Zorn Warriors 4 - Berrr's Vow [Voto de Berrr] - Laurann Dohner

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Série Guerreiros de Zorn 04 – A Promessa de Berrr Laurann Dohner

DISPONIBILIZAÇÃO: SORYU TRADUÇÃO: SUSANA EQUIPE DE REVISÃO INICIAL: DENY, MARGOT, MARIH,

SOO

JEONG,

SELENE,

THAY

e

GI

VAGLIENGO. REVISÃO FINAL E FORMATAÇÃO: RaqB LEITURA FINAL: EVANICE 2


SINOPSE Raptada da Terra e levada ao planeta Zorn para ser vendida como escrava sexual, Shanna estava zangada e assustada, pronta para lutar contra qualquer um que tentasse tocá-la. Criada em orfanatos e lares adotivos, não se deixaria ser aprisionada por nenhum homem, alienígena ou não, mesmo que fossem grandes, terríveis ou assustadores. Entretanto, antes de ser vendida, é libertada por um enorme e atraente guerreiro Zorn... Um guerreiro com os olhos azuis mais incríveis que já vira. Presa naquele planeta, Shanna lhe suplica proteção. Hyvin Berrr, o líder dos Zorn, pensa que os seres humanos são indefesos e fracos, principalmente suas mulheres. Shanna decide ensinar ao extraordinário alienígena que está enganado a esse respeito, mas Shanna não estava muito certa se queria brigar contra o que sentia por aquele alienígena, mas se uma mulher tinha que perder uma batalha, por que não começar por esta?

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INFORMAÇÃO DA SÉRIE 01 – A Mulher de Ral – Distribuído 02 - O Sequestro de Casey – Distribuído 03 - Tentando Rever – Distribuído 04 – A Promessa de Berrr – Lançamento A autora pretende lançar mais 3 livros dessa série, mas sem data definida. Vamos aguardar!

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Capítulo 1 Shanna tinha os olhos fixos nos enormes e temíveis alienígenas, que a rodeavam. Seus pulsos estavam feridos, mas ignorou a dor ao tentar soltar-se das algemas que a seguravam. Quando um dos alienígenas se aproximou novamente, tentando agarrá-la, ela gritou de raiva e levantou a perna direita para chutá-lo. Acertou o filho de puta na coxa. Ele grunhiu e sua mão enorme esfregava o local onde ela o acertou. — Chega. — Grunhiu um deles. — Pare com isso. — Vá para o inferno, cretino. — Gritou ofegante. O sujeito de cabelo negro grunhiu uma vez mais, então ela se voltou para enfrentar o alienígena loiro, o responsável por toda aquela situação. — Chama isso de submissão? Disse que as fêmeas humanas eram dóceis, mas está é a mulher mais selvagem que já vi. Gohl grunhiu para Shanna. Seus dentes eram amarelados e afiados e seus olhos escuros transmitiam fúria, enquanto a fitava. — Está tornando difícil sua venda, humana. — Você não faz ideia de com quem está se metendo, miserável. — Gritou mais uma vez. Estava assustada, dolorida e cansada, mas não ia deixar de lutar até que a matassem ou conseguisse escapar. — Sou uma pessoa, seu idiota. Não uma propriedade ou animal, não serei vendida a um imbecil para ser seu brinquedo sexual. Gohl era um alienígena de dois metros de altura, de cabelo loiro longo, desalinhado e com a orelha bicuda. Há cinco dias, às 02h20min da madrugada, Shanna 6


ia do trabalho para casa, quando algo atingiu o pneu dianteiro de seu carro, fora obrigada a levar o veículo até a beira da estrada e parar. Saiu do carro com o celular na mão para chamar o reboque e no instante seguinte àquele alienígena surgiu lhe agarrou e pôs algo em sua boca. Percebeu o gosto horrível daquela coisa, enquanto esperneava e lutava até ficar inconsciente. Quando acordou, estava trancada em uma jaula com outras cinco mulheres humanas, que contaram a mesma história. Estavam sozinhas, dirigindo em uma estrada deserta, tarde da noite, quando algo atingira os pneus, depois foram raptadas e deixadas inconscientes, só para despertar neste inferno. Shanna fora raptada pelos mesmos alienígenas idiotas que agora a estavam pondo a venda e às outras mulheres como escravas sexuais em algum planeta perdido no espaço. Vira como as outras mulheres se rendiam por completo, quando Gohl se apresentou a elas, explicando porque as tinham raptado e o que planejara fazer com elas. Shanna estava aterrorizada, mas não tinha chorado ou gritado, estava muito zangada, não seria escrava de ninguém. Quando pousaram em um planeta vermelho para serem leiloadas, as mulheres estavam chorando e gritando, enquanto eram examinadas e vendidas, uma a uma. Shanna viu com horror, elas serem levadas por homens enormes, que pareciam do tipo todo músculo e nada de cérebro. Shanna tinha a certeza de que a razão pela qual Gohl e seus homens, esperaram até o final para vendê-la, era por ser muito agressiva, quase conseguiu escapar duas vezes, aproveitara quando seus captores levavam comida à cela dentro da nave alienígena. Shanna conseguira quebrar o nariz de um deles e acertou com toda força as bolas do outro, a única coisa pela qual se arrependia, era por não ter tido a oportunidade de acertar Gohl. O miserável tivera o descaramento de lhe dizer que a tinha escolhido especialmente para trazer da Terra. Só ao pensar nisso, ela tinha uma vontade enorme de acabar com ele e o faria de um jeito ou de outro. O canalha loiro grunhiu novamente.

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— Deve ser obediente. — Ordenou. — Ou terei de aceitar muito menos dinheiro por sua venda. — Cretino, acha que me importo com seu lucro da escravidão? Farei o possível para que perca dinheiro, idiota. Seus olhos negros arderam com raiva. — Perfeito. — Girou a cabeça na direção dos seis homens na sala. — Aceitarei quarenta obbus, de cada um para montar à fêmea alienígena. O alienígena que chutara grunhiu zangado. — Ela pode não sobreviver, não disse que não a compraria. Somente me opus a sua falsa afirmação, de que era dócil. Shanna deixou de lutar, seu coração palpitava com força, ela era loira, mas nunca fora estúpida, podia imaginar perfeitamente o significado de montar. O terror a atingiu com força, o filho da puta a estava oferecendo como prostituta por quarenta, sabe-se lá que diabos era um obbus, aos seis sujeitos. Seu olhar se dirigiu para os idiotas enormes, viu a luxúria em seus olhos desconfiados. Eram tão grandes e musculosos, com mais de 100 kgs e tão altos quanto um jogador de futebol americano, mas não passavam de criaturas bestiais, guiadas apenas por instintos básicos, como alimento e sexo. — Então, aceite o trato. — Exigiu Gohl. — Dê os 500 obbus por ela, ou a venderei para ser usada por todos. Essa fêmea humana já causou muito problema. Quero me livrar dela e não me importa se sobreviverá ou não. O alienígena inclinou a cabeça, seus escuros olhos a percorreram com atenção, vagando por todo seu corpo seminu. Gohl e os dois estúpidos companheiros de tripulação arrancaram a sua roupa, deixando-a somente com sutiã e sua calcinha pequena, deixando pouco ou nada à imaginação. Sua atenção se voltou ao seu rosto. — Prove que vale o preço que pedem por você, se ajoelhe e me dê uma mamada. 8


Ele deve estar brincando. Pensou Shanna e seus olhos azuis se entrecerraram. — É claro, querido. Venha aqui. Ele franziu o cenho, mas se aproximou mais, acariciando a parte da frente de suas calças. Assim que a alcançou, soltou um pouco as correntes que a prendiam no chão e ficou de pé a sua frente. Ela se preparou, sabendo que as correntes a impediriam de se jogar para trás, restara somente uns trinta centímetros para se mover. Seu corpo se preparou, antes que ela desferisse um chute violento com toda sua força. Os olhos do alienígena se abriram imediatamente, mas seus reflexos não eram tão rápidos quanto sua perna. Seu pé descalço fez contato com sua virilha. O sujeito deu um rugido como o de um leão, um som forte, quase animal. Recuou se agarrando a parte dianteira da calça, gemendo, até cair sobre seus joelhos, inclinando-se para se envolver como se fosse uma bola. Ela jamais se submeteria a isso. Faria com que os idiotas a matassem, antes de tocar qualquer um deles. Se ele podia rugir, ela também podia. Ofegando, Shanna gritava de terror e ódio, sem parar. As portas de trás, de repente se abriram e mais desses alienígenas selvagens entraram. Shanna agora estava mais que assustada, pois toda esperança de escapar desvaneceu, ao ver mais alienígenas chegarem. Todos os recém-chegados usavam o mesmo uniforme, todos em couro negro. Sabia que um destes alienígenas iria comprála, arrastá-la até sua casa e usá-la como bem quisesse. Gohl gritou com os recém-chegados. — Vocês não foram convidados. Os homens vestidos com uniforme negro olharam ao seu redor com hostilidade, com as pálpebras entrecerradas e expondo seus dentes afiados em um grunhido baixo. O movimento do grupo chamou a atenção de Shanna ao ver os homens se afastarem e um homem mais alto ainda, de cabelo negro se aproximar, avançando acompanhado de outros dois.

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Ela o olhou fixamente, não conseguia evitar. O homem era diferente de Gohl e seus dois companheiros de tripulação, este tinha as orelhas arredondadas e olhos lindíssimos, azul claro e de um brilho impressionante, sua pele bronzeada era mais dourada que a dos outros que estavam ao lado dele. Os músculos se sobressaiam sob a camisa, os ombros eram largos e o peito enorme, parecia que o seu quadril e a área das coxas eram só um pouco menores. Céus, ele parecia grande em todo o lugar. — Collis miseráveis. Como se atrevem a vir a Zorn? — Grunhiu. — Achavam que não seríamos informados que sua nave aterrissou em nossa superfície? - O olhar furioso do grandão se dirigiu a Shanna. Não havia nenhuma dúvida de que a surpresa se refletiu em seus olhos, a forma como suas sobrancelhas negras se levantaram e o profundo grunhido saído de sua garganta, não só estava surpreso por sua presença, mas também parecia muito furioso. Seu olhar se afastou dela, para se concentrar em Gohl. — Trouxe uma humana? Shanna viu o medo e a covardia estampados nas feições de Gohl. O sujeito ficou pálido. Isso era dizer muito, já que todos os homens pareciam naturalmente bronzeados. Não tinha visto um alienígena de pele pálida, ainda. Seu captor ofegou forte, enquanto dava um passo atrás. — Ela não é uma mulher Zorn, você não têm autoridade para intervir. Estou aqui para negociar minhas posses com seus guerreiros e fêmeas humanas são as preferidas. — Gohl olhou para o grandão de olhos azuis, era fácil de ver o seu temor. — Tenho uma autorização de vendedor, a menos que você deseje fazer uma oferta por ela, é melhor que se vá. A fúria brilhou nos olhos azuis do alienígena vestido de couro. — Se atreve a falar das leis em meu próprio planeta? — Sim Hyvin Berrr, até você deve seguir a lei. — Gohl agora parecia bem nervoso, enquanto falava.

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— O tráfico de escravos é contra a lei. — É contra a lei, a venda de mulheres Zorn, ou Collis, mas não há nenhuma lei sobre as fêmeas humanas. O alienígena grandão sorriu lentamente com uma expressão fria e dura no rosto, que não chegou aos seus olhos. Shanna sentiu que sua pele na nuca se arrepiava. — Sou eu quem faz as leis e é melhor que escute com muita atenção as minhas palavras. Para sua paz de espírito, agora decreto uma nova lei, é contra a lei vender seres humanos a partir deste momento. — Não pode fazer isso, Hyvin. — Grunhiu Gohl. — Acabei de fazer. — Hyvin Berrr voltou-se para os homens de uniforme. — Levem todos para o julgamento, os Collis pela venda de humanas e os Zorn presentes pelo comércio ilegal. O inferno se incendiou em um instante, Gohl virou-se e correu para a parte de trás da sala tentando escapar. Os alienígenas que não vestiam trajes de couro tentaram lutar para abrir caminho através dos uniformizados. Os dois companheiros de Gohl foram os únicos homens na sala que não resistiram, já que puseram suas mãos acima das cabeças e caíram de joelhos em silencio total. A luta arrefeceu e de repente, o gigante chamado Hyvin Berrr, surgiu à direita de Shanna. Ela o olhou fixamente, enquanto ele se aproximava, parando próximo às correntes e de pé com o cenho franzido. — Está a salvo. Dou a minha palavra de que não sofrerá nenhum mal, humana. Eu sou... — Cuidado! Atrás de você. — Gritou Shanna, ao ver que Gohl vinha correndo com uma faca na mão, na direção do alienígena de brilhantes olhos azuis, que estava de costas para ele.

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Hyvin Berrr se virou a tempo de evitar a faca de Gohl. Um feroz rugido soou por toda a sala. Apesar de ser um homem enorme, o alienígena vestido de couro podia se mover bem rápido. Esquivou-se da faca que Gohl tentou cravar em seu peito. A mão de Hyvin Berrr se moveu mais rápido, lançando um murro potente que atingiu a garganta de Gohl, fazendo-o voar para trás, caindo estendido sobre suas costas, a uns bons seis metros de distância. Shanna escutou um som horrível vindo do alienígena caído no chão quando Gohl segurou a garganta e seu corpo começou a entrar em convulsões. Dois homens uniformizados caminharam lentamente até ficar de pé junto a ele, olhando para baixo, com os cenhos franzidos, enquanto observavam em silêncio. Um deles virou a cabeça, seus brilhantes olhos verdes repletos de admiração, enquanto olhava para o alienígena que tinha derrubado Gohl. — Esmagou a garganta Hyvin Berrr. Posso acabar com isto? Ele está sofrendo. Hyvin Berrr negou com a cabeça, dando as costas para o homem moribundo. — Deixe-o sofrer por sua falta de honra. — Os brilhantes olhos azuis então se fixaram em Shanna. Ele se interpôs entre ela e Gohl, que agora estava literalmente no chão, chutando as pernas, enquanto lutava para respirar. — Selou seu destino quando chegou a nosso planeta com escravos. Shanna se sobressaltou. Gohl estava morrendo no chão, ninguém o ajudava, simplesmente o deixariam morrer. O enorme alienígena que agora estava de pé, diante dela, esmagara a garganta de seu algoz, e agora a olhava com atenção. Vai querer esmagar minha garganta também? Pensou, lentamente deu um passo atrás, titubeando. Ele piscou um par de vezes, olhando-a em silêncio, fazendo-a se fixar em suas negras pestanas. Aproximou-se dela e moveu lentamente as mãos para a própria cintura. Surpresa, Shanna viu o alienígena agarrar a camisa e de um puxão a abrir, mostrando um peito enorme e musculoso. Viu as linhas rígidas de cada músculo, das costelas até a cintura. Seus braços eram tão grossos quanto sua própria coxa. Parecia 12


um fisiculturista cheio de esteróides, sem as desagradáveis linhas nas veias que têm a maioria deles. Ele segurou a camisa em uma mão, seu olhar assombrosamente brilhante, fixo nela. — Está a salvo. — Deixou sua camisa cair por cima de seu ombro e para sua surpresa, ajoelhou-se diante dela, se aproximando mais. — Dou-lhe a liberdade, vista esta camisa. A levarei para um lugar seguro, onde não será vendida como escrava. Shanna estava um pouco mais calma, enquanto esperava o homem, que de forma insegura, segurava seu pulso algemado. Ele não era Gohl, disse que queria libertá-la e decidiu não lutar contra ele. Percorreu com o olhar seu peito enorme e os braços musculosos, engoliu em seco, percebendo que mesmo se quisesse, não teria nenhuma possibilidade de lutar contra este homem se ele estivesse decidido a lhe fazer mal. Este homem era, sem dúvida alguma, muito maior que Gohl e os outros dois valentões. Mãos grandes e quentes tocaram em sua pele, enquanto segurava as correntes examinando-as, e então com cuidado para não feri-la, quebrou um dos aros que prendia seu pulso usando somente os dedos. Deixando cair a corrente no chão e soltando finalmente um de seus braços. Este homem era tremendamente forte. Pensou Shanna e afastou o olhar de seu rosto, agora prestando atenção no braço, seus pulsos estavam avermelhados e sangrando por ela ter tentado se soltar, o metal cortara ao longo de seu dedo polegar. Ardia um pouco, mas não chegava a ser tão doloroso. Quando o alienígena segurou seu outro pulso, sobressaltou-se, afinal estava muito concentrada em seu pulso para perceber o que ele estava a ponto de fazer. Ele ficou imóvel, levantou a cabeça, aqueles olhos incríveis se fixaram nos seus. - Calma. Não vou machucá-la, pequena humana. Prometo que estará a salvo comigo. — Disse em voz profunda, suave, quase relaxante.

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Ela não se moveu quando ele abriu o outro aro da algema. A corrente quebrada foi ao chão e lentamente, ele ficou em pé. Shanna olhava-o desconfiada e recuou um passo. Aquele alienígena devia medir mais de dois metros de altura. Shanna media 1.65 e nem sequer chegava ao ombro dele. Tragando saliva, olhou para ele nervosa e um pouco assustada. Era enorme, musculoso e o maior homem que já vira. Olharamse, observando-se mutuamente. — Hyvin Berrr? — Interrompeu um dos homens que o acompanhava. — Todos foram capturados. O grandão fez uma careta. Hyvin Berrr pegou a camisa que estava sobre seu ombro e lentamente a entregou a Shanna. Deu meia volta e a soltou, quando suas mãos agarraram o tecido, que estava ainda quente. Olhando para as costas larga e coberta de músculos, colocou a camisa, cobrindo o seu corpo. Ela sabia que iria sumir dentro daquilo, enquanto passava as mãos pelas mangas e o tecido envolveu seu peito, cobrindo o sutiã e a calcinha. Suas mãos se perderam nas mangas e a camisa chegava quase até os joelhos, parecia um vestido bem folgado. Inspirou o cheiro masculino vindo da camisa, uma maravilhosa combinação de almíscar e madeira. Era estranho e ao mesmo tempo tentador, admitiu, enquanto permanecia imóvel olhando as costas do proprietário da camisa. — Hyvin Berrr. — O homem voltou a chamá-lo. — Eu não estou vinculado e gostaria que ela fosse minha. Sou um bom provedor e protetor. Sei o que terei que fazer para manter a mulher humana e estou disposto a fazer o que for necessário para tê-la. — Não. — Grunhiu de repente outro alienígena, à medida que avançava. — Estou a serviço mais tempo. Se a mulher estiver livre, quero me vincular a ela. Outro dos alienígenas uniformizados avançou da esquerda. — Eu estou a serviço mais tempo. Quero-a, se não estiver vinculada.

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Grunhidos excitados se ouviam pela sala. Atônita, Shanna viu que todos os homens de uniforme não tiravam os olhos dela, alguns se aproximaram mais, olhares brilhantes e escuros... Deslizavam o olhar sobre seu corpo, o interesse sexual era evidente. — Hyvin. — Um alienígena do canto extremo da sala avançou, empurrando e afastando outros machos de seu caminho. — Quero reclamar à humana e me vincular a ela. — Basta. — Grunhiu Hyvin Berrr. — Ela não tem compromisso, precisa ser vinculada a um de nós. — Grunhiu um dos homens de novo. — Será justo se lutarmos por ela. Todos somos dignos da responsabilidade de uma vinculação. Peço uma disputa, o ganhador a leva. — Concordo. — Grunhiu mais de uma voz masculina. Shanna sentiu medo novamente. Eles irão brigar por mim? Isso só pode ser uma brincadeira. Pensou, seu olhar percorreu a sala e depois os alienígenas. Nenhum deles parecia estar brincando, ao contrário estavam realmente dispostos a lutar para ganhá-la. — Por favor, eu não... — Murmurou em voz baixa. O homem a frente dela havia dito que estava a salvo com ele. Sem pensar se aproximou de suas costas grandes, quase se escondendo atrás dele, quando vários alienígenas se aproximaram ainda mais dela. Levantou o braço e pressionou a palma nas costas de Hyvin Berrr. Imediatamente, a pele quente do corpo dele surpreendeu-a. A cabeça de Hyvin Berrr se virou para ela. Ele inspirou profundamente, suas fossas nasais se expandiram, e um grunhido suave saiu de sua garganta. Olhou para os homens que o rodeavam com raiva.

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— Afastem-se dela. Não conseguem sentir o cheiro de seu medo? Ela é de outro planeta e não veio voluntariamente a Zorn e nem procura uma vinculação. Mais tarde tomarei uma decisão sobre o futuro dela. Shanna notou imediatamente que a declaração não agradou a todos os homens de uniforme. Grunhidos de raiva e decepção se escutavam por toda a sala, alguns acabaram recuando, outros não. Pelo menos uma dúzia de homens começou a tirar o uniforme. Com o coração acelerado, Shanna se aproximou ainda mais do homem diante dela. Ele era o maior dos alienígenas que estavam na sala, ela avançou para frente até ficar praticamente colada a ele, esperava sinceramente, que ele fosse capaz de manter o controle dos homens. Era fácil ver quem estava no comando, afinal ele acabara de decretar uma lei, sem precisar dar satisfação a ninguém, tal como tinha feito com Gohl sobre a escravidão humana. — Já dei minhas ordens. — Hyvin Berrr grunhiu feroz. — Não haverá um desafio. Ela não é uma mulher disposta a se vincular a um de vocês. Dispersem imediatamente. Se esticando ao lado das costas largas onde estava escondida, Shanna viu que os de camisas tomavam posições, contra os que não o fizeram. Houve uma divisão entre os alienígenas sobre quem iria obedecer as ordens do grandão. Alguns empurrões começaram entre os homens sem camisa e os homens uniformizados se transformando rapidamente em uma briga generalizada. — É minha. — Grunhiu um alienígena sem camisa e de olhos negros, tentando passar ao redor de Hyvin Berrr. Hyvin Berrr se moveu rapidamente, lançando um murro que atirou o homem para trás, caindo sobre os outros que lutavam. Shanna só conseguiu ofegar, quando seu protetor se virou em um abrir e fechar de olhos, para passar seu grande braço ao redor de sua cintura, levantando-a e apertando seu corpo menor em seu peito, começando a correr com ela. Grunhidos, rugidos e sons de ossos se quebrando enchiam seus ouvidos.

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Shanna não lutou, quando se estreitou no peito nu quente e grande, enquanto o homem que a segurava com firmeza, movia-se com notável rapidez, correndo para a parte dos fundos do edifício. Então parou, colocou-a ao lado da parede, em seguida, usando os ombros, derrubou a porta que se abriu com um estrondo. O ar frio a atingiu, quando o alienígena a levava para fora. Caminhou rapidamente por um beco, entre dois grandes edifícios. Uma olhada para cima revelou que o céu daquele planeta era de um vermelho pálido, com manchas mais escuras e nuvens vermelhas, como um belo pôr do sol na Terra. Shannna afastou o olhar do céu, para ver o rosto que estava a centímetros do dela, enquanto ele caminhava sem olhar para o seu rosto, deixando-a ver claramente os seus traços. Ele é um homem bonito, apesar ser um alienígena. Tinha vários traços humanos, exceto as maçãs do rosto, que eram mais pronunciadas, seu nariz mais largo e achatado do que seria em um humano. Lábios carnudos escondiam dentes afiados, sabia, apesar dos lábios pressionados firmemente em uma expressão fechada. Dobrou uma esquina e parou, girando a cabeça para olhar para trás. Ele respirou profundamente, o peito dele pressionando o seu, onde a segurava com força contra ele, com um braço ao redor de sua cintura a mantinha imobilizada. Lentamente girou de novo a cabeça e seus olhos incríveis e luminosos encontraram os dela. — Agora está a salvo. Não fomos seguidos. Ela ficou sem fala, enquanto olhava fixamente para os seus olhos. Eram os mais brilhantes que já vira e não eram lentes de contato. Trabalhando em um bar, vira vários, ao longo de dez anos como garçonete, em especial no Halloween, ou em noites góticas quando alguns dos clientes se disfarçavam de vampiros ou lobisomens, soube imediatamente que não estava usando lentes de contato, nem maquiagem e que tudo o que estava vendo era cem por cem real. Era realmente um extraterrestre de outro planeta. Ele estava tenso, seu corpo estava rígido contra o dela, quando desviou o olhar para acima de seu ombro de novo. Um profundo e aterrador rugido fez vibrar 17


seu peito contra os seios esmagados, enquanto se virava e pressionava seu corpo firmemente contra a parede atrás deles, quase a esmagando entre a parede e ele. Foi quando viu o movimento por cima do ombro dele, sua atenção se dirigiu aos três alienígenas uniformizados, que corriam até eles. — Estamos aqui para ajudar, Hyvin Berrr. Os homens estão lutando, sem entender ainda a razão. Pedi transporte para levar você e a mulher. Outro grunhido escapou de Hyvin Berrr. Parecia realmente zangado, quando fez um gesto com a cabeça em agradecimento. — Tentem separá-los e os fazer saber que o ganhador não conseguirá à humana. Não gostaria de ter que matar um deles se não obedecerem. Os três seguiram suas ordens imediatamente e se foram. Pouco a pouco, o homem voltou à cabeça, seus rostos separados por centímetros e seu corpo firmemente preso ao dele, seus pés a centímetros do chão do beco. Seus olhares se encontraram outra vez. — Estou no controle da situação, não tenha medo. Fique calma. Shanna arqueou as sobrancelhas e falou com ironia. — Está no controle? Chama o fato de ter que escapar de seus próprios companheiros, de controle? Por que são seus homens não? É o comandante dos homens de uniforme? Ele franziu o cenho, seu corpo se moveu contra o dela, pressionando-a entre a parede e seu corpo enorme, então os olhos de Shanna se arregalaram. Podia sentir toda a frente do corpo, se conseguisse se aproximar mais, ela seria uma parte dele. Quando ele pressionou o quadril ao dela, não pôde deixar de notar o órgão definido e de grande tamanho, pressionando o V de suas coxas. O sujeito ou tinha uma enorme ereção ou uma arma na frente de suas calças. — Sinto o cheiro do seu medo e isso para nós é muito excitante. — O tom profundo em sua voz era enganosamente suave. — Agora que você não está lá para 18


provocá-los com seu cheiro de fêmea, irão se acalmar depois de uma boa luta. E quanto ao controle, estava me referindo a meu corpo. Shanna não pôde evitar mover as pernas, se esfregando na ereção extremamente dura e colocada entre suas coxas. — Você chama isto de controle? Os olhos azuis se entrecerraram. — Se eu não estivesse controlado, estaria dentro de você neste instante. — Ele a observou atentamente e sussurrou. — Nunca pude entender o motivo das mulheres humanas serem tão atraentes para nós, até agora. Seu cheiro está me levando ao limite do controle. — Um grunhido baixo e suave escapou dele, vibrando em seu peito e passando ao dela, uma vez mais. Sua mão livre repentinamente alcançou sua face, afastou seu cabelo loiro para trás, expondo parte de seu rosto e pescoço. Seus dedos seguravam o cabelo comprido. — Sua pele parece tão suave, estou muito curioso para tocá-la, onde eu mais desejo neste momento. Não, não se assuste. Manterei o controle, não posso montá-la. Com o coração disparado, Shanna ficou imóvel. Tinha que admitir que o cara era muito interessante, com aquele peito nu e tão quente, dono de um corpo tão grande quanto atraente sexualmente. Fora o fato de que estivesse ereto e apertado entre suas coxas, a fez perceber que ele era grande em tudo, mas tudo mesmo. Berrr fechou os olhos, inspirando profundamente e então baixou o rosto, para que seu nariz tocasse o seu pescoço. Ele respirou profundamente de novo, parecia inebriado, acariciou a pele com o nariz, desde ombro até debaixo da orelha, voltou a grunhir e a ajeitou mais a seu corpo, pressionando com mais força o contorno inconfundível contra suas coxas, se encaixando ainda mais no espaço que havia debaixo em seu osso pélvico. Ofegante, moveu os quadris e se esfregou em seu clitóris. Shanna estremeceu, tentou se agarrar nos ombros dele, mas suas mãos estavam emaranhadas no tecido das mangas, afoita, desejou ter a pele dele sob os 19


dedos, pele contra pele. Seus ombros eram tão amplos, que suas mãos mal conseguiam se fechar sobre o ombro coberto de músculos. De repente, ele a lambeu debaixo da orelha, Shanna ofegou, a língua quente e úmida, tinha uma textura um pouco áspera. Abriu a boca e a mordiscou, deixando os dentes afiados deslizar pelo pescoço, foi à coisa mais erótica que já experimentou. Ela se arrepiou toda, quando os dentes, lábios e língua começaram a explorar a sua garganta. Ele grunhiu mais rouco e profundo, movendo o seu quadril de novo, definitivamente se esfregando em seu clitóris, enquanto a pressionava contra a parede com mais força, Shanna sem se conter, gemeu de prazer. Só pode ser a adrenalina. Conseguiu pensar, já muito excitada. Agarrou-se a ele, seu coração se acelerou a respiração se tornou ofegante, enquanto ele continuava o movimento agora mais rápido. Deus, mal consigo pensar, se ele continuar a fazer isso vou gozar. Pensou desnorteada. Um rugido irrompeu em sua mente, um segundo antes que o homem afastasse a boca talentosa de seu pescoço. Berrr grunhiu feroz, ao ter que soltá-la e se virar, ainda a mantendo atrás de si. Shanna estava presa entre o alienígena grandão e a parede, seus joelhos tremiam, estava surpresa de sua reação, o que acabavam de compartilhar. — Eu a reclamo. — Rugiu um homem. — Ganhei o desafio, Hyvin Berrr. Por favor, entregue a minha mulher. Um rugido aterrador escapou de Hyvin Berrr. — Ela não é sua mulher. Eu não concordei com o desafio, portanto não há ganhador. O outro homem grunhiu em resposta. — É minha. O grandão grunhiu mais profundo, mais forte, o corpo enorme e musculoso se esticando por completo, os músculos pareciam aumentar, quando Shanna ficou olhando para as suas costas. 20


— Ela é minha. — Rugiu Hyvin Berrr. A surpresa modificou os traços do outro alienígena, que deu um passo atrás, mas o cenho franzido e os lábios se curvando para baixo mostrava novo obstáculo. Ele sacudiu a cabeça, entrecerrando os olhos escuros. — Não pode reclamá-la, Hyvin Berrr. Já está vinculado. O homem a frente de Shanna pareceu deixar de respirar, enquanto seu peito parava todo movimento e depois deixou cair os ombros. Inspirou profundamente e suspirou ruidosamente. — Leve-a. — Falou com voz baixa e carregada de dor. — Terá que se vincular a ela e se você a ferir ou magoar, irei matá-lo pessoalmente. — De repente, ele se afastou dela. Surpresa, Shanna olhou o outro alienígena com o torso nu, que se aproximava dela. — Você é minha. - Disse com áspera voz, enquanto se aproximava. — Não se aproxime de mim! — Shanna se moveu hesitante para Hyvin Berrr. O homem franziu o cenho. — Não vou machucá-la. Levá-la-ei para a minha casa, onde será cuidada, protegida, farei tudo para torná-la feliz. Shanna olhava para Hyvin Berrr muito confusa e assustada e encontrou os incríveis olhos azuis cheios de tristeza, ser uma garçonete a fizera perita em desvendar certas expressões. O alienígena tão grande e feroz parecia derrotado. — Não quero ficar com ele. — Sua voz tremia assustada. Os olhos azuis e brilhantes piscaram. — Sinto muito, mas agora é uma cidadã em Zorn, jamais poderá retornar a Terra. Somos guerreiros, uma espécie muito agressiva, os machos são dominantes e todas as mulheres precisam da proteção de um homem para sobreviver aqui. Oval é 21


um bom guerreiro, muito honrado, que se preciso for, entregará sua vida por você pequena humana. Salvei-a da escravidão e do abuso, mas não posso salvá-la de um guerreiro que a proteja. Será melhor assim. Shanna viu um movimento pela extremidade do olho, o outro alienígena estava novamente avançando, na sua direção. Resistia em se afastar do alienígena grandão, ainda usava a camisa dele, o homem que de maneira incrível, um minuto antes, beijara-a no pescoço, a deixava nas mãos de um desconhecido e em outro planeta. Shanna Williams tivera uma infância difícil, seus pais eram alcoólatras, depois fora para vários lares adotivos em sua adolescência e então os tribunais consideraram que estava melhor no sistema, que em sua casa. Não fora melhor, mas ninguém lhe perguntou o que pensava. Como adulta, jurou que ninguém lhe diria onde viver, ou com quem, nunca mais. Uma mão a pegou no braço, com cuidado de não a machucar. Shanna afastou o olhar de Hyvin Berrr, para olhar audazmente o sujeito grande, que agora a segurava. Ele não era redondo como dizia seu nome, Oval, mas, provavelmente, significava algo completamente diferente neste planeta de céu vermelho. Ela olhou diretamente para o par de olhos escuros, quase negros. — Tire suas mãos de mim agora mesmo, idiota. O homem franziu o cenho, um grunhido suave saiu de sua garganta. — Por que me insulta? — Se não tirar as mãos de cima de mim, farei mais que insultar. — Voltou o olhar para os olhos azuis. — Você diz que tenho que ficar com um homem para estar a salvo em seu planeta, não é? Hyvin Berrr assentiu firmemente com a cabeça. — Deve ser protegida. — Quero me vincular a você. — Informou Oval.

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Olhou Oval, vendo a luxúria arder em seus olhos escuros, enquanto ele olhava seu corpo de cima a abaixo. Negou com a cabeça, e se afastou de seu alcance. Caminhou para Hyvin Berrr. Ele prometera que estaria a salvo com ele, não sabia ainda o porquê, mas acreditava nele. — Então ficarei em sua casa. Você me protegerá. A surpresa mudou os traços masculinos de Hyvin Berrr. — Já estou vinculado. Shanna entendeu que vinculado era o mesmo que casado, que ele já tinha uma mulher com quem tinha relações sexuais. Seu olhar percorreu corpo dele. É provável que a matasse se tentasse levá-la para cama. Assentiu com a cabeça, seu olhar foi subindo e se fixou no dele. — Perfeito. Não precisa se vincular a mim, mas pode me proteger, não? Então vamos senhor Hyvin Berrr. Vou para casa com o senhor.

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Capítulo 2 Hyvin Berrr não era um extraterrestre feliz. Seus olhos azuis brilharam com surpresa, quando Shanna decidiu ficar na casa dele. Oval tinha engolido sua decisão não muito bem, rugiu de raiva e tentou forçá-la a ir com ele. E não teve uma oportunidade para tocá-la. Hyvin Berrr se interpôs entre eles, grunhindo para o extraterrestre ligeiramente menor que ele. — Ela tomou uma decisão, quer viver em minha casa. Recue agora. — Você já é vinculado. — Oval urrou furioso. Shanna observou como os dois homens se enfrentavam. Tinha certeza que o alíen de olhos azuis ganharia numa luta. Ele fora agraciado por uma montanha de músculos e era maior, em altura e massa corporal, que qualquer outro alíen que já tinha visto. Oval finalmente baixou a cabeça e Shanna soube nesse momento, que esses alienígenas eram de certa forma, bem primitivos, o mais fraco era submisso ao maior e mais forte de sua espécie. Hyvin Berrr, então se virou para ela, sem sequer se incomodar em ocultar a confusão que ele estava experimentando. Seus lábios se torceram em uma careta. — Já estou unido a uma mulher, saiba que não posso me vincular a você. Compreendeu? Oval é um guerreiro forte e seria uma honra estar unida a ele. Quero que compreenda a decisão que está tomando. Só posso lhe oferecer casa se você viver comigo e se colocar sob minha proteção. — Entendi muito bem. — Foi à resposta tranquila. Já tinha cuidado e limpado casas antes, isso seria melhor que ser o brinquedo sexual de um alíen. — Se tenho que ficar com alguém, você é minha escolha. Berrr piscou um par de vezes, finalmente assentiu.

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— Será como você decidiu. Juro que você estará a salvo em minha casa e será bem tratada. Enquanto conversavam chegou um estranho veículo negro dirigido por outro alienígena. Seu alíen... Ela estava começando a pensar em Hyvin Berrr dessa maneira... — Vamos. — Apontou para o veículo. — Ele nos levará para minha casa e então poderá se instalar. Os alienígenas eram cavalheiros, pelo menos Hyvin Berrr era, enquanto abria a porta traseira para que subisse no carro. Observou o veículo, comparando-o com os da terra, havia muito mais espaço entre os assentos e era mais alto, viu o grandão subir atrás dela, pensando em que o interior tinha que ser maior, afinal eles eram enormes. — Hum, posso chamá-lo de Hyvin agora, já que vamos viver juntos? E tenho algumas perguntas a fazer. Berrr se moveu no assento para enfrentá-la, tinha uma expressão um pouco sombria no rosto. — Pode me chamar de Berrr. Faça suas perguntas. — Como diabos vou voltar para a Terra? Ele franziu o cenho, entrecerrando os brilhantes olhos azuis. — Não pode. Você agora sabe sobre nós. Muitos de meus homens desejam visitar seu planeta, querem conhecer as mulheres, se vincular a elas e as trazer para Zorn. Se os líderes de seu planeta souberem de nossas visitas a seu planeta, estamos certos de que começaria uma guerra, não queremos fazer nada contra seu povo. Se você voltar pode colocá-los de sobre aviso e isso eu não posso permitir, agora você é uma cidadã de Zorn. — Fui sequestrada de meu planeta, contra minha vontade. — Ela o olhou e piscou várias vezes para conter as lágrimas que ameaçavam cair, demonstrando que estava tendo um momento de fraqueza. Não vou chorar maldição. Ordenou a si 25


mesma. — Você poderia me levar para casa, por favor? Juro que não direi a ninguém, além disso, quem iria acreditar em mim. Pensariam que estou louca, me trancariam em uma cela acolchoada e jogariam a chave, principalmente se disser que alienígenas me levaram para outro planeta e depois me devolveram a Terra. Não tem com o que se preocupar, não direi a ninguém sobre vocês, sou inofensiva. — Ela o olhou nos olhos. — Por favor? — Sinto muito, mas deve esquecer isso. Você viu como meus homens reagem a sua presença. Se eu tentar procurar uma nave que a leve para fora de Zorn, os homens tentariam reclamá-la novamente. — Fez uma pausa. — Nenhum Zorn a levará para fora deste planeta, mas há naves que se aproximam do meu mundo. E são cheias de homens, como aqueles que a trouxeram aqui, só querem capturar fêmeas, usá-las e depois vender pelo melhor preço. — Seus olhos expressavam simpatia. — Sinto muito, mas sua vida agora é em Zorn, seu planeta natal está perdido para você. Sua esperança foi esmagada com aquelas palavras, ele fora honesto com ela. Respirou profundamente várias vezes para relaxar, fortalecendo suas emoções, intimamente, se dizendo que era forte. Uma sobrevivente, a vida a fizera dessa maneira e ela acabaria se adaptando a essa realidade, era a única coisa da qual sentia orgulho, mas se recusava a perder toda a esperança, algum dia retornaria a Terra, apesar da vida miserável que tinha lá. — Não há muitas mulheres neste planeta ou algo assim? — Ele negou com a cabeça, recostando-se no assento e cruzando os braços sobre o peito amplo. — A mulher humana tem qualidades que a mulher Zorn não possui. — E quais seriam? — Ela cruzou os braços e se virou para enfrentá-lo. Os olhos azuis percorreram seu corpo, notando que ela imitava a mesma postura dele, seus lábios estavam ligeiramente curvados para cima, evidenciando sua diversão. — Devo ir adiante e lhe dizer os detalhes específicos? — Isso seria muito bom. 26


— As mulheres Zorn tem o corpo um pouco diferente das humanas de acordo com os nossos curadores, médicos para você. As mulheres Zorn têm a unis dentro do corpo, enquanto as humanas têm uma fora do corpo e sobre o seu sexo. Seu unis pode ser estimulado dezenas de vezes, enquanto que a mulher Zorn, depois de ter sido montada uma única vez no dia, terá um inchaço interno, ela sentirá dor se for montada de novo. O homem Zorn precisa montar muitas vezes no dia, é por isso que as fêmeas humanas são muito desejadas em nosso planeta. Mordendo o lábio, Shanna observou o homem com os olhos entrecerrados, sua mente trabalhando rapidamente antes de falar. — Não sei de que diabo está falando. O que é uma unis? O homem hesitou um pouco. — Acho que o termo que devo usar é vagina. — Vagina? — Ela franziu o cenho e logo seus olhos se arregalaram. — Quer dizer clitóris? Ele assentiu com a cabeça. — Se esse termo se refere à superfície carnuda, sexualmente estimulante entre suas coxas, então sim, o termo é clitóris. Desculpe-me pela confusão. Embora tenha lido informações, não tive acesso à anatomia de uma mulher humana ou a experiência de falar tanto, com uma. — Ele se tocou nas orelhas. — Os Collis que a raptaram, devem ter implantado em você os tradutores de ouvido com tecnologia obsoleta de Zorn. Temos um novo programa de tradução que será implantado em você para que possamos nos entender melhor, as poucas mulheres humanas em Zorn estão sempre atualizando os diálogos. O programa mais recente traduzirá o unis e outras palavras para o termo humano. Impressionada Shanna se limitou a olhá-lo durante longos segundos. — Então aqueles homens estavam brigando para ter sexo comigo.

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— Foi visto um vídeo de um homem Zorn com uma fêmea humana. Aquilo foi muito excitante para todos os que assistiram essa união de corpos. Somos uma espécie muito sensual, apreciamos muito a cópula sexual, qualquer um que se vinculasse a você, teria descoberto a maneira que mais pudesse lhe agradar, então você iria querer que lhe desse prazer muitas vezes. Somos vorazes no que diz respeito a cópula e precisamos nos aliviar muitas vezes durante o dia ou podemos adoecer. Entrecerrando os olhos outra vez Shanna brincou. — Deixe-me adivinhar, sem sexo suas bolas se tornam azuis e podem cair se não as usar? — Sua atenção se concentrou na frente de suas calças de couro negro, onde as pernas estavam um pouco separadas, antes de levar seu olhar ao rosto dele. — Entendi a parte dos tradutores. O cretino que nos sequestrou, disse que foi implantado um pequeno dispositivo em nossos ouvidos enquanto estávamos inconscientes, todos falavam em diferentes idiomas e droga, o que você diz e o que estou escutando não corresponde aos movimentos de sua boca. Isso é um pouco irritante. Berrr assentiu com a cabeça. — Em breve vai se adaptar ao movimento dos lábios e as variações do som. Não entendi a parte das bolas azuis ou o resto do que disse. Por que está franzindo o cenho? Shanna levantou o olhar rapidamente, ao perceber que estava com o olhar fixo na virilha dele de novo. — É difícil de acreditar que os homens desse planeta adoecem se não tiverem sexo. Eu escutei essa merda dos homens que tentaram se meter em minhas calças durante toda a vida. — Por que os homens querem vestir as suas calças? De repente Shanna sorriu, divertida. — Eles queriam... Hum, me montar, não usar minhas calças. 28


Ele assentiu, seu olhar se deslizou pelo seu corpo. — Todo varão deve desejar montá-la. Ela o fitou levantando as sobrancelhas. Berrr falara como se isto fosse um fato. Aquilo a fez se perguntar em pensamento. O que esse Zorn acharia das coelhinhas bronzeadas e saradas de vinte um, que entravam no bar em que trabalhava nos finais de semana. Apostaria que depois disso, ele não a acharia tão atraente e gostosa, o bastante para que todo homem a desejasse. Shanna achava que estava bem para seus trinta e quatro, mas não podia competir com aquelas garotas. Shanna adorava comer bem, era muito branca, afinal tinha que dormir de dia para trabalhar todas as noites no bar e tampouco tinha tempo para ir a uma academia para manterse em forma. Quando o veículo parou, Shanna voltou sua atenção à janela, surpresa com a paisagem a sua frente. Estavam em um bosque todo vermelho e negro... A cor das árvores e das plantas era espetacular. No meio disso tudo estava um edifício de pedra enorme, com esquinas arredondadas. Era grandioso, grandioso demais para ser só uma casa. Admirada se virou para encontrar o olhar atento e desconfiado de Berrr. — É aqui que mora? Ele assentiu com a cabeça e abriu a porta. — E é aqui que viverá também. - Saiu do veículo. Hesitante lhe estendeu a mão, oferecendo-se para ajudá-la a sair. — Obrigada. — Shanna colocou a mão muito menor na dele, permitindo apoiar seu peso enquanto o seguia ao sair, uma vez mais, percebeu o quão quente era sua pele comparada com a sua e os calos ásperos da palma sob a sua. O olhar de Shanna se dirigiu novamente ao edifício. Era muito elegante, branco e arredondado, tinha janelas enormes por toda parte e o teto devia ser muito alto, era térrea. — É realmente grande. — Pela minha posição social é na realidade muito pequena. Essa residência é a mais próxima da cidade e é mais conveniente para ir trabalhar. — Berrr continuava a 29


lhe segurar a mão e a levou a porta principal. — Devo avisá-la que atualmente tenho seis empregadas domésticas em minha casa que cuidam de minhas necessidades. Ela lançou um olhar ao tamanho da casa e assentiu com a cabeça. — Estou certa de que precisa de cada uma delas. Deve ser um inferno manter este lugar limpo. Ele fez uma pausa enquanto virava a cabeça e a olhava. — Ficará com a maior parte dos deveres delas, agora que está aqui e é uma humana. Shanna franziu o cenho. Divino, pensou, ele a está discriminando por ser humana. Certamente serei a faxineira das sextas-feiras, se ele ordenar as outras empregadas para que deixem para mim as suas tarefas, elas vão me querer no prato. Afastou sua mão da dele, irritada diante da ideia de que tinha sido amável com ela, só para jogá-la na merda. Vir a ser uma prostituta particular de um alienígena qualquer, para ela, era como uma sentença de morte, além da desvantagem de não receber pagamento algum por isso. Inclinando a cabeça, Berrr franziu o cenho. — Parece zangada. Alguma coisa a desagradou? — Não tem idéia de como isto é insultante? Estou certa que as tarefas que me serão destinadas me manterão bem ocupada, sem ter também de me encarregar de você. O cenho dele se aprofundou. — Mas é uma humana. — E o que tem isso? Não estou aqui porque queria estar de férias. Fui sequestrada, colocada em uma jaula, transportada pelo espaço como se fosse um animal raro, nada disso é culpa minha. Quero ser tratada como as mulheres Zorn, maldição. Quero os mesmos direitos. 30


— Igualdade... De direitos? — Ele quase disse as palavras gaguejando. — O que é tão estranho, hein, grandão? — Franziu o cenho para ele. Dandose conta da expressão aturdida e desconcertada dele. — É isso mesmo, quero ser tratada da mesma maneira que mulheres deste planeta são tratadas, o que elas fazem, eu farei, nada mais, nada menos. Está claro para você? Não serei discriminada por ninguém. Isso é racismo e exijo ser tratava como qualquer outra mulher deste planeta. Você disse que sou uma cidadã de Zorn, não quero ser tratada de maneira diferente. Isso é igualdade de direitos. — Mas estava dizendo que as mulheres humanas... — Não quero saber. — Ela o interrompeu. — Quero ser tratada igual a todas as ajudantes de sua casa. Não é assim que as chama, não? Pois bem, as tarefas da casa que elas fazem, também farei, me limito a fazer o que elas fazem e só, é justo para todos. Não sei que tipo de humana conhece, mas não sou como elas. Não vou afundar em nenhuma merda. A surpresa se desenhou em seu rosto. — Está bem. Não queria lhe deixar zangada, pequena humana. — Meu nome é Shanna, então o use. — Não queria lhe ofender ou deixá-la zangada, Shanna. Estava tentando fazer o contrário, ao lhe oferecer todos os deveres das outras ajudantes da casa... — Bem, pois não me faça nenhum favor, Berrr. — Interrompeu-o. — Só peço que me leve para dentro, me mostre onde dormirei e espero que seja um quarto só meu, e depois que suas ajudantes de casa me mostrarem o que tenho que fazer por aqui. Se vir o que fazem, posso aprender. Isso é tudo o que peço. Berrr continuava de cenho franzido. — Se for isso que quer. — Quero agora me mostre o caminho. 31


Berrr parecia aturdido, mas se dirigiu para a porta, abriu-a e entrou. Shanna o seguiu pela enorme sala de estar, olhando com sincero assombro a área de teto alto. A sala tinha o piso de pedra branca, os tetos e as paredes eram de pedra lisa e de cor vermelha, negro e cromada. Os móveis em sua maioria eram púrpura escuro ou negro. O contraste com o branco era impactante e elegante de alguma forma estranha. Um movimento lhe chamou a atenção, quando duas mulheres se apressaram em entrar na sala, vinda de outro lugar da casa. A boca de Shanna se abriu enquanto via embevecida às mulheres altas e musculosas, de cabelo comprido e negro, caindo por suas costas até os joelhos. Ambas se vestiam com vestidos largos e disformes, parecidos com um saco de batatas que chegava ao meio da coxa. Seus olhos eram castanhos escuros quase negros, vinham correndo e quando chegaram à frente de Berrr, caíram de joelhos no chão, baixando as cabeças diante de Berrr. Que planeta infernal era aquele? O olhar dela se dirigiu a Berrr, que franziu o cenho para as mulheres e seu azul olhar deslizou para o seu, observando com cuidado e então suspirou ruidosamente. — Aia e Kalo, fiquem de pé. Esta é a humana Shanna. Ambas se levantaram imediatamente ao seu comando e mesmo de pé baixaram seu olhar, boquiabertas para ela. As mulheres se moveram para mais perto dele. A mais alta das duas franziu o cenho, com atenção total em Berrr. — Trouxe uma mulher humana, Hyvin? Nós o desgostamos de algum modo? — Sua voz era suave, hesitante e sem dúvida triste. — Você pode ter tudo de nós. Não precisamos de uma humana em nosso lar. Maravilha. Shanna pensou. Todos na casa são intolerantes com os humanos. Ela não estava neste planeta por querer estar. Eram tão estranhos para ela como ela para eles. Não estava sendo grosseira e nem insinuando que as mulheres Zorn eram grandes demais e desmazeladas. E que nenhuma delas jamais depilou as pernas, o que pôde comprovar dando uma rápida olhada para baixo. 32


Shanna nem morta usaria aqueles sacos de batatas. Se essa era a moda em Zorn, sem chance, nem sequer queria abordar o tema de ficar de joelhos e se arrastar diante de um homem, Shanna jamais faria isso, era por demais degradante. Olhou fixamente para Berrr, esperando para ver o que ele faria. Se este miserável estiver esperando que me ponha de joelhos terá uma grande decepção. — Ela foi prisioneira dos Collis e foi libertada, agora está sob minha proteção e isso é tudo o que precisam saber. Farão com que se sinta muito bem-vinda e a tratarão com respeito. — Sua voz era profunda. — Esta é minha casa e vocês são minhas ajudantes domésticas. Não tenho que prestar contas a vocês sobre quem trago a minha casa, entendido? Ambas empalideceram um pouco e baixaram a cabeça docilmente. A que o tinha questionado assentiu com a cabeça, sua cabeça mais baixa ainda e colocou as mãos atrás das costas. — Sinto muito, Hyvin. Shanna agora estava assustada. Ele lhe dissera que o chamasse de Berrr, mas para as outras era pelo primeiro nome. Aquilo era uma forma a mais de lhe mostrar qual era o seu lugar naquele planeta. Ela chegou a pensar que gostava dele, especialmente depois daquele pequeno incidente compartilhado no beco, mas estava completamente errada. Ele ordenou às demais empregadas que a tratassem com respeito, no entanto não estava lhe dando muito e a forma como se comportavam as mulheres de Zorn, era difícil de engolir. Se ele pensar que eu vou baixar a cabeça e lhe fazer reverência... Ela suspirou. Aquilo não ia prestar! A mais alta novamente levantou o olhar para Berrr. — O senhor está se desfazendo de nós para tê-la como única ajudante de casa? Ele sacudiu a cabeça. — Ela não quer isso. Tudo ficará como esta agora Kalo.

