar-se como sendo obsoleta e a tipicamente de mais deficiente escolaridade, nega-se ou oculta-se por razões, talvez obscuras, que me escapam, a existência — mais ou menos desde há 30 anos, duma geração jovem razoavelmente escolarizada e que em muitos casos, possuiu cursos universitários. Que continua a desenvolver-se. Como em todos os outros grupos étnicos. E como no Portugal de todos os quadrantes. E que até muito recentemente, alguns dos entrevistados, embandeiravam em arco na sua promoção e defesa... É certo que temos poucos verdadeiros intelectuais. Inversamente, pretensos temos muitos. Lá como cá. Deviam fazer, é a expressão mais corrente! E é isso que no fundo será mais tipicamente português.
Não creio que haja crise na comunidade portuguesa de Montreal. Existe em todo o mundo uma evolução, lógica e normal, sobre diferentes aspectos, que se reflecte em todas as sociedades, e à qual a portuguesa, não pode ficar indiferente. A juventude, graças ao trabalho e ao esforço das gerações anteriores que com as suas contribuições ao erário público lhes proporcionam hoje, o acesso a escolas e a universidades praticamente gratuitas, beneficiam duma escolaridade superior aos seus pais e avós. É portanto, a esses portugueses saídos de “cartas postais,” imagens dum Portugal “que já não existe,” que se devem todas as realizações, as poucas que possuímos, e a preservação da Língua Portuguesa, como pouco que ainda resta da alma desse Povo que é grande quando quer e que só é pequeno quando do interior o rebaixam. Mas os portugueses sempre tiveram uma vocação para o sonho. Ter uma casa. Ter um jardim. Seu. Fazer a sua horta, como aquela que deixaram num terreiro distante. Continuarem a ser eles próprios num país estrangeiro que lhes deu guarida. Respeitadores e esperando também serem respeitados. Foi sonhando com uma vida melhor, que tantos homens e mulheres, mãos calejadas do trabalho rural, sem diplomas de grau elevado, alguns mesmo analfabetos, desembarcaram no Canadá e em vários outros países acolhedores duma mão de obra tenaz a preços módicos. Perseveraram e transformaram as suas vivências, guardando intactas as tradições e hábitos da sua juventude, construindo
sem nada pedirem, facilitando à sua progenitura um bem melhor futuro. Essa gente merece todo o nosso respeito. Se diferenças existem entre os tais dois blocos que dizem se confrontarem, elas serão, fundamentalmente, na suas formas de agir. Enquanto a geração anterior construiu pela força dos seus braços e com as verbas de contribuições pessoais, o outro bloco, de modo geral, aproveitase do que existe e só se identifica como português quando, no final da linha há um cheque. Uma subvenção. Um modo de vida que se apoia sempre no erário público ao qual, a maioria dos seus representantes nunca contribuiu. Não há crise na comunidade portuguesa de Montreal. Há sim, gente nova e gente mais velha, grupos grandes de jovens que como as maiorias silenciosas participam em várias tradições, e há também, um grupo mais pequeno com outras ambições e orquestrações que se fazem para músicas já estafadas, como imagens que ciclicamente aparecem e desaparecem nos horizontes comunitários, ao som de interesses bem pessoais. Os portugueses sempre tiveram uma vocação para o sonho. Seja para uma casa e um jardim ou para qualquer outro lugar ao Sol, possam eles todos, realizá-los, porém, sem amesquinharem a sua própria identidade.
