2013-02-11 - Revista O Açoriano

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Vol.7 Nº6

fevereiro DE 2013

Director: Mário Carvalho

Parabéns


Editorial

O Açoriano

EDIÇÕES MAR 4231-B, Bl. St-Laurent Montréal, Québec H2W 1Z4 Tel.: (514) 284-1813 Fax: (514) 284-6150 www.oacoriano.org info@oacoriano.org PRESIDENTE: Sandy Martins VICE-PRESIDENTE: Nancy Martins DIRECTOR: Mario Carvalho DIRECTOR ADJUNTO: Antero Branco REDACÇÃO: Sandy Martins COLABORADORES: Debby Martins Maria Calisto Natércia Rodrigues CORRESPONDENTES: Açores Alamo Oliveira Edite Miguel Jorge Rocha Roberto Medeiros FOTOGRAFIA: Anthony Nunes Ricardo Santos Açores Humberto Tibúrcio INFOGRAFIA: Sylvio Martins Corrector ortográfico Natércia Rodrigues Envie o seu pedido para Assinantes

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O Açoriano

Como agir para melhorar! Nesta primeira edição, do ano 2013, da Revista o Açoriano, gostaria de reflectir conjuntamente com os nossos estimados e sempre fiéis leitores, o que ao longo dos últimos anos, mudou o mundo actual, na maneira de pensar e de viver. Muitas coisas boas mas, também muitas coisas más! Houve uma grande revolução industrial, basta olhar à nossa volta, tudo mudou, tudo é diferente, até a maneira de pensar e de agir, há coisas que nem conseguimos imaginar como é possível, coisas que não existiam, há bem poucos anos, o telemóvel, internet, micro-ondas, telefone sem fio, redes sociais, Twitter, Facebook, tudo isto, o homem inventou para bem da humanidade e serem usados para bem servir, mas, como se sabe, nem sempre é assim. Todos sabemos quantos males tem causado a internet, divórcios, pedofilia etc. Redes sociais, como o Facebook, aonde muitas vezes os utilizadores expõem as suas vidas pessoais, utilizam como arma, escrevendo ameaças e intimidações, perturbando a paz e o bem viver de muitas pessoas. Todas estas invenções, foram feitas para melhor se viver, encurtando distâncias e isolamento social! Também se ouve falar em mudanças climáticas, aquecimento do planeta, certamente, que não aqui, no Quebeque, aonde no passado mês de Janeiro, o frio intenso, foi constante durante vários dias, com temperaturas, abaixo dos 20 graus negativos, ‘’aguenta coração’’. Ouve sim, uma grande mudança de mentalidade, muitas das boas coisas que faziam parte integrante das nossas vidas, deixaram-nas de parte, basta pensar que para se adquirir um telemóvel, é necessário assinar e respeitar um contrato, um homem e uma mulher, hoje vivem debaixo do mesmo telhado, sem assumir nenhum compromisso legal, casamento civil ou religioso, juntos têm filhos mas, não assumem qualquer responsabilidade, porque entre mão já sabem que quando a relação amorosa deixar de existir, cada um parte com as suas roupas e mais nada. Livres para recomeçarem o mesmo

filme, refazer as suas vidas amorosas, e até ter filhos, por esta razão, cada vez mais, faz parte do nosso vocabulário, a família monoparental ou meio-irmão. Os jovens de hoje têm um grande desafio pela frente. As novas tecnologias têm as suas vantagens e desvantagens, jogos violentos, amigos virtuais que leva ao isolamento da vida social, quando o ser humano nasceu para viver em sociedade. No percurso da vida de cada pessoa, são perceptíveis, as constantes mudanças que ocorrem, não só no meio onde se vive, mas também, em cada indivíduo. Se considerar um espaço de tempo bem maior, como o caminho histórico da humanidade, há-de-se imaginar, a grande quantidade de transformações que ocorreram e que ocorrerão com a necessidade de medir a real importância delas. É importante, ter a consciência de que os acontecimentos históricos, não decorrem de vontades, totalmente exteriores aos homens, pois, tais acontecimentos são concretizações de vontades humanas, e essas, podem atingir outros, seja directa ou indirectamente. Com isso, a ideia de autoridade, também cai por terra, visto que as mudanças sociais percebíveis têm como um importante princípio, uma teia de acções realizadas por cada membro da sociedade. Isso demonstra a responsabilidade de cada acção. Uma atitude tomada, sem uma devida avaliação das suas consequências, não só para a própria pessoa, mas também para os outros seres, pode ser uma atitude fatal, para o bem viver de todos, podendo tais transformações perdurarem. Por conseguinte, é necessário que cada um aja da melhor maneira, para que as mudanças ocorram, em prol de se construir, um futuro melhor para o mundo. Somos nós todos juntos que podemos fazer a diferença e decidir, qual o futuro que queremos dar aos nossos filhos.


