2003-12-24 - Jornal A Voz de Portugal

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página

Manchetes Escândalo na Parmalat não prejudicou filial portuguesa

Sampaio analisa 670 pedidos de indulto para reclusos

A filial portuguesa da Parmalat não saiu prejudicada do escândalo envolvendo a sede da empresa italiana de produtos alimentares. A empresa mãe foi recentemente investigada devido a um rombo de quatro mil milhões de euros. O administrador delegado da Parmalat Portugal, Claudio Cattaneo, disse à Rádio Renascença que os 350 trabalhadores que emprega estão seguros e não se mostra preocupado, afirmando que administra «uma companhia que está a andar com as próprias pernas, sem ajuda externa». No entanto, Cattaneo reconhece que não pode prever o futuro, embora assegure que não há possibilidades de se viver em Portugal uma situação semelhante à registada no Brasil, onde a empresa suspendeu de imediato o pagamento aos seus fornecedores. «Na Parmalat Portugal não há fornecedor que tenha o pé atrás», porque a empresa está a

O Presidente da República, Jorge Sampaio, analisou na passada Segunda-feira, numa reunião com a ministra da Justiça, Celeste Cardona, 670 pedidos de perdão de pena para reclusos. O número de pedidos de indultos este ano representa aproximadamente 4,7% da população prisional, estimada em

«pagar» a quem lhe fornece os produtos, garantiu. Segundo já disse o ministro italiano da Economia, teme-se um desastre que classifica como o caso «Enron da Europa», referindo a gigantesca fraude que afectou a gigante norteamericana da energia há menos de dois anos. As contas da empresa estão a ser investigadas e, segundo a imprensa económica mais credível, tudo está a ser feito para que a gigante italiana que emprega cerca de 36.000 pessoas em todo o mundo, evite pedir protecção de falência contra credores.

Paulo Pedroso ouvido no DIAP na sexta-feira O deputado socialista Paulo Pedroso foi notificado para se dirigir ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa na sexta-feira, pela manhã, para ser interrogado, segundo acaba de informar a RTP.

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mais de 14 mil reclusos. No ano passado, Sampaio concedeu 33 indultos, de um total de 522 pedidos, que abrangeram, na sua maioria, reduções de penas de prisão, embora também tenham sido concedidas revogações de penas de expulsão do país atendendo à situação familiar dos requerentes.

Reabilitação de edifícios degradados prevê expropriações O Governo está a concluir uma proposta de lei pela qual se prevê que os edifícios degradados poderão ser expropriados para reabilitação. Com o programa Rehabilita, a tutela mostra um «declarado intuito de converter as áreas urbanas e as zonas históricas degradadas da cidade em gigantescos estaleiros de reabilitação», refere o Público na edição de segunda-feira. A secretária de Estado da Habitação, Rosário Águas, vai levar a proposta de lei a um próximo Conselho de Ministros para criar um «regime jurídico excepcional de reabilitação urbana», e que deve ser promulgado no início do próximo ano, no âmbito do qual se criarão as «Sociedades de Reabilitação Urbana» (SRU), estruturas compostas exclusivamente por capitais públicos e dotadas de poderes de expropriação e de facilidades administrativas que permitam agilizar o processo. Os actuais proprietários dos edifícios degradados terão sempre a possibilidade de recorrer a fundos imobiliários para financiar a recuperação das suas casas, mas caso não o façam haverá mesmo lugar à expropriação.

O modelo encontrado foi o de «criar um quadro de referência para um contrato de reabilitação urbana a ser celebrado entre o município (ou a SRU que este venha a criar) e os promotores privados, que devem ser escolhidos por via de um concurso público», refere o jornal. O contrato de reabilitação urbana deve também estipular a quem compete proceder ao realojamento temporário dos inquilinos que tiverem de desocupar as fracções durante as obras e que pretendam reocupar o imóvel reabilitado, responsabilidade que será atribuída ao promotor das obras.

Quatro em cada 100 aviões com falhas TAP faz inspecções de aparelhos de três companhias «Cerca de 96 por cento dos aviões descolaram, nos últimos 12 meses, sem qualquer problema». Um número que engloba as duas «falsas» descolagens da companhia Yes. «As avarias acontecem», disse João Caldas, comandante da Yes. Mas o certo é que a falha nada teve a ver com a TAP, a empresa responsável pela manutenção da companhia. «A TAP sempre foi muito reputada a nível mundial», assegurou Jorge Sobral, responsável de manutenção da companhia aérea. Uma fama partilhada pelos clientes. O comandante da Yes descreveu o serviço da TAP em duas palavras: «orgulho e segurança». Há vários tipos de inspecções. Há as que se realizam na placa, antes de um voo, por exemplo. E aquelas que têm de ser feitas no hangar. «Tudo depende da frota», explicou Jorge Sobral. A TAP trabalha apenas com três frotas de aparelhos: Boeing, Airbus e Lockheed. Assim, a TAP é responsável pela «manutenção total» de três companhias aéreas. A Sata, a

Euroatlantic e a Yes decidiram confiar nos serviços da empresa portuguesa. «Mas temos outros clientes temporários, que nos pedem uma inspecção de vez em quando», adiantou Jorge Sobral. As inspecções podem ser feitas de 36 em 36 horas ou então todos os oito dias. E aqui, mais uma vez, depende do avião. As grandes manutenções, que se realizam no hangar, são anuais. Há também aparelhos que necessitam de uma inspecção ao fim de 500 horas de voo. Mas todas estas inspecções são, por sua vez, fiscalizadas pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC). Esta instituição é responsável pela fiscalização de todas as companhias aéreas. «Todas as aeronaves são sujeitas a inspecções periódicas de acordo com um programa de manutenção aprovado pelo INAC», explicou Sílvia dos Santos Andrez, do INAC. Mas a última palavra é sempre da companhia. «Mesmo um cliente da TAP pode fazer uma manutenção noutra companhia», afirmou Jorge Sobral.

Roubou 10 carros em três semanas A GNR deteve um jovem de 24 anos que no espaço de três semanas terá furtado 10 viaturas na cidade de Viana do Castelo. Segundo a fonte, o jovem, conhecido pela alcunha de «Gazuza», foi detido em Cardielos, freguesia em que reside, depois de ter sido visto a conduzir uma viatura que no sábado tinha roubado na Abelheira, Viana do Castelo. Quando se apercebeu que estava a ser seguido pelas autoridades, abandonou o veículo e pôs-se em fuga a pé pelo meio do monte, mas algum tempo depois foi interceptado junto à estrada nacional que atravessa aquela freguesia. Além do furto de automóveis, o jovem é ainda acusado de roubo a uma mulher que esperava pelo autocarro numa paragem em Estorãos, Ponte de Lima. O jovem foi presente a tribunal, que lhe fixou o termo de identidade e residência, obrigando-o a apresentar-se diariamente no posto da GNR.

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Os textos (e ilustrações) de Opinião publicados nesta edição são da inteira responsabilidade dos seus autores, não vinculando, directa ou indirectamente, o cariz editorial e informativo deste jornal.

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 3

30 novos contractos SIDEL na Ilha Terceira

30 novos contratos SIDEL na Ilha Terceira Duarte Ponte presidiu à cerimónia de assinatura de 30 contratos com a iniciativa privada da ilha Terceira no âmbito do programa de incentivos regionais, SIDEL. Os contratos vão representar um investimento na

ilha Terceira com o valor global de 2.564.082,39 euros o que corresponde à concessão de um montante de incentivo de 1.302.458,90 euros. As trinta empresas, distribuídas pelas áreas do comércio, construção civil, indústria e serviços, que agora assinaram os seus contratos de apoios com a Secretaria Regional da Economia, contribuirão com a criação de 87 novos postos de trabalho para a melhoria do mercado social da ilha Terceira. Para o Secretário Regional da Economia, “a Região, nos próxi-

mos dez anos, vai assistir à chegada de 50 mil jovens ao mercado de trabalho o que representa um desafio conjunto no sentido da criação de emprego e para manter os níveis da baixa taxa de desemprego regional”. No entanto, deixou o alerta para a alteração da estrutura do emprego, “em que a função pública deixará de ser o grande empregador da Região sendo substituída, cada vez mais, pela iniciativa privada”. Na opinião do governante, “devemos promover, estimular e apoiar uma atitude diferente na nossa juventude no sentido de ser ela própria a encontrar novos caminhos para a entrada no mercado de trabalho e a criação de empresas é um deles. Ainda segundo Duarte Ponte, “apesar do Governo Regional ter tido uma acção extremamente importante no desenvolvimento da Região, através do investimento público até agora realizado, no futuro, a iniciativa deve partir, cada vez mais, dos privados”, no sentido da criação de mais riqueza e mais emprego de modo a que os Açores continuem a progredir em segurança e com sustentabilidade.

S. Miguel Quartel de Bombeiros da Ribeira Grande é sinal de segurança A importância do novo quartel dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande, pelo que ele representa em termos de protecção civil e de segurança na costa norte da ilha de São Miguel, foi revelada pelo Secretário regional da Habitação e Equipamentos. José Contente, que visitou as obras em curso do novo quartel, expressou, na ocasião, a grande satisfação do Governo pelo andamento da execução do empreendimento, cuja conclusão se prevê para o mês de Julho de 2005. “A construção do novo quartel faz parte de um conjunto de empreendimentos de iniciativa governamental para o concelho da Ribeira Grande que, pela sua população e dimensão geográfica, merece continuar a crescer e a assumir cada vez mais, o papel de pólo centralizador na costa norte de São Miguel”, acrescentou o secretário, que lembrou a propósito, a recente inauguração da segunda fase da envolvente à Ribeira Grande e os diversos programas habitacionais em curso, com grande impacto social. O novo quartel O novo quartel dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande é um investimento público superior a 5,5 milhões de euros, e compreende uma zona operacional e uma zona associativa, um espaço para treinos onde será implantada uma “casa escola” e as garagens para as viaturas de combate a incêndios e ambulâncias. Na visita às instalações, o secretário regional da Habitação e Equipamentos referiu que não tinha ido prometer nenhuma piscina, até porque ela já estava prometida pelo presidente do Governo, desde o início da obra, e será concretizada depois

da conclusão dos trabalhos actualmente, em curso, e disse ainda, que o Governo estava à espera que, no próximo ano, sendo ano de eleições, lhe sejam atiradas muitas pedras que ficarão no chão para todos verem quem as atirou. Para José Contente, o Governo dará como resposta a continuidade do seu

Madeira Feirantes “satisfeitos” pedem transportes alternativos Os feirantes instalados no Parque de Diversões que a seis de Dezembro abriu debaixo da pista do Aeroporto da Madeira estão parcialmente satisfeitos. Se, por um lado, as condições são do agrado, e a adesão de clientes, não sendo excepcional, tem dado para os gastos, por

outro a falta de transportes alternativos e a pouca divulgação impedem que se fale num sucesso absoluto. Mário Alves, director do “Circo Universal”, garante que a afluência de público tem sido razoável. E espera ver muita gente entrar pela “tenda dentro” nos próximos dias, para ver os tigres e os búfalos, os lamas e os bisontes, os trapezistas, os palhaços e ilusionistas. A estreia da companhia na Madeira não ficará na História, certamente, pelos grandes lucros obtidos, mas os bilhetes vendidos darão para pagar as despesas. Os feirantes Alfredo Azevedo, Isidro Freitas e “Tis” também não enriquecerão com as vendas deste mês, mas não se queixam muito. O primeiro, que explora uma barraca de rifas, diz que o local onde foi instalado o parque de diversões tem bons acessos,

parque de estacionamento amplo, casas de banho e policiamento, como tal, oferece condições suficientes. A opinião é partilhada pelos outros dois feirantes ouvidos pela nossa reportagem. Mesmo assim, Freitas, e “Tis” – o homem que garante a todos aqueles que beberem o vinho da sua barraca de “comes-e-bebes” uma felicidade plena –, são mais exigentes. E queixam-se da falta de transportes alternativos, e de divulgação. «Quando há campanhas do PSD, há carros de fartura. Para aqui também deveria haver um autocarro», diz... “Tis”, que até se reclama «amigo do Alberto João», e que aproveita para «mandar cumprimentos» a alguns dirigentes do partido da maioria. Tudo isto enquanto serve dois copos de vinho e uma tábua com presunto e «queijo do bom». Alguns comerciantes, contudo, não são tão optimistas. Um deles, que não se quis identificar, justificando-se com a tese de que se o fizesse seria «perseguido», jura que «aquilo [o parque de diversões] não está bom». Faltam o “tal” autocarro e indicações na estrada. A ANAM também não escapou às críticas de tão crítico comerciante, pois proibiu que se fizesse fumo debaixo da pista, impedindo que os frangos assem no churrasco. «Quase ninguém gosta de frangos assados à electricidade». Já Tânia Rodrigues, que

vende farturas e cachorrosquentes, diz que a afluência de clientes não tem justificado o investimento. Pois bem, para haver vendedores tem de haver quem compre e a verdade é que os compradores – pelo menos alguns dos que andavam, ontem à tarde, a “cirandar” por entre as barracas e as diversões – estão satisfeitos com as condições

que encontraram. Mesmo assim, o funcionário público João Pereira sente saudades do “Almirante Reis” – «aquilo, no Funchal, era melhor». Nostalgia à parte, outros visitantes queixavam-se do acesso, pouco iluminado à noite. A feira só fecha a 11 de Janeiro. Depois dos “Reis”.

Todos festejam na Camacha... A Igreja de São Lourenço, Camacha, foi, pequena Domingo passado, para acolher as centenas de fiéis que assistiram à “missa do parto”. Para além de muitos populares, o templo religioso acolheu elementos de vários grupos culturais camachenses, nomeadamente do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha, Grupo de Folclore do Rochão, Grupo de Romarias e Tradições e elementos do Teatro Experimental da CPC. Para além do acto litúrgico, houve lugar a muita animação, com os elementos dos grupos a cantarem canções alusivas à quadra natalícia e não só... Depois da missa, as instalações da Casa do Povo acolhe-

ram várias dezenas de pessoas, onde foi servido um “quebra jejum”. Na missa e no pequenoalmoço, também participaram individualidades como Savino Correia, Francisco Mota, José Alberto Gonçalves, entre outros... Vivamente festejado na Camacha, o Natal tem a particularidade de merecer honras de transmissão televisiva, na noite de 24 de Dezembro.