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Quase... Cont da pág. 5
há até a particularidade de haver mais umas quantas dezenas de outras Línguas que também teriam de ser ensinadas. O Ensino! A aprendiza-gem! A Língua da Lusofonia... que, pelo menos nos 3 ou 4 milhões de Portugueses que vivem nos países fora da Europa se vai perdendo... era bem capaz de ser o Português! Só que, ao longo dos tempos, e com a falta de di-nheiro e, especialmente, de vontade de estudar os problemas que se põem ao ensino de Português, o Governo de Lisboa vai matando essa mesma Língua. Os lusodescendentes que ainda a falam - ainda que estropiada e com “nuances” muito “sui generis” são aqueles a quem os pais quase obrigaram a aprender. São aqueles com os quais os pais gastaram rios de dinheiro. Sim, porque o Pai-Governo neste caso, Padrasto-Governo não dá um tostão, nem que seja para um livro. Não manda um professor nem que seja para fazer um curso de reciclagem aos que por cá estão. Pratica “genocídio” de Língua. Faz guerra de “terra queimada” para que, daqui a 50 anos, os tais lusodescendentes falem o Inglês e o Francês, o Espanhol e talvez o Afrikander. Portugal, pelos vistos, descansou no entusiasmo dos pais. A Portugal, pelos vistos, interessa, apenas, um X de milhões de contos de remessas. O resto... é, de facto, com os pais. Ah, e agora, com os Governos dos países de acolhimento... A Portugal basta-lhe as remessas dos (ainda) chamados emigrantes (com i...), até porque sabe que eles vão continuar pelo menos por agora - a levantar a Bandeira de Portugal
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e a fungar saudades pelo país de origem. E continuarão, também, pois claro, a cantar vivas ao Benfica e ao Sporting e aos sucessivos Presidentes que se deslocam quando é necessário “levantar a alma da Pátria”. No Canadá e nos Estados Unidos - e decerto noutros países do resto... do mundo - lembraram-se, não há muito, de enviar uma CoordenadoraGeral do Ensino. Como se fosse possível coordenar um Ensino que Portugal não paga. Como se fosse possível interferir no eventual ensino das Línguas de Origem que os Governos locais (ainda) vão dando! Como se fosse possível um Coordenador-Geral do Ensino substituir-se a umas boas dezenas de professores, a umas quantas toneladas de livros. Quando, a propósito, entrevistámos a então secretária de Estado Ana Benavente... a senhora foi-nos dizendo que “coordenar” não significa “só” coordenar. E que às vezes um bom levantamento das situações... pode ajudar a resolver problemas. Pois. No Canadá, a senhora já está há um ror de anos, mudouse o Governo... e, pelos vistos, ainda não teve tempo de fazer o tal levantamento. Mudar a senhora? Acabar-lhe com a tal mordomia (ou quase)? Nem pensar nisso. Ao invés, terminam uma comissão a uma leitora de Português do Instituto Camões colocada na Universidade de Toronto que, mesmo cumprindo em grande as suas missões naquele estabelecimento de Ensino Superior, fazia “milagres” no dia-a-dia das suas horas vagas para que, pelo menos, a Cultura Portuguesa fosse visível, em várias das suas componentes. E a presidente do Instituto (patrão) de Camões sabia. Em público, em Novembro, foi avisada. Em conferência onde se estudava... também isso. Não dá para entender. Não. Algo está, de facto, mal. E para nós que, de longe, vamos anotando o que s e faz na Europa e nos países de língua oficial portuguesa (Angola, Moçambique, Timor, etc.), ficamos a procurar nos dicionários uma palavra mais doce do que “genocídio” para explicar o descaso que o Governo Português faz das comunidades portuguesas espalhadas por este resto do mundo... Mas, de facto, não encontramos!
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suave, tão dócil...” E assim continuámos durante toda a tarde, ele acusando-me de tudo, eu acusando-o de nada, ambos sabendo que nem a negligência dele nem o meu excesso de zelo podiam alguma vez ter feito o que quer que fosse para contrariar a marcha inexorável do desejo das nossas mulheres, ambos conscientes de que, fizéssemos o que fizéssemos, lutássemos o que lutássemos, amássemos como amássemos, vivêssemos ou não uma vida inteira ao lado da mulher amávamos, dedicando-nos a ela por completo ou apenas controlando os seus movimentos à distância, dando-lhe a liberdade que ela pedia ou restringindolhes os movimentos – sim, fizéssemos o que fizéssemos, um dia chegaria um burlão qualquer à nossa vida, um ser abjecto qualquer, um burgesso qualquer sem nenhum talento, sem nenhuma beleza, sem nada, e levaria a nossa mulher para sempre. Há quem lhe chame “química”, “faísca”, até “click”, e outros dão-lhe nomes como “cara-metade”, “o homem da nossa vida”, mesmo “signos compatíveis” – chamam-lhe tudo e alguma coisa, a essa coisa e à sua ausência, e no fundo apenas nos querem dizer que todos os dias as perdemos um pouco, que o nosso amor não é outra coisa senão medo, medo de que elas partam, medo de que elas se matem, medo de viver com a memória de uma mulher que partiu ou se matou. Então eu levantei-me, agarrei por um segundo as grades da cela e senti pela primeira vez pena do meu cunhado. Ele baixou os olhos ao chão, fechou-os durante um momento e disse: “Sabes que eu sou culpado, não sabes?”, e enquanto eu virava costas e voltava a olhar aquela guarda magra de dentes negros, aquela sombra alta e magra e assustadora que tinham atribuído às celas dos violadores de crianças, Júlio gritava lá de trás, nas minhas costas: “Ela tem saudades tuas, sabias? A Isabel tem saudades tuas. Estás a ouvir? Ainda não a perdeste de vez, Ramos. Estás a ouvir, Manuel? Ainda não a perdeste de vez!” E essa foi a última vez que o visitei.
