Memorial Descritivo - Coleção Diana Vishneva

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Design de Calรงados Memorial Descritivo

Por Tabata Kadur


Introdução Este Memorial Descritivo é a apresentado do resultado final das disciplinas de Design e Tecnologia do Calçado. Ao longo de um semestre, foram desenvolvidas técnicas e processos para a construção de uma coleção de sapatos, com fundamentação teórica e acompanhamento de uma metodologia projetual. Foi escolhida e definida uma marca de sapatos já existente no mercado para dar o ponto de partida no projeto, para que em seguida fosse criada uma marca nova como concorrente da empresa então definida. A partir daí, definiu-se o público alvo, tema de inspiração, conceituação e criação da coleção, desenho dos croquis, escolha do protótipo a ser confeccionado, detalhamento técnico do protótipo e composto mercadológico.


Metodologia Método aberto de pesquisa - MD3E

Para realizar e desenvolver o Projeto de Calçados das disciplinas de Design do Calçados e Tecnologia do Calçado foi proposto pela professora orientadora, Taíza K. Anselmo, a utilização da metodologia de pesquisa MD3E de Flávio Anthero N. V. dos Santo, voltada ao ensino de Design no Brasil. Diferente de outras propostas de metodologias projetuais existentes, denominadas “método fechado”, segundo Anthero (2006) a metodologia em questão é considerada “aberta” e é oferecida como base de desenvolvimento, não sendo apresentada completa e devendo sofrer interferências constantemente do acadêmico para ser desdobrada. Para a realização do fluxograma da metodologia é utilizada uma figura em formato radial para que o processo possa se expandir a medida que for necessário. O método projetual se inicia com a definição do problema do projeto, seguido pela divisão em três grandes etapas: a pré-concepção, a concepção e a pós-concepção do objeto a ser desenvolvido. Essas etapas contam com o item de gerenciamento e desenvolvimento do projeto, que se fazem presente do início ao fim da concepção do produto. Por fim as três grandes etapas são subdividas em alguns outros itens que facilitam a iniciação e planejamento da metodologia. A partir deste item, podem haver intervenções e modificações do método para melhor adequar-se aos objetivos de criação do acadêmico.



A seguir segue o detalhamento da adaptação da metodologia MD3E, utilizada para o projeto de calçados, denominado inicialmente como “Coleção de sapatos de luxo femininos com design diferenciado” (Problema de projeto). •

PRÉ-CONCEPÇÃO: Nesta etapa inicial do desdobramento da metodologia, definiu-se o planejamento do projeto. O mesmo contará com um cronograma das atividades e passo-apasso a serem realizados, definição da metodologia e suas adaptações necessárias, além de um orçamento dos custos do projeto e os investimentos que serão necessários para o desenvolvimento dos produtos da coleção (pesquisas, viagens, feiras, etc...) Na análise do problema serão efetuadas pesquisas sobre o mercado, o público-alvo, as tendências de moda e a temática da coleção. Para isso, serão realizadas pesquisas de campo e bibliográficas que resultarão em painéis semânticos para expor os resultados das mesmas. Os atributo do produto serão definidos a partir das pesquisas da análise de problema, e englobam os itens e características essências da coleção. Aqui se defini a temática da coleção, o conceito do produto, seus aspectos ergonômicos, cartela de cores e matérias.

CONCEPÇÃO : A segunda grande etapa do projeto começa com os caminhos criativos, que serão desenvolvidos através da técnica de Brainstorm, dados das pesquisas e painéis semânticos já construídos e um sketchbook contendo uma compilação de dados importantes para a criação e desenvolvimento dos produtos. Em seguida são apresentadas a geração de alternativas que contém os croquis de todos os modelos da coleção, a definição de padronagens e texturas, a modelagem dos modelos a serem aprovados para em seguida serem confeccionados. Por último, a fase de concepção conta com a etapa de seleção e adequação do projeto. Neste momento, os modelos criados passam por testes de ergonomia e funcionalidade e os que atingirem melhor desempenho são escolhidos para fazerem parte da coleção. Em seguida, são realizadas as fichas técnicas e demais especificações necessárias dos modelos que serão destinados a confecção.


PÓS-CONCEPÇÃO: Na última etapa do processo, a pós-concepção, realiza-se o processo produtivo onde é fabricado o primeiro protótipo de todos os modelos escolhidos para fazerem parte da coleção. Este processo conta com todos os itens já definidos anteriormente definidos, como modelagem, cores, materiais, acessórios. O produto é fabricado, revisado, passando pelo controle de qualidade e é preparado para a venda. Finalizando as etapas da metodologia, definem-se os procedimentos que apresentarão o produto ao mercado. Neste momento haverá o lançamento do produto, a venda e a pós venda. Uma das ferramentas a ser utilizada será a dos 4P’s, que define Praça, Preço, Ponto e Promoção da marca. Aqui são também projetados os mecanismos de marketing, propaganda e divulgação da coleção. Os pontos de venda que serão destinados os produtos, a forma de atendimento ao cliente, e o raio de alcance dos produtos, as formas de pagamento e outros detalhes referentes a comercialização do produto.