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 4

Comunidade Crónica sobre vinhos portugueses Vini Portugal ao ataque e o “Wine Spectator” Por Amadeu Moura As autoridades portuguesas deram-se conta que é imprescindível fazer promoção dos vinhos portugueses, sobretudo nos mercados norte-americano e britânico. Quando é um estrangeiro a dizê-lo -Michael Porter-, os responsáveis obedecem. Quando são os portugueses emigrados a sugeri-lo, o exministro da tutela afirma “que os mercados estão consolidados”! Vai daí, ele não via qualquer inconveniente do posto da “antena” do ICEP em Montreal ser abolido!... Como toda a gente sabe, é no Quebeque que mais vinhos do Porto se bebe . Que importa, suprime-se o posto para, supostamente, se “economizar” verbas no valor de “tocos de vela”. Agora, dão-se conta que é preciso investir na promoção: 4 milhões e meio de euros é a verba destinada. E, segundo o responsável da ViniPortugal, seria necessário dez vezes mais! Parece que acordaram... “Wine Spectator” O último número do ano desta revista é sempre ansiosamente esperado. Publica a selecção dos “100 melhores vinhos do ano”. Estar incluído na lista significa uma certa notoriedade no mundo vinícola e um aumento vertiginoso das vendas. O que é que nos

Prop.: Joaquim da Silva

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calhou a nós, Portugal? Como sempre, o vinho do Porto acaba por ser incluído na lista. E os outros, os tintos que começam a comparar-se com os grandes deste mundo? Por enquanto, presenças tímida mas já romperam o “bloqueio”. Vamos, então, à classificação. Em 9º lugar, o Graham Vintage Port 2000 com a pontuação quase perfeita de 98 pontos em 100! Segue-se, em 16º lugar, um outro Porto: Smith Woodhouse Vintage Port 2000, com 95 pontos. Em 19º lugar com 94 pontos, um tinto duriense, a melhor classificação de sempre para um vinho de mesa português! Chryseia Douro 2001, produzido em parceria lusa-francesa por Symington e Prats. O ano de 2003 foi, por assim dizer, um ano charneira para os vinhos portugueses, já que conseguiram alcandorar-se ao topo. Na rubrica “Clássicos altamente pontuados” aparecem vários Portos e um outro tinto do Douro: Quinta do Crasto Vinha da Ponte 2000, com 95 pontos. Nos Portos, temos o Quinta do Noval Vintage 2000 Nacional, com 97 pontos, seguido do Quinta do Noval Vintage 2000, com 96 pontos. Os outros Vintages pontuados foram o Quinta do Roriz 2000 e o Taylor Fladgate 2000, ambos com 95 pontos. O único Tawny coube ao Niepoort Tawny Port 10 year Old NV, também com 95 pontos. Para fazer parte da selecção, os vinhos têm de ser provados pelos especialistas da revista e estarem à venda no mercado norteamericano. È por isso mesmo que outros vinhos portugueses, de qualidade semelhante, ou até melhores, não aparecem. Estamos em crer que num futuro próximo, o Charme e o Batuta da casa Niepoort, assim como o Quinta Vale do Meão, todos do Douro, terão uma entrada fulgurante na lista dos “Top 100”. É o que lhe desejamos, mesmo sabendo que depois de integrarem a lista, os preços passarão a ser incomportáveis para os apreciadores como eu e para os comuns dos mortais! Mas o que havemos de fazer? Dizem eles que são as leis do mercado... Bom Natal para todos. O brinde à vossa saúde será feito com um Porto Velhíssimo, oferta de um velho amigo do Soajo, residente no Peso da Régua, que o encontrou meio escondido numa velha arrecadação.

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A equipa de Voyages Confort agradece a preferência dada aos seus serviços e saúda a Comunidade com votos de Boas Festas 4057 Boul. St-Laurent

Segundo informação que nos foi comunicada pelo SANQI, (Serviço de Ajuda aos Neo-quebequenses e Imigrantes), os residentes permanentes que viajam no período das Festas e que não têm carta de residente permanente, as companhias de transporte foram avisadas para não exigirem a carta aos residentes permanentes que viajem com um passaporte valido e que sejam originários dos países dispensados de visto de visitante. Esta é no entanto uma mediada temporária, originada pelo actual atraso na emissão das cartas de residente. Para mais informações queiram contactar o SANQI pelo tel. (514) 842-6891

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deseja a todos os seus clientes, amigos e à comunidade uma Quadra Natalícia muito Feliz e um Próspero Ano Novo

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Coisas e Loisas... Por Amadeu Moura ...O presidente Jorge Sampaio bem dá recados à sociedade portuguesa! Que é preciso não falhar as ocasiões que nos são dadas pela U.E! Irão os portugueses compreender estes apelos? Esperemos que sim, mas... ... Vê-se actualmente na TV quebequense uma coreografia com cavalos intitulada “Cavalia”. Hoje, soube que os cavalos são de raça Lusitana! Criados em Vaucluse, na França! ... Há uma casta portuguesa, chamada Verdelho, que dá excelentes vinhos brancos. Os verdelhos comercializados no Canadá, são produzidos na Austrália e na África do Sul... ... O dia 18 de Dezembro é o Dia das Migrações. Foi instituído pelas Nações Unidas. O Conselho das Comunidades Portuguesas apelou ao presidente para que Portugal subscreva a Carta dos Direitos dos Migrantes. Como já há 19 subscritores, se Portugal assinasse, a Carta entraria em vigor (20 é o número mínimo exigido). Não se compreende como um país que tem 4 milhões e meio de emigrantes e luso-descendentes, é tão avesso à problemática da emigração! Ter-se-ão esquecido do “SALTO”? Da “ nossa pátria derramada na Gare d’Austerlitze”, como dizia o poeta? Do “bidonville” de Champigny, onde a polícia, armada de pistola-metralhadora, impunha respeito na bicha da única fonte de abastecimento da água? Dos engajadores, “feitos” com a Guarda-fiscal? Sempre me surpreendeu como é que um país, uma sociedade, com uma história de emigração tão dramática e trágica como a nossa, não tem o mínimo de sensibilidade para com os imigrantes que procuram, agora, em Portugal, uma vida melhor! Queixam-se o Conselho das Comunidades e os órgãos de comunicação social lusos da diáspora que a imprensa em Portugal pouco ou nada liga às comunidades emigradas. Eu não acho! Todas as segundas feiras, os jornais e TVs falam dos emigrantes lusos! Se Figo marcou golos; se deu a marcar; se foi substituído; quando saiu ou quando entrou; se levou cartão amarelo: se se lesionou ou não! Sérgio Conceição, Cristiano Ronaldo, Luís Boa-Morte, Capucho, e tantos outros, merecem sempre destaque na imprensa. Quem nos manda a nós andar a trabalhar em vez de dar pontapés na bola? Queixinhas...Pobres e mal agradecidos... É por isso, que me preocupo. Irão os portugueses entender o apelo do presidente?

Associação N.S. Fátima Passagem de Ano No dia 31 de Dezembro terá lugar na Associação Portuguesa de Nossa Senhora de Fátima Laval a festa de Passagem de Ano, com buffet. Noite animada pelo conjunto Prestige. Entrada: adultos, 50 festas; crianças (6-12), 25 festas. Para reservas: Fernando Oliveira 450.681.1808; Manuel Del Biondo 450.687.3369.

C.C.E.S. Passagem de ano O Centro Comunitário do Espírito Santo de Anjou e Montreal organiza no dia 31 de Dezembro, a partir das 19h, uma sensacional festa de Passagem de Ano 2003/04. Esta festa terá lugar no salão da igreja St-Casimir, 3420 rua Parthenais (próximo da rua Sherbrooke) e será animada por L. M. Disco de Fernando Vinagre. Entrada: sócios, 50 coroas; n/sócios 55 coroas; crianças dos 6 aos 12; 20 coroas. Reserve desde já o seu lugar contactando Maria Vital 450.629.0250 ou Carlos Pinto 450.585.4875 ou o Centro Comunitário pelo 353-1550.

Rancho Cantares e Bailares Passagem de Ano No dia 31 de Dezembro, pelas 19h, terá lugar no Salão Paroquial da Igreja St-Enfant-Jesus, 5035 rua St-Dominique, uma sensacional festa de Passagem de Ano, animada pelo conjunto Contact. Entrada: adultos, 45 ranchos; crianças dos 6 aos 12 anos: 25 ranchos. Para reservas ou mais informações contactar José Cordeiro (450)629-9898 ou ABC Electronique 844-2461.

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 5

Apontamento

Uns sobrenutridos outros a morrer à fome Os excessos

As Tuas Remessas e as Divisas do País ·

Por Augusto Machado

Pe. Manuel Peixoto

O Rev.do Manuel Peixoto, foi um dos nossos companheiros de Gaia, por ocasião do Encontro dos Órgãos de Comunicação Portugueses no Estrangeiro, em fins do mês de Novembro. Autor de vários livros dedicados ao tema da Emigração, ofereceu-nos a sua última publicação, da qual extraímos o presente texto, com a devida vénia. O Rev.do Peixoto define o seu trabalho como “um livro de prosa alinhada”, apresentando-a no estilo médio entre prosa e poesia. Por razões de espaço, não podemos respeitar o tipo original. Se não reconhecemos outros valores diferentes dos da Bolsa, o “crash” é inevitável Depois deste Abril que tu sabes e de que ainda tens marcas na carne, foste tu, fomos todos os emigrantes que não deixámos que os cofres do país se esvaziassem e que a bancarrota não nos vendesse. Não venham pois dizer que o emigrante é esse “alguém” que deixou a sua terra só pelo prazer de conhecer novas fronteiras, só para ir engrandecer, com a sua mão-de-obra barata e os seus sacrifícios, o país que o acolhia. Sobretudo no início da emigração, o emigrante era tido como matéria-prima importada pelos países carentes de mão-de-obra. No seu país, embora fosse necessário, o seu trabalho não era requisitado ou não era remunerado em nível aceitável; daí a escolha, a opção forçada pelos países mais ricos, mais desenvolvidos. Mas o emigrante não é só mão-de-obra, não é só esse homem, essa mulher “insignificante”, ignorados, tanto na sua terra como naquela em que trabalham. É, sobretudo, alguém que está a colaborar activamente no progresso de dois países; aquele em que trabalha como emigrante e o seu próprio país de origem. E, a atestálo, estão as divisas que, como rio caudaloso, todos os dias desaguam na margem de lá… Os bancos do país estão aí ao dobrar da esquina das ruas principais das cidades, canalizando as economias, oferecendo benesses, cumprindo os seus programas de captação. Quer dizer que apreciam as tuas remessas, o fruto do teu trabalho. Mas exige-lhes, a eles e ao Governo, que também te apreciem a ti, que és homem, que não te olhem só como contribuinte, como número fiscal, mas que sejam atentos e colaboradores contigo, que tantas vezes és visto com indiferença e inveja! São esses, talvez, os que te exploraram antes de partir, os mesmos que agora negoceiam contigo, porque tu és o dono das remessas… Mas tu já não és o mesmo. Faz-lhes ver e sentir que têm de dialogar contigo, porque és o dono das remessas… e não queres que elas caiam em saco roto, porque estão tingidas de suor e sangue e não devem engrossar as “promissórias” de construtores sem escrúpulos que no Algarve ou no Minho abrem falências com os teus haveres, por haver e se mofam de ti, por estares ausente e porque as leis não te protegem. As tuas remessas são o teu amanhã. Assegura-as no teu hoje. As considerações do Rev.do Peixoto tem actualidade e reflectem a realidade da emigração portuguesa no mundo. A.Barqueiro

Buffet Luís Arruda Passagem de Ano Numa organização do Buffet Luís Arruda, terá lugar no dia 31 de Dezembro no 3270 rua Beaubien, a partir da 19h, uma grandiosa festa de Passagem de Ano, animada pelo conjunto Silhouette. Para reserva de bilhetes contactar: Luís Arruda 996-7000; Buffet Luís Arruda 388-9624 ou Sonya Arruda 944-9624.

A humanidade engorda. Os dados vêm na última revista Economist e resume-se a este triste cenário: há 100 ou 200 anos, o problema era a escassez; hoje, o problema é a abundância – milhões de criaturas sobrenutridas e pateticamente anafadas que entregam a lucidez, a saúde e a estética ao sr. McDonalds e à sra. Coca Cola. O que fazer com esta vasta legião que comem em excesso fazendo-se sentir com o terrível diâmetro das suas sombras? O articulista em causa aborda a possibilidade de maior regulamentação sobre produtos altamente calóricos. Será isso possível? Duvida-se. Não é possível ter uma sociedade minimamente responsável quando aliviamos os indivíduos das suas próprias responsabilidades. O tabaco mata. A gordura mata. Mas a vida também é isto: uma sucessão de pequenas dificuldades e agressões que, em casos extremos, nos atira para a cova. E que nenhuma varinha mágica pode resolver ou impedir. Se começamos a proibir o hambúrguer e a Coca Cola, é lícito proibir tudo aquilo que provoca em nós tristeza, angústia e sofrimento. Proibir o transito. Proibir o trabalho. Proibir os maus patrões e os maus empregados. Proibir os maus professores e os maus alunos. Em suma, proibir tudo que causa amargura: proibir pais exigentes e filhos desobedientes, esposas infiéis e amantes chantagistas. É preciso aligeirar esta obsessão legislativa de impedir a degenerescência humana – e, de uma vez por todas, aceitar. Aceitar o que somos e não somos. Os nossos pecados, as nossas divinas imperfeições. E permitir que os seres humanos conduzam as suas vidas com um mínimo de responsabilidade pessoal. Que possam chegar ao fim do seu caminho, olhar para trás e dizer: eu fui isto. Por mim, para mim. Há os que dizem: a gula não é doença. É gula. Não é crime. É gula. É voragem pessoal, descontrolo gustativo, pura irresponsabilidade do palato. Podem criar uma utopia sanitária com dezenas de articulados teóricos. Não funcionará. Nem toda a legislação do mundo pode salvar os seres humanos deles próprios. Uma vitória europeia. Aqui na “Terra Mãe”, nestes últimos dias, não se tem falado doutra coisa. O facto de se ter conseguido que a “Constituição” europeia tivesse acabado num impasse, foi uma vitória aplaudida pelos não aliados de Paris e Berlim. Desde os anos 70 que Portugal tem mantido com a Europa uma relação deslumbrada. Com alguma razão. Fazer parte da Europa em 1977, quando pedimos adesão à CEE, significava lacrar a nossa pertença ao Ocidente. Seguir os conselhos europeus em 1986, quando aderimos – era adoptar um modo de vida melhor contra os destrambelhos existentes. Mas nessa ofuscação vendemo-nos ao desbarate. Em troca de umas carreiras administrativas e umas doações para o desenvolvimento económico, não reparámos na riqueza essencial da União Europeia. A UE não é uma superação dos Estados que a compõem, mas um local onde eles se afirmam. O método da despersonalização não era inteiramente disparatado, enquanto pertencer a ela significou ser parte do Ocidente e aprender a fazer melhor as coisas. Mas quando, como hoje, ela serve de veículo a um “neo-gaullismo” ornamentado de missangas grandiosamente elaboradas, cujo objectivo é a divisão do Ocidente. Quando, como hoje, por lá se adoptam práticas económicas para favorecer apenas franceses e alemães, - o caso muda de figura. Discutiu-se e continua a discutir-se o documento a que alguém comicamente chamou “Constituição Europeia”. O conteúdo do texto irritou a grande maioria dos Estados membros. O interesse dessa maioria consiste em fazer parte do grupo euro-americano de democracias liberais capaz de se defender e afirmar no mundo. E não ser apenas uma província periférica de um suposto pólo com o seu centro entre Paris e Berlim. Haja Saúde, Paz e Amor. Boas Festas para todos.