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Desporto Mão na bola Estrangeiros Joel Neto
Um editor pediu-me há umas semanas, como forma de assinalar o 10 de Junho, um texto pessoal e divertido – “pessoal e divertido”, sublinhou – com as dez melhores razões para se ser português. Suponho que estivesse a pensar nas Descobertas, no Camões, no fado, na Amália Rodrigues, no Eusébio, na alheira de Mirandela. Eu olhei-o de soslaio e disse-lhe: “Só me ocorrem as dez melhores razões para se ser dinamarquês, dominicano, do Burquina Faso – tudo menos português. Queres?” Ocorreram-me os sacos azuis, a pedofilia, a Teresa Guilherme, Albufeira, o galo de Barcelos – ocorreram-me, a sério. Ele não quis – eu, quando fui editor, também não queria. Dei-lhe uns contactos de amigos meus, bem mais felizes. Enfim, não foi por ser português que eu celebrei as vitórias do FC Porto no campeonato nacional e na Taça UEFA – no dia em que escrevo
ainda não se jogou a Taça de Portugal, e mesmo assim estive quase a arriscar incluí-la, à confiança. Aliás, também não foi por gostar especialmente das gentes da Invicta que as celebrei. Nem sequer por detestar Rui Rio. Ou por ter esperança de também ir para assessor do Jorge Mendes. Ou mesmo por já ter como adquirido que o Pauleta vai vestir de azul-e-branco – discute-se isso, no dia em que escrevo. Eu celebrei a vitória do FC Porto porque, embora dentro de mim as vísceras se me retorcessem e nos Açores o meu pai ameaçasse deixar todos os bens à minha irmã, eu vejo Deco fazer um passe, Postiga rodar na área, Jankauskas saltar junto ao golo – vejo Ricardo Carvalho fazer um corte e sair a jogar, vejo Costinha correr para trás e para a frente, vejo Paulo Ferreira fazer um centro preciso – e não consigo evitar erguer os braços. Mandoos estarem quietos (a eles, os braços) e eles levantam-se por si, como se levitassem. O FC Porto 2002-2003 foi a melhor equipa portuguesa que eu alguma vez vi jogar. Detesto este tipo de conversas, mas até isto tenho de dizer: o FC Porto ocupa o campo mais de forma inteligente do que de forma equitativa, sobre no terreno mais para marcar golos do que para sacudir a pressão adversária, toma banho depois dos jogos mais para estar lavadinho para o encontro
seguinte do que para ir beber um copo ao Indústria – e apesar disso parece cobrir o campo todo de forma equitativa, sacode a pressão adversária sempre que esta se insinua e vai beber tranquilamente um copo ao Indústria, que daí não vem nenhum mal ao mundo. Não é uma máquina de jogar futebol: as máquinas funcionam sempre da mesma maneira, muito certinhas. Não é uma orquestra clássica: as orquestras clássicas também tocam sempre da mesma maneira, muito certinhas. O FC Porto é um banda de dixieland, torrencial, cheia de improvisos, deliciosamente imperfeita, tocando ao vivo, levando a multidão em cortejo como se estivessem todos em New Orleans. O FC Porto é uma delícia e é uma loucura. Custa-me olhar para José Mourinho e para a sua tão indisfarçável vaidade. Custame ver Pinto da Costa beijar a jovem namorada em público. Custa-me ver Deco marcar golos pela selecção nacional. Na verdade, eu gosto é de bons rapazinhos, humildes. Detesto velhos bobos e alaricados. Irrito-me com a economicização da selecção nacional. Mas isso é porque sou português, pequenino, conservador, inseguro. Mourinho, Pinto da Costa e Deco não são portugueses. E o meu coração, por estas semanas, está do lado dos estrangeiros.