Gente da Terra

Haja Saúde meu velho Mário Carvalho Muitas pessoas me perguntam, por que razão “Haja Saúde meu Velho”? No início quando iniciei esta crónica, era uma homenagem ao meu avô, agora que meu pai faleceu, é uma homenagem a ele também, assim como a vários amigos, entre tantos outros António Vallacorba, José Rodrigues, João Carvalho que já partiram para a eternidade. É uma forma de os saudar. Haja Saúde física, mental e espiritual, porque sem saúde não podemos ser felizes, e a felicidade é o motor da vida, que move o corpo e a alma é o equilíbrio do nosso bem-estar e daqueles que nos rodeiam! Cada vez mais, fico aterrorizado quando oiço as notícias nos vários órgãos de comunicação social, mas, o que mais me faz mal, é a televisão, aonde podemos ouvir e ver em detalhe certas imagens duras, que mesmo não conhecendo as vítimas deixa-nos tristes e emocionados. É triste saber que uma mãe matou os filhos, um desequilibrado mental fez uso de uma arma, para matar crianças inocentes numa escola, que uma jovem foi raptada e violada por vários homens, senhor meu Deus, que horror! Vivemos todos debaixo de uma desconfiança porque deixamos de acreditar e fazer confiança nas pessoas que nos rodeiam. Como é que uma mãe, ou um pai, tem coragem de matar os próprios filhos, como pode ser um homem matar a namorada por ciúme, por que razão, um filho mata os pais? A todas estas perguntas, como membros ativos de uma sociedade livre, devemos e somos obrigados a encontrar a resposta certa! Segundo o meu pensamento, é a falta de saúde mental e espiritual, a grande responsável, de toda esta tragédia humana que somos chamados a testemunhar em cada dia que passa. A ganância, egoísmo, ciúme, ódio, individualismo, são os males que se enraizaram, nos corações dos seres, que se dizem humanos, mas, quem tem a coragem de fazer tal barbaridade, não é digno da palavra ‘’humano’’ porque não deixa de ser um monstro. O outro grande dilema da nossa sociedade e que nos preocupa, é que numa guerra podemos nos defender porque conhecemos o inimigo, dos novos assassinos dificilmente os podemos identificar. Como podemos saber por que razão e quando alguém vai entrar numa escola com o intuito de matar crianças inocentes? O mal da nossa sociedade é tão grande e o egoísmo tão profundo que agora para não serem julgados, perante a sociedade do acto cometido, a mãe depois de ter morto os filhos, mata-se a si própria, o outro assassino depois de ter assassinado a mãe e as crianças na escola vira a arma contra si, e assim, também ele morre, sem que possamos vir a saber as razões que o levaram a destruir vidas inocentes, e, semear a dor e a tristeza nas vidas de quem perdeu os seus ante queridos. A única resposta que eu tenho para tudo isto, é que houve três palavras-chave que deixaram de ter o significado que tinha outrora, para fazer com que não agíssemos desta maneira.

Amor, Inferno e Vergonha! Amor, quem mata alguém e em seguida se mata, é porque não tem amor, nem por si nem pelo próximo, cada vez menos as pessoas têm respeito pela vida, quem não gosta de si não gosta de ninguém, quem nunca foi amado não sabe amar, deixam-se embalar pela vaidade da vida, deixam-se levar pela folia dos tempos modernos, tudo é possível e permissível, já não há consciência do que é que fica bem ou mal. Quando questionamos, respondem: - estou-me marimbando para aquilo que os outros pensam de mim, (é o egoísmo que fala mais alto que o amor). O amor é algo que se cultiva e que devemos partilhar a toda a hora do dia! Inferno, na minha infância e por culpa da religião em que fui educado, era algo imaginário, quem matasse alguém não tinha perdão, depois da sua morte, iria ser castigado eternamente nas profundezas do inferno. O inferno era lugar de fogo gerido pelo diabo, ajudava a manter a paz social, como quase toda a gente era crente (cristão) isto bastava para qua as pessoas não matassem ninguém. Como hoje não existe fé espiritual, não há medo, nem respeito, cada um é o seu próprio Deus!.. Vergonha, quem nunca ouviu o seguinte ditado ‘’Antes morte que vergonha’’! Hoje não há vergonha, perdeu-se nas brumas do tempo. A vergonha era o muro que nos separava do bem e do mal, que fazia refletir antes de cometer um ato menos apropriado, era vergonha roubar e passar pelo dono, vergonha para a família ter alguém na prisão. Vergonha é uma condição psicológica, é uma forma de controlo religioso, político, judicial e social, consistindo de ideias, estados emocionais, estados fisiológicos e um conjunto de comportamentos, induzidos pelo conhecimento ou consciência de desonra, desgraça ou condenação. Envergonhar é induzir a vergonha em outrem, atacando ou destruindo a dignidade pessoal de uma pessoa ou grupo. Vamos cultivar nos nossos lares o Amor pelas pessoas e toda a natureza. Afinal o inferno existe, deixou de ser um lugar imaginário, para ser uma realidade, porque aquilo que temos vivido nos últimos tempos, massacres e mortes, tem sido um verdadeiro inferno de fogo de armas. Vamos explicar aos nossos filhos e netos o que é a palavra vergonha, e porque a devemos ter! A vergonha pode ser induzida verbalmente pelo ridículo, insultos ou pela exposição pública da vulnerabilidade ou fraqueza de uma pessoa ou grupo; e, fisicamente por ataques, estupro e espancamento. Acções que visam provocar vergonha, atacam e diminuem a dignidade humana de uma pessoa ou grupo, e, os separam do restante da humanidade. Haja Saúde.

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Homem da terra

Cinquenta anos de Vida e quarenta de Amizade ! A minha amizade, pelo meu amigo João Gonçalo, é tao intensa que sobrevive à distância. Não nos visitamos, nem falamos com frequência mas, quando nos encontramos é como se vivêssemos debaixo do mesmo tecto, a ausência não muda nada, entre nós.

Foi na sala da Associação do Espirito Santo em Hochelaga que a festa surpresa se realizou, familiares e amigos em grande número, acolheram o aniversariante com uma grande salva de palmas e cantando parabéns a você ! Quando o cumprimentei, desejando-lhe um feliz aniversário, com emoção lhe disse: -Amigo já tens 50 anos, e, somos amigos há 40 anos, repartidos entre a Ribeira Quente e o Canadá! Perguntei a mim mesmo, quais foram os ingredientes que fizeram com que a nossa amizade durasse todos estes anos? Resposta única e simples! A nossa amizade tem sido regada, pelo respeito dum pelo outro, sinceridade pura e verdadeira! A nossa amizade, ao longo de todos estes anos, desenvolveu a felicidade e, muitas vezes, sofremos juntos, partilhámos a alegria e dividimos a nossa dor nos momentos difíceis. A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e qualidades, sempre tive uma grande admiração por ele e tenho a certeza que ele por mim, cada um na sua maneira de ser e de viver. Amigo puxa uma cadeira, para a gente ficar mais perto um do outro, vamos falar de tudo e de nada, fala o que tiveres vontade, de amor, de saudade, fala da nossa terra, vamos recordar as tardes passadas assentados numa pedra junto ao mar da nossa terra! Na saudade de um passado, duma mocidade que nos ligou, vi-me falando comigo mesmo.

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Pois juntos, vivemos muitas aventuras, no escutismo, jogando futebol, passámos eternas tardes a caminhar, e levantando poeira das ruas terreiras da nossa aldeia. Na altura quando o conheci era um rapaz muito reservado e tímido, de poucas palavras, ainda criança, começou a trabalhar no campo, demonstrando logo uma das suas grandes qualidades de ser um grande trabalhador, fisicamente muito forte, por onde passava deixava sempre uma boa imagem, não levou muito tempo, que o nome do João Gonçalo começasse a circular na Ribeira Quente, em todas as freguesias do concelho e até em Ponta Delgada aonde também trabalhou. (esta fama ainda perdura aqui em Montreal, eu tinha, e tenho cada vez mais orgulho nele) Quando saía da escola, ia-o visitar ao trabalho, estivesse aonde estivesse, durante as férias de verão, ele

arranjou-me um emprego como ajudante de pedreiro, por conta da Câmara Municipal, nas instalações da escola do lado do fogo, como sabia que eu era mais novo e fisicamente fraco, ele guardava para si os trabalhos mais pesados, ‘’Obrigado Amigo’’ pela ajuda! Ao longo de todos estes anos, a nossa a amizade é uma predisposição recíproca das nossas qualidades.