Opinião Lei da nacionalidade Até qu’enfim!... Por Amadeu Moura Quarenta e quatro anos depois do exseminarista e ditador “Botas” de Santa Comba, misantropo e misógino, ter adoptado uma lei que retirava a nacionalidade aos portugueses que adquirissem voluntariamente uma outra – esta mesma lei também dava poderes ao Conselho de ministros para retirar a nacionalidade portuguesa por DECRETO! – a Assembleia da República altera a lei 37/81 e atribuiu retroactivamente a nacionalidade a quem tinha adquirido uma outra mas cujo registo não consta nos Serviços Centrais. Parece simples. E, na realidade, é simples. Mas, para lá se chegar, foram precisos anos e anos de luta, de pressões, de persistência e afinco. Porque éramos movidos pela razão, não baixamos os braços, mesmo quando os políticos, querendo justificar-se, lançavam umas atordoadas em público. A lei é muito complexa. Não pode ter efeitos retroactivos. Foi a lei do possível na época (lei 37/81). A lei actual permite readquirir a nacionalidade. Ouvimos esta litania vezes a fio, qualquer que fosse o quadrante político donde emanasse. Discordávamos, por completo, com estas asserções. Eram desculpas de mau pagador. E de falta de coragem política. Perante o impasse criado, alertamos a opinião pública e denunciamos nestas páginas – em 3 de Novembro de 1999! - que o processo burocrático será (...) oneroso e moroso. O aparelho administrativo ficará de tal maneira atafulhado que, quando os processos forem despachados, passar-se-ão tantos anos, que muitas das cartas serão devolvidos ao remetente: é que os cemitérios não têm caixas de correio! Esta situação era previsível. Só os políticos é que teimavam em não quererem aceitá-la como possível. O tempo veio nos dar razão. Actualmente, os prazos de espera, segundo as latitudes, variam entre 3 e 7 anos! Neste mesmo artigo, tínhamos também sugerido qual a melhor solução para resolver, uma vez por todas, este caso de grande injustiça. Por isso, escrevemos: Para bem de todos, dos portugueses expatriados e do governo, impõe-se uma revisão da lei. Com vontade e coragem política, poder-se-á adoptar um decreto-lei que estabeleça que todos os portugueses titulares de uma outra nacionalidade além da portuguesa, seja qual for a data da adopção, e que a ela não tenham renunciado expressamente, devem manter os direitos e privilégios conferidos pela nacionalidade. Todos os políticos fizeram ouvidos de mercador. O assunto não era prioritário. Foi preciso accionar todos os mecanismos possíveis ao nosso alcance para alertar, questionar e reivindicar os direitos que nos assistem. Aquando a visita de Jorge Sampaio, Luís Tavares Bello interpelou-o, questionou-o e sensibilizou-o sobre esta aberração da lei portuguesa. A sua intervenção teve o efeito esperado. Despoletou a questão. Pese embora as críticas dos subservientes e bajuladores de serviço, “incomodados” com a ousadia. Mas dos fracos não reza a história. Seguiram-se ministros, secretários de Estado, deputados, presidente da AR, jornalistas. A todos era-lhes dito e redito que havia uma injustiça e que era preciso mudar a lei. Durante o governo Guterres há um esboço de resolução. Mas as tricas partidárias deitam tudo a perder. Cai o governo e adeus à alteração da lei. Conquistado o poder pelo PSD, o PM Durão Barroso declara solenemente, perante a comunidade portuguesa de Newark, nos E.U.A., que o seu governo apresentará uma proposta. E ei-la em discussão, na AR. Desilusão das desilusões. O seu teor estava muito longe de corresponder às nossas expectativas. Praticamente nada vinha alterar. O PS também apresentou uma proposta. Pouco adiantava. Era preciso agir. Fazer ver aos deputados que estavam a deixar escapar uma ocasião única de Ver pág. 26

A A toda toda aa comunidade comunidade votos votos de de um um Santo Santo Natal Natal ee Próspero Próspero Ano Ano Novo Novo


Comunidade Mensagem de Natal Caros amigos, O ano que termina, foi um ano grande para a comunidade portuguesa. Recordámos, festejámos e homenageámos os nossos pioneiros. De todos os lados surgiram iniciativas, umas mais sonoras do que outras, a testemunhar a mobilização da comunidade para este grande e justo evento. Desejaria, porém, que o encerramento destas comemorações não nos trouxesse a sensação de missão cumprida. Há, a meu ver, uma outra etapa a atingir que é a de franquear a grande porta à nossa juventude. São eles que

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podem trazer sangue novo às nossas instituições anémicas; são eles os construtores das pontes entre a nossa comunidade e a comunidade que nos acolheu para que por aí transitem valores; são eles os Magos da estrela do futuro. Ou teremos medo de os seguir? Que os nossos jovens batem irreverentemente à porta do 2004. Deixemo-los entrar porque o tempo deles é chegado. O Natal está à porta. Cada um o viverá à sua maneira. Mas independentemente das nossas heranças culturais e religiosas, não deixa de ser um tempo de paz. Que seja, também para si, um tempo de paz. Feliz Natal Pe. José Maria de Freitas Cardoso

Salon Vital

Missão de Santa Cruz Celebrações para a quadra do Natal Dia 24 – Véspera de Natal - 21h30 – Celebração de Natal da catequese - 11h30 – Concerto de Natal pelo grupo Coral Santo Cristo e artistas convidados – Venha recordar as eternas canções de Natal - 24h00 – Missa do Galo

Maria Vital deseja a todos os estimados clientes e amigos, votos de

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Dia 25 – Dia de Natal – Missa de Natal às 11h30 Dia 27 - Sábado– Celebração de fim de ano organizada pelos Jovens Dia 31 – Ultima Missa do Ano – Celebrando em Acção de Graças Dia 1 de Janeiro – Missa às 11h30

As Velas Nas suas festas chamadas de Saturnais, os romanos acendiam velas para pedirem que o Sol brilhasse de novo (solstício de Inverno). Nessa altura do ano, a escuridão e o frio eram maiores, pelo que as velas forneciam luz e algum calor. Mais uma vez o cristianismo absorveu esse costume e tornou-o sagrado à sua maneira,

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dizendo que, dado que Cristo era a Luz do Mundo, a chama da vela simboliza a sua influência. As pessoas foram encorajadas a acender muitas velas para reforçar esse simbolismo. Era costume corrente colocar uma ou várias numa janela, para guiar o espírito de Cristo, através da noite escura, para a casa de cada um. Outras eram fixadas à árvore de Natal, mas isto dava origem frequentemente a acidentes. Quando mal colocada, podia pegar fogo e era costume destacar uma pessoa para ficar ao pé da árvore sempre que esta era iluminada. Este paciente guardião estava armado com uma grande vara, com uma esponja ou um bocado de pano húmido na ponta, pronto para deitar água a qualquer foco de incêndio. As velas iluminadas apareceram pela primeira vez em 1882 nos Estados Unidos (Companhia Eléctrica Edison) Admitamos contudo que, apesar de serem muito mais seguras, falta-lhes de alguma forma a qualidade mágica das chamas cintilantes e nuas de ontem. É vulgar acendermos velas nas igrejas e também nas nossas casas durante o Natal.

Mensagem de Natal Há dias, um amigo meu brasileiro enviou-me um poema, escrito pelo Pe. Alfredo J. Gonçalves Não é um poema como estes que muitas vezes lemos nos nossos jornais, poemas sentimentais a gosto de açúcar e mel. Não. Este é um poema que nos deixa a pensar... Fala de Deus, que é o mesmo que dizer que fala de nós. Aqui vai ele: Deus é aquele que esconde o seu rosto quando tentamos fazer dele uma imagem para uso, abuso e consumo mercantil ou para justificar os comportamentos mais variados e desencontrados. Deus é aquele que sempre foge quando tentamos retê-lo preso na gaiola de estreitos esquemas feitos de ritos, mitos e palavras ou de argumentos racionalizados. Deus é aquele que se cala e emudece quando exigimos respostas imediatas para os obstáculos dos nossos caminhos e para a tagarelice das nossas perguntas, mil vezes repetidas e mil vezes negadas. Deus é aquele que se faz deserto quando renunciamos à reflexão incómoda povoando os vazios da nossa existência com ruídos, fantasmas e activismos que nos afastam da verdadeira busca. Deus é aquele que se faz escuro quando nos agarramos a «velhas verdades», sem permitir que dúvidas e interrogações nos abram a porta ao pluralismo e ao diálogo com o outro, com o estranho, com o diferente. Deus é aquele que se faz silêncio quando abdicamos da nossa liberdade, jogando sobre ele a direcção do destino e recusando tomar nas mãos e nos ombros as rédeas da nossa própria história. Deus é aquele que se faz menino quando o queremos todo-poderoso, se faz frágil quando o queremos forte e compassivo quando o queremos vingador. Deus é aquele que vem quando sabemos silenciar e esperar... Como é urgente renascer! Como é urgente reinventar a comunicação, o diálogo, entre todos nós. Como é urgente acreditar que um outro Deus, uma outra Igreja e, sobretudo, um outro mundo são possíveis. Boas festas do Natal e muito próspero Ano Novo para toda a comunidade portuguesa de Laval, Montreal e arredores. Pe. José Vieira Arruda

Celebrações na quadra Natalícia 24 e 25 de Dezembro: Nascimento de Jesus Cristo 24 de Dezembro: Eucaristia Solene às 22h00 25 de Dezembro: Eucaristia Solene às 11h00 28 de Dezembro: Festa da Sagrada Família 31 de Dezembro: Acção de Graças Eucaristia às 18h00 01 de Janeiro: Santa Maria Mãe de Deus Eucaristia às 11h00 04 de Janeiro: Festa da Epifania 11 de Janeiro: Festa do Baptismo do Senhor

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Edição 2004 Boas Festas a todos os nossos clientes, amigos e comunidade Mário e Steven Amorim

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 7

Em Santa Cruz, almoço/tarde de fados teve o sucesso que se esperava

Félix e Nica Fernandes; António Horácio, José Gil, José João,

Isabel Faria, que leu um texto de homenagem à Amália Rodrigues; e o poeta José da Conceição, ao recitar também um poema dedicado àquela saudosa artista e que vem inserido no seu livro, Brumas da Memória, apresentado durante este sarau e de cuja venda o

“Sala Conferência de S. Vicente de Paulo”, “Sala Mensageiros de Nª Sra. de Fátima”, “Sala da Missão”, “Sala Escola de Santa Cruz”, “Sala Nª Sra. dos Anjos – Amigos de Água de Pau”, “Sala de Nª Sra. dos Milagres”, “Sala Escolinha de Jesus”, “Sala da Memória” (Alfred Dallaire),

Libério Lopes, António Melo e Fátima Miguel; António Moniz, Sílvia Moniz, Marta Raposo, João Rebelo, Carlos Rodrigues e Cristina Rodrigues; Rosie Santos, Firmino Teixeira, Manuel Travassos, Francisco

autor cedeu três dólares de cada volume a favor desta nobre causa. Esta iniciativa do Henrique Laranjo, para a qual todos colaboraram benevolamente, inseriu-se numa série de várias

“Sala de Portugal”, “Sala Grupo Coral de Santa Cruz”, “Sala do Pioneiro” (Alfred Dallaire – grupo Yves Légaré Inc.) e aquela a que se destinou a presente festa, “Sala Amália Rodrigues”. Todavia, é possível

Valadas e Victor Vilela. Cada qual no seu estilo, todos e todas se mostraram ao melhor dos níveis e forma, atingindo momentos altos, pelo agrado geral que causaram, as desgarradas entre Jordelina Benfeito e Lurdes Domingues e José João e o Luís Duarte. E até o padre José Maria cantou, numa sentida homenagem ao Alentejo! Outras contribuições muito positivas, vieram da parte de Patrícia Lopes, filha de Libério Lopes, e que nesta tarde fez a sua estreia, ao órgão e voz;

actividades semelhantes a realizar, ou que se têm estado a realizar, a fim de que se possam substituir as demais janelas do referido Centro, cujas salas passarão a ter cada qual um nome específico e em que a Alfred Dallaire - grupo Yves Légaré Inc. está envolvida, a par de outras colectividades, empresas, grupos ligados à Missão, etc. De facto e conforme o padre José Maria Cardoso divulgou, as estruturas envolvidas chamar-se-ão: “Sala Escola Lusitana”, “Sala Jovens em Acção”,

que venham a designar-se outras salas. Mais se registe que do sorteio dum prémio de presença, saiu vencedora a Sra. Maria Santos, com um jantar no Restaurante Estrela do Oceano. Parabéns ao Henrique Laranjo, à Missão Santa Cruz e a todas as pessoas e empresas envolvidas neste projecto, a par dos próprios convivas. Boas Festas e Feliz Ano Novo.

Texto e fotos de António Vallacorba

A convite, que agradecemos, do casal Victor Marques e Cristina Medeiros, ambos conselheiros da empresa funerária Alfred Dallaire – grupo Yves Légaré Inc., assistimos na tarde de domingo passado a uma

deliciosa sessão de fados, com almoço e no âmbito de uma acção de solidariedade a favor da Missão Portuguesa Santa Cruz.

Mais precisamente, o evento, que decorreu no subsolo da igreja e numa organização do Henrique Laranjo, ex-proprietário do Restaurante Estrela do Oceano, pretendeu angariar fundos para a aquisição de novas janelas destinadas a uma das salas do Centro Comunitário, a qual, segundo o Hen-

rique, passará a chamar-se “Sala Amália Rodrigues”. Na mesa do Victor Marques e de Cristina Medeiros, estavam ainda Lizuarte Medeiros, expresidente da Associação Portuguesa do Espírito Santo, e esposa, e Christiane Ratelle, notária de Alfred Dallaire – grupoYves Légaré Inc. O espectáculo, animado pelo duo de Joe & Duarte/D.J. XMen, teve em Francisca Marques, do programa televisivo Luso-Montréal, a apresentadora ideal. Quem havia de dizer que a escassos dias do Natal, um

acontecimento festivo desta natureza teria o êxito que se verificou! Na verdade, mais de 500 pessoas terão assistido a esta

festa, merecendo do padre José Maria Cardoso, responsável da Missão Santa Cruz, a expressão de “É impressionante o mar de gente aqui presente”, não só para qualificar a exuberância do momento, mas ainda para considerá-lo o “milagre que nos fez reunir a todos aqui”. Desses “todos”, realce ainda

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para Francisco Salvador, do Conselho das Comunidades Portuguesas, o padre Lourenço Ruba, desta Missão, o professor José de Barros, da Escola Lusitana de Montreal, e esposa, a par de outras individualidades e representantes de colectividades sócio-culturais, empresas, comissões de festas, grupos ligados à Missão, etc. A tarde começou com um almoço servido pelo grupo de Jovens em Acção, desfrutandose do palco a bonita decoração nos transportando a um típico ambiente de casa de fados alfacinha.

Comunidade

Dizer ter-se tratado de uma simples sessão de fado, seria escandaloso, quando, na verdade, foi um autêntico festival da canção nacional como nunca se

vira localmente e no qual participaram quase todos os nossos fadistas comunitários. Senão vejamos a impressionante lista desse elenco artístico, por ordem alfabética, a fim de não ferirmos quaisquer sensibilidades: Lúcia Belo, Jordelina Benfeito, Lurdes Domingues, Luís Duarte, Júlio


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Comunidade

Crónica de Natal Presépios de Esperança

Quero falar de um ente extraordinário, Trágico, meigo, místico, suave... De um leão que morreu sobre um Calvário E que deixou um testamento de ave. Por Joviano Vaz

Estamos em plena festa de Natal. É época de festas familiares que permite e até obriga de certa forma a parar no tempo e a olhar para trás ao mesmo tempo preparar o amanhã que de esperança deve ser. Esperança é palavra que todos empregam nesta época. Mas a esperança está intimamente ligada à vida que levamos. E temos de admitir que os tempos que atravessamos são difíceis e incertos. Guerras por toda a parte, injustiças de toda a ordem, misérias e sofrimento são o pão de cada dia. E neste quadro desolador surge em plena noite uma luz que ilumina e que convida à paz entre os homens. Essa luz é, evidentemente, a luz daquele que há mais de dois mil anos nasceu pobremente e deu aos homens da sua época e de todas as épocas a esperança que apesar de tudo continua a existir para além das aparências. Refiro-me a Jesus de Nazareh que continua actual hoje como ontem e como amanhã continuará. Podem as sociedades esquecê-lo, podem os homens escorraçálo, ele será sempre centro e razão de tudo. Nós, portugueses, temos devoção especial pelo Menino Jesus e como tal ainda guardamos o gosto e o respeito pelo presépio. Este ano não terei presépio. Serei mais simples. Possuo uma velha imagem do Menino que dos meus avoengos veio e que guardo com o maior carinho. Este ano limpá-la-ei do pó do tempo e rodeá-la-ei de duas velas de boa qualidade. Aí pela meia-noite quando os sinos das igrejas soarem em uníssono então em silêncio recordarei os que se foram os que estão e até os que um dia hão-de vir. E sentir-me-ei tentado de repetir o que Gomes Leal escreveu na sua “História de Jesus”. Oh suaves mulheres, que ides cantando através das searas e das vinhas, vinde ouvir uma história em verso brando que hei-de ensinar a ler às criancinhas.