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A surpresa transformou o rosto da mulher, parecia aliviada também. Chegou até a sorrir, o que fez com que seu aspecto melhorasse muito. — Bem. Tem fome ou precisa de mais alguma coisa? Ele hesitou. — Prepara a comida enquanto mostro o quarto dela. A mais baixa, em termos, tinha no mínimo 1,90 de altura, franziu o cenho. — Ela terá um quarto só para ela? Berrr grunhiu. — É minha casa. As mulheres baixaram a cabeça humildemente de novo, recuaram e depois fugiram na direção de onde vieram. Shanna viu às mulheres desaparecerem rapidamente de vista. Franzindo o cenho retornou a atenção a Berrr, que a fitava em silêncio. Em seguida ele levantou o braço, indicando a outra parte da casa. — Deixe-me mostrar seu quarto. — As outras ajudantes da casa dividem um quarto? — Ela não queria ser tratada de maneira diferente das outras, tampouco. Essa era a maneira mais rápida de fazer inimigos no trabalho, sabia disso em primeira mão, uma vez que se casou com o seu patrão, agora ex-marido. — Se elas dividem um quarto então eu ficarei com elas. Ele grunhiu. — Você é uma raridade em Zorn, não estou certo de que as outras mulheres responderão bem a sua presença, será melhor que tenham tempo para se ajustar a ideia, você notou que elas não ficaram contentes ao vê-la. Ela o seguiu através de um longo corredor com várias portas e pararam diante da última à esquerda. Berrr ficou olhando aquela porta por alguns segundos, franziu o cenho antes de virar o trinco e a abriu. 34


Shanna ficou estarrecida ao entrar, era muito grande, especialmente decorado para uma mulher, da cama enorme com rendas e dosséis com cores suaves e femininas. Uma lareira dominava uma das paredes e as portas abertas revelando uma banheira grande o bastante para quatro pessoas. Céus, se esse era o quarto de uma empregada, como será o quarto do dono da casa. Pensou maravilhada. — Uauuu... Berrr entrou no quarto e fechou a porta atrás deles para olhar ao redor com desgosto. — Não venho aqui há anos, mas as ajudantes da casa limpam e trocam a roupa de cama toda semana. Elas sempre mantêm este quarto pronto, não importando quantas vezes digo a elas que não há razão para isso. Bem, foi bom que elas não me escutassem, não é? Shanna se virou e perguntou intrigada. — Pronta para quem? Convidados? Não recebe visitas aqui? Seu olhar azul se encontrou com o dela, levantou os braços e cruzou-os diante do peito. — Este quarto pertenceu a minha vinculada, Alluwn. Agora foi Shana quem franziu o cenho, inclinou a cabeça. Pertenceu? Era passado? Lembrou-se de Oval dizendo que estava vinculado, presente, começava a ficar confusa. Enquanto o olhar dele percorria o quarto, sem sequer vê-la, ele comentou de repente. — Ainda somos vinculados, mas não vivemos juntos. Já se passaram dez anos desde que se recusou a estar sob minha proteção e foi viver em outro lugar, mas este era o seu quarto quando estávamos vinculados, ela exigiu o seu próprio espaço e se negou a compartilhar a cama onde dormíamos, por isso fiz esse cômodo para

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preencher as necessidades dela. — Seu olhar finalmente se voltou para Shanna de novo. — Alluwn nunca mais voltou aqui, agora este quarto lhe pertence. Aturdida Shanna se limitou a olhá-lo. Cabisbaixo ele continuou. — Vocês fazem isso, também na Terra? Por que aqui é muito incomum. Aqui os casais vivem juntos até a morte de um deles, mas Alluwn nunca quis ter nada comigo. Assim que nossos filhos cresceram e tinham o seu próprio espaço onde viver, ela arrumou os seus pertences e me deixou. Shanna não estava certa do que mais a surpreendeu. Que tinha filhos adultos, ou por parecer tão jovem para a idade, pelo rosto e o corpo não parecia ter mais de trinta e cinco anos e só conseguia ver pequenas linhas ao redor de seus olhos e boca. Do pescoço para baixo ele estava em perfeita forma. Ela engoliu em seco. Talvez tenha se casado muito jovem. — Se entendi corretamente vincular é o equivalente a casamento, certo? Ele assentiu com a cabeça. — Acho que é essa a palavra em seu mundo. — Porque não se divorcia dela se ela não vive com você? Na Terra se um casal se separa, pede o divórcio. Eu me divorciei de meu marido, hum, vinculado. — Esta vinculada? — Ele não parecia muito contente. — Não mais. A ira brilhou nos olhos de Berrr. — Por que deixou o seu vinculado? Dando um passo atrás, pois o homem parecia zangado, Shanna respondeu.

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— Porque era um cara ruim e um bêbado. Eu deveria ter desconfiado que a bebida fosse à parte mais importante de sua vida, quando me disse que não só tinha um bar como vivia dele. Berrr a fulminou com o olhar, mas parecia um pouco desconcertado. — Um cara ruim é um homem que bate nas mulheres e o miserável me bateu duas vezes. Na primeira vez estava bêbado e quando chorou suplicando para que eu o perdoasse, fui muita estúpida em lhe dar outra oportunidade. Na segunda vez que me bateu fugi dele e pedi o divórcio. Era um bêbado miserável, a bebida o dominou. Consegue entender? A ira se fundia ao seu rosto. — Ele não devia ter se vinculado a você, se só queria lhe fazer mal. Entendi o que quis dizer. Nós também temos bebidas que tornam os guerreiros estúpidos. Shanna relaxou. — Porque você e Alluwn se separaram? O peito de Berrr se elevou enquanto inspirava profundamente. — Foram os nossos pais que fizeram o acordo para o nosso vínculo, éramos jovens e não ficou feliz por entrar em minha casa ou em minha cama, mas ficou comigo até que nossos quatro filhos tiveram maturidade, foi quando a deixei ir com outro. — Sua mandíbula se apertou, com o rosto tenso de ira enquanto olhava para longe de Shanna. — Alluwn queria me deixar para ficar com o outro, disse que tinha cumprido com seus deveres de prover a família com ao menos dois descendentes machos, nossa linhagem se perpetuaria através deles, deu-me também duas descendentes fêmeas e quatro machos. — Oh que loucura, isso deve ter sido bem difícil. Por que ela não disse que gostava de outro? Sua voz ao responder estava rouca.

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— Ela fingiu que se importava comigo enquanto esperava que déssemos aos nossos pais os filhos queriam que procriássemos juntos. Eles são da classe acomodada e queriam que a linhagem fosse compartilhada através de mim e Alluwn. — Classe acomodada? Hesitante ele explicou. — Amigos de toda a vida, preservam à amizade como um vínculo de sangue sem as linhas de sangue. Entendeu? — Seus olhares se encontraram de novo. — Entendi. Então ela o deixou? Negou com a cabeça. — A princípio meu orgulho não o permitiu. Preocupava-me com ela e não queria deixá-la partir, independentemente de seu desejo por outro, era minha vinculada e era a mãe de meus filhos que ainda precisavam dela. Não há um modo de evitar a gravidez entre casais vinculados. Tivemos dois filhos e uma filha depois que me falou do ódio que crescia por mim, a cada nova vida que eu depositava minha semente em seu ventre e que queria me deixar. Ela finalmente ameaçou atacar-me se a engravidasse novamente. Em silêncio, Shanna se limitou a olhá-lo enquanto evitava os seus olhos, vendo qualquer coisa, menos ela. Uma centena de perguntas passou por sua mente, mas antes que pudesse perguntar, ele voltou a falar. — Pensei que poderia recuperar sua afeição por mim se lhe desse mais atenção, mas isso não funcionou. Meu desejo de fazê-la feliz falhou, então fizemos um trato, assim que nosso último filho respirou a vida. Prometi a ela que jamais a tocaria de novo e que também continuaria vinculado a ela até a morte. Em troca ela se comprometeu a ficar em minha casa até que o último de nossos filhos tivesse sua própria vida. Fiz esse acordo pelo bem de nossos filhos, para que não perdessem a mãe. — Então ela foi procurar o outro? 38


Berrr murmurou. — A libertei de nosso vínculo quando nosso filho caçula se foi, ela queria ficar com outro homem então se vinculou a ele. Confusa Shanna franziu o cenho. — Então não está mais vinculado a ela? Ele hesitou. — Libertei-a de nosso vínculo, entreguei-a a ele, mesmo sendo difícil fazê-lo. É uma grande desonra ser trocado por outro homem, mas eu prometi libertá-la e cumpri minha palavra. Sempre mantenho minha palavra, Alluwn se foi com ele, mas ele não estava bem da mente. — Berrr finalmente olhou nos olhos de Shanna. — Ele não só quis tomar meu vínculo, mas também queria minha vida. Entrou na casa que tenho nas montanhas, tentou me atacar. Estava escuro e eu não sabia quem estava ali tentando me matar. O matei em defesa própria. Alluwn ficou histérica e queria que eu sofresse, então exigiu vincular-se novamente comigo como castigo por tomar o homem que ela sempre quis. Nunca poderei me vincular a outra mulher, já que matei a seu vínculo escolhido. — E você aceitou? Está vinculado a ela de novo? Mas por quê? O queixo dele se levantou com os olhos entrecerrados. — Sempre mantenho minhas promessas e lhe tinha dado minha palavra de lhe dar o que ela pedisse. Tenho honra. Sou Hyvin Berrr. Shanna ficou atônita enquanto fitava o alienígena, ele cumprira com a palavra, casou-se pela segunda vez com a ex-esposa sabendo que era uma maneira dela se vingar dele e mesmo assim o fizera. O sujeito só podia ser masoquista. Ela pensou, guardando silêncio para não insultá-lo. O nariz dele se levantou um pouco e torceu os lábios para baixo, enquanto seu olhar percorria o corpo dela. Em um instante se ajoelhou a sua frente. Surpresa, Shanna observava-o enquanto ele inspirava fundo.

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Céus, parecia que a estava farejando como um cachorrinho, ou melhor, um cachorrão. Um suave grunhido irritado saiu de sua garganta quando seus olhares se encontraram. — Sinto o cheiro de sangue em você. Tire a camisa e me mostre os ferimentos para que possa tratá-los. Depois que tudo isso que aconteceu, acabei por me esquecer de que foi machucada. Peço desculpas. — Só machuquei meus pulsos, as algemas acabaram ferindo a minha pele. Estou bem. Berrr ficou de pé. — Tire a camisa ou o farei por você, quero ver se está ferida e onde. Você se pôs a meus cuidados e levo muito a sério os meus deveres.

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Capítulo 3 — Posso fazer isso sozinha. — Shanna estava irritada enquanto o enorme homem a pegava pelo braço quase a arrastando até o banheiro. — É meu dever cuidar de você e vou fazer justamente isso — grunhiu ele. Ofegante, Shanna encontrou-se sendo levantada por Berrr, que a agarrou pelos quadris e suavemente a sentou no longo balcão do banheiro. Ele alcançou sua camisa antes que ela percebesse quais eram suas intenções, sentindo esta abrir abruptamente para mostrar seu corpo. Ele puxou com força, quase a derrubando do balcão enquanto baixava camisa dela baixando por seus braços. — Pare com isso — disse Shanna zangada, dando uma palmada na mão que segurava seu pulso, falhou visto que, ele tinha reflexos muito bons. Ele segurou sua mão e puxou seu braço para trás, grunhindo, seus brilhantes olhos azuis entrecerraram enquanto mostrava os dentes afiados quando seus lábios se abriram. Ele olhou para ela. — Deixe de resistir. — Deixe de me tocar. — Não poderia evitar sentir-se nua e exposta em calcinha e sutiã. Isso sem mencionar o frio que fazia no banheiro, que teria que estar em pelo menos 15 graus centígrados. Ao tentar se distrair de seu desconforto, sua curiosidade vagou pelo cômodo de bom tamanho e viu outra lareira menor no canto direito da parede. Suas sobrancelhas se levantaram. — Outra lareira? Berrr virou a cabeça seguindo-a com os olhos. — Alluwn dizia que sempre sentia frio vivendo comigo, então exigia calor em cada cômodo onde eu não estava. Estremecendo por dentro, Shanna voltou sua atenção ao homem que estava de frente para ela. Ou Alluwn era uma cadela ou Berrr tinha graves falhas como marido 41


para que a sua não tão ex-esposa realmente o odiasse tanto. Não o conhecia bem o bastante para decidir quem era o vilão do filme na relação, julgando só uma parte, havia um montão de crianças, assim que talvez a mulher se ressentisse de ter ficado grávida tantas vezes. Ele se afastou dela e se dirigiu a um armário embutido na parede, o abriu e tirou uma caixa de dentro. Shanna acertou ao pensar que se tratava de um estojo de primeiro socorros, quando Berrr se colocou ao seu lado do balcão e o abriu para revelar o conteúdo. Ela respirou profundamente e o observou, enquanto o homem tirava as coisas da caixa. — Realmente posso fazer isso sozinha — disse em voz baixa. — Você não precisa fazer. Ele se ajoelhou diante dela e mesmo assim era extremamente alto. Shanna olhou para seu rosto, que estava agora ao nível de seus olhos. Ele franziu o cenho, baixou o olhar e pegou uma de suas mãos. — É uma honra, um dever e um privilégio cuidar de você quando está machucada Shanna. Esse é o costume Zorn e você exigiu ser tratada como uma de nossas mulheres, então me permita fazer isso. Nunca te faria mal, então fique quieta e não tente lutar contra mim. Isso fez com que ela arqueasse uma sobrancelha. Será que ele falava sério? Seu ex-marido nunca tinha limpado nada, principalmente, o sangue em sua pele, e isso era exatamente o que Berrr estava fazendo. Teve o cuidado de não machucá-la enquanto tocava ao redor de seu corpo, em seguida abriu a torneira e delicadamente começou a dar pequenos golpes sobre os arranhões de cada pulso. Shanna afastou a atenção do seu rosto para ver como suas grandes mãos a tocavam suavemente, enquanto utilizava uma toalha de mão para secá-la. Ele examinou os pequenos arranhões durante um longo momento antes de alcançar a caixa novamente. — Realmente não tem que fazer isso Berrr. Uns olhos incrivelmente azuis se levantaram, fixando-se aos de Shanna. 42


— Em primeiro lugar você não deveria ter sido ferida absolutamente. Os Collis são nossos aliados, mas ultimamente estamos tendo problemas com eles. Atacaram as nossas naves e agora se atrevem a vir aqui com escravas humanas, tratando de vendêlas a meus guerreiros, tentando-os com essas mulheres e quebrando minhas leis. — Eu tampouco estou muito contente com essa situação. Tinha uma vida na Terra, você já sabe, estava cuidando da minha vida enquanto indo ao trabalho, de repente, bam! Sou atacada, desperto em uma jaula e depois sou despida para ser vendida a seus... Ah... Guerreiros. O que aconteceu com as outras mulheres que foram sequestradas junto comigo? Ele franziu o cenho. — Alguém nos alertou sobre o leilão. Meus guerreiros estão caçando a todos que participaram, no entanto, pensávamos que haviam trazido mulheres Collis para vender. Se as mulheres se vinculam aos guerreiros que as compram, ficam onde estão. Meus guerreiros serão severamente punidos e se eles estiverem fazendo elas de escravas serão liberadas e como você estarão sob minha proteção. — Assim que vão terminar ficando em sua casa também? Ele sacudiu a cabeça. Berrr passou suavemente sobre os cortes um creme branco aromático, depois ela viu como ele cuidadosamente envolvia a cada um dos seus pulsos com uma fina gaze, de material similar a uma fita adesiva, para mantê-las no lugar. Era um pouco exagerado, mas não iria reclamar das bandagens do tamanho de pulseiras em cada pulso. Quando ele terminou, fechou a caixa e lentamente se levantou. — Não haverá mais seres humanos em minha casa. — Ele parecia chateado ao dizê-lo. — Um é mais que suficiente. O temperamento de Shanna explodiu. — Qual é o seu maldito problema com os humanos? As sobrancelhas negras se arquearam enquanto a olhava franzindo o cenho. 43


— Não me relaciono com os seres humanos. — Qual é o seu problema? O que diabo tem contra nós? Isso é o que estou perguntando. Em primeiro lugar se incomoda de que alguém se atreva a nos vender, o que me faz pensar que os humanos te agradam. E tenho certeza de que você achou meu pescoço fascinante, gostou muito dessa parte de mim e ainda mais pela sensação dele. Entretanto, desde que cheguei a esta casa, você me mostrou o que realmente pensa da minha espécie. Tratou de jogar sobre mim todas as tarefas domésticas e não me deixa sequer te chamar pelo nome. Acredita que não percebi? Sou uma cidadã de segunda classe? É isso? Você deveria ter visto o desgosto em seu rosto, quando te perguntei se iria trazer outras mulheres para cá. Você não gosta dos humanos, verdade? — Franzindo o cenho, Berrr grunhiu suavemente. — Não tenho nenhum problema e os humanos não me desagradam. E você não é uma cidadã de segunda classe, mesmo não entendendo o que isso quer dizer. Agora é uma cidadã de Zorn, deste planeta, como qualquer outro. — Ele respirou profundamente. — Eu lhe disse para me chamar por meu nome. É um insulto na Terra você me permitir um gesto tão íntimo? — Levantou a vista para olhá-lo fixamente, a confusão de Shanna cresceu. — Gesto íntimo? — Ofereci a você o privilégio de me chamar por meu nome e não por meu título, quando apenas alguns têm esse privilégio. — Ela começava a compreender. — Merda. Hyvin não é seu primeiro nome, não é? Você é como um general ou algo parecido, por isso todo mundo te chama por esse termo Hyvin. — Hyvin é meu título. — Pensei que você estava me fazendo chamá-lo por seu nome formal, mas maldição, Berrr é o seu primeiro nome. Eu realmente lamento por ter me irritado com isso, mas pensei que você estava sendo grosseiro comigo. — Um pouco de culpa a consumia por ter pensado que ele estava sendo um esnobe com ela, quando na realidade havia sido o contrário. Estudou seus lindos olhos brilhantes. — Embora, você não goste dos humanos, e disso tenho certeza. O que você tem contra minha espécie? — Ele suspirou olhando-a. 44


— Três de meus quatro filhos se vincularam a mulheres humanas e deram um mau exemplo ao meu povo. Sou o líder, e os meus guerreiros vão querer seguir meu exemplo e o de meus filhos. — Seu olhar desceu lentamente sobre o corpo de Shanna, absorvendo cada centímetro, antes de levantá-lo de novo. — Os seres humanos são pequenos, e ainda assim, meus filhos estão tendo crianças com essas mulheres. Preocupa-me que não tenham filhos fortes, que sejam capazes de manter a linha de sangue Zorn como líderes. Nossa família é uma das mais fortes, mas meus filhos estão optando por mulheres mais fracas. — Seus olhos se estreitaram enquanto os lábios se apertaram em uma linha fina de raiva. — Admito que não esteja contente em sentir atração por você, mas eu sinto. — Ela se surpreendeu pela confissão, o vendo dizer que se sentia sexualmente atraído por ela, sabia ao que se referia, mas mesmo assim estava chateada. — Me incomoda quando você diz que eu sou fraca. — Empurrando-o do balcão, ela ficou de pé, olhando-o. — Vocês são uns alienígenas realmente grandes, mas eu não sou uma covarde. Eu cresci entrando e saindo de lares adotivos, depois eu vivi com dois alcoólatras em alguns bairros bastante patéticos. Sei judô, kickboxing, e tive que lutar muitas vezes em minha vida para não levar um pontapé na bunda, só porque pensavam que podiam se aproveitar de mim, por não ser uma mulher alta. Nunca confunda que por uma pessoa ser pequena signifique que ela é fraca. Eu consegui evitar que seus guerreiros abusassem de mim neste leilão, mesmo estando acorrentada como um maldito cachorro. Ele cruzou os braços sobre o peito. — Creio ter entendido a maior parte do que disse, mas você continua sendo fraca. Todas as mulheres são e necessitam da proteção dos homens, mas as mulheres humanas são ainda mais fracas que as mulheres Zorn. — Shanna quase podia sentir o vapor saindo de suas orelhas. Ele a estava enfurecendo ainda mais e era sério que realmente pensasse que ela fosse uma cadela patética, que precisava de alguém para lutar suas batalhas como se fosse uma inútil. Seu olhar percorreu o enorme e musculoso corpo, e então se moveu sem lhe dar aviso, sabendo que era a única vantagem que tinha. Vou mostrar a ele quem é fraca. Berrr cambaleou para trás uns bons dois metros, quando o pé nu de Shanna fez contato com seu estômago, provocando um gemido nele enquanto se dobrava pelo golpe. Shanna virou, chutando-o novamente, atingindo-o no ombro com um chute giratório. Isso fez com que o grandalhão caísse de traseiro no chão do banheiro. Ela retrocedeu, cruzando os braços no peito, apertando-os, observando cautelosamente enquanto ele levantava a cabeça. Seus impressionantes olhos azuis se encontraram com os dela por alguns instantes antes que ele grunhisse novamente.

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— Isto é Kickboxing, Berrr. Meu pequeno chute é terrível e nocivo. É suficientemente forte para chutar o seu enorme traseiro. O que é que você dizia sobre a fraqueza das mulheres humanas? — Ela arqueou as sobrancelhas e, em seguida, estendeu a mão gesticulando com os dedos. — Você está pronto para se retratar ou gostaria que te deixasse sob seu traseiro a cada vez que se levantasse, até que você esteja disposto a admitir que estava errado? Ele pôs as mãos no chão e se colocou de joelhos, olhando-a atentamente, enquanto outro suave grunhido saía de seus lábios carnudos entreabertos. — Você quer brincar? — Não estou brincando. A surpresa se estampou em seu rosto. — Você quer brigar comigo? Franzindo o cenho, ela encolheu os ombros. — Se isso é o que você precisa para se convencer de que os seres humanos não são fracos. Maldição, só porque eu tenho seios não significa que não posso cuidar de mim mesma. Um sorriso curvou seus lábios enquanto lentamente ele levantava em toda sua altura de puro músculo. Shanna admitiu se sentir um pouco intimidada ao dar-se conta de que realmente ele poderia lhe machucar, se chegasse a colocar as mãos nela. Vou ter que mantê-lo à distância e sob seu traseiro, pensou. Durante anos havia recebido lições de defesa pessoal quando era apenas uma adolescente ainda em um lar adotivo, quando algumas crianças mais velhas a intimidava e começavam a bater nela. Os voluntários do Centro Comunitário haviam se oferecido para ensiná-la aulas de defesa pessoal. Depois que deixou o orfanato, se inscreveu em uma academia e teve aulas para continuar aprendendo as habilidades de combate. Havia deixado de praticar a alguns anos atrás, mas era como andar de bicicleta ou assim ela esperava que fosse. — Você quer brincar. — Vou te dar uma lição, não estou brincando. — Sorrindo ele se inclinou para tirar as botas, tirou uma e depois outra, as jogando num canto e revelando que não usava meias. Shanna engoliu em seco. Quando o seu olhar cruzou com o dele, ela viu que o grande bastardo parecia divertido. Nunca havia tido um adversário tão malditamente grande no ringue, mas quanto maior a altura, maior a queda, o ditado passou por sua mente. Ela recuou até sair do banheiro para o quarto muito maior. Olhou rapidamente ao redor da área para reconhecer o ambiente, e esperava que 46


mais espaço a ajudasse a evitar suas mãos. Berrr lentamente a seguiu com os olhos entrecerrados, enquanto outro suave grunhido saia dele. — Deveria deixar você cair de joelhos, baixar a cabeça e mostrar obediência, Shanna. Isso é o que uma mulher Zorn faria, e você disse que queria ser tratada igual a elas, no entanto você não está agindo como uma. — Vi essas mulheres se ajoelharem diante de você. — Ela franziu o cenho olhando-o furiosamente. — Não sou o tipo de submissa com a qual esteja acostumado a tratar. Tampouco sou fraca nem patética e não vou suportar nada dessa merda. — Ela hesitou. — Além do mais, você poderia ficar de joelhos, baixar a cabeça e me mostrar obediência. Ele inclinou ligeiramente a cabeça, enquanto observava-a com os seus brilhantes olhos divertidos. Seus braços se abriram pouco a pouco, como se quisesse abraçá-la um segundo antes de ir adiante na tentativa de pegá-la. Shanna saltou para trás, escapando por pouco de suas mãos quando ele investiu contra ela... Se agachou e deu um giro, dando um chute com sua perna, acertando primeiro seu estômago. Ela intencionalmente golpeava-o no alto, porque não queria atingi-lo na virilha. Até então ele havia sido amável com ela, e não jogaria sujo a menos que fosse absolutamente necessário. Berrr recuou alguns metros cambaleando, mas sem dobrar-se desta vez, no entanto, franziu o cenho enquanto esfregava com a mão o ponto onde tinha sido atingido. Todo rastro de diversão desapareceu de seu rosto. O olhar de Shanna verificou ao redor da sala em busca de uma rota de fuga e de objetos que poderiam ser usados para colocar entre eles, se ele novamente se lançasse sobre ela. Um suave grunhido fez com que sua atenção retornasse a Berrr. — Você não pode ganhar Shanna. — Não tenho que ganhar. Só tenho que demonstrar meu ponto de vista, de que não sou patética ou fraca. Eu sou muito mais forte que suas mulheres Berrr. Não me verá cair ao chão de joelhos, só porque falo algo que você não gosta e que o faz grunhir. Não me importa se você gosta ou não do que digo.

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Ele não queria ouvir essa zombaria e demonstrou com seus lábios firmemente apertados e com a expressão sombria em seu rosto, entretanto dessa vez ele não grunhiu. Respirou fundo, aspirando o ar fortemente, fazendo com que seu amplo peito nu e se expandisse antes de novamente se lançar sobre ela. Shanna se jogou sobre a cama e escapou por pouco, enquanto pousava rodando e saindo do seu caminho. Os lençóis da cama onde aterrissou Shanna foram puxados com força, era uma cama grande, maior que uma King Size. Seu corpo foi arrastado junto com os lençóis para o alienígena que os havia agarrado com seu punho, puxando-os para ele, mais rápido do que ela podia rodar. Ele a alcançaria. Ela sabia que isso iria acontecer, então encolheu os joelhos até seu peito, como uma bola. Justo quando ele soltava os lençóis para agarrá-la, ela o chutou fortemente com os pés e estes colidiram com a parte superior de seu peito. Berrr foi jogado para trás e tropeçou, mas conseguiu ficar de pé. A surpresa se mostrou em suas feições, enquanto Shanna dava a volta engatinhando freneticamente através da cama para chegar ao outro lado. Escutou um rugido atrás dela que encheu o quarto, o que a fez se voltar para ver que era Berrr que ostentava duas marcas vermelhas de pés em seu peito. Uma de suas mãos esfregava uma das marcas com dor evidente, enquanto a observava. Shanna se baixou do outro lado da cama, feliz por tê-la entre eles. Respirava com dificuldade e quase sem fôlego, tentando ignorar seus dois tornozelos que pulsavam de tão forte que o havia chutado. Não se surpreenderia se mancasse quando tentasse caminhar, mas ainda não estava disposta a jogar a toalha. — Isso doeu. — Não sou fraca, maldição. Você se retrata? Quero uma desculpa por toda essa merda que você disse das mulheres humanas. Os dentes afiados brilharam e foi a única advertência que ela recebeu, antes que Berrr saltasse literalmente sobre a parte superior cama. Surpresa até a medula, Shanna ficou olhando. Surpreendeu-a o modo como ele foi capaz de saltar quatro metros de altura a partir dessa posição, mesmo de pé. Ele atacou repentinamente, 48


cruzando através do colchão com os pés descalços. Baixou os olhos observando-a, recordando-a que ele estava a ponto de apanhá-la. Então ela recuou rapidamente, seu olhar cruzando com o dele. — Cuidado. — Grunhiu ele. Tarde demais, seu aviso chegou enquanto Shanna se chocava contra uma mesa. Havia calculado mal a distancia atrás dela, havia se movido muito rápido para deter seu impulso, e terminou perdendo o equilíbrio, não pôde evitar sua queda. Nunca chegou ao chão, quando uns fortes braços a agarraram a puxando para um peito forte, sólido e quente. Shanna olhou com espanto para Berrr, que pôde se mover tão rápido enquanto ela ouvia a mesa cair ao chão atrás dela. Franzindo o cenho, Berrr a olhou fixamente. — Você se machucou? Ela negou com a cabeça, seus olhares se encontraram. A pele dele estava quente e pressionava firmemente contra a sua, enquanto a abraçava. Tinha livrado ela de uma queda e tanto, principalmente se caísse na parte de cima da mesa. Virou sua cabeça para olhar atrás dela, quase assustada ao ver a mesa quebrada ao seu lado onde havia caído sobre o chão de ladrilhos impecável. — Precisa ser mais cuidadosa, para não se machucar enquanto brinca comigo. Girou a cabeça bruscamente, entrecerrou os olhos enquanto levantava a vista até ele. — Não estou brincando contigo, maldição. Os lábios de Berrr tremeram, enquanto uma gargalhada fazia com que iluminassem seus já brilhantes olhos, e um sorriso aparecesse em sua boca. — Tenho você em meus braços. Então você tem que admitir que eu sou mais forte, mais rápido, e que você necessita de minha proteção. Se você é uma mulher guerreira, então faça com que eu te solte.

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A ira explodiu rápida e ardente em Shanna. O bastardo parecia petulante, mas ele sim a tinha presa, e sabia que com seus braços envolvendo fortemente sua cintura, não havia nenhuma possibilidade de se libertar a menos que lhe desse uma joelhada. Estava tentada, mas quando olhou os seus belos olhos não quis machucá-lo dessa maneira. — Não é nenhuma vergonha admitir que precisa de um guerreiro que cuide de você. É o costume Zorn e você é uma Zorn agora. Imagens passaram por sua cabeça de como tudo poderia sair do controle, enquanto ela e Berrr olhavam um ao outro, passou a língua em seus lábios porque estavam secos. A resposta imediata que recebeu de Berrr a encheu de assombro, enquanto a atenção dele se focou em sua boca, seu enorme corpo ficou tenso. Ela não podia ignorar o calor do desejo que ardia em seu olhar, que despertou unicamente com o inocente movimento de molhar os lábios. Mostrando o quanto o corpo dele respondia ao seu, Berr cresceu dentro das calças de couro, o duro nódulo em questão de segundos se tornou evidente. Trabalhar durante dez anos em um bar tinha ensinado o bastante a Shanna, e uma lição que aprendeu, foi a capacidade de saber como flertar para controlar os homens. Ao ter conhecido a inúmeros homens bêbados de mãos grandes e bobas que ultrapassavam os limites com ela, havia aprendido que a melhor maneira de lidar com eles quando a encurralavam, era conseguir que baixassem a guarda. A curiosidade dela sobre o sobre o alienígena despertou, sabendo que ele não poderia fazer sexo com ela, mas obviamente se sentia atraído. Shanna abriu as mãos sobre o peito dele e as deslizou por seu abdômen musculoso indo até seus ombros. O olhar dela se ficou sobre o dele para ver o efeito que tinha ao tocá-lo. A resposta foi instantânea, ele fechou os olhos, o inconfundível olhar de prazer, enquanto ele se inclinava um pouco mais, para que seu corpo fosse mais acessível as suas exploradoras mãos. Berrr tinha a pele quente e suave ao toque, até que ela pressionou um pouco mais forte suas mãos contra ele, tornando possível sentir a dureza de seus músculos 50


sob os dedos. Sua mão se deteve sobre seu coração, onde realmente pôde sentir que este palpitava de forma irregular. Ela olhou em seu rosto e viu os lábios um pouco abertos, o bastante para mostrar os dentes afiados que mordiam o lábio inferior deixando marcas. Suas mãos subiram mais alto até que se detiveram na curva de seus fortes ombros Os incríveis olhos azuis se abriram reluzindo um brilho ainda mais forte que antes, como uma luz de néon, com as pupilas ligeiramente dilatadas. Eram os olhos mais peculiares que já vira, eram fascinantes e olhavam fixamente nos seus. Estes se entrecerraram enquanto um suave som saia de Berrr, fazendo com que seu peito vibrasse um pouco. As sobrancelhas de Shanna se arquearam. — Acaba de ronronar? — O que é ronronar? — É o som que acaba de fazer — respondeu ela sorrindo. — Suas mãos são tão suaves como o mais macio galtis que já senti. — O que é isso? Ele hesitou. — Um tipo de tecido, raro e muito caro, é usado sobre a pele enquanto dorme. Não era uma má comparação, ela decidiu, supondo que ele a estava comparando com seda ou com algodão egípcio, sorriu por seu pensamento. — Te diverte que eu te faça um elogio? - Ele franziu o cenho, parecendo um pouco irritado. — Eu não entendo às mulheres humanas. — E entende às mulheres Zorn? Ele assentiu com a cabeça. — É claro.

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— Este planeta definitivamente é muito diferente de meu mundo, onde os homens e as mulheres seguem sem entender os conceitos básicos de cada gênero. — Há alguma dificuldade na linguagem no dialeto humano? — Pode-se dizer que sim. — Suas mãos se moveram de novo, deslizando ao longo de sua clavícula e localizando a curva de suas costas com as unhas. — Os homens e as mulheres pensam uma coisa, mas dizem outra. Na verdade não são realmente honestos ou sinceros o suficiente para dizer que conhecem tudo um do outro. — Eu nunca mentiria para você e sempre te direi o que penso. Seu mundo parece trapaceiro. Berrr estremeceu ligeiramente e ela viu como seus mamilos reagiam, enrugando-se ao sentir o toque de suas unhas que ligeiramente raspavam de cima a baixo ao longo de sua garganta. Nunca havia tido um homem que respondesse tão facilmente ao seu toque. Era uma incrível e grande forma de poder, manteve seu olhar focado nele. — Você se importa que eu te toque? Sou curiosa. Ele negou com a cabeça. — Tenho curiosidade a seu respeito também. Posso tocá-la? Shanna não esperava essa resposta enquanto o olhava, recordando a si mesma que ele estava vinculado, então não poderia ir muito longe. Era só curiosidade e diabos! Ela também teria uma boa dose disto, então assentiu, perguntando-se o que ele faria. Um suspiro saiu de sua garganta, enquanto caia sobre a cama, onde ele suavemente a tinha colocado de costas. Em um instante tinha a um homem vestindo somente uma calça de couro, pressionando-a para baixo com o corpo dele, aprisionando-a com cuidado para que seu peso não a esmagasse, estavam quase nariz com nariz, o corpo dele flutuando acima, com as pernas entre as dela. — O que está fazendo? 52


— Fique quieta. Ela levantou as sobrancelhas. — Ficar quieta? Ele levantou um pouco se afastando dela e desceu por seu corpo, o rosto à altura de seus seios. Seu olhar se afastou do rosto dela para seus seios, que quase transbordavam do sutiã. As narinas se abriram, inspirava profundamente, outro ronronar suave saiu dele. — Você cheira tão bem. — Não deveria. Os idiotas que me sequestraram só deixaram que me lavasse com água, antes de tentar me vender, nem sequer tinham um xampu ou um sabonete. Os olhos azuis se levantaram, encontrando-se com os de Shanna. — Seu cheiro é doce e muito agradável. Ela o cheirou também, seu perfume era masculino com um suave toque de almíscar e madeira, havia percebido enquanto vestia a camisa que lhe emprestara. Qualquer que fosse a colônia que ele usava, valeria seu preço. Poder estar em sua casa, era uma pista para ela de que Berrr tinha prestígio em seu planeta, por isso provavelmente possuía o melhor de tudo o que Zorn podia oferecer. Ele baixou o rosto para o vale de seus seios, fazendo Shanna ofegar. Os dedos dela se apoderaram de sua cabeça, para depois deslizar por seu escuro cabelo, agarrando-os e lhes dando um forte puxão. Ele respondeu fazendo o contrário do que ela queria, realmente pressionando com força contra sua pele. Ele virou o rosto para direita e acariciou ao lado de um dos seios. De repente uma língua quente e úmida percorreu a sua pele, fazendo-a estremecer debaixo dele. — Hey, deixa de fazer isso. Berrr grunhiu forte ignorando sua ordem, só para virar o rosto para o outro seio, onde lambeu a pele mais uma vez antes de abocanhá-lo e sugá-lo. Seus dentes 53


rasparam gentilmente a área entre seus seios e em seguida puxou com força o fecho do sutiã. Seus seios ficaram livres depois que ele utilizou os dentes para rasgar o material que sustentavam separando-os completamente. Ele se recusou a mover o rosto mesmo enquanto os dedos de Shanna agarravam seu cabelo apertando com força, para em seguida puxá-lo com ambas as mãos, sacudindo freneticamente para obrigá-lo a se afastar. Ele a ignorou, como se ela não tivesse puxando seu cabelo. Sua boca era quente e úmida enquanto a fechava sobre um mamilo, para tomar uma quantidade generosa de pele em sua boca ainda mais quente, sugando-o fortemente. A surpresa atravessou Shanna, não a estava machucando, mas nunca antes teve um homem que lhe houvesse feito isso. É claro que já houve homens que a chuparam, mas não tão forte, não da forma como Berrr o fazia, devorando-a, sugando-a. Pior ainda, a sensação era tão maravilhosa que deixou de resistir e, em vez disso, se retorcia debaixo dele enquanto a boca puxava mais forte o seu mamilo e seus dentes raspavam sobre sua sensível carne. Experimentava uma sensação intensa por todo o caminho, desde os seios até o clitóris, eles pareciam estar conectados entre si. O que um sentia o outro também sentia. A imagem dele usando a boca mais abaixo, em seu corpo, fez com que as paredes de sua vagina se apertassem e um gemido estrangulado sair de seus lábios. De repente, ele soltou seu seio, levantou a cabeça para olhar a seu corpo, inspirando uma vez mais e o som que saiu da garganta dele, quase assustou a Shanna. Era um som primitivo, igual ao de animal selvagem quando encurralava a presa, sentiu uma centelha de medo e desejo ao mesmo tempo. Ele se abaixava beijando-a, úmidas carícias, na parte baixa de suas costelas, no centro delas e centímetros mais abaixo. Seus compridos cabelos faziam cócegas a cair ao longo do seu corpo. Ele apoiou o seu peso sobre uma mão, para liberar a outra e tocá-la. A palma áspera e calosa de sua mão acariciava seus quadris e depois a parte de cima das coxas, até que seus grandes dedos deslizaram entre a calcinha e a sua pele. 54


— Filho de uma cadela! — Exclamou Shanna quando Berrr deu um forte puxão na lateral de seus quadris. O som de tecido se rasgando penetrou em seu cérebro no mesmo instante que se deu conta do que significava o puxão, o ar bateu-lhe onde sua calcinha estava um instante antes. Berrr puxando com força e tirando facilmente a calcinha debaixo dela, jogou longe a peça destruída, deixando Shanna totalmente exposta. Desesperadamente se agarrou ao cabelo e ombro dele, tentando afastá-lo de onde agora seu nariz estava pressionando. Berrr rosnou, se recusando afastar-se do V de suas coxas. Ele acariciou o flanco de uma perna com o queixo, empurrando sua coxa, obviamente tentando fazê-la se abrir para ele. — Chega! Berrr levantou a cabeça e seus brilhantes olhos azuis se fixaram sobre os surpreendidos olhos dela, os olhos dele se entrecerraram e o olhar em seu rosto a assustou pela intensidade da paixão que ali viu refletida. — O que está fazendo? Você não pode fazer isso, maldição. Isso é grosseiro, é... Tire seu rosto daí e só me deixe ir. — Mostre-me tudo — lhe disse ele com uma voz profundamente rouca. — Ponha suas pernas sobre meus ombros e flexione os joelhos para que eu possa vê-la. Shanna ficou sem palavras quando compreendeu o que ele queria fazer, queria que ela abrisse as malditas pernas e lhe mostrasse o bem mais valioso de uma garota. Honestamente estava mais que excitada, mas também estava um pouco assustada, sem saber qual era a emoção mais forte. — Não vou te fazer mal Shanna. Seu cheiro me chama e quero ver seu clitóris. As mulheres Zorn não os têm no exterior de seus corpos. Mostrarei-te meu corpo depois de acabar de explorar o seu. Abra-se para mim. Neste momento eu poderia tomar alguns goles de Bourbon, ela pensou, mordendo o lábio enquanto lutava consigo mesma. Ele estava vinculado, não podia se 55


meter dentro dela, não é mesmo? Ao mesmo tempo, se perguntava. Quais seriam as diferenças entre os homens de Zorn e os humanos? Tinha curiosidade, mas ele estava pedindo para que ela ficasse completamente vulnerável a ele, mostrando sua vagina. Ela não era do tipo que andava por aí se expondo a qualquer um... Nunca. Ela se encontrou olhando seus belos olhos enquanto os dele se concentravam nela. — Mostre-me Shanna — ele suavizou seu tom de voz. — Suas pernas já não estão presas entre as minhas. Se abra e deixe-me te explorar. Ela tomou algumas respirações profundas. — Então, se eu te mostrar a minha, você vai me mostrar o seu? Este é um jogo ao qual nunca joguei enquanto crescia. Um gesto torceu seus lábios para baixo. — Não estou brincando. Mostrar-te-ei qualquer coisa que quiser ver do meu corpo. Olhando-o diretamente nos olhos, ela tomou algumas decisões uma fração de segundos. Berrr a tinha salvo da escravidão, matou o bastardo do Gohl que a havia sequestrado da terra e quando o tinha derrubado de traseiro no chão, havia reagido com diversão em vez de explodir como uma bomba. Ele era um bom homem e confiava em que ele não a machucaria ou se tornaria uma espécie de monstro que faria algo horrível. — Está bem, mas não me sinto muito confortável com isto. — A cama não é suave o suficiente? — A cama é ótima, é só que eu não costumo permitir que os homens me vejam, não deixo que os homens me vejam aí embaixo. Berrr, a minha parte íntima é uma coisa muito particular para mostrar assim a qualquer um. A diversão brilhou em seus olhos. — Então me sinto honrado. Agora me mostre. 56


Capítulo 4 Berrr se sentia honrado? Realmente ele disse isso? Shana sabia que sim. Afastou o olhar daquela expressão tão sincera, focando sua atenção no teto de pedra branca ligeiramente curvo enquanto suas bochechas queimavam com o mero pensamento do que ele planejava. Ela sempre fora uma garota forte, mas nunca fora uma puta. Não saia por aí fazendo loucuras, podia contar nos dedos, de uma só mão, quantos homens se deitaram com ela ao longo de sua vida. A maior parte de seus ex não estava disposta a praticar o sexo oral. Só um deles se dispôs a colocar a cara entre suas coxas para ver de perto a sua vagina de uma maneira mais íntima e pessoal. E não achara a experiência tão gratificante. Não podia ver Berrr enquanto estendia seus músculos, dizendo a si mesma que ela não era dessa maneira e que Berrr só queria examiná-la. Assim, imaginou que ele era um médico fazendo uma revisão, algo que tinha feito incontáveis vezes em seus check ups médicos, olhou para baixo para ver aonde colocaria os pés, dando-se conta da atenção irrestrita de Berrr, esperando que suas coxas se abrissem e revelassem o que havia entre elas. — Diabos. — Ela murmurou e abriu as coxas completamente, descansando os pés nos ombros largos de Berrr. O grunhido rouco que ouviu a fez estremecer de susto. Seu olhar desceu por seu corpo, mas Berrr estava absorto demais na visão de seu sexo exposto, nem sequer levantou a vista para ela. Ele apoiou os braços sobre a cama, tocou os lábios de seu sexo com os polegares, e se inclinou para mais perto. Ele estava levando a sério o exame enquanto a abria completamente para ver, envergonhando Shanna, até ela ficar vermelha. Berrr soltou um grunhido mais baixo e depois ronronou, e ela ouviu como a farejava. Ficou ainda mais envergonhada. Desejou que a terra se abrisse e a tragasse. 57


Se houvesse adivinhado que estaria de acordo em fazer estas loucuras, teria lhe pedido para tomar um banho antes, mas agora já era tarde demais. O alienígena enorme se moveu na cama, fazendo com que esta se movesse, enquanto se acomodava sustentando com uma das mãos, a outra tocava em suas partes femininas visivelmente abertas. Shanna estremeceu um pouco, surpresa quando ele tocou seu clitóris com o dedo, esfregando ligeiramente com a ponta do polegar sobre a parte sensível. Agarrada a cama, Shanna se forçou a permanecer quieta depois que ele fez o primeiro movimento. — Bem, agora que saciou sua curiosidade posso fechar minhas pernas? Ele grunhiu suavemente. — Não se mova. Seu polegar deslizou mais para baixo, percorrendo sua fenda. Shanna se deu conta de que estava molhada enquanto Berrr esfregava em círculo a entrada de sua vagina. Respirou devagar e com calma tentando regularizar os fortes batimentos do seu coração. Seu dedo hesitou na entrada e para a surpresa de Shanna, o introduziu delicadamente dentro dela. Shanna se agarrou mais forte à cama, sentir o dedo de Berrr dentro de sua vagina fez com que ficasse tensa, calmamente ele começou a mover o dedo, colocando e tirando lentamente. Lançando a cabeça para trás, Shanna mordeu o lábio. A sensação era boa, próxima a uma tortura prazerosa, sentiu a intrusão do dedo grande e grosso, lembrando-a do longo tempo que passara sem ter sexo. Depois do divórcio desagradável, não queria perder tempo com outro idiota em potencial. — É tão estreita e pequena. — Berrr mais que sussurrou as palavras, tornando difícil entendê-lo. — Cheira tão bem, faz com que me encha de necessidade. É tão suave e maravilhosa por dentro.