Publico Alvo Mulher entre 25 e 40 anos, solteira ou casada, é decidida, culta e extremamente ligada à moda. Dedicada ao trabalho, seu intuito é buscar a realização profissional, sem se esquecer do lazer. Focada, tem posições altas no emprego que exerce, por isso também tem grande poder aquisitivo. É informada e atualizada, a leitura e navegação na internet são hábitos diários. Busca inspiração em seus programas de entretenimento favoritos, como o cinema, a música, a arte, a literatura e a moda. Fashionista de carteirinha procura comparecer a desfiles, lançamentos e inaugurações de suas marcas preferidas. Estas, por sua vez, são labels que priorizam a exclusividade e diferenciação entre as outras marcas do mercado.


Tem o hábito de conhecer novos restaurantes e novas culturas. Aprecia bons vinhos, comida orgânica e japonesa. Por causa do trabalho e seus interesses pessoais sua vida social é frenética, participa de eventos formais a festas com frequência. Não dispensa viagens quando está de férias, e aproveita para mergulhar fundo cultura local, descobre tendências e busca compras alternativas que valorizem o que é produzido localmente. Seus destinos preferidos são New York, Londres, Milão e Japão. É preocupada com a saúde, por isso procura ir à academia, faz aulas de ioga e pilates regularmente. É extramente exigente, por isso se preocupa com a qualidade e procedência dos produtos e serviços que usufrui. Seu estilo pode ser considerado sofisticado, gosta de exclusividade e é expert em antecipar tendências.



Temática Diana Vishneva A partir do tema do semestre pré-estabelecido para os projetos de design, “Inteligência Orgânica”, buscou-se aprofundar as referências visuais e conceituais que partiram desta temática abrangente. Segundo FRISONI, 2013, entende-se por Inteligência Orgânica “a capacidade de entender, assimilar, elaborar a informação e usá-la de forma adequada para selecionar/escolher as melhores opções na hora de solucionar uma questão. Ela é um processo de organização, que engloba o conjunto de funções cognitivas e que tende a uma forma de equilíbrio. A inteligência permite voltas e retornos. A inteligência é a capacidade de levantar hipóteses. A hipótese é uma crença que é fixada, a propósito da qual se reserva o direito de voltar atrás e, assim, seguir outra direção. É a busca por uma direção, por uma trajetória menos complexa, um caminho em direção equilíbrio final no que diz respeito aos órgãos humanos, à organização do espaço, ao convívio dos seres organizados”. Tendo como base esta orientação, reuniram-se alguns elementos de pesquisa e resgatando o sentido do equilíbrio chegou-se na temática do Ballet.


O Ballet seja em qual vertente for, traduz em muitos sentidos o espírito da inteligência orgânica. Através dos movimentos, sempre executados com muita precisão e esforço, as coreografias pensadas e montadas mentalmente e depois repassadas às possibilidades do corpo humano, o talento nato dos bailarinos que quebra as barreiras das hipóteses uma vez que emociona o espectador. Além de todo o universo do mundo da dança que reflete emoção, razão, trabalho árduo, leveza, cooperação e trabalho em equipe. Sem a partição do coreógrafo, o bailarino não pode dançar, sem o bailarino, o pianista não tem a quem tocar. Esse ciclo de colaborações demonstra o quanto é necessário o equilibro nesta arte, ponto de partida para a definição da temática.


Diana Vishneva nasceu em São Petesburgo, no ano de 1976. Começou a estudar dança aos seis e anos e se formou em Ballet no Instituto Coreográfico Vaganova, e em sua passagem pela escola atingiu as melhores notas de desempenho já vistas. Depois de se formar, em 1995, enquanto era aluna da Acaemia Russa de Ballet, Diana se juntou ao famoso Mariisnky Ballet Company, e é solista do grupo deste 1996. No mesmo ano recebeu o prêmio Prix Benois de la Danse. A bailarina ficou reconhecida mundialmente pelo seu talento e desempenho acima da média, sendo convidada para dançar os ballets mais famosos da Europa, tais como: Cinderela, Dom Quixote, O quebra-nozes, Carmem, entre outros. Em 1996, Vishneva começou a dançar também para a famosa companhia de dança Bolshoi. Lá interpretou papéis como o Lago dos Cines, Giselle, A Bela Adormecida, entre outros. A partir de então Diana foi convidada a participar como solista em Ballets ao redor do mundo, não somente na Rússia. Seu trabalho a rendeu diversos prêmios, entre eles: People’s Artiste of Russia, Divine Prize, Spirit of Dance, e o Ballerina of The Decade. Em 2010, por iniciativa da dançarina criou-se o Diana Vishneva Foundation, uma organização cultural e beneficente com sedes na Rússia, Japão e EUA. O maior objetivo da fundação é permitir que todas as classes sociais tenham acesso ao ballet e criar novos projetos envolvendo a dança, que auxilie os novos bailarinos, assim como os aposentados.