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Desoladas mulheres que ides chorando Os maridos que vão para os degredos, Por alta lua, os filhos embalando, Com cantigas que fendem os rochedos. Oh suaves mulheres, que estais cantando Ao pôr do sol, olhando as andorinhas, Vinde ouvir uma história em verso brando Que hei-de ensinar a ler às criancinhas. De resto o Natal na Literatura Portuguesa é rico, muitas vezes desconhecido, mas sempre renovado. Quem curiosidade tiver leia e medite no que escreveram muitos dos que às letras se dedicaram. Gosto do Natal, gosto de ler os que sobre ele escreveram e gosto sobretudo, da mensagem que ele nos transmite. Uma mensagem de paz, de amor e de esperança. E o nosso mundo tem absoluta necessidade de paz, de amor e de esperança. É por esta razão que me permito desejar a todos que no decurso do ano me lêem um Feliz Natal com base na paz e na esperança que todos desejamos para além das nossas crenças pessoais. Que este tempo de Natal não seja um tempo somente consagrado às prendas e aos jantares, mas um Natal autentico cheio de amor e compreensão entre todos. E então compreenderemos o verdadeiro sentido do Natal. Sem a luz que de Deus vem nada poderá subsistir. É, enfim, a mensagem que meditarei diante da velha imagem do Menino Jesus que dos meus antepassados veio e que em 2003 me convida a uma meditação, como já disse, de paz e de esperança. Bom Natal para todos.

A Missa do Galo A Missa do Galo, também conhecida por Missa da Meia Noite, celebra-se devido ao facto de a tradição dizer que Jesus nasceu à meia-noite. Para os católicos Romanos, este costume de assistir a esta Missa começou no ano 400. Nos países latinos, esta missa é chamada Missa do Galo, porque, segundo a lenda, a

única vez que um galo cantou à meia noite foi na noite em que Jesus nasceu. Outra lenda muito antiga diz que, antes de baterem as doze badaladas da meia-noite do dia 24 de Dezembro, cada lavrador da província espanhola de Toledo matava um galo em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou

Jesus, por altura da Sua morte. Depois a ave era levada para a igreja, a fim de ser oferecida aos pobres que, assim, podiam ver melhorado o seu almoço de Natal. Em algumas aldeias portuguesas e espanholas, era costume levar o galo para a igreja, para que ele cantasse durante a missa. Quando este cantava todos ficavam felizes, pois isso

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representava o prenúncio de boas colheitas. Se o galo não cantasse era considerado um mau sinal. Mas este costume é muito recente, quando comparado com a Missa do Galo.


A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 9

Montreal enterra-se na neve Funeral da mega-cidade Por Raúl Mesquita Farto-me de rir, por vezes com riso amarelo, quando ouço ou leio os nossos políticos com discursos inflamados em prol da defesa dos direitos e bem estar dos cidadãos, da democracia e outros chavões do género. É que toda essa algaraviada não passa de poeira para os olhos dos eleitores. No fundo, eles fazem tudo quanto querem e normalmente aproveitam-se do princípio de mandatos para nos passarem todas as rasteiras e ratoeiras que fazem doer, para depois de três anos nos virem com larguezas a adoçar a boca e tentar fazer esquecer as pisadelas sofridas. Claro que nessa altura as eleições estarão à porta e os iluminados conselheiros dos gabinetes fazedores de imagens e “marketing” políticos, sabem bem que para apanharem os tansos que votam de olhos fechados — como a maioria dos portugueses — não precisam de minhoca. Basta visitá-los uma ou duas vezes, com grandes sorrisos, dando a impressão de serem grandes amigos e desse modo deixarem uns certos papalvos a desfazerem-se em piruetas ridículas de amabilidades e zás, apanham-se à mão... Uma vez eleitos vêm com a tradicional tagarelice ou intrujice, de que foram mal interpretados, mal compreendidos e que as finanças... O governo Charest, depois de tantas tergiversações, de estudos e mais estudos, de perplexas reviravoltas sobre a fusão e implantação da mega-cidade de Montreal, deu luz verde ao projecto de descentralização de Tremblay, um outro imbecil convencido que é esperto. Se o exemplo a que assistimos neste momento, — em que uma cidade se enterra na neve desde há uma semana, — é modelo da fusão das cidades da ilha, o resultado não podia ser pior e poderão começar a pedir orçamento às diversificadas agências funerárias, para lhe prepararem o funeral. O enterro. Na fórmula antiga, a maior parte das cidades de periferia, como Anjou, do “Maire” Luís Miranda, já há muito que as ruas e passeios estariam limpas e a circulação automóvel normalizada, facilitada pelo estacionamento adequado ao longo das ruas, numa cidade sem parquímetros. Em Montreal, — cidade da multiplicidade de placas indicadoras de regulamentos contraditórios e parquímetros à profusão, para além das enormes contrariedades dos transeuntes, os automo-

bilistas têm imensas dificuldades para estacionarem as viaturas sobre os montões de neve, das placas de gelo, em diagonal, como podem, sujeitando-se a multas que enchem os cofres duma administração minada pelo desperdício e pelos remuneradores contratos pagos a amigos do regime. Por outras imbecilidades também. O Jornal La Presse relatava esta semana um episódio de perseguição, de insultos, de injúrias e de ameaças, dum vereador de Lachine, no ano 2000, sobre um cidadão apoiante da “défusion”. Este último, receoso da sua integridade física, pediu auxílio numa caserna de bombeiros, tendo-lhe sido negada ajuda pelo soldado da paz, alegando que o vereador era o seu patrão. Finalmente socorrido pela polícia, o cidadão intentou processo judicial, que agora foi resolvido amigavelmente com um dispêndio de 50 mil dólares para a administração municipal, em pagamento das despesas de advogados e compensação ao queixoso maltratado. Montreal na neve! Tentando deslocar as atenções deste atestado de incompetência administrativa generalizada, Tremblay critica o “arrondissement” do centro da cidade, apenas porque o seu presidente é membro da oposição. Mesquinho. “Minable”. Procurando esconder o que salta à vista por todo o lado. Em Jeanne-Mance, por exemplo, onde temos um vereador, vice-presidente do Executivo e amigo dos portugueses, a situação faz lembrar uma cidade sinistrada. Mesmo o boul. de St-Laurent, portanto uma das principais artérias da cidade, é praticamente intransitável. As grandes quantidades de neve acumuladas ao longo dos passeios, obrigam a um estacionamento que invade e reduz as faixas de rodagem, onde os inúmeros camiões de entregas e de serviços diversos obrigam a um serpentear dos veículos, com os consequentes engarrafamentos e perdas de tempo. Montreal, enterra-se na neve Se o projecto da mega-cidade não for melhor do que este exemplo, façam-lhe o enterro também. E levem no funeral a administração municipal actual.

Boas Festas Na quadra festiva que atravessamos têm chegado em profusão à nossa redacção, mensagens alusivas à mesma bem como os tradicionais votos de Boas Festas. Desde leitores a anunciantes, passando por diversas personalidades do mundo político, sem esquecermos diversos organismos e associações, fomos “inundados” por uma onda de votos gratificantes. Na impossibilidade de a todos respondermos, retribuímos aqui nas nossas colunas tão agradáveis mensagens, esperando que o Novo Ano traga para todos sobretudo Paz e Saúde.

Vou injectar-me... Fernando Cruz Gomes Alguém nos atirou a frase, não há muito. Cansado de anotar incongruências muitas e “quiproquos” de quanto baste... a frase-mensagem surgia: “...eu vou-me injectar”. E quando confrontado com ideias mais ou menos denotadoras de um quase bom-senso pela positiva como se, em alguns casos, isso fosse possível - surgia com uma mão cheia de outras disparatadas e sem nexo. “Eu vou-me injectar...”, insistia então. Depois do regabofe orçamental socialista, a ordem da nossa “dama de ferro” - não temos outra... é poupar, poupar... e poupar. E, no entanto.... Ter em Toronto, no Canadá, uma funcionária com a categoria de Coordenadora-Geral de Ensino, sem que ela, por motivos óbvios, possa coordenar seja o que for... Fazer com que se descreia da sua capacidade técnica, pensando que ela pode, efectivamente coordenar seja o que for, quando o Ensino de Português, ou está nas mãos do Governo Provincial, ou na dos clubes e associações, quando não de empresas para o efeito criadas... só, de facto, para rir, porque chorar dói demais. - Estar em Lisboa, na calma do Gabinete, receber instruções para poupar... e não mandar ao menos analisar os contratos de arrendamento em vigor por cá, no que diz respeito ao Consulado e ao ICEP, por exemplo... esquecendo que se paga, por um 25.000 dólares mensais... e por outro de 10 a 15.000... é, de facto, doentio. Sobretudo porque haveria hipótese de se fazer a coisa quase por metade se se fizesse um prédio novo que ficaria como património português... - Entender que as companhias aéreas de bandeira... vão a todas nem que seja por “obrigação política” e deparar com a certeza de que há companhias - que nem nacionais são... - a fazer os serviços que as de bandeira não fazem, e mesmo assim ganhar dinheiro, pelo menos no que toca ao Canadá, é de uma falta de brio atroz. “Eu vou-me injectar...”, insiste o nosso interlocutor. E nós, que entendemos até que hoje já quase não é crime jogar com as drogas, despenalizadas que vão sendo, entendemos que há razão para os desabafos. Mais do que isso: vamos (também) injectar-nos. Talvez nos faça esquecer!

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 12

Mensagens Mensagem de Natal 2003 Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas O Natal é tempo de paz, de amor, de reencontro!... De reencontro entre nós e o mundo que nos rodeia…De reencontro connosco próprios…De reencontro com os que mais necessitam… Mas será também de reencontro entre Portugal e as suas tão diversas comunidades espalhadas pelos mais recônditos cantos deste mundo! Por isso, trabalhei arduamente com todo o Governo Português, sob orientação do nosso Primeiro-Ministro, Dr. José Manuel Durão Barroso, para darmos uma simbólica prenda de Natal a todos os nossos compatriotas da Diáspora. Trata-se de algo que há muito andava na “boca” de muita gente, algo que muitos gostariam de ter concretizado, algo que diz respeito a todo e qualquer Português, onde quer que se encontre. A partir deste Natal iniciamos a criação dos Centros Emissores de Bilhetes de Identidade nos nossos postos consulares! A partir de agora teremos já portugueses residentes no estrangeiro que, em apenas poucos dias, poderão obter ou renovar o documento de identificação que mais os liga ao seu País de origem ou de nacionalidade. Apenas em poucos dias, repito! Mais rápido que em muitas conservatórias do Registo Civil em Portugal!... Ainda nos lembramos dos anos de espera por este documento! Que martírio, por que tantos tiveram de passar! É a verdadeira modernidade que chega finalmente aos nossos consulados através de uma das mais simbólicas medidas da reestruturação da rede consular. Começámos por S. Paulo e Paris, ainda antes do Natal, para logo a seguir avançarmos em Toronto, Joanesburgo e Genebra. Posteriormente, com passos bem medidos e seguros, sem pressa, iremos alargando esta experiência a outros postos. Espero que todos sintam esta medida como algo de muito sério e profundo, aproximando-nos mais uns dos outros. Esse é o grande objectivo da nossa política – ligar mais Portugal às suas Comunidades. Trata-se de uma medida que não é isolada, surgindo na linha de outras que temos vindo a tomar de que destaco a simplificação do processo de reaquisição da nacionalidade portuguesa, recentemente aprovada na Assembleia da República na sequência de proposta do Governo. Pela minha parte, não vos escondo o enorme orgulho que sinto em ficar ligado à idealização e execução desta medida! Por isso, não posso deixar de lembrar todos os que ajudaram a tornar esta iniciativa numa realidade! Assim, esta prenda de Natal, sendo para todos vós, Portugueses residentes no estrangeiro, é também um pouco para todos nós! É nestes momentos que vale a pena realizar coisas em benefício de todas as nossas Comunidades, ao mesmo tempo que nos lembramos dos mais necessitados ou dos que mais isolados se

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Mensagem de Natal Embaixador Silveira Carvalho Apesar de ter assumido funções ainda não há um mês, já dei a conhecer a importância que atribuo à Comunidade Portuguesa para uma maior afirmação de Portugal no Canadá. Neste ano em que se celebraram as Comemorações do 50º Aniversário da Emigração Portuguesa para o Canadá, foram justamente homenageados os pioneiros desta saga e quiseram também os Organizadores das Comemorações dar mais destaque à presença portuguesa . Em primeiro lugar, reitero a minha homenagem aos pioneiros, aos continuadores de Gaspar Corte Real que honram Portugal, nos valorizam com o seu saber de “experiência feito” e dignificam o nosso País no Canadá. Em segundo lugar quero felicitar a Comunidade Portuguesa pelo esforço e pelo património construído ao longo destes últimos 50 anos, mas que urge consolidar com uma presença nos órgãos de decisão política e uma maior intervenção económica. Se não for dado este passo importante para que haja vozes activas a todos os níveis do poder, nomeadamente o federal, a Comunidade Luso-Canadiana não terá os legítimos e necessários instrumentos para preservar o seu legado linguístico e cultural, a maneira portuguesa de estar no Mundo, todo o património que construiu ao longo destes anos, não só para os Luso-Canadianos mas também para os canadianos de todas as origens – pois eles enriquecem o mosaico cultural canadiano. Se assim não for, as gerações futuras diluir-se-ão na grande família canadiana sem as referências culturais portuguesas que lhe são próprias. Tal como tenho vindo a referir, a Comunidade luso-canadiana é das mais respeitadas no Canadá e dela fazem parte não só os laboriosos, competentes e dedicados trabalhadores mas ainda distintas figuras nos meios académico, de negócios, da sociedade civil e do mundo político que urge reforçar com a eleição de representantes tanto a nível Provincial como Federal. O árduo trabalho e contribuição dos Portugueses para o desenvolvimento económico do Canadá têm sido repetidos à exaustão. É necessário que os Luso-Canadianos demonstrem também que estão sentem. É assim tempo de nos lembrarmos dos nossos compatriotas da África do Sul, da Venezuela, da Argentina, do Brasil, da África Lusófona e de todos aqueles que são alvo dos mais variados desmandos por parte de redes de emigração clandestina sem escrúpulos. Mas que fique claro que não me esqueço também dos portugueses de Osnabruck, Rouen, Namíbia ou Hong Kong, que não ficarão abandonados a partir de 2004. Vivamos assim este Natal e o Ano Novo com alegria e muita vontade de trabalhar! José de Almeida Cesário

preparados para participar na vida política. Permito-me assim repetir, pela minha parte e a fim de alcançar este objectivo, que darei todo o meu apoio para a realização de encontros na Comunidade Portuguesa para estruturar uma estratégia de actuação, mas quero ser bem claro, o Embaixador e os Cônsules-Gerais estão disponíveis para ajudar a Comunidade a alcançar os seus objectivos, mas os objectivos terão de ser aqueles que a Comunidade identificar como seus e se propuser materializar. Sinto-me muito entusiasmado e confiante para levar a bom porto a missão de que estou incumbido conducente a um maior estreitamento das relações bilaterais a nível político, económico e cultural entre os nossos países e povos, bem como para realçar a presença das centenas de milhares de portugueses que vivem nos mais recônditos lugares deste vastíssimo e grande país. Proponhome realizá-la com a vossa ajuda. Espero poder contar convosco. Apresento a expressão das minhas felicitações e votos da continuação dos maiores êxitos a todos e todas os portugueses e luso-descendentes e apelo a que persistam na afirmação da presença Portuguesa no Canadá. Para terminar, queria deixar-vos os meus sinceros votos de Feliz Natal e de um próspero e pacífico Novo Ano 2004. João Pedro da Silveira Carvalho Embaixador de Portugal

Passagem de ano Festa da Família No dia 31 de Dezembro, pelas 19h, terá lugar no salão de festas da Igreja St-Bonaventure, 5205 St-Zotiqhe este, a festa de Passagem de Ano cujos fundos angariados reverterão a favor das famílias mais desfavorecidas da nossa comunidade. Os membros da Conferência de S. Vicente de Paulo terão oportunidade de dar melhor apoio aos mais necessitados. A animação desta festa está a cargo de Gilberto Rodrigues e de alguns dos nossos luso-canadianos. Convidem os amigos e tragam os vossos petiscos e bebidas preferidas para regar o Novo Ano. Entrada: 10 famílias para adultos e gratuita até aos 12 anos. Bemvindos a todos! Para reservas: Zilda e Diamantino Frade 728-2926 ou 521-2364; Hortense e Guilherme Rebelo 256-0446.

Missão Santa Cruz Passagem de Ano

No dia 31 de Dezembro, pelas 20h00 terá lugar no salão de festas da Missão Santa Cruz, a festa de Passagem de Ano, animada pelo conjunto Reflex. Reserve já a sua mesa na secretaria da missão ou pelo 844-1011.

Romeiros do Quebec O mestre dos Romeiros do Québec, João Vital, deseja a todos os romeiros e seus familiares um Natal muito alegre e um Ano Novo cheio de paz, saúde e das maiores felicidades. Aproveita também para anunciar que o Rancho do Québec fará mais uma tentativa de ir a São Miguel em 2004. Os irmãos interessados deverão contactar João Vital pelo 450.430.7509 ou pelo 514.971.1688.

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 13

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 14

Os enfeites Os principais enfeites de Natal consistiam em frutos da época, doces e bolos. Mais tarde os vidreiros alemães, fabricaram objectos mais leves com os quais se podia enfeitar a árvore. Pequenos enfeites e doces também eram ai colocados pelas crianças. vista. Mas afinal porque enfeitamos a árvore de Natal? Mais uma vez, estamos no reino do ritual pagão. Na Idade Média

as pessoas acreditavam em espíritos das árvores, enfeitavam árvores todos os anos durante o Inverno. Quando no Outono as folhas caiam pensavam que os espíritos das árvores as tinham abandonado. Isto motivava receios de que não pudessem regressar a essas árvores na Primavera seguinte. Se tal acontecesse, as árvores ficavam nuas e não dariam mais frutos. Para fazer com que os espíritos regressassem às árvores, penduravam-se nas mesmas decorações de pedras pintadas ou de panos coloridos. A ideia era a de tornar atraente as árvores para que os espíritos regressassem e as habitassem de novo. Para encanto de todos, isto funcionava maravilhosamente bem, e todos os anos,

ma Primavera, as folhas despontavam novamente nas árvores. Depois deste costume, as pessoas começaram a trazer uma árvore para dentro de casa no período do Natal. Quando o novo costume de trazer para dentro de casa pequenos abetos, teve início na Alemanha, era perfeitamente natural acrescentar-lhe enfeites. Estes passaram a ser variados: doces, rebuçados, correntes de pequenas bolas de vidro, ornamentos de papel, velas e muitos mais. De salientar o facto de que hoje as velas não são utilizadas por serem consideradas perigosas e foram substituídas por pequenas lâmpadas eléctricas coloridas ou não.

As cores do Natal

Les membres du cabinet du conseil d’arrondissement de Villeray - Saint-Michel - Parc-Extension vous souhaitent une réjouissante période des Fêtes et une Nouvelle année remplie de bonheur, de paix et d’amour. At this joyfull time of year, the city councillors of Villeray St-Michel - Park Extension borough would like to take this opportunity to wish to you and your family a very Merry Christmas and a Happy New Year.

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Esta tradição remonta aos festivais do solstício de que já vimos na breve história. O verde é a cor das verduras que tem uma grande importância na decoração. O vermelho apareceu por causa do azevinho. Este arbusto dá-se ao longo do Inverno e cobre-se de bagas vermelhas. Diz-se que este nascer das suas bagas simboliza Cristo. É também uma das chamadas cores quentes, que no frio do Inverno dá a sensação de aquecimento e apela aos sentimentos mais nobres do coração - sinónimos do Natal.

O dia 24 Para os crentes a véspera de Natal é a parte mais emocionante da época natalícia, porque anuncia o momento em que podemos começar a celebrar o nascimento de Jesus. É uma antiga tradição dizer que Jesus nasceu no dia 25,de Dezembro exactamente à meianoite. Quando os cristãos ouvem os sinos tocar à meia-noite, surge de novo o sentimento de que Cristo está a entrar no mundo e de que o demónio o está a abandonar. É um momento emocional muito importante para aqueles que têm uma fé pessoal forte. Existe um mito de que, no exacto momento do nascimento de Jesus todos os animais conseguiram de súbito falar e comportarse como pessoas. Nos campos, viraram-se para Leste e ajoelharamse a rezar. Existe também a lenda de que à meia-noite da véspera de Natal todas as abelhas que estavam a hibernar acordariam nos seus cortiços e começariam a zumbir em uníssono o Salmo 100. Ao mesmo tempo as portas do Paraíso abrir-se-iam e, durante alguns instantes, deixariam passar fosse quem fosse (abençoados e pecadores) para entrar directamente no Céu. A influência de Jesus era tão forte que, quando os sinos tocassem à meia-noite os espíritos malignos seriam incapazes de fazer mal.

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 15

Comunidade Imagens dos meus antigos natais Por António Vallacorba

É sempre com um misto de melancolia e contentamento que aguardo a chegada da quadra natalícia, a minha preferida, pois, no ambiente festivo destes dias, não posso evitar as doces e amargas recordações dos natais da minha infância. São imagens que trago entranhadas na alma como a lava escaldante que formou as nossas saudosas ilhas e que ainda pulsa no ventre delas. Que saudade dos tempos quando os brinquedos ainda cabiam nos sapatinhos! Brinquedos como os soldadinhos de chumbo que se vendiam na Loja dos Alemães e que o Pai Natal nunca me trouxe, deixando em vez um cestinho de figos. Brinquedos? Muitos deles eram da confecção da juventude de então: carroças feitas de socas de beterraba, com carrilhos de milho a servir de bois; caixas de fósforos puxadas por gafanhotos; telefones feitos com latas de lustre; peúgas recheadas de papel, em forma de bolas; caminhas de madeira para bonecas, sendo estas feitas de trapos e de papelão, a par de

veículos e outros andarilhos de madeira, mas os peões eram comprados, assim como as loicinhas de barro Hoje, há mais dinheiro e está tudo mais sofisticado. Peúgas, só para decoração E os sapatinhos são demasiadamente pequenos para conter vídeos, computadores, voluptuosas “Barbies” e todo um ror de brinquedos e jogos electrónicos que induzem nas crianças (e adultos!) o instinto da violência. Saudades, também, da Missa do Galo, na Igreja de S. José, em Ponta Delgada, concelebrada pelos padres Maia e Dinis, perante todo aquele místico ar festivo de um violino gemendo o nobre Adeste Fidelis. Depois, era a expectativa de subir a minha rua, a Vila Nova e Cima, para, de porta em porta, saudar as minhas tias e primos, com as casas a cheirar ao pinho forrando as lajes do chão, ramos de criptoméria e cachos de tangerinas pelas paredes… - O Menino “mija”? – perguntava eu, todo inquieto para provar o anis. - Entra, entra, querido -, respondiam-me elas e sabendo do que eu pretendia. Natais de figos passados, alfarrobas, licores caseiros e, muito raramente, algumas nozes, que para mais o dinheiro não dava, mas muito amor, amizade e a alegria de a família estar junta! (Em nossa casa, esperava-se todo o ano para degustar uma refeição de galinha, confec-

cionada em canja, assada e recheada, tendo como sobremesa a massa sovada e arroz doce, bem como outras guloseimas e licores típicos da quadra). Saudades, também e ainda, da minha adorada mãe e dos natais que não pude passar com ela. Natal! Que dia abençoado, este em que o Menino vai nascer para todos(?). Que felicidade para os que se vêem rodeados de familiares, bons amigos e se sentem de saúde! Natal de nostalgia, também, por esta ausência das ilhas e da minha gente; de tristeza e dor pelo estado em que vai o mundo. Mais um Natal. De noite e de dia demasiado curtos para quem se vê rodeado de tanto amor, amizade, abundância e felicidade; porém, uma eternidade para os que têm fome e sede de justiça, falta de alimentos e de agasalho; para quem enfrenta o vácuo da sua própria solidão! Oxalá que este seja um Natal mais solidário e fraterno. Boas Festas e Ano Novo muito próspero.

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Dia de Natal Por Maria Calisto eles. Deve ser triste passar Natal sozinho sem o calor da família. A todos vós desejo um Feliz Natal cheio de alegria, de paz e

de amor. Pedimos a Deus que abençoe todas as pessoas do mundo e que nada de mau aconteça nesse dia da família e da paz. Todos nós que temos graças a Deus uma família devemos agradecer essa realidade. Boas Festas a todos.

Natal Por Natércia Rodrigues

Natal é dia de alegria, de festa de amor mas também é dia de lembrança. Em 1997 em São Miguel nos Açores, o dia de Natal foi um dia de temporal. Muitas coisas foram destruídas e muitas vidas foram perdidas. Nós portugueses, mas sobretudo nós açorianos devemos ter sempre um pensamento para essas pobres pessoas que perderam tudo no dia de Natal. Os Açores são mil maravilhas, mas a bravura do mar pode fazer delas um verdadeiro desastre. Natal é um dia por ano, mas esse dia é muito mágico para as crianças. A beleza das casas iluminadas fazem do Natal uma festa alegre e as ruas mais agradáveis para caminhar. Natal não é só dia das prendas mas dia de perdão, dia de dizer aos nossos familiares e amigos o carinho que temos por eles. Dia para muitos de festejar o nascimento de Jesus Cristo e se encontrar em família para estarmos juntos à mesa. Para todas as pessoas que não tenham essa sorte de ter uma família devemos ao menos ter um pequeno pensamento por

Pois é…já chegamos outra vez ao Natal. As nossas vidas seguem um ritmo de calendário. Isto é, os ciclos vêm uns atrás dos outros. Basta abrirmos as nossas agendas e lá está tudo escrito. Visto repetirem-se as mesmas coisas, ano após ano, criam-se costumes e chegamos a festejar acontecimentos até mesmo sem sabermos bem porquê. Natal...como é lindo o Natal, é a festa que comemora o nascimento de Jesus Cristo. Nos nossos tempos, o Natal é um época em que nos lembramos da família e dos amigos. Lembramo-nos do nosso torrão natal, da nossa infância, dos amigos que lá deixamos, mas ao mesmo tempo estamos como que mais enriquecidos com a nossa maneira de ser; as nossas emoções são diferentes. Se não tivéssemos saído de lá, as nossas emoções seriam outras, certamente, e então no meio desta nostalgia tentamos ser o mais feliz possível. Nesta quadra do ano, das aldeias mais pequenas às cidades maiores, por esse mundo fora há música, iluminações, um Pai Natal aqui, um Santa Claus ali, um presépio, uma árvore de Natal cintilante...muita gente atrapalhada a correr de um lado para o outro comprando alguma coisa para oferecerem às pessoas que lhes são queridas. É Natal...a excitação não nos deixa dormir e a cama queixa-se do nosso desassossego. Noite de Natal...missa do galo.. vamos à igreja e quantas vezes que cansados pela tão grande fatiga que entrou dentro de nós, nos deixamos dormir durante o evangelho e a pregação? Outros, em alguns momentos até ficam com os olhos húmidos ao ouvirem a coral com seus cânticos e com a santa pregação. No fim da missa, as pessoas saúdam-se e exprimem votos de um Feliz Natal. Ao chegarmos a casa, abrem-se as ofertas, ao que juntamos a nossa alegria, alguns doces e um licorzinho saboroso. Resta-me desejar-vos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo cheio de coisas boas para todos e compartilhadas em paz com os outros. FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!


A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página

Breve História de Natal O primeiro Natal começou a ser celebrado nas vésperas do nascimento de Jesus, quando, segundo a Bíblia, os anjos anunciaram a Sua chegada. Nessa altura o imperador Augusto, determinou o recenseamento de toda a população do Império Romano por causa dos impostos, tendo cada pessoa, para o efeito de se registar na sua localidade. O Novo Testamento refere que José partiu de Nazaré para Belém, para se recensear, e, levou com ele a sua esposa, Maria, que esperava um Filho. Ao longo da viagem, chegou a hora de Maria dar à luz e como a cidade estava com os albergues completamente cheios, tiveram de pernoitar numa gruta. Foi nessa região da Judeia e no tempo do rei Herodes que Jesus nasceu. Diz a Bíblia que um Anjo desceu sobre os pastores que guardavam os seus rebanhos durante a noite e disse-lhes: “deixai o que estais a fazer e vinde adorar o menino, que se encontra em Belém e é o vosso Redentor”. Os pastores foram apressados, procurando o lugar indicado pelo Anjo, e lá encon-

traram Maria, José e o menino. Ao vê-lo, espalharam a boa nova. Os Evangelhos, de S. Marcos e S. Mateus relatam a história do nascimento de Jesus e ao contrário do que julgávamos, Jesus não teria nascido no inverno, mas sim na Primavera ou no Verão. Os pastores não guardariam os rebanhos nos montes com o rigor do Inverno. Em relação à data do nascimento de Jesus, existem também algumas dúvidas. A estrela que guiou os Três reis Magos até à gruta de Belém deu lugar a várias explicações. Alguns cientistas afirmam que deverá ter sido um cometa. No entanto nessa altura não há registo que algum cometa tivesse sido visto. Outros dizem que no ano 6 ou 7 a. C. houve um alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno mas também não é muito credível, para que se considere esse o ano do nascimento de Jesus. Por outro lado, visita dos Reis Magos é comemorada 12 dias depois do Natal (Epifania) sendo tradicional festejar este acontecimento em pleno Inverno, a 6 de Janeiro. O cálculo mais engenhoso, baseava-se na ideia de que, uma vez

que se parte do princípio de que Cristo terá morrido a 25 de Março, deve também ter sido concebido a 25 de Março, porque o seu tempo na Terra tinha de ser um número perfeito de anos. Nove meses depois de 25 de Março, temos 25 de Dezembro, e, desta forma, pode justificar-se a data escolhida oficialmente. A escolha do dia 25 de Dezembro foi inteligente e nada teve de arbitrário. Ao colocar, de uma vez por todas o nascimento de Cristo a meio das antiquíssimas festividades pagãs do solstício do Inverno, a Igreja Cristã tinha a esperança de as absorver e de as converter. O que aconteceu foi que, por um lado, as festividades pagãs foram vitoriosamente envolvidas pelas fé cristã, e o nascimento de Jesus transformou-se. no espírito das pessoas, no principal ponto de interesse do solstício do Inverno. Os Apóstolos encarregaramse de espalhar a palavra de Jesus Cristo e muita gente se converteu ao Cristianismo. Os primeiros cristãos foram perseguidos pelos romanos e apenas no ano de 306 d. C, quando o imperador Constantino se converteu ao Cristianismo, este se difundiu em grande escala.

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Esse imperador mandou construir muitas igrejas, entre elas está a igreja da Natividade em Belém, no local onde se julga que Jesus terá nascido. Embora a celebração do Natal começasse com o nascimento de Jesus, tornou-se verdadeiramente popular há apenas 300 anos. Os primeiros registos da celebração do Natal têm origem na Turquia, a 25 de Dezembro, em meados do sec II. No ano 350, o Papa Júlio I levou a efeito uma investigação pormenorizada e proclamou o dia 25 de Dezembro como data oficial e o Imperador Justiniano, em 529, declarou-o feriado nacional. O período das festas alargouse até à Epifania, ou seja vai desde 25 de Dezembro até 6 de Janeiro. O dia 6 de Janeiro é o chamado dia dos Reis Magos. Bom, mas porque celebramos o dia 25 de Dezembro e não outra data se temos tantas dúvidas sobre o nascimento de Jesus? Vejamos a explicação que se segue. Os dias em Dezembro ficam cada vez mais pequenos, até ao dia 21 do mesmo mês, dia do solstício de Inverno, e, os povos pagãos festejavam os dias que

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precediam esta data, com o objectivo de apaziguar o Sol e fazer com que este aparecesse de novo, fazendo com que o Inverno fosse mais suave. Após o solstício os dias ficam maiores e mais claros, isto significava para eles luz, alegria e esperança de boas colheitas. Em Roma festejava-se o triunfo de Saturno sobre Júpiter. Saturno era a idade de ouro de Roma, por isso era associado ao Sol. Os romanos festejavam esta festa próximo do solstício. Nesta altura ninguém trabalhava. Acendiam-se velas e grandes fogueiras para iluminar a noite e havia muita comida. Outro ritual era a oferta de presentes para apaziguar a deusa das colheitas, sim, os romanos tinham deuses para quase tudo. A Igreja não aprovava estas festas pagãs, pelos excessos que se cometiam, compreendese pois que as tentassem abolir, no entanto, chegou à conclusão que era preferível permiti-las para não privar o povo dos festejos que tanta alegria lhes davam, mas tentando transmitir-lhes a ideia, de que esta cedência era feita para dar honras a Cristo. Assim o seu nascimento seria celebrado com dignidade e teria a sua festa. Muitos desses costumes ainda hoje existem, mas outros ficaram esquecidos. Noutras páginas deste site encontrará a sua explicação. O mais antigo é talvez a comida e a bebida que neste dia existe em abundância em quase todos os lares, É talvez por isso que os não católicos festejam o Natal com grande entusiasmo. Os maiores festejos da Era romana, realizavam-se em honra do deus Mitra, que nasceu a 25 de Dezembro. por este facto, o Imperador Aureliano declarou este dia o maior feriado em Roma. Passado cerca de um século Imperador Constantino, que se tinha convertido ao cristianismo, manteve muitos dos rituais, pois o deus Mitra representava o sol e a sabedoria. Cristo representa a vida, a luz e a esperança. Então em vez de

se festejar o Sol como antigamente, passar-se-ia a celebrar o nascimento de Jesus Cristo e a festa pagã seria absorvida pela festa cristã. Durante as invasões bárbaras no século V, os povos Nórdicos e Germânicos conhecem o Cristianismo tomam contacto com o Natal. Saliente-se que estes povos já festejavam o solstício com rituais próprios e mais tarde foram incorporados no Natal. A religião Cristã foi abraçando toda a Europa, dando a conhecer a outros povos a celebração do Natal. Em Inglaterra, o primeiro arcebispo de Cantuária foi responsável pela celebração do Natal. Na Alemanha, foi reconhecido em 813, através do sínodo de Mainz. Na Noruega, pelo rei Hakon em meados de 900. Este rei teve a título de curiosidade o cognome de O BOM. Portanto em finais do séc. IX, o Natal já era celebrado em toda a Europa. Através dos séculos o carácter pagão destas celebrações foi progressivamente absorvido pela celebração cristã, no entanto alguns dos rituais mantiveram-se. Em Inglaterra Alfredo, o Grande, declarou 12 dias de festividade. Henrique III celebrava o Natal com a matança de animais e eram oferecidos presentes ao rei, No entanto este, mudou um pouco a tradição e passou também a distribuir comida pelos mais pobres. Em 1533 o Natal tornou-se um grande acontecimento, e era celebrado com cânticos, danças, teatro e abundância de comida. O Clero com estes excessos todos colocou alguns entraves à maneira como o Natal era celebrado, isto é para a igreja, faltava o lado espiritual. Surgiu então a questão abolir ou não as festas, antes que estas caíssem em exageros. Com a reforma Lutero considerou os festejos desnecessários e, na Escócia, o Natal foi abolido em 1583. O povo demonstrava o seu desconten-


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tamento com estas leis e foi resistindo ao seu cumprimento, continuando a festejar o Natal. Mas a lei foi mais forte e o Natal tornou-se de facto ilegal. As igrejas foram fechadas e quem não respeitasse a lei era punido. Note-se que os Puritanos tomaram estas medidas como precaução, pelos excessos pagãos que estes festejos continham e não pelo celebração do acontecimento cristão. O Natal foi novamente legalizado em 1660, quando Carlos II regressou ao poder. Mas com a revolução industrial o espírito do Natal foi-se perdendo. Era necessário trabalhar o mais possível para fazer dinheiro, e não havia lugar ao descanso, como tal os feriados foram proibidos, incluindo o do Natal. Apenas algumas pessoas continuaram a festejar o Natal em suas casas. Alguns patrões concediam também algumas horas livres aos seus empregados. Enquanto em Inglaterra a maioria das pessoas andava triste, na Alemanha, as pessoas festejavam alegremente o Natal, que se consolidou com muita tradição. No século XIX (finais) os americanos, viam esta época

com grande ternura, provavelmente devido aos emigrantes germânicos que a celebravam com entusiasmo. Os germânicos celebravam o Natal com grandes feiras, árvores, luzes e presentes, e a crianças eram o alvo das maiores atenções. Quando em 1837 a rainha Vitória subiu ao trono de Inglaterra, este país mudou radicalmente a sua posição acerca do Natal. A rainha casou com o príncipe Alberto de descendência alemã, e o príncipe trouxe consigo as tradições, e o espírito do Natal ressurgiu. Esta época era maravilhosa. A família real festejava-a com grande carinho pelas crianças, e fomentava a solidariedade e o amor pelo povo. A primeira árvore de Natal foi introduzida pelo próprio príncipe Alberto. A Família real foi a grande responsável pelo impacto que o Natal veio a ter em Inglaterra. Era uma época de boa vontade e de amor, na qual os mais desprotegidos recebiam algum consolo. Finalmente no século XX, o feriado continuou e a tradição chegou até nós.

Nasceu o Menino O Natal é, sem dúvida, um dos mais belos e significativos acontecimentos do ano. O mundo cristão comemora nessa data o nascimento de Jesus Cristo, aquele que os cristãos consideram o Salvador do Mundo. Na noite de 24 para 25 de Dezembro, conhecida há já vinte e um séculos como a Noite

de Natal, o ambiente enche-se de amor e magia, as famílias cristãs reúnem-se para celebrar o Nascimento do Menino. O Presépio e a Árvore de Natal são os símbolos ancestrais mais conhecidos, transmitidos de geração a geração numa tradição cuja origem se perde na noite dos tempos,

anterior mesmo ao advento do Cristianismo. Só mais recentemente, nas últimas décadas, o Pai Natal começou a fazer a visita ao mais pequenos, descendo pela chaminé com o seu saco carregado de prendas que coloca nos sapatinhos dos mais petizes.

Diz a Bíblia Sagrada que o anjo Gabriel apareceu à Virgem Maria e Lhe anunciou o nascimento do Filho de Deus. As religiões de todos os povos possuem as suas Virgens Mães, Marias ou Mayas, como por exemplo Adha-nari, a brâmane; Ísis, a egípcia; Astaroth, a hebraica; Astarté, a síria; Afrodite, a grega; Vesta, a romana; Herta, dos germanos; Ina, da Oceania; Isa, a japonesa; Ching-Mu, a chinesa; Jaci, a tupi, entre muitas outras. Muito antes da nossa era já os antigos judeus, chamavam a rainha do céu (ou “Regina Coeli”) de Mênia, donde derivou Neomênia (Nova Lua), que vem a ser a mesma Maria (em seus diversos nomes), mãe de Deus encarnado, nos vários cultos religiosos. Quanto ao lugar do nascimento do Menino Jesus, ele ocorreu na cidade palestina de Belém, tendo sido a criança recém nascida colocada numa mangedoura e aquecida pelo calor da respiração dos animais.

Peru Assado e Recheado Ingredientes: Para 8 pessoas: ·1 peru pequeno ou perua ·2 limões ·3 colheres (de sopa) de manteiga ·50 grs de toucinho ·250 grs de carne de porco ·250 grs de fígado de vitela ·50 grs de pinhões ·100 grs de miolo de pão ·50 gr de azeitonas

·2 ovos ·1 colher de (sopa) de salsa picada ·1/2 dl de aguardente ·leite ·1 cebola pequena ·1 dente de alho ·sal ·pimenta e noz moscada ·vinho branco

Confecção : Prepare o peru e ponha-o de molho em água fria com os limões em rodelas, de um dia para o outro. No dia seguinte enxugue o peru e recheie-lhe o papo com o seguinte picado: pique a carne de porco, o fígado do peru e o de vitela e o toucinho. Pique a cebola e aloure-a com uma colher de sopa de manteiga. Junte as carnes, os pinhões, as azeitonas sem caroço, o miolo de pão amolecido com um pouco de leite e a colher de sopa de salsa picada. Ligue com os ovos batidos e a aguardente e tempere com sal, pimenta e noz moscada. Encha o papo do peru com o recheio, feche a abertura com agulha e linha e deixe ficar algumas horas. Coloque o peru num tabuleiro, regue-o com a restante manteiga derretida e leve a assar em forno médio (180ºC). A meio da assadura refresque o peru com um pouco de vinho branco. Depois de assado, retire-lhe as linhas com que foi cosido e sirva-o acompanhado com ervilhas salteadas e cenouras estufadas. Nos topos da travessa ponha agriões bem frescos. À parte sirva um arroz de passas e pinhões. * Um peru de 5 kg recheado leva cerca de 4 horas a assar. Se começar muito cedo, envolva-o em folha de alumínio.

Rabanadas ou Fatias-de-paridas Ingredientes: · 1 pão de véspera (cacete ou de forma) ; · 3 dl de leite ; · 4 ovos ; · 300 g de açúcar ; · canela ; · 1 casca de limão ; · óleo para fritar Confecção: Leva-se o leite a ferver com duas colheres de sopa de açúcar e a casca de limão. Batem-se os ovos muito bem, de modo que a clara fique imperceptível. Corta-se o pão em fatias com cerca de 1,5 cm e passam-se primeiro pelo leite e depois pelos ovos. Fritam-se em óleo bem quente e escorrem-se sobre papel absorvente ou sobre um pano. Servem-se polvilhadas com açúcar e canela ou com calda de açúcar.

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Comunidade As Previsões para 2004 Por Manuel Rodrigues

É habitual, nesta quadra festiva, virem à luz do dia as mais diversas previsões sobre o ano seguinte. Astrólogos e por vezes, até analistas políticos dedicam-se à árdua tarefa de

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adivinhar o futuro e os seus escritos são devorados por inúmeras pessoas ávidas de conhecer a sorte ou o azar que as espera. Não sou astrólogo e devo confessar francamente, que não acredito na astrologia. Penso que qualquer ser humano é capaz de asseverar que haverá tensões e conflitos em diversas zonas, que irão ocorrer catástrofes naturais e que morrerá uma pessoa importante. E isto sem se escudar numa hipotética conjunção de Saturno e Marte ou numa passagem de Vénus pela quarta casa do

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Zodíaco. Também não pretendo debitar opiniões categóricas sobre qualquer problema, ocorra ele no Polo Norte ou na selva equatorial. Tenho-me, somente, como um cidadão no pleno gozo dos seus direitos políticos que se interessa pelos problemas do dia a dia e deles procura tirar conclusões. Atrevo-me a considerar que, Portugal foi e sempre será de grande permeabilidade a tudo o que se passa no mundo. Trata-se de uma inevitabilidade histórico-cultural a que não conseguimos furtar-nos e que gera a alternância de ciclos de prosperidade com períodos de estagnação ou mesmo de retrocesso. Não é propriamente nisso que está o mal, a que já nos habituámos. Ele situa-se na recusa sistemática de encarar a realidade com frieza e na tentativa desajeitada de a apresentar consoante as conveniências de momento. Se tudo corre bem, o mérito é exclusivamente nosso Quando corre mal, toda a culpa é dos outros. A realidade, porém é diferente. Sem dúvida que, integrados numa macroeconomia mergulhada em profunda crise, dela havíamos de sofrer fortes reflexos, tão fortes e amargos como é enorme a nossa debilidade económica. E surge assim, uma primeira questão: Não teria sido possível que a crise que nos afecta assumisse menores dimensões? Creio bem que sim. Ora os resultados económicos obtidos em 2003 são maus.

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e perenes da liberdade, da igualdade e da solidariedade. Só é vencido quem desiste de lutar. Por enquanto o sol, ainda é de

Haverá Natal sem conflitos? Por Manuel Alves Louro

Há sempre nuvens densas no céu estrelado que impedem a Estrela de Belém de mostrar, clara e evidente, a mensagem do presépio, aos homens que não têm pão. Natal comporta um não sei quê de maravilhoso. Mesmo se persistimos a fazer dele uma festa de crianças, os adultos também se deixam levar pelas ondas da ternura infantil. Os “réveillons”, os almoços abundantes e suculentos, as prendas, as decorações, os dias feriados, tudo concorre para criar um clima de festa. É como umas termas de repouso e reflexão que nos é dada no princípio do Inverno; é uma trégua de conflitos. Para além do maravilhoso que nunca dura o tempo que desejaríamos, um facto que vem sempre fazer descer o nosso “avião” na pista da realidade. Esta pista chama-se Pobreza Indecente que, resignada pelo hábito de se resignar, nem já grita, nem já pede nem se revolta, identificada que está com o nada, pelo hábito de com o nada se parecer. Sim, ser e parecer... à força de parecermos o que não somos, tornamo-nos o que parecemos e mais nada reivindicamos. Os peditórios de toda a sorte que coloram a paisagem das Festas, testemunham esta miséria crescente de tantos e

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tantas que desceram ao nível mais baixo do que o dos animais. Estes ao menos são o que são... não sabem donde vieram nem sabem para onde vão. A actualidade está sempre carregada de tensões que fazem vibrar a sociedade Quem não escuta todas as noites os noticiários? Grupos populares, movimentos vindos de todos os lados, gritam alto e bom som que não recebem a justa parte daquilo que, por natureza, está reservado a cada pessoa humana. Vozes que se levantam por toda a parte para denunciar a pobreza na qual se encontram até tantos canadianos, principalmente crianças, filhos de um país tão rico. A realidade apresenta-nos, por intermédio dos médias, as crises contínuas, aqui e ali, que sacodem o mundo, particularmente o Iraque e o Médio Oriente (Palestina, Israel...). Imagens terríveis mostram-nos pessoas de mãos vazias, abandonando os campos do desespero para voltarem para as suas aldeias de miséria. Esta visão da realidade convida-nos a avaliar a extensão da solidariedade humana. A generosidade e a solidariedade do tempo das festas não pode durar apenas o instante em que se depositam alguns trocos na “meia” do Natal. Os peditórios, necessários sejam eles, nada resolvem a longo termo; eles só podem servir de remendos momentâneos no tecido social que se rompe em todas as costuras. É necessário ultrapassar a caridade, facilmente satisfeita e descer até às causas deste profundo mal-estar mas, sobretudo, encontrar as soluções duradouras. Para além das compras de circunstância, de prendas, das árvores de Natal iluminadas e dos divertimentos de toda a espécie, o nascimento de Cristo há 21 séculos não deixa ninguém indiferente. Este acontecimento que os cristãos celebram cada ano constitui o ponto central das história do Mundo. Desde há 2003 anos que Cristo inspira ainda os crentes. A Sua Mensagem de paz e de união entre todos é sempre actual mesmo se o mercantilismo e escândalos dentro da própria Igreja não cessem de se repetir, ao ponto de a tornarem irreconhecível. Apesar da dura realidade que nos apanha no tempo das Festas e que encobre o maravilhoso, destaca-se a figura de Cristo que continua a descobrir-se àqueles que procuram o sentido da vida. Há 21 séculos, o mundo vivia tensões permanentes. Mesmo se a cidade de Belém vivia na quietude, a Palestina estava sob o jugo e dominação romana. Mas, o que reaviva a nossa esperança é que a Mensagem atravessou e venceu mil obstáculos para nos encontrar, a nós, 2003 anos mais tarde. Natal, uma pessoa a descobrir uma mensagem a realizar!...


A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 19

Pinheiro do meu Menino Por Ana Velez Há uma árvore de Natal plantada no meio do presépio da igreja onde fui baptizada há quase meio século de vida à espera do meu regresso. Este Natal apetece-me voltar para a aldeia e ajudar a arrancar, das entranhas da terra, o musgo para enfeitar o berço do nascimento do meu Menino. O Menino que está comigo nos momentos de solidão acariciando-me os pensamentos presentes das lembranças de outrora. O Menino que me segue procura comigo, em cada Natal, um pinheiro igual àquele que desejo ver em cada igreja onde entro para matar a minha saudade, até regressar. Duas vaquinhas esguias, e de ar sereno, uma ao lado da outra, seguem também os meus passos por mundos diferentes, onde o emigrante ganha o pão que a pátria nunca lhe quis dar. Entro, saio, adormeço, e é Natal, acordo, e é outra vez Natal: Natal com sucessos, alegrias, choros e risos, desenhados na vida que o destino me vai traçando longe da árvore do meu Menino. - Ajuda-me, ajuda-me! Quero trepar mais depressa, para poder ver, do alto, todo o presépio iluminado! As minhas pernas são empurradas por mão firme e, eu trepo cada vez com mais força. Sentada num galho estico uma perna, e depois outra, e enfio um pontapé nas pinhas que bloqueiam o meu caminho. Quando estou quase no alto do pinheiro, sinto que alguém me

puxa pelos pés e, começo a descer, a descer, até chegar a terra firme onde me sinto um animalzinho inocente e sem folgo para bafejar o meu Menino. Não digam a ninguém (cada vez que entra na magia da quadra natalícia) há em mim uma criança que me obriga a trepar ao pinheiro do Menino, para regressar à aldeia em pensamento e matar a minha saudade. Os pinheiros de todos os montes, nos países onde vivi, continuam a servir-me de miradouro, aqui e agora e daqui para acolá. No Canadá escolhi um deles, e nele trepei para chorar, cantar, dançar, e ver o natal da aldeia mais além: ao longe lá na encosta da Serra do Açor. Esquecida de tudo, ao meu redor, liberto-me do medo da altura, e deixo que me avistem todos os natais da minha memória. Vejo muitos pinheiros... Debaixo de todos eles há figurinhas de todas as cores, e um Menino embrulhado num lençol dourado, rodeado por duas vaquinhas e, milhares de luzinhas, que parecem descer do Céu. Chegam as primeiras velhas da sacristia, vestidas de negro, e as jovens de véu branco na cabeça, e as mães com os filhinhos ao colo ou pela mão. Só depois entram os homens, e os rapazes que lentamente e em silêncio, sobem pela igreja acima, e vão sentar-se nos primeiros bancos da frente, perto do altar-mor. Todos rezam baixinho para

adormecer o Menino que acaba de nascer à meia-noite em ponto. Ainda oiço o murmurar daquelas beatas, que baixinho vão criticando a maneira de vestir, (as mini-saias) das esbeltas raparigas que depois da missa do galo namoriscam até ao rebentar da aurora. - «Tátá desce, estás na lua»? – Eu estava empoleirada no mais alto dos meus pensamentos, e respondi à criança que me interrogava. - Nas minhas lembranças, querida menina, há sempre pinheiros cercados de figurinhas, que atravessam céus e mares para que nos momentos vazios da vida, o Menino as coloque no sítio certo para que não me falte a companhia em terras de emigração. Nos meus pensamentos ainda permanecem vivos os pinheiros que cortámos para fazer sombra ao Menino, e pendurar as luzes do passado para que com elas nos sintamos iluminados na procura de outras e belas lembranças vividas. Há dias em que subo de pinheiro em pinheiro. Depois, apoiada de galho em galho, deixo-me cair, e volto a trepar, na esperança de que do alto do próximo pinheiro, possa ver ainda melhor os natais da aldeia que me viu nascer. Mais do que uma vez, cansada dos tempos que correm velozes, cada vez mais rotineiros, trepo mais alto, e num delírio desequilibrado caio dum pinheiro gigante, e a queda faz– me acordar já do outro lado do mar. Foi preciso dar um novo salto. Desta vez não deixei que o pinheiro baloiçasse na viajem de regresso, porque até seria

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perigoso caso o pinheiro tombasse e me deixasse cair. Eu, pesada como sou, faria um buraco nas neves frias destes lados do mundo: o Canadá. Mas a pernada vergou até à entrada da maior igreja de Montreal. Eu só queria encontrar um pinheiro igual ao do meu Menino, lá da aldeia. Reparo que nem naquela igreja canadiana, nem nas outras, havia pinheiros como os do meu Menino. E como posso eu viver nos caminhos espinhosos da emigração, sem o pinheiro do meu Menino, cujo tronco me serve de ponte entre o passado e o presente? E como será o futuro, se os galhos do pinheiro do meu Menino envelhecem, e decidem atraiçoar-me enquanto corro mundos emigrantes, levando a minha Pátria, prenhe de memórias e saudades. Não, o meu Menino Deus, o verdadeiro, não o vai deixar secar o meu pinheirinho: vai regá-lo todos os dias até que um dia eu regresse da viagem. Olhando para o espelho do meu quarto, enfeito-me para a ceia de Natal. Dou um gritinho às crianças para que venham admirar o fato verde que acabo de estrear. Gostaria que elas e eles, tivessem um dia uma bela recordação da tatá! Pergunto-lhes: - Estou linda amores meus? - Sim, mas anda brincar... A música de Natal que uma das meninas havia trazido encantava-me. Fecho os olhos. A cama estava ali; perto de mais para dar vontade de gozar uma pequena sesta. O sono foi de pouca dura. Senti gemidos, como se fossem de lenha a rachar. A lareira crepitante

convidava a uma bela ceia de Natal. Acordo? Olho para a janela. A minha rua estava toda branquinha. Um autêntico tapete branco cobria de neve toda cidade de Montreal! - Tatá, anda! Anda! - Diz uma criança. Espreguicei-me. E quando levei dois beijos doces no rosto, senti-me feliz e pronta para voltar a ser criança. - Trepa escadas acima, e vai

depressa buscar o trenó. Queremos brincar contigo na neve. Tal como as crianças, vou meter-me no trenó e brincar na neve: - vamos todos fazer bonecos, bolinhas e vaquinhas. Cada uma das figurinhas irá para debaixo do pinheiro do Menino Deus, que vive no meu pensamento até que findem os meus natais na terra!

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 20

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 21

Confessionário Mota Amaral é o personagem nacional que mais admira. Considera-se pacato, mas diz que não é fácil falar de si mesmo. Quando lê os confessionários dos outros parece fácil, mas quando nos toca... É Gonçalo Gomes da Missão de Santa Cruz. Por José de Sousa VP- Como se define a si próprio? GG- Não é fácil falar de nós próprios, mas considero-me uma pessoa pacata. VP- Qual a sua melhor virtude? GG- A humildade. VP- E o seu pior defeito? GG- É de ter dificuldades em controlar as emoções. VP- Qual a sua melhor recordação de infância? GG- Os bolos que comia na casa dos meus avós maternos. VP- Se o tempo voltasse para trás, o que é que preferia não repetir? GG- Tudo o que fiz teve o seu valor, se em alguma coisa errei, serviu-me de lição. VP- Quando criança, que profissão sonhava vir a ter? GG- Sonhei ser padre, mas perdeuse o sonho na adolescência.. VP- O que significa para si a vida? GG- A vida foi um Dom que Deus deu ao meu corpo e que a Ele pertence. Procuro vivê-la o melhor que posso. VP- Em que época histórica gostaria de ter vivido? Porquê? GG- Na época actual, porque é nela que eu vivo. VP- Qual é o melhor sitio do mundo? GG- O primeiro é onde haja paz o segundo o cantinho onde nasci, Arcos de Valdevez. VP- E o pior? GG- O pior é onde reina a injustiça. VP- O que é viver imigrado? GG- Foi uma escolha que fiz livremente. Hoje não o faria. VP- Qual a viagem mais agradável que fez? GG- A Kitchener, Ontário. VP- Quais as características que mais admira no sexo oposto? GG- O que tenho em casa. Bom gosto e asseio. VP- O que mais o incomoda nos outros? GG- A inveja. VP- Como costuma ocupar os tempos livres? GG- O meu tempo livre é muito pouco e aproveito para conviver um

pouco com os amigos. VP- O que mais lhe agrada no seu trabalho? GG- A boa relação com os colegas. VP- E o que mais lhe desagrada? GG- Quando surge um engano. VP- Em que mais gosta de gastar dinheiro? GG- Em tudo o que me é útil e necessário. VP- Qual o seu prato favorito? GG- Bife com batatas fritas. VP- Qual a sua canção preferida? GG- A canção da Família do padre Zézinho. VP- Qual o melhor livro que leu? GG- O livro da primeira classe, pois foi ele que me ensinou a ler. VP- Qual o melhor filme que viu? GG- A Freira de Monza. VP- Que notícia gostaria de encontrar amanha no jornal? GG- O fim da fome e da guerra através do mundo. VP- Qual o seu personagem imaginário preferido? Porquê? GG- Nenhum, sinto-me feliz em ser o que sou e como sou. VP- Se fosse invisível para onde iria? Para ver ou ouvir o quê? GG- Servia-me da invisibilidade para detectar os amigos interesseiros. VP- Qual a personalidade internacional que mais admira? Porquê? GG- Jimmy Carter, pois foi um Presidente pacífico. VP- E qual a personalidade nacional? Porquê? GG- O Presidente da Assembleia da República Dr. Mota Amaral, pela sua simplicidade. VP- O que pensa deste confessionário? GG- Quando leio os pecados dos outros parece fácil, quando chegou a minha vez foi mais complicado. Pode levar-nos a corrigir os nossos defeitos. VP- Se fosse todo poderoso, qual a principal medida que tomaria? GG- A protecção das crianças. VP- Qual o provérbio em que mais acredita? GG- Cá se fazem, cá se pagam.

A coroa de Natal É costume pendurar no lado de fora da porta uma coroa durante os doze dias do Natal. Este costume é mais popular nos Estados Unidos, mas espalhou-se para o resto do mundo cristão, devido à influência do cinema americano. Actualmente, dizemos frequentemente “à sua saúde” quando compartilhamos com amigos e familiares uma bebida.

Para os romanos, a oferta de um ramo de uma planta significava um voto semelhante. O uso de coroas remonta à Roma antiga e para as tornar mais atraentes, tornou-se costume enrolar esses ramos numa coroa. Para aumentar as possibilidades de todos os da casa terem saúde no ano seguinte, os romanos exibiam essas coroas

Comunidade nas portas. Actualmente, as pessoas têm tendência para comprar a coroa de Natal que penduram na porta da frente, mas, rigorosamente falando, se desejarmos seguir com toda a correcção a tradição romana, só devíamos pendurar as coroas que nos tivessem sido dadas por outras pessoas.

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 22

Comunidade Luz na Noite de Natal Por Amélia Oliveira-Vaz

Como viveremos nós este Natal? Que festa ou que festas teremos? A televisão em Montreal anuncia o cinema das festas. O primeiro anúncio que eu vi era um filme que no anúncio já mostrava cenas de homens e mulheres nuas. Saberão os que se deitam cedo que logo que um filme termina, começam, tanto em postos de língua francesa como em inglês, os anúncios de

exibição de mulheres em atitudes provocantes, para não dizer degradantes, incitando os homens a telefonarem, pagando caro a troco de palavras de gente doente de ideias de loucura? E quem denuncia esta degradação de homens e mulheres, talvez crianças que vêem as imagens nessas horas tardias, degradação mesmo dos postos de TV que nós temos. Homens de todos os lados não só em Portugal continental ou ilhas autónomas, que são acusados de cometerem o crime de se degradarem, degradando crianças. Os jornalistas no nosso país de origem parecem não terem mais que falar causando a indignação de um país inteiro. Não é so em Portugal que os crimes de que tanto se fala acontecem, aqui mesmo no

Canadá, nos Estados Unidos e noutros países se não em todos. São criminosos de facto e é nos tribunais que devem ser julgados. Neste mundo fazem-se guerras fratricidas, em muitos as mulheres são consideradas inferiores, oprimidas pelos maridos e pela família deles, muitas são escravas, criancas são vendidas, escravizadas, famintas e batidas. Não devemos esquecer o sentimento de respeito, de carinho, de amor. Esta palavra amor tem sentidos impróprios, no chamado amor. Há actos sem amor sincero, verdadeiro entre as pessoas. O amor pode ser escrito com maiúscula, “Amor”. Amor aos filhos, entre os cônjuges, na família, com os amigos, os vizinhos, os pobres, os doentes, os estropiados. Amor pela humanidade, Amor por Deus que nos criou e Amor por Jesus que nasceu e morreu por toda a humanidade. Nasceu homem de carne e sangue como se costuma dizer. Jesus homem mas de natureza divina, a quem chamamos Senhor e por vezes Irmão, Jesus

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que nos promete a remissão do pecado e a Vida Eterna. Dezembro é o mes das festas digamos que é o mes do Natal Cristão. Estamos em Dezembro. Como iremos festejar o Natal, viver o Natal nas acções, nos sentimentos? O Natal não é os “parties” nos trabalhos, associações ou em casa. Não é só de comida com fartura, com luzes, música, comércios repletos de mercadoria e clientes, não são as ofertas caras para que pareçamos bem, onde por vezes é gasto o dinheiro que não possuímos. As paradas do Pai Natal com as fadas das estrelas, os gnomos que fabricam os presen-tes que o Pai Natal dará. Tudo isto é comércio, agitação, desejos incontidos, gastos que nos deixam endividados. Festejaremos o Natal em família, entre amigos, como acontece num aniversário natalício de familiar ou amigo. Façamos a festa com jantar, doces entre famílias para vivermos a fraternidade. Teremos árvore, presépio, luzes, mas não esqueçamos que festejamos o nascimento de um ser “único” entre os homens. Daremos graças a Deus pela festa, pela alegria, pela abundância, não esquecendo por quê e quem festejamos. No meio da nossa alegria, do nossa prazer, tenhamos um gesto, uma acção, ou somente um pensamento, um sentimento de pesar e de Amor pelos que não estarão na sua família, pelos abandonados, pelos que sofrem, pelos necessitados de amor e de bem estar, desejemos o bem de todos os mais necessitados que nós, dando graças a Deus pelo bem

que temos. Depois de toda esta descrição de misérias e desgraças continuo narrando duas situações tristes, dois casos vividos por quem os narra sentindo o desejo de dar um pouco de conforto a outros que estão longe do bem estar e do conforto da família. Em Missa de Natal, nas prisões, os presos que devem ter cometido crime, têm lágrimas nos olhos. Lembram os filhos, a esposa ou os pais. É Natal têm festa, jantar de festa, visitas, talvez se voltem para Jesus, talvez lamentem a vida passada e desejem se reconciliar prometendo a Deus não voltar a praticar actos criminosos. Relato agora um outro caso de Natal real verdadeiro passado em Paris, no “parking” da gare de Austerliz na noite de 24 para 25 de Dezembro. Um grupo que se ocupa de gente isolada, sem domicílio, sem família, distribuía naquele espaço uma sopa quente. A fila era longa entre trezentos ou mais jovens, vagabundos, muitos saídos de países do Leste ou da Africa, sem papeis de identificação, vagabundos sem trabalho, sem domicílio, longe da terra onde nasceram, longe das famílias. Deveriam ser ilegais em França. Ao ar frio na noite, sem abrigo e sem lugares sentados, avançavam em fila para receberem a sopa quente. Em seguida iam comê-la isolados uns dos outros, cada um no seu canto. Alguns tiveram força para sorrir a quem os servia, outros foram capazes de desejar Boas-Festas. Embora todos se encontrassem tristes, com frio, sem abrigo e com fome, ainda podia ver-se uma

pequena luz nos seus olhos fatigados, quando estendiam as mãos para tão reduzido alimento. Que solidão naqueles expatriados! Num lado a abundância, o prazer nas famílias reunidas na alegria do Natal. Noutro a miséria, a tristeza, o frio, a solidão. Haverá sempre um mais pobre que nós e esse sentimento pode fazer-nos ver a Luz do Natal. Quem relata este caso diz que gosta de orar junto do presépio, diante do olhar maravilhado das crianças, apresentando ao Menino de Belém os abandonados da sociedade. Põe em bom lugar junto do Menino, de Maria e José, os estrangeiros, os prisioneiros, os doentes, os desgraçados. Próximo dos pastores ele põe os ciganos, as crianças abandonadas, os idosos que vivem sós que não têm carinho, nem festa de Natal. Todos fazem uma multidão tão grande que o que faz esta oferta, fica longe atrás de todos. Quem isto faz se sentirá feliz porque contribui para que estas multidões vejam aquele que nasceu para nós e que põe a luz nos seus olhos. A todos desejo a Alegria do Natal.

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 24

Suazilândia e África do Sul), 26,0 a 28,2 milhões; América do Norte 790 mil a 1,2 milhões; América Latina (Brasil, Colômbia e Peru), 1,3 a 1,9 milhões; Ásia e Pacífico (China, Camboja, Birmânia, Tailândia, Índia, Indonésia, Vietname e Papua Nova Guiné), 700 mil a 1,3 milhões; Austrália e Nova Zelândia, 12 a 18 mil; Caraíbas (República Dominicana, Haiti, Honduras, El Salvador e Nicarágua), 350 a 590 mil; Europa Ocidental, 520 a 680 mil; Europa do Leste e Ásia Central (Estónia, Federação Russa, Ucrânia, Letónia, Bielorrússia, Moldávia, Cazaquistão e Lituânia), 1,2 a 1,8 milhões; Norte de África (Argélia, Egipto, Koweit, Marrocos, Omã, Tunísia, Bahrein, Líbia, Irão Sudão), 470 a 730 mil; Sudoeste Asiático, 7,6 a 8,2 milhões. Ao longo destes últimos 20 anos, a SIDA já matou milhões de pessoas e os casos recentemente aparecidos (adultos e crianças), atingem o número astronómico de 4 milhões, o que foi considerado pelo SecretárioGeral das Nações Unidas, como uma calamidade pública mundial. Contudo, passado todo este tempo, há ainda muita gente que não percebeu que a SIDA, é um mal que atinge ambos os sexos, todas as idades e todas as camadas sociais em todo o mundo. Mas é a África Subsariana, com menos de 2% da população mundial que ocupa o primeiro lugar em número de doentes, 30% do total. Entre as inúmeras razões que têm contribuído para tamanha calamidade, apontam-se a extrema pobreza em que vive a

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maioria da população africana, situação que não lhes permite o acesso aos anti-rectrovíricos (medicamentos que os laboratórios, apesar dos apelos vindos dos mais variados sectores, teimam em vender a preços proibitivos), a falta de técnicos de saúde e sobretudo a falta de capacidade política da maioria dos governantes africanos para enfrentarem um tão grave problema. Em Portugal, segundo dados recentemente divulgados, a SIDA tem aumentado a um nível superior à média europeia, aparecendo agora em maior número entre os heterossexuais, ao contrário do que acontecia no passado em que a doença privilegiava os grupos de risco (homossexuais, prostitutas e toxicodependentes). Esta situação vem provar que os portugueses ao longo de todos estes anos não repararam sequer nas campanhas de alerta que foram feitas, sobretudo no que toca à prostituição. Neste campo há até indicadores que provam que são as prostitutas e não os que delas se servem, que impõem o sexo com preservativo. Apesar dos avanços que terão sido feitos para a descoberta de novos fármacos, a SIDA, tal como sempre aconteceu, é uma doença que mata, uma doença que a todos poderá atingir, daí o entendermos que o melhor para combater este flagelo, é sermos rigorosos com nós próprios ou no mínimo cumprirmos as regras impostas perla Organização Mundial de Saúde, já largamente difundidas pelos órgãos de comunicação social em todo o mundo.

Até qu’enfim!... Cont da pág. 5

resolverem o problema que aflige dezenas, senão centenas de milhares de portugueses há mais de 44 anos! Uma carta aberta foi dirigida ao primeiro-ministro. Uma das suas assessoras voltou a pedir um exemplar da mesma. Cópias da carta, a todos os líderes dos grupos parlamentares com assento na AR e aos deputados pela emigração. A jornalistas e a alguns conselheiros do Conselho das comunidades. Consultado o jornal dos debates das comissões encarregadas do assunto na AR, ficava-se com a sensação que a emenda da lei seria muito aquém do esperado. A proposta baixa à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Os membros desta comissão prescindem das intervenções dos deputados pela emigração! E, qual milagre, quando nada o fazia esperar, aceite À UNANIMIDADE!, sai o texto final, que contempla a disposição que tínhamos sugerido, que sempre defendemos como a única com lógica e que reza assim: Texto final da comissão relativo à proposta de lei nº 76/IX e ao projecto de lei nº278/IX (Alteram a lei nº37/81, de 3 de Outubro – Lei da nacionalidade) Artigo 31º (...) 1 Quem, nos termos da Lei nº 2098, de de 29 de Julho de 1959, e legislação precedente, perdeu a nacionalidade portuguesa por efeito da aquisição voluntária de nacionalidade estrangeira, adquirea: a) Desde que não tenha sido lavrado o registo definitivo da perda da nacionalidade, excepto se declarar que não quer adquirir a nacionalidade portuguesa; b) Mediante declaração, quando tenha sido lavrado o registo definitivo da perda da nacionalidade. Só falta agora que a emenda seja promulgada pelo presidente e seja publicada no DR para que possamos dizer: Até qu’enfim! Conseguimos! Ganhamos uma luta que partiu de Montreal e se alastrou a outros países. Como diz o poeta: Tudo vale a pena quando a alma não é pequena... Lições? Muitas! E a primeira é: Quando a razão nos assiste devemos lutar por ela, doía a quem doer! A segunda: os governos só cedem quando são apertados pela opinião pública. Terceira: devemos sempre criticar os burocratas zelosos. Mas como estamos em plena quadra natalícia, de paz e harmonia, vou ser magnânimo e poupar as críticas... Bom Natal a Todos os Portugueses! E a todos aqueles que vão recuperar a cidadania, ergo o meu copo de vinho do Porto para o brinde! Prosperidades para o NOVO ANO!

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A VOZ DE PORTUGAL, 24 de Dezembro de 2003 - Página 26

† Manuel do Rego Vital 1922 – 2003 Faleceu em Montreal, no dia 18 de Dezembro de 2003, com a idade de 81 anos, o Sr. Manuel do Rego Vital, natural de Atalhada, Lagoa, S. Miguel, Açores. Deixa na dor sua esposa, Maria Luísa Benevides, seus filhos Eduardo(Filomena Lopes), Maria(José de Melo), José Carlos(Linda), João(Donna), Ana(Louis St-Amant), seus netos Miguel, Carlos, Sandra, Nancy, Kevin e William, seus irmãos Serafina, Margarida e João, cunhados(as), sobrinhos(as), assim como outros familiares e amigos. O funeral teve lugar no dia 20 de Dezembro após missa de corpo presente, pelas 10h00, na Igreja de Santa Cruz, seguindo depois o cortejo fúnebre em direcção ao cemitério Notre-Damedes-Neiges, onde foi a sepultar. Os serviços fúnebres estiveram a cargo de: Alfred Dallaire Memoria 1120 Jean-Talon este Tel. 514 270-3112 Eduino Martins, conselheiro A família enlutada na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todos os que com a sua presença, palavras e gestos de amizade os reconfortaram nestes momentos tão difíceis da sua vida. A todos o nosso sincero Obrigado e Bem-Hajam.

J José de Melo 1910 - 2003

Maria José Reis Raposo 1923 – 2003 Faleceu em Montreal, com a idade de 80 anos, a Sra. Maria José Reis Raposo, natural de Rabo de Peixe, S. Miguel, Açores. Deixa na dor seu esposo, Sr. Manuel Raposo, seus filhos Alda(Manuel), Venilde(John), Manuel jr, Luís(Maria, Filomena, Lucy, Leonardo(Vera) e Doreen(Eddy), seus netos, bisnetos, assim como muitos outros familiares e amigos. Os serviços fúnebres estiveram a cargo de: Alfred Dallaire Memoria 1120 Jean-Talon este Eduino Martins (514) Tel. 270-3112 O funeral teve lugar no dia 23 de Dezembro, após missa de corpo presente, pelas 10h00, na Igreja de Saint-Vincent Ferrier, seguindo depois para o cemitério Notre-Dame-des-Neiges, onde foi a sepultar, em cripta. A família enlutada, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que, com a sua presença, palavras e gestos de amizade, os reconfortaram nestes momentos tão difíceis da sua vida. A todos um sincero Bem Hajam!

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Com 93 anos de idade, faleceu em Montreal, no dia 19 de Dezembro de 2003, o sr. José de Melo, natural de Relva, São Miguel, Açores. Viúvo de Joana de Medeiros, deixa na dor suas filhas Maria Hermínia(José Oliveira) e Maria(José Medeiros), seus netos Luís(Marie-Claude), João(Lori), Horácio(Laudelina), Michel(Polly) e Denis(Grace), suas netas Donaria(Marc), Maria Joana(Peter), e Maria das Neves, seus 18 bisnetos, sua irmã Maria José, cunhados(as), sobrinhos(as), assim como muitos outros familiares e amigos. O funeral teve lugar no dia 22 de Dezembro após missa de corpo presente, pelas 10h00, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima Laval, seguindo depois para o Mausoléu St-Pierre St-Paul no cemitério Notre-Dame-des-Neiges, onde foi a sepultar, em cripta. Os serviços fúnebres estiveram a cargo de: Alfred Dallaire-Memoria 2159 boul. St-Martin este Tel. 514 270-3112 Eduino Martins, conselheiro A família enlutada, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio agradecer a todas as pessoas que se associaram à sua dor e lhes manifestaram o seu pesar através da sua presença, palavras ou gestos de amizade. A todos um sincero Obrigado e Bem-Hajam.

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Os Postais

27

Meias e sapatos

O criador do primeiro postal de Natal foi John Horsley. O seu amigo deu-lhe a ideia e e o seu postal foi impresso em 1843. Foram feitas mil cópias. Nele podiam ver-se três painéis representando, um deles, uma família inglesa gozando o feria-

Em breve este costume de desejar boas festas tornou-se usual. Em 1840, tornou-se possível enviar pelo correio estes postais. A partir de 1860 começaram a executar-se postais cada vez mais elaborados e, em

A verdura

A tradição de colocar os sapatinhos ou a de pendurar as meias junto à chaminé pensa-se que veio da cidade de Amesterdão. Aqui as crianças tinham esse costume. Deixavam os sapatos à porta, na véspera do dia de S. Nicolau, para que este se enchesse de presentes. Diz a lenda que São Nicolau teve conhecimento de que três raparigas muito pobres não podiam casar-se porque não tinham dinheiro. Então, São Nicolau comovido durante a noite, para não ser visto, atirou moedas de ouro pela chaminé, as quais foram cair dentro das meias que nela estavam a secar, junto ao fogo. Por esse motivo surgiu a tradição de se colocar a meia ou o sapato na chaminé, para que na manhã do dia de Natal neles fossem encontrados presentes

Os Sinos Os antigos tinham as superstição de que o barulho de campainhas e sinos afastava os maus espíritos. Parte deste ritual manteve-se, no entanto o sentido com que os sinos tocam é diferente. O seu toque no Natal simboliza alegria e júbilo pelo nascimento de Jesus Cristo e todos os cristãos louvam o Menino.

As civilizações pagãs, durante o solstício de Inverno, tinham por hábito decorar as casas com verdura que, segundo elas tinham poderes mágicos. O azevinho entre os Romanos era trocado como presente e, nos nossos dias, tornou-se a principal planta do Natal. Em Inglaterra por exemplo, era considerado sagrado. Uma lenda diz que, Baco ao atravessar o país, ficou tão impressionado com a sua beleza que decidiu plantar ali azevinho, deixando-o como uma lembrança especial. Para além dos presentes, os romanos consideravam-no como símbolo de paz e felicidade, e os magos celtas usavam-no como antídoto contra venenos. O azevinho liga-se à história cristã como planta que permitiu esconder Jesus dos soldados de Herodes. Em compensação, diz a lenda, foi-lhe dado o privilégio de conservar as suas folhas sempre verdes, mesmo durante o mais rigoroso Inverno. No início a Igreja proibiu as verduras, mas mais tarde, acabou por consenti-las como símbolo de vida, portanto de Cristo. Há regiões onde se usa pendurar à porta de casa ou por trás das janelas uma coroa de loureiro, o que significa que o nascimento de Jesus foi uma vitória sobre a morte e o pecado

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HIPOTECAS do e, os outros dois, mostrando obras de caridade. Podia ainda ler-se as frases “Alegre Natal e Feliz Ano Novo”. Nessa mesma altura, o Reverendo Edward Bradley desenhou à mão juntamente com W. A. Dobson, postais de Natal para enviar a familiares e amigos.

breve, esta arte tornou-se popular. As pessoas adquiriram-nos para desejarem festas felizes a familiares e amigos. Hoje em dia encontram-se à venda uma grande diversidade de postais de Natal, a maior parte com motivos religiosos representando a Natividade.

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