Sporting Quaresma no Silva em Alvalade por três épocas Barcelona por O avançado Silva vai jogar no Sporting as próximas três épocas. O Boavista recebe pela transferência cerca de um milhão de euros e a cedência definitiva de um jogador. Elpídio Silva é o segundo participar no Torneio do reforço do Sporting para a nova Centenário do Boavista. época. A transferência do «Foi uma negociação rápida e brasileiro do Boavista para muito boa para todas as partes. Alvalade foi negociada entre os Fico feliz por esta oportunidade responsáveis dos dois clubes, até porque sempre dei prefehoras depois de Niculae se ter rência ao Sporting e espero que lesionado, e ficou concluída na este seja mais um passo em passada terça-feira. frente na minha carreira», afirmou o jogador à saída do edifício Visconde de Alvalade. O jogador revelou também que apenas deverá apresentarse ao trabalho na quinta-feira, pois tem ainda assuntos a tratar, mas depois: «Gosto de trabalhar e estou tranquilo. Em todos os clubes por que passei demorei sempre dois a três meses a adaptar-me, mas no Sporting espero adaptar-me o mais rápido possível.» «Prometo muito trabalho. Fernando Santos? É um treiO presidente dos «axadre- nador campeão, espero que zados», João Loureiro, con- conquistemos juntos o título», firmou a existência do acordo afirmou. entre os dois clubes, depois de Silva transferiu-se em 2000/ ter acertado os últimos por- 01 do Sp. Braga para o Bessa, menores do negócio numa onde passou as últimas três reunião realizada esta tarde temporadas. Antes de ingressar com os responsáveis da SAD do no Sp. Braga, representou o Sporting Atlético Mineiro e os japoneses Silva, de 27 anos, custará aos Kashiwa Reysol Em 2002/03, «leões» um milhão de euros marcou dez golos na Super Liga, mais a cedência definitiva de um compe-tição em que o seu jogador, o que deverá acon- recorde pessoal foi atingido na tecer, em princípio, apenas na época de estreia (98/99), próxima temporada. O Sporting quando apont-ou 16 ao serviço comprometeu-se ainda a dos arsenalistas.
seis anos Ricardo Quaresma vai ser jogador do Barcelona nas próximas seis épocas. O Sporting receberá pela transferência dez milhões de euros mais o brasileiro Fabio Rochemback, por empréstimo. O Sporting e o Barcelona já terão chegado a acordo para a transferência de Ricardo Quaresma. O extremo português, que vai assinar um contrato de seis épocas, realiza quarta-feira os habituais testes médicos.
A contratação de Quaresma custará aos cofres do clube catalão cerca de dez milhões de euros. O Sporting receberá ainda o médio brasileiro Fabio Rochemback por empréstimo. As negociações foram conduzidas pelo empresário do jogador, Jorge Mendes, que está em Barcelona há vários dias para negociar também a transferência do central mexicano Rafael Márquez do Mónaco para a Catalunha.
A VOZ DE PORTUGAL, 9 de Julho de 2003 - Página 16
Desporto Fórmula1 Ralf vence pela segunda vez com “dobradinha” Williams Por: Helder Dias
Largando impecavelmente e mantendo um ritmo inigualável os Williams/Bmw de Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya voltaram a repetir o êxito alcançado na semana passada em Nurburgring (facto este que não acontecia desde 1996) vencendo e convencendo o Grande prémio da França. O penta campeão do mundo Michael Schumacher, Ferrari subiu ao pódio mas na terceira posição, não deixando no entanto de liderar o campeonato de pilotos. Kimi Raikkonen e David Coulthard da MacLaren, assim como Mark Webber da Jaguar, Rubens Barrichello da Ferrari e Olivier Panis Toyota seriam os restantes pilotos a pontuarem neste Grande Prémio. Mas vejamos como se passou este fim de semana em MagnyCours.
E...logo após Mónaco e Montreal, foi na França que Ralf Schumacher conseguiu a sua terceira ‘’Pole’’ da época fazendo a sua volta mais rápida. Espectacularmente os dois pilotos da Williams/Bmw conseguiram mais uma “dobradinha” para a equipa Britânica, sendo Juan Pablo Montoya o segundo piloto mais rápido desta sessão de’’ calif’s’’, apenas a um milésimo de segundo do seu companheiro. Michael Schumacher ‘’Ferrari’’, não conseguiu melhor que um terceiro lugar na linha de partida. A fraca prestação de Rubens Barrichello, obrigou a Ferrari a largar com o segundo monolugar, da oitava posição, a cerca de um segundo do detentor da ‘’pole’’. A McLaren/ Mercedes, com Kimi Raikkonen em quarto lugar e David Coulthard em quinto, conseguiram impor-se a uma Renault, super rápida, mas menos competitiva que as precedentes equipas, não deixando no entanto Jarno Trulli e Fernando Alonso de ocuparem o sexto e o sétimo lugar na partida. Depois de mais uma tentativa de ‘’saisie’’ por parte da empresa monegasca PPGI , que alegam uma divida de cerca de três milhões de dólares, por angariação de patrocínios, a Bar numa
audiência efectuada de emergência, ganhou novamente os seus monolugares, podendo assim participar neste Grande Prémio da França. Segundo os responsáveis da Bar estes defendem-se dizendo tratar-se de um acordo verbal com o antigo patrão da equipa datado de 1998. Não rodando nos treinos livres da manhã, os dois pilotos da Bar tiveram de contentar-se com um décimo segundo lugar na partida para Jacques Villeneuve e o décimo
da época . Com uma largada “canhão” os Williams protegeram e guardaram o comando da corrida, pertencendo a Kimi Raikonen ‘’McLaren’’ o brilharete da largada roubando a terceira posição a Michael Schumacher. Muito cedo os homens de Frank Williams e Ron Denis se mostraram efectivamente muito mais rápidos, não conseguindo a Ferrari aguentar o ritmo imposto e não fosse o espectacular trabalho nas
somar mais uns preciosos pontos. Desta feita a ‘’estrelinha negra’’ de Jacques Villeneuve ‘’Bar’’ não lhe fez a sua aparição e o piloto quebequense conseguiu terminar a corrida na nona posição, contrariamente ao seu companheiro de equipa Jenson Button que abandonaria com problemas de motor. Dos vinte monolugares a fazerem parte da corrida somente quatro não viram a linha de chegada. Dos comentários do final da corrida salientamos o do vencedor dizendo-se extraordinariamente feliz com a dupla vitória ‘’pole’’ e corrida, não deixando no entanto de felicitar o excelente trabalho de toda a equipa Williams/Bmw. Grande Prémio da França
quarto para Jenson Button. A impecabilidade e perfeição dos pneus Michelin nestas condições climatéricas, fizeram efectivamente a diferença. Os dois Minardi de Vertappen e Wilson, que na primeira sessão deram um ar da sua graça conseguindo numa frutuosa saída serem os primeiros, foram como habitualmente os lanternas vermelhas desta grelha. Domingo 14 horas locais as verdes lançam a décima prova
“boxes” por parte da equipa Ferrari e o azar da McLaren e Michael Schumacher não ascenderia ao terceiro lugar. Mas, como diz o velho ditado ( o mal de uns faz o bem dos outros) e seriam os Renault que correndo em casa não conseguiram pela primeira vez esta época passar a linha de chegada. Lamentavelmente, com o abandono de Fernando Alonso e Jarno Trulli, Rubens Barrichello ‘’Ferrari’’ e Olivier Panis ‘’Toyota’’ conseguiram
1. Ralf Schumacher (Ale), Williams 2. Juan Pablo Montoya (Col), Williams 3. Michael Schumacher (Ale), Ferrari 4. Kimi Raikkonen (Fin), McLaren 5. David Coulthard (GB), McLaren 6. Mark Webber (Aus), Jaguar 7. Rubens Barrichello (Bra), Ferrari 8. Olivier Panis (Fra), Toyota Classificação de pilotos 1. M. Schumacher (Ferrari), 64 pontos 2. K Raikkonen (McLaren), 56 pontos 3. R. Schumacher (Williams), 53 pontos 4. Juan P Montoya (Williams), 47 pontos
Bem estar... e estar bem.
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5. R. Barrichello (Ferrari), 39 pontos 6. F Alonso (Renault), 39 pontos 7. D Coulthard (McLaren), 29 pontos 8. Jarno Trulli (Renault), 13 pontos 9. Mark Webber (Jaguar), 12 pontos 10. G. Fisichella (Jordan), 10 pontos 11. Jenson Button (Bar), 10 pontos 12. H-HFrentzen (Sauber), 7 pontos 13. J. Villeneuve (Bar), 3 pontos 14. C. da Matta (Toyota), 3 pontos 15. Olivier Panis (Toyota), 2 pontos 16. Nick Heidfeld (Sauber), 2 pontos 17. Ralph Firman (Jordan) 1 ponto Campeonato Construtores 1. Ferrari, 103 pontos 2. Williams, 100 3. McLaren, 85 4. Renault, 52 5. Bar, 13 6. Jaguar, 12 7. Jordan, 11 8. Sauber, 9 9. Toyota, 5 Próximo encontro a 20 de Julho, no Grande Prémio da Inglaterra. Até lá use como sempre a sua prudência nas estradas e siga o velho conselho amigo: Se conduz não beba.
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