Sketchbook Ferramenta auxiliar para temรกtica



Coleção Diana Vishneva


Conceitos da Coleテァテ」o SUBLIME

DELICADEZA

EXATIDテグ


Parâmetros da Coleção Cartela de Cores e Estampas

Cartela de Materiais


Release da Coleção A coleção de calçados femininos Diana Vishneva traduz a delicadeza e ao mesmo tempo a força e exatidão do balé em modelos de sandálias, open boots, peep toes, scarpins e sapatilhas elegantes e arrojadas. Para chegar ao resultado final a marca Peter Paul mergulhou de cabeça no mundo contagiante da dança, e buscou um ícone de inspiração para proporcionar ainda mais identidade e estilo às peças produzidas artesanalmente. Diana Vishneva, bailarina russa com talento nato e renomada carreira, foi a escolhida para dar forma e cor a coleção. Através dela chegou-se as definições das linhas que trazem saltos com formatos diferenciados, modelagens adaptadas às referências do balé e detalhes únicos como cada movimento realizado em uma coreografia. O cetim e o tule ganharam destaque especial, uma vez que aparecem em inúmeros acessórios e figurinos das bailarinas. Transformados em calçado, os tecidos aparecem em cabedais, forros e revestimentos. Assim como o material escolhido, os tons provem do estudo de cores que se destacam no universo dos tutus. Nude, rosa, branco, preto, rendas e dourados predominam as combinações. A silhueta da bailarina, os movimentos orgânicos da dança, os detalhes sutis das coreografias e figurinos estão traduzidos nesta coleção que leva o nome de sua musa inspiradora. Deleite-se.


Linhas Meia pata com salto agulha

Salto VĂ­rgula


Salto org창nico

Salto 3D

Sapatilha


Coleção Comentada


Modelo 02 Scarpin meia-pata, com salto agulha e revestido totalmente por renda floral, com detalhe de laรงo na traseira.Biqueira com formato que faz referencias a sapatilha de ponta.

Modelo 01 Scarpin meia-pata, com salto agulha e tornozeleira externa com elรกstico. Modelo bicolor em cetim no cabedal, salto e meia-pata. Biqueira com formato que faz referencias a sapatilha de ponta.


Modelo 04 Sandália com cabedal em tule, salto virgula e laço no tornozelo. O tule é usado como referência aos materiais e figurinos usados para o balé. Fechamento em zíper na traseira.

Modelo 03 Scarpin meia-pata, com salto agulha e tornozeleira acoplada com pedras. Biqueira com formato que faz referencias a sapatilha de ponta. A modelo é inspirado no figurino de um dos balés de Diana Vishneva.


Modelo 06

Sandália bicolor com abertura no cabedal por tiras largas presas no centro, confeccionada em couro, salto vírgula e abertura na traseira

em zíper

Modelo 05

Sandália fina de tiras com cabedal em couro, salto vírgula e traseira bordado em pedras . Abertura na traseira em zíper. As pedras são aviamentos importantes no balé, responsáveis por ornamentar muitos acessórios.


Modelo 08 Open Boot com abertura superior e presa no tornozelo com cabedal revestido em renda, salto orgânico encapado em couro.

Modelo 07

Sandália fina de tiras em cetim presas com ilhoses no cabedal em couro. Salto orgânico de acrílico e laço na traseira. O modelo lembra a forma como as sapatilhas de ponta são presas ao pé.


Modelo 10 Peep toe com abertura lateral e recorte a laser. Modelo em couro com salto modelado e impresso por impressora 3D em resina. Desenho do salto inspirando nos movimentos e equilíbrio da dança.

Modelo 09

Sandália presa ao pé por uma tira única em couro e tornozeleira com franjas bordadas em pedras. Salto orgânico revestido em couro e fechamento na traseira por zíper.


Modelo 12

Sandália aberta revestida em renda. Modelo com salto modelado e impresso por impressora 3D em resina. Desenho do salto inspirando nos movimentos e equilíbrio da dança.

Modelo 11

Sandália bicolor com recorte a laser. Modelo em couro com salto modelado e impresso por impressora 3D em resina. Desenho do salto inspirando nos movimentos e equilíbrio da dança.


Modelo 14 Sapatilha rasteira com recorte quadrado revestida em cetim, com faixas para trançar a parte superior presa em ilhoses.

Modelo 13

Modelo 15

Sapatilha rasteira com recorte quadrado revestida em tule, com solado em couro . Modelagem inspirada nas sapatilhas de ponta usadas pelas no balĂŠ.

Sapatilha rasteira com recorte quadrado em couro , com bordado em pedras e laço de couro na parte traseira.



Confecção do modelo escolhido

Modelo 01 - escolhido

Modelo adaptado

Resultado Final


Processo de produção

Crepagem da forma

Confecção da palmilha

Modelagem

Adaptação da meia-pata

Cabedal e forro




Composto Mercadol贸gico

An煤ncio em revista

Outdoor


Agradecimentos Prof.ª Taíza Kalinowski Nicholas Schuh Mariana Formento Ana Claudia Antunes Lucelia Silvestri Natasha Kadur

Universidade do Vale do Itajaí Disciplina: Design de Calçados Aluna: Tabata Kadur Balneário Camboriú, 2013



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