Escola de Arte e Cultura - Um Espaço de Manifestação na Cidade

Page 1







SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO

14

2. O ESPAÇO PÚBLICO 2.1 OS IMPACTOS DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA

19

2.2 O ESPAÇO PÚBLICO E O EQUIPAMENTO CULTURAL

20

3. ESTUDO DE CASO REFERÊNCIA DE PROJETO

24

4. O LUGAR 4.1 FORMAÇÃO DA BARRA FUNDA 4.2 A CONTRIBUIÇÃO PARA A CULTURA BRASILEIRA 4.3 PROCESSOS DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO - O CASO DA ÁGUA BRANCA 4.4 JUSTIFICATIVA DO BAIRRO 4.5 JUSTIFICATIVA DO TERRENO

38 40 40 42 43

5. LEGISLAÇÃO 5.1 OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA 5.2 OFICINA BAIRRO DOS SONHOS

46 48

6. PROJETO 6.1 LEITURA E APROXIMAÇÃO DO LUGAR 6.2 LEGISLAÇÃO 6.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO 6.4 PARTIDO E DIRETRIZES 6.5 PROGRAMA 6.6 PROJETO

52 59 60 63 68 74

7. REFERÊNCIAS

96


Lista de Figuras 1. SãoPauloMap360º. Elaboração do autor. Acesso em: 05 Mar. 2018. 2. Acervo do autor.

LISTA DE FIGURAS

3. https://therealdeal.com/2017/01/21/paris-centre-pompidou-to-see-106-million-overhaul/. Acesso em: 03 Mai. 2018. 4. http://41.mostra.org/br/jornal_interno/1843-Helena-Ignez-apresenta-ldquoTudo-E-Brasilrdquo-na-abertura-do-Vao-Livre-do-Masp-n a-39a.-Mostra. Acesso em: 03 Mai. 2018. 5. https://concursosdeprojeto.org/2009/02/15/opera-house-oslo-noruega-snohetta/. Acesso em: 03 Ago. 2018. 6. Acervo do autor. 7. https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRIATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA>. Acesso em: 05 Mai. 2018. 8. https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi. Acesso em: 05 Mai. 2018. 9. https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRIATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA. Acesso em: 05 Mai. 2018. 10. https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRIATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA. Acesso em: 05 Mai. 2018. 11. https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios. Acesso em: 10 Mar. 2018. 12. https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios. Acesso em: 10 Mar. 2018. 13. https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios. Acesso em: 10 Mar. 2018. 14. https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios. Acesso em: 10 Mar. 2018. 15. https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios. Acesso em: 10 Mar. 2018. 16. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018.


17. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018.

19. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018. 20. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018. 21. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018. 22. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018. 23. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018. 24. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018. 25. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018. 26. https://www.archdaily.com.br/br/01-178121/cineteca-nacional-s-xxi-slash-rojkind-arquitectos. Acesso em: 15 Mar. 2018. 27. https://www.archdaily.com.br/br/01-178121/cineteca-nacional-s-xxi-slash-rojkind-arquitectos. Acesso em: 15 Mar. 2018. 28. https://www.archdaily.com.br/br/01-178121/cineteca-nacional-s-xxi-slash-rojkind-arquitectos. Acesso em: 15 Mar. 2018. 29. https://www.vice.com/pt_br/article/78qbka/-mobilidade-para-grandes-cidades-ciclos. Acesso 03 Mai. 2018. 30. https://www.vice.com/pt_br/article/78qbka/-mobilidade-para-grandes-cidades-ciclos. Acesso 03 Mai. 2018. 31. http://jovempanfm.uol.com.br/morning-show/sao-paulo-ganha-primeiro-estacionamento-publico-de-bicicletas-saiba-onde.html. Acesso 27 Out. 2018. 32. http://www.gruposp.arq.br/?p=33. Acesso: 27 Out. 2018. 33. http://www.gruposp.arq.br/?p=33. Acesso: 27 Out. 2018. 34. http://www.gruposp.arq.br/?p=33. Acesso: 27 Out. 2018.

LISTA DE FIGURAS

18. https://www.archdaily.com.br/br/01-125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengo-kuma-and-associates. Acesso em: 12 Mar. 2018.


35. http://www.estacoesferroviarias.com.br/b/barfunda-efs.htm. Acesso 03 Mai. 2018.

