Revista tábatthatomaz

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AF AU


EDITORIAL

Na edição desse mês da revista AF/AU, apresentamos um artigo sobre o Hotel Unique, conhecido pela sua ousada característica arquitetônica, em formato de barco, abriga 95 apartamentos, sendo 10 suítes, e em seu terraço encontra-se o restaurante Skye, um dos mais famosos da cidade. Em seguida, a aluna Tábattha Tomaz do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac apresenta alguns de seus trabalhos efetuados durante o semestre, um anexo ao IPHAN, uma praça localizada no centro da cidade e sua marca pessoal.

Boa leitura!


O Hotel mais surpreendente da AmĂŠrica do Sul

Fachada principal do predio, localizada na Avenida Birgadeiro Luis Antonio, onde ĂŠ possivel ver o uso do concreto e das placas de cobre . Fonte: Eduardo Reis


O interior do prédio mostra-se um show a parte, projetado em parceria com o arquiteto João Armentano. Fonte: Eduardo Reis

R

uy Ohtake, filho de Tomie Ohtake, nascido em São Paulo e formado pela FAU, em 1960, é considerado um dos principais arquitetos do Brasil. O seu trabalho possui fortes influências como de Villanova Artigas, que foi seu mestre, e Oscar Niemeyer por convivência. Cabe destacar que o arquiteto possui vários desenhos espalhados pelas principais cidades do país e do exterior, além disso, seu trabalho é conhecido pelas curvas, cores e a plasticidade, ou seja, ele possui características bem específicas ao desenvolver suas habilidades. Um dos aspectos que se destacam em sua arquitetura são as construções inusitadas, como por exemplo, a obra que será tratada neste artigo, o Hotel Unique. Segundo o critico norte-americano Paul Goldberg, o prédio projetado por Ruy está entre os mais importantes do mundo moderno, pois há uma originalidade em seu desenho. Nesse sentido, destaca-se que para o arquiteto, o hotel é uma referência em conforto e luxo. O prédio foi idealizado para ser um lugar único e diferenciado, tendo grande influência no mundo artístico e cultural, de forma que em razão de sua arquitetura tão singular, foi instalado em sua cobertura um dos bares mais cobiçados de São Paulo, o bar e restaurante Skye, que possui uma das vistas mais deslumbrantes da cidade. O edifício nasceu do desejo de um

empresário chamado Victor Siaulys, que é um dos donos do laboratório farmacêutico Aché, sua intenção era colocar no mercado um produto inusitado. Percebe-se que o volume do hotel e sua implantação dialogam naturalmente com a cidade, seja através de sua presença marcante ou através de elementos presentes no projeto, sendo que este possui três elementos principais: a empena de concreto, a madeira de espécie nacional e o cobre. O projeto conta com uma área construída de 24.953m², o que fez com que o arquiteto decidisse por um volume principal de seis andares, que contêm 95 apartamentos, com janelas circulares e áreas variando entre 36m² e 250m², mais a suíte principal, com 321m². Ressalta-se ainda que, a construção que está recuada 35m da rua possui a forma de um arco invertido, ou seja, este é suspenso do solo e revestido por concreto, madeira e cobre, sendo que as placas de cobre pré-oxidadas produzem pequenas variações de tons verdes. O prédio possui ainda duas empenas de concreto nas laterais como apoio, que marcam as entradas do hotel e o centro de eventos. Estas empenas possuem 50cm de espessura, são chanfradas nas quinas, com arremates de 2cm de espessura e 25m de altura. Além destas empenas, mais oito pilares podem ser vistos no lobby sustentando a construção. O vazio deixado pelo arco é valorizado pelas duas empenas.

A parte inferior do arco, possui um volume de vidro, mais escuro e assimétrico, onde encontra-se o lobby. Já na parte externa do hotel, pode-se observar um jardim de pedras usadas para mosaico português e pequenas linhas de agua. Existem ainda, dois acessos principais para a construção, cada um em uma extremidade, próximos as empenas de concreto. Para o hospede acessar o lobby, faz se necessário entrar pela direita no hotel, além disso, deve-se ultrapassar uma porta de fibra de carbono rasgada por um visor irregular de vidro. Cumpre dizer que a transparência do lobby busca o diálogo com o exterior e o jardim de pedras, participando visualmente da movimentação da rua. Importante registrar que os 96 apartamentos estão localizados nos seis diferentes andares e as plantas dos pavimentos são diferentes em função do arco, pois alguns apartamentos que ficam na extremidade, ou seja, na curva, são maiores, possuindo janelas para ambos os lados, além de um efeito interessantíssimo: o piso encontra o teto. É essencial destacar as janelas circulares dos quartos e dos corredores, já que o arquiteto tinha como objetivo emoldurar a paisagem paulistana. Quanto ao bar e restaurante Skye que fica na cobertura, o acesso até ele pode ser feito por um elevador externo, além disso, o bar ainda possui uma piscina e os vestiários ficam localizados em um nível acima, jun-

to com o volume da caixa d’agua. A transparência do vidro é mantida na cobertura, garantindo assim plena visibilidade da paisagem paulistana. Já a área de eventos do Hotel pode ser acessada no térreo, pelo lado esquerdo, contabilizando aproximadamente 5000m² e com capacidade para até 1200 pessoas, há ainda disposição para 600 vagas na garagem. Este setor possui ainda quatro salas menores, com áreas que variam de 45m² a 55m² e uma cozinha exclusiva. Com isto, concluímos dizendo que o hotel se consolidou na última década em razão de seus diferenciais únicos que continuam a dar sentido ao seu nome. A forte influência do universo artístico e cultural o transformou em um espelho da própria cidade, rico na diversidade de detalhes e estilos que se mesclam na curadoria de seus objetos de decoração, na gastronomia riquíssima de seu restaurante ou nas peculiaridades de seus serviços. Assim, diante dessa obra, o arquiteto se consagra como um dos inovadores na arquitetura brasileira.

Interior dos quartos, mostrando a curvatura do edificio. Fonte: Eduardo Reis


Tรกbattha Tomaz

Arquitetura & Interiores


CONCURSO IPHAN-SP/2015

Este projeto é de um edifício anexo ao IPHAN, um edifício eclético de São Paulo, situado na avenida Angélica, bairro de Santa Cecília, reconhecido como patrimônio histórico. Por ser classificado como patrimônio, optamos por intervir no edifício o mínimo possível. Para isso, o novo edifício projetado contará com uma conexão para o antigo edifício

EXPOIPHAN2015

saindo do andar da biblioteca, por meio de uma passarela em estrutura metálica, que chegará no primeiro pavimento do IPHAN, no lugar de uma pequena varanda. Desta forma os visitantes interessados somente na biblioteca podem acessá-la diretamente do prédio do IPHAN, que conta também com um elevador para todos os pavimentos.

CENTRO UNIVERSITARIO SENAC PROJETO DE ARQUITETURA-PATRIMÔNIO PROJETO: ANEXO IPHAN

O novo anexo terá cinco pavimentos (subsolo, térreo e três pavimentos), seu acesso se dará pelo elevador ou pela escada presentes em todos os andares, formando o eixo estrutural que sustenta o prédio. O edifício possuirá fachada frontal inclinada e de vidro, enquanto que as outras três serão fachadas cegas. A frente do prédio será voltada para o jardim de arvores centenárias, de forma a acrescentar a natureza no seu espaço e trazer mais luz natural para os ambientes. Todas as salas foram pensadas para uma maior liberdade na disposição do layout conforme necessidade, e os pavimentos que requerem um maior controle da luminosidade natural, possuirão uma tela metálica que possibilita este controle.

ARQUITETOS: BRUNA ARRUDA JC GONÇALVES TÁBATTHA TOMAZ ORIENTADORES: KATIA PESTANA RALF FLORES


Praça Maragaga

O Projeto tem como principal objetivo o de construir uma praça em uma região de muito movimento, que tenha fácil acesso por todos os lados da praça, possui uma entrada principal no lado direito que segue por caminhos que se conectam, até chegaram ao meio praça formando um local “seco”, os caminhos voltam a se ligar e vão em direção a um mirante que está localizado ao redor de um espelho d’agua. O projeto busca integrar a vegetação na cidade, causando grandes espaços de permanência por conta da sombra provocada pelas arvores de forma a atrair a população para dentro da praça. Um dos objetivos do projeto era

fazer com que o usuário tivesse a possibilidade de ir de um lado da praça até o outro andando por um só caminho, passando também pelo mirante e pelo espelho d’agua. Foi criado algumas pradarias para a realização de atividades ao ar livre, tais como picnics e diversos esportes, atraindo o público para esses espaços de lazer


Trabalho desenvolvido pela aluna Tรกbattha Tomaz, do 6 semestre de Arquitetura e Urbanismo, supervisionado pelo professor Nelson Urssi


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