Homem da terra Andei à procura das qualidades que definam o João e as que eu tive a oportunidade de ver e analisar na sua pessoa, entre outras, as mais relevantes no meu parecer são estas quatro. Respeito: sempre soube respeitar a todos novo ou velho, homem ou mulher, nunca ofendia nem provocava ninguém, mesmo que tivesse motivos para isso, andar com ele e ser amigo dele, era uma garantia para qualquer pai ou mãe de se andar na boa companhia e estar no bom caminho da vida. Educação: sempre soube como proceder nos momentos certos,

no trabalho nos escuteiros ou em qualquer outro lugar, era sempre distinguido pela sua educação. Solidariedade: sempre disponível para ajudar a quem necessita, e partilhar aquilo que tem com ou outros. Recordo-me como se fosse hoje, quantas vezes fomos juntos para as Furnas, nesta altura, ele tinha uma bicicleta de marca Orbita, eu não tinha bicicleta, então, nas descidas e caminho chão, (terra batida) íamos os dois em cima da bicicleta, nas subidas, andávamos os dois a pé. Ética: homem de moral, sabe distinguir o bem e o mal.

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Comunidade

Medalha da Ordem de mérito ao Sr. Padre José Maria Cardoso

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O Secretário do Estado das Comunidades Portuguesas, o Sr. Doutor José Cesário esteve em Montreal para encon-

condecorado pelo Presidente da República, nas celebrações do dia 10 de Junho [Dia de Portugal]. Recebeu a condecoração

portuguesa. O Pe. José Maria é identificado, na condecoração, como “padre no ‘bairro português’ em

trar membros da comunidade e da comunicação social, no Centro Comunitário da Santa Cruz para entregar a medalha da Ordem Mérito. O Pe. José Maria Cardoso foi

domingo 27 de janeiro no Salão Nobre da Missão Portuguesa de Santa Cruz. O Pe. José Maria foi condecorado com a Ordem do Mérito pelos trabalhos desenvolvidos junto da comunidade

Montreal e criador da Universidade dos Tempos Livres”. A medalha foi entregue pelo secretário de Estado Dr. José Cesário. Um Porto de honra foi servido para comemorar esta ocasião.


Comunidade

O mistério do setor cooperativo leiteiro da Ilha de São Jorge Mark Marques Como é de todos conhecido o setor do leite, ou seja a produção do queijo “São Jorge” é o pilar económico principal da nossa Ilha. Tudo quanto é entidade pública e partido político fala neste setor, e pelo menos “em teoria” dá lhe a importância devida. A organização cooperativa na Ilha de São Jorge sempre foi a forma de mais-valia para que o queijo de São Jorge chegasse a ter a fama, que hoje é de todos conhecida. Ao longo dos últimos 20 anos sempre se falou neste setor e na falta de saneamento financeiro do mesmo. Verdade é que passado todos estes anos ao que parece pelo que é publicado na imprensa, tudo continua tudo no mesmo… Ou seja o setor cooperativo da Ilha de São Jorge está falido... ou não? Verdade é que os produtores não recebem atempadamente o pagamento do seu trabalho. Verdade é que o projeto de construir apenas 3 unidades fabris e “matar” as cooperativas que existiam nas freguesias e lugares, como Norte Pequeno, Norte Grande, Santo António, Manadas, Santo Amaro e Rosais, teve a “chancela” e a “obrigatoriedade” do governo e os agricultores se assim não se organizassem “não havia nada para ninguém”.

O governo pela voz do seu titular da pasta da agricultura afirmou em novembro de 2011 “ houve coragem e orientação, definição de política estratégica para São Jorge” o mesmo titular e nessa mesma data referia “recuperou-se de uma forma significativa as dívidas que as cooperativas tinham perante credores, recuperou-se o pagamento do leite aos produtores, regenerou-se todo o setor e hoje até já se faz promoção do queijo de São Jorge...” E então? As 3 unidades estão a funcionar, mas a solução mágica parece que não... Será da crise? Não podemos nem devemos imputar tudo à cri-

se…… Verdade é que o Governo “injetou” em tempos 5 milhões de euros...

Há cerca de 15 dias atrás o novo secretário Regional do setor veio à Ilha de São Jorge e afirmou: “não intencionar injetar mais dinheiro neste setor” e o presidente da Uniqueijo não se mostrou surpreendido... Então colocam-se as seguintes questões: Sabem os responsáveis governantes e dirigentes onde está o problema? Mas que mistério é este que depois de saneamentos financeiros, de projetos para construção de apenas 3 novas unidades fabris, com a “bênção” e avale do governo, “AGORA SIM É QUE IA DAR CERTO”? Se perguntarmos a um produtor (associado) para nos explicar se sabe o que se passa, nenhum saberá explicar... Não quero de forma alguma “meter foice em ceara alheia”, mas penso que é necessário dar um grito de BASTA! Afinal este é ou não o setor principal da economia da nossa Ilha? Não brinquem com a nossa economia. Daí a minha pergunta. Que mistério é este que paira sobre o setor cooperativo leiteiro da Ilha de São Jorge?

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Fé de um Povo

Rancho dos romeiros do Qu O Mestre dos Romeiros do Quebeque e a Associação de Nossa Senhora de Fátima em Laval, prepararam e organizaram conjuntamente as celebrações dos vinte cinco anos da existência do Rancho dos Romeiros do Quebeque. Houve dois programas bem distintos: a parte religiosa com a celebração da Santa Missa e a profana com jantar e baile.

receu apenas a metade do ano anterior. Por esta razão nunca mais a caminhada foi tão longa. Limitou-se o percurso: um ano a partida faz-se de Montreal em direcção de Laval; no ano seguinte é o inverso e assim sucessivamente para satisfazer os irmãos romeiros residentes nas duas cidades. As cerimónias para assinalarem esta tão digna data, tiveram iní-

Tudo começou no já longínquo ano de 1988, quando o senhor Domingos Luís teve a magnífica ideia de trazer para o Quebeque uma das mais genuínas tradições do povo da ilha de São Miguel, Açores: Estas romariasrealizam-se na quaresma, aonde sómente homens vestidos a rigor como há séculos caminham por estradas e atalhos. Frio ou calor, chuva ou vento, durante sete dias vão rezando em voz alta à virgem Maria, e nas as igrejas e ermidas de toda a ilha, vão orando pela paz nas famílias. Foi assim que da mesma maneira encarando o frio, e a neve, chuva e vento no decorrer dos últimos 25 anos, um rancho de romeiros aqui no Quebeque, na sexta-feira santa reza no mesmo tom que os da ilha do arcanjo, percorrem varias ruas das duas cidades de Laval e Montreal. Oram nas várias igrejas que encontram no seu percurso. No primeiro ano, mais de meia centena de irmãos romeiros e como mestre irmão Manuel Luís, fizeram a caminhada partindo da igreja de Nossa Senhora de Fátima da cidade nortenha até à igreja de Santa Cruz. No mesmo dia fizeram o percurso inverso a pé e em romaria, Laval, Montreal, Laval, no dizer do seu fundador esta caminhada foi muito dolorosa. No ano seguinte no rancho compa-

cio pelas 18h30 no interior da igreja de Nossa Senhora de Fátima. Toda a comunidade cristã foi convidada a assistir à missa solicitada pelo mestre dos romeiros Duarte Amaral por intenção, e por alma de todos os irmãos que já terminaram a sua romaria terrestre e partiram para a eternidade para junto do pai. É na fé cristã que o romeiro se identifica, rezando a virgem Maria. A missa foi concelebrada pelos reverendos Padres Carlos Dias, pároco e guia espiritual da missão católica de Nossa Senhora de Fátima e pelo Sr. padre Bertrand da paróquia de Santo Ambrósio em Montreal, responsável pelas celebrações e actividades nessa paróquia. É de salientar que o padre Carlos foi o grande obreiro de trazer para aquela igreja francesa uma expressiva e dedicada comunidade católica de expressão portuguesa contou também com a presença do Monsenhor André Desroches que por razões de saúde, não conseguiu permanecer na igreja até ao fim da missa! Como é sabido, as homilias proferidas pelo padre Carlos, tocam no mais fundo do coração dos que o escutam e desta vez não foi diferente. Usou de vários exemplos para definir o que os romeiros representam no seio da igreja católica. Insistiu em dizer que toda a nossa vida é

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Fé de um Povo

uebeque 25 anos “Parabéns” uma romaria e aproveitou a ocasião para desejar muitos mais anos ao rancho dos Romeiros do Quebeque, pelo menos mais 25 para assim os que ainda estiveram vivos possam celebrar as bodas de ouro. A parte profana esteve a cargo da Associação desta missão que depois da missa algumas centenas de irmãos se dirigir para o salão nobre da missão para confraternizarem e saborear à volta da mesma mesa o jantar e a sobremesa, o bolo de aniversário. Durante o jantar foram distinguidos com uma placa e um terço oferta da Associação o fundador, Domingos Luís, o primeiro Mestre Manuel Luís, o já falecido Gualberto Tomé que, em sua representação subiu ao palco a filha Nivéria Tomé, João Vital e o actual mestre dos romeiros Duarte Amaral. O serão prolongou-se até tarde com a pista muito concorrida, de dançarinos que se deliciaram ao som

das canções pela voz do Eddy Sousa e DJ Xman. No decorrer do serão os convivas foram brindados com uma bonita surpresa da cotovia açoriana Jordelina Benfeito que cantou alguns fados e que pela primeira vez cantou em duo com Eddy Sousa a linda canção Conceição nome de Santa. Muito bonito! Parabéns. Parabéns a todos, e continuação de muitos anos ao rancho dos Romeiros do Quebeque. Para quem nunca foi na romaria, esteja atento que em breve haverá as inscrições para assistirem às reuniões de preparação da romaria 2013 que se irão realizar na sexta-feira santa, dia 29 de Março! Romeiros somos todos nós que caminhamos na incerteza do dia de amanhã!

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Tradições

Matança do Porco no Centro Comunitário do Espírito Santo Sylvio Martins Já chegamos no mês de fevereiro e a temperatura não está a subindo tal como o mês de janeiro. Nesta estação do ano todos querem ficar em casa onde está bem quentinho a ver a telenovela. Ficando sempre em casa fica aborrecido. Tive a oportunidade de ir à Matança do Porco no Centro Comunitário do Espírito Santo em Anjou para ver e saborear as delícias Açorianas. Os convivas chegavam àquela bem acolhedora casa açoriana. À entrada, e a título de boas-vindas, aguardavam a garrafa de aguar-

dente e os figos, produtos tradicionais muito apreciados pelas nossas gentes nas matanças do porco. Pelas 19h15 o Presidente do Centro, Humberto Cabral, deu as boas-vindas a todos e falou sobre as tradições que se devem manter para relembrar os costumes antigos e mais importante para a nova geração. Seguiu-se o jantar, com uma tradicional e não faltou a afamada mesa de sobremesas que foi realmente uma delícia para todos. Passou-se em seguida ao momento de diversão e dança com as

bonitas músicas e cantigas do Jimmy, mostrando todo o seu talento e o estilo Kuduro, fazendo mexer todos estes “Kumolinhos”. Como sempre, providenciou um belíssimo espectáculo musical incitando a assistência a partilhar a sua alegria contagiante na pista de dança com um “pézinho”. O rei desta noite foram os organizadores desta festa porque tudo correu muito bem. Parabéns.

Matança do Porco em Hochelaga Antero Branco A Associação Portuguesa do Espírito Santo (APES, realizou sábado passado, a sua matança do porco. Uma tradição que remonta, na península Ibérica, do tempo dos Celtas. Para eles, representava um ritual, ou seja, uma cerimónia de sentido religioso. Eles acreditavam que poderiam incorporar alguns poderes divinos comendo carne de porco, principalmente a cabeça. Nos Açores continuamos com algumas dessas tradições, trazidas para o arquipélago pelos povoadores. Por exemplo na ilha de S. Jorge, é hábito salgar-se a cabeça do porco e, cerca de três dias depois da matança, fazer-se um jantar especial com a cabeça, batatas, inhames e couves, para a família e amigos. Na freguesia da Ribeirinha, na ilha Terceira, ainda hoje, há o hábito de incluírem “brincadeiras”, tal como os Célticos, com a cauda e a bexiga do animal. Na sala grande da Associação, praticamente repleta, encontrava-se um porco dependurado, uma oferta do Chouriçor. No final do serão foi leiloado pela Banda de Nossa Senhora dos Milagres. O jantar constava de sopa caseira, morcela frita, acompanhada com os famosos inhames de S. Miguel, batata doce e da terra, torresmos de cabinho e como sobremesa, um delicioso arroz doce. A animar o baile, o popular Brian Ferreira, com a sua DJ Beaty, fez

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dançar toda a assistência. Uma festa muito animada, com muita côr e alegria. Durante a noite, Elisabete Salazar fez apelo à generosidade das pessoas, porque uma criança, de uma família terceirense, nasceu com um defeito, que terá de ser corrigido em Lisboa. Esta colecta deverá ajudar os pais a deslocarem-se à capital nacional com seu filho. Mais uma vez, a Conceição e a sua equipa, estão de parabéns por este jantar bem regional.


Almoço de Natal no restaurante Tasca Há já alguns anos que tem vindo a ser tradição, para assinalar a quadra natalícia, o editor do Jornal a Voz de Portugal e da revista O Açoriano, Sr. Eduíno Martins, generosamente reúne funcionários e colaboradores para um almoço. Este ano, foi no pitoresco e agradável restaurante a Tasca, situado no 172, Duluth Est. em Montreal. A tarde de domingo, do dia 23 de Dezembro 2012, foi diferente das outras, pois, a maneira como colocaram as mesas, deu a oportunidade, a mais de 40 pessoas, (incluindo família) deste órgão da comunicação social, se juntarem à volta da mesma mesa. Para

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muitos, é a única altura do ano em que se encontram, o que resultou, num convívio, muito mais amigável, entre todos. Também foi uma maneira, de comemorar mais um ano, em que se conseguiu informar e divulgar o que se faz de bom na nossa comunidade! Foi uma tarde bem passada, com muita boa comida, boa pinga e boa disposição! Mais uma vez obrigado ao Editor e família pela força de vontade, e investimento pessoal, na publicação da revista, “O Açoriano”!

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Notícia

Estados Unidos e Canadá deportaram

1175 emigrantes desde 1987 Os EUA e o Canadá deportaram para os Açores 1175 emigrantes portugueses nos últimos 25 anos, indica um estudo apresentado esta em Ponta Delgada pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores. O documento, que descreve os efeitos e causas sociais da emigração nesta região autónoma, baseia-se em dados fornecidos pelos dois países, principais destinos da emigração dos Açores, e

identifica que os EUA são o “principal emissor de cidadãos deportados” para o arquipélago. As deportações dos EUA representam 78,7 por cento do total das que foram contabilizadas até ao primeiro trimestre de 2012, sendo que 12 por cento das deportações a partir de território norte-americano ocorreram até 1996 e 31 por cento entre 1997 e 2001. Entre EUA e Canadá, os maiores fluxos em deportações para os Açores aconteceram em 1999, 2006 e 2008, sobretudo devido à implementação de políticas de imigração “mais restritivas”. “Apesar dos fluxos de saída do arquipélago terem diminuído desde os finais da década de oitenta, estando actualmente na ordem dos três dígitos, verificámos que a intensidade da deportação tem vindo gradualmente a aumentar”, lê-se no estudo. Em 2010, os estados de Massachussetts, Califórnia e Rhode Island concentravam mais de 66 por cento da população portuguesa nos EUA e das deportações. No Canadá, que representa 21 por cento das deportações do continente norte-americano para os Açores - e que registou o primeiro dos 1.175 casos contabilizados - a esmagadora maioria foi proveniente

da província de Ontário (79,4%). O documento refere que, desde 1930, as autoridades dos EUA concederam 280 mil autorizações de residência legal permanente a cidadãos portugueses, supondo-se que a esmagadora maioria provenientes dos Açores, sobretudo nas décadas de 60 e 70. Os autores do estudo escrevem, contudo, existir uma “quebra acentuada” na última década, em que essas autorizações não ultrapassaram as 12.200. Além disso, entre 1991 e 2011, cerca de 68.750 portugueses naturalizaram-se norte-americanos, com o pico a registar-se em 1996, com 6.525 naturalizações. Ainda assim, trata-se de um processo que “tem vindo a decrescer” e passou de 4.728 pedidos em 2000 para pouco mais de 1.400 no ano passado. No Canadá, em 2006, estavam identificados cerca de 150.400 cidadãos nascidos em Portugal já com o estatuto de residente legal permanente e 1.350 residentes não permanentes, ou seja com vistos de trabalho ou de estudo. Entre os que possuíam estatuto de residente legal, o estudo identifica que sete por cento chegaram ao Canadá antes de 1960, número que na década seguinte chegou aos 44.600.

No período entre 1980 e 2000, entraram no Canadá cerca de 27 por cento do total de portugueses atualmente com estatuto de residência legal, percentagem que decresceu para 2,9 por cento em 2010. O número de naturalizações ao longo da última década também tem vindo a decrescer no Canadá, sendo o valor mais baixo registado em 2010, com 847 casos.

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Luso Canadiano ganha 165,000 euros

Curiosidade

O luso Canadiano de 26 anos, Patrick Braga, residente na cidade de Lava, filho de pais açorianos, naturais da ilha de São Miguel, jogou e ganhou, o primeiro prémio, no valor de 165, 000 euros no ‘’França Póquer Series Deauville’’. Foi no domingo à noite, dia 3 de Fevereiro 2013, que o nosso compatriota, chegou à final e venceu o torneio, o qual este ano, teve um número recorde de 828 jogadores participantes, vindos das mais diversas partes do mundo, para participar neste torneio que se realizou em França. Patrick Braga de 26 anos, sucede -se ao campeão em titulo, Ludovic Sultan e da mesma maneira assinou o seu maior êxito no ‘’Circuito Live’’. Uma Victória coroada, com um ganho de 165,000 euros. Patrick dominou na final de uma ponta à outra da mesa de jogo. Parabéns ao Patrick pela Victória alcançada.

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Nossa Terra

Imagem primitiva de Nossa Senhora da Alegria Muitos anos depois, eis que a imagem primitiva, como cerca de 400 anos, de Nossa Senhora da Alegria, das Furnas, saiu novamente à rua para o cortejo da migalha, este ano, por ser o cinquentenário da igreja.

Nossa Senhora da Alegria prosseguiu num carro todo ornamentado em verdura e camélias, um trabalho que levou cerca de uma semana a concretizar, cujo resultado final foi de grande louvor.

Muitos moradores das principais zonas de habitação do Formoso Vale ornamentam o seu carro alegórico, onde são angariados doces gastronómicos para leilão a favor das obras da Igreja. O Cortejo dos carros alegóricos, com a imagem de Nossa Senhora, é uma tradição que nasceu pela necessidade da angariação de fundos para a construção da igreja paroquial das Furnas, uma lembrança que os fieis não esquecem e estão de acordo que o peditório continue, por ser tradição e porque a igreja de Nossa Senhora da Alegria precisa, de novo, da ajuda de todos. Para assinalar os 50 anos de edificação da igreja de Nossa Senhora da Alegria já foram realizados alguns concertos e estão programados outros acontecimentos para o corrente ano, de onde se destaca a Missa Nova do Padre Miguel Tavares, que se realiza a 30 de junho, e a coroação da imagem de Nossa Senhora da Alegria, que acontecerá a 22 de novembro, data do aniversário da igreja paroquial. A decorrer neste momento, está uma exposição fotográfica no Centro Social e Paroquial das Furnas sobre a construção da igreja e com os primeiros desfiles de carros alegóricos. Esta mostra poderá ser visitada de segunda a sexta, das 9 às 12h30 e das 14 às 17h30 e ficará patente ao público até à Exposição de Camélias, que se realiza nos dias 23 e 24 de fevereiro. Recorde-se que a primeira pedra da igreja de Nossa Senhora da Alegria foi lançada em 1901, mas só em 1963 é que ficou concluída, fruto do árduo trabalho de alguns benfeitores e do povo das Furnas.

Consolidação do Talude da Praia do Fogo dá outro visual à paisagem O verão de 2013 espera-se muito concorrido para a freguesia da Ribeira Quente. A obra de Consolidação do Talude da Praia do Fogo está concluída e trará, com certeza, muita afluência de banhistas à próxima época balnear. Recorde-se que esta foi uma obra do Governo Regional dos Aço-

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res, orçada em 800 mil euros, que consistiu na construção de um muro de proteção com 400 metros de comprimento, numa intervenção no talude, de modo a torná-lo menos propenso a derrocadas, e no melhoramento do acesso ao areal, com a construção de um corredor em cimento, praticamente ao longo de toda a praia. A Câmara Municipal Povoação vai voltar a candidatar a Praia do Fogo à Bandeira Azul, uma vez que esta esteve suspensa durante o ano de 2012, por via das obras de melhoramento que foram efetuadas no local. Relembre-se que a Bandeira Azul faz parte do historial desta praia, que possui uma qualidade da água sempre exemplar. Aliás, as fontes termais localizadas especialmente no início do areal fazem dele um dos mais procurados em São Miguel para banhos, reunindo, segundo alguns vulcanólogos, condições únicas para a prática da geomedicina. Além da sua beleza invulgar, a Praia do Fogo possui agora, com o término da Obra de Consolidação do Talude, condições quase exclusivas, quando comparada com outras do arquipélago; dispondo de bons acessos e ótimas infraestruturas de apoio, como um amplo parque de estacionamento, balneários, bar e a ainda de uma cadeira anfíbia para pessoas com deficiência motora.


Bifes Enrolados

Gastronomia

Ingredientes: 400 grs de bifes tenros 6 fatias finas de toucinho 1 cebola 1 dente de alho 2 folhas de salva

sal q.b. pimenta q.b. sumo de limão q.b. 1 raminho de salsa manteiga q.b.

Confecção: Achatam-se os bifes com um maço de madeira. Tempere-os com um pouco de sal e pimenta. Põe-se em cima de cada bife uma pontinha de folha de salva e uma fatia de fiambre enrolam-se, espetando um palito. Pica-se o toucinho, a cebola, o dente de alho e a salsa. Põe-se este picado num tacho e colocam-se em cima os rolinhos de carne, tapa-se o tacho e coloca-se em lume brando, tendo o cuidado de os mexer de vez em quando. Quando o molho estiver reduzido passa-se por um passador, espremendo bem. Rectifique os temperos ponha um pouco de manteiga e um pouco de sumo de limão, retire os palitos aos bifes e deite o molho sobre eles. Sirva imediatamente. Acompanhe com batatas fritas.

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