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Ele mudou o polegar de posição, esfregando o clitóris mais rápido e encontrou seu ponto G. Shanna deixou cair à cabeça para trás, um gemido escapando por entre os dentes, mordeu seu lábio superior. O dedo deixou de mover dentro dela. — Machuquei você? Ela negou com a cabeça. — Isso me faz sentir... Você precisa parar agora, está vinculado, vai arranjar encrenca. — Quero que goze para mim, Shanna. — Sua voz diminuiu até se tornar áspera. — Quero lhe sentir quando isso acontecer, diga-me como faço para aumentar o seu prazer. Shanna soltou o seu lábio antes que sangrasse, manteve os olhos fechados, Berrr queria fazê-la gozar e ao menos uma vez ela também o desejava, não era uma pessoa fácil de excitar e gozar. Descobrira que nem todo homem tinha paciência e delicadeza para que ela alcançasse o prazer, a menos que usassem um vibrador com ela. E no final da relação sexual, os homens deixavam-na dolorida e insatisfeita. Estava eufórica, Berrr lhe perguntava como deveria proceder e parecia bem disposto a fazêlo. Uma batalha moral reinava em seu interior, devia ou não, dizer a Berrr como fazer. De repente Berrr sussurrou. — Vi como fazer isto no vídeo. As humanas parecem gostar muito disto. Diga como se sente depois disto, Shanna. Ele se moveu na cama e lhe arrancou um gritinho de susto, quando ele enterrou o rosto entre suas coxas abertas. Sua boca se fechou sobre o clitóris, os lábios se selaram ao redor dele e sua língua começou a fazer estragos na carne sensível esfregando-o com a língua firme. — Oh Deus! — Gritou Shanna. Seus dedos se enterraram mais profundamente na cama e suas costas se arquearam, pressionando o seu sexo contra a boca dele. O êxtase fluiu dentro dela, até 59


chegar ao ponto da dor. Berrr, sem piedade fustigava o clitóris com os lábios e a língua. Nada do que vivera fora melhor do que sentia nesse momento, nem vibradores, nem sequer seu próprio dedo, quando dava prazer a si mesma, nada chegava perto disto. A língua rude e áspera de Berrr percorreu de cima a baixo o pequeno casulo, e seus lábios selados ao redor lhe dava a capacidade de chupá-la com força, durante todo o tempo. Seu dedo ainda estava dentro dela e as paredes de sua vagina estavam se contraindo e o seu corpo freneticamente alcançava o clímax. Gemidos saíam de sua garganta e nem sequer se incomodou em detê-los. O que Berrr estava lhe proporcionando, era bom demais para se preocupar com nada além das sensações que percorriam o seu corpo, nem sequer se importava com quem escutasse ou não os seus gritos. Ele começou a penetrá-la com o dedo, o empurrando profundamente e depois o retirava quase completamente, enquanto a boca trabalhava em seu clitóris. Shanna empurrou seus quadris, seus tornozelos se cravaram nas costas de Berrr quando se apoiou com força sobre elas. O prazer se tornou tão intenso que sentiu a urgência de fechar as pernas antes que se tornasse insuportável, insegura de que pudesse sobreviver a um êxtase tão selvagem. O dedo do Berrr se moveu mais rápido, entrando e saindo mais dela, seus músculos internos lutavam contra a intrusão, sua vagina apertava o dedo mais forte, preparando-se para gozar o prazer total. Ela gritou, estremecendo os quadris, suas costas arqueando-se acima da cama, enquanto lançava a cabeça para trás, quando o clímax a atingiu brutalmente, invadindo-a completamente e inundando o seu âmago. Shanna relaxou por alguns instantes, até notar que Berrr a soltara da boca, só para colocar a língua onde estivera o seu dedo e começou a lamber a sua abertura. Era uma sensação estranha e nada desagradável para sua mente ainda aturdida com o prazer experimentado abriu os olhos observando o teto branco, liso e ligeiramente curvo. Berrr deixou de lambê-la. Quando a cama se moveu ao mesmo tempo em que Berrr, Shanna se obrigou a olhá-lo. Os olhos de Berrr estavam brilhantes, assombrosamente mais azuis do que o usual. 60


Sua boca estava aberta, seus lábios pareciam mais inchados e parecia incrivelmente sexy com o cabelo todo desarrumado por suas mãos. Não devia ser imparcial, admitiu silenciosamente para si mesma, ele fizera voar sua mente e o corpo com aquela boca devastadora. Ele subiu à cama e se apoiou nos joelhos. Os olhos de Shanna desceram pelo peito amplo, para os músculos que demarcavam seu abdômen, até a cintura das calças de couro, nas quais, ele colocou as duas mãos enormes. Ela piscou, sabendo instantaneamente o que ele iria mostrar nesse momento, quando começou a abaixá-las. A boca dela se abriu, ao vê-las deslizar pelas coxas musculosas, até abaixo dos joelhos. Deus, todo poderoso, Hyvin Berrr era grande em tudo. Pensou. Viu com assombro, o sexo grosso e magnífico, que se sobressaía, ela nem sequer pestanejou, incapaz de afastar o olhar da ponta arredondada do pênis, a base era um pouco mais estreita e se engrossava de novo perto do fim, onde os testículos pesados se penduravam. Se alguém lhe dissesse que Hyvin Berrr tinha bolas tão grandes, não acreditaria, pensou Shanna. Ela se obrigou a mover-se, mesmo sendo a última coisa que queria fazer, seu corpo ainda estava entorpecido, depois daquele clímax inenarrável, sentou-se. Levantou o olhar e encontrou os brilhantes olhos de Berrr, observando-a com uma intensidade que ela entendeu ser a consequência do que ele fizera o seu corpo sentir. Agora ele estava dolorido pelo desejo de gozar e seriamente excitado. A atenção de Shanna desceu às partes mais impressionantes do corpo de Berrr. — Poderia me dar uma mamada? — Sua voz estava baixa, áspera, quase uma súplica. Shanna o olhou nos olhos. — Não acho que conseguirei fazer isso entrar. Por mais vezes que tenha mencionado que tenho uma boca grande, mas me referia às coisas pouco inteligentes que digo. Maldição, ninguém nunca lhe deu uma chupadinha, por acaso? 61


Seu rosto demonstrava confusão: — Não sei o que é uma chupadinha e não preciso entrar em sua boca. É obvio que não compreendeu o comentário que fez sobre chupadas, Shanna franziu o cenho, olhando fixamente o seu rosto. — Quer que eu coloque a ponta de seu pênis na boca, não é? Que eu use minha boca para fazê-lo gozar? Ele assentiu, com paixão refletida em seus olhos. — Não posso montá-la. Ela assentiu com a cabeça, sabia que ele estava vinculado a cadela miserável, que ficou louca com a morte do ex-vinculado. — Se deite de costas sobre a cama. Ele não hesitou em obedecê-la. Em segundos Berrr estava deitado de costas sobre a cama, seus olhos brilhantes, fixos nela enquanto esperava para ver o que ela faria assim que terminou de tirar as calças. Shanna estava espantada, seu olhar fixo no pênis, na ponta tão grossa, parecia um cogumelo e o eixo um pouco mais fino. Curiosa se aproximou mais, lhe dando uma cotovelada nas coxas e ele as abriu mais, atendendo ao pedido mudo, ela se arrastou no meio das coxas, até que sua cabeça ficou a milímetros da ponta avermelhada e pulsante de seu sexo. — Há algo que preciso saber? — Seu olhar se dirigiu para o rosto de Berrr. — Não entendi. — Fisicamente não parece ser muito diferente dos humanos, então me diga, se fizer isto, você irá ejacular, certo? Sairá sêmen da ponta? Seu sêmen não é um ácido ou coisa assim, não é? Berrr franziu o cenho. — Não quero machucá-la de forma alguma, Shanna. Não estou entendo o que é ácido ou ejacular. 62


Sua tonta. É isso que dá ficar assistindo muitos filmes de horror e ficção científica. Pensou consigo mesma. Ela assentiu com a cabeça. Seu olhar se fixou no maior homem que já tinha visto em sua vida, tinha navegado na Internet e tinha visto pênis tão grandes como o de Berrr, mas ao vivo e a cores, era impressionante, lambeu os lábios para umedecê-los, baixando o rosto e se aproximando um pouco. De repente uma mão tocou em seu rosto. Shanna levantou a vista para ver o olhar intenso de Berrr. — Na parte superior da ponta há um lugar duro, que é muito sensível e me dará muito prazer se o lamber algumas vezes. Sua mão tremeu um pouco, enquanto envolvia o eixo grosso, perto da base do pênis, agarrando-o firmemente. Instantaneamente o corpo de Berrr ficou tenso, suas coxas se separaram mais e um suave grunhido retumbou em seu peito. Shanna olhouo um pouco assustada e viu prazer, não dor em seus olhos totalmente abertos, fazendo-a saber que não estava machucando-o. Mais sossegada, ela abriu a boca e deslizou a língua por toda a extensão do pênis, até chegar a ponta volumosa e então pôde ver a área dura da ponta, que ele tinha mencionado. O líquido pré-seminal já saía da ponta, Shanna se aproximou, curiosa em provar o seu sabor, sua língua se deslizou sobre a pequena abertura úmida do pênis e ficou surpresa, assim que suas papilas gustativas entraram em ação, recuou e em seguida, colocou a ponta, o máximo que pode, em sua boca. Ele tinha um sabor delicioso, semelhante ao mel e ela adorava mel, então abaixou a cabeça de novo, lambendo mais da guloseima que quase se derrama. Hum, que delicia. Pensou, degustando o sabor. Berrr ronronou baixinho. Mexendo o seu corpo ligeiramente, quase se retorcendo. Shanna sabia que estava muito excitado, afinal estava duro como uma rocha, inchado até o ponto em que parecia dolorosamente avermelhado e decidiu não atormentá-lo mais. A área dura tinha o tamanho da ponta de um dedo e ia crescendo sobre a suave superfície da cabeça do pênis, decidida deslizou a língua no local e em resposta Berrr grunhiu uma palavra que ela não pôde entender, mas estava entretida demais e não 63


lhe pediu que a repetisse ou explicasse o significado, abriu mais a boca, inclinando a cabeça no ângulo correto para que sua língua pudesse percorrer a crescente faixa sensível, e o colocou um pouco mais dentro de sua boca. Ele mal cabia. Frustrada, passou os lábios ao redor dele e formou redemoinhos com a língua ao redor da ponta grossa e quente. Berrr rugiu, mas não se moveu nem empurrou para dentro de sua boca, o que provavelmente a faria se engasgar ou sufocar, começou a sugar a ponta e puxá-lo para dentro de sua boca, mesmo sabendo que não haveria maneira de colocá-lo todo dentro dela. Sabia que não era muito habilidosa no quesito chupada; mamada, para ele, mas a julgar pela reação de Berrr, ofegante e ronronando alucinadamente, parecia não ter nenhuma queixa. Quando um líquido cremoso brotou da fenda, uma de suas mãos segurou o eixo para ajustá-lo ao ritmo de sua boca, enquanto ela sustentava o peso se agarrando ao osso do quadril dele com a outra mão. Escutou Berrr ofegar rápido e profundamente, como se estivesse correndo e ele colocou uma de suas mãos sobre o seu cabelo, fechando-a em um punho na nuca, não tentou controlá-la ou empurrá-la para baixo para que colocasse mais dele dentro da boca. Ele estremeceu debaixo dela, um som parecido a um gemido saiu dele, um segundo antes que a mão em seu cabelo puxasse a sua cabeça, afastando-a e a obrigando a retirá-lo da boca, ofegou quando Berrr lhe segurou o cabelo para movê-la. Não doeu, mas não foi uma sensação prazerosa, ser controlada por alguém que a agarrava pelos cabelos. Seu olhar se dirigiu ao rosto dele. Ele tinha a boca aberta, olhos fechados e uma expressão de dor alterava as suas feições. Seu corpo se agitou enquanto lentamente ela descia a mão pelo seu pênis, viu quando ele envolveu a mão na que estava acariciando o pênis, então ele começou a bombear. Fez três movimentos e um grunhido saiu de seus lábios enquanto Shanna o via explodir. Berrr disparou um jato espesso e branco de sêmen, como se fosse uma fonte. Ela só olhava aturdida e em silêncio. O grandão estremeceu enquanto continuava a derramar o seu esperma até que o gozo terminou.

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A mão que estava sobre a dela se retirou. Shanna hesitou e então o libertou dos dedos. Os olhos de Berrr se abriram e levantou a cabeça da cama. Seu olhar brilhante se dirigiu a ela, e ambos se olharam fixamente, ele estava um pouco suado e vermelho, mas sorria mostrando alguns dos dentes afiados. — Sinto ter puxado o seu cabelo, estava a ponto de gozar e não queria derramar minha semente em sua boca. Ele era o primeiro homem que conhecia que não queria que engolisse seu sêmen, de uma maneira ou outra. Ela arqueou uma sobrancelha. — Está tudo bem. Não me machucou. Berrr se sentou na cama, olhando fixamente os olhos dela, sorriu e então a surpreendeu, puxando-a pelo quadril e levantando o seu corpo facilmente para acomodá-la sobre o seu colo. Suas pernas se moveram e Shanna girou a cabeça para vê-lo tirar a calça que ainda estava em uma de suas pernas. Ela sorriu um pouco intimidada, até sentada sobre ele, ainda era bem mais baixa que ele, tinha que levantar a vista para encará-lo. — Honra-me com o que acabou de fazer. Shanna abriu a boca e depois a fechou, franziu o cenho olhando-o fixamente. — Honrei-o? Como diabos fiz isso? Rindo, envolveu-a entre os braços, abraçando-a com força. — Nunca tive uma mulher que fizesse o que você fez, ao me pôr dentro de sua boca. — Vocês não têm chupadas neste planeta? Ele encolheu os ombros. — As mulheres apenas lambem a ponta, só recebemos lambidas. Olhando-o fixamente, perguntou-se em que mais poderiam ser diferentes, já tinha escutado a expressão montar, mas será que seria a mesma coisa que na Terra. 65


— Quando você diz montar em uma mulher se refere à por o seu pênis dentro dela? Berrr assentiu com a cabeça. — Conheço o termo foder. Meu filho se vinculou a uma humana e ela me ensinou algumas palavras e seus significados. Nós fodemos igual, como em seu mundo. Disso estou certo, mas a mamada é diferente. Shanna adicionou como nota mental, é bom saber de certas coisas. — Nós não temos sexo anal. Meu filho me explicou sobre esse costume terrestre. Seus olhos se abriram de repente, Shanna se ruborizou. — Rapaz, vocês são muito rápidos em assimilar certos costumes. Ele encolheu os ombros. — Meu filho me disse que o tentaria se sua vinculada o desejasse, ele faria qualquer coisa para agradá-la, mas ela disse que ele era muito grande. Se o filho era parecido com o pai, podia sentir simpatia pela mulher que casou com o filho de Berrr. Tampouco ela tentaria sexo anal com Berrr. Era muito grosso e não seria nada agradável tê-lo dentro dela, desse jeito. Tinha tentado algumas vezes com o seu ex-marido, mas ele fora muito estúpido ou ela não era muito chegada naquilo, pois acabara sendo muito incômodo e doloroso. — Gostaria de não estar vinculado. — A mão de Berrr se moveu, deslizando por suas costas, agarrando o sutiã rasgado, que ainda estava pendurado sobre os ombros de Shanna. — Eu adoraria estar dentro de você, gozar e enterrar minha semente bem fundo em você. — Ele entreabriu os olhos azuis e observou os dela. — Nunca senti por alguém o que sinto por você. Se não estivesse vinculado, você seria totalmente minha, Shanna. Iria lhe dar tudo o que tenho.

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A idéia de Berrr dentro dela fez com que sentisse mariposas voando no estômago, estava sentada sobre suas coxas nuas, seu pênis semiduro descansando entre seu estômago e o quadril, o seu seio contra o ombro dele, surpreendeu-se quando ele a abraçou, não estava acostumada a ser aconchegada logo depois do sexo, mas Berrr parecia tão satisfeito com a aproximação. Subitamente Berrr levantou a mão e acariciou a face dela. — Escutei o seu estômago grunhir de fome. Trarei algumas roupas de Alluwn, as usará até que eu mande alguém comprar algumas para o seu tamanho. Darei ordens para que o façam hoje mesmo e não tenha de usar nada que tenha pertencido a ela. Vou me vestir e trarei comida. Você gostaria de comer aqui comigo ou quer comer com as outras serventes? Quero que seja feliz Shanna. Você me fez muito feliz. Hesitante considerou a questão. Talvez fosse melhor conhecer as outras mulheres e tentar fazer amizade. E no mesmo momento, suas emoções se tornaram confusas, viu nos olhos de Berrr, suavidade e esperança, ele sorriu, sua mão enorme deslizou por seu rosto, tocando o ombro e descendo até seu quadril, onde esfregou gentilmente. — Trarei comida aqui e comeremos a sós. Quero passar muito tempo com você e quero saber mais sobre sua vida Shanna. Você quer? Permite que compartilhe a refeição comigo? Ela assentiu com a cabeça. — Eu adoraria. — Bom. Então espere aqui. Berrr a levantou do colo, como se fosse leve como uma pena e a pôs na cama junto a ele, saiu da cama enorme e se afastou. Shanna olhou para as costas largas, seu traseiro musculoso parecia uma obra digna de um Michelangelo, sorriu quando ele recolheu do piso a calça que tinha chutado fora da cama para tirá-la de sua perna. Diabos, ele tinha um traseiro muito gostoso, viu como se moviam os músculos ao colocar as calças e então se voltou devagar, seu olhar encontrou o dela. 67


— Trarei algo para você vestir, sei que as humanas não gostam de se mostrar. — Posso usar sua camisa outra vez? Ele piscou surpreso e depois assentiu. — Tudo o que desejar Shanna. Quero que seja feliz comigo, farei qualquer coisa para vê-la sorrir. Ele desapareceu dentro do banheiro enquanto Shanna saía da cama. Fizeram uma bagunça com o edredom e tratou de arrumá-lo com as mãos. Ela se assustou ao ver que Berrr estava atrás dela, ele fora tão silencioso ao se mover que a apanhara totalmente nua, quando o encarou e o viu percorrer com atenção o olhar que passeava por seu corpo, um suave ronronar saiu de sua garganta. O olhar de Shanna voou para frente da calça e olhou espantada, o pênis do homem parecia endurecer, enquanto ela o observava. A calça de couro era ajustada e não escondia o volume de seu tamanho, Berrr o tinha aprisionado e à esquerda. — Trarei comida. Deve se alimentar bem. Afastando a atenção do volume na calça, ela o olhou. — Obrigado. Estou faminta. Berrr segurou a camisa aberta. — Se vista ou a porei na cama de novo e você precisa se alimentar primeiro. Depois poderemos repetir o que fizemos um ao outro. Ele se mostrava tão seguro de si mesmo, observando o seu rosto, reparou no sorriso que brincava em sua boca, enquanto a ajudava a colocar a camisa. Ele avisou: — Tenho pressa em voltar. — Não demore. Berrr piscou um dos olhos e caminhou descalço pelo piso, abriu a porta e deixou-a sozinha. 68


Suspirando, Shanna observou o quarto no qual estava e que pertencera a esposa de Berrr, acabava de ter sexo com um cara casado, ainda que tecnicamente fosse só um acerto de nome. Caminhou para o banheiro e tirou a camisa que não se incomodou em fechar, já que Berrr a vira nua, não se importaria mais se lhe olhasse a frente. Moveu-se em direção à banheira e o olhou fixamente no seu ventre, para a máquina enorme e redonda. Ao lado estava um chuveiro tão grande quanto quatro juntos, iguais aos da Terra, observou a barra de metal que estava acima, mas não viu nenhum registro ou torneira. Franziu o cenho e passou sobre a entrada do recinto que não tinha portas. Talvez não fosse uma ducha, esticou-se até tocar a barra. A água desceu rápida e forte, encharcada, riu e permaneceu em baixo, a versão do chuveiro em Zorn parecia uma chuva de água morna, manteve os olhos fechados e usou suas mãos para lavar o corpo, pois não sabia onde estava o sabão, toalha, nem sequer o shampoo. Finalmente caminhou até a borda da água e se virou para olhá-lo, perguntando-se como iria parar a água. Ela alcançou a barra novamente e a água deixou de cair instantaneamente. Arqueou as sobrancelhas. Levantou os braços de novo sobre a cabeça e então a água correu, abaixou e levantou de novo os braços para fazer a água parar de correr. — Incrível! Um sensor de movimentos. — Murmurou Virando-se, olhou ao redor do banheiro e encontrou toalhas dobradas debaixo do gabinete da pia, secou-se rapidamente e se envolveu na toalha. Berrr parecia convencido de que fariam sexo de novo e, diabos, não iria enganar a si mesma, queria repetir o que tinham feito. O homem tinha uma boca fenomenal. O fato de que nunca, uma mulher lhe fizera o que ela fez a fazia sorrir de expectativa, pensando sobre como ele era melhor nisso do que ela. Pensando em como ele era esplêndido, quando o "mulherengo" do seu ex-marido, não chegava nem aos pés de Berrr. Entrou no quarto, dirigiu-se às janelas sem cortinas para olhar através do vidro, o céu de Zorn. Era bonito e estranho, com seus tons de vermelho e rosa, suas nuvens raiadas, um pouco mais escuras que um rosa claro, mesclando-se com a cor do céu. 69


Era muito bonito e viu uma lua cinza escuro, apesar de que a luz do dia estava longe de extinguir-se. As árvores eram como as da Terra, exceto por suas cores. O bosque que estava em frente a casa era exuberante, com árvores em tons de vermelho, púrpura e negro. A terra era negra e vermelha enquanto que a grama era de cor vermelho vivo e brilhante. Não seria muito difícil se acostumar a viver neste planeta. A porta atrás dela se abriu, fazendo com que Shanna se virasse. Não pôde mais que sorrir diante da visão do musculoso Berrr sem camisa, carregando uma bandeja realmente grande cheia de comida e uma jarra ou algo parecido. Adiantou-se para ajudá-lo. — Está molhada. Rindo, Shanna levou as coisas até uma mesa com cadeiras, que não estava muito longe da janela e Berrr pode colocar a bandeja sobre a mesa. — Descobri o chuveiro. Toquei a barra para ver o que era e fique ensopada quando começou a cair água em mim. Falando de surpresas. Não lhe devolveu o sorriso. Em seu lugar franziu os lábios e seus brilhantes olhos azuis se estreitaram. — Não sabe nada sobre meu mundo. Pode se ferir acidentalmente se não souber como funcionam algumas coisas. Poderia ter escorregado quando se surpreendeu com a água. — Mas não escorreguei. — Mostrarei toda a casa e a ensinarei o que precisa saber, nenhum mal pode lhe acontecer, Shanna. Nunca deve sair sem mim ou algum dos guardas que a protegerá enquanto eu estiver fora. O sorriso dela morreu. — Sou uma prisioneira? 70


Berrr franziu o cenho. — É livre, mas não estará segura sem os guardas e a proteção de meu lar. As mulheres humanas são muito cobiçadas em Zorn, não será seguro para você se estiver na presença de outros machos. — Seu olhar desceu para o vestido que ela fizera com a toalha que envolvia seu corpo. — Eles irão querer tocá-la e montá-la. — Seu olhar se dirigiu ao rosto dela que demonstrava desagrado. — Se um homem tentar se aproximar de você, diga a ele que você pertence à Hyvin Berrr. Nenhum homem será idiota o bastante para feri-la ou tocar se souber que é minha. Matarei a qualquer guerreiro que sequer, pense em lhe tocar. Aturdida, Shanna o olhou. — Hei, você é bem possessivo, hein? Ele inclinou a cabeça. — Não entendi. — Realmente não pode matar ninguém só por me tocar, não é? Ele se moveu muito rápido, agarrou Shanna pelos quadris e a puxou para o seu corpo. A ira endureceu suas feições. — Matarei qualquer um que tente feri-la ou afastá-la de mim. — Um grunhido feroz saiu de sua garganta. — Você escolheu ser minha e nunca a deixarei partir, se isso significa ser possessivo, então sou. Olhando em seus olhos, Shanna estremeceu. A intensidade com que a olhava, não demonstrava que mentia, quando disse que mataria para protegê-la, mantendo-a para si. Ela levantou as mãos e tocou suas costelas para acariciá-lo e acalmar a ira que via em seus olhos. Instintivamente soube que não era dirigida a ela. Debaixo de seus dedos podia sentir a pele quente e os músculos do corpo magnífico, era um homem muito bonito, tudo nele, seus olhos azuis, seu cabelo negro e comprido, até o toque gentil de suas mãos. Mais que isso, era um homem inteligente, astuto, corajoso, afinal era o líder de um planeta. 71


Shanna decidiu que devia tomar muito cuidado. Ele era um homem que podia despertar uma paixão intensa e sem limites. Jamais tivera alguém que fosse tão cuidadoso com o seu bem estar, nenhum homem sequer pensara em matar para protegê-la. Suspirou. — Estou faminta, Berrr. Os idiotas que me sequestraram apenas nos mantinham vivas. Seja lá o que tenha trazido cheira realmente bem. O corpo de Berrr relaxou e ele sorriu. — Então coma. Acho que gostará da comida de Zorn.

Capítulo 5 Shanna sabia que era tarde, sorriu olhando dentro dos incríveis olhos de Berrr enquanto se sentava escarranchada em sua cintura, com apenas um lençol separando seus corpos nus. Na lareira, o fogo que ele acendera horas antes, queimava brandamente deixando o quarto na penumbra e o ambiente muito romântico.

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Extraterrestre ou não, Berrr era incrível. Ele a tinha alimentado com a mão, servindo de tudo para que provasse o sabor, fazendo-a rir todo o tempo enquanto tentava explicar o que era e como tinha sido preparado. Era criativo ao descrever os animais de Zorn dos quais provinham as carnes que tinha provado. Inclusive, compartilhou algumas de suas histórias de pesca, quando ela experimentou dois tipos diferentes de peixe, bem, ela achava que era peixe. A comida de Zorn era deliciosa. — Meu filho Ral é o que mais se parece comigo — admitiu com um sorriso. — É meu primogênito e um dia será o Hyvin quando me afastar do cargo. Meu segundo filho é Argernon, também é como eu. O terceiro é Rever, ele é mais impetuoso do que eu e o quarto – suspirou – ainda é jovem e rebelde, mas estou certo de que um dia Vhon irá amadurecer. — Falta muito tempo para você se aposentar? — Ela perguntou enquanto seu olhar percorria seu peito e braços. — Parece tão jovem, acho difícil acreditar que tenha filhos adultos. Ele sorriu com modéstia. — Sou um guerreiro, tenho me mantido em forma e nunca fui preguiçoso. Inclinando-se, ela apoiou em seu peito para acariciar o cabelo negro, comprido e sedoso. — Seu cabelo mudará de cor, quando for mais velho? Na Terra, quando chegamos a certa idade ele se torna branco ou cinza. Como meu cabelo é loiro ficará branco em alguns anos. Estou surpresa por você não tê-los. Berrr assentiu com a cabeça. — O meu se tornará branco também, já tenho alguns fios, mas Ovoly sempre os arranca. — Quem é Ovoly? É ela quem cuida de seu cabelo? Tem alguém para cortá-lo? Na Terra temos barbeiros, pessoas que os cortam. — Ela é uma das ajudantes de minha casa e cuida de meu cabelo. 73


— Hum... Seu pessoal de serviço não dorme no ponto. — Sorrindo, ela voltou a se sentar em seu colo. — Eu mesma corto os meus. Na Terra, fui uma garçonete, hum... Preparava e servia bebidas a pessoas em uma casa, aonde as pessoas iam para se divertir. — Explicou. — Não ganhava muito dinheiro, então nunca me dei o luxo de pagar a outras pessoas para fazerem coisas para mim. — Ela virou a cabeça, olhando ao redor do grande quarto. — Este é o maior quarto em que estive em minha vida. Minha casa inteira poderia caber aqui. As mãos grandes e quentes deslizaram até o interior de suas coxas, atraindo sua atenção para Berrr. Seu corpo correspondia a suas carícias e as mãos dele pararam a centímetros de onde o lençol se juntara entre suas coxas. Seu polegar roçou em círculos sobre a pele, fazendo-a estremecer com a lembrança do que esse homem podia fazer a seu corpo. Depois do jantar Berrr lhe tirou a toalha, despindo-a. Levantou-a e colocou sobre a cama. Ordenou-lhe que abrisse bem as coxas e se ajoelhou ao lado da cama, aproximando-se dela, demonstrando com os dedos e a boca que podia chegar ao clímax de novo. Com prazer ela devolveu-lhe o favor, usando suas mãos e a boca. Para sua surpresa ele virou seu corpo e voltou a lhe dar prazer, uma vez após outra... Mais tarde se aconchegaram nos braços um do outro para conversar. Ela nunca passara a noite com alguém assim. — Desejo-a de novo. — Berrr sussurrou roucamente em seu ouvido e ela achou incrivelmente excitante. — Está dolorida? Não quero que se canse ou se machuque Shanna. Prometa que me dirá se isso acontecer, certo? — Não estou dolorida, mas preciso dizer que você tem muita resistência. Realmente, está com disposição para outra rodada? Ele assentiu. — Os homens Zorn são muito sensuais.

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— Você não estava brincando quando disse que estava se guardando durante muito tempo? — Ela sorriu — Há muito tempo que não deixo que alguém me toque. Berrr abriu a boca e depois a fechou, seus olhos se estreitaram ligeiramente na medida em que seus olhares se encontraram. — Me guardando do que? — É só uma expressão. Hum... Faz muito tempo desde que você teve relações sexuais com alguém? Está tentando recuperar o tempo perdido comigo? Ele não sorriu, de fato, franziu o cenho, de forma que lhe apareceram algumas rugas. — Absolutamente, não faz muito tempo. Isso fez com que o bom humor de Shanna desaparecesse imediatamente. Pensar que ele estivera com outra a desagradou, pois acreditou que como ele estava vinculado não teria encontros ou sexo oral com outras mulheres. Chegou a pensar que ele estivesse tão atraído por ela que houvesse rompido alguma regra de comportamento dos vinculados Zorn. O olhar de Berrr moveu-se para a esquerda em direção ao fogo antes de encarála. — Eu... Uma batida na porta do quarto interrompeu o que estava prestes a dizer. Shanna se sobressaltou ao escutar o som, nunca esperou que alguém viesse a sua porta e ainda pior, que a porta se abrisse sem que houvesse qualquer permissão para entrar. Shanna ficou tensa e olhou rapidamente abaixo, para ter certeza de que estavam cobertos. Ela certificou-se de que o lençol ocultava seu corpo e o de Berrr. A mulher que entrou usava um desses vestidos horrorosos de saco de batatas. Ela tinha o cabelo vermelho acobreado até a cintura e olhos escuros, quase negros. Ela inclinou a cabeça, sem olhar para Shanna ou Berrr, quando parou à porta.

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— Terminamos as tarefas do dia e nos retiramos para dormir, Hyvin. Dando um forte suspiro, Berrr assentiu. — Obrigado, Wana. A mulher saiu do quarto, mas não antes que seu rosto se levantasse e dirigisse um olhar cheio de ódio a Shanna. Fechou a porta suavemente atrás dela, deixando-os novamente a sós. Shanna sabia que seu rosto estava vermelho como um tomate, pela vergonha de ter sido surpreendida na cama com Berrr. Imaginou que a mulher provavelmente estaria correndo por toda a casa para contar que Berrr e Shanna estavam nus e na cama. — Elas vão me odiar, não é? — Shanna quase pulou, quando se deu conta de que havia dito em voz alta o que pensava. Voltou à cabeça e seu olhar se encontrou com o de Berrr. Ela suspirou. — Ela parecia muito zangada por nos encontrar juntos na cama. Berrr encolheu os ombros enormes. — Elas se ajustarão ao fato de que agora você está em minha vida. Não tem que gostar, elas vivem sob meu teto e estão sob minha proteção, mas o que faço ou deixo de fazer em minha casa, não é da alçada delas, gostem ou não da ideia. Ela assentiu. — Suponho que ninguém as ensinou a não entrarem em um cômodo sem serem convidadas. Ele inclinou a cabeça. — Nós batemos na porta, é assim que avisamos, em seguida abrimos a porta. Ela assentiu. — Entendi. Zorn é um planeta com diferentes regras para convivência. Ele a olhou fixamente durante um longo momento. 76


— Se quiser posso limitar seus deveres e não terá qualquer contato com elas, se esse for o seu desejo. — Entrecerrou seus olhos azuis. — Shanna, tem certeza que quer compartilhar os deveres da casa com elas? — Estou certa de que vão se acostumar comigo e, infernos, não quero tratamento diferenciado. Pela manhã, uma delas me mostrará o que fazem por aqui, vou ajudá-las. Esta casa é enorme, estou certa de que há um montão de coisas a fazer. Berrr assentiu concordando, quando alguém novamente bateu na porta. Berrr grunhiu suavemente. Shanna esperou e viu as portas se abrirem. Desta vez entrou uma mulher loira alta e musculosa, com o cabelo até as coxas. Sua cabeça não fez qualquer reverência enquanto olhava para Shanna com o cenho franzido, antes que seu olhar escuro se dirigisse a Berrr. — Nós vamos nos deitar agora, Hyvin. Ele parecia irritado. — Já fui informado por Wana. A mulher franziu o cenho. — Vai dormir aqui com ela esta noite? Berrr grunhiu, parecia realmente zangado. — Pode ser. A raiva fez com que a boca da mulher se torcesse para baixo. — As ajudantes da casa estão irritadas e preocupadas por ela ser humana e não aprovam sua presença aqui. Não quero que haja um caos na casa e, como a principal, é meu dever lhe informar de que elas ficarão ressentidas se passar a noite toda apenas com ela. Precisa lhes dar tempo para se acostumarem a que você passe as noites inteiras com ela, a sós. — Eu não lhe pedi opinião, Ovoly. Esta é minha casa e não vou permitir que minhas ajudantes me digam onde posso dormir. 77


Sentindo-se um pouco envergonhada de que Berrr e a mulher estivessem discutindo, por causa dela, Shanna pensou que era esta a mulher que cortava o cabelo de Berrr. Pelo que podia perceber, era uma versão Zorn de outras mulheres que havia conhecido. Ovoly fez uma reverência, afastando o olhar de Berrr quando ele se zangou. Shanna voltou-se e verificou que Berr olhava a ajudante com dureza, a mulher que o censurava por estar com ela. Ovoly mencionou que era a principal da casa o que deveria significar ser a encarregada do pessoal. — Ele já estava se retirando — disse Shanna rapidamente. Espiou o olhar zangado de Berrr e continuou falando. — Você deve dormir em seu quarto. Não quero causar um desentendimento com seu pessoal e é provável que tenham razão. Acabo de chegar de outro planeta e será necessário algum tempo para que me conheçam e para que não se preocupem com que eu vá infernizar suas vidas. Berrr não ficou contente, nem um pouco, ele franziu o cenho diante de Shanna. — Não quer dormir comigo? Plenamente consciente de que a outra mulher ainda estava parada no quarto, vendo e escutando toda a conversa, Shanna mordeu o lábio e logo o soltou. — Não é isso, mas acho que será melhor se dormir em seu próprio quarto esta noite. Amanhã, se estiver em casa, nos veremos logo cedo. Você trabalha amanhã? Ele respirou fundo. — Tenho reuniões nas primeiras horas do dia, mas logo retorno. — Nos veremos, então. A porta se fechou. Shanna voltou à cabeça, percebeu aliviada que a mulher Zorn tinha deixado o quarto e afastou-se de Berrr para sentar-se na cama. Olhou para Berrr e disse: 78


— Por favor, não quero que me odeiem. Você disse que não poderei voltar à Terra, portanto estarei aqui por muito tempo e não quero fazer inimigos. Adoro dormir com você, mas não quero que haja uma briga em sua casa. — Meu quarto é à esquerda. — Berrr saiu da cama e se inclinou para recolher a calça do chão. — Escutarei se me chamar. — Parecia furioso enquanto subia a calça e a fechou. Seus brilhantes olhos azuis brilhavam no quarto, na penumbra. — Encontrarei você quando regressar de minhas reuniões. Espera-me para o almoço. Shanna viu como Berrr saía furioso de seu quarto, fechando a porta com força atrás dele. Sentiu sua falta imediatamente, seu olhar perambulou ao redor do cômodo grande e cheio de sombras. O lugar parecia maior, dava até um pouco de medo. Inferno era muito mais frio sem Berrr. A depressão acertou Shanna em cheio. A vida como ela a conhecia se foi, estava em um planeta distante e não tinha como voltar a Terra. Sabia que tinha pouco pelo que voltar. Seu trabalho era uma droga, sua vida era triste, realmente não tinha do que sentir falta além de um apartamento ruim, cheio de móveis velhos, que ficariam bem em uma lixeira; um carro que precisava de centenas de dólares em consertos, e um monte de bêbados pervertidos que a assediavam no trabalho. Havia também os cobradores que a rondavam, tentando conseguir o pagamento de todas as dívidas que seus pais tinham acumulado antes de morreram, há dois anos, por doenças decorrentes do abuso de álcool. Em poucas palavras, não perdia muito. — Ah, que tudo vá para o inferno. — Suspirou Shanna. Se parasse para pensar muito nisso, tudo o que conseguiria seria uma dor de cabeça. O que importava se o pessoal de Berrr tinha um problema com sua presença? Preferia lidar amanhã com alguns olhares hostis do que passar uma noite sozinha, sem dormir e em um lugar estranho. Berrr estava ali, ao lado e o cara era a melhor coisa que lhe tinha acontecido. Nunca um homem a fizera rir como ele, ou gozar tanto e com tal prazer. Era divertido, doce, sensual e queria estar com ela. Saiu da cama e envolveu seu corpo um lençol, prendendo-o firmemente. Olhando para o fogo, achou que fosse seguro e não 79


se preocupou em apagá-lo. Mesmo se uma brasa saltasse, não havia qualquer coisa próxima para que provocasse um incêndio e o chão era de ladrilhos. Abriu a porta com cuidado para olhar o corredor escuro. Entrou nele, deixando a porta entreaberta para ver um pouco na escuridão, pois não tinham deixado nada aceso para iluminação. Sorriu quando viu a luz sob a porta da esquerda, a porta de Berrr ficava realmente muito perto da dela. Pensou que talvez ninguém percebesse sua entrada e saída e que se levantasse cedo, poderia voltar para o seu quarto sem que o pessoal soubesse que dormiram juntos. Aproximou-se da porta e hesitou. Respirou fundo, bateu na porta e agarrou o trinco, abrindo-a. Como era o costume em Zorn... Sorriu, eles apenas batiam e entravam, então ela o fez. Entrou em um aposento bem iluminado, muito maior que o seu, mas parecido. Seu olhar percorreu o quarto, o fogo ardendo na lareira em uma parede à sua direita iluminava o aposento. A cama estava à esquerda, quase atrás da porta aberta, era maior que a que estava em seu quarto e depois seus olhos observaram o que estava na cama. A surpresa e a decepção atingiram Shanna tão forte que suas pernas tremeram. Caso não estivesse apoiada na porta, estaria com certeza caída sobre o chão. Sua mão apertou dolorosamente o trinco; Berrr estava nu, sentado à cabeceira, cercado por travesseiros e seis mulheres Zorn nuas, sentadas ou deitadas na enorme cama, próximas a ele. O olhar de Berrr se encontrou com o dela e ele lentamente franziu o cenho, até que ela o evitou horrorizada. Ela encontrou o olhar de cada uma das mulheres que tinha conhecido e espiou outras, sabendo que todas elas eram as ajudantes da casa. Todas estavam desnudas na cama com Berrr e ele estava totalmente nu. — Shanna? — Berrr se movimentou e com um gesto firme avançou ao redor de uma mulher que dormia calmamente ao seu lado. — O que houve?

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Ela esqueceu-se de respirar, Shanna percebeu que estava sem fôlego, precisou respirar profundamente para não desmaiar. Seu olhar horrorizado novamente se dirigiu a Berrr enquanto ele, literalmente, teve que levantar um corpo no seu caminho, para chegar até o lado da cama e descer dela. Tinha o cenho franzido quando ficou de pé e começou a caminhar até ela. — Está doente? Está tão pálida. Precisa que chame um curador? — Ele se aproximou, parecia alarmado e totalmente desnorteado. Shanna abaixou os olhos, viu o pênis semiereto, depois os levantou passando por seu peito, até chegar aos olhos azuis que brilhavam intensamente. Não fazia cinco minutos que ele tinha estado em sua cama dizendo-lhe que a queria e agora parecia preparado para ter uma orgia com seis mulheres neste quarto, ao lado do dela. A surpresa transformou-se em raiva quando Berrr quis alcançá-la tentando tocá-la com a mão. Esse movimento finalmente a tirou do estado de choque. Shanna saltou para trás, fora de seu alcance. Quase tropeçou na ponta do lençol que envolvia seu corpo. Sua mão se moveu instintivamente bloqueando a mão de Berrr e em seguida a golpeou com força suficiente para lhe causar dor. Ela o olhou nos olhos, vendo a mudança na sua expressão, de alarme a confusão. — Shanna? — Miserável. Deu um passo atrás, olhando-a confuso. — Sei que este termo é um insulto. Shanna deu a volta e saiu correndo do quarto. Estava tão zangada que seguiu tropeçando pelo corredor até desviar no batente. Ela amaldiçoou por ter batido o cotovelo com força na porta entreaberta e deu a volta com a intenção de fechá-la, mas Berrr estava atrás dela no corredor como uma grande sombra escura. Shanna olhou para ele, segurando a porta. — Quero ser levada a Oval pela manhã. Não quero viver mais com você. 81


Fechou-lhe a porta na cara e caminhou furiosa para o banheiro. Nenhuma água poderia limpá-la, mas tão certo quanto o inferno, iria lavar o cheiro dele. Aquele filho da puta pervertido estava fazendo sexo com todas as ajudantes da casa. Não só elas o satisfaziam como também provavelmente estavam satisfazendo umas as outras, já que estavam todos nus e juntos na cama. Escutou a porta atrás dela se abrir e viu surpresa, que o bastardo se atrevia a ir atrás dela. Berrr irrompeu no quarto, olhando primeiramente à cama, procurando-a no quarto escuro, seu olhar encontrou-a na porta do banheiro. Ele grunhiu profundamente, a expressão em seu rosto era fulminante, enquanto mantinha suas mãos apertadas em punhos junto ao flanco. — O que fiz para deixá-la zangada? Sua boca se abriu e depois se fechou. Virou-se e furiosa entrou no banheiro. Tentou acender uma luz, mas esta ligou automaticamente quando entrou. Arrancou o lençol de seu corpo e foi ao chuveiro. Fechou os olhos, baixou a cabeça e levantou os braços fazendo com que a água caísse sobre ela. — Agora decide se limpar? — Berrr estava no banheiro atrás dela e estava grunhindo nervoso. — Precisa de um curador? — O que preciso — Shanna quase gritou — é de que saia daqui vá para o inferno e me deixe em paz até que Oval chegue. Quero que ele me leve para casa dele. — Você me escolheu. Shanna esfregava a pele, tentando lavar as lembranças dos lábios de Berrr em seu corpo, de suas mãos e dele todo... Ele grunhiu selvagemente na porta do banheiro, fazendo o impossível para que não o ignorasse. Ela jogou a cabeça para trás, permitindo que a água escorresse em seu rosto, abriu a boca, enchendo-a com água para depois cuspi-la, quando abaixou a cabeça e levantou os braços para que a água parasse.

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Limpando os olhos, virou-se, ignorando de propósito o enorme idiota nu na porta do banheiro. Inclinou-se, agarrou o lençol e furiosamente secou a pele. Inclinouse novamente e usou o lençol para secar a cabeleira loira. — Shanna? Por que não fala comigo? Ela se endireitou e olhou diretamente nos olhos de Berrr. — Aqui está uma terráquea que vai lhe ensinar algo que deveria aprender. Se não tiver nada de bom a dizer, não diga nada. Não tenho qualquer coisa a dizer a um sujeito doente, pervertido, idiota asqueroso. Agora saia de meu caminho, inferno. Vou pegar emprestado um pouco das roupas de sua esposa e de manhã estarei esperando na porta principal que Oval venha me buscar. Os olhos azuis de Berrr brilharam furiosos. — Você me escolheu, não vai se vincular a Oval. Você é minha. — Não sou de ninguém, Berrr, digo Hyvin. Não voltarei a lhe chamar de Berrr, nunca mais. Cruzando os braços sobre o peito musculoso, ele a olhou. — Está zangada. — Você acha? — Ela o olhou. — Bingo, ponto para o gorila! Agora vá para o inferno e saia de meu caminho. Ele não se moveu nem um centímetro. — O que é pervertido? — Você é um doente, retorcido, pervertido filho de uma cadela. — Não estou doente e minha mãe não era um animal, não sou o que diz. — Oh, confie em mim, você é. Não posso acreditar ter deixado que me tocasse. Isso foi um erro enorme, um maldito engano e nunca voltará a acontecer. Ele a olhou e então sua boca se abriu enquanto suas feições relaxaram. 83


— Tudo isto é pelas mulheres em minha cama. — Ela apenas olhou para ele, boquiaberta. — Zangou-se por me ver com as ajudantes da casa. — Inferno. É tão vulgar? Um Hyvin? Homem, seu planeta esta fodido se acreditarem que você é um dos melhores e mais brilhantes do seu mundo. Um grunhido saiu de seus lábios, seus braços se apertaram junto aos flancos com os punhos cerrados, forte o bastante para que os nódulos ficassem brancos. — Tem sorte por ser mulher ou a faria pagar por esse grande insulto. Ofereci a você os deveres delas, mas você me disse que não os queria, que desejava que tudo continuasse igual. Dormem comigo, em minha cama, todas as noites. Ofereci-me para dormir na sua cama, mas você me mandou para meu quarto. Agora não deve zangarse comigo, se você não gosta da opção que escolheu, se me ver com elas a incomoda. — Ele respirou fundo. — Você me mandou ficar com elas. Por que está tão zangada agora? Que mal eu fiz? – Ele seguia falando e tudo o que dizia a destroçava. Estava triste, zangada e, sobretudo decepcionada, enquanto o ouvia dizer todo aquele absurdo. — Sabe, se me houvesse dito que dormia com elas, não teria deixado que me tocasse. — Sua voz se elevou. — Não sabia que entre as tarefas que elas tinham e que me ofereceu, incluíam tocá-lo! Pensei que uma ajudante da casa era alguém que preparava suas refeições, limpava sua casa e somente trabalhava aqui. Sua postura rígida, imediatamente relaxou e ele empalideceu ligeiramente. Seus olhos se fecharam por um segundo e então abriram. — Sinto muito, Shanna. Achei que soubesse o que era uma ajudante de casa e quais são seus deveres para comigo como seu protetor. — Respirou fundo. — Não as tocarei mais. Foi o que lhe ofereci hoje e faço novamente. Se estiver de acordo em atender minhas necessidades pessoais, então elas nunca mais estarão em minha cama. Movendo a cabeça, Shanna só conseguia olhá-lo incrédula.

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— Uau, eu pensei que meu ex-marido era um idiota presunçoso, mas você ganha o prêmio máximo! Se pensa que quero tocá-lo outra vez, pode pegar sua oferta e colocá-la no rabo. — Estou lhe oferecendo acesso exclusivo ao meu corpo... — ele estava atônito. — Que sorte a minha, mas passo. Quero ir viver com Oval. Ele não vai foder com outras mulheres se estiver vinculada a ele, não é? Um grunhido zangado saiu de Berrr. — Você é minha. — Não, você tem seis malditas mulheres. Sua cama está muito cheia para adicionar outra. Não sabia que ao dizer que queria vir para sua casa, ficaria com um gigolô ou teria prazer em seguir Oval. — Não vai se vincular a Oval e o que é um gigolô? — É um homem que usa muitas mulheres, é uma coisa horrorosa e me enoja. Não pode me impedir Hyvin. Se não for a Oval, me entregue a outro, um que não tenha as tais empregadas e que toque somente em mim. — Ofereço isso. — Caramba, agradeço, mas não! Olharam-se, ela com raiva e ele incrédulo. Berrr finalmente rosnou: — Não a deixarei ir. — Não estou pedindo sua permissão. Se você não informar Oval sobre minha decisão, eu mesma encontrarei outra pessoa, qualquer um. Você terá que aceitar. — Por que está tão zangada? Ela baixou o olhar ao chão. Por que estou tão zangada? Não deveria me importar se tem tantas mulheres e o que faz com elas, pensou. No entanto, estava furiosa, porque admitia não conhecer um homem tão interessante e atraente, alguém 85


de quem realmente gostava e pelo qual começava a se apaixonar. Estava zangada por sentir que havia sido enganada, por esse homem não existir. Isso doía e a enfurecia. Sentia as lagrimas arderem em seus olhos e não queria chorar por um gigolô idiota. Ela o olhou. — Quero ir morar com Oval. Cometi um erro, não sabia que ajudante de casa significava mulher de harém. — Ela levantou o braço para calá-lo quando sua boca se abriu. — Mulher de harém é uma, entre muitas mulheres, que se deita com um homem. Este lugar é um hospício e vou sair daqui. — Ela deixou cair o braço. — Vou embora, Hyvin. Foi um enorme erro vir com você, em primeiro lugar. Olhos furiosos e brilhantes pousaram sobre ela e um perigoso rosnado brotou de sua garganta. — Você não irá embora, você é minha. Furiosa, ela devolveu-lhe o olhar. — Não pode me impedir. — Posso. — Ele cruzou os braços sobre o peito. — Você é minha. Levantando o queixo, Shanna apertou os dentes por um segundo. — Veremos.

Capítulo 6 Shanna ia matar Hyvin Berrr, disso não tinha dúvidas. Deu um puxão em seu braço, mas não pôde soltá-lo da cabeceira, enquanto observava o material macio atado a cada um de seus pulsos, então quis gritar... Outra vez. O homem era um porco, um idiota, um machista e maldito fosse, era realmente forte.

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A noite passada ele havia se negado a sair de seu quarto e ela fora obrigada a lentamente contorná-lo para poder sair do banheiro. Ele a seguiu em torno do quarto até ao closet que tinha revistado, e tudo o que encontrou foram uns vestidos largos e sem forma. Os mendigos não podem escolher, ela pensou. Então pegou o mais suave, empurrando-o sobre a cabeça, somente para ficar coberta. Ela se virou e quase colidiu diretamente contra um alienígena nu, que a fulminava com o olhar. — Por que se veste? É hora de dormir e eu gosto de dormir sem roupa. — Bom para você. Por que não vai e faz isso? Tem seis mulheres esperando por você. Berrr franziu cenho profundamente. — Está irritada comigo por causa das mulheres, por isso não vou dormir mais com elas. Já estão acomodadas em minha cama para passar a noite, então vou dormir aqui com você. Ela ficou de boca aberta enquanto olhava para ele, e depois a fechou de uma vez. — Você nunca vai dormir comigo. De manhã vou embora daqui, Hyvin. Ele grunhiu. — Deve me chamar de Berrr. — E você Hyvin deve se manter o mais longe possível de mim. Deixe que seu harém o chame por seu nome. — Só permito a uma ajudante da casa me chamar de Berrr e essa é você, é especial para mim, Shanna. Eu não queria deixar sua cama, mas você me pediu que fosse para a minha. — E eu volto a lhe pedir novamente. Deixe-me, Hyvin. Ele sacudiu em negativa.

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— As outras mulheres te chateiam, assim que mudarei suas tarefas pela manhã. Não tenho nenhum desejo de compartilhar sexo com elas. Nós apenas dormimos sem roupa. Eu até já tinha rechaçado a oferta de ser lambido por elas. — Não fiquei chateada. — Ela se moveu rodeando-o, se dirigindo até a cama. — Não quero saber, não precisa se explicar. — A enorme peça que usava era tão grande que parecia mais um Muumuu1, que um vestido de verdade. Alluwn, a ex-esposa ou o que quer que seja de Berrr, deve ser uma mulher enorme. — Não é necessário fazer nenhuma mudança, porque eu não irei ficar. — Você vai ficar. — Ele a seguiu. — Você me escolheu Shanna e estou honrado. Entendo por que meus filhos estão vinculados à humanas. Agora que a conheço, me recuso a permitir que me deixe por outro guerreiro. Virando-se, ela o fulminou com o olhar. — Recusa-se? Bem, também me recuso a ficar com você, maldição. Você é promíscuo e me não me relaciono com pessoas desse tipo. A boca dele se apertou. — De agora em diante, não vou tocar em nenhuma outra mulher. Essa é minha oferta para você e ela é muito generosa, deveria apreciá-la profundamente Shanna. Tenho um grande apetite sexual e neste momento estou muito limitado porque não posso montá-la. Entretanto, estou disposto a lhe oferecer isso, pois encontro um imenso prazer em te tocar e ser tocado por você. Ela inclinou a cabeça, olhando para ele e franzindo a testa. Foi à maneira como ele disse isto, que não lhe caiu nada bem. Algo que fez com que o alarme de seu sexto sentido tocasse.

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Muumuu é um termo havaiano que significa cortar. É utilizado para designar um tipo de vestido originário da região havaiana e inspirado no modelo tradicional de vestido honolulu, com modelagem ampla e estampa com motivos polinésios.

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— Tampouco pode montar as ajudantes da casa, então por que está mencionando isso? Ele piscou, franzindo o cenho. — Eu as monto. Ela olhava para ele, tentando entendê-lo, mas algo se perdeu no caminho. — Talvez estejamos conseguindo que nossos pensamentos se cruzem. Montar significa foder, certo? O ato literal onde você coloca... - Seu olhar baixou até o pênis e depois subiu até o rosto. — Dentro de uma mulher, certo? Isso é montar? Pensei que havia dito que era... Ele assentiu, cruzando os braços sobre o peito. — Isso é montar. A confusão a atravessou por completo. — Você as monta, mas disse que não podia montar a mim. Pensei que na realidade não pudesse entrar em uma mulher dessa maneira devido à sua vinculação. — O castigo de Alluwn consiste em que eu não posso liberar minha semente dentro de uma mulher a qual não estou vinculado, nunca terei o prazer de derramar minha semente no corpo de uma mulher e trazer vida em seu corpo com mais filhos e filhas. Tudo se perdeu. Berrr tinha sexo com as ajudantes da casa, mas não tinha com ela e isso a feriu. Virou-se, caminhando o resto da distância até a cama. — Hyvin vá embora. Vá montar às suas ajudantes. Inferno deixe-me sozinha! — Outra vez está zangada comigo por não montá-la? — Parecia surpreso. Ela se negou até mesmo a olhá-lo, enquanto arrancava o edredom e se metia na cama.

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— Deixe-me Hyvin. Estou exausta e amanhã será um longo dia para mim. Vou me casar com Oval ou algum outro alienígena que não tenha ajudantes de casa. Um forte grunhido se escutou no quarto. Ela ignorou, enquanto se acomodava na cama sob os lençóis. Tinha aprendido esse truque engenhoso com o seu ex-marido, já que era praticamente impossível discutir com alguém que se negava a falar, e a quem justamente acabava de deitar. Fechando os olhos, respirou fundo várias vezes, tentando se acalmar. Berrr não merece que me sinta tão triste e com raiva. Ele pode pegar as seis mulheres que tem em seu harém, e fodê-las até cair morto, eu vou embora amanhã. Escutou a porta se abrindo e uma sensação de alívio a envolveu. Sabia que ele iria retornar para as mulheres, mas uma dor a atingiu profundamente. Realmente sentia atração por Berrr, mas esperava encontrar algo melhor com Oval. Lamentou não ter dado uma oportunidade para ele, estava com medo, com raiva, e se agarrou a Berr porque ele a tinha feito se sentir segura e protegida. As lágrimas arderam atrás das pálpebras, enquanto que a dor a esmagava ao tentava contê-las. Quem se importa? E daí se me apaixonei pelo cara? Os homens são uns idiotas, já deveria saber a essas alturas. Fui uma estúpida ao baixar a guarda, estúpida por me deixar apaixonar por ele. Disse a si mesma. A porta se abriu surpreendendo Shanna o bastante para fazê-la levantar a cabeça e olhar nesta direção. Hyvin Berrr irrompeu no quarto nu, fechou a porta atrás dele e entrou segurando algo em suas mãos, algo que parecia com algemas, só que de couro. Rapidamente ele se dirigiu direto a sua cama. Shanna apenas ficou encarando a um furioso Zorn. — Disse a elas que não viessem mais aqui, e que a partir de amanhã deverão se instalar em outros quartos. — Ele subiu à cama. — Sei que está zangada, mas irá esquecer quando se der conta de que só estarei contigo, assim como exigem os códigos humanos de honra para um homem, e esse serei eu. Vou dormir todas as noites somente com você.

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— Vá para o inferno! — Shanna se sentou. — Se você vai dormir na cama, então eu dormirei no chão. Me recuso a... Shanna gritou com fúria quando Berrr avançou, ele a agarrou e a deitou de costas, esmagando-a com o seu peso enquanto levantava a perna, abaixando-a no outro lado de seu quadril. Sentou-se sobre ela, sem apoiar todo o peso, só o suficiente para segurá-la, e pegou um de seus braços logo debaixo da atadura que lhe tinha posto anteriormente. — O que está fazendo? Diabos saia de cima e deixe-me ir! Berrr levantou a mão que não a estava segurando, com a boca pegou uma das alças para fechá-la, e afastou sua cabeça para trás tirando-a do caminho. O som que fazia ao grunhir se escutava por todo o cômodo, enquanto ela seguia lutando. Shanna tentou tirar o bastardo de cima dela quando se deu conta do que ele planejava fazer, mas estava presa, imobilizada por seu peso, enquanto que suas coxas seguravam suas pernas, as aprisionando para que não pudesse utilizá-las para se defender enquanto ele começava a prender os pulsos à cabeceira. — Solte-me seu alienígena bastardo! Berrr desceu sobre ela, inclinando-se para frente até que apenas centímetros separassem seus rostos. Ele mostrava seus brancos dentes afiados enquanto grunhia. — Não te montei, porque é muito pequena, ao contrário de mim Shanna. Posso sentir como é apertada quando coloco meu dedo dentro de seu corpo, não quero machucá-la. Espero que com o tempo, você possa se acostumar com meu tamanho, usarei meus dedos para que eventualmente você possa me levar sem dor, já que não te deixarei partir. Saberei o que é estar profundamente enterrado em seu corpo, o que se sente ao montá-la e desfrutarei de todo o seu corpo com o meu. Ela sacudiu a cabeça, olhando-o surpreendida. — Isso nunca vai acontecer, porque eu vou embora Hyvin. Seus lábios se curvaram em uma careta. 91


— Não vai me deixar, Shanna. Tomei a decisão de que você é minha e continuará sendo minha. — Você pode ir à merda. Suas sobrancelhas se arquearam. — Está zangada, por isso permitirei que durma, mas amanhã, depois que eu voltar de minhas reuniões, começarei a preparar o seu corpo para receber o meu. A única coisa que mais desejo é fodê-la Shanna. — Baixou seu rosto até que estivessem nariz a nariz. — E irei me assegurar de que você desfrute tanto quanto eu. Então ele se moveu, se levantou de cima de seu corpo, para deitar ao seu lado. Shanna virou a cabeça, puxando as fitas que a atavam à cabeceira, entretanto, não conseguiu se soltar. Berrr estava ao seu lado de costas. Ele se moveu até encontrar uma posição cômoda em cima do edredom, e logo permaneceu onde estava. — Você não dormirá comigo, maldição, deixe-me ir, seu tirano! Ele teve a ousadia de rir. — Descanse Shanna, você vai precisar. Ela apertou os dentes com força para segurar o grito de raiva que crescia dentro dela. O idiota presunçoso pensava que podia obrigá-la a ficar e fazer com que ela o desejasse, ele teria que pensar em outra coisa se acreditava que pudesse assustá-la. Fora criada em um ambiente difícil e teve que lidar com todo tipo de valentões em sua vida. Seus olhos pousaram sobre as costas largas e desceram até o belo traseiro nu. Realmente os valentões com quem lidou não possuíam aquela incrível bunda sexy. A lembrança dele na cama com aquelas mulheres, rapidamente esfriou os seus quentes pensamentos. Droga! Ele era somente um idiota que se deitava com seis mulheres ao mesmo tempo. Ela percebeu o momento em que ele dormiu. Poderia chutá-lo, agora que não estava segurando-a, mas preferia que dormisse, em vez de tentar tocá-la. Fechou os 92


olhos conformada em estar presa por agora, mas em algum momento ele teria que deixá-la ir.

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O som da porta se abrindo tirou Shanna de seus pensamentos. Não era Berrr que voltava de suas reuniões, e sim uma das ajudantes da casa, a de olhos negros e cabelo loiro. Shanna esqueceu o nome da mulher, mas sabia que era a que se fazia chamar de principal da casa, a encarregada de cuidar dos cabelos de Berrr. A mulher devia medir quase dois metros de altura, ou talvez um pouco mais. Não parecia muito feliz de estar em pé junto à porta, enquanto se examinavam mutuamente. A mulher umedeceu os lábios e respirou profundamente. — Não estou feliz por você estar aqui, humana, mas essa é uma coisa em que não posso interferir. Hyvin nos ordenou que a aceitássemos incondicionalmente e a tratássemos com todo o respeito. Está ficando tarde, então ele me ordenou que lhe perguntasse se está com fome. Informou-me que você se negou a tomar o café da manhã, então vim lhe oferecer comida. — Pode repetir seu nome? Ela hesitou. — Eu sou Ovoly. — Sua boca se estreitou e seus dedos se apertaram ao seu lado. — Eu era a principal da casa até você chegar, mas Hyvin me tirou do cargo e espera que você aceite a honra que ele lhe oferece. — Bem, se você me soltar, posso ir embora daqui. Por que não me solta? — Shanna forçou um sorriso. — Você não gostaria de me ver partir? —Ela sacudiu os pulsos algemados. — É só me soltar e poderá recuperar sua função, função essa que eu nem mesmo quero.

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A mulher extraterrestre suspirou. — Não pense que não estou tentada, mas Hyvin nos avisou que haverá graves consequências se te permitimos escapar, ele é um homem muito inteligente, afinal de contas, ele é o Hyvin, já havia antecipado isto. Se você escapar todas nós pagaremos um alto preço e, além disso, não há nenhum lugar que ele não possa encontrá-la. Shanna revirou os olhos. — Ele é apenas um homem. Confie em mim, posso me esconder em qualquer lugar, até mesmo em um planeta alienígena. Você conhece um guerreiro chamado Oval? Ele se ofereceu para vincular-se a mim. Talvez você possa encontrar alguma maneira de se comunicar com ele e lhe pedir que venha me buscar? Aposto que virá rapidamente, já que ontem parecia realmente muito interessado em mim. Ovoly se aproximou da cama. — Hyvin matará Oval, se ele atrever-se a vir buscá-la, mesmo que você tenha pedido. Você também é uma ajudante da casa, mas ele está agindo como se fosse a sua vinculada. — A mulher parecia extremamente infeliz enquanto falava. — Ele disse para os guardas te vigiarem e se você tentar escapar, que a impeçam, mas se chegarem a te tocar, vai matá-los. Ele nunca antes havia ameaçado aos guardas por nos tocar. — Seu olhar brilhou para Shanna estranhamente. — Ele nos compartilha com seus convidados e alguns de seus guardas de honra, no entanto, com você é diferente. Agora a função dos guardas é impedir que você se liberte e fuja, e isso eles devem fazer sem nem ao menos se aproximar o suficiente para roçar em seu corpo. Isso não tem nenhum sentido, mas essas são suas ordens. Shanna olhava para a mulher, estupefata. — Ele compartilha vocês com outros homens? É isso o que está dizendo? A mulher assentiu com a cabeça. — Somos ajudantes da casa e orgulhosamente servimos ao Hyvin em todos os sentidos, assim como igualmente servimos especialmente a seus convidados de honra 94


e amigos, é costume em Zorn que os homens compartilhem as ajudantes da casa, oferecer companhia, é um símbolo de cortesia em Zorn. Hyvin é um homem importante e tem muitos convidados de honra que vêm de longe para reunir-se com ele. O estômago de Shanna se contorceu enquanto lutava contra as náuseas. — Quer dizer que ele pode convidar os malditos amigos e então me oferecer a eles? Estamos falando de montar, não é? Ovoly pareceu furiosa outra vez, enquanto seus olhos se entrecerravam e assentia com a cabeça. — Se for uma ajudante da casa ele pode e o fará, mas você só tem o título, sem nenhuma das responsabilidades. Essas foram as palavras que Hyvin usou esta manhã, enquanto você dormia. Movendo-se Shanna tentou se sentar sem conseguir, então teve que ficar de lado na cama, já que estava com os pulsos atados à cabeceira e tinha pouco espaço para se mover. — Estou tão confusa. Ele me disse que eu era uma ajudante da casa. Ovoly caminhou até o extremo da cama, suas mãos se agarravam às cobertas com os nódulos brancos, sacudiu a cabeça, movendo a cabeleira loira sobre os ombros enquanto fulminava Shanna com o olhar. — É o título que você deve usar, já que ele não pode se vincular a você, entretanto, você não é uma ajudante da casa. Ele foi muito claro a respeito do seu lugar em relação a ele, quando se reuniu com todas nós para que tomássemos conhecimento de que ele nunca te entregará a outro homem. Shanna odiou como seus olhos se encheram de lágrimas pela frustração, piscou para tentar contê-las, mas percebeu que a mulher notou sua reação. — Eu só quero voltar para a Terra.

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O rosto de Ovoly suavizou. — Eu estou tentando te odiar humana. Eu sei que você foi trazida a força para o nosso planeta e estou tentando sentir empatia por você. — Ela tragou. — Hyvin já está vinculado a Alluwn, mas não compartilha com ela a casa e nem seu corpo. Ele deixou muito claro que é você quem possui o status de vinculada, esse é o seu título na casa, e vai matar a qualquer homem que a toque como se não fosse. Se você fugir ele a trará de volta, e por mais que odiemos essa situação, você está aqui para ficar. Olhando para a outra mulher fixamente, Shanna suspirou. — Só porque Hyvin Berrr disse isso para você, não significa que será dessa maneira. Quem é seu líder? Você pode entrar em contato com ele? Eu aposto que o seu superior poderá fazer com que Hyvin me entregue a outra pessoa. Os olhos de Ovoly se arregalaram. — Você não sabe? — Saber o quê? — Não há ninguém mais forte, mais sábio ou mais poderoso que Hyvin. Ele é o líder de todo o povo Zorn. Shanna olhou para mulher Zorn enquanto todo o sangue desaparecia de seu rosto. Esperava que não tivesse ouvido bem. — O quê? Assentindo com a cabeça, a mulher Zorn parecia sombria. — Hyvin Berrr é o líder de todos os Zorn, ele é o guerreiro mais poderoso do planeta. Se você o abandonar, ele simplesmente ordenará a todos os guerreiros que a tragam de volta. Não há nenhum lugar onde você possa se esconder dele, porque nenhum homem que deseja continuar vivo te esconderia de Hyvin Berrr. — A compaixão encheu os olhos escuros da mulher, suavizando um pouco o aspecto deles. — Se você acredita ser capaz de fugir, eu te digo que não há como escapar do Hyvin. 96


Não daria nem mesmo um par de horas, antes de te encontrar e trazê-la de volta. Seria uma idéia muito ruim irritá-lo, e faria com que todos nós sofrêssemos se ele ficasse infeliz devido à suas ações. Muda pelo assombro, Shanna ficou olhando para a mulher Zorn. Ovoly agora realmente parecia simpática enquanto se movia pelo lado da cama, aproximando-se de Shanna com um aceno de cabeça. — Para todos os efeitos, você está vinculada ao Hyvin, exceto que no que diz respeito ao título, ele não pode liberar sua semente dentro do seu corpo para que possa gerar descendência. Ele foi muito claro ao dizer que não quer que nenhuma mulher entre as ajudantes da casa o toque, por medo de que você nunca mais deseje que ele te toque novamente. — O rosto de Ovoly se enfureceu de raiva. — Isso é muito egoísmo de sua parte e quero que retire esse seu pedido de que o Hyvin deve permanecer exclusivamente em sua cama. Shanna instantaneamente se enfureceu enquanto olhava para mulher. — O quê? Ovoly deteve os pés de Shanna ao lado da cama. — Nós devemos respeitá-la, mas não pode fazer com que nos agrade ou que sejamos amáveis com você, pois assim tornará nossas vidas miseráveis. Você é uma mulher muito pequena e é melhor se lembrar de que nós somos seis. Queremos continuar partilhando a cama com Hyvin e também queremos ter acesso ao seu corpo. Nós sentimos muito por você ter sido levada a força de seu mundo, mas nós não vamos sofrer por causa de seus costumes estranhos na relação entre um homem e uma mulher. Este costume é egoísta e cruel para todas as ajudantes da casa. Proibirnos de tocar e ser tocada por Hyvin apenas porque a deixa com raiva é cruel. Quando ele retornar das reuniões, você dirá a ele que continue a dormir em nossa cama e monte em cada uma de nós, todos os dias, como sempre fez. Você entendeu humana? Shanna entendeu perfeitamente. — Você está me ameaçando, Ovoly? 97


Ovoly piscou algumas vezes. — Eu nunca colocaria em risco a liderança da casa, humana. — Sua boca se apertou. — Isso é só um aviso. Definitivamente a cadela está me ameaçando. Shanna pensou, olhando para a mulher. E para piorar estava amarrada à maldita cama, de modo que, se as mulheres Zorn atacassem, ela não seria capaz de se defender. Ovoly media quase dois metros, uma mulher musculosa que provavelmente pesava cerca de 100 quilos. — Você quer se alimentar? Estou encarregada de te trazer comida. Balançando a cabeça, Shanna recusou. Por tudo o que ouvira da outra mulher, ela poderia envenená-la ou alimentá-la com algo terrível. De nenhuma maneira iria confiar em qualquer uma das ajudantes da casa de Berrr, ainda mais agora que Ovoly havia deixado malditamente claro que nenhuma delas estava feliz em ter a um ser humano em suas vidas. Ovoly sorriu friamente. — Estamos entendidas, não é humana? Hyvin viaja com muita frequência e você estará aqui conosco, às vezes por muitos dias, quando ele viajar para lugares muitos distantes em Zorn. — Seu olhar viajou por todo o corpo de Shanna. — Você deve saber que há muitas maneiras de infligir dor sem deixar marcas, até mesmo em uma pele pálida como a sua. — Eu compreendo. — Shanna se afastou dela tanto quanto podia com seus pulsos presos à cama. — Agora você já pode parar com isso, já deixou bem claro o seu maldito ponto de vista. Não há maneira de escapar e se eu não seguir o plan... O seu... Você me fará sofrer como um inferno depois. — Não entendo algumas de suas palavras, mas sim, te farei sofrer muito se não disser para o Hyvin manter as coisas como eram antes de você chegar. Eu não alimentarei você e irei te trancar no escuro em um lugar muito pequeno durante todo o tempo em que o Hyvin não estiver, e o melhor de tudo, é que não deixarei marcas em seu corpo para que ele veja. Seria uma pena se você contasse para ele alguma 98


coisa de nossa conversa, pois acidentes acontecem. Você simplesmente poderia queimar o cabelo ficando muito perto da chama ao preparar uma refeição, ou por seus dedos serem tão pequenos uma faca poderia cortá-los com muita facilidade, mas você parece ser uma humana inteligente, por isso não vai falar nada ao Hyvin, nada de mim ou das outras ajudantes da casa, nada que possa fazê-lo infeliz, certo? O horror revirava o estômago de Shanna enquanto ela observava atentamente os olhos frios da mulher. Todos os traços que demonstravam compaixão tinham ido embora, deixando Shanna se perguntando se tudo fora uma encenação da parte dela. Ovoly sorriu friamente, então se virou, andando pelo quarto calmamente. Os olhos de Shanna se encheram de lágrimas no segundo em que ela fechou a porta e a deixou sozinha mais uma vez. Era como se ela estivesse de volta aos orfanatos, como da primeira vez quando ela foi enviada para o sistema de adoção. No passado as crianças mais velhas sempre a aterrorizavam e ameaçavam sobre o que aconteceria se contasse a alguém que recebera ameaças. Felizmente cresceu e havia frequentado todas aquelas aulas para aprender defesa pessoal, assim aprendeu a se defender, agora enfrentava seis cadelas com mentalidade de grupo e Shanna não podia se equiparar àquelas mulheres amazonas, estava em um mundo de merda e sem saída. A quente umidade deslizava por seu rosto, enquanto mais lágrimas caiam, ela só queria ir para casa, mas mesmo se conseguisse escapar daquela casa, não haveria lugar onde pudesse ir sem que Berrr a encontrasse, e muito menos uma maneira de sair do planeta que ele governava. Shanna ergueu os joelhos e se enrolou, colocando seu rosto contra as pernas e deixando suas emoções saírem. Nunca foi das que recorriam às inúteis lágrimas, mas às vezes um bom choro era a melhor maneira de tirar tudo isso de dentro. Usou os joelhos para silenciar os soluços de desespero quando estes se apoderaram dela. Seu futuro ia ser um inferno e ela sabia disso. Passara muitos anos de sua infância tentando sobreviver, para assim poder controlar o seu próprio destino, e agora tudo lhe tinha sido tirado. 99


Chorando e esgotada, acabara caindo no sono, acordou assustada quando uma mão a tocou. Levantou o rosto de repente, para olhar com medo a um par de olhos azuis tristes e brilhantes, enquanto Berrr a observava em silêncio. Ele estava inclinado sobre a beirada da cama, com o rosto bem perto do dela, sua grande mão tocava sua panturrilha. A boca dele se abriu ligeiramente revelando dentes afiados, e enquanto Shanna o olhava fixamente, ele se aproximou levantando o joelho e subindo na cama que afundava enquanto ficava junto a ela. — Por favor, Shanna, não derrame mais lágrimas. — Sua voz era profunda, mas seu tom era suave, doce e reconfortante. — Me desculpe por ter demorado mais tempo do que planejei, mas eu queria falar com o meu filho Argernon e sua vinculada humana, assim fui visitá-los depois de minhas reuniões. Shanna foi forçada a olhar para o outro lado e abaixar a cabeça, usou as roupas folgadas para limpar as lágrimas, limpou o pequeno nariz e sentiu vergonha por ser surpreendida chorando. A cama se mexeu mais um pouco, quando Berrr se aproximou ao seu lado para sentar-se com as costas apoiadas na cabeceira da cama. Ela viu como a mão dele se movia para o outro lado de sua coxa e observou em silêncio enquanto ele tirou algo do bolso da calça de couro apertada, viu uma faca afiada um segundo antes de cortar as tiras que prendiam seus pulsos. Ele jogou a faca, que produziu um barulho alto ao cair no piso. Shanna suspirou, mas não lutou quando Berrr de repente a apanhou pelas pernas para colocar a sua bunda sobre as coxas fortes. Dois braços grandes e musculosos a envolveram, puxando com força contra um peito largo e quente. Ele abraçou seu corpo, apoiando o queixo no topo de sua cabeça enquanto a segurava. — Sei que é difícil para você e sei que deve estar com medo. Eu não devia tê-la amarrado à cama, mas estava com receio de que tentasse fugir enquanto eu estivesse fora, o que seria muito perigoso para você. Os guerreiros Zorn são muito sexuais e você é humana, o que a torna muito desejada. Se você dissesse a eles que é minha, eles nunca a tocariam, mas percebo que está com raiva de mim, assim que não tenho certeza se diria o meu nome quando fosse capturada. — Ele fez uma pausa. — E com certeza seria capturada. 100


Shanna relaxou em seus braços, sentindo realmente conforto e segurança em seu quente abraço. Sabia que deveria lutar contra ele, dizer-lhe para ir ao inferno, e isso era só o começo, além de amaldiçoá-lo pelo que ele tinha feito ao amarrá-la na maldita cama, mas ela não o fez. Ela se enterrou ainda mais, apertando-se contra o seu enorme peito. Cheirava tão bem, um cheiro de couro, de homem e bosque. Necessitava de conforto, assim que pegou tudo o que pôde obter desse momento. — Falei com a vinculada humana de meu filho, ela não queria ficar com ele quando chegou à Zorn, se sentiu ofendida porque Argernon tinha três ajudantes de casa em seu lar, me contou o quanto isso a tinha machucado, estou muito triste por toda dor que você deve estar sentindo minha Shanna. — Ele esfregou suas costas, segurando-a ainda mais apertado. — Quero que saiba que nunca mais tocarei em outras mulheres e que não deixarei que elas toquem em mim. Desde o momento em que te vi, não houve outra mulher que eu tenha desejado. Você entende? — Ela hesitou e logo levantou a cabeça, encontrando o seu sincero olhar, e não disse uma palavra. Berrr respirou fundo, o peito expandindo-se contra o seu corpo, enquanto continuava a acariciá-la gentilmente. — Eu me vincularia a você se pudesse e te daria tudo o que eu tenho, mas eu não posso fazer pelas razões que já te falei. Eu não posso lhe dar minha semente ou descendência, mas te darei tudo o que tenho. — Sua mão deslizou por suas costas e sobre o braço, em seguida, delicadamente pegou seu rosto e olhou em seus olhos. — Farei qualquer coisa para te fazer feliz. — Posso voltar para minha casa na Terra? — Ela já sabia qual seria a resposta, mas pelo menos tinha que tentar. Os olhos de Berrr se fecharam. Seu corpo ficou tenso e, em seguida, negou com a cabeça, em seguida seus olhos se abriram e seu corpo relaxou novamente. — Nunca a deixarei partir, Shanna. Peça-me qualquer coisa que possa fazê-la feliz, menos isso.

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Olhando em seus lindos olhos, Shanna percebeu que nunca iria encontrar uma maneira de voltar para sua antiga vida. Este homem não era responsável por ela ter sido sequestrada por Gohl e seus dois capangas, de modo que, odiá-lo ou culpá-lo do acontecido não seria justo, ele a tinha salvo de ser a escrava sexual de algum idiota, e quando falou que queria ir para casa com ele, não havia recusado. De fato, ele tentara repetidamente negar a todos os seus deveres sexuais, mesmo que naquela hora, ela não entendesse o que diabos aquilo significava, ela queria apenas todas as tarefas que as mulheres tinham na casa dele. — Agora entendo o significado da palavra monogamia, e posso te dar isso Shanna. — Ele acariciou sua bochecha. — Meu filho vinculado me disse que você deseja amor. Sei o que significa isso, entretanto, nunca tinha experimentado. Uma vez pensei que Alluwn fazia meu coração feliz, mas me machuquei com suas palavras e sua rejeição a mim. Eu sofri a dor e a vergonha de seus atos, atos esses que feriram meu orgulho. Jurei que não permitiria que outra mulher chegasse a significar tanto para mim, para fazer com que eu me importasse se ela me rejeitasse ou não. — Ele fez uma pausa, a palma de sua mão deixou o rosto e começou a percorrer o cabelo dela. — Sua rejeição me machuca. Shanna observava os tristes olhos e maldição se ela não percebia que era sincero e isto a fazia querer amaldiçoar em voz alta, porque sabia que seu coração derreteu um pouco mais com aquela confissão. Ele já havia sido ferido, ela podia ver isso claramente, e isso fazia com que se sentisse ainda mais atraída, por ele se abrir com ela dessa forma. Ele mesmo desnudou sua alma, poucos homens o faziam, e ela sabia disso. Isso não foi uma maneira de levá-la para cama ou um homem contando uma história triste tentando conseguir uma segunda oportunidade. O homem era seguro de si, não teria que inventar histórias e ela não viu engano algum em seus olhos. — Dê-me um tempo sem lutas ou brigas, vou te mostrar que podemos ser felizes juntos e que vou ser o melhor protetor para você minha Shanna. Prometo não tocar em outra mulher e sempre ter tempo para você. Disseram para mim, que isto poderia fazer com que você percebesse que realmente estou disposto a te mostrar 102


quão sério falo, e que estou decidido a mantê-la. — Seus olhos buscaram os dela durante um longo momento. — Dê-me uma chance para mostrar que podemos resolver as coisas entre nós. O que você tem a perder? Fechando os olhos para não ver aqueles incríveis olhos por mais tempo, tentou acalmar seu coração que palpitava acelerado. Berrr apenas a abraçou, esperando pacientemente, enquanto ela estava sentada e entre seus braços. Ela estava cansada e com medo, estava em um mundo estranho e a única coisa que conhecia era ao homem que a sustentava entre seus braços. Podia ser um inferno pior, e ela sabia. Ela poderia ter sido vendida a um desses homens no leilão, e duvidava de que eles jurariam fidelidade ou prometeriam tentar fazê-la feliz. A outra pessoa não importaria se ela estava ferida ou assustada, e não queria nem sequer considerar a classe de inferno que iria enfrentar nas mãos de um homem decidido a utilizar somente seu corpo sem se importar com que ela desfrutasse ou não. — Shanna? Por favor, olhe para mim. Você vai me dar a oportunidade de tentar fazê-la feliz? Ao abrir os olhos, encontrou-se com seu intenso olhar. Seus belos olhos a olharam

em

silêncio

enquanto

esperava

uma

resposta.

Shanna

respirou

profundamente e assentiu.

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Capítulo 7 O alívio foi imediato e evidente no rosto de Berrr enquanto lentamente sorria para ela. — Farei tudo que estiver ao meu alcance para lhe dar uma vida boa feliz ao meu lado. Assentindo novamente, Shanna dirigiu seu olhar a ele. — Pode se desfazer de todas as ajudantes da sua casa? Os lábios de Berrr se contraíram, parecia surpreso, diante de suas palavras, enquanto a olhava fixamente nos olhos. Claramente estava pensando, as emoções se refletiam em seu rosto enquanto refletia, segundos mais tarde, negou com a cabeça. 104


— É meu dever protegê-las, mesmo que nunca mais as monte. Seria uma crueldade despojá-las de sua posição de mandante dos lares, para menos do que estão acostumadas a ter. Não sei como explicar isso, mas seria um duro castigo se eu fizesse, não merecem tal destino. Ele não tinha nenhuma ideia do que aquelas malditas mulheres mereciam e Shanna estava considerando se devia ou não lhe dizer sobre as ameaças. Eles não se conheciam bem. Não tinha nem idéia de quanto tempo Berrr e suas ajudantes da casa tinham vivido juntos, por isso não estava certa se acreditaria nela. — Vai se adaptar a esta nova forma de vida. — Berrr parecia tão seguro de si mesmo e do que aconteceria. — Não se preocupe com elas. Amanhã tenho uma reunião com muitos convidados, que se hospedaram em nossa casa. Esses guerreiros irão manter às ajudantes muito ocupadas. O terror se apoderou de Shanna. — Vai oferecer seus corpos a esses homens, não? Inclinando sua cabeça, Berrr a observava entrecerrando os olhos. — Elas não se importam, pode perguntar isso a elas, se duvida de minha palavra. Sei que isto ofende seus costumes humanos, mas é nossa forma de vida, nossos costumes e as mulheres precisam do contato masculino. E se não for de meu corpo, então vão querer que outro homem as monte. O pânico subiu por sua coluna. — E eu? Vai me oferecer também? Já vou avisando, nem sequer tente fazer isso comigo, ou alguém vai morrer. Berrr levantou as sobrancelhas. — Tem razão, Shanna. Se algum guerreiro tentar por as mãos em você, vai morrer. Matarei a qualquer homem quem se aproxime muito de você. É minha e só eu posso lhe tocar, nunca permitirei que outro guerreiro ponha as mãos sobre você, isso eu juro. 105


Shanna relaxou em seus braços. — Então estamos no mesmo barco. — No mesmo barco? — É uma expressão que significa que estamos de acordo e pensando da mesma maneira. Ele assentiu com a cabeça. — Estamos no mesmo barco. Se algum guerreiro te tocar haverá uma morte. Assustada, percebeu enquanto o olhava fixamente, que estava falando muito a sério. Não houve nem um brilho em seu olhar que indicasse que estava brincando. — Fala a sério, mataria um homem só por me tocar? Realmente o mataria? Um suave grunhido saiu de sua garganta. — Não é assim em seu mundo? Seus homens não matam a outros para proteger a suas mulheres? — Às vezes, mas muito raramente. Berrr moveu a cabeça, definitivamente parecia aborrecido, enquanto se movia para levantar Shanna de seu colo. — É muito bom que já não esteja em um planeta no qual não está sendo protegida. Ordenei às mulheres que preparassem e trouxessem comida para nós, me informaram que não comeu ainda. — Ficou de pé e deu a volta, olhando-a com o cenho franzido. — É meu dever te ajudar a se cuidar melhor e quero sua palavra de que vai comer tudo que servirem. — Examinou cuidadosamente o seu corpo. — Precisa se alimentar melhor, para ficar maior e mais resistente. As sobrancelhas de Shanna se arquearam, quando ele se afastou para a porta do quarto. Falava a sério e isso a surpreendeu. Ele queria que ficasse maior? Seu olhar se dirigiu até seu abdômen, ligeiramente arredondado com os sete quilos que 106


tinha de sobrepeso. Engoliu saliva e rapidamente levantou a cabeça para dirigir sua atenção a Berrr quando parou a porta. — Venha comigo, Shanna. As ajudantes retiraram todos os seus pertences de seu quarto, agora viverá e dormirá comigo. — Sua boca se torceu em uma careta enquanto seu olhar percorria o cômodo. — Este lugar traz más lembranças, estou contente que já não tenhamos que voltar aqui. Ela se arrastou lentamente, saindo da cama e começou a caminhar para ele. — Preciso pegar emprestado um pouco mais de roupa no armário? — Passou suas mãos sobre o enorme vestido folgado. — Isto é tudo o que tenho. — Ordenei a uma das mulheres que fosse comprar roupas para você, devem estar em meu armário. — Com um ardente olhar, levantou a mão, pondo a palma para cima, lhe oferecendo a mão. — Venha, Shanna. A refeição deve estar nos esperando. Os aposentos dele era quase duas vezes maior que o que acabavam de deixar, notou enquanto entrava no cômodo espaçoso de Berrr. Sua cama estava vazia, não havia outras mulheres no lugar, e era bem iluminado, várias janelas deixavam entrar a luz vermelha do sol. — Vocês não usam cortinas para ter privacidade? O olhar de Berrr seguiu o seu ao vidro transparente. — Por que desejaríamos esconder o exterior de nossa vista? — E o que acontece com a privacidade? Qualquer pessoa poderia ficar espiando tudo o que se faz. Um sorriso surgiu em suas feições enquanto Berrr dava a volta e ficava de frente dela, ele pegou sua mão e olhou para ela. — Por que alguém faria isso? — Quem sabe? Pode haver pervertidos por aqui. Com a cabeça ligeiramente inclinada respondeu. 107


— Lembro a palavra e o que significa em seu dialeto e a entendo, mas não seria honroso ou sábio espiar nossos aposentos ou me atacar furtivamente. Os guerreiros são treinados para serem honrados, Shanna. — E o que me diz daqueles que falharam nessa lição? — Disse franzindo o cenho e o rodeou. — Parece que o sujeito que se vinculou a Alluwn não foi muito honrado quando tentou matá-lo, não é? O sorriso desapareceu dos lábios de Berrr. — Não. Não tinha honra. Se isso a incomoda, direi às mulheres que as cubram. O que mais deseja para se sentir tranquila e ser feliz aqui? — Disse com um sorriso Ela se impressionou imediatamente com sua oferta, sabendo que ele não tinha por que se importar com a opinião dela. Respirando fundo, lhe explicou o que eram as cortinas. Berrr a escutou com atenção, assentindo um par de vezes e lhe apertou a mão. — Será como você quer. Há algo mais nos aposentos que você gostaria de mudar? Quero que seja feliz aqui. — Não... Isso é tudo. Então Berrr se dirigiu a uma mesa próxima às portas de vidro abertas do outro lado do quarto. O cheiro da comida fez com que seu estômago roncasse imediatamente em resposta. Berrr grunhiu baixinho, enquanto se sentava, pegando-a de surpresa e a colocou no colo. — Está há muito tempo sem se alimentar por estar zangada e irritada comigo. — Com um gesto aproximou um dos pratos colocados sobre a mesa e pegou um pedaço de carne, colocando-o a frente de sua boca. — Agora, seja boazinha e coma. A carne cheirava a carne de porco e tinha uma boa aparência. Os olhos de Shanna se entrecerraram. — Vou comer, mas o que faria se me negasse a comer, hum?

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As sobrancelhas negras se arquearam. — Está me provocando de propósito, Shanna? Abrindo a boca, ela deu uma dentada na carne e encolheu os ombros. A comida não só era cheirosa como deliciosa e parecia porco, mesmo sem ter certeza de que animal viera, estava divina. Mastigando e engolindo, não afastou a vista dele, esticou a mão para tirar o pedaço de seus dedos, mas ele foi mais rápido puxando a mão para trás mantendo o pedaço de carne entre seu dedo indicador e o polegar. Lentamente o aproximou novamente da boca de Shanna, era evidente a sua intenção de alimentá-la pessoalmente. — Estou curiosa, nada mais. Nós nunca conversamos muito, sabe namorar, achei que deveríamos tentar nos conhecer melhor. E então, o que faria se me negasse a comer? Uma expressão confusa se estampou em suas feições. — O que é namorar? É algum tipo de ritual estranho de emparelhamento alienígena, que os humanos fazem para conduzir ambos a um sexo louco? Uma gargalhada brotou da garganta de Shanna. — Não tem nem idéia do quão perto chegou disso. Um homem e uma mulher, na Terra saem para passear, comer e conversar para chegar a conhecer bem um ao outro antes de chegar à relação sexual. Berrr expressou aversão em seu rosto, provocando em Shanna outro ataque de risos. Ele sorria quando ela abria a boca, para comer um bocado a mais. Então ele esticou o braço para alcançar uma fruta e depois oferecer a ela. — Em Zorn as famílias escolhem as mulheres e os homens que conhecem e desejam para fazer parte de seu núcleo familiar. Homens e mulheres não falam entre si, se conhecer não é necessário. Só precisa existir o desejo de montar, em nosso mundo, isso e a capacidade de prover e cuidar da família. Os guerreiros são julgados por suas habilidades de luta e os lares que podem proporcionar. As mulheres são 109


julgadas por sua habilidade em dirigir a casa, a descendência e alguns guerreiros consideram também a beleza. Ela o olhou assombrada. Que cultura retrógada, quase medieval, engoliu suas palavras antes de falar, sabia que nunca mais retornaria a Terra, precisava se adaptar a essa cultura. Entretanto, sua mente começou a trabalhar rapidamente completando o que ele não estava lhe dizendo. — Então você tem tantas ajudantes de casa, porque suas famílias entraram em um acordo com você ou porque as mulheres estavam interessadas em viver em sua companhia? Ele assentiu com a cabeça, lhe dando de comer um bocado de cada vez, ocasionalmente pegando um para si mesmo. — Há acordos entre minha família e as outras, foram assim nos últimos anos. Ainda me oferecem mais, mas seis é meu limite. Como Hyvin, tenho mais mulheres que a maioria, porque tenho muitos convidados que viajam de longas distâncias para ter reuniões comigo. Ter duas ou três empregadas domésticas, como os guerreiros que ocupam altos cargos, seria muita pressão para suas funções e seus corpos. Shanna deixou de lado sua indignação pelos direitos iguais, já que neste momento as mulheres que estavam na casa não conseguiam sequer suportar a sua presença entre elas. — Que tipo de reuniões tem? — É meu dever fazer com que meu povo esteja feliz, proteger suas vidas e nossa cultura. O planeta é grande, há muitos Vartas de distritos que vem se reunir comigo para resolvermos o que posso fazer para melhorar seus distritos. Ela o olhou e depois assentiu, o planeta devia se dividir em distritos e os Vartas são provavelmente governadores de uma área ou Nação. A política Zorn não era tão complicada para se entender. — E amanhã? Do que se trata essa reunião? 110


O rosto de Berrr ficou rígido. — Temos áreas selvagens em Zorn, onde alguns de nossos homens ainda não estão civilizados, vivem sem regras e sem honra. Cada ano nos apropriamos de mais terras e os integramos a nossa sociedade, mas ultimamente tivemos alguns problemas com homens selvagens tentando chegar às áreas civilizadas, querendo roubar nossas mulheres. Iremos nos reunir para resolver este problema e enviar mais guerreiros a estas áreas, esses homens são perigosos. Ou cumprem as leis Zorn ou morrerão depois de serem capturados. Shanna ficou sem fala. Berrr era um ditador? Achava difícil de acreditar. Franzindo o cenho, Berrr, viu dentro de seus olhos a dúvida. — Não está de acordo com a minha decisão? — Suas sobrancelhas se arquearam. — Você não compreende o quão perigosos são estes homens selvagens ou do que fazem a qualquer mulher que é capturada e levada, Shanna. Não use seu critério terrestre para me condenar por desejar a morte de nossos inimigos. — Fez uma pausa. — Depois que abusam dos seus corpos, são mortas com crueldade, Shanna, nossas mulheres ao serem violadas por vários homens, ficam doentes e mesmo assim, os selvagens querem que lhes deem prazer, as deixam sofrer até a morte. Os homens selvagens são infratores da lei, tiram a vida sem ter em conta a honra, a retidão, são homens cruéis. Compreende? Estava começando a compreendê-lo. E de certa forma concordava com ele, os homens selvagens mereciam estar na prisão ou ter essa punição, o pior da população de Zorn deviam ser de assassinos e violadores. Berrr não precisava dizer mais nada, imaginou o que ele queria dizer com o abuso às mulheres que acabavam morrendo, assentiu com a cabeça indicando que compreendia o que dizia. Seu corpo tenso relaxou enquanto terminava de alimentá-la. — Terminamos. Berrr de repente pôs um dos braços debaixo dos joelhos de Shanna e o outro em suas costas. Ficou de pé, carregando-a nos braços e se dirigiu à cama com ela. Ele a 111


pôs suavemente na beirada da cama antes de dar um passo atrás, enquanto seus olhares se encontravam. — Se dispa para mim, minha Shanna. Se deite no centro da cama e me deixe ver todo o seu corpo. — Não vamos brincar ou brigar, antes? As botas de Berrr fizeram um som estrondoso quando as tirou, jogou-as longe e elas atingiram o piso, retirou a camisa e mostrou o torso nu. Shanna ficou admirando o peito grande e perfeito, os ombros largos e seu abdômen musculoso. Os dedos grandes começaram a abrir sua calça de couro. — Se dispa para mim, Shanna. — Sua voz desceu um tom e soou profunda e áspera. — A desejo agora. Engolindo em seco, Shanna ficou de joelhos sobre a cama e começou a tirar o vestido folgado enquanto observava Berrr retirar a calça. Estava duro como uma rocha, sua ereção já estava rígida sem sequer ficar completamente nu e começou a subir na cama, se aproximando dela. Shanna ficou paralisada, se agarrando ao vestido que despira até a cintura, quando sentiu o olhar de Berrr viajar por seu corpo, ambos estavam de joelhos. Ele se aproximou mais, seus olhos ardendo com paixão. Ela o desejava, mas não estava tão excitada quanto ele ainda, mas ao ver o corpo magnífico se lembrou das coisas que havia feito com ela, isso a esquentou a ponto de desejar beijá-lo em certos lugares. — Eu a assustei? — Berrr franziu o cenho ligeiramente. — Não quer tirar o vestido. Não deseja que a toque? — Desejo. É só que não esperava uma mudança tão drástica de assunto, estávamos falando de política e agora teremos sexo? Berrr estava muito próximo a ela, se apoderou da barra de seu vestido e o tirou por cima de sua cabeça, o jogando na cama.

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— Não deve ter medo de mim, nunca faria nada que pudesse machucá-la, Shanna. Meu apetite sexual é muito forte e a desejarei muitas vezes durante o dia e a noite. — Seus olhos deslizavam por seu corpo e um suave grunhido saiu de sua garganta. — Muitas, muitas vezes. A expressão nos olhos da Shanna era de assombro. Nenhum homem antes tinha demonstrado tanta necessidade e paixão por ela. Os olhos de Berrr brilhavam intensamente de pura luxúria, enquanto estudava cada centímetro dela até que finalmente se encontrou com seu olhar. — Deite-se agora. Shanna sabia o que ele queria e não hesitou. Ela se deitou, segurando os joelhos os levantou. Berrr não se moveu nem um centímetro, mas tinha sua atenção concentrada entre suas coxas, as quais ela lentamente separou para lhe mostrar suas partes íntimas, que ele parecia achar fascinante. Seja lá o que fosse que o segurava, desapareceu no segundo em que ela se abriu para ele. Com um ensurdecedor grunhido, avançou sobre ela. Berrr se deitou sobre o abdômen, apoiou o tórax sobre os cotovelos e usou as mãos para separar seus lábios inferiores expondo a vagina para ele. Sem hesitar levou a cabeça entre suas coxas e deslizou a língua quente e úmida por seu clitóris. A surpresa e o prazer foram instantâneos, enquanto ele fechava os lábios ao redor de sua carne. Seus dedos se cravaram nas cobertas quando a boca dele começou a provocar o inferno ardente em seu corpo. Ela não tentou deter os gemidos, Berrr usava a boca para chupar e lamber seu clitóris. Seus dentes afiados eram malditamente delicados, raspavam a carne sensível que abocanhara. Sua língua forte levantava e balançava clitóris, esfregando com pressão suficiente para fazê-la ofegar e arquear os quadris contra sua boca maravilhosa e talentosa. Suas paredes vaginais se contraiam, fechando com força e estremeceu com a necessidade de ter um pouco mais de Berrr. — Por favor. — Gritou no limiar do prazer.

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Berrr ficou imóvel, seus lábios e a boca libertando o clitóris. — O que quer de mim, Shanna? — Sua voz era áspera, crua e tão profunda que era, mas bem um grunhido que palavras. — O que quer para alcançar o prazer. — Diga-me? Levantando a cabeça, Shanna encontrou o olhar ardente de Berrr, que estava respirando com dificuldade e tão excitado quanto ela. — Está sentindo o que sinto, quando me toca. Dói por dentro, não é? Monteme Berrr entrecerrou os olhos e lentamente a soltou. Shanna olhou para o corpo forte e a ereção enorme. Ela queria que ele a possuísse, mas o pênis era tão grande, muito maior que o de seu ex-marido e namorados com os quais tivera relações, estava um pouco apreensiva, afinal ele poderia facilmente machucá-la se não fosse paciente ou cuidadoso, mas confiava nele, tinha que se ariscar. Hesitante pediu novamente: — Me monte. — Confie em mim, se vire e fique sobre os joelhos e as mãos. — Berrr falou em tom áspero e ofegante, tentando se controlar. Afastando o olhar do pênis grande e grosso, Shanna se moveu, deu a volta, sabendo imediatamente o que ele queria, enquanto se levantava e ficava sobre as mãos e joelhos. Tinha ouvido o bastante para entender o termo montar, desde que havia chegado a Zorn, podia até adivinhar que a versão normal de sexo em Zorn era ao estilo cachorrinho. De quatro sobre o colchão, Shanna viu sobre ombro o homem enorme que ficou admirando o seu corpo. O corpo rígido de Shanna relaxou, ela confiava em Berrr, ele não iria machucála. Certo, era um homem grande, com cem quilos a mais que ela. Muito mais forte. Mas até aquele momento, nunca a forçou a fazer algo que não quisesse e nem a feriu.

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Então Berrr lentamente se aproximou dela, uma de suas mãos deslizou por seu traseiro, a outra foi a sua cintura e subiu até os seios, forçando-a delicadamente a levantar o tronco e sussurrou em seu ouvido. — É tão pequena que me preocupa machucá-la. Está certa disto, minha Shanna? Tenho muito desejo de montá-la, essa necessidade chega a me doer, mas nunca forçarei meu desejo a você se lhe causar dor. Maldição, realmente é um sujeito grande no tamanho e no caráter, ela teve certeza quando ele manteve seu olhar fixo no dela. Nunca conhecera um homem que pusesse o seu bem estar acima dos desejos dele. Ela assentiu. — Só peço a você que seja paciente. — Não precisa me pedir isso. - Fez uma pausa. - Se lhe causar qualquer tipo de dor deve me dizer para que eu pare imediatamente. Shanna assentiu e baixou o tronco apoiando-se nos cotovelos, abriu um pouco mais as coxas e levantou o traseiro para que Berrr tivesse um melhor acesso. Ele se moveu atrás dela, suas pernas ficaram rentes às dela e baixou o seu quadril até chegar ao mesmo nível que o de Shanna. Ela se perguntou se seria difícil para ele penetrá-la com suas pernas tão abertas; mas no minuto seguinte deixou de pensar. Os dedos de Berrr acariciavam sua abertura, deslizando-os lentamente na umidade do clitóris. Se achou que simplesmente a penetraria sem prepará-la, se enganou. Ela moveu os quadris, atormentada, enquanto ele esfregava o clitóris com o dedo. A sensação era boa demais, mas a manteve no limiar, não queria fazê-la chegar ao gozo imediatamente. Alternava entre, a lenta exploração ao redor da carne tenra e depois o apertava entre os dedos. — Por favor. — Ofegou Shanna. — Não me atormente assim. O dedo de Berrr deixou seu clitóris. Ela abriu a boca em protesto, mas a repentina sensação de um dedo trabalhando lentamente em sua vagina empapada, a fez se agarrar à cama, gemendo alto.

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Um profundo e ensurdecedor grunhido saiu de Berrr. — É tão apertada, Shanna. — Por favor. — Gemia a sensação de senti-lo quase dentro, quando estava tão dolorida por desejá-lo era uma tortura. Empurrou-se para trás com os quadris, obrigando seu dedo a se aprofundar mais no interior de seu corpo e gemeu mais forte. — Não se mexa tanto, acalme-se. — Então ele retirou o dedo. Shanna queria chorar de frustração e abriu a boca para animá-lo, quando de repente, ele introduziu dois dedos em seu interior. A sensação de ser preenchida, sem dor foi maravilhosa, ativando os terminais nervosos que estavam rogando por atenção, Shanna gemeu seu nome em voz alta. — Tão quente e apertada. — Grunhiu Berrr atrás dela. — É tão macia e molhada como nenhuma outra. Senhor das Luas, Shanna. Meu desejo de estar dentro de você é tão grande, que daria minha vida neste momento para conhecer essa sensação. Ele lentamente a penetrava com os dedos. Shanna moveu os quadris, encontrando os impulsos suaves dos dois dedos. O prazer era inevitável e sabia que ia gozar se ele esfregasse seu clitóris. O controle estava fora de seu alcance. Era quase impossível pensar, mas Shanna sabia que havia algo que queria lhe dizer, lutou contra o prazer tentando limpar a mente e então o pensamento emergiu através de seu cérebro cheio de êxtase. — Berrr? Ele deixou de mover os dedos. — Quer que pare? Está dolorida? — Vou matá-lo se parar. Não posso ficar grávida, não se preocupe. Estou usando DIU — É uma doença que a impede de ter descendência? — Não parecia muito feliz com a idéia.

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Ela voltou à cabeça para ver seu rosto com o cenho franzido. — Não tenho nenhuma doença. Sempre faço exames ginecológicos, principalmente depois de descobrir que meu ex-marido não só era um idiota, mas também me era infiel. Está tudo bem comigo. DIU é um pequeno aparelho implantado dentro de meu corpo, que impede a concepção, você pode ejacular... Quero dizer, gozar em mim, não posso ficar grávida sem que um médico o retire. Os olhos de Berrr se estreitaram, seu olhar baixou sobre seu traseiro e saiu um grunhido de sua garganta. Foi um som aterrador, que fez Shanna se assustar o suficiente para pular. O olhar de Berrr se dirigiu de nova a ela. — Não foi minha intenção assustá-la, Shanna. Sinto muito. — Avisá-lo de que não posso ficar grávida o desagradou? Ele negou com a cabeça. — Derramar minha semente dentro de você me excita além da medida. Seus olhos brilhantes se escureceram, Shanna o olhou hesitante. A mão dele deslizou sobre a curva de seu traseiro e depois chegou ao redor do quadril na parte da frente. Manteve o olhar fixo no dela até encontrar seu clitóris e o esfregou com dois dedos. Ela estava úmida de desejo por Berrr, os dedos usavam essa umidade para estimular sua carne sensível, deu um leve beliscão e depois um ligeiro puxão uma vez após outra. Shanna se agarrou a cama e lutou contra o impulso de fechar os olhos. Tinha a intenção de manter o olhar fixo no de Berrr, mesmo se tivesse que torcer o pescoço vendo-o por cima do ombro. Ele moveu o corpo, se aproximando mais dela enquanto pressionava o pênis grande e grosso contra a sua entrada. O entusiasmo a animou diante da idéia de Berrr entrando nela... Grande ou não, o desejava dentro de si, Berrr não teve que guiar sua ereção, já que estava tão duro que tudo o que fez foi mover os quadris e posicioná-lo contra a abertura. Seus olhares se encontraram, sem piscar. 117


Berrr pressionou suavemente contra Shanna, que se obrigou a relaxar o corpo, apesar de estar tão perto do orgasmo e ela sabia que o persistente puxão em seu clitóris só estava apressando o auge. Os olhos de Berrr se entrecerraram ligeiramente e então pressionou mais contra ela. Seu corpo resistiu a princípio, mas então ele empurrou mais, obrigando seu corpo a recebê-lo. Shanna ficou sem fôlego quando sua vagina começou a ser preenchida, não sentia dor, enquanto Berrr muito lentamente começou penetrar em seu corpo. Era grande, grosso e tão incrivelmente forte que ela gritou com a sensação. Berrr se imobilizou. Shanna fechou a boca, apertando os dentes e assentiu a ele com a cabeça, para que continuasse avançando, Berrr estava confundindo o seu prazer com dor e ela ordenou a si mesma guardar silêncio. Ele piscou e logo empurrou um pouco mais. Centímetro a centímetro se aprofundava cada vez mais, esticando as paredes internas da vagina ao redor do pênis grande e grosso, quase a ponto de sentir uma dor por demais agradável. Shanna ofegou por ar. — Oh Deus, é tão grande. — Gemeu extasiada. — Por Deus, não pare. Por favor. É tão bom. Não está me machucando. Berrr empurrou mais para dentro e Shanna se agarrou freneticamente as cobertas da cama enquanto ele a preenchia, tocando as terminações nervosas que nem sequer sabia que possuía. Estava tão perto de gozar, tão perto, mas não lhe pediu que soltasse o seu clitóris, o que estava experimentando era tão bom que preferiria morrer antes de fazê-lo parar. — Senhor das Luas. — Rugiu Berrr. Desta vez ela não teve medo do tom alto e áspero de sua voz. Ele estava muito excitado e agora entendia a diferença entre a intensa paixão e a ira. Berrr continuava totalmente dentro dela e em seguida se retirou um pouco. Shanna viu gotas de suor em sua fronte, isso demonstrava o esforço por tentar se controlar. Sua boca ficou tensa, quase até o ponto de franzir o cenho, então a penetrou novamente.

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Shanna voltou à cabeça, fechou os olhos e sentiu o êxtase de ter Berrr dentro dela. — Vou gozar. — Ela gemeu ofegante. — Não posso esperar. Berrr acelerou as investidas, seus dedos esfregavam o clitóris mais rápido e o quadril de Shanna se movia mais rápido ao encontro do dele. A sensação dele estimulando seu clitóris e o pênis duro e enorme a enchendo era muita para se controlar. O clímax a atingiu com força, o prazer atravessou o seu corpo, o despedaçando, suas paredes vaginais se tornaram loucas com as contrações, apertando fortemente e movendo-se, enquanto ouvia a si mesma gritar enquanto explodia. Berrr estremeceu em seu interior, o pênis golpeando fortemente o interior dela, depois explodiu, derramando jatos longos e quentes dentro dela. Berrr rugia de prazer, como um leão. Seus dedos soltaram o clitóris e seu braço a envolveu fortemente pelos quadris, aprisionando-a contra o seu corpo, inclinando-se sobre ela enquanto derramava sua semente uma vez após a outra. O rugido e o abraço forte de Berrr, tornaram rígido o corpo dele, inerte sobre o dela. Os dois tinham a respiração entrecortada. Shanna podia sentir como ambos continuaram experimentando os efeitos após o clímax. Suas paredes vaginais e o pênis de Berrr vibravam na mesma sintonia. — Shanna. — Disse Berrr com a voz áspera. — Estou bem. — Ofegou. — Melhor impossível. — Nunca a deixarei ir. O sexo foi incrível e alucinante, nunca esteve com um homem que a fizesse gritar de prazer, Shanna sorriu enquanto tentava recuperar o fôlego. A idéia de abandonar Berrr estava fora de questão, por enquanto. O homem acabava de fazê-la gozar como nunca antes, certamente ficaria rouca depois, mal conseguia controlar a própria voz. Sua mente estava aturdida, mas com seu corpo totalmente satisfeito não queria pensar em nada. 119


— Minha. — Berrr acariciava seu pescoço, beijando a pele sensível atrás da orelha. Sua língua úmida e quente a acariciava provocante. — Para sempre minha, Shanna. Ela se pôs a rir. — Se puder fazer isto em mim todo o tempo Berrr, ficarei mais que satisfeita em ficar.

Capítulo 8 Duas horas depois, Shanna imaginou que Berrr fosse como uma estufa que armazenava calor, enquanto ela tombava na parte superior de seu nu corpo. O homem enorme parecia não se importar por ela estar em cima dele ou pensar que era muito pesada, simplesmente a pusera sobre ele. Suas mãos acariciavam seu traseiro, as coxas e depois subiram por suas costas. Parecia realmente gostar de tocá-la. — Quando me disse que tinha um grande apetite sexual, não tinha a menor idéia de que falava a sério. Os homens humanos alardeiam muito esse tipo de coisa, mas você é, sem dúvidas, o homem, Berrr. Ele riu entre dentes. — E ser, o homem, é somente outra maneira de dizer que sou, de fato, mais homem que a maioria? — Acertou em cheio. E é realmente, não só mais homem, como também o líder de outros homens. 120


Sua risada era profunda. — Eu sou o líder Zorn, sua declaração é correta. Levantando a cabeça, Shanna se acomodou de maneira que as palmas de suas mãos descansasse em seu peito e pôs seu queixo sobre a mão olhando-o fixamente. Ele era o homem mais incrível que conhecera. Ele tivera a idéia de estimular os seus seios e fora muito intuitivo, quase lhe suplicou que a fodesse de novo, o que tinha feito por três vezes nas últimas horas e a cada vez tinha sido incrível. Berrr adorava estimular e excitar o seu corpo até estar pronta para chegar ao orgasmo antes que ele a penetrasse. Tinha conseguido fazê-la chegar ao orgasmo em todas às vezes, o que a surpreendeu. Os homens gozavam e deixavam-na excitada e esgotada no final da relação, mas Berrr não era qualquer homem, céus! Era muito mais que qualquer outro. — O que está pensando, Shanna? Olhando-o dentro dos olhos, quase tinha medo de compartilhá-los, mas até agora, ele fora honesto e direto com ela. Perguntava-se se uma relação totalmente sincera entre um homem e uma mulher poderia ser possível. Ficou olhando o homem que não se expressava com rodeios, receoso pelo que poderia dizer, sempre falava com brutal sinceridade e isso a agradava. Depois de uma relação sexual tão incrível e satisfatória, estava disposta a ir mais longe, estava começando a se apaixonar profundamente por ele. Quem poderia resistir a Berrr? Pensou com um sorriso. — Se você usar o que vou lhe confessar para me machucar, nunca o perdoarei, quero confiar em você. Seus olhos se abriram com surpresa e logo franziu o cenho. — Nunca a machucaria, Shanna, pode falar o que pensa e sente. — Há muitas maneiras de machucar uma mulher, não estou falando de agressão física. Estou falando de tocar outra mulher ou se deixar tocar por uma. Estou falando do tipo de dor que não deixa marcas. O que está me oferecendo é algo sem igual e de onde venho há uma frase para isto. É muito bom para ser verdade.

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Berrr franziu o cenho. Shanna lhe tocou o rosto. — Isso significa que se alguém me oferecer algo que é perfeito, talvez não seja o que espero de outra pessoa, e isso me deixaria em uma posição muito vulnerável, não quero ser enganada e machucada. — Tenho muitos defeitos, não sou perfeito, então não tenha medo de que ofereça a perfeição. Você há de se zangar, de vez em quando com as coisas que digo. Meus filhos, que estão vinculados à humanas, já me disseram que as vinculadas humanas pensam que somos muito controladores às vezes, mas nunca vou faltar com a minha palavra a você e tem minha promessa sobre a monogamia, sei que isto significa, que o único contato sexual que terei será com você. — Seus olhos a estudaram intensamente. — Depois do que acabamos de compartilhar, realmente resta alguma dúvida de que você será a única a quem desejo? Se pensar que alguma vez experimentei este tipo de prazer, está completamente enganada. Seu corpo é tão suave e doce. — Grunhiu em voz baixa. — Posso tomá-la várias vezes e em tantas posições. Nunca senti tanta satisfação sexual, Shanna. Você é a única para mim, não tenho nenhum interesse em montar qualquer outra mulher que não seja você. O pênis de Berrr cresceu, tornando-se mais grosso e duro, contra o ventre suave acima dele. Seus olhos se abriram, enormes, com a compreensão de que ele estava pronto para outra rondada. Sentiu-se animada de novo. Mesmo que fique dolorida amanhã. Pensou, já sentia os músculos das pernas queimarem pela última rodada, quando ela tinha ficado por cima. — Eu gosto de ouvir a sua opinião e de conversarmos. — Ele disse as palavras franzindo o cenho e, olhando-a um pouco confuso com a própria reação. — Quero passar todo o meu tempo com você, quero saber o que pensa ou sente. Shanna se pôs a rir. — Não tem que se sentir tão confuso a esse respeito.

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Berrr de repente rodou com ela sobre a cama grande, imobilizando-a embaixo dele com as coxas, abriu-lhe as pernas, enquanto as mãos se apoderavam de seus braços. Sua longa cabeleira desceu como uma cortina em seu rosto, franzindo os lábios, Shanna o olhava, sem sentir medo diante da repentina mudança de posição ou do fato de que ele a tinha imobilizado. Confiava cegamente em Berrr, jamais a machucaria. — Estou confuso. — Admitiu em voz baixa. — Em Zorn não há este tipo de relacionamento entre homens e mulheres. — Não entendo. Ele respirou fundo, sem afastar o olhar de seus olhos. — A relação entre homens e mulheres é limitada, Shanna. Falo com minha família, com meus filhos e com outros homens Zorn para saber o que pensam sobre vários assuntos. Posso falar com as ajudantes de minha casa, sobre ordens e deveres, nunca sobre os meus pensamentos e principalmente de meus sentimentos, a menos que seja relevante para o momento em questão. — Diz que não conversa com a mulher, que acaba de ter sexo... Hum... Montar? Assentiu lentamente. — Tentei falar de coisas com Alluwn, mas me disse que não tinha nenhum interesse em ouvir nada que não fosse relevante ao momento em questão. Esse é o costume Zorn. No entanto, você gosta de falar comigo e eu gosto de falar com você a respeito de tudo. Sinto-me estranho e muito animado e gosto disso. — Sorriu. Shanna lhe devolveu o sorriso. — Sou muito extrovertida e gosto muito de ouvi-lo, Berrr. Juro que iremos conversar até que você amordace a minha boca. Suas negras sobrancelhas se levantaram.

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— Amordaçá-la? — Franziu o cenho. — Eu nunca faria isso e se alguém tentar o mato. Ela riu. — Achei que o faria. Lentamente, sorriu. — Ninguém irá feri-la de maneira nenhuma, minha Shanna, ou os farei sofrer muito por isso. Shanna ofegou e depois gemeu, quando de repente, Berrr ajustou os quadris e a penetrou lentamente, a sensação de prazer se espalhou pelo corpo. Penetrou-a profundamente e depois, lentamente, quase se retirou para se impulsionar de novo para dentro dela. Ela envolveu as pernas ao redor de seus quadris, recebendo cada impulso quando ele aumentou o ritmo. Tentou envolver seus braços ao redor de seu pescoço, mas ele manteve seus braços imobilizados. Isto a excitava mais, quando ele mantinha o controle durante o sexo, era muito mais forte que ela, e o ter dentro de si, eram a melhor sensação que já havia sentido. Seu olhar se encontrou com o dela e então Berrr baixou o rosto para beijá-la, conteve a respiração por um segundo e depois abriu a boca antes que seus lábios roçassem os dela. Fechou os olhos de prazer. Ele nunca antes a tinha beijado na boca, tinha dado alguns beijos, terrivelmente perversos em seu clitóris com a boca maravilhosa, agora sabia que o homem podia dar um bom beijo a francesa. Antes ele a excitara de várias maneiras, sem beijá-la na boca, achou que os Zorn não conheciam ou faziam isso, nunca pensou em lhe perguntar sobre o assunto tampouco. Shanna se surpreendeu de quão terno começou o beijo. Os lábios carnudos eram suaves como uma pluma enquanto roçavam os seus, depois entrou em sua boca com a língua, saboreando e estimulando com seu ataque faminto, ela gemeu em sua boca enquanto ele imitava os movimentos do pênis com a língua, igualando as investidas, enviando descargas de prazer enquanto Berrr tocava o seu corpo. O clímax 124


veio de forma arrebatadora, fazendo-a gritar dentro da boca que estava sobre a sua. Berrr afastou a boca e ficou a centímetros da sua, rugindo ao chegar o gozo. Shanna relaxou, sentindo-se fundida ao homem enorme que a imobilizava, abriu lentamente os olhos e encontrou o rosto dele, que estava sorrindo, seus olhos espelhavam felicidade. Ela não pôde evitar sorrir também. — Você é perfeita, minha Shanna. — Berrr disse em voz áspera e ofegante. — Talvez você seja muito boa para ser verdade, como dizem na Terra. — Não sou perfeita e tenho um montão de defeitos. Eu... Uma forte pancada se ouviu e interrompeu Shanna, a porta imediatamente se abriu tão forte que chegou a bater contra a parede. Os reflexos de Berrr foram extraordinariamente rápidos, com um grunhido separou seus corpos e saltou em cima de Shanna no mesmo instante em que jogou para ela algumas cobertas para cobrir seu corpo nu e ir ao encontro de quem se atreveu a invadir seus aposentos. Berrr ficou de pé nu, seu corpo se aprumou com os punhos altos, preparado para uma luta. Ovoly entrou e parou a alguns metros da porta. Ela empalideceu ao ouvir o som e ver Berrr nu e possesso pronto para atacá-la, cambaleou retrocedendo, seu olhar se dirigiu à cama onde Shanna lutava por manter seu corpo coberto e sentar-se. — Disse a você que nunca entrasse em meus aposentos outra vez. — Grunhiu Berrr com dureza, seu tom de voz era profundo e rouco, mal se podia entender suas palavras. A atenção de Ovoly se voltou para Berrr. — Peço desculpas, mas o centro médico acaba de chamar para lhe informar que Ral e sua vinculada chegaram, é hora de a descendência nascer, mas há problemas. Ral perdeu todo o controle e precisam que vá imediatamente para acalmá-lo, antes que mate os guardas ou destrua o edifício. O corpo de Berrr se moveu logo que Ovoly parou de falar e se dirigiu ao armário. 125


— O que houve? — Grunhiu. — A humana está morrendo? O rosto de Ovoly se voltou para Shanna, tinha uma expressão fria e dura, seus olhos escuros se entrecerraram. — Não deram detalhes, Hyvin, só avisaram que ele estava fora de controle e que precisavam de sua ajuda imediatamente. Um guarda o espera para levá-lo, assim que estiver vestido. — Vou tomar um banho rápido. — Berrr quase correu para o banheiro com uma muda de roupa que tirou do armário. — Avise-os de que estou a caminho. A mulher Zorn não se moveu até que ouviu o som de água correndo. Entrou rapidamente e se aproximou da cama de Shanna. — Fez o que lhe ordenei? Shanna fixou o olhar na mulher. — Quer saber se lhe pedi para montar em você e nas outras mulheres? Isso não vai acontecer, Ovoly. — Hyvin vai sair e iremos falar sobre isso, humana. — A ameaça foi clara enquanto a mulher deu a volta e saiu correndo do quarto para cumprir as ordens de Berrr. — Cadela miserável. — Suspirou Shanna, levantando a manta e saindo da cama apressada. Correu para o armário, rapidamente procurando algo para se vestir, ignorando as bolsas das roupas novas, encontrou uma das camisas de Berrr, feita de material macio e uma das calças dele, rapidamente se vestiu com as peças, sem se importar se estavam grandes e largas. Na cintura amarrou uma espécie de cinta para que permanecessem em seus quadris e se agachou para dobrar as pernas da calça. Céus o homem era grande demais. A água no banheiro parou de correr e em um minuto Berrr, com o cabelo molhado e vestido, surgiu de novo no quarto, estacou quando viu Shanna vestida. — Eu vou com você. 126


Ele franziu o cenho, mas assentiu com a cabeça enquanto procurava as botas. — Meu filho precisa de mim, vamos agora. Descalços, saíram do quarto. Berrr segurava a mão de Shanna e ela precisou correr para seguir os passos largos e rápidos. Passaram junto a Ovoly e algumas das ajudantes da casa, que o estavam esperando no corredor. Berrr nem sequer lhes deu uma olhada, mas Shanna cometeu o erro de fazê-lo, as mulheres a fulminavam com o olhar enquanto praticamente corria no longo corredor. Berrr a levou para fora, a luz solar quase a cegou e a puxou para dentro do veículo que os esperava. O edifício médico não era muito longe da casa e o condutor de Berrr deve ter quebrado todas as leis de velocidade no planeta para chegar tão rápido. Berrr já estava fora do carro, antes que parasse, só diminuiu quando pegou a mão de Shanna para ajudá-la a sair do carro e correram para as portas do edifício. Dentro, o inferno imperava. Shanna ouviu o quebra quebra antes que o visse. Um homem rugia de raiva, vidros e móveis quebrados estavam por todo lado, o homem gritava algo que Shanna não pôde entender e antes que ele atacasse um dos guardas que protegiam outra mulher Berrr soltou sua mão e correu pelo corredor e Shanna pôs-se a correr atrás dele. — Se acalme Argis Ral. — Gritava a mulher. — Essa reação não faz bem a sua vinculada. — Não podem afastá-la de mim. Ficarei com ela o tempo todo. — Gritava alterado. — Por favor, Ral. — Ouviu-se uma voz muito feminina. — Ahhu não permitirá que algo me aconteça. Você sabe que é minha amiga e fará todo o possível para que o bebê e eu fiquemos bem. Confiamos nela. — Não vou me afastar de você. — Grunhiu ele segurando a mão dela. — Não vou deixá-la quando mais precisa de mim, Ariel. — O que está acontecendo aqui? — Berrr parou abruptamente ao lado do filho. 127


Shanna quase se encontrou com as costas de Berrr, parou e avançou vacilante ao redor de Berrr para ver a cena que se passava diante de si. Quatro homens Zorn, vestidos com uniformes de couro, estavam à frente de uma porta enquanto uma mulher Zorn enfrentava um gigante quase nu, que rugia e esbravejava. E uma mulher loira, humana e grávida, usando somente uma camiseta enorme estava sentada em uma cadeira a poucos metros do gigante zangado. — Ral? Filho. — Exigiu Berrr. — O que está acontecendo? O gigante se virou e Shanna ficou mais que surpresa. Ral e Berrr eram muito parecidos e pareciam ter quase a mesma idade, eram pai e filho, mas pareciam irmãos, levantando o olhar Ral se dirigiu a Berrr, que estava em pé próximo a ela. — Ariel está tendo dores, achamos que a descendência está para nascer, mas Ahhu disse que o bebê é muito grande para o corpo de Ariel, querem levá-la a cirurgia e não permitem que eu vá com ela. — O homem estremeceu, apertando os punhos e olhava fixamente ao pai. — Preciso ficar com ela. A mulher alta de Zorn suspirou, sua atenção se voltou a Berrr. — Ele é muito sensível no que se refere a sua vinculada, Hyvin Berrr. Tenho temor de levá-lo a cirurgia e como agora, perca o controle. Em cada viagem à Terra, nossos guerreiros recolhem mais informações médicas sobre os seres humanos, as estudei com atenção, sei que eu sou responsável por seus cuidados. Estou certa de que tanto Ariel quanto sua descendência estarão bem, mas não preciso adicionar mais estresse a minha primeira cirurgia de um ser humano, com um Zorn mal-humorado grunhindo sobre o meu ombro. Berrr grunhiu. — Explique a ele, exatamente o que terá que fazer para que tudo corra bem e talvez isso o acalme. A mulher assentiu. — Vamos à sala de exploração e lhes mostrarei um vídeo. 128


Berrr se moveu adiantando-se, agarrou pelo braço o filho e o arrastou através da porta para a sala seguinte. A mulher Zorn rodou os olhos, deu uma piscada para a loira sentada e depois foi atrás deles. Deixando Shanna com a mulher grávida e os quatro guardas silenciosos, que continuavam a fazer a guarda permanente no corredor. Shanna olhou para a loira que lhe devolveu o olhar. A mulher deu um sorriso e levantou uma das mãos ao ventre dilatado e com gestos, pediu que Shanna se aproximasse. Shanna hesitou, mas se aproximou da outra mulher. — Olá. — Disse a loira em voz baixa. — Sou Ariel e como pode ver, vou ter um bebê. — É mais que evidente. — Shanna se ajoelhou ao lado da grávida, não havia cadeiras no corredor. — Há algo que eu possa fazer? A loira negou com a cabeça. — Ral está realmente alterado por eu precisar de uma cesariana. Os bebês Zorn são muito grandes para dar a luz de forma natural, e não sou uma mulher de ossos grandes na área do quadril. A doutora Ahhu e eu sabíamos o que aconteceria, mas tivemos medo de avisar Ral. Bem, a idéia de ser cortada por qualquer razão, realmente não me agrada. Tive medo de que Ral me pusesse em uma nave e me levasse a Terra para ser operada. E ele poderia fazer algo assim, sem se importar com o que pudesse acontecer a ele, contanto que eu e nossa criança estivéssemos fora de perigo. Shanna ficou olhando o abdômen de Ariel, estava impressionada. — Então podemos ter bebês com eles? — Oh, sim. — Ariel ofegou de repente, agarrando-se ao abdômen. — Merda, isso dói. Sinto muito. Estou em trabalho de parto. — O que posso fazer? — O medo sobressaltou Shanna, não sabia muito sobre trabalho de parto ou nascimentos, nunca tivera filhos e nem os poucos amigos que tinha, tinham. — Devo chamar a doutora? 129


Ariel relaxou por um momento. — Não... Estou bem. Ahhu e eu temos lido um livro atrás de outro, sobre trabalho de parto e as informações que os guerreiros trouxeram da Terra serão muito úteis. O trabalho de parto não é tão mau assim, considerando que achei que estaria agora gritando de dor. Acho que dá para suportar um pouco de dor. — Ariel respirou fundo, olhando pela primeira vez com atenção a Shanna. — Você veio com o pai de Ral, não é? — Sim. Vim aqui com Berrr. As sobrancelhas loiras se elevaram. — Berrr a trouxe? Shanna assentiu. — Fui sequestrada por alienígenas idiotas, são conhecidos como Collis, me trouxeram para ser leiloada aos homens de Zorn, mas Berrr e seus homens me resgataram. Pensei que estar na casa de um homem vinculado, poderia evitar ser usada para o sexo. Ariel abriu a boca e logo a fechou, quase rindo divertida. — Ele pode estar vinculado, mas estão separados e há muitos anos. — Fez uma pausa e logo seu rosto empalideceu. — Merda, só pode torná-la uma ajudante da casa, se ele o fez... Safado. É uma humana. Não pode tratá-la dessa maneira. — Ele... Está tudo bem. — Disse Shanna com um sorriso. — Ele renunciou ao harém. Ariel relaxou e suas feições se suavizaram. — Então Hyvin Berrr tem uma humana. Pensei que ele nunca aceitaria conviver com humanos. Ele é amável comigo e as outras vinculadas de seus filhos, mas não é muito amigável com ninguém. Não é nenhum segredo que Berrr seria extremamente

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feliz se seus filhos tivessem escolhido uma mulher Zorn. E ele tentou um bocado, em convencer Ral para que não se unisse a mim, desde o começo. — Ele falou sobre isso, parece que tem medo de que os netos não sejam fortes ou algo assim. Os traços de Ariel se alteraram. — Acho que é uma possibilidade. Bem, é bom saber que não é nada pessoal. — Ela abriu a boca ofegando. — Merda, vem outra contração. Shanna agarrou sua mão durante a contração. Quando esta durou mais tempo e a grávida ficara muito pálida, Shanna se alarmou. — Aguente. — cuidadosamente soltou a mão da outra mulher e ficou de pé para lançar-se à porta aberta. — Hey. — Chamou Shanna, vendo Berrr, seu filho e a mulher Zorn olhando uma tela, onde um vídeo de uma cirurgia estava sendo mostrada. — Creio que o tempo da discussão terminou, acho que o bebê vai nascer logo. Ajudem! Shanna apenas se afastou do caminho, bem a tempo, pois Ral correu para chegar a sua esposa. Ele se ajoelhou tomando as mãos de Ariel entre as suas, do outro lado da sala, Shanna viu terror puro nas feições do homem, enquanto a mulher que amava ofegava com a dor de uma forte contração. De repente o corredor se encheu de intensa atividade, outros Zorn vestidos em trajes brancos como os da doutora. Dois deles se precipitaram pelo corredor com uma maca. — Ahhu, deixe que Ral vá com ela, nunca irá se acalmar se não souber o que está acontecendo. Eu nunca seria capaz de ficar calmo esperando por notícias se minha humana estivesse na sala de cirurgia. — À medida que Berrr falava, fixava o olhar em Shanna. — Ficará mais tranquilo ao seu lado do que longe dela. Ahhu grunhiu baixo, mas assentiu com a cabeça. — Sim, Hyvin Berrr, será como você deseja. — A mulher virou-se, dando ordens ao pessoal médico. 131


Berrr ficou ao lado de Shanna enquanto via Ral se levantar e colocar o corpo pequeno de Ariel nos braços e a colocar na maca. Pegou a mão pequena, levou-a aos lábios e depositou um beijo na palma de sua mão, seus olhares se encontraram. — Estarei sempre com você, Ariel. A dor da contração passou. — Só segure minha mão e mantenha a calma, por favor, está bem? — Eu faria qualquer coisa por você. Amo-a demais. Ariel sorriu. — Eu também te amo. — E dirigiu-se a Ahhu. — Comecemos o espetáculo. Acho que este bebê é tão impaciente quanto o pai. Todos desapareceram exceto os quatro guardas, Berrr e Shanna. Ela voltou sua atenção a Berrr e percebeu as linhas de tensão em seu rosto, revelando que estava realmente preocupado, aproximou-se mais dele, pondo uma mão sobre seu braço e a outra em seu abdômen. Berrr abaixou a cabeça e seu olhar azul se encontrou com o dela. — Este tipo de cirurgia é realizado com muito sucesso entre os humanos, tenho certeza que a médica sabe o que está fazendo, não se preocupe. — Nós não somos humanos e esta será a primeira cirurgia que Ahhu fará em uma de sua espécie. Meu filho ficará inconsolável se algo acontecer a sua vinculada. Temo a perda de três vidas, se Ahhu não puder salvar a vida de sua vinculada e a sua descendência, ele morrerá se perdê-los. — Berrr parecia triste. — Ela é a razão pela qual respira todos os dias. Shanna sentiu que Berrr realmente estava preocupado, então se aproximou mais dele, se aconchegando em seu peito, enlaçou sua cintura para abraçá-lo. Ele hesitou um segundo antes de envolver seus braços ao redor dela e abraçá-la fortemente.

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— Tudo vai acabar bem. — Queria consolá-lo. Ele baixou o queixo até a sua cabeça, segurando-a com mais força. — Obrigado, Shanna. Preciso agora falar com meus outros filhos e dizer o que está se passando. Eles estão preocupados, já que ambos têm suas vinculadas levando sua descendência. Soltando-o, ela o deixou ir e deu um passo atrás, estava preocupado e desejou poder dizer ou fazer algo que o acalmasse. Ele se afastou e disse aos quatro guardas. — Protejam-na com a vida até que eu volte. — Mostrou os dentes. — Não deixem que outros homens falem ou se aproximem dela e vocês também, nem sequer a olhem. Façam tudo o que ela ordenar. — Berrr abaixou a cabeça e murmurou. — Estarei na sala ao lado, entrarei em contato com meus filhos, precisam ouvir esta notícia de mim. Sente-se, eles estão ao seu mando e a protegerão até que eu retorne. Shanna observou Berrr retornar à sala em que estivera minutos antes, sentiu-se embaraçada pela maneira como aqueles homens a observavam. Lentamente se virou e lhes deu um sorriso forçado, antes de se aproximar da cadeira em que Ariel estivera sentada, os quatro a olhavam aturdidos, novamente encarou os homens e sorriu, nunca antes tivera homens que obedecessem as suas ordens. — Precisa de algo? — Disse um deles arqueado uma sobrancelha. — Estou com um pouco de sede. Ele voltou à cabeça e fez um gesto de cabeça a um dos homens, e Shanna se surpreendeu, quando o homem se pôs a correr pelo corredor. Minutos depois ele retornou com uma bandeja com bebidas e comida. O homem se aproximou dela lentamente e depois colocou a bandeja nos braços da cadeira. Ele inclinou a cabeça e recuou. Shanna olhou para a bandeja, levantou o olhar e sorriu aos quatro guardas. — Muito obrigada.

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Eles abaixaram o olhar, sem falar. Bem, eles obedeciam ao pé da letra às ordens, comeu a fruta e o que parecia ser queijo. Fosse o que fosse, estava muito bom. Seu olhar continuava na porta da sala onde Berrr estava, preocupada por ele estar demorando mais tempo, esperava que tudo estivesse bem. Berrr finalmente saiu da sala. Shanna pôs a bandeja de lado e ficou em pé, assim que viu Berrr. Ainda parecia tenso. — Como foi? — Falei com eles e os mandei ficar em casa e prometi que os faria saber o que está acontecendo assim que soubesse de algo. — Sente-se Berrr e vamos esperar. Estou certa de que tudo se resolverá. Ele assentiu com a cabeça, deixando que o guiasse até a cadeira que tinha deixado desocupada. Sentou-se e depois para sua surpresa, agarrou-a pela cintura e a sentou no colo. Envolveu-a em seus braços, apertando-a contra o peito. Shanna relaxou dentro de seus braços. Não se importava que os quatro guardas estivessem vendo-os se abraçar. — Os seres humanos são muito frágeis. — Suspirou e pegou sua mão. — Somos muito mais resistentes do que você acredita. — Só espero que tudo saia bem. — Assim será. — Em silêncio, fez uma pequena oração. Esperaram durante horas. Finalmente, viu quando Ahhu surgiu sozinha no corredor. A mulher parecia cansada, mas sorriu. Berrr suspirou com alívio. — É uma menina e ambas estão muito bem, Hyvin Berrr. Pode vir comigo e conhecer o membro mais recente de seu sangue. — Ahhu riu. Berrr assentiu com a cabeça enquanto pegava a mão de Shanna. — É a fêmea humana ou Zorn? 134


Ahhu vacilou, olhando Berrr com o cenho franzido. — Ela é ambas, mas tem muitas características Zorn e a anatomia sexual humana da mãe e embora ache que não será tão alta como nossas mulheres, mas também não será tão pequena quanto Ariel. É saudável e pesa quatro quilos, como costumam ser nossa descendência, não é tão pequena como temíamos que uma criança pudesse ser. — Ahhu olhou Shanna antes de voltar sua atenção a Berrr de novo. — Suas feições são Zorn e é muito parecida ao pai, está saudável, não tem defeitos e é forte, a cria de sua descendência foi muito bem-sucedida, Hyvin. É uma ocasião feliz. Todo o corpo de Berrr relaxou enquanto um sorriso surgia em seu rosto. — Leve-me a eles. Shanna esperava que a deixasse para trás, mas ele continuou a segurar a sua mão, puxando-a atrás dele. Caminharam por um corredor, deram um par de voltas, e então Ahhu os levou a um quarto grande. Ral estava sentado em uma cadeira ao lado da cama de Ariel que estava com aparência pálida, mas feliz. Ariel sorriu a ambos antes que sua atenção retornasse ao marido. Ral se virou um pouco na cadeira, para orgulhosamente, mostrar o pequeno ser envolvido por seus braços grandes e musculosos. — A chamaremos de Destiny. — Ral disse em voz baixa e se voltou para ver amorosamente a esposa. — Achamos adequado para nossa filha. Berrr soltou a mão de Shanna para lentamente chegar ao lado do filho e olhar o bebê. Só hesitou um segundo antes de tomar o bebê com as mãos e levantar o corpo pequeno em seus braços, sorrindo para a pequena de rosto enrugado. Shanna se aproximou um pouco mais, para ver o bebê recém-nascido. A imagem de Berrr segurando a neta foi incrível, ele era um tipo sério e duro, era quase estranho e comovente ver um bebê tão pequeno em seus braços. — Ela é muito bonita. — Disse Berrr sussurrando. — Bem-vinda à vida, pequena. Eu sou seu segundo pai e sempre a protegerei e cuidarei de você. 135


Shanna inclinou a cabeça, sentindo-se confusa. Ariel se pôs a rir. — Eles não dizem avós ou netos. Dizem que é seu segundo filho, já que é um filho de seu filho e um segundo pai que significa o pai do pai. — Obrigada. — Shanna agradeceu a Ariel. Assentindo, Ariel se pôs a rir feliz. — Tudo isso é engraçado, não? Ral franziu o cenho a sua esposa. — Por que acha engraçado? Ariel pegou a mão dele. — A versão mais próxima de um segundo pai na Terra, seria se eu o deixasse e fosse viver com outro guerreiro, isso tornaria o outro um segundo pai de nossa filha. Ral grunhiu feroz. — Nunca me deixaria por outro guerreiro. Rindo, ela o puxou para mais perto. — Está certo. Nunca. Shanna afastou os olhos naquele momento, o Zorn gigante se inclinou e plantou um beijo nos lábios de sua esposa. Shanna notou tristeza em Berrr enquanto ele admirava a neta. Percebeu que o observavam e voltou à cabeça para encontrar o seu olhar. — Não se desamine, ainda é muito jovem para ser um segundo pai, Berrr. Não fique triste. Berrr negou com a cabeça.

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— Sinto-me honrado em ter idade suficiente para ser um segundo pai. — Seu olhar era triste enquanto olhava para o bebê em seus braços. — Estou apenas triste por nunca mais sentir a emoção de segurar meu próprio filho, de sentir a alegria de trazer vida a este mundo.

Capítulo 9 Berrr queria ter mais filhos. Shanna o observava na mesa de jantar do salão enorme, ignorou as olhadas furiosas das outras seis mulheres que estavam ao redor da mesa. As ajudantes da casa a odiavam, sabia e de propósito mantinha sua atenção unicamente em Berrr. O bebê meio humano e meio Zorn era tão linda como um anjo e Berrr insistiu que ela segurasse à pequena Destiny. Segurar aquele bebê a tinha afetado um pouco, mais do que ousava admitir a si mesma, sempre quisera ter um bebê, mas nunca tivera um relacionamento estável. Seu casamento desde o começo fora tumultuado e com o passar do tempo só piorou. Berrr estava vinculado, tecnicamente, por isso não podia ter mais filhos. Era contra a lei Zorn ter filhos sem que o casal estivesse vinculado. O enorme guerreiro Zorn tinha permanecido em silêncio, mal-humorado e zangado desde que saíram do centro médico.

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Kolo, a ajudante de casa de cabelo negro e olhos escuros, limpou a garganta e falou. — Deve estar muito orgulhoso de ter uma segunda filha, Hyvin. Talvez nos permita ir visitar Argis Ral e sua vinculada para conhecer sua descendência. Assentindo, Berrr terminou de comer. — Sim. Estou certo que Ral e Ariel lhes darão as boas-vindas por sua companhia. Ela deve permanecer na clínica durante vários dias para se recuperar. Ovoly respirou profundamente. — Será uma honra, Hyvin, enviaremos os seus respeitos orgulhosamente e levaremos presentes preparados a uma segunda filha. Iremos às primeiras horas da manhã e retornaremos a tempo para nos preparar para os seus convidados. — Os olhos de Ovoly cintilaram em direção a Shanna. — Levaremos Shanna conosco para que também apresente os seus respeitos. O pavor invadiu Shanna forte e rápido diante da idéia de ir a alguma parte com aquelas mulheres. Elas provavelmente a atirariam do carro em movimento. — Não será necessário. Até segurei o bebê e parabenizei Ariel pela criança linda que teve. — Não seja tão tímida. — Disse uma ajudante loira em voz baixa, seus olhos verdes cintilaram com malícia. — Insistimos que vá conosco. Como a principal da casa de Hyvin deve estar presente e mostrar os seus respeitos apropriadamente. Berrr jogou seu guardanapo, seu olhar se dirigiu a Shanna. — Vá com elas, Shanna. Deve sair um pouco de casa e depois pode ir fazer compras. — Sua atenção se voltou a Ovoly. — Enquanto estiverem no mercado quero que ajude Shanna a encontrar roupas mais adequadas aos costumes humanos, quero que ela se sinta bem em nosso mundo. — Seu olhar se virou para Shanna. — Tenho que falar com alguns guerreiros a respeito do que haverá amanhã, ficarei algumas horas fora, vejo-a em nossos aposentos mais tarde. 138


Viu Berrr sair da sala e soube que estava em uma grande encrenca. O homem não tinha idéia de como a odiavam, ficou tensa e encarou Ovoly nos olhos, sabia que a mulher era a cabeça do grupo perigoso. Ovoly a olhava fixamente. — Não fez o que lhe ordenei, humana. Hyvin não nos convidou de novo a sua cama. Minhas ordens não foram claras o bastante? Lentamente Shanna se levantou e encarou a outra mulher. — Você foi clara, até demais, mas parece que se esqueceu do que lhe disse esta manhã, então preste muita atenção, isso não vai acontecer Ovoly, podem me odiar e ficar zangadas o quanto quiserem, o inferno se congelará antes que eu peça a Berrr que se deite com vocês. Ovoly ficou de pé e o mesmo fez uma das mulheres que Shanna não sabia nem mesmo o nome. Alerta, Shanna manteve a atenção em todas, não queria que ninguém estivesse fora de sua vista e pudesse ficar atrás dela. — Que vai fazer? Se me tocar, Berrr terá seu rabo, mas não da forma que deseja. Se pensa que vou deixar que faça de minha vida um inferno, pense bem. Não sou estúpida e poderia dizer a ele sobre as suas ameaças. E nós sabemos com quem ele vai se zangar não é mesmo? — Não entendi metade do que disse, mas saiba humana. — Grunhiu Ovoly em voz baixa. — Você nunca vai governar esta casa. Posso dizer que o está traindo, as outras podem jurar que é verdade e que você é uma ovolion. — Uma o que? — Shanna levantou as mãos com as palmas para cima. — Que diabos é isso? — Uma pessoa que diz mentiras para causar problemas. — Grunhiu uma das mulheres. — Todas juraremos que é uma e o Hyvin não irá lhe querer mais. — A mulher que falou se virou para Ovoly. — Não podemos dizer que é uma má mulher? Ele deve acreditar.

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Um grunhido saiu de uma de cabelos escuros, Aia, a mulher estava em pé e ameaçou Shanna. — Faça como ordenamos ou uma manhã destas não acordará. — É mesmo, durmo com Berrr, duvido que alguma de vocês consiga chegar perto de mim e me machucar, e depois escapar da raiva dele. — Shanna estava muito zangada e um pouco assustada. — Agora irei ao nosso quarto. Se tentarem se colocar em meu caminho, vão se arrepender. As mulheres ficaram paradas enquanto Shanna deixava cuidadosamente o salão, ela olhara para trás durante todo o caminho para o quarto, esperava que não a seguissem. Precisava falar com ele ou elas iriam tornar a situação bem desagradável. Ela estava em desvantagem e se não fossem controladas, se tornariam perigosas. As luzes automaticamente se acenderam quando entrou no quarto. Shanna fechou a porta e procurou por uma fechadura, não havia nenhuma. Esse seria outro pedido a Berrr, queria uma forma de mantê-las longe dela quando ele não estivesse em casa para protegê-la. A lenha tinha sido colocada ao lado da lareira. Custou para aprender a lidar com a maneira Zorn de acender o fogo na lareira. Shanna se voltou para observar o quarto. Alguém tinha recolhido o vestido que usara e as roupas de Berrr espalhadas pelo piso, quando subiram na cama depois do almoço. A cama estava feita também. Suspirando, moveu-se até ela. O lado bom de ter ajudantes é que cozinhavam bem e mantinham a casa arrumada. O lado ruim é que todas queriam o que era dela, subiu à cama e vigiava a porta para o caso delas irem atrás dela no quarto. Shanna não teve que esperar muito. A porta se abriu lentamente. Seu coração batia forte em seu peito quando Ovoly e Aia entraram. Ovoly tinha no rosto uma expressão desagradável e seus olhos negros se entrecerraram perigosamente. — Hyvin mandou avisar que precisou sair e vai demorar horas para voltar. — A porta se fechou atrás delas, isolando às duas mulheres com Shanna. — Mais Collis foram vistos aterrissando em Zorn, então Hyvin e seus homens foram procurá-los, ele

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quer ter certeza de que não tenham trazido mais escravas humanas a nosso planeta e vendê-las a nossos guerreiros. Aia inclinou a cabeça e então para assombro de Shanna ela tirou o vestido folgado pela cabeça e o atirou no chão. A mulher nua e musculosa ficou com as mãos nos quadris. Que merda era essa? Os olhos de Shanna se dirigiram para Ovoly ao ver aturdida a outra mulher, também se despir. — Merda, vocês não fazem o meu tipo. — Shanna se levantou na cama e se agarrou um dos pilares para manter o equilíbrio. — Eu não vou ter relações sexuais com vocês. As mulheres franziram o cenho e finalmente foi Ovoly quem voltou a falar com Shanna. — Nós tiramos a roupa para que o cheiro de seu medo não empesteie a nossa roupa, Hyvin não poderá sentir seu medo em nós. O alívio golpeou Shanna, uma fração de segundo antes de perceber o real motivo para estarem ali. Bem, preferia levar uma surra das duas cadelas a ter de fazer cenas de filme pornô com as duas. — Realmente, vocês querem fazer isto. Elas se separaram, dirigindo-se à cama. Shanna recuou sobre a cama e manteve a atenção em ambas, desejou intensamente que elas não fossem tão grandalhonas. Seria como uma luta contra dois homens; sabia quais eram as suas chances e não eram muito boas. — Não a deixe com hematomas. — Ordenou Ovoly à outra. — Se for fazê-la sangrar, se certifique que não seja em um lugar que deixe marcas. Aia assentiu com a cabeça. — O nariz e a boca são bons.

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— Merda. — Amaldiçoou Shanna, percebendo que Ovoly era a maior das duas. Respirou fundo, Shanna soube que seu tempo para brincar tinha terminado, as mulheres avançaram cada uma em cada lado da cama. Primeiro se lançou sobre Ovoly, vendo a surpresa surgir em suas feições, um segundo antes que Shanna se chocasse contra ela, enviando à mulher para trás, jogando todo o seu peso na mulher nua, suavizando sua queda no chão. A aterrissagem sobre a mulher a deixou sem fôlego, enquanto escutava um forte rangido e a mulher embaixo gritar de dor. Ovoly não se levantou, mas Shanna, mesmo com a dor provocada pela queda, se obrigou a se levantar e ficar de pé, Ovoly permaneceu no chão, parecia aturdida. Shanna não hesitou em lhe dar um chute nas costelas. Ovoly gritou se encolhendo de dor. Um grito de ódio fez Shanna se virar e ver a pele bronzeada de Aia chegar do outro lado da cama. Shanna sem pensar reagiu dando outro chute certeiro na coxa de Aia, que gritou de dor e cambaleou para trás. Shanna recuou e sabia que não poderia se distrair, olhou para Aia e com a extremidade do olho continuou a observar Ovoly, que ainda estava no chão. — Acham que sou fácil de derrubar? Pense muito bem no que querem fazer. Aia decidiu não escutá-la, se levantou e avançou para Shanna. A mulher vinha com os braços abertos, como um lutador de luta livre e Shanna reagiu, lançando a mão enquanto a mulher avançava, nem sequer tentou evitar que os braços a envolvessem. A lateral da mão de Shanna se chocou contra a garganta da mulher, logo abaixo do queixo, com força suficiente para fazer a cabeça da mulher se virar violentamente. A mulher soltou a cintura de Shanna, enjoada e cambaleando para trás. Shanna não pensou só agiu, simplesmente deu outro chute violento, acertando-a no estômago. Fazendo uma ligeira careta, Shanna observou quando a mulher se virou, agachou-se e vomitou, ela estava se engasgando com o próprio vomito, tentando conseguir ar, enquanto todo o jantar caía no chão devido ao golpe forte no estômago. Elas me atacaram. Shanna se recordou quando começou a sentir-se mal pela outra mulher que caída no chão tentava respirar.

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A pena que Shanna sentia, não durou muito, braços a envolveram por trás, descobriu que seus braços estavam presos a sua cintura. Ovoly se levantara, chegara por trás de Shanna e a atacara. Shanna desceu a cabeça e com toda a força jogou-a para trás, acertando o queixo da mulher que cambaleou para trás, soltando Shanna que com uma das mãos agarrou o braço da mulher atrás do cotovelo e com a outra desferiu uma cotovelada no estômago. Shanna tomou fôlego, foi para trás da mulher, recuou alguns passos, avançou e lançou outro chute nas costas dela. A mulher gritava enquanto era lançada e caía pesadamente sobre o piso de ladrilhos. Shanna ofegante se afastou e vigiava as mulheres enquanto a adrenalina bombeava por seu corpo. As mulheres continuavam caídas e gemendo, Shanna começou a relaxar até que a porta do quarto se abriu de repente e entrou mais uma ajudante de cabelo negro, ela viu as companheiras caídas, grunhiu e atacou Shanna. Um segundo, mais tarde outra chegou correndo. Shanna sabia que estava fodida quando as duas últimas entraram. Seis contra uma, mesmo com duas delas caídas, não tinha chance. — Estou ferrada. — Suspirou e logo chutou a primeira a chegar, mas a mulher se esquivou do chute. Três delas agarraram Shanna enquanto ela chutava outra mulher bem no joelho. Shanna estava brigando sujo e não ia pedir desculpas, mesmo se isso não ajudasse. A mulher que chutou gritou, tropeçando ao tentar fugir e caiu ao chão como uma bola, soluçando. Duas das mulheres agarraram Shanna pelos braços enquanto a terceira agarrava um punhado do seu cabelo e lhe dava um forte puxão. Shanna gritou de dor enquanto era lançada ao chão pela mulher mais alta. Seus pés chutavam o ar sem acertar nada. — Vamos matá-la. — Grunhiu uma delas. — Animal humano. Shanna respirou fundo, tentando não gritar de dor, tinha a sensação de que todo seu cabelo estava sendo arrancado de sua cabeça, precisava de ar em seus pulmões para lutar. A que estava atrás dela cometeu o engano de chegar mais perto para agarrá-la pela cintura, deixando o cabelo solto, Shanna conseguiu espaço para 143


mover um pouco a cabeça. Shanna desceu a cabeça e depois a lançou para trás com força, a dor atravessou o seu crânio quando se chocou contra o nariz da mulher loira. Ouviu algo se quebrar, não estava muita certa de que era o seu crânio ou o nariz e os dentes, a mulher gritou tão alto quanto Shanna. Sua cintura e o cabelo ficaram soltos completamente. Shanna se apoiou nos braços que a seguravam, seus pés golpearam os joelhos da mulher a sua frente. A outra mulher afrouxou a pressão de seu braço o suficiente para que o peso de Shanna caísse e se soltasse. Caiu de forma estranha, Shanna girou para enfrentar a que prendia o outro braço. Shanna lançou um murro, fazendo-a recuar. Infelizmente, ela não a soltou quando cambaleou para trás, caindo em uma frenética batalha por ar. Algo acertou Shanna nas costas antes que pudesse se recuperar, com os olhos muito abertos com a dor de um chute muito forte nas costas, esmagando seu peito no chão. O golpe seguinte foi em suas costelas, caiu no chão sem ar nos pulmões, recebeu outro chute, agora no quadril. Shanna rodou para debaixo da cama, ofegando freneticamente procurou ver onde as cadelas estavam. Três delas ainda no chão, mas viu as outras três irem para o outro lado da cama, onde ela estava. Shanna rodou para o outro lado, se pôs de pé antes que uma das mulheres subisse na cama e a pegasse. Shanna tomou a decisão em uma fração de segundos, correu como louca para a porta aberta do quarto. Corria cheia de medo, saltou por cima de Ovoly que ainda estava no chão e quase bateu no batente da porta. Atravessou o corredor às escuras para a sala de estar. A porta principal estava próxima quando alguém se jogou as suas costas, fazendo-a cair. A dor atravessou Shanna quando caiu no chão duro, mas ordenou a si mesma a lutar, tinha que se levantar, mas o peso em suas costas era enorme e se moveu, causando mais dor enquanto era esmagada. A mulher agarrou seu cabelo, puxando com força para trás e tudo o que Shanna pôde fazer foi pôr as mãos no rosto, sabendo o que iria acontecer. Sua cabeça golpeou com força o chão, mas suas mãos amorteceram o golpe.

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Um urro se ouviu em algum lugar acima dela, vindo de outra direção. Isso significava que mais delas chegavam, lágrimas ardentes encheram seus olhos, iria morrer. Berrr saberia o que tinham feito, mas não adiantaria nada se estivesse morta, estava muito cansada e machucada para lutar e a cadela em suas costas era pesada demais, ela mal conseguia respirar, já estava vendo pontos negros a sua frente, iria perder a consciência por falta de ar. Repentinamente o peso saiu de cima dela. Shanna ofegou por ar, seus pulmões queimavam, as mãos e a cabeça doíam tudo estava doendo. Ofegante, ela respirou o ar e esperou um chute, queria levantar as mãos feridas para proteger a cabeça e o rosto, mas seu corpo não obedecia. Uma mão agarrou seu braço e começou a virá-la. Shanna inspirou ar outra vez, sabendo que ao menos deveria tentar lutar, antes de morrer. Eu não sou covarde, lutei toda a minha vida para sobreviver. Merda, não vou me dar por vencida agora, mesmo estando cansada e dolorida por toda parte. À medida que seu corpo se virava, Shanna com suas últimas forças colocou os joelhos até o peito e chutou quem a estava tocando. Não era uma mulher, ela só percebeu no instante em que uma mão enorme segurou seu pé. Ele estava inclinado sobre ela, o sujeito era do tamanho de Berrr, só que mais jovem e tinha os mesmos olhos azuis do pai, era um dos filhos de Berrr. O homem segurava seu braço e o pé. Sua cabeça se levantou, a raiva transbordava de seus brilhantes olhos azuis, bem quando dava um rugido tão ensurdecedor que machucou os ouvidos dela. Diabos, o rapaz era barulhento quando se zangava, ela pensou. A raiva quase saía dele, seguiu seu olhar e viu duas ajudantes da casa recuar com terror nas feições. A cabeça do homem abaixou e olhou para Shanna. — Não vou machucá-la, está muito ferida. Não precisa ter medo, humana. Sou Rever, filho de Berrr. Vou levantá-la com muito cuidado. Posso fazer isso? Shanna assentiu com a cabeça, sabendo que o filho de Berrr não lhe faria mal. Lentamente o homem soltou seu braço e o pé e se ajoelhou a frente dela. Ela se 145


levantou um pouco, enquanto ele deslizava os braços por baixo de seus joelhos e ombros, se levantou e depois percorreu o caminho do corredor e do quarto. Estava vazio quando eles chegaram, mas parou alguns segundos, seu olhar furioso percorreu todo o cômodo, inspirando ruidosamente. Um profundo grunhido saiu de sua garganta, enquanto a boca se torcia em uma careta, caminhou em direção à cama onde gentilmente deitou Shanna. Seus olhares se cruzaram. — Vou chamar um curador e meu pai. Assentindo, Shanna relaxou. — Acho que preciso de um curador. — Sua mão tocou a parte posterior da cabeça, que doía muito, enquanto que com sua outra mão esfregou suas costelas. — Obrigada. Ainda parecia furioso, enquanto a observava e inspirava de novo. — Todas vieram atrás de você? Conheço o cheiro de cada uma e todas estão aqui. Podia cheirá-las? Não sabia o que dizer a respeito disso, então assentiu. — Ovoly é a líder. Queriam que eu dissesse a seu pai que se deitasse com elas e me recusei. O homem deu a volta e saiu rapidamente pela porta. — Elas não irão se aproximar, voltarei em menos de um minuto. Fique deitada e não se mexa. Logo que ele saiu do quarto Shanna ignorou sua ordem e se sentou lentamente. Tinha dor por todo o corpo e teria vários hematomas. Enquanto se inspecionava, deuse conta que estava em melhor estado do que tinha temido no primeiro momento, o choque estava passando. Um de seus tornozelos estava um pouco inchado, mas não fraturado, olhou ao redor do quarto, os vestidos de Ovoly e Aia tinham sido deixados em sua pressa por escapar do quarto. 146


A única coisa que podia cheirar foi o vômito de Aia. Shanna saiu cuidadosamente do colchão e pôs o peso nos tornozelos. Parecia que sustentariam o seu corpo, deu uns passos para ter certeza de que ainda podia caminhar, embora com um pouco de dor fosse suportável. De novo levantou a mão para tocar a cabeça, que ainda doía como o inferno, mas sua mão não se molhou, não sangrava. Ouviu passos o que a fez dirigir seu olhar à porta aberta, Rever voltava ao quarto e continuava zangado. — Disse que ficasse na cama. — Ele grunhiu. — Sinto muito se não obedeço a ordens muito bem. Queria ver se podia caminhar. Estou bem, acho que não há nada quebrado. Estou dolorida como o inferno, mas não está tão mau quanto eu temia. O homem se aproximou dela. — Meu pai e o curador do centro médico estão a caminho. — Ele parou a alguns metros dela. — Por favor, retorne à cama de meu pai antes que caia. Você é humana e pode estar mais machucada do que pensa. Está em estado de choque com o ataque. Até nossas mulheres precisam da ajuda dos homens e elas são muito mais fortes que você, foi atacada por muitas. Deve estar machucada gravemente. — Acho que foi pior para elas. Talvez devesse ir vê-las. Suas sobrancelhas negras subiram, havia surpresa em seus olhos. — É melhor ir vê-las. Acho que Aia está pior, ficou quase sufocada depois que lhe dei um murro na garganta. A loira de olhos verdes pode ter fraturado a mandíbula. — Shanna massageava a cabeça. — Melhor sua mandíbula que meu crânio. — Shanna achava engraçado que ele estivesse tão aturdido, não conseguia falar, mas a olhava fixamente, não estava certo do que pensar. Ela deixou cair à mão e o olhou de cima a baixo, forçando um sorriso que não sentia. — Eu sei que você e todos os homens neste planeta pensam que as mulheres humanas são totalmente indefesas, mas acredite ou não, sou uma pessoa muito determinada na terra, sei como me defender e machuquei sim, às ajudantes da casa, vá vê-las sim... 147


— Não me importa que estejam machucadas. Atacaram a humana que meu pai trouxe para casa e se você as machucou, mereciam. — Shanna se sentiu aliviada ao ouvir suas palavras, o que demonstrava que ele apreciava os humanos. Então ele olhou ao redor e viu os vestidos, o jantar de Aia e um pouco de sangre no piso branco. Lentamente se virou para olhá-la nos olhos de novo. — Vim conversar com meu pai sobre meu irmão Ral e Ariel. Minha vinculada também está grávida e é humana, estou preocupado, talvez minha descendência seja muito grande para que ela dê a luz de forma natural, vim pedir a meu pai que tenhamos mais curadores capacitados para tratar as humanas. — Ele passou a mão pelo cabelo negro. — Neste momento Ahhu é a única que cuida de nossa família, mas se acontecer algo com ela ou se não estiver disponível, poderá pôr a vida de nossas vinculadas em perigo. Meu irmão Argenon também está vinculado a uma humana, que também está grávida. — Uau! Vocês são realmente potentes, não? Ele negou com a cabeça, franzindo o cenho. — Não entendo. — Têm espermatozóides muito bons. Ele assentiu com a cabeça. — Todos os homens Zorn conseguem engravidar facilmente suas mulheres. É por isso que só nos é permitido compartilhar nossa semente com nosso vínculo feminino. Do contrário o planeta estaria super povoado, nós não podemos renegar o que é lei muito antes de meu pai se tornar o Hyvin. Estou certo que meu pai explicou o porquê de não poder dar sua semente a você. — A boca do homem se esticou. — Minha mãe foi cruel por obrigá-lo a vincular-se a ela, mas ele não quis ouvir seus filhos sobre essa questão. — Não posso engravidar, não há o que discutir sobre esse assunto. Rever olhou a região de seu abdômen e franziu o cenho.

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— Houve algum acidente que danificou seus órgãos femininos para que não possa ter filhos? — Tenho um implante médico, que foi colocado em meu corpo na Terra, ele me impede de ficar grávida, até que um médico o retire. — Deve dizer isto a Ahhu. Em Zorn não conseguimos ainda encontrar uma maneira eficaz de controlar que uma mulher não engravide. Nossa semente é muito resistente e supera todos os medicamentos de nossos curadores, Ahhu ficará muito interessada nessa coisa que tem em seu corpo. — Shanna? Seu nome soou como um rugido e fez Shanna saltar de susto. Sua atenção se dirigiu à porta do quarto e em segundos Berrr estava ao seu lado, sem fôlego e o semblante carregado de raiva. Estava suado pela corrida para chegar depressa ali. Seus olhares se encontraram uma fração de segundo antes de Berrr correr outra vez. Rever saiu do caminho do pai. Berrr tinha os olhos fixos em Shanna, só afastou o olhar dela para ver o sangue no chão, então ele a prendeu em seus braços, a levantando e apertando em seu corpo superaquecido. — Estou bem. — Murmurou de encontro a seu peito, Berrr a segurava com muita força. — Está tudo bem. — Não a esmague pai. — Rever declarou em voz baixa. — Ela disse que só está um pouco machucada, disse que se sentia bem, eu já estava indo avisá-lo para não se preocupar. Berrr mudou de posição, um braço envolveu com força sua cintura levantando-a com cuidado um pouco mais acima e a outra mão segurou-lhe a nuca, obrigando-a a olhá-lo no rosto. Sua expressão refletia fúria contida, mas parecia muito preocupado enquanto analisava seu rosto com o olhar. — Juro que estou bem. 149


Berrr grunhiu e voltou à cabeça, olhando para o filho. — Onde estão? — Provavelmente escondidas. — Suspirou Rever. — Foram surpreendidas atacando sua humana e sabiam que o senhor ficaria furioso. Precisa se acalmar antes de se aproximar delas, pai, entendo sua raiva, mas são mulheres. Se tivessem atacado a minha Brenda, as mataria, mas não podemos fazer isso. Virou a cabeça para Shanna. — Por que foi atacada? Quero os nomes. — Ovoly disse que eu tinha que mandar você montar em todas elas e quando me neguei obedecê-la, todas me atacaram. — Foram as seis, pai. — Disse Rever em voz baixa. — Senti o cheiro de cada uma delas aqui quando entrei no quarto. Um urro feroz saiu de Berrr enquanto mantinha o olhar cravado em Shanna. — As seis a machucaram? Ela assentiu com a cabeça, pondo as mãos sobre seus ombros, acariciando, tentando acalmá-lo. — Mas, estou bem. Disse a seu filho que fosse vê-las acho que machuquei demais algumas. Não me acharam capaz de me defender tão bem e seu filho chegou bem a tempo de me salvar. Tinham conseguido me pegar na sala e não iria escapar. Ele as assustou para valer. Berrr grunhiu fundo no peito, chegou a vibrar, então voltou à cabeça para olhar Rever. — Tire-as de minha casa agora. Que partam como estão e que não levem nada do que eu lhes dei. — Ele sentou Shanna na beira da cama. — Não me importa para onde ou em que tipo de casa vão. Quero-as fora e quero guardas para proteger Shanna se tiverem a audácia de voltar por vingança. Faça isso agora, filho. 150


Rever assentiu. — Será feito, pai. — Avise-as que vou matar se as vir em minha frente. — Grunhiu Berrr. — Serão avisadas, pai. — Rever se afastou, deixando rapidamente os aposentos. Shanna ficou agradavelmente surpresa por ele se desfazer das ajudantes e estava fazendo porque tinham batido e ameaçado ela. Ele se curvou e levantou a mão para acariciar sua bochecha. — Ninguém nunca mais lhe fará mal Shanna. Deixe-me tirar sua roupa para saber onde está machucada. Um curador está a caminho. Um pensamento assustador surgiu. — O que fará com os hóspedes que chegam amanhã? Se mandar todas as ajudantes da casa... Berrr grunhiu, interrompendo-a. — Você é minha prioridade. Tratarei desse assunto mais tarde. Minha preocupação agora é ter certeza de que não está gravemente ferida. — Seu polegar tocou a curva de sua bochecha suavemente. — Tem certeza de que está bem? Meu Deus, ele é maravilhoso. Pensou Shanna sentindo-se derreter por dentro. Estou apaixonada por ele, sem dúvida. Como não amá-lo? Ele é incrivelmente maravilhoso. Pensou sorrindo apesar de ter um pouco de medo de estar apaixonada, nunca sentira isso, ela assentiu com a cabeça. — Estou bem melhor agora que está comigo, Berrr. — Então não a deixarei sozinha outra vez.

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Capítulo 10 Berrr, realmente, não se afastara do seu lado. Shanna forçou um sorriso na manhã seguinte, enquanto estava de pé na sala de estar, com a mão de Berrr em suas costas. Tentou não bocejar, diante dos Zorn grandões, que estavam à porta da entrada. Eram os Vartas e não se pareciam em nada com o que havia imaginado. Esperava que fossem mais solenes talvez vestidos com trajes militares, mas nunca o tipo de homens os quais recebia a porta principal. Um deles tinha idade suficiente para ser o avô de Berrr e foi impressionante ver um homem daquele tamanho e de cabelos brancos, o sujeito sem dúvida fora um guerreiro muito atraente e ainda era apesar da idade avançada. O homem usava só uma tanga ao redor da cintura e era todo coberto de pêlos no corpo, tão brancos quanto os cabelos da cabeça. Ele se aproximou primeiro para saudar Berrr, seu olhar brilhante e verde caiu sobre Shanna, que abaixou os olhos para o chão, exatamente como Berrr pedira. As mulheres Zorn, não olhavam diretamente nos olhos dos homens, isto era considerado um convite para ter relações sexuais. — Hyvin Berrr. — Rugiu o velho guerreiro, falando com voz profunda e áspera. — É uma humana da Terra? 152


A mão nas costas de Shanna abaixou e antes que percebesse Berrr já estava à frente dela, ela levantou os olhos e viu que o outro homem tinha levantado à mão tentando tocá-la. Berrr emitiu um suave grunhido. — Sim e não deve tocá-la. — Avisou rouco. — Shanna, é uma honra apresentála a Vartas Yatgo. É o vigilante do Bosque Este. Levantando os olhos, Shanna assentiu com a cabeça para o homem que a olhava com atenção. Os pêlos de sua nuca se arrepiaram de medo e afastou a vista, o tipo a olhava abertamente com malícia. Podia ser pela idade avançada, mas a baba que caia da boca era mais por desejá-la do que problemas de saúde. Pensou receosa. — Ninguém me disse que agora tem uma humana em seu lar. Há mais delas? — Não. — Grunhiu Berrr áspero. — Shanna é a única. Um movimento chamou sua atenção, Shanna voltou à cabeça, para ver uma das novas ajudantes da casa de Berrr, que se adiantou para dar as boas-vindas ao velho libidinoso e lhe mostrar seus aposentos. As seis novas ajudantes da casa tinham chegado assim que amanheceu, eram maiores que as anteriores e Shanna as recebeu, Berrr insistiu em que estivesse presente quando explicou a elas quais seriam os seus deveres na casa. Ter sexo, dormir e até mesmo tocar em Berrr, não estava em sua lista de tarefas. Também informou do motivo de ter se desfeito das últimas ajudantes, demonstrando claramente sua raiva, avisou que Shanna seria a principal e que deviam obedecê-la sem hesitar. O homem seguinte avançou e era diferente de qualquer um que Shanna vira no planeta e teve que recordar a si mesma para não encará-lo. Tinha cabelos vermelhos e brilhantes, as sobrancelhas da mesma cor e tinha incríveis olhos azuis. Nunca tinha visto um Zorn ruivo e de pele tão escura, realmente ressaltava os olhos e a cor do cabelo. O sujeito era muito musculoso e bonito, apesar de sua estranha vestimenta, usava uma espécie de top negro, que mostrava muita pele e uma calça super justa de couro.

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— É bom vê-lo, Vinlotti. — Berrr sorriu, parecia sinceramente feliz em ver o homem. — Apresento minha Shanna, da Terra. Shanna levantou a vista para o homem. Era impressionante, aquele top revelava muita pele escura e sedutora e grande quantidade de músculos. Era muito bonito, e teve que recordar a si mesma para afastar o olhar dos olhos penetrantes e perspicaz. Ela o saudou com a cabeça antes de abaixar o olhar e se concentrar nas botas negras. — É um prazer conhecê-lo. — Sentiu-se orgulhosa de manter o tom de sua voz calmo. — Uma humana, Berrr? — O homem falou em voz baixa. — Pensei que era proibido ter uma como ajudante. Perdi alguma mudança de política? Um suave grunhido saiu de Berrr. A Shanna não escapou que este homem o tinha chamado de Berrr, seu nome, não tinha visto ninguém fazer isso ainda, além dela. Todo mundo o chamava Hyvin, ou Hyvin Berrr, a menos que fosse um de seus filhos, que o chamava de pai. Berrr passou o braço a seu redor, puxando-a para si. — Ela pode ter o título, mas não os deveres. Compreendeu Vinlotti? A circunstância o exige. Mesmo sendo um convidado em minha casa, ela não está disponível para você ou qualquer outro homem. A risada do homem era profunda, quando se pôs a rir. — Já sabia, pela maneira possessiva de mantê-la ao seu lado. Embora tenha que admitir que tinha esperanças. Shanna levantou o olhar e enfrentou olhos maliciosos que se fixaram nos seus, o homem repentinamente lhe deu uma piscada antes de retornar sua atenção a Berrr. Ele sorriu e levantou a mão para agarrar Berrr pelo ombro. — Me alegro por não estar mais sozinho e que tenha a alegria que merece meu amigo. Deve vigiar seus outros convidados e manter sua mulher bem perto de você enquanto estiverem aqui, ela é muita tentação e não terá à lei do seu lado se matar 154


um deles por tocá-la. Se tiver que ir a algum lado sem ela, peça minha proteção em sua ausência. Sabe que honrarei seu pedido com minha vida, não deixarei que seu tesouro humano seja tocado. — Obrigado, meu amigo. Posso aceitar essa honra. O homem assentiu, antes de virar seus olhos em busca das ajudantes da casa que estavam esperando. Ele franziu o cenho. — As trocou? Gostaria de passar o tempo com Aia, é minha favorita em sua casa. Berrr grunhiu baixo e áspero. — Ontem elas se atreveram a atacar minha Shanna, com a intenção de matar, mandei todas para fora. Se desejar Aia, posso perguntar onde a levaram e enviá-la a sua casa, pode ficar com ela. Vinlotti pareceu surpreso enquanto se fixava em Shanna, logo desviou a atenção para Berrr. — Elas atacaram? O que queriam? — Pensaram que ao me intimidar, me forçariam a dizer a Berrr que tinha de montar todas. — Disse Shanna sem conseguir se conter. As sobrancelhas ruivas se arquearam sobre os olhos azuis, os dois se encararam, não conseguira permanecer em silêncio e ser cuidadosa, não tinha medo desse homem, ele parecia um cara inteligente e era um amigo leal de Berrr, também arqueou as sobrancelhas, ignorando o pequeno grunhido de Berrr. — Não estou interessada em você de maneira nenhuma, mas tampouco sou uma mulher submissa, não tenho o hábito de abaixar a cabeça. De onde eu venho, é mal educado não olhar a pessoa nos olhos — Shanna hesitou e depois estendeu a mão. — Vamos apertar as mãos como amigos, já que você e Berrr são bons amigos.

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O ruivo sorriu olhando para Berrr, pedindo sua permissão, Berrr assentiu e o homem pegou cuidadosamente a mão pequena e delicada. Não a sacudiu. Sorriu, seu polegar roçou no pulso e nas costas de sua mão. Voltou-se para Berrr com um olhar divertido enquanto a soltava. — Eu gostei, é muito suave. — Vinlotti disparou. — Você não poderia me enviar a Terra para encontrar uma assim para mim? Berrr hesitou. — Seria uma longa viagem. O sorriso desapareceu dos lábios do ruivo e seu rosto ficou sério. — É eu suponho que não. De qualquer maneira nunca posso ficar ausente por muitos dias. — Suspirou. — Só foi uma ideia que tive. — Talvez, se encontrarmos alguma que precise de um lar, creio que isso possa ser de seu agrado. O sorriso retornou às feições do homem. — Quero uma como a sua, com espírito. — Quer que mande Aia a sua casa? Vinlotti negou com a cabeça. — Não quero em minha casa uma mulher que não sabe seguir ordens. Shanna se pôs a rir, chamando a atenção dos homens e encontrando o olhar de Vinlotti. — Então não peça uma humana a Berrr, adoramos quebrar regras e resistir a homens mandões. Vinlotti jogou a cabeça para trás, a gargalhada que se ouviu por toda a sala foi profunda e sonora, depois dele se agarrar ao ombro de Berrr disse.

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— Será um prazer ter uma de vocês em minha casa. Berrr ficarei honrado se mandar uma humana assim. Uma ajudante da casa se adiantou, sorrindo a Vinlotti, discretamente com a cabeça baixa, para acompanhá-lo. — Vartas, se quiser descansar de tão longa viagem, por favor, venha comigo, cuidarei de todas as suas necessidades. O terceiro parecia um urso e Shanna se esforçou em evitar de olhar fixamente o homem mais peludo que já vira na vida. O sujeito só vestia uma espécie de bermuda, estava sem sapatos e sem camisa e onde deveria haver pele só havia um grosso e emaranhado pelo escuro, dos ombros aos tornozelos. Quando falou sua voz sobressaltou Shanna que deu um pequeno pulo. — Hyvin Berrr. — Saudou o homem em voz alta. — Me alegro em vê-lo, velho amigo. — Ssshal, eu também. — No entanto, Berrr não parecia nada contente. — Me alegro de que tenha podido vir a nossa reunião. O outro homem grunhiu baixo. — Ultimamente estamos tendo muitas incursões dos selvagens em nossos domínios e terá que fazer algo a esse respeito. — O homem fez uma pausa. — O que é isto? O corpo inteiro de Berrr ficou rígido contra o de Shanna. — Ela é uma habitante do planeta Terra, uma humana. O outro homem voltou a grunhir. Shanna levantou e os olhou e imediatamente se arrependeu, o sujeito tinha um par de olhos que eram aterradores, negros e pareciam maus, não havia nenhuma emoção, somente, o nada. — Ficarei com isso. Mulher da Terra, me leve aos meus aposentos, se dispa e se prepare que vou montá-la com gosto. 157


A surpresa e o horror percorreram Shanna, o que a fez ofegar e dar um passo atrás, colocando Berrr entre ela e o homem peludo. — Ela nunca, escolha outra ajudante. — Grunhiu Berrr. — Não me honra como hóspede em sua casa? O que aconteceu a sua hospitalidade, Hyvin Berrr? Ela é uma ajudante de casa, não é? — Ela é humana, é diferente de qualquer serva, não está aqui para ser oferecida aos meus convidados. Ssshal grunhiu. — Está me insultando dessa maneira? Como se atreve! — Ssshal — Uma voz profunda grunhiu atrás deles. — Estou certo de que o Hyvin não tem intenção de insultar ninguém aqui. Olhe como é frágil essa criatura alienígena, não é resistente o bastante para satisfazer nossa luxúria, amigo. — A voz soltou uma gargalhada. — Esta pequena criatura se partiria em duas antes que o prazer começasse. Berrr olhou ao seu redor, Shanna jogou uma olhada no último convidado. Era um homem loiro, com cabelos até os ombros, olhos escuros, quase negros, mas não sentiu medo dele, ele não olhava para Shanna enquanto mantinha a mão no ombro de Ssshal. — Zapal é bom vê-lo meu amigo e está certo quanto à humana, ela não é tão resistente como nossas mulheres. Berrr estava tenso, seu corpo se moveu de novo para o lado, ainda mantendo Shanna atrás dele, sua mão a segurava pelo quadril e indicando que continuasse no lugar. — Ofereço minhas ajudantes, mas a humana não está disponível devido a sua frágil constituição física. Um grunhido raivoso saiu de Ssshal. 158


— Então se você não a monta para que ela serve? Ela está em sua casa e sob sua proteção, não é Hyvin? Não montar essa mulher é anormal. Respirando fundo, Berrr grunhiu áspero. — Ela é humana e pertence a uma espécie que aceita só um homem em sua cama, um homem cuidadoso, e eu sou esse homem. — Serei cuidadoso, então. Mande-a aos meus aposentos quero montá-la. Estou muito curioso sobre sua espécie, prometo que não irei machucá-la. Berrr grunhiu, soltando Shanna. — Disse que ela não está disponível por ter um corpo frágil. Seja um bom convidado em minha casa e não me provoque mais. Zapal, o loiro, praticamente agarrou o homem peludo e o arrastou para longe de Berrr. — Nos sentimos honrados em ser seus hóspedes, Hyvin Berrr, principalmente por nos oferecer excelentes ajudantes, todas tão belas e satisfatórias. Olhe como são belas Ssshal. Faça logo sua escolha entre as belas mulheres Zorn sempre temos muito prazer com elas. Shanna observou os homens escolherem duas das ajudantes da casa e se afastarem com elas. Shanna sentiu pena da mulher Zorn morena, tinha um aspecto infeliz, quando foi puxada pelo homem peludo idiota, bruto, um completo animal. Shanna se condoeu pela mulher que teria de se deitar com ele, se o canalha fosse um amante tão bom quanto sua conversa, a coitada iria se dar muito mal. Berrr os observou sair e depois se voltou, abaixando a cabeça para Shanna. — Vou mandá-la para a casa de um de meus filhos, enquanto os hóspedes estiverem aqui, cinco mais chegarão dentro de algumas horas e não acho seguro mantê-la aqui, Shanna. Irá para a casa de Rever, você o conheceu ontem à noite. Rever é muito leal a sua vinculada, não terá nenhum desejo de tocá-la, estará segura sob sua proteção. 159


— Mas... — A decepção de ficar longe dele atingiu-a. — Está me mandando para longe de você. Por que? Repentinamente Berrr a abraçou com força contra o corpo e a olhou intensamente. — Não posso lhe dar a posição de vinculada, pela nossa lei é uma ajudante, posso protegê-la contra qualquer homem que queira machucá-la, mas não posso te proteger ou impedir que meus convidados a toquem. Compreende? — Não tenho o direito de me recusar a ser tocada por eles, mesmo que não me machuquem, ainda não tenho o direito de me recusar, não é? Ele respirou fundo, com as mãos em seus quadris, acariciando. — Não é tão simples. Deve pensar que somos uma espécie muito bruta e selvagem, com leis que insultam as mulheres, mas como ajudante esses homens têm direito de tocar em você, são meus convidados de honra. Tinha esperança de que isso não seria um problema, mas Ssshal vai fazer o possível para me provocar. Não vou colocá-la em risco, Shanna. Ficará segura com Rever. Por favor, confie em mim sobre esse assunto. Ela não queria deixar Berrr. Mesmo Rever sendo de confiança e um bom homem, mas estava apaixonada por Berrr, não queria se afastar dele. Triste, Shanna assentiu com a cabeça, aceitando em ir. — Vou sentir falta de... — Um pensamento horrível passou por sua mente. — Só porque não estarei aqui não significa que vai tocar em outra mulher, não é? — Olhouo nos olhos. — Porque se for assim, não se incomode em ir me buscar quando esses Zorn forem embora. Berrr franziu o cenho e em voz baixa grunhiu. — Sei o que é monogamia e lhe dei minha palavra sobre isso. Essa promessa continua mesmo se não estiver ao meu lado na cama. Dúvida de minha palavra?

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Ele era um homem que estava vinculado a uma mulher que o odiava, mesmo sabendo que ela só queria castigá-lo mantivera a palavra dada. — Confio em sua palavra, Berrr. Sei que é sólida como uma rocha. Seus traços relaxaram em um sorriso. — Sólida como uma rocha? Suponho que isto tenha mais de um significado na Terra? — Espertinho. — Levantou as mãos e acariciou seu peito, desejando poder tocar sua pele no lugar da camisa. — Vou sentir saudades de você. — Mordeu o lábio e sorriu. — Quando chegam os outros hóspedes? — Em algumas horas. — Quer aprender os outros significados da Terra? Ele sorriu. — Sim quero muito. Sei que será divertido aprender. Ela devolveu o sorriso. — Que tal termos uma rapidinha, antes que me mande para longe, heim? Suas sobrancelhas se arquearam. — É algo para se comer? Rindo, Shanna se virou lentamente nos braços de Berrr e o puxou para o corredor. — Bem, você gosta de usar a boca em mim, então acho que poderia considerarme um aperitivo. — Seus olhos abaixaram à parte dianteira de sua calça. — E eu adoro usar minha boca em você. Seu gosto é uma delicia. — Seu olhar subiu. — Quer fazer uma rapidinha comigo, antes de me mandar à casa de seu filho? Berrr grunhiu rouco.

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— Quer que a leve para a cama rápido, certo? — Pode apostar esse seu traseiro bonito que sim. Shanna ofegou, quando ele avançou, agarrou-a pela cintura, levantou e a colocou com cuidado sobre o ombro, segurando-a com a mão quente e enorme sobre o traseiro, chegaram ao quarto. Ela se pôs a rir, relaxando para que fosse mais fácil o acesso à cama, adorando por ele ser tão grande e forte. A porta do quarto se fechou atrás deles e segundos depois, Berrr derrubava Shanna na cama. Seu olhar era faminto e com um puxão, abriu as calças. — Eu gosto das rapidinhas. Tire o vestido e me mostre o que quero ver. Sem hesitar, Shanna se inclinou, agarrou o vestido folgado e o subiu até a cintura, querendo tirá-lo pela cabeça, mas Berrr tinha outras idéias, quando libertou o pênis e se inclinou sobre a cama. Agarrou suas coxas, as abrindo e então afundou o rosto entre elas. Com os polegares, separou os lábios vaginais, e a língua quente e a boca se fecharam sobre seu clitóris. — Me possua! — Exclamou Shanna. Berrr soltou seu clitóris para falar. — Logo. — Sua boca voltou de novo à carne sensível. Shanna gemeu, enterrou as unhas na cama, enquanto Berrr atiçava o seu corpo com os lábios e a língua. Não tinha piedade, chupava-a e lambia, grunhindo alto e então fez algo que a levou até o clímax. Seus dentes rasparam a carne sensível, enquanto também usava a língua. O êxtase rasgou Shanna completamente, se retorcia sob a boca, gritando seu nome e estremecendo os quadris, mas ele a manteve no lugar. Então afastou a boca, grunhindo fortemente e a cama se moveu. Shanna ofegava, enquanto ele ficava sobre ela, Berrr pôs as mãos sob seu traseiro, subindo-a até seus joelhos. Ainda estava se recuperando do gozo, quando ele 162


a penetrou, introduzindo lentamente a ponta grossa do pênis, se enterrando bem fundo, até que seus testículos descansaram sobre seu clitóris. — Shanna. — Ele ofegou. Ela abriu os olhos, Berrr começou a se mover, se retirando e voltando a entrar, ela gritou de novo, sentindo como sua vagina apertada lutava para abrigar o pênis grosso e quente. Suas mãos seguravam sua cintura, para mantê-la no lugar, enquanto ele a penetrava com luxúria. Shanna obrigou seus braços a levantarem o peso de seu corpo, agarrou-se à cama com os dedos, e se moveu de encontro a ele, seus corpos se chocavam em um ritmo constante. O prazer era tão intenso, que estava soluçando quando Berrr mudou o ângulo das investidas. Shanna gritou minutos depois, gozando intensamente, Berrr rugiu logo atrás dela, explodindo de prazer, derramando tudo o que tinha em seu ventre acolhedor. Shanna desabou e Berrr caiu sobre ela, mantendo os corpos entrelaçados e a imobilizando debaixo dele, pôs os braços ao lado do dela, absorvendo a maior parte do peso de seu corpo, para não esmagá-la na cama. Shanna fechou os olhos e sorriu, adorava a sensação de estar presa debaixo de Berrr. A boca quente roçou seu ombro com um beijo e depois a língua riscou uma linha de seu ombro até o pescoço. Fazendo cócegas ao respirar em seu ouvido. Rindo, Shanna abriu os olhos para encontrar seu olhar feliz. — Estou feliz que seja minha, Shanna. A mão dela se moveu para agarrar seus dedos, entrelaçando-os. — Estou feliz por ser sua. Bateram na porta, Shanna se assustou, esperando que alguém entrasse no quarto e a encontrasse presa intimamente em Berrr, ele ainda estava dentro dela, duro e tão quente quanto um cobertor no verão.

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— Não se preocupe, não vão entrar. — Berrr sorriu. — Dei ordens para que nunca entrem sem minha permissão. Então ele se levantou, afastando-se dela. Shanna lamentou a separação de seus corpos, sentia-se quase fundida a ele, como se fossem apenas um. Ela suspirou ainda meio vestida, embora a roupa estivesse amarrotada ao redor da cintura. Sentou-se, baixando o vestido para cobrir-se e viu Berrr subir a calça que não tinha tirado. Parecia sombrio enquanto ia até a porta. Parou e se virou para ver se Shanna estava vestida, antes de abri-la, dando toda atenção à pessoa que os havia interrompido. — Peço desculpas, Hyvin Berrr. — Disse uma voz feminina alta o bastante para que Shanna a ouvisse também. — Ouvi que estava montando a humana e esperei o máximo que pude para não interromper. Berrr parecia irritado. — O que é tão importante para que venha nos interromper? A mulher hesitou. — Chegou uma convidada e está sendo muito desagradável. Tentou entrar em sua casa, mas não deixamos que passasse da entrada principal, está sendo muito brusca e grosseira. Berrr grunhiu negando com a cabeça. — Não estou esperando nenhum convidado a essa hora. Quem é esta mulher? — Diz que é sua vinculada, Hyvin Berrr. Afirma ser Alluwn, a vinculada de Hyvin Berrr. Nunca a vi, vim de muito longe e nenhuma das outras ajudantes conhece a sua vinculada, não estamos certas de sua identidade para confirmar se ela é quem diz ser. Espero ter feito bem, Hyvin. Se insultei sua vinculada, peço desculpas. Shanna mal podia acreditar e viu Berrr empalidecer. Várias emoções se refletiram em seu rosto, mas não disse uma palavra. 164


— Está causando grandes problemas. - Continuou a mulher na porta. - Está exigindo vê-lo agora mesmo, chegou a empurrar e agarrar pelo cabelo quando Yovonl tentou evitar que chegasse aos seus aposentos. Os guardas tiveram que ajudar a segurá-la. Berrr grunhiu, parecia furioso, enquanto se recuperava da emoção. — Irei resolver isso em um instante. — Fechou a porta e se voltou, parecia surpreso e muito zangado. Shanna encontrou seu olhar furioso. — Pensei que ela não vinha mais aqui. Ele grunhiu, mostrando os dentes afiados. — Ela não ficou nessa casa desde que me abandonou. — Suas mãos se fecharam em punhos, seus dedos estavam brancos. — Qualquer que seja a razão pela qual veio, deve ser para me causar problemas e fazer mal. Shanna, não sabia o que dizer. Berrr grunhiu uma vez mais, se dirigindo ao armário, Shanna se sentou na cama, sem saber o que fazer. Ele abriu a porta do armário e saiu de vista, sabia que estava se vestindo. A preocupação se apoderou dela. Será que Alluwn o queria de volta? Seu coração se apertou dolorosamente com a idéia. Como Alluwn poderia obrigar Berrr a aceitá-la de novo e o que seria dela. As leis dos Zorn eram arcaicas e Shanna nem sequer conhecia a maior parte delas. Qualquer lei, que impedisse Berrr de não voltar a casar-se e formar uma nova família, estava definitivamente ultrapassada. Berrr saiu do armário com roupas nas mãos. Parecia ainda mais furioso, quando encontrou os olhos de Shanna. — A mandarei imediatamente ao meu filho Rever, Shanna. Não confio em Alluwn e não quero que ela a veja. Se vista logo, sairá pela porta de trás e irá com uma escolta de segurança.

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Ela não se moveu, apenas ficou encarando Berrr enquanto este vestia outra calça e fechava a camisa, foi quando ele notou que ela não se moveu para fazer o que ele tinha ordenado, franziu o cenho quando seus olhares se encontraram. — Depressa, Shanna. Tenho que tirá-la daqui rapidamente. A dor foi como um punhal sendo torcido em seu coração. — Você a quer de volta? É por isso que está com pressa em me tirar daqui, para que ela não saiba que eu existo? Pensei que tinha terminado com ela, Berrr. Cheguei a pensar que havia algo entre nós. A confusão surgiu em seu rosto. — Não quero Alluwn de volta, mas não quero que saiba de você, Alluwn é cruel e traiçoeira, estou tentando protegê-la, Shanna. Por que questiona o que significa para mim? Sabe qual é a resposta. Agora não é bom momento para discutir ou ser teimosa, Shanna. Tenho que zelar por sua segurança. — Proteger-me do que? Sua ex sabe que tem agora alguém com que compartilhar a vida? Grunhindo e de cenho franzido, falou impaciente. — Falaremos disto mais tarde, agora tem que partir. Confie em mim e não me olhe como se estivesse machucando você. A estou protegendo do perigo. Então Shanna se levantou, afastando seu olhar de Berrr. — Muito bem, vou-me daqui antes que sua esposa me veja. Entendi tudo. Ela foi para o armário, agarrou uma muda de roupas, naquela manhã pedira as novas ajudantes que a acompanhassem nas compras, encontrara algumas calças, sapatos e alguns vestidos. Mesmo que Berrr não quisesse a mulher de volta, a escondendo de Alluwn, não deveria transtorná-la ou fazê-la sentir-se magoada, mas a dor oprimia seu peito vestiu-se rapidamente e pegou algumas peças de roupa para usar depois, quando ela saiu do armário com as roupas no braço, tentou calçar os 166


sapatos, mas Berrr a impediu, pegou-a pelo braço e a obrigou a ir para as portas que davam acesso ao pátio. Sem se rebelar contra a pressa de Berrr, permitiu que a tirasse do quarto. O pátio ficava em uma plataforma a dois metros de altura, dando vista a um bosque dentro dos muros. Berrr pulou facilmente, mas Shanna precisou da ajuda de Berrr para descer. Chegaram rapidamente na parte de trás da casa e ao primeiro guarda. — Leve minha humana para a casa de Argis Rever, já. — Berrr grunhiu, mostrando os dentes ao guarda Zorn. — E a proteja com sua vida, é muito valiosa para mim, ninguém deve tocá-la, e se algo acontecer a ela, sua morte será dolorosa. O guarda empalideceu, mas assentiu, olhos verdes piscaram por um instante com medo. — Será feito, Hyvin Berrr. Eu a protegerei, como se fosse de meu sangue. Berrr soltou Shanna. — Irei vê-la esta noite, quando cumprir com minhas obrigações e então falaremos, não se preocupe, eu não desejo que Alluwn volte a minha vida e estou fazendo isso para a sua segurança. Lutando contra as lágrimas, Shanna abaixou o olhar para o chão. — Sim, senhor. — Por que me chama de senhor? — Berrr grunhiu zangado. Shanna levantou o olhar. — Você controla a todos neste planeta e está tentando isso comigo agora. A boca de Berrr se estreitou. — Não entendo, mas falaremos de tudo isto mais tarde. Ficará a salvo com este guarda, ele a levará para a casa de Rever. Irei ao seu encontro logo que me seja possível. 167


Shanna assentiu com a cabeça, se despedir dele a machucava, então deu atenção ao guarda. — Vamos. O homem assentiu com a cabeça e a segurou pelo braço. Berrr rugiu. — Nunca a toque. Ela é minha. O guarda rapidamente afastou a mão para trás. — Eu só estava oferecendo ajuda a ela. — Ela pode caminhar sozinha. Shanna olhou para Berrr, enquanto ele a olhava fixamente. — Adeus, Berrr. — Estarei com você assim que puder. Ela assentiu com a cabeça e lhe deu as costas. — Claro. O guarda a levou sentiu que era observada, mas se negou a olhar para trás e ver se Berrr ainda a olhava. Doeu quando ele a apressou para que saísse de sua casa. Ele era um homem casado e tinha se esquecido disso. E homens casados sempre escondiam seus segredos sujos e Shanna se sentia como se fosse um desses segredos. Berrr havia dito que se importara com Alluwn no passado, que se negara a renunciar a ela até que não conseguiu mais impedi-la de deixá-lo. Talvez a aceitasse de novo como sua vinculada. A dor queimava no peito dela, diante da idéia de que Berrr ainda estivesse apaixonado pela mulher que lhe tinha dado sete filhos, estando ou não feliz por tê-los. Podia ainda amá-la, depois de tantos anos juntos e agora Alluwn estava de volta. — Sabia que ele era muito bom, para ser verdade. 168


O guarda abriu uma das portas do veículo, ajudando Shanna a subir em seu interior. Ele franziu o cenho. — Disse alguma coisa? Shanna encontrou os brilhantes olhos verdes e piscou para conter as lágrimas. — Você não entenderia, vamos. Leve-me a casa de Rever, por favor.

Capítulo 11 A mulher Zorn de cabelo branco sorria para Shanna através da mesa. — Coma pequena. — Estou sem fome, Ali. — Shanna falou sem entusiasmo. Ali era a ajudante da casa de Rever. — Está triste porque Argis Rever e Brenda não estão em casa? Voltarão esta noite, como lhe disse quando chegou aqui, não esperavam um convidado, mas é muito bem-vinda, Shanna, coma a refeição da manhã. Mal tocou na refeição que preparei ontem à noite. Suspirando fortemente Shanna levantou o garfo e moveu a comida ao redor do prato. — Está uma delicia, Ali. Obrigada. É só que... Não tenho muita fome. — Hyvin Berrr não veio ontem à noite, mas enviou uma mensagem dizendo que virá hoje. 169


A dor atravessou-a. Berrr não veio falar com ela, em seu lugar enviou um mensageiro dizendo que suas reuniões iriam durar mais tempo do que pensava, outro distrito foi atacado e não queria que o esperasse acordada até tão tarde. Quis chorar, mas lutou para conter as lágrimas. O que realmente o mantinha ocupado, as reuniões ou Alluwn? — Eu sou a melhor amiga de Brenda. — Ali disse suave. — Gosto muito dos seres humanos. E você está triste demais. Pode falar comigo sobre qualquer coisa, o que falar aqui, ficará entre nós. Brenda confia em mim, você também pode confiar. Levantando a cabeça encontrou o olhar preocupado da outra mulher, Shanna hesitou. Ali lhe havia dito que Brenda era humana, mas não chegou a conhecer a mulher, Rever decidiu repentinamente levar sua vinculada em uma viagem, queria distraí-la do que aconteceu a Ariel. Brenda estava grávida também e agora Rever e a vinculada estavam preocupados de que ela pudesse ter um parto difícil. Sua viagem fora repentina. — Está assim por Hyvin Berrr? Os homens Zorn são muito diferentes dos homens da Terra, Brenda me contou quase tudo sobre os seres humanos. — A vinculada de Berrr voltou ontem. — Disse Shanna, sem conseguir mais se conter. — Ele me tirou tão rápido de lá. Pensei que ele tinha terminado com ela, mas parece que não, e o que é pior, estou apaixonada por ele. Os olhos de Ali se abriram, enormes. — Ela voltou? Sentindo-se miserável, Shanna assentiu com a cabeça. — Sim. Acho que a cadela está pronta para retornar a vida dele. Sacudindo em negativa a branca cabeça, Ali grunhiu baixo. — Não, pequena. Se Bratha Alluwn veio até o Hyvin Berrr é para fazê-lo se sentir miserável. Essa mulher vive para machucar o nosso Hyvin e o povo Zorn não a suporta.

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— Me tirou da casa pela porta de trás, antes que ela me visse, me empurrou para um dos guardas e prometeu que viria ver-me ontem à noite, mas se esqueceu de mim. Ali inclinou um pouco a cabeça e segurou a mão de Shanna. — Bratha Alluwn é conhecida por sua crueldade em Zorn. Hyvin Berrr estava tentando lhe salvar dela. Encolhendo os ombros, Shanna se obrigou a comer um bocado de comida. Morrer de fome não ajudaria a curar o seu coração quebrado. — Acho que Berrr ainda a ama. — Ninguém ama a seu pior inimigo, pequena. Shanna estreitou os lábios. — Estão vinculados e têm filhos juntos. — Sim, mas o humilhou publicamente e depois o obrigou a se vincular a ela, como castigo. E um castigo muito eficaz, mas injustificado neste caso, obrigar um guerreiro a sofrer este tipo de castigo é uma grande vergonha. Toda a população sabe como é a situação entre eles. Sempre tivemos esperanças de que o Hyvin encontrasse outra mulher Zorn que pudesse desafiar Bratha Alluwn, mas as ajudantes da casa dele deviam ser muito fracas ou muito assustadas para fazê-lo. As ajudantes são as únicas que possuem o direito de desafiar uma vinculada. — Desafiar? — É uma pena que seja humana, pequena e não seja tão grande e forte como nossas mulheres. — Ali se levantou para servir-se de outra bebida antes de voltar a se sentar. — Só uma mulher que está sob a proteção de um guerreiro pode livrá-lo de uma vinculada, desde que tenha a permissão do guerreiro. Essa é a lei Zorn. Shanna mordeu um pouco seu lábio. — Não entendi bem, me explique essa lei. 171


— Se uma vinculada é instável ou incapaz, uma ajudante da casa pode pedir ao guerreiro sua permissão para desafiar o status da vinculada. Se ele estiver de acordo, a ajudante da casa pode desafiar à vinculada para uma luta. É uma lei raramente usada, mas ainda acontece. Podem lutar até a morte ou até que um juiz reconheça à ganhadora, depois a ganhadora tem o direito de ser a vinculada do guerreiro. A luta tem que ser aprovada e presenciada por um juiz e a briga deve ser pública, todos poderão ver que é justa e imparcial. Eu gostaria que Brenda tivesse desafiado à primeira humana vinculada a Rever, mas ela me disse que os seres humanos não brigavam entre si para resolver uma relação. De qualquer forma o assunto foi resolvido. — Estou confusa. Brenda não é vinculada a Rever? Sorrindo Ali começou a lhe contar sobre Brenda e Rever. — Como viu, tudo foi resolvido e agora estão vinculados. — Terminou dizendo. — A primeira humana de Rever agora vive longe daqui, seu guerreiro foi obrigado a afastá-la dos outros homens Zorn. Sinto pena dele. O guerreiro continuará unido a ela, a menos que queira se livrar dela colocando-a perto de outros homens e se ela for estúpida o bastante para voltar a oferecer o corpo outra vez, então ele poderia entregá-la ao guerreiro seguinte, não importando se ele é honrado ou não. Shanna estava espantada. — Então as ajudantes da casa têm o direito de desvincular o guerreiro se conseguirem a permissão dele para fazê-lo? Ali empalideceu. — Não pode estar pensando em fazê-lo Shanna. Bratha Alluwn é uma Zorn e é conhecida por sua crueldade, provém de uma das tribos mais fortes e não é a típica fêmea Zorn. Por isso ela foi considerada perfeita para o Hyvin Berrr e é por isso que todos seus filhos são tão fortes. Ela ganharia e não teria nenhuma misericórdia em lhe perdoar a vida. Não pense sequer em desafiá-la, seria sua morte. — Ali respirou fundo. — Até mesmo se tivesse misericórdia de você, ela poderia lhe mandar para longe, para 172


um lar que ela considerasse conveniente, para um lugar muito ruim. Você não poderia opinar sobre o assunto. Nunca permitirá que entre na casa de Hyvin Berrr e poderia proibi-la de falar com ele. Estes são os costumes Zorn nestas questões. Deve compreender que Bratha Alluwn é uma lutadora nata, que é... — Ouviu-se uma sineta, Ali parou de falar imediatamente e se levantou. — Deve ser Hyvin Berrr. — Ela saiu da cozinha. Shanna caminhou lentamente à sala de estar com pavor. Provavelmente era só outro mensageiro mandando desculpas pouco convincentes de Hyvin Berrr, por que ele a estava evitando. Quando parou no meio da sala, seu olhar se encontrou com um par de olhos azuis. Era Hyvin Berrr vestindo seu uniforme negro e sorrindo, quando a viu abriu os braços. — Shanna. Venha. Ele a abraçou antes que ela se desse conta de que estava correndo para ele, se jogando em seus braços e se agarrando ao seu pescoço, quando ele se inclinou para frente para segurá-la. Seu abraço forte apertava o corpo dela, afundando o rosto em seu pescoço e seu nariz se encheu com a fragrância deliciosamente masculina. Sobressaltou-se com o pouco controle que parecia ter, feliz demais ao vê-lo de novo, obrigou-se a levantar a cabeça. Berrr estava sorrindo. — Senti dolorosamente sua falta, Shanna. — Ele começou a caminhar, seu corpo pressionando forte o dela. — Deveria tê-la acordado ontem à noite. — Hyvin Berrr. Há algo que possa fazer por você? Está com fome? — Ali mantinha os olhos baixos enquanto falava. — Afaste-se dos aposentos dos hóspedes e esteja certa de que ninguém nos incomodará. Meus guardas estão lá fora com instruções de não deixar ninguém se aproximar da casa. Ali saiu do caminho, quando Berrr colocou Shanna no colo e a levou ao quarto onde dormira na noite anterior, ele fechou a porta com a bota e a jogou sobre a cama. 173


Sentou-se, um pouco receosa, ao vê-lo se abaixar e começar a tirar as botas levantou seu rosto, para ver os olhos que a devoravam famintos enquanto grunhia rouco. — Se dispa agora ou vou arrancar suas roupas. Shanna respirou fundo. Algumas de suas perguntas acabaram de ser respondidas. Berrr tirou o uniforme em uma velocidade recorde, quase destruindo as costuras do uniforme. Parecia um homem desesperado por sexo. Shanna achou que ele não tinha passado a noite na cama de Alluwn. Berrr estava agora com ela, jamais estaria ali se estivesse novamente com sua vinculada. Aliviada, começou a tirar a própria camisa e depois a calça, Berrr se apressou em ajudá-la agarrando a calça, estourando com as mãos o fecho e as costuras, jogando por cima do ombro o que restou dela, grunhiu com os olhos fixos em suas coxas. — Se abra para mim agora. — Rugiu. Sem medo nenhum, Shanna se deitou de costas no colchão e abriu as pernas, Berrr a agarrou nas coxas e as abriu mais ainda. A maior parte das mulheres estaria apavorada com o tom áspero e rude de sua voz, mas Shanna sabia que ele não estava zangado. Ele rugiu mais áspero um segundo antes de seus dedos alcançarem e afastarem os lábios vaginais, colocando a boca sobre seu clitóris, chupando-o. Ela fechou os olhos e se segurou na primeira coisa com a qual suas mãos entraram em contato, uma mão agarrou a beirada do colchão e a outra se enredou no edredom. Ela gemeu. — Oh, Berrr. Deus... — Ela gemeu novamente. O polegar dele entrou em sua vagina. Berrr estava chupando, lambendo e atormentando a sua carne sensível com a boca, excitando-a sem piedade, iria fazê-la chegar ao clímax em tempo recorde se ele não fosse mais devagar, desesperada, se retorcia e levantava os quadris contra aquela boca, seu polegar começou a se mover dentro dela, entrando e saindo dela só alguns centímetros em ritmo acelerado. — Berrr! — Ela gritou seu nome quando gozou violentamente, o prazer correndo em todo seu corpo. 174


Ele a soltou, Shanna ofegava por ar, seu corpo em convulsão. A cama se moveu e uma mão enorme a puxou pelos tornozelos, arrastando-a para a beirada do colchão e então foi agarrada pela cintura e virada de barriga para baixo. Os olhos de Shanna se abriram no momento em que seus quadris foram puxados para cima, gritou de surpresa e êxtase quando Berrr a penetrou profundamente em um rápido movimento. — Oh,Berrr! Ele era muito grande e a penetrava com investidas fortes e rápidas, estava imobilizada sobre a cama, não podia se mover. Berrr a mantinha agarrada pelos quadris e se inclinou, querendo diminuir a distância de seus corpos, ofegava em seu pescoço e ombro, deixando-a mais excitada. A dor e o prazer se misturavam nela enquanto Berrr a fodia, os quadris batiam forte contra seu traseiro e a penetrava profundamente, gritou novamente, quando explodiu de prazer pela segunda vez, os músculos de seu corpo enlouqueceram e sua vagina se contraia ao redor do pênis enorme que entrava e saía dela. Sentiu dentes afiados mordendo seu ombro, próximo ao pescoço, ondas de dor percorreram o seu corpo. Shanna estava tão surpresa por ele tê-la mordido que nem sequer conseguiu gritar enquanto ofegava de dor antes que a boca a soltasse. Ele rugiu feroz quando alcançou o clímax, o corpo todo em convulsão, o pênis ainda incrivelmente rígido, bombeava e estremecia enquanto a inundava com seu sêmen. Ainda ofegante. Berrr se moveu aliviando o peso do corpo sobre Shanna, com a mão tocou em seu ombro. Um suave grunhido saiu do homem. — Senhor das Luas, mordi você. Sinto muito, Shanna. Exaurida e com os olhos fechados murmurou. — Não está doendo. Está tudo bem. Berrr cuidadosamente se retirou do interior de seu corpo. — É humana e ainda deve estar se sentindo dolorida, depois do ataque das ajudantes. Tinha que ter sido delicado com você. Peço desculpas.

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Shanna abriu os olhos e virou a cabeça sobre seu ombro, Berrr parecia estar surpreso pela própria reação. — Não estou me queixando, estou? Antes que ele respondesse, ela disse: —Estou bem. Admito que ser mordida é estranho e espero que não faça isso muitas vezes. As mãos de Berrr desceram por seus braços até os quadris. Ela foi levantada e colocada no meio da cama, estava tão relaxada, Berrr se aproximou e se deitou a seu lado e usou um dos braços para apoiar a cabeça dela. Seu olhar era intenso, o cenho franzido e uma careta de desgosto indicava que não estava feliz. — Queria marcá-la, deixar algo meu em seu corpo, acho. Vou tentar nunca mais mordê-la. Eu não rasguei a pele. — Atentamente inspecionou a área ligeiramente inchada e avermelhada, falou zangado — Sua pele ficará machucada durante um tempo. — Está tudo bem. — Ela levantou a mão e acariciou o peito de Berrr. — Bem, parece que sentiu saudades, hein. — Ela levantou o olhar para seu rosto e suspirou. — O que está acontecendo entre você e Alluwn? Ela vai ficar? Você vai me deixar? Tudo terminou entre nós? Não brinque comigo, por favor, Berrr. Preciso saber. O horror desfigurou suas feições enquanto um pequeno grunhido saiu dele. — Você é minha, nunca a deixarei e só está aqui para que fique segura, longe dela. Ontem falei com ela, queria saber a respeito de nossa segunda filha e conhecer Destiny. O alívio percorreu o corpo de Shanna. — Então agora quer bancar a avó, mas depois vai voltar de onde veio, não é? Intranquila diante da hesitação dele, já sabia qual seria sua resposta antes que a dissesse. 176


— Quer ficar aqui até que o médico de alta a Ariel exigiu ficar em minha casa, como é seu direito sendo minha vinculada, quer saber como se desenvolverá a descendência. — Por que não fica na casa de seu filho? Berrr riu, mostrando um sorriso no rosto. — Nunca ficaria na casa de Ral. A casa dele não é grande o bastante para satisfazê-la e não tem o status que quer. Alluwn quer ser a principal em qualquer lar que esteja. Também não seria bom para Ariel passar muito tempo com Alluwn, ela não gosta dos seres humanos, está ressentida por não ser a mulher mais importante na vida de Ral. — Em outras palavras, é uma intrometida e a rainha do drama. — Ele levantou as sobrancelhas. — Confie em mim, imagino como essa criatura é insuportável. Então quanto tempo ficará? Seus enormes ombros encolheram. — Não tenho idéia, Shanna, mas virei lhe visitar todos os dias. — Suas mãos baixaram até o quadril. — Queria ficar aqui com você, mas tenho convidados em minha casa, precisamos conversar e tomar decisões. — Berrr... — Precisa ficar fora do alcance de Alluwn, quero que fique em segurança, mesmo doendo em mim. — Berrr parecia sincero e preocupado. — Estou certo que Alluwn não vai ficar muito tempo. Facilmente se aborrece e estar perto de mim a põe de muito mau humor. — Por que simplesmente não posso ir para casa com você? Posso ficar em seu quarto sem sair para nada, se não quiser que me encontre com ela. — Os olhos de Shanna se entrecerraram estudando de perto as feições, procurando algum indício de traição. — Ela não tem nenhuma razão para ir ao seu quarto, não é? Ele negou com a cabeça novamente parecendo totalmente sincero. 177


— Ela nunca irá ao nosso quarto ou se deitará em nossa cama, Shanna. Mesmo se ela mudasse de opinião e me desejasse, eu não a quero mais. Você é o que quero e preciso. — Então me deixe voltar com você e simplesmente ficar em nosso quarto. As ajudantes da casa podem me levar comida e então poderemos dormir juntos e passar cada minuto livre que tenha. Berrr hesitou. — Você me tenta, mas se estiver sob meu teto, estará à mercê de Alluwn. Legalmente ela é minha vinculada, a fêmea principal de minha casa e você é uma ajudante da casa, são as regras na sociedade Zorn. Ela pode ordenar que faça a sua vontade! Shanna começou a entender a situação. — Foi por isso que me tirou tão depressa de lá, não é? Ela pode me dar ordens? Ele assentiu. — E também pode lhe castigar, ela poderia fazê-la cumprir tarefas perigosas como manda-la fazer as compras sem a proteção dos guardas, a pondo em grave perigo. Não permitirei que ela a use para me atingir. Suspirando, Shanna se aconchegou contra o corpo quente e grande de Berrr. — Espero que Alluwn vá embora logo. Não dormi muito bem a noite passada. — Ela levantou a vista olhando-o fixamente nos olhos. — Como dormiu? Espero que sozinho. — Minhas ajudantes da casa não estão autorizadas a partilhar minha cama. À única mulher que desejo tocar ou se deitar comigo, é você. — Só queria fazer um teste.

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— Agora tenho que ir. Talvez volte tarde esta noite. Tenho que ir a um jantar com vários de meus convidados, estamos planejando um modo mais eficaz de defesa contra os homens selvagens de Zorn, eles estão atacando vários distritos. A tristeza a golpeou. — Não pode ficar mais tempo? — Não, já estou atrasado para uma reunião com alguns dos guerreiros. Estão me esperando, assim que me foi possível, vim vê-la. — Está bem. — Ao menos ele veio me ver, melhor ele do que outro mensageiro avisando que não viria. — Não me importo se chegar tarde da noite, mas venha. — Tem minha promessa. Assentindo, Shanna o soltou e rodou sobre suas costas. — E sempre mantém sua palavra. Um sorriso surgiu em seus belos traços. — Sempre mantenho minhas promessas, Shanna. Observou-o enquanto ele descia da cama e lentamente se vestia ela não levantou da cama, não tinha mentido sobre ter dormido mal, quando Berrr não apareceu, passou a noite se batendo na cama, imaginando Alluwn e ele juntos, então se decidiu a tirar uma sesta. Já vestido, Berrr a olhava com os olhos azuis. — Talvez volte muito tarde, mas virei aqui. — Estarei aqui na cama esperando. — Umedeceu os lábios e com as mãos percorreu seu abdômen e seios, sabendo que ele estava observando cada movimento que fazia. — Se apresse e volte logo para mim. Um suave grunhido saiu de Berrr antes de dar a volta e se afastar caminhando para a porta e a fechando atrás dele. Ela suspirou frustrada e se virou na cama. 179


Apaixonei-me por um maldito líder mundial com uma agenda apertada. Por que não me apaixone por um extraterrestre desempregado que tem todo o tempo do mundo para ficar na cama comigo? Pensou sonolenta. Dormiu algumas horas e quando despertou tudo estava escuro. Sentiu-se um pouco culpada por deixar Ali fazendo todas as tarefas, tomou um banho. Depois de vestir uma calça e uma camisa, seguiu o cheiro delicioso da comida. Ali estava na cozinha quando Shanna a encontrou. — Olá. Ali sorriu. — Parece que Hyvin Berrr se importa muito com você, já que lhe concedeu um tempo de seu ocupado dia para vir vê-la. Estava preocupada sem motivos. Shanna lhe devolveu o sorriso assentindo com a cabeça. — Posso ajudá-la em alguma coisa? Seja lá o que esta cozinhando, o cheiro é delicioso. — Já está pronto. Pode pegar alguns pratos do armário e pôr a mesa. Shanna

e

Ali

compartilharam

uma

refeição

agradável,

conversando

animadamente. A mulher Zorn era uma excelente cozinheira e Shanna comeu duas terrinas com o guisado de carne. Quando terminaram, as duas mulheres entraram na cozinha para lavar os pratos. Shanna se ofereceu para secá-los enquanto Ali os lavava. — Então o que vocês fazem aqui à noite? — Depois de terminar todas as tarefas, Brenda e Argis Rever, iríamos jogar. Brenda nos ensinou vários jogos dos humanos. — Que tipo de... — O som de uma sineta se fez ouvir, interrompendo Shanna. Imediatamente falou empolgada, enquanto se virava. — Pode ser Berrr que chegou mais cedo. — Correu para a porta, mas Ali a segurou pelo braço.

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— Eu abrirei a porta, você é humana e não é seguro. Alguns homens Zorn ficam muito excitados ao ver uma mulher humana. Fique aqui, eu verei quem está à porta. Pode ser que seja Argis Rever e Brenda. Recebi ordens de fechar todas as portas com chave desde que você chegou aqui. Rodando os olhos Shanna assentiu. — Claro. Ela andava impaciente pela cozinha, talvez Berrr pudesse ficar a noite toda com ela, não havia brincado sobre ter dormido mal sem ele. Talvez uma parte dela estivesse um pouco preocupada com o que ele estava fazendo longe dela. Agora que estava certa de que ele não aceitaria Alluwn de volta em sua vida, sabia que tudo seria mil vezes melhor. Um som atraiu sua atenção para a porta, ela pôs um sorriso nos lábios, quando um estranho enorme entrava pela porta. — Você não é Berrr. — Shanna franziu o cenho diante do Zorn e perguntou — Onde está Berrr? O cenho do Zorn se aprofundou. — Me ordenou que viesse aqui para levá-la à casa do Hyvin Berrr. Aliviada Shanna respondeu enquanto sorria. — Maravilha! Ali entrou na cozinha atrás do homem uniformizado dando a Shanna um sorriso. — Foi uma alegria conhecê-la e sempre será bem-vinda a casa de Argis Rever. Tenho certeza de que Brenda ficará decepcionada por não conversar com outra humana. Mas estou certa de que haverá muitas visitas no futuro. Shanna se abraçou à mulher, muito mais alta e maior que ela. — Obrigada por ter me acolhido aqui, foi muito gentil de sua parte Ali. — Deu um passo atrás sorrindo. — Acho que Alluwn se cansou de ser avó muito mais rápido

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que Berrr imaginava. — Piscou-lhe um dos olhos e se virou para o guarda que Berrr tinha mandado. — Vamos. Ele assentiu com a cabeça. — Por aqui, humana. Shanna estava ansiosa e animada. Alluwn não tinha ficado muito tempo. Talvez por ter tantos convidados Zorn na casa de Berrr, tenha se sentido uma intrusa nada bem vinda ou tenha conseguido o que queria e decidiu partir. Shanna não se importava com a razão de sua presença, para ela o mais importante era a volta para a casa de Berrr, tinha mandado buscá-la e com uma escolta de quatro guardas e a colocaram no veículo. A viagem não foi muito longa, o sol já estava se pondo quando chegaram à entrada e um dos guardas a ajudou a descer. Deu-lhe uma sutil inclinação de cabeça e mostrou a casa com o braço. — Está sendo esperada, humana. Ela quase o corrigiu, dizendo que podia usar o seu nome, mas pensou melhor, não sabia muito dos costumes dos Zorn. Era um pouco irritante que a chamassem de humana, mas já a tinham chamado por nomes muito piores em sua vida. Caminhou para a porta principal e a abriu, imediatamente seu olhar percorreu a sala procurando Berrr. Não havia absolutamente ninguém na sala. Suspirou, pensando que talvez não tivesse chegado ainda do seu jantar, dirigiuse para a parte de trás da casa as escuras, esperaria ali por ele, na cama, acenderia a lareira e esperaria até que ele chegasse, entrou em seu quarto iluminado pela tênue luz solar e se dirigiu diretamente à lareira. As toras negras estavam à espera de serem acesas. Enquanto o fogo ganhava vida, Shanna se virou para dar uma olhada no quarto, perguntando-se se tudo voltaria a ser igual à antes. A roupa de cama fora trocada, as ajudantes da casa limparam todo o quarto. Suspirou, esperava que Berrr não chegasse muito tarde. O povo de Zorn precisava de emissoras de televisão. 182


A porta do dormitório se abriu de repente atrás dela, se virou com um sorriso nos lábios, seu sorriso morreu, não era o seu alienígena sarado quem entrava e sim uma mulher que devia medir mais de um e noventa. Tinha cabelos negros que chegava aos ombros e estava vestida com roupa de homem. Shanna a encarou desnorteada. Alluwn parecia zangada, pensou ao ver o par de olhos escuros e furiosos. — Então é a humana pela qual Berrr está tão afeiçoado. — A mulher quase cuspiu as palavras. Suas mãos estavam na cintura da calça de couro, seus olhos se entrecerraram e sua boca endureceu em linha sombria. — É realmente patética. Shanna só disse a única coisa que veio à mente. — Pensei que estivesse longe daqui. Um sorriso frio e cruel transformou a boca da mulher. — Longe? Se fui eu quem ordenou que a trouxessem aqui. Logo ao saber que Berrr estava me humilhando ao se deitar com uma humana, apenas esperei a oportunidade adequada para que nós pudéssemos nos conhecer melhor.

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Capítulo 12 Shanna sabia que estava ferrada. A mulher Zorn era grande e parecia perversa, parecia ser do tipo que "atira e não se dá ao trabalho de saber nomes". Seu corte de cabelo era diferente de qualquer outra mulher Zorn que Shanna tivesse visto e vestia roupa masculina, tentou não entrar em pânico. — É um prazer conhecê-la. — Shanna mentiu descaradamente. — Você deve ser Alluwn. Ouvi muitas coisas a seu respeito. Um grunhido ameaçador saiu da mulher que deu um passo a frente. — Baixe a cabeça diante de mim e me chame por Bratha, criatura insignificante.

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Merda. Pensou Shanna sombriamente enquanto baixava a cabeça, se odiando por fazê-lo, mas assentiu com um movimento de cabeça, fixando o olhar nas botas da mulher, que se pareciam com as de Berrr e de seus homens. A mulher seria lésbica? Shanna ficou atenta e aliviada quando a mulher não se aproximou mais, ficando a certa distância. — O que Berrr vê em você, para mim é um mistério. — Continuou a grunhir enquanto falava. — As humanas são fracas e patéticas. São muito pequenas e uma espécie inútil em meu planeta. Disse a Berrr que deveria mandar todas vocês para longe de Zorn. Meus filhos envenenaram nossa grande linhagem, com criaturas fracas e ignorantes vindas da Terra. Estão destruindo a nossa linhagem, escarnecendo o nosso sacrifício para continuar na liderança do poder. Shanna então se lembrou do que Berrr lhe havia dito. — Você se sacrificou pela linhagem, não é? Os olhos escuros da mulher se arregalaram, parecendo um pouco surpresa pela pergunta de Shanna. Ela franziu o cenho. — Berrr lhe contou algo sobre nossa união? — Disse que seus pais eram de uma família muito importante e que desejavam que você e Berrr combinassem suas linhagens. — Shanna hesitou, não estava certa até que ponto poderia ir antes que a mulher explodisse em um ataque de fúria. Enfurecer uma mulher tão grande e cruel era a última coisa que Shanna queria fazer. Parecia aborrecida e não alguém com quem Shanna queria terminar brigando. — Lamento o que houve. Na Terra a maior parte das pessoas acredita que deve existir amor entre um homem e uma mulher que têm filhos juntos. Isso deve ter sido muito duro para você. — O que? Levantando a vista para vê-la de novo, Shanna assentiu com a cabeça.

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— Alguns casais estão juntos por... Poder. — Shanna não estava certa se Alluwn entenderia se lhe dissesse que por dinheiro. — Às vezes é uma questão cultural, como no caso de vocês, duas famílias organizam a união entre seus filhos. Alluwn inclinou a cabeça um pouco. — É uma fêmea adulta. Estava vinculada na Terra antes de ser levada à força? Sei como chegou aqui e como Berrr a adquiriu. — Estava vinculada a um homem inadequado, ele me batia. — Shanna tentou usar as palavras que Berrr tinha usado para que a mulher a entendesse. Sabia que Alluwn e ela nunca poderiam ser amigas, mas tampouco queria que fossem inimigas. A mulher Zorn era enorme e tão forte quanto Berrr. — Na Terra é permitido terminar uma relação e seguir cada um o seu caminho. Não precisamos da proteção de um homem. Um bufo de escárnio saiu da mulher. — Seus homens são tão fracos como suas mulheres? Shanna levantou a cabeça mais para cima, sem afastar o olhar. — Não somos tão grandes como a sua gente. Para os padrões humanos sou menor que a maioria das mulheres e você seria considerada muito grande em meu planeta, mas não somos uma raça fraca. As mulheres e os homens são considerados iguais. Alluwn a olhou fixamente durante alguns segundos. — Não demonstrou o medo que deveria. Encolhendo os ombros, Shanna suspirou. — Você queria falar comigo já que os homens de Berrr me trouxeram até aqui. — Queria ver o que Berrr achava tão fascinante. — A mulher se moveu, caminhando lentamente para Shanna e então deu uma volta ao redor dela, deixando só alguns centímetros entre elas enquanto seu olhar percorria o seu corpo. — Não é o 186


que esperava. Berrr sempre se sentiu atraído por mulheres de cabelos escuros, como os meus e por corpos vigorosos. Gosta de mulheres que lutam com ele, mas ele quebraria seus ossos ou a machucaria se ele quisesse lutar. — Alluwn parou em frente à Shanna, franzindo o cenho. — Não pense que isso é pessoal, você é só um meio de vingança. Estou impressionada com sua ousadia e coragem, serei mais benevolente com você, humana. Espero esteja viva quando chegarmos ao fim disto. Estremecendo, Shanna recuou, levantando os braços em uma postura defensiva. — O que vai fazer? Acho que Berrr não está em casa, não é? — Está certa. Berrr foi a um jantar com alguns de seus convidados, vão discutir o problema com os selvagens e não estará em casa durante muitas horas, mas para alguns de seus convidados me pediu que fizesse um festim especial. — Alluwn suspirou. — Espero que continue viva. Queria entregar seu cadáver a meu vinculado quando chegasse a casa, mas acho que se ainda conseguir respirar será melhor ainda. Ele sentirá dor ao saber que sofre, já que significa algo para ele. — Merda. — Shanna recuou um pouco mais, tentando se preparar para enfrentar a mulher. Seu olhar, rapidamente, procurando os pontos fracos. Joelhos, garganta e estômago eram os mais acessíveis, seria muito difícil arranhar uma mulher tão alta no rosto, ao menos Shanna podia chutá-la com a força na parte inferior do corpo. — Por favor, não faça isto, Bratha. Você sabe que ele vai ficar furioso e eu não tenho nada a ver com o que aconteceu entre vocês. — Não importa. — Alluwn deixou escapar um estranho assobio e então cinco dos homens de Berrr entraram no quarto. O pânico e o terror se apossaram de Shanna, reconheceu um deles como o homem que tinha ido buscá-la na casa de Rever. Parecia ser ele quem comandava os outros. — De quem recebe ordens? — Shanna o olhou fixamente. — Berrr irá matá-lo se permitir que me machuquem. Sabe disso, não? 187


O homem franziu o cenho, se dirigindo a Alluwn, que não parecia muito satisfeita. — Com todo respeito, Bratha, por favor, não nos de ordens para fazer isto. Ela grunhiu. — O Hyvin não está em casa e vai fazer o que digo e da maneira que eu quiser. O monstro de dentes afiados grunhiu algo que o tradutor não pôde reconhecer. Shanna imaginou que fosse uma maldição Zorn. — Não resista e não ficará muito machucada. Entendeu? Foi uma luta interna não resistir quando o homem se aproximou dela para segurá-la. Sua mão era suave enquanto envolvia firmemente o seu braço. Shanna o olhou, tremendo um pouco, perguntando-se aonde ele a levaria. Seu primeiro pensamento foi que Alluwn e os guerreiros iriam bater nela até matá-la. O guarda parecia contrariado quando seus olhares se encontraram e então lhe deu um suave puxão. — Venha comigo, humana. — Berrr vai matá-los. — Disse Shanna baixinho. — Maldição, sabe muito bem que eles não se dão bem e que ele é uma ameaça maior para você do que ela. — Não lute. — Repetiu em voz baixa. — Não tenho escolha, tenho que seguir as ordens dela quando o Hyvin não está na residência. É a lei. Shanna ficaria contra seis Zorn incluindo Alluwn se ela decidisse lutar. Não tinha nenhuma chance, deixou-se conduzir para fora do quarto e desceram até o vestíbulo, para outro lado da casa, onde nunca tinha estado antes. Passaram por outro corredor e chegaram a um enorme salão. O que viu a aterrorizou. Ao menos nove homens Zorn estavam sentados em uma mesa grande conversando, no grande salão, todos eram estranhos menos um. O único homem que reconheceu fez seu coração gelar quando voltou sua cabeça para olhá-la, os guardas a 188


empurravam para seguir em frente. Shanna olhava para Ssshal e então se obrigou a abaixar o olhar. O peludo lhe dava medo, com seu olhar escuro e frio. Shanna voltou sua cabeça para ver se Alluwn os tinha seguido, a cadela vinha com um sorriso maligno curvando seus lábios. Todos pararam no meio do salão. Alluwn caminhou para adiante, parando a certa distância. — É uma honra para mim apresentar aos convidados de honra do Hyvin, sua última aquisição para ajudante da casa. Ela é uma humana da Terra, é uma raridade em Zorn. Sei que muitos de vocês viram o vídeo da humana sendo montada por um Zorn, meu filho. — Alluwn riu. — Todos terão cópula com ela, como é bem sabido que as fêmeas humanas gostam de copular várias vezes ao dia. Só pedimos que não a matem. O horror invadiu Shanna completamente, enquanto seus olhos se dirigiram aos nove homens na mesa, sabia o que Alluwn tinha preparado para ela e o tipo de vingança, que tinha planejado para Berrr. Shanna ouviu um gemido e percebeu que vinha de sua própria garganta. A cadeira de Ssshal caiu ao chão pela rapidez com que havia levantado. — Eu sou o primeiro. — O peludo sorriu, mostrando os dentes afiados enquanto começava a avançar. — Não! — Gritou Shanna e cravou as unhas na mão do homem que a prendia pelo braço. — Berrr disse que ninguém poderia me tocar além dele. O peludo continuou a avançar. O único indício de que ele tinha escutado as palavras de Shanna foi quando ele se voltou para Alluwn com uma sobrancelha levantada. Alluwn riu e agitou a mão para Shanna, insistindo para o peludo seguisse adiante. O guarda que a segurava grunhiu, mesmo com ela lhe cravando as unhas na pele, não a soltou. — Não resista e sobreviverá a eles. Se lutar acidentalmente podem matá-la enquanto estão montando.

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Esse era seu melhor conselho? Permitir ser violentada por nove gigantes? O terror a dominava tentou se afastar, mas outro guarda de Berrr a agarrou pelos quadris, com seu corpo a impedia de escapar. Em questão de segundos Ssshal estava de frente a ela, percorrendo seu corpo com um olhar lascivo e mãos grandes e cobertas de pêlos chegaram até ela. A reação foi instantânea. Shanna gritou e chutou com toda força o joelho do peludo, viu quando seus olhos se abriam enormes um segundo antes de gritar de dor, saltando para trás. Um grunhido saiu de sua garganta, se inclinou para frente e esfregou o joelho. Ele estava quase nu, só usava bermuda e os pêlos cobriam todo o corpo. — Quer jogar? — Seus olhos escuros se entrecerraram. — Não parece forte o bastante para jogar da maneira que mais me agrada. — Não estou jogando, estou lutando, miserável. — Shanna tentou se soltar dos dois homens que a agarravam. O guarda de trás lhe agarrou o pulso, agora ambos os braços estavam presos. — Hyvin Berrr o avisou de que não sou uma ajudante. Ele não sabe nada sobre o que Alluwn está fazendo e vai ficar furioso se por um dedo em mim. Não quero que me toque, ouviu bem. Não quero, entendeu? Inferno estou dizendo não. Berrr o fará em pedaços, se tentar me tocar. Alluwn se pôs a rir, seus olhos escuros brilhavam com diversão. — Ela é só uma ajudante e Berrr não pode fazer nada a vocês, mesmo se ele quiser ou não. Todos são convidados em sua casa e todos têm o direito de copular com você. Lute se quiser humana, para estes guerreiros é apenas um jogo prévio para a cópula mais fogosa. — Alluwn alegremente juntou as mãos, como uma criança animada com o Natal. — Se Berrr perder o controle e atacar qualquer um dos Vartas em sua casa, romperia as leis de Zorn, será preso e castigado, como qualquer guerreiro Zorn. — Ela se pôs a rir novamente. — E eu terei minha vingança. — É uma desgraçada, Alluwn. — Gritou Shanna, lutando contra as mãos que seguravam seus braços. — Talvez não tenha medo de Berrr, mas e seus filhos? Acha

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que ao saber do que fez ao pai deles e a uma humana, deixarão passar? Eles estão casados com humanas, vão odiá-la tanto quanto Berrr. Alluwn encolheu os ombros, seu sorriso desapareceu algo endureceu seu olhar. — São os filhos de Berrr, o sangue de Berrr, e todos eles compartilham suas fraquezas. — Seu olhar percorreu Shanna e então deu a volta para sair. — Eu não tenho fraquezas. Montem-na. Insisto em que todos se banqueteiem da ajudante, até os guardas presentes. — Ela saiu da sala, falando sobre o ombro enquanto saía. — Como vinculada de Berrr seria um insulto para seu precioso Hyvin que não seguissem minhas ordens. Se refestele com os guerreiros Zorn, humana patética, duvido muito que possa sobreviver a isso. Ssshal se moveu a agarrando pelos quadris, enquanto os guardas soltavam os braços dela. Um grito saiu de sua garganta quando foi levantada e jogada sobre um ombro peludo. Seu estômago bateu forte no ombro largo, o bastante para tirar o ar de seus pulmões, lutou para recuperar o fôlego, aturdida pela surpresa do movimento. — Limpem a mesa. — Grunhiu Ssshal. — Assim poderemos partilhar dela todos juntos. Ssshal se inclinou para frente, imobilizando-a, seu rosto suspenso sobre o dela. Mostrava os dentes afiados, grunhiu. O som de vidros se quebrando, penetrou na menta aterrorizada de Shanna, os homens tinham jogado suas bebidas e pratos da mesa no chão, como o idiota que a tinha presa pelo traseiro, tinha ordenado. Ela ofegou em busca de ar, gritando de novo, enquanto seu corpo era atirado sobre a mesa e o peludo enorme se inclinava. Aterrorizada ficou olhando os rostos ao redor dela, Ssshal agarrou suas pernas pelos tornozelos, seu corpo foi arrastado até a beirada da mesa e a segurou pela cintura. — Vou montá-la humana. O que prefere para cima ou para baixo? Respirando fundo, Shanna olhava o idiota peludo com horror. — Para baixo. — Mentiu. — Me dê espaço para me virar e tirar a calça.

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Ele recuou e no mesmo instante Shanna atacou desferindo um chute violento entre as pernas do desgraçado. Ainda se apoiando a mesa, deu outro chute nas costelas do outro homem que estava ao lado de Ssshal. Shanna gritou outra vez, chutando no estômago outro que tentava dominá-la. Shanna caiu pesadamente no chão, os joelhos bateram com força, uma pontada de dor percorreu suas pernas, mas a ignorou, meteu-se embaixo da mesa, arrastava-se desesperadamente para longe dos estupradores. Alguém grunhiu não se importou quem era só queria escapar. Meteu-se sob uma cadeira e a empurrou com as mãos enquanto se levantava. Pela extremidade do olho viu movimento, correu para uma das portas, tão rápido quanto pôde. Um rugido se ouviu atrás dela, provavelmente era Ssshal expressando sua raiva, mas o som aterrador só a fez correr mais rápido, alcançou a porta principal, passou por cinco guardas, que surpresos não fizeram nada para pará-la. Sem dúvida estava imaginando coisas, eles abriram mais espaço para sua fuga. Estariam ajudando-a a escapar? Não tinha tempo para pensar nisso, ouvia a respiração áspera e pesada, um grunhido raivoso a perseguia. Ela quase escorregou e bateu na parede quando deu a volta na curva do corredor, disparou pelo corredor. Viu várias salas, não tinha idéia de onde estava só queria se salvar, a respiração pesada estava muito próxima, sem pensar olhou para trás, quase gritou quando se deu conta que era Ssshal, só uma passada os separava, seu braço se esticou para agarrá-la. Shanna abriu a boca para gritar, mas em vez disso se chocou contra um corpo duro e enorme. Braços fortes envolveram o corpo dela, levantando-a, fazendo-a girar no ar enquanto o corpo se virava com ela em seus braços, o movimento repentino a fez enjoar. Apavorada levantou a cabeça e viu diante de si o cenho franzido de Vinlotti. O homem de pele escura e de cabelos vermelhos parecia tão surpreso quanto ela ao vê-la correr desesperada para ele, abaixou o olhar e rindo gemeu. — Aonde vai pequena? Isso deve ter doido em você. Alegro-me por tê-la visto logo, tive tempo suficiente de amortecer seu impacto. Poderia estar agora no chão e machucada. 192


Ssshal grunhiu. Shanna voltou à cabeça para ver com horror o peludo idiota. Que grunhindo ferozmente, mostrava os dentes, estava super zangado. — Me entregue isso. Isso fugiu de mim. — Grunhiu Ssshal. Seus olhos negros estavam fixos em Shanna, demonstrando ira. — Vai pagar por ter me enganado e chutado. Outro gemido escapou de Shanna, levantou sua vista para Vinlotti. — Por favor, me ajude. Não deixe que ele me toque. É amigo de Berrr. Alluwn me enganou e me trouxe aqui, quer me entregar a eles, para ser estupr... Montada e você sabe que Berrr não aceitará isso, irá matar a todos. A surpresa fez com que o homem de pele escura empalidecesse. — Nem sequer Bratha Alluwn poderia ser tão cruel. — Ela foi entregue a nós. — Grunhiu Ssshal. — Me entregue isso agora. Pode montá-la depois que eu termine com ela. — O Zorn peludo avançou para frente, estendendo a mão para segurá-la, mas antes que sua mão alcançasse o seu braço, Vinlotti se virou, levantou Shanna bruscamente e a empurrou para o outro lado do corredor. Surpresa pela reação do amigo de Berrr, Shanna se virou ao ouvir um grunhido feroz a suas costas. Com fascinação macabra assistia o que estava acontecendo. Vinlotti estava de costas, só alguns metros os separavam. Estava enfrentando um Ssshal furioso, obstruindo o caminho do idiota até Shanna, o amigo de Berrr a estava protegendo. A colocara em um lugar seguro. Ssshal estava furioso, rugia de raiva e tentou passar por Vinlotti. — Quer realmente fazer isto? — Vinlotti grunhiu as palavras. — Vou lutar pela humana, Ssshal. — Foi entregue aos convidados do Hyvin, deve ser montada. — Ssshal grunhiu uma vez mais, parecia um cão a ponto de atacar. — Não tem direito de interferir.

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O terror de Shanna aumentou quando viu que mais oito Zorn chegaram ao corredor os seguindo, os guardas de Berrr. Vinlotti foi superado em número, havia muitos deles para lutar e Shanna sabia que acabariam por matá-lo se ele continuasse a defendê-la. Estremecendo, Shanna se aproximou e colocou a mão sobre seu ombro. Por mais agonizante que fosse enfrentar o destino que Alluwn lhe tinha preparado, não desejava que o amigo de Berrr morresse. Sua voz tremeu enquanto o tocava. — Vão matá-lo. Obrigada por tentar, mas isto não os impedirá de chegar a mim. Vinlotti nem sequer virou a cabeça para responder. — Fique quieta, humana. Sei o que estou fazendo. Mordendo os lábios, Shanna deixou cair à mão e se afastou do caminho. Vinlotti era tão grande quanto Berrr, maior que os homens que agora enfrentava, mas havia muitos. Não faria diferença se fosse bom de briga, ninguém poderia vencer tantos. Engoliu saliva e se manteve em silêncio. Talvez pensasse que poderia ganhar tempo para Berrr chegar. — Eu a quero primeiro. — Grunhiu Ssshal. — Sai do caminho. — Eu o desafio para ser o primeiro a montá-la. — Gritou Vinlotti. — Posso fazer isso, Ssshal. — Grunhiu áspero, emitindo um som aterrador. — Ela servirá a mim primeiro ou lutarei com você. Estou com ânimo para uma boa briga. Shanna podia ver o rosto de Ssshal. O homem parecia raivoso, mas também um pouco nervoso. Seus olhos negros se entrecerraram, apertou os punhos peludos e então grunhiu, dando as costas, caminhou alguns passos antes de se virar e encarar Vinlotti. — Eu a reclamo em segundo lugar. Shanna não sabia se deveria sentir alívio ou mais terror. Pensava que Vinlotti estava tentando salvá-la, mas estava disposto a brigar só para ser o primeiro a fodê-la?

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O olhar atônito dela se dirigiu para os olhos azuis. Vinlotti piscou um dos olhos e depois lhe estendeu a mão. — Venha comigo, humana. A montarei primeiro e Ssshal depois. Recuando e se pressionando contra a parede, negou com a cabeça freneticamente. — Pensei que fosse amigo de Berrr. Os olhos azuis se entrecerraram, enquanto a olhava com o cenho franzido. — Confie em mim, humana. Segure minha mão e venha comigo até meu quarto. Alguma coisa em seu olhar diminuiu seu pânico e então se aproximou dele com a mão trêmula. A mão dele se apoderou da sua, voltou-se para olhar os outros homens. As pernas de Shanna não queriam obedecer, caminhava aos tropeços, meio arrastada pelo corredor. Vinlotti abriu uma porta e a arrastou para dentro. Shanna se virou para o enorme alienígena, enquanto que se afastava dele. Ele bateu a porta do quarto, fechando-a. — Acalme-se, humana. — Vinlotti se inclinou de costas contra a porta, cruzando os braços sobre o peito, seus olhos azuis brilhando com diversão. — Não tenho nenhuma intenção de montá-la. — Ele disse as palavras baixinho. — Só precisava afastá-la deles, precisamos pensar em um plano. Shanna deixou de recuar fraca pelo alívio. — Obrigada. Eu pensei... — Ela engoliu em seco. — Agradeço por estar me ajudando. O que faremos? Pode me tirar daqui e me mandar para a casa de Rever? Os guardas de Berrr chegaram dizendo que Berrr me queria em casa, mas foi à cadela da Alluwn que os mandou. Ele negou com a cabeça.

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— Foi tudo bem planejado, estarão atentos e Ssshal é malditamente cruel. Ele sabe o quão próximo sou de Berrr e sabe muito bem que Berrr não quer que seja montada por mais ninguém além dele. Ssshal e Alluwn provêm do mesmo distrito, cresceram juntos durante a infância, provavelmente foi ele quem pensou em levar a cabo o plano de vingança de Alluwn, tem ciúmes da posição de Berrr. — Seus olhos a percorreram rapidamente. — Tem muita sorte por eu estar aqui. Berrr achou suspeito quando muitos dos convidados não foram à reunião, estava preocupado com o que estavam fazendo e me mandou atrás deles. Shanna sentiu medo. — Estou surpresa por Ssshal deixá-lo me tirar do meio deles. — Ele sabe que tenho o direito de desafiá-lo se eu quiser montá-la primeiro e não quer lutar comigo. Treinamos juntos e eu sempre ganho a luta, mas ficarão esperando que eu termine com você. — Suspirou se afastando da porta e se dirigiu a uma das janelas. — Berrr não deve demorar a voltar. — Acha que virão atrás de mim? — Shanna cravou os olhos nas costas do homem, que se manteve olhando pela janela. Vilotti deu de ombros. — Não sei. Depende dos outros Vartas que também querem você e de Ssshal que não é nada paciente, não vai sossegar enquanto não a tiver de uma forma ou de outra. — Então vamos fugir daqui. — Não. — Ele se voltou lentamente, seus olhos azuis perambularam sobre o corpo de Shanna dos pés a cabeça e então seus olhares se encontraram. — Ficaremos aqui. Sou um guerreiro Zorn, não fujo de uma luta. Se entrarem nesse quarto, vou lutar e você deve se esconder no banheiro. — Francamente, deve estar brincando, não percebeu que o superam em número e vai acabar morto. 196


O homem encolheu os ombros. — Berrr e eu somos muito próximos e ele faria o mesmo para proteger a minha mulher. — Virou-se de novo para olhar a janela. — Vamos esperar e ver o que acontece. — Você é maluco, não vou esperar de braços cruzados. — Murmurou Shanna, percorrendo com os olhos o cômodo. — Você que espere, eu vou tentar igualar as probabilidades. Vinlotti se voltou com a sobrancelha vermelha arqueada. — O que planeja fazer? Eles só têm duas escolhas, se entrarem vão ter de enfrentar a minha ira ou se acalmam para esperar por Berrr. Não há uma maneira de salvá-la dos planos de Alluwn. As leis são válidas até para um Hyvin e Alluwn a ofereceu para o uso de seus hóspedes. Ele tem que cumprir a palavra dela. Shanna olhou o homem apavorada. — O que? Ele assentiu com a cabeça. — Ela é a vinculada de Berrr e a ofereceu a seus convidados. Ele terá que cumprir a oferta, você é uma ajudante da casa de Berrr, não tem direito de se defender dos homens que estão dentro da casa como convidados de honra, Alluwn foi mais esperta que ele desta vez. — Está me dizendo que Berrr não pode afastar esses homens de mim, então por que me salvou? Um sorriso apareceu em suas feições. — Somos amigos e Berrr apreciará o gesto. Quero que me encontre uma humana. Berrr não faria menos tentando manter segura a minha humana. Ficarei com ele para impedir que os mate, enquanto os outros a montam, não vou deixar que seja preso e banido por matar um hóspede de sua casa. 197


— Suas leis são absurdas. — Shanna se sentiu doente e horrorizada. O homem assentiu com a cabeça. — Concordo, mas leis são leis. Berrr modificou muitas delas, mas não pode irritar o povo, poderia pôr sua família em perigo. Ele escolhe suas batalhas com as leis, infelizmente a forma como os servos são tratados, não é algo que poderá mudar. Nossas mulheres não podem suportar a mais de um homem adulto e durante uma viagem seria impossível levar as nossas servas, precisamos ter acesso às servas da casa de um anfitrião. Sempre foi assim durante milhares de anos. Movendo a cabeça com repugnância, Shanna se dirigiu ao armário, abriu-o, pegou a barra de pendurar roupas, a soltou com um puxão das paredes e agarrou sua nova arma. Não era um taco de beisebol, mas era longa o bastante para manter qualquer um a distância. Seus olhos percorreram o quarto, em busca de outra arma. Vinlotti estava se divertindo enquanto a olhava em silêncio, mas não deu importância, dirigindo-se depois ao banheiro. Sua mente trabalhava freneticamente enquanto abria as gavetas e finalmente encontrou uma faca. Shanna a pegou e saiu do banheiro. Não tinha muitas armas, mesmo assim se sentiu mais confiante. As sobrancelhas de Vinlotti se levantaram, seu sorriso se ampliou quando viu a faca em sua mão. — Vai cortar o meu cabelo? Shanna deu uma olhada na faca com o cenho franzido. — Você corta o cabelo com isto? — E me barbeio também. Maldição, com tanta tecnologia Zorn não tinham inventado um barbeador elétrico? Talvez, naquele planeta, fosse uma coisa masculina cortar o cabelo e se barbear com uma faca afiada, para ver quem tinha bolas maiores. — Para mim é uma arma e não vai querer que lhe corte o cabelo. Não poderia cortar em linha reta se minha vida dependesse disso. 198


— Então quer bater em qualquer um que entre com a barra de pendurar roupas e barbeá-lo também Shanna? — Um tom divertido se ouviu em sua voz. — Não. Quero que bloqueie a porta com o armário, se os desgraçados entrarem e que lhes dê uma surra, enquanto eu arrebento algumas cabeças e arranco as tripas desses miseráveis. — Shanna. — Não importa. Esse é meu plano, até que Berrr chegue em casa. Agora, por favor, arraste o armário para a porta. — Deu seu melhor sorriso. — Por favor, seja bonzinho? Vinlotti encolheu os ombros enormes. — Farei a sua vontade, mas isso não vai adiantar. Ninguém tranca as portas dentro de casa. Qualquer guerreiro em idade adulta pode atravessar as paredes se for necessário. Piscando, Shanna suspirou. — Pelo menos os irá segurá-los um pouco. — Portas e paredes não conseguem manter um guerreiro Zorn longe daquilo que quer. Rolando os olhos, Shanna deu a volta. — São tão modestos. Por favor, bloqueie a porta. Tenho que pensar. O som extremamente alto de madeira sendo arrastada enquanto Vinlotti empurrava o armário através do cômodo, só a distraiu um pouco, precisa pensar em uma maneira de sair desta confusão. Ela caminhava de um lado ao outro, sabendo de que um par de olhos azuis a seguia, enquanto rezava em silêncio para que a única pessoa que chegasse à porta fosse Berrr.

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Capítulo 13 — Então vive com seus irmãos? — Shanna observava o Zorn. — Não há mulheres lá? Isso deve ser difícil. Assentindo, Vinlotti se pôs a rir. — Sempre somos atacados por selvagens, que tentam dominar a região, as mulheres não querem viver em uma zona de guerra, não se importando o quão bem defendida é. — Embora você possua uma casa e família muito poderosa. — É uma vida muito solitária. É por isso que espero que Berrr me encontre uma humana. Ele a resgatou, talvez outras humanas estejam em Zorn sem um homem que as proteja. — Não quero ofender, mas espero que nunca mais aconteça alguma coisa assim. Foi um inferno ser sequestrada por três imbecis, eu nem sequer sabia que 200


existiam outras formas de vida fora de meu planeta, até que despertei em uma jaula dentro de uma espaçonave. Eu... Um rugido ensurdecedor interrompeu Shanna e quase a fez cair da cama. Sua cabeça virou em direção ao som quando algo grande bateu com violência na porta. Assustada Shanna viu o armário ser derrubado e a porta vir abaixo. Berrr irrompeu no quarto furioso, outro rugido dilacerador saiu dele, fazendo Shanna realmente cair no chão. Nunca tinha visto ninguém tão furioso em sua vida. Vinlotti ao contrário, ria enquanto lentamente se punha de pé do outro lado da cama onde estivera sentado na última hora. — Parece ter demorado tempo suficiente. O olhar furioso de Berrr se precipitou para a cama e depois pousou em Shanna. Ele grunhiu quando falou. — Ele a tocou? Incapaz de falar com o nó preso em sua garganta, Shanna negou com a cabeça, sabendo que se assentisse Berrr iria despedaçar o amigo. Todo o corpo dele estava tenso, suas mãos fechadas em punhos, e a dureza com que falava pareciam como se as palavras fossem arrancadas de seu peito. Aproximou-se dela, seu olhar se desprendeu do dela para Vinlotti. — A estava protegendo. — Vinlotti disse baixo. — Agora, se acalme. Eu nunca montaria sua preciosa humana. Berrr respirava fundo, seu peito enorme ofegava, era evidente que estava lutando para controlar seu temperamento. Aproximou-se mais de Shanna e depois se inclinou, lhe estendendo a mão. Estava tão aturdida por ver Berrr completamente descontrolado, pôs sua mão na dele, que a levantou do piso. Em seguida a estreitou contra o peito, seus braços a envolveram com força, moldando seu corpo ao dele. Respirava sobre seu cabelo, esfregando o rosto no alto de sua cabeça, soltou outro grunhido, só que desta vez mais suave.

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— Sua vinculada planejou muito bem, meu amigo. — Vinlotti estava atrás deles, longe de Shanna. — Eu sei. — Berrr soltou a mão de Shanna para percorrer com a sua as costas dela, quase acariciando. — Um de meus homens escapou, me disse o que estava acontecendo e o que Alluwn estava fazendo. — O corpo de Berrr se enrijeceu quase como se estivesse se convertendo em pedra. Shanna levantou a vista para entender por que ficou rígido dessa maneira, mas ele não correspondeu ao seu olhar curioso. Em vez disso, olhava a seu amigo e parecia extremamente furioso. — Só há uma maneira de salvar minha Shanna. — Berrr parecia abatido, percorreu com as mãos suas costas e ombro até segurar seu rosto. O sofrimento era evidente em suas feições e se refletia em seus belos olhos azuis. Ela franziu o cenho, sem saber qual era o seu plano, imaginando que não seria nada agradável. Um pensamento horroroso atravessou sua mente. Berrr a entregaria aos homens para ser estuprada? Nem sequer queria pensar nessa possibilidade. — Entenda, as leis Zorn são claras, Shanna. Se eu lutar contra esses homens, estarei quebrando as leis que jurei defender. — Ele respirou fundo. — A única maneira de protegê-la da vingança de Alluwn é se a entregar a Vinlotti. Ele estremeceu enquanto a abraçava com força. — Ninguém poderá tocá-la se a entregar a ele, não estará mais sob o mando de minha vinculada. Shanna ficou horrorizada, nem em um milhão de anos esperava que ele lhe dissesse isso. — Não fala a sério, não é? Só diremos que está me entregando a ele, mas quando ela for embora poderei voltar para cá, certo? — Seus dedos se cravaram em sua camisa. — Certo Berrr? A mandíbula estava apertada, enquanto afastava o seu olhar para o amigo. 202


— Você seria dele e a única maneira de tê-la de volta, teria de ser com o consentimento dele, assim que Alluwn partisse. Voltando a cabeça, encarou Vinlotti, este parecia tão surpreso quanto Shanna. O Zorn deu um passo atrás e depois ficou imóvel, o espanto e o embaraço modificando suas feições. — Parto amanhã, não posso adiar minha volta, Berrr. Se sua vinculada ficar por mais tempo, terei de levar sua humana a Voltros comigo amanhã. Você sabe que eu sou seu amigo, mas não há forma de poder resistir a essa mulher durante tanto tempo e ambos sabemos disso. Não me peça isto, meu amigo, temo por nossa amizade se acabar me deixando levar pela luxúria. Já foi bastante difícil passar as últimas horas sentindo seu cheiro de fêmea sem tocá-la e se a levo para minha casa, teria que pô-la em meu quarto para manter meus irmãos afastados dela. Shanna negou com a cabeça. — Eu não o desejo e nem quero. Berrr grunhiu. — Essa é a única opção que tenho para salvar minha Shanna. Sei que é um forte guerreiro, estará no controle de seu corpo. Não quero que monte minha mulher. — Não me peça isso, Berrr. — Vinlotti grunhiu, parecendo furioso. — Levá-la para casa comigo é pedir muito, dormir no mesmo quarto com ela por dias e não tocála, impossível. Sou um guerreiro forte, mas também sou um homem com necessidades, é muita tentação. — Espere um minuto. — Shanna levantou a cabeça, de repente, para Berrr. — Tenho uma idéia melhor. Berrr baixou a cabeça para Shanna. — Você não conhece as leis Zorn ou o que está em jogo. Não posso protegê-la de Alluwn. Se lutar para impedir meus convidados de montá-la, serei preso e

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provavelmente condenado à morte. Alluwn também poderia condená-la a morte. Por mais que eu odeie a idéia, sei que Vinlotti não a machucaria e a protegeria. Berrr estava tremendo de fúria, enquanto levantava a cabeça para olhar o seu amigo. — Se subir nela vou matá-lo. — Mostrou os dentes e grunhiu. — Ela é minha. Vinlotti grunhiu de volta. — Então não me peça isso, meu amigo. Aviso agora, que me pede o impossível. Se a levar a minha casa, será só uma questão de tempo antes de perder o controle. — Basta. — Shanna agarrou a camisa de Berrr. — Tenho outra idéia, Berrr. Por favor, me ouça. Berrr entrecerrou os olhos enquanto grunhia. — Não há outra maneira, Shanna. — Sim, há. — Shanna respirou profundamente. — Há outra maneira. Você não precisa compartilhar sua vinculada com outros homens não é? Só às ajudantes da casa? Berrr assentiu, parecia furioso quando seus olhos se encontraram. — Alluwn está a salvo deles infelizmente. Seria melhor se ela pudesse sofrer o destino que deseja para você. Assentindo, Shanna olhou dentro de seus olhos. — Estou pedindo permissão para desafiar Alluwn e ter o direito de ser sua vinculada. Se eu lutar com a cadela e ganhar, ela estará fora de nossas vidas para sempre, serei sua vinculada e ninguém além de você poderá me tocar, certo? A surpresa percorreu as feições de Berrr que negou com a cabeça. — Não, ela a mataria. Você é humana. — Será um combate corpo a corpo ou armas serão permitidas? 204


Berrr tinha o cenho franzido, olhando para Shanna, negando-se a responder a pergunta. — Corpo a corpo. — Disse Vinlotti. — Será necessária a presença de testemunhas para demonstrar que é justa, depois um juiz de nossas leis para aprovar o desafio. Se derrotar Alluwn pode mandá-la para longe, se a deixar viver, então poderá ter o direito de ser a vinculada do Hyvin Berrr se ele a aceitar como vinculada. — Não. — Grunhiu Berrr. — Não haverá nenhum desafio a Alluwn. Shanna o empurrou com força, se afastando dele. Ele a soltou e ela recuou, seu coração doeu. Piscou para conter as lágrimas, dando as costas ao homem que amava, obrigou-se a olhar a Vinlotti enquanto caminhava para ele e afastando-se de Berrr. — Acho que sou toda sua, Vinlotti. — Voltou à cabeça para olhar Berrr. — Irei com ele e se me montar ou não, não será mais problema seu. Não quero ficar com um homem que se preocupa mais com outra mulher além de mim. A fúria era fácil de ler nas feições de Berrr. — Você é tudo o que quero Shanna. Não é por isso que não quero que a desafie. Ela o enfrentou, mantendo distância entre eles. — Então acha que sou muito fraca para brigar com essa cadela, só porque sou humana. Simplesmente não acredita em mim, que eu possa ganhar, não é, Berrr? Atreve-se a me mandar para longe com um de seus amigos, que admite que vai me forçar a ter sexo, não me deixa escolher o que é melhor para minha vida. Eu farei minhas escolhas. Entendeu? Se não deixar-me lutar por minha liberdade ou me tirar desta confusão, não quero vê-lo nunca mais. Terei uma vida com Vinlotti ou com alguém que tenha um pouco de confiança em mim. Berrr realmente se sentia mal, vendo-a tão zangada, mas não podia arriscar a vida da mulher que amava.

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— Alluwn a mataria sem piedade, você é menor e mais fraca. Por favor, não estou insultando o seu orgulho, Shanna. É apenas um fato. — Deixe-me lutar por minha liberdade ou se afaste para sempre de mim, Berrr. Partirei com Vinlotti pela manhã e não quero voltar a vê-lo nunca mais. Recuso-me a estar com alguém que prefere me entregar a outro sem me dar a oportunidade de salvar meu próprio traseiro. Suas mãos estão amarradas. Entendo isso, mas as minhas não. — Berrr grunhiu, levantou as mãos e as olhou, sem conseguir entender a que ela se referia. — É uma metáfora. — Suspirou Shanna. — Sei que suas mãos não estão amarradas, só quis dizer que você não tem escolha, mas eu tenho. Confie em mim quando lhe digo que estou furiosa o bastante para arrancar a pele dessa cadela, não vou perdoá-la pelo plano sórdido de me entregar ao macaco peludo e o grupinho dele. Sei que acha os humanos fracos demais para enfrentar os Zorn, mas enfrentei muito bem as suas ajudantes da casa, até que se juntaram as seis contra mim. Conheço Alluwn e sei que ela é maior e mais forte que qualquer ajudante da casa. Merda. Não vou ser estuprada ou entregue a outro que admite abertamente que vai tentar me foder só porque é um tarado. Seu cenho se aprofundou. — Ela vai lhe matar. — Pelo menos não serei estuprada. Prefiro correr o risco em uma luta, é a única maneira de me defender. — Olhando-o fixamente, Shanna respirou fundo. — Esta é sua única chance de me ter, Berrr. Estou pedindo sua permissão para desafiar Alluwn do modo que suas malditas leis exigem. Vinlotti se aproximou de Shanna. — Ela escapou de Ssshal e se move rapidamente, Berrr. Dê-lhe a oportunidade, se eu fosse uma mulher preferiria lutar a me entregar. Berrr grunhiu, dando as costas, tremia de raiva. E então levantou a cabeça, de repente.

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— Aceito. — Deu a volta e enfrentou Shanna. — É melhor vencer, Shanna. Espero que seja tão forte como já disse que são os humanos. Shanna assentiu com a cabeça, aliviada de que ele estivesse de acordo. — Vou acabar com essa cadela. — As mulheres Zorn brigam sujo. — Avisou Vinlotti tranquilamente. — Será uma luta corpo a corpo, armas não serão permitidas. Essa é a única regra. Ela vai usar os dentes em você, cuidado com a boca. A maioria das mulheres Zorn começa o ataque pelos olhos da outra mulher, podem matar mais facilmente se a outra estiver cega. Shanna voltou à cabeça, olhando para o belo homem de pele escura. O medo da luta que teria contra Alluwn, começava a crescer, mas assentiu. — Obrigada. Vigiar a boca e proteger o rosto. Berrr grunhiu. — Por favor, desista dessa loucura, Shanna. Não quero ter que enterrá-la. A ira retornou e Shanna virou bruscamente a cabeça em sua direção. — Sua falta de fé em mim, está começando a me irritar. Vamos começar logo com isso. O que acontece depois? Berrr parecia enfurecido outra vez enquanto se voltava para a porta. — Procuramos por Alluwn, direi que aceitei seu pedido de desafio, depois vamos a um juiz que tem de estar de acordo com isso. As duas serão levadas até a arena onde se enfrentarão diante do juiz. Berrr saiu furiosamente pela porta. Shanna ficou surpresa e antes que saísse atrás dele, uma mão enorme segurou seu braço, fazendo-a virar a cabeça e olhar para Vinlotti, que parecia nervoso. — Ele está preocupado por colocar sua vida em risco e muito zangado por chegarmos a isto. Eu estaria furioso, se estivesse em sua posição. Somos muito 207


protetores em relação as nossas mulheres, eu estaria louco, se você fosse minha e tivesse de lutar pela vida para permanecer em minha cama. Permitir que nossas mulheres lutem por nós, vai contra tudo o que somos. Os pés de Shanna praticamente corriam para acompanhar o homem, estavam atrás de Berrr que se dirigia ao centro da casa. Berrr não se voltou para saber se o seguiam ou não, sua linguagem corporal indicava que ainda estava furioso. Alluwn estava na cozinha, gritava com uma ajudante que estava preparando o jantar. — Não sei onde estava meu vinculado, quando aceitou uma criatura tão estúpida. — Alluwn grunhia em voz alta. — Agora tenho até que ensinar a preparar uma comida descente para os guerreiros de honra? Eles viajam por longas distâncias para ficar na casa do Hyvin e esperam qualidade nos alimentos que são servidos. É uma... — Alluwn. — Berrr rugiu. — Deixe-a em paz e venha aqui agora. Shanna entrou na cozinha a tempo de ver Alluwn se virar, parecia furiosa. — Nunca me dê ordens dessa maneira. — A mulher sussurrou. Sua atenção se dirigiu a porta, detendo-se em Shanna e Vinlotti, sua ira aumentou visivelmente. — Ela é esperada no quarto de Ssshal. Eu mesma o informarei que pode tê-la agora. — Alluwn tentou passar por Berrr, mas foi agarrada pelo braço. — Não será necessário. Um sorriso curvou a boca da mulher e seus olhos escuros se entrecerraram de contentamento puro. — Não pode proteger a sua humana. Deveria tê-la escondido melhor ao chegar. Terei um grande prazer em vê-lo sofrer sabendo que outros homens vão montar o seu novo brinquedo. — Com um forte puxão a mulher tentou se soltar de Berrr, sem conseguir. A raiva cobriu suas feições. — Ajudante, vá informar a nossos convidados que a humana está na cozinha esperando para ser montada. Vá!

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A ajudante ofegou apavorada e correu para a porta. Assustada quase se chocou com Vinlotti que estava em seu caminho, se esquivou e escapou da cozinha. Shanna não afastou o olhar do casal que se enfrentavam raivosos. Berrr respirou fundo. — Meu brinquedo solicitou uma provocação e eu aceitei. — Berrr grunhiu. — Ela desafia seu lugar como vinculada. Alluwn se pôs a rir. — Seu senso de humor melhorou muito ao longo dos anos, meu vinculado. Berrr grunhiu, soltando seu braço, deu um passo atrás. — Infelizmente, o desafio é real e me deixou sem outra escolha que aceitá-lo, ela prefere uma luta até a morte a ser montada por outros homens. Berrr respirou fundo. — Se a deixar viver, farei o que desejar. — Apertou os dentes, sua voz era áspera como o cascalho, enquanto ia se inclinando. - Farei o que desejar, me ajoelharei diante de você, se quiser me ajoelho diante de meus guerreiros, aceitarei essa vergonha se não a matar, Alluwn. Shanna imediatamente avançou, mesmo sabendo que ele estava fazendo isso para salvar sua vida, mas o fato de ter tão pouca confiança nela a fez se zangar. — Não se atreva. — Disse em voz baixa. — Berrr? Ele voltou à cabeça, seus belos olhos refletiam tanta tristeza quando seus olhares se encontraram. — Ela vai matá-la, Shanna. Não posso suportar a idéia, quanto mais o fato. Inclinar-me diante dela, fere meu orgulho, mas farei qualquer coisa para lhe salvar da morte. Você é mais importante para mim que a vergonha de demonstrar submissão diante de meu povo. Negando com a cabeça, Shanna se aproximou dele, colocando a mão sobre seu peito. 209


— Não quero que faça nenhum trato com ela, está bem? Não sou tão fraca quanto pensa, nunca ouviu que os bons sempre ganham no final? Berrr franziu o cenho, sua mão se curvava ao redor de seu quadril, enquanto olhava para ela. — Esta é outra expressão de seu planeta? — Sim. E significa que vou chutar o traseiro dessa cadela, não faça tratos com o diabo. Ela é o diabo, digo que ela não é uma boa pessoa e tenho muito que ganhar se vencer, acredite um pouco em mim. Vozes alteradas os interromperam enquanto Ssshal e outros quinze homens entraram na cozinha. Shanna virou a cabeça para ver mais homens Zorn, alguns deles, Vartas que ela já tinha conhecido com Berrr. Um deles, o mais velho Zorn que tinha visto, separou-se do grupo franzindo o cenho diante de Berrr enquanto cruzava os braços sobre o peito. — O que está acontecendo aqui, Hyvin Berrr? Berrr sustentou o olhar do homem mais velho. — Minha ajudante humana solicitou uma provocação a Bratha Alluwn, a qual aceitei para lutar contra minha vinculada. Iremos a um juiz para obter a permissão e encontrar testemunhas para que possam lutar Vartas Yatgo. O olhar do ancião rapidamente se dirigiu a Shanna. — Compreende a lei e as regras do desafio? Você é de uma espécie mais fraca e será muito difícil sobreviver a uma luta contra uma mulher Zorn. — Eu compreendi. — Disse Shanna tranquilamente, olhando o velho. Vartas Yatgo olhou fixamente para Shanna, estudando-a antes de voltar sua atenção a Berrr. — Sabe que sou juiz no bosque do Oriente. Dou a permissão para a provocação e as testemunhas estão aqui. — O velho apontou com a mão para todos os outros 210


homens Zorn na cozinha. — Há mais de dez testemunhas para dar fé da imparcialidade do desafio e se certificar do ganhador para o povo de Zorn. — Fez uma pausa. — Tem um bonito jardim na parte de trás de sua casa, com muita luz, a luta será levada a cabo lá. Berrr grunhiu, parecendo menos satisfeito. — Agora? Aqui, em minha casa? O ancião fez um gesto brusco, entrecerrando os olhos enquanto olhava fixamente Alluwn. — Se passou muito tempo desde que alguém desafiou ao seu vinculado para essa honra. — Seu olhar se dirigiu a Shanna. — Espero que saiba o que está fazendo, mulher da Terra, não desejo vê-la morrer hoje. Alluwn grunhiu. — Não é possível que fale a sério, Vartas Yatgo. Ela é uma reles humana e eu sou Bratha Alluwn, vinculada de Hyvin Berrr. Não vou ser insultada desta maneira. O ancião grunhiu, mostrando os dentes, olhando fixamente para Alluwn. — Sou um juiz e concordei. Se desejar renunciar ao direito de sua posição, fale agora para evitar a luta contra a mulher da Terra e a decreto vencedora. — Nunca. — Gritou Alluwn, seu olhar escuro brilhando de ira e se voltou para olhar fixamente Shanna. — Até a morte, humana. Vou matá-la e vou adorar ver Berrr se lamentando sobre seu corpo destroçado. Shanna engoliu em seco, sabendo que a mulher realmente a queria morta. — Pode tentar. — Ela sorriu. Alluwn ofegou enquanto se virava, saindo bruscamente pela outra porta da cozinha.

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— Estou faminta. — Quase grunhiu as palavras. — Vamos resolver isso agora assim terminaremos rapidamente e poderei apreciar o gosto de minha comida enquanto observo o grande Hyvin sofrer a perda de quem tanto queria. A mão que agarrava Shanna pelos quadris a virou para Berrr. Parecia preocupado, zangado e triste. Shanna lhe deu algumas tapinhas sobre o peito. — Vamos acabar logo com isto. Os homens já estavam seguindo Alluwn e algumas das ajudantes da casa surgiram correndo atrás dos homens. Berrr olhou Shanna e então com sua mão livre tomou o rosto, olhando profundamente dentro de seus olhos enquanto quase roçava seu nariz no dela. — Não morra Shanna. Lute sujo, não espere que ela ataque seu rosto. — Berrr fez uma pausa. — Ela será rápida, mas você deve sê-lo mais, ela tende a bater com o braço direito. Eu a ensinei a lutar quando estive vinculado a ela. — Obrigada pelo aviso. — Assustada, mas sabendo que não havia outra opção, Shanna deu um passo atrás, obrigando Berrr a soltá-la. — Vamos. Berrr grunhiu e deu a volta se afastando, lhe dando as costas quando ele começou a caminhar, deixando que Shanna o seguisse de perto. Ela sentiu um pouco de pânico e espanto com cada passo que davam atravessando a casa enorme até o pátio. Iria lutar contra uma mulher Zorn arrogante e cruel, que tinha oferecido Shanna a um punhado de homens, como se fosse uma prostituta. Esse pensamento a enfureceu imediatamente e seguiu caminhando decidida a chutar a bunda da cadela. Berrr era o homem de Shanna e a ideia de que outra mulher tentasse machucá-lo, era combustível que fazia sua raiva crescer. O jardim era muito bonito, com uma grande variedade de flores púrpuras e vermelhas. Havia uma grande área coberta de heras, onde as testemunhas se acomodaram, querendo o melhor lugar para apreciar a luta. Toda a área estava bem iluminada por luzes brancas, parecia quase dia, não teria problemas em ver sua oponente. Ela respirou profundamente, tentando se preparar mentalmente, 212


imaginando que seria só outra luta de kickboxing, como tinha feito tantas vezes nos últimos anos, enquanto treinava e se mantinha em forma. A maior parte de seus instrutores tinham sido homens muito maiores que ela, deliberadamente só treinava com os homens, eram oponentes mais fortes, a deixava sempre mais preparada. Sua atenção se concentrou em Alluwn, que alongava seu corpo, se preparando e Shanna engoliu em seco. Não, essa mulher era maior que os homens com quem geralmente treinava. Esta luta não era um jogo, um exercício ou uma sessão de treinamento. Aquilo seria brutal e a mulher Zorn tinha dito que queria sua morte. Ela desviou o olhar para Berrr que estava de pé afastado dos homens, que lhe devolveu o olhar, com as mãos fechadas em punhos. Parecia mais furioso e preocupado. Como ela. Mas não ia admiti-lo, forçou-se a sorrir. Era uma loucura, não estava mais na Terra e não seria prostituída para a satisfação da vinculada de Berrr. Mas iria ganhar o direito de ser a vinculada dele. Enquanto o fitava, deixou que seu amor por ele inundasse seus pensamentos. Era digna de brigar por ele, iria permanecer a seu lado, não seria entregue a Vinlotti. Uma nova possibilidade se abriu em sua mente. Como vinculada de Berrr posso ter filhos. Mordendo o lábio, deixou que essa possibilidade a enchesse com imagens mentais. Ela sempre quis ter filhos, sabia que Berrr os queria, ao menos um bebê a mais, e então sua atenção se focou em Alluwn. Aí está à cadela que se interpõe no caminho de minha felicidade. Shanna inspirou e expirou algumas vezes, fazendo exercícios de aquecimento, preparando-se para a luta. Fixou-se em Alluwn, a mulher que desejava sua morte, que a tinha entregado a nove homens para ser violentada, quatorze se contasse os guardas que a cadela tinha oferecido por cima do ombro enquanto deixava o salão. Shanna, nesse momento só tinha uma certeza. — Cadela, você vai cair. — Ela sussurrou, com a esperança de que ao dizê-lo em voz alta ajudasse. Vartas Yatgo se moveu para o centro do campo, examinando cada uma das mulheres e depois juntou as mãos. 213


— Como juiz, declaro que não há regras e armas não serão permitidas. Lutarão até a morte a menos que a vencedora mostre misericórdia. — O homem deu toda sua atenção a Shanna. — É da Terra, deixe-me explicar alguns de nossos costumes que talvez não saiba. Se o perdedor sobreviver será imediatamente retirado da casa de Hyvin Berrr, a vencedora decidirá para onde será enviada a perdedora, e não haverá discussão sobre isso. — Shanna captou a mensagem, "você será a perdedora", enquanto a olhava. O homem tampouco acreditava que podia ganhar. Isso a fez esquentar um pouco mais a raiva. Os Zorn realmente pensavam que os humanos eram patéticos. — Se chegar a ganhar então irá imediatamente depois da luta para diante do Hyvin e pedirá sua permissão para se vincular a ele. Ele poderá aceitar ou não. Se não a quiser, continuará sendo sua ajudante. As regras são claras, compreendeu? Shanna assentiu. — Perfeitamente. — Seu olhar se dirigiu a Berrr, continuava muito zangado e preocupado, desviou seu olhar de novo para o ancião Zorn. — Obrigada. Vartas Yatgo assentiu com a cabeça. — Comecemos. A luta continuará até que uma de vocês não se levante ou respire pela última vez. — Então se virou e se afastou até os outros espectadores. Que comece o jogo, Shanna pensou, caminhou para o centro do campo enquanto uma Alluwn furiosa veio do outro lado. Shanna se obrigou a manter a calma, sabendo que se entrasse em pânico não poderia pensar ou reagir com rapidez. Precisava pôr toda sua atenção na mulher que avançava. Pôs seus braços para o alto, bloqueando o rosto, Shanna manteve sua atenção fixa ao menor movimento de Alluwn. De repente a mulher se lançou para Shanna, com uma mescla de grunhido e grito saiu de sua garganta. Shanna reagiu imediatamente, agachando-se e esquivando sua cabeça, em seguida levantou o joelho com força enquanto acertava o flanco de Alluwn, agarrando sua camisa para imobilizar um possível golpe. A dor disparou na perna e no joelho de Shanna com o contato brutal com a cintura da mulher.

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Alluwn grunhiu, dobrando-se, Shanna não hesitou em soltá-la com um braço, levantando-o e arremessando o cotovelo na parte de atrás da cabeça da mulher. Virou-se então, soltando completamente Alluwn e ficando atrás dela. Não pensou, simplesmente deixou que seu treinamento fluísse, sem as regras do jogo limpo para esta ocasião, chutou com toda a força o traseiro da cadela, enquanto ela se encontrava dobrada. Alluwn caiu de cara no chão, pela primeira vez na vida. Shanna ficou imóvel, olhando a mulher Zorn, esperava que Alluwn não se levantasse. — Acabe com ela. — Grunhiu Berrr. — Não deixe que se levante. Esperar foi um erro, Alluwn grunhiu e se levantou. Seu olhar brilhante e cheio de ódio, dizia tudo. Shanna sabia que devia ter seguido o conselho de Berrr enquanto a mulher ficava de pé, cuspindo grama enquanto avançava para Shanna de novo. Agachando-se rapidamente evitou um murro, mas uma parte do punho alcançou o ombro de Shanna, mandando-a cambaleante para trás. Shanna se recuperou o suficiente para agarrar a mulher pela camiseta, enquanto Alluwn de frente, passou os braços ao redor dela em um abraço de urso. Enquanto Alluwn a sacudia com força, Shanna tentou se soltar, conseguiu levantar o joelho e acertar a virilha da mulher com força. Um grito estrangulado saiu da mulher enorme um segundo antes de soltar Shanna, tropeçando para trás e caindo de bunda no chão. Suas duas mãos foram ao sexo, agarrando-se a ele, Shanna sabia que isso doía muito, sabia, porque lhe tinham dado uma joelhada uma vez. Shanna tocou seu ombro dolorido, sentindo algo úmido, tentou não fazer uma careta pela dor ardente. Olhou para baixo e se deu conta de que Alluwn não só lhe tinha dado um murro, como também cravara as unhas em sua pele. O sangue corria por seu braço e pelo ombro. Não poderia dizer se estava muito ferida, mas sua camisa estava cheia de sangue. — Acabe com ela. — Rugiu Berrr. Shanna soltou seu ombro, fazendo-o girar para saber se ainda era capaz de movimento, e se sentiu agradecida, mesmo doendo, ainda tinha movimento no braço. Sua atenção se dirigiu a mulher sentada sobre a grama e decidiu que não queria ser 215


acertada por Alluwn de novo. Se a mulher somente a tivesse golpeado, sem arrancar sangue, ela talvez pudesse relevar, mas agora não tinha mais escolha, iria revidar com tudo. O velho Zorn lhe disse que a luta só acabaria quando deixasse de respirar ou se não pudesse mais se levantar do chão. Shanna rodeou Alluwn, que ainda estava em seu próprio mundo nebuloso de dor e se colocou atrás dela. Shanna foi rápida, imaginando que a mulher poderia se recuperar logo, saltou sobre as costas de Alluwn, colocando um braço ao redor da garganta da mulher e usou o outro braço como apoio, envolveu as pernas ao redor da cintura da mulher. Respirou fundo, então apertou seu braço para cortar o fornecimento de ar da outra mulher. O braço de Alluwn se levantou e Shanna foi capaz de empurrá-la de barriga para baixo, bem a tempo de evitar o tremendo golpe que ia a sua direção. A mulher Zorn entrou em pânico em segundos, Shanna podia senti-lo pela maneira como a mulher começou a enlouquecer, seu corpo se sacudia. — Não vou matá-la, não precisa mais lutar. — Shanna lhe disse ao ouvido. — Não vai morrer, só vai ficar inconsciente, fora de combate. Alluwn não escutava. A mulher cravou as unhas no braço de Shanna, fazendo-a estremecer de dor enquanto se enterravam na pele de seu antebraço. Shanna não a soltou, Alluwn fazia girar o corpo para os lados, para colocar Shanna debaixo dela. A dor percorreu a perna de Shanna quando bateu no quadril de Alluwn, mas não a soltou. Manteve a pressão férrea na garganta da mulher, mesmo quando Alluwn rodou novamente sobre suas costas, quase a esmagando com o corpo enorme e pesado. Não podia respirar, mas Alluwn tampouco podia. Shanna aumentou a pressão, até que a mulher Zorn deixou de lutar e seu corpo foi relaxando aos poucos. Shanna esperou uns segundos mais, seus pulmões ardiam por falta de ar, até que se deu conta que a Zorn não estava fingindo. Shanna soltou a garganta da mulher e soltou as pernas de seu corpo e usou suas pernas contra o chão para empurrar o peso morto da mulher inconsciente. Shanna respirou aliviada e se levantou. Inclinouse, olhando para o peito da mulher para ter certeza de que ainda respirava, se endireitou para olhar Vartas Yatgo.

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— Ela no chão e inconsciente. Venci certo? O ancião parecia surpreso. Entretanto assentiu com a cabeça. — Ganhou, mas nunca vi uma luta como esta, uma mulher estrangular a outra. — É um movimento de luta livre e é muito eficaz. Berrr começou a caminhar para Shanna, mas Vartas Yatgo levantou a mão, Berrr não se moveu e continuava sem tirar os olhos de Shanna. Ela franziu o cenho enquanto olhava de novo o ancião Zorn. — Venceu a provocação de uma maneira estranha, mas não usou armas e Alluwn permanece no chão. Agora pode se aproximar de Hyvin Berrr e se inclinar diante dele para lhe perguntar se ele a aceita como vinculada. — Inclinar-me? — Shanna franziu o cenho. — É um costume Zorn, uma mulher deve se colocar em suas mãos e joelhos diante do homem. Segurando a língua para não mandar os costumes Zorn para o inferno, Shanna assentiu com a cabeça e se voltou para Berrr. Ele estava de cenho franzido quando seus olhares se encontraram. Sua atenção se dirigiu ao seu ombro e o braço em que Alluwn tinha arranhado-a. Shanna começou a caminhar lentamente para ele e resistiu em olhar os ferimentos, esperava que não estivesse sangrando muito. As mãos de Berrr estavam de punho fechado, quando parou a alguns metros dele, levantou a vista para ver se suas feições mostravam irritação. O nervosismo a intimidou. O que farei se ele não quiser se vincular a mim? Vou matá-lo sem dúvida alguma. Pensou enquanto lentamente se abaixava para se colocar de quatro no chão, nunca afastando sua vista dele. Berrr não se moveu absolutamente, só seu peito subia e descia. Shanna queria gritar diante da ironia deste momento. Nunca pensei que me inclinaria diante de um homem, havia dito a Berrr que nunca o faria e aqui estava ela, fazendo exatamente o

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que jurara nunca fazer. Se eu não o amasse tanto, jamais me submeteria a isso, mas o amo. Pensou, seus olhos se encontraram. — Estou pedindo para ser sua vinculada. — Disse Shanna. — Não conheço as palavras oficiais, mas... — A aceito como minha vinculada. — Grunhiu Berrr, repentinamente se movendo enquanto se inclinava e a levantava pelos braços, com muito cuidado, ajudando-a a ficar de pé, a abraçou contra peito e então a levantou em seus braços. — Que alguém traga um curador agora. — Só está inconsciente. — Murmurou Shanna. — Não a matei. Ela é a mãe de seus filhos pelo amor de Deus. Eu não poderia... Berrr grunhiu. — Quero um curador para você. Shanna relaxou em seus braços, com um sorriso curvando os lábios. Uma risada masculina se ouviu atrás de Berrr. Vinlotti deu algumas tapinhas nas costas do amigo. — Estou contente por ela ter ganhado, meu amigo. Agora se lembre de que eu a protegi até sua chegada na casa. Berrr voltou à cabeça, olhando fixamente o seu amigo. — Prometo que a primeira humana trazida pelos Collis e encontrada em Zorn será sua. — Eu quero uma como ela. Berrr voltou à cabeça, olhando fixamente os olhos de Shanna. — Não há nenhuma igual a minha Shanna, mas farei com que ao menos seja digna de você, meu amigo. O coração de Shanna se derreteu de novo. Céus, eu adoro o meu alienígena. 218


— Berrr. — Uma mulher grunhiu as palavras. — Ordena que me soltem para que possa matá-la. Shanna voltou à cabeça. Alluwn estava acordada e nas mãos de dois guardas de Berrr. A mulher parecia furiosa enquanto olhava para Berrr, ignorando totalmente Shanna e as outras pessoas que os rodeavam. — Será mandada a Arlion. — Berrr a fulminou com o olhar. — É muito mais do que merece, mas é a mãe de meus filhos. Eles a tratarão bem. — Desviou o olhar para Shanna. — É aonde as mulheres instáveis são mandadas, ficará muito longe de nós e permanecerá lá o resto de sua vida. — Não faça isto, Berrr. — Grunhiu Alluwn. — Se escolher a humana acima de mim, tenha a certeza que irá sofrer muito. Seus filhos pagarão um preço alto se você fizer isto. — Eles compreenderão e se desejarem vê-la, poderão fazê-lo. — Berrr deu a volta, levando Shanna para dentro da casa. — Levem Alluwn agora. — Berrr! — Gritou a mulher. — Você vai sofrer por isso! Berrr continuou caminhando. — Já estou ao machucar a minha Shanna. Nunca mais quero lhe ver, Alluwn. Não vai mais machucar ninguém para onde vai.

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Capítulo 14 Shanna sorria para Berrr. — Disse que estou bem. A curadora Zorn, Ahhu, assentiu. Ela tinha enfaixado o ombro e limpado os arranhões do braço, deu-lhe algo para a dor. — Os arranhões provocados pelas unhas de Alluwn sangraram muito, mas a humana não precisa de cirurgia e o inchaço é a consequência da luta. Os hematomas logo desaparecerão nada está quebrado. — A mulher pôs suas coisas dentro da bolsa. — Ela só precisa descansar. — Ela inclinou a cabeça e se afastou da cama de Berrr, saindo rapidamente do quarto. Com o olhar em Berrr, Shanna se levantou lentamente, se sentando na cama de frente a ele.

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— Não fique assim. Ganhei. Alluwn não poderá mais nos prejudicar e estamos vinculados. — Sorriu. — Bem, estou curiosa, teremos uma cerimônia ou algo assim? Não tenho que fazer nada realmente estranho, não é? — Poderia estar morta, nesse momento. Alluwn a subestimou e não a atacou realmente porque achava que dando alguns golpes a venceria facilmente, estava brincando. Tem idéia da sorte que teve? Mandei acabar com ela quando a derrubou pela primeira vez, mas me ignorou e acabou permitindo que a machucasse seriamente no ombro e no braço. Se ela tivesse batido mais forte em você, estaria agora lhe enterrando. Ele ainda estava muito irritado e zangado, Shanna sabia que estivera com sorte. Não precisava que lhe dissesse o óbvio, mas Berrr não ia deixar aquilo passar com facilidade. Ela se moveu na cama, ficando de joelhos, com o olhar fixo em Berrr enquanto lentamente tirava a camisa pela cabeça, jogou-a ao chão e começou a abrir a calça. O olhar de Berrr desceu aos seios nus. — O que está fazendo? — Promovendo uma pequena distração. — Ela se moveu sobre a cama, para baixar a calça no processo, acabando por tirá-la. De pé e completamente nua, girou o corpo e se estendeu de quatro sobre o colchão. Shanna voltou à cabeça para olhar por cima do ombro. — E então está funcionando? Um suave grunhido saiu de Berrr, toda sua atenção concentrada no traseiro nu e levantado. Ele se moveu, agarrando a camisa, começou a arrancá-la, ela o observava enquanto ele expunha a musculatura dos braços e do peito, seu olhar se deslumbrando com cada centímetro revelado. O homem era simplesmente perfeito. Quase rasgou a frente da calça, libertando o pênis duro e ereto. Ele não se incomodou em tirar botas ou a calça no caminho. Avançou os poucos centímetros que os separavam, alcançando com as mãos seus quadris, mas parou centímetros antes de tocá-la. — Está ferida. 221


— Não é grande coisa. Estou mais ansiosa por você. — Então se deite na cama, de barriga para cima e separe as pernas. Shanna rodou sobre a cama até ficar de barriga para cima, tentando ficar mais no centro do colchão, mas as mãos quentes de Berrr a agarraram pelos quadris, arrastando seu traseiro até a beirada da cama. Olhou-o, surpresa, esperava que se unisse a ela na cama em vez de puxar seu corpo para onde estava de pé, de repente, caiu de joelhos enquanto as mãos libertavam seus quadris para agarrar as coxas, abrindo-as mais ainda e expondo sua vagina para ele. — Não há cerimônia para a vinculação. — Berrr se inclinou para frente, girando a cabeça para beijar a parte interna da coxa. Abriu a boca, deixando que sua língua riscasse a pele para cima. — Só uma mulher vinculada pode abrigar a semente de seu guerreiro em seu corpo. Foi minha desde a primeira vez em que a montei, Shanna. Agora só é oficial. Berrr levantou as pernas de Shanna, colocando-as sobre seus ombros para que se apoiasse em suas costas quando se aproximou mais dela, sua boca tão perto do clitóris que podia sentir sua respiração quente. O coração dela começou a bater mais forte, imaginando o que ia fazer a seu corpo. — Não haverá mais brigas para a minha mulher. — Disse Berrr decidido, levantando o olhar para se encontrar com o dela. — Prometa que nunca mais terei que me preocupar com lutas e desafios. — Ouça nada disto foi minha culpa. Eu não pedi para ser atacada por suas ajudantes e não pedi que Alluwn tentasse me usar para se vingar de você, não me restou outra opção que lutar com ela. — Quero sua promessa de que não vai mais lutar. — Não posso prometer isso. O que acontece se...? Berrr baixou o rosto, suas mãos deslizaram sobre o interior das coxas, mantendo-as bem abertas, com os dedos, abriu seus lábios vaginais. Sua boca baixou, 222


se abrindo e começou a lamber o clitóris. O prazer a nocauteou imediatamente com a maravilhosa sensação da língua espessa, úmida lambendo a carne sensível. Os dedos dela se agarraram as cobertas. — Isso é tão bom. Mas se pensa que pode me induzir a fazer essa promessa... — Um gemido saiu dela, cortando as palavras, Berrr empurrou o dedo dentro da vagina, com os lábios fechados sobre seu clitóris, chupando, enquanto a língua grossa deslizava, entrando e saindo através da pele sensível presa a boca. — Oh, meu Deus! Berrr grunhiu a vibração de sua boca contra o clitóris. Shanna arqueou as costas e gemeu mais alto. Seus dedos se agarrando nas cobertas, as soltando e depois agarrando de novo. O homem era incrível, a boca e os dedos estavam dentro dela, tocando seu ponto mais sensível. O prazer a invadiu, impossível pensar. Empurrou os quadris, movendo-se em sintonia com o movimento dos dedos, gemendo alucinadamente. — Eu não vou aguentar. — Ela ofegou. — É tão... Bom... Maravilhoso... Ele grunhiu alto, vibrando mais forte, sua língua deslizava para cima e para baixo no clitóris inchado, o êxtase a inundava até não estar certa de poder suportar. O prazer se tornou quase dor, as sensações eram fortes e intensas, mas Berrr a mantinha presa em seu lugar com as mãos fortes, se fazendo omisso da pressão no lado da cabeça, enquanto Shanna tentava fechar as coxas para que a soltasse. — Berrr, por favor, não posso mais suportar. — Ela gemeu, retorcendo-se sobre o edredom, nem sequer tomava cuidado com o ombro ferido. — Deus O clímax foi intenso quando se precipitou dentro dela. Seus músculos vaginais internos começaram a ter espasmos em torno dos dedos, seu gozo inundou sua vagina com umidade quente, um grito dilacerador saiu de seus lábios. Berrr soltou seu clitóris da boca, levantando a cabeça. Shanna se obrigou a abrir os olhos, segundos mais tarde, quando conseguiu se recuperar o bastante para ver Berrr ainda a prendendo, com os dedos dentro dela, estava imóvel. Ela o olhou nos olhos. 223


— Prometa minha Shanna. Se não o fizer vou continuar com isto até que implore para parar. A amarrarei em minha cama se for necessário, com as pernas abertas, até que jure o que quero. Arqueando a sobrancelha, Shanna não pôde conter a risada. — Acha que isso é uma ameaça? Doçura, eu não sou Zorn. Eu adoro ter múltiplos orgasmos. Se quiser me fazer gozar uma dúzia de vezes, é algo que eu adoraria que fizesse. — Sorriu extasiada. — Amarre-me e lamba até morte. Pode começar. Os olhos de Berrr se entrecerraram, não parecia muito divertido com seu atrevimento. — Diz isso agora, mas imagine o quão sensível ficaria. — Imagine o quão forte viria e com que frequência. — Shanna piscou um dos olhos, sabendo que o estava desafiando, mas estava excitada demais com a idéia. Não se importaria que Berrr a lambesse e chupasse o resto de sua vida. — Adorei sua ameaça, mas da melhor maneira. A diversão suavizou seus olhos e os lábios, que se curvaram um pouco para cima. — Estou falando a sério, minha Shanna. — Eu também. — Piscou um dos olhos. Uma risada escapou de Berrr, enquanto se levantava lentamente, seu pênis proeminente excitado se sobressaía. O olhar dela desceu para ver essa parte de sua anatomia, lambeu os lábios, sentou-se e pôs as mãos sobre a parte inferior do abdômen de Berrr, empurrando-o um pouco para trás. Berrr deu um passo atrás, quase tropeçando com a calça nos tornozelos. Shanna acariciou a pele, gostando da sensação da carne suave de músculos tensos. Uma de suas mãos desceu para acariciar as bolas pesadas. Adorava a textura acetinada e o peso delas. Sua outra mão acariciou a parte inferior do pênis, tocando a 224


união da pele suave sobre um longo, grosso e incrivelmente rígido. Este homem mesmo em sua personalidade, seu sexo atraiu sua admiração pela forma suave e tão dura quanto podia ser. Um rugido suave saiu de Berrr. — Sinto-me tão bem quando suas mãos me tocam. Lambendo os lábios, Shanna os umedeceu e então baixou a cabeça, ajustando-o com a mão para ficar ao nível de sua boca. Sua língua encontrou o ponto maravilhosamente duro, único nos Zorn, a ponta do pênis, sua língua passou a lambêlo. O líquido pré-seminal parecia um suco doce, muito doce. Adorava o sabor dele. Sua língua formou redemoinhos ao redor da ponta grossa, antes de tomá-lo todo na boca. Ele ronronava para ela, os dedos dele acariciavam o pescoço, muito gentilmente enquanto ela o engolia na boca. Uma das mãos desceu pela garganta dela até a curva de seu ombro e desceu mais, tomando um dos seios na palma da mão quente. A textura áspera da pele de Berrr esfregava o mamilo, endurecendo-o imediatamente. Shanna gemeu enquanto o sugava. — Minha Shanna. — Grunhiu Berrr. Ela entendeu seu tom e a forma como pronunciou seu nome, sabia que estava gostando, enquanto o chupava e lambia, retirando-o até quase sair de sua boca e empurrando a cabeça para frente, chupando-o mais para o fundo, em cada movimento. Inclinou a cabeça, girando a boca sobre ele e se endireitou, quando começou um ritmo lento com a boca. A respiração dele era tão acelerada quanto o ritmo de cada investida, até que lentamente começou a mover os quadris, trabalhando com ela, mas tomando o cuidado de não entrar demais no interior da boca. Não conseguiria tomá-lo todo em sua boca. Afogar-se-ia por seu tamanho mais que generoso. — Shanna. — Grunhiu alto. — Pare ou libertarei minha semente em sua boca.

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Shanna gemeu, sua mão deixou as bolas para envolver o quadril, a mão que estava no traseiro dele o manteve no lugar, ele se movia mais rápido, o doce sabor dele, cada vez mais forte, à medida que mais líquido pré-seminal se libertava do pênis em sua língua, um sinal certo de que estava a ponto de chegar ao clímax. A mão dele em seu seio, a apertava e seu corpo ficou rígido, os músculos do traseiro se contraíram antes de Berrr começar a libertar sua semente. Rugiu, seu corpo todo tremia, enquanto Shanna engolia seu gozo. O sabor era mais que açucarado e delicioso. O sugando com a boca, tomando até a última gota, até Berrr a obrigar a deixá-lo. Lambendo os lábios, Shanna levantou a vista para ver o rosto dele. A cabeça de Berrr estava inclinada para trás, respirava com dificuldade, com a boca ligeiramente aberta, o suficiente para mostrar seus dentes afiados. Agora tinha seu próprio guerreiro Zorn. Berrr baixou a cabeça, abrindo os olhos e o que viu neles atordoou-a. Nenhum homem jamais a tinha tratado com amor. Foi tão intenso, fazendo-a sentir como se fosse tudo para ele. Talvez fosse ternura? Talvez adoração. Essas duas palavras combinavam com aquele olhar. Berrr moveu as pernas, tirando as botas e jogou a calça, sem afastar o olhar dela. — Você é minha vinculada, Shanna. Minha vida é a sua, sua vida é minha, nunca renunciarei a você nesta vida e nem sequer na morte. — São as palavras normais a se dizer aos vinculados? Tenho que repeti-las? Ele negou com a cabeça, suas mãos se estenderam para ela, enquanto a atraía endireitando-a e a tirando da cama para que ficasse de frente a ele. — Não. Não há nada entre nós que seja normal. Só estou dizendo a verdade. Você é minha e eu sou seu e nem sequer a morte nos separará. — Fez uma pausa. — Mesmo assim não vou te deixar partir. Se morrer antes de mim, segui-la-ei à terra das

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Luas e se morrer antes de você, vou esperar no cruzamento da terra das Luas para te tomar outra vez em meus braços. As lágrimas se acumularam em seus olhos, tentou contê-las quando piscou. — É muito bonito o que acabou de dizer. Também o amo, Berrr. Amo demais. Ele a abraçou e a levantou para que estivessem no mesmo nível do rosto. Shanna o rodeou com seus braços e as pernas, olhando-o nos olhos e amando a sensação de sua força, de sua pele quente pressionando firmemente a sua. Seu corpo enorme e forte a segurava com facilidade, fazendo-a sentir-se segura e atraente. Seu belo olhar se suavizou ainda mais, mostrando a ela, o interior de sua alma, suas palavras realmente significavam muito para ele. — Amanhã cedo vou levá-la aos serviços médicos e pediremos a Ahhu que retire o dispositivo da Terra que impede minha semente de fixar raiz. Quero que seja minha em todos os sentidos, Shanna. Quero ver nossos reflexos em nossos filhos e filhas os quais poderemos ter se formos abençoados. Assentindo com a cabeça, Shanna piscou para conter as lágrimas de alívio e alegria. Uma parte dela tivera medo de que Berrr não quisesse ter filhos com ela, pois sabia que ele estava preocupado por sua descendência não ser tão forte com a mistura das espécies Zorn e humana, mesmo tendo certeza de que ele queria mais filhos depois de ver sua neta, mas até dizê-lo, não esperava que seus futuros filhos fossem deles. — Eu adoraria ter os seus filhos. Ele sorriu, sua expressão se iluminou. — Eu nunca pensei na verdadeira felicidade, mas isso é o que me dá Shanna. Tem minha palavra de amor e minha promessa que sua felicidade sempre será minha prioridade. Seus braços o apertaram com mais força ao redor de seu pescoço, aproximando sua boca da dele. 227


— Quer saber o que me faria certamente super feliz, agora? — Farei o que deseja, darei tudo o que quiser para lhe fazer feliz. Essa é minha promessa. Sorrindo, Shanna inclinou a cabeça, deixando que sua bochecha roçasse a dele enquanto movia os lábios para a orelha, tomando a curva do lóbulo com a ponta da língua antes de sussurrar. — Não vou prometer me afastar das lutas. De fato, acho que poderia começar a procurar briga com alguma mulher Zorn, se me fizer jurar o contrário. O corpo que a abraçava se aprumou ficando rígido, o homem pareceu se converter em aço, em segundos, então relaxou. Um suave rugido saiu de sua garganta, seu peito vibrou contra o dela enquanto movia a cabeça, soltando seu ouvido de sua boca para que ele pudesse olhá-la. — É assim, minha Shanna? — Sua voz era áspera, quase em tom de grunhido. Ela assentiu com a cabeça, sorrindo. — Com certeza. Seus olhos brilharam divertidos, mesmo sua boca fazendo careta. — Então terei que amarrá-la à cama e a obrigar a fazer a promessa. Ela teve que lutar para conter de novo a risada. Estava brincando com ela e adorou que ele tivesse senso de humor. — Ou poderia me deixar amarrá-lo à cama e o faria mudar de opinião. Poderia convencê-lo a me deixar ser uma lutadora humana em Zorn. Poderia me pôr em uma jaula com outra mulher, promover um grande evento para que os homens venham de todas as partes do planeta para ver uma mulher humana e uma Zorn em combate. — Brincou. Seus olhos se estreitaram ainda mais, quando a fez recuar um passo e depois outro até tocar a beirada da cama. 228


— Vai estar muito ocupada, Shanna. — Sério? Tem seis empregadas que limpam a casa e fazem a comida. Tudo o que tenho que fazer é cuidar de você. Ele assentiu com a cabeça. — Como já disse, estará muito ocupada e muito cansada para querer lutar com outras mulheres. — Grunhiu. — Eu posso mantê-la na cama e muito cansada para sequer considerar sair de casa. Não podia aguentar mais, riu as gargalhadas. — Realmente é uma ameaça? Não é uma boa punição, me manter em sua cama é uma recompensa. Ele riu entre dentes. — Não é uma ameaça, Shanna. É uma promessa. Berrr se inclinou, baixando Shanna, a deitando na cama lentamente, seu corpo grande cobria o dela. Com um movimento dos quadris, Berrr esfregou a ponta rígida do pênis na vagina e com um só empurrão começou a esticá-la enquanto entrava pouco a pouco. Um gemido saiu dos lábios dela, suas unhas se enterraram na pele de seus ombros largos. Olharam-se fixamente, o cabelo longo de Berrr cobria a ambos como uma cortina, o que fez o momento mais intenso e íntimo, enquanto a penetrava pouco a pouco. Seu corpo se abriu para tomá-lo, o prazer surgiu abrasador até tê-lo completamente enterrado nela e ficou ali, congelado dentro dela, seus olhares unidos como seus corpos. — Minha Shanna? O tom rouco de sua voz mais a excitava. — Sim, meu Berrr? — Prometa que não vai lutar ou não me terá em minha cama. 229


Ela se pôs a rir. — Está ameaçando de não ter sexo comigo? Essa sim é uma ameaça poderosa e efetiva. Lentamente se retirou de seu corpo, quase totalmente. Em resposta Shanna lhe cravou as unhas na pele, envolvendo suas pernas ao redor de sua cintura, tentando segurá-lo. Ele riu entre dentes e logo entrou nela, um gemido de ambos ante a maravilhosa sensação do pênis deslizando profundamente outra vez, até ficar imóvel. — Ganhou. Maldição Berrr. Foda-me, Berrr. Se mova, por favor. Dou-te minha palavra, não vou lutar mais, a menos que seja com você. Ele riu entre dentes, começando a se mover em seu interior, com investidas longas em cada movimento, Shanna só podia sentir. Segurando-se em seus ombros, Shanna gemia seu nome, seu corpo era puro êxtase. Estava a ponto de gozar quando Berrr parou. Cheia de frustração, viu o olhar divertido dele. — Não pare agora. Um sorriso curvou a boca de Berrr. — Então está de acordo em ir ao médico amanhã, para retirar o dispositivo? — Sim, já concordei com isso, agora se mova. Ele riu entre dentes. — Promete ficar comigo para sempre? — Sim. Por favor, Berrr? — Ela moveu os quadris, gemendo, seu corpo em agonia pelo êxtase. — Diga que me ama de novo. Quero que me diga isso. Shanna soltou os ombros de Berrr para segurar seu rosto. As bocas a centímetros uma da outra, seus lábios se tocaram. Berrr grunhia, aprofundando o 230


beijo. Shanna lhe deu toda sua paixão e frustração nesse beijo até que afastou a boca enquanto ele começava a se mover de novo, dando a ela o prazer puro. — Berrr! — Gritou seu nome enquanto explodia, seus dedos se agarraram aos seus cabelos, segurando a parte de trás da cabeça para apoiar-se em algo. Berrr quase desabou violentamente sobre ela, seu pênis parecia inchar, fazendo-se maior dentro dela quando Berrr começou a gozar, inundando-a. Ele grunhiu seu nome em seu pescoço onde afundou o rosto. Deixou de se mover, degustando a sensação e então seu corpo relaxou sobre o dela. Berrr a agarrou e levantou um pouco, se jogou sobre a cama de costas, seus corpos ainda unidos, Shanna terminou em cima dele, escarranchada sobre seus quadris, à bochecha em seu peito escutando os batimentos de seu coração. — Amo você, Berrr. — Ela sorria. — E há muito de você para amar. Rindo, Berrr percorreu com as mãos de suas costas até o traseiro. — Eu também te amo, minha Shanna, e prometo que será para sempre. Levantando a cabeça, Shanna olhou os belos olhos azuis, pensara que ser sequestrada da Terra era o fim de sua vida, mas era só o começo de outra, divinamente melhor e não a trocaria por nada. Tinha encontrado o amor de sua vida em um planeta vermelho. Sorrindo, ela se pôs a rir. — E sei que o grande Hyvin Berrr sempre mantém sua promessa.

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