LISTA DE FIGURAS

36. http://netleland.net/hsampa/hbondes/hbondes.html. Acesso 03 Mai. 2018. 37. http://acervo.estadao.com.br/noticias/lugares,teatro-sao-pedro,8470,0.htm. Acesso 03 Mai. 2018. 38. http://www.saopauloinfoco.com.br/barra-funda/. Acesso 03 Mai. 2018. 39. http://www.saopauloinfoco.com.br/barra-funda/. Acesso 03 Mai. 2018. 40. https://quandoacidade.wordpress.com/. Acesso em: 03. Mai. 2018. 41. Google Earth. Elaboração do autor. 42. Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_ Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018.43. Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/ wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018. 43. Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_ Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018. 44. Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_ Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018. 45. Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_ Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018. 46. Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_ Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018. 47. Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_ Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018. 48. Google Earth. Elaboração do autor.


50. Google Earth. Elaboração do autor. 51. Google Earth. Elaboração do autor. 52. Acervo do autor. 53. Acervo do autor. 54. Google Earth. 55. Google Earth. 56. Acervo do autor. 57. Acervo do autor. 58. Acervo do autor.

LISTA DE FIGURAS

49. Google Earth. Elaboração do autor.



01

APRESENTAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO


14

1. APRESENTAÇÃO

1.1 Introdução A primeira inquietação que me levou ao tema é a conexão latente de continuação de projetos arquitetônicos com o meio urbano, não se é pensado para além do lote, nas questões de diversidade urbana, coletividade e usos mistos, isto acarreta em um projeto que se torna a própria barreira e não traz desenvolvimento para o lugar. O trabalho consiste no estudo de uma área industrial da cidade de São Paulo que está se desenvolvendo a partir da Operação Urbana Água Branca, bem como a memória do lugar e a reflexão dos espaços públicos de qualidade que se relacionam com a cidade a partir de articulações da área pública com o lote privado. O objetivo deste trabalho tem como a investigação da qualidade e continuidade do espaço público em conjunto com o projeto arquitetônico, de forma que a arte e a cultura estejam integradas, expostas, estudadas e desenvolvidas não apenas dentro do lote, mas que possa ser acessível a todos através da busca de uma cidade contemporânea mais justa e menos segregada. A arte e a cultura podem, efetivamente, trazer mudanças e novas experiências para uma cidade mais inclusa e democrática, promovendo novos encontros, experiências, criatividade e recuperando o espaço que o individuo possui na cidade. A intervenção do projeto se dá através do estudo da formação cultural do lugar e a implantação de usos que rememoram a história do local, tal como o cinema ao ar livre que se refere as grandes salas de cinema de bairros operários como Barra Funda e Brás, museu da linha férrea e bonde elétrico devido a linha São Paulo Railway de trem que ligava o planalto paulista até o litoral e a instalação da primeira linha de bonde elétrico que ligava a Alameda Barão de Limeira, Barra Funda, ao Largo São Bento, oficinas que se

reportam a produção de importantes fábricas, como fábricas de cerâmica e tecelagem. O projeto desenvolvido busca a preservação da memória do lugar através de usos inseridos no programa de necessidade que investigam a história da formação cultural do bairro e procura oferecer meios de apropriação do espaço a partir das relações do espaço e homogeneidade. O artista é um vetor de crenças, faz com que as pessoas acreditem nas coisas. Pode ordenar a realidade a partir do momento que solidifica. A música, por exemplo, é uma arte de valores, mostra o que a sociedade expõe a cada indivíduo através da letra da música. A arte também é protesto, pode ser explicíto seu posicionaento político e social de frente a sociedade.


1. APRESENTAÇÃO

15

[FIG. 01] Mapa da distribuição de equipamentos culturais na região metropolitana de São Paulo. Elaboração do autor. Fonte: <https://pt.saopaulomap360.com/mapa-bairros-sao-paulo#. W8-gn2hKjIU> Acesso em 05 Mar. 2018.

Fonte de dados: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/ casas_de_cultura/ http://www.fabricasdecultura.sp.gov.br/ http://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/ http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/Page/PortalSMESP/CEUs--Enderecos http://www.sesc.com.br/portal/sesc/unidades/



02

O ESPAÇO PÚBLICO 2.1 OS IMPACTOS DOS EQUIPAMENTOS CULTURAIS NA CIDADE CONTEMPORÂNEA 2.2 O ESPAÇO PÚBLICO E O EQUIPAMENTO CULTURAL



2.1 Os impactos dos equipamentos culturais na cidade contemporânea No final do século XX, sugiram equipamentos culturais que começaram a ocupar os vazios urbanos deixados pela falta de investimento imobiliário e grandes áreas industrializadas ociosas. O papel que a cultura alcançou nos últimas duas décadas em âmbito mundial, produziu uma série de exposições que percorreram mundo afora, incentivou diversos artistas e propagou a instalação de espaços específicos para abrigar este tipo de produto.

mais prazeirosa de permanência. A qualidade de espaços públicos atraentes atrai pessoas que se sentem mais confortáveis para realizarem suas atividades fora de lugares comuns e em consquência torna o lugar mais seguro.

As cidades assumiram uma posição de organização de grandes eventos, promovendo grandes transformações urbanas e econômicas, assim grandes intervenções arquitetônicas de qualidade possuem grande impacto na questão popular. Segundo Jane Jacobs, a diversidade de distintos edifícios e equipamentos transformam o lugar, o deixa de certo modo mais atraente, em que várias pessoas transitem pela lugar em distintos horários. Se tivermos como meta que a mistura de usos seja suficientemente complexa para prover a segurança urbana, o contato do público e a interação de usos, ela precisa de uma quantidade enorme de componentes. Nesse caso, a primeira pergunta sobre o planejamento urbano - a qual, acho eu, é de longe a mais importante - seria esta: como as cidades podem gerar uma mistura suficiente de susos - uma diversidade suficiente -, por uma exensão suficiente de áreas urbanas para preservar a própria civilização? (JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: 2014.p.158).

Se o edifício tem a capacidade de investigar o espaço em que esta inserido, será capaz de fortalecer a presença de pessoas naquele lugar. Projetos que se tornam a própria praça pública, a rua e o lote privado se unem de modo que não seja perceptível a limitação entre os mesmos, assim tendem a estebelecer uma característica

[FIG. 02] Mube. Acervo do autor.

2. O ESPAÇO PÚBLICO

19


20

2. O ESPAÇO PÚBLICO

2.2 O espaço público e o equipamento cultural A realidade urbana faz com que seja manifestado na cidade um problema de segregação, privatização dos espaços públicos e problema de espacialidade contínua, dissipando o desenvolvimento do traçado, hierarquização e legibilidade da cidade. O grande desafio das metrópoles contemporâneas é promover a continuação centralidade e mobilidade que pode ser conduzida pelos espaços públicos de qualidade. Ainda assim que espaços vazios em lotes sem alguma especificidade possa de fato oferecer inclusão da coletividade. A cidade não deixou de ser um espaço de memória, porém não é mais o mesmo uma vez que é procurado por interesses individuais e é vendida como produto para os que utilizam. Os novos progressos socioeconômicos e as necessidades da sociedade apresentaram-se inadequados em relação ao desenho do es[FIG. 03] Centre Pompidou. Fonte: <https://therealdeal.com/2017/01/21/paris-centre-pompidou-to-see-106paço. Jan Gehl, arquiteto e urbanista dinamarquês, possui uma visão mais vasta e defende o modelo tradicional do espaço público mais atrativo, que permita a integração de diversos usos e vida social ativa a partir de uma boa arquitetura, que crie uma sensibilidade no usuário, oferecendo um bem-estar. Para ele, é mais significativo projetar edifícios que contribuam para a vida ativa dos espaços públicos, incentivando as experiências que a cidade propicia através da continuação dos usos internos e externos públicos. Se edifício tem como questão aproximar pessoas para utilizarem espaços públicos, a própria escala humana irá exigir um novo questionamento de planejamento urbano. Primeiramente é necessário entender a vida e depois a relação que poderá ser alcançada com o projeto arquitetônico.

million-overhaul/> acesso em: 03 Mai. 2018

[FIG. 04] Evento música no vão do MASP. Fonte: <http://41.mostra.org/br/jornal_interno/1843-Helena-Ignez-apresenta-ldquoTudo-E-Brasilrdquo-na-abertura-do-Vao-Livre-do-Masp-na-39a.-Mostra> Acesso em: 03 Mai. 2018.


Projetar para um espaço público ajuda na consolidação da rede urbana, de modod que seja perceptível identificar como as pessoas se agrupam e a formação do lugar, além de condições de mobilidade, que se transfigurem para uma melhor situação de acessibilidade. Consequentemente a cidade assume o papel de lugar de encontros nos espaços públicos, tornando a urbanização mais diversa e inclusiva.

A única abordagem bem sucedida para o projeto e grandes cidades para as pessoas deve considerar a vida e o espaço a cidade como ponto de partida. É o aspecto mais importante – e o mais difícil – e não pode ser deixado para mais tarde no processo. Se é fato que deve haver uma sequência, esta começa ao nível dos olhos e termina em uma vista aérea. Naturalmente, o melhor dos mundos é dos olhos e termina em uma vista aérea. Naturalmente, o melhor dos mundos é trabalhar com as três escalas, ao mesmo tempo, de forma holística e convincente. (GEHL, Jan. A cidade para as pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2015.p.198).

[FIG. 05] Opera House – Noruega. Fonte: <https://concursosdeprojeto.org/2009/02/15/opera-house-oslo-noruega-snohetta/> Acesso em: 03 Ago. 2018.

O equipamento urbano para servir de modo eficaz a cidade não deve ter obstrução à livre circulação, não deve ser inacessível à qualquer indivíduo ou uso específico. Segundo Márius Quintana Creus, arquiteto espanhol, ele indica três critérios para composição de um equipamento urbano de qualidade, sendo eles: funcionalidade (espaço e projeto); racionalidade (construção e forma); e emoção (que disperte sensações no usuário). O critério de emoção representa um valor artístico e de uso ao projeto, isto depende da relação obtida com o espaço público. No ponto de vista de Jan Gehl, projetos implantados em sítios que não há espaços para sentar, tem como consequência a inutilização e desertificação desses lugares. Para projetar um equipamento de uso para a cidade, é necessário levar em consideração às questões do contexto do espaço público, funcionalidade, questões históricas e culturais. Na visão de Manuel de Solà-Morales, há o objetivo de reconhecer os espaços públicos em conjunto com edifícios privados, que dará uma individualidade a obra, de outra parte o coletivo transformará por meio da urbanização os edifícios públicos em partes do público através de sua continuação. ‘’Os espaços coletivos são lugares de interesse comum, partes estimulantes do tecido urbano onde se desenvolve a vida coletiva e, possivelmente, constituem a estrutura da cidade futura, sendo que uma das condições para a qualidade coletiva é a qualidade individual de cada objeto (Solà-Morales, 2008, pp. 189, 190) ’’ Um edifício representativo atua como dinamizador transforma a estrutura urbana e interfere peculiaridade do tecido.

2. O ESPAÇO PÚBLICO

21



03

ESTUDO DE CASO REFERÊNCIA DE PROJETO


3. ESTUDO DE CASO

24 Dado que o projeto busca articular a cidade com o elemento arquitetônico e a arte, alguns projetos se tornaram mais relevantes para a concepção do projeto, bem como intervenções que potencializam a vivacidade do local, permeabilidade e melhor drenagem da área, programas que instigam a permanência e uso do ambiente em comum. Bem como a investigação de materiais, tratamento de fachada e projetos que apresentem o tema escolhido.

Referência de projeto Sesc Pompeia Lina Bo Bardi, em todo sua trajetória, projetou a partir da questão que consistia em gerar espaços para convivência, cada pessoa pode determinar um significado particular de experiências próprias. A arquitetura é peça chave na integração entre o individuo e a cidade.

[FIG. 06] SESC Pompeia, rua principal. Acervo do autor.

O SESC Pompeia foi estudado como projeto de referência a partir de programa de necessidade e pela qualidade de espaço de convivência. O projeto da arquiteta Lina Bo Bardi perdurou por 9 anos, período de 1977 a 1986, sendo inaugurado apenas os galpões em 1982. Está localizado no distrito da Barra Funda, tem como partido principal a restauração da antiga fábrica de tambores do bairro da Pompéia, a fim de recuperar e manter a antiga fábrica a partir de uma visão contemporânea, além da adição de três volumes representativos, sendo um deles retangular, outro quadrado e um cilíndrico.

[FIG. 07] Área de convivência Sesc Pompeia. Fonte: <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRIATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA>. Acesso em: 05 Mai. 2018.


3. ESTUDO DE CASO

25

[FIG. 08] Planta implantação Sesc Pompeia. Estudo distribuição do programa . Elaboração do autor. Fonte: Archdaily. Elaboração do autor.


3. ESTUDO DE CASO

26 Ocupa uma área do terreno de 16,573m², sendo assim a área construída do conjunto esportivo de 11,360 m², área construída da fábrica de 12,211 m² e área total construída de 23,571 m². Tem capacidade para 5.000 pessoas diariamente mediante as múltiplas instalações e amplos espaços, sendo: espaço de tecnologia e artes, comedoria (restaurante por peso), bar café, espaço de leitura (livros, revistas e jornais), paraciclo com 30 vagas, 6 postos de atendimento, espaço de brincar e recreação, clínicas odontológicas, sala de ginástica, salas de expressão corporal e ginástica multifuncional, 3 ginásios poliesportivos cobertos, , piscina coberta, deck/solarium, vestiários, teatro com 774 lugares, galpão cultural multiuso, oficina de arte, 7 salas multiuso e área de convivência. Apresenta diversas atividades em todos seus domínios, utilizando a rua central do projeto com festas, promovendo ponto de encontro e feiras, trazendo e questão propostas culturais e atrações com preços acessíveis. As paredes de bloco de concreto que dividem os ateliês são baixas para poder proporcionar uma interação dos distintos grupos e conexão com as diferentes oficinas.

[FIG. 09] Ateliê Sesc Pompeia. Fonte: <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRIATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA>. Acesso em: 05 Mai. 2018.

[FIG. 10] Ateliê Sesc Pompeia. Fonte: <https://www.sescsp.org.br/online/artigo/6816_OFICINAS+DE+CRIATIVIDADE+UMA+TRADICAO+ALEM+DA+ARQUITETURA>. Acesso em: 05 Mai. 2018.

Manchester School of Art O projeto de Manchester School of Art, segunda maior escola de arte e design do Reino Unido, é do escritório Feilden Clegg Bradley Studios, foi estudado a partir de sua distribuição de áreas institucionais e base de referência projetual. O edifício está localizado em uma área de caráter industrial da cidade, faz relação da disciplina das artes e desenho, integrando os alunos de disciplinas diferente em um mesmo l ocal, em que o trabalho de todos possam ser vistos por quem se desloca pela escola. A escola permite o desenvolvimento em diversos campos disciplinares, sendo eles: arquitetura, arte, design, mídia e teatro, que foram importantes na composição de referência do programa. Os cursos são disponibilizados para um grupo de 3.700 alunos de todo o mundo em uma área construída de 17.320 m². É reconhecida a importância de oferecer equipamentos modernos e digitais em conjunto com os métodos tradicionais.


A escola possui novos edifícios para salas de estudos, oficinas, galeria. Um elemento principal do projeto é a galeria vertical com sete pavimentos, que possibilita um espaço de exposição e a ligação dos pavimentos através de escadas e rampas com estrutura metálica e revestidas de madeira, que também propiciaram um impulso na formulação da intervenção feita neste trabalho. O espaço de estudo acentua um dos pontos mais fortes da escola que é o espaço coletivo, trabalhadores e estudantes da escola usufruem do mesmo ambiente, sendo possível o trabalho em uma equivalência íntima. [FIG. 11] Fachada Manchester School of Art. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchesterfeilden-clegg-bradley-studios>. Acesso em: 10 Mar. 2018.

[FIG. 12] Café Manchester School of Art. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios>. Acesso em: 10 Mar. 2018.

[FIG. 13] Circulação Manchester School of Art. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios>. Acesso em: 10 Mar. 2018.

3. ESTUDO DE CASO

27


3. ESTUDO DE CASO

28

[FIG. 14] Planta térreo Manchester School of Art. Estudo distribuição do programa. Elaboração do autor. Fonte: Archdaily. Elaboração do autor.


3. ESTUDO DE CASO

29

[FIG. 15] Planta 1º pavimento Manchester School of Art. Estudo distribuição do programa. Elaboração do autor. Fonte: Archdaily. Elaboração do autor.


3. ESTUDO DE CASO

30

Cite des Arts et de la Culture Cite des Arts et de La Culture, projeto de Kengo Kuma & Associates, está localizado em Besançon – França e possui área do terreno de 20.603 m² e construída de 11.389 m², usou-se como referência das áreas institucionais e partido arquitetônico de iluminação natural e correlação da arquitetura com o exterior. O projeto é a harmonização e relação da natureza e cidade, história e arquitetura, água e luz, tem como partido a associação de todos os detalhes projetuais e escalas que permitem um contato do exterior com o interior.tato do exterior com o interior.

[FIG. 16] Interior Cite des Arts et de la Culture. Fonte: <https://www.archdaily.com. br/br/01-125452/cite-des-arts-et-dela-culture-slash-kengo-kuma-and-associates>. Acesso em: 12 Mar. 2018.

[FIG. 17] Interior Cite des Arts et de la Culture. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-125452/cite-des-arts-et-de-laculture-slash-kengo-kuma-and-associates>. Acesso em: 12 Mar. 2018.

O telhado é o componente mais representativo do projeto, possuem elementos envidraçados, painéis solares, painéis de metal e área verde, a luz natural que reflete sob tais unidades vibram. A translucidez que é alcançada ocorre devido aos programas que transcorrem nas salas de aula, salas de administração e sala de exposição. O interior é organizado pela fachada e cobertura que ocasiona a entrada de luz natural. Os materiais, madeira, vidro e metal, são articulados para gerar uma ambiência calma e relaxante. Este território sempre foi uma barreira efetiva para os habitantes da área, por se tratar de uma zona industrial, deste modo foi apresentado um centro cultural transitável e convidativo, que articulasse a cidade, o rio e o meio ambiente.

[FIG. 18] Sala de música Cite des Arts et de la Culture. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-125452/cite-des-arts-et-de-laculture-slash-kengo-kuma-and-associates>. Acesso em: 12 Mar. 2018.

[FIG. 19] Sala de dança Cite des Arts et de la Culture. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-125452/cite-des-arts-et-de-laculture-slash-kengo-kuma-and-associates>. Acesso em: 12 Mar. 2018.


3. ESTUDO DE CASO

31

[FIG. 20] Planta térreo Cite des Arts et de la Culture. Estudo distribuição do programa. Elaboração do autor. Fonte: Archdaily. Elaboração do autor.

[FIG. 21] Planta 1º pavimento Cite des Arts et de la Culture. Estudo distribuição do programa. Elaboração do autor. Fonte: Archdaily. Elaboração do autor.


3. ESTUDO DE CASO

32

[FIG. 22] Planta 2º pavimento Cite des Arts et de la Culture. Estudo distribuição do programa. Elaboração do autor. Fonte: Archdaily. Elaboração do autor.

[FIG. 23] Área de exposição Cite des Arts et de la Culture. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/01125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengokuma-and-associates>. Acesso em: 12 Mar. 2018.

[FIG. 24] Área de exposição Cite des Arts et de la Culture. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/01125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengokuma-and-associates>. Acesso em: 12 Mar. 2018.

[FIG. 25] Sala de ensaio em grupo exposição Cite des Arts et de la Culture. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/01125452/cite-des-arts-et-de-la-culture-slash-kengokuma-and-associates>. Acesso em: 12 Mar. 2018.


33 Cineteca Nacional do Século XXI

3. ESTUDO DE CASO

A Cinemateca Nacional, localizado na Cidade do México foi projetada pelo escritório Rojkind Arquitectos, capaz de gerar um projeto que acomoda a maior herança cinematográfica da América Latina, inclui o Museu de Cinema e uma Videoteca Digital. O projeto original foi relativamente destruído em 1982, deste modo foi feito um concurso a qual o escritório Rojkind foi o vencedor. O cinema ao ar livre, relacionado com o café, é um espaço que cumpre sua função de lazer para quem percorre o local, sendo protegidos por uma cobertura metálica que conectam os espaços. A produção do espaço do foyer como um local público e as rampas que se conectam foram de forte influência para meu projeto A ideia principal é que o ambiente de exibição faça parte de uma mudança, que esteja conectado com uma praça, café e parque, e que estes espaços possam cumprir suas funções em conjunto e propiciem uma experiência ao usuário.

[FIG. 27] Entrada Cineteca e cinema ao ar livre. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/01-178121/cineteca-nacional-s-xxi-slash-rojkind-arquitectos>. Acesso em: 15 Mar. 2018.

[FIG. 26] Cinema ao ar livre. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/01-178121/cineteca-nacional-s-xxi-slash-rojkind-arquitectos>. Acesso em: 15 Mar. 2018.

[FIG. 28] Praça de convivência. Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/01-178121/cineteca-nacional-s-xxi-slash-rojkind-arquitectos>. Acesso em: 15 Mar. 2018.


34

3. ESTUDO DE CASO

Bicicletário Municipal Faria Lima O bicicletário público municipal está localizado no Largo da Batata ao lado da estação Faria Lima. Possui capacidade para guardar 100 bicicletas dos usuários e vagas para deficientes físicos, também há no local ferramentas para ajustes básicos. Este projeto é um estimulador ao sistema intermodal, bicicletas-transporte público coletivo, através das ciclofaixas/ciclovias/ciclorrotas instaladas pela cidade de São Paulo, assim como a avenida do lote de intervenção deste projeto, Avenida Marquês de São Vicente, que possui ciclofaixa. [FIG. 30] Bicicletário Municipal Faria Lima. Fonte: <https://www.vice.com/pt_br/article/78qbka/-mobilidade-para-grandes-cidades-ciclos>. Acesso 03 Mai. 2018.

[FIG. 29] Bicicletário Municipal Faria Lima. Fonte: <https://www.vice.com/pt_br/article/78qbka/-mobilidade-para-grandes-cidades-ciclos>. Acesso 03 Mai. 2018. [FIG. 31] Bicicletário Municipal Faria Lima. Fonte: <http://jovempanfm.uol.com.br/morning-show/sao-paulo-ganha-primeiro-estacionamento-publico-de-bicicletas-saiba-onde.html>. Acesso 27 Out. 2018.


35 A sede do SEBRAE, localizado em Brasília é projeto do escritório gruposp com colaboração do. arquiteto Luciano Margotto. Projeto foi utilizado como referência projetual da cobertura metálica, que interliga os dois blocos distintos sendo resolvidos estruturalmente com viga vagão, de 3,6 metros de altura, e vigas secundárias de aço que vencem um vão de 36 metros.

[FIG. 34] Cobertura sede SEBRAE. Fonte: <http://www.gruposp.arq.br/?p=33>. Acesso: 27 Out. 2018.

[FIG. 32] Cobertura sede SEBRAE. Fonte: <http://www.gruposp.arq.br/?p=33>. Acesso: 27 Out. 2018.

[FIG. 33] Corte cobertura sede SEBRAE. Fonte: <http://www.gruposp.arq.br/?p=33>. Acesso: 27 Out. 2018.

3. ESTUDO DE CASO

Sede do SEBRAE



04

O LUGAR 4.1 FORMAÇÃO DA BARRA FUNDA 4.2 A CONTIBUIÇÃO PARA A CULTURA BRASILEIRA 4.3 PROCESSOS DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO- O CASO DA ÁGUA BRANCA 4.4 JUSTIFICATIVA DO BAIRRO 4.5 JUSTIFICATIVA DO TERRENO


38

4. O LUGAR

4.1 Formação da Barra Funda São Paulo era ladeado por chácaras que estruturava um cinturão de características suburbanas, tendo função agrícola e de moradia. Por volta de 1850, a Barra Funda era a grande Chácara Carvalho a qual pertencia ao conselheiro Antônio Prado. O local foi criado a partir divisão do Sítio Iguape, as terras eram loteadas, baseado na urbanização e modernização da cidade através da esteira do café, imigração e das indústrias. O nome se deu pelo fato de a barra do Tietê ser muito funda, assim surgiu o nome. Com a chegada dos trilhos da São Paulo Railway, século XIX, a chácara foi loteada e por ser localizada próxima ao centro, se desenvolveu depressa. Com a industrialização e passagem dos trilhos, a Barra Funda conjuntamente com a Mooca e o Brás, misturou-se em fábricas e moradias com um traçado urbano específico, a qual a rua se fragmentava em pequenas passagens, vielas, pátios e vilas. A área era identificada como um bairro de uso misto, com área industrial e operária. Pequenas fábricas de óleo, tintas de escrever e massas eram formadas nos fundos de quintais, além de fábricas maiores, como ‘’Fábrica de Vapor de Tecido e Fiação de Corda e de Barbante’’, fundada e 1892 Indústrias têxteis, químicas e metalúrgicas demandavam mais espaço, deste modo se deslocaram para a Várzea da Barra Funda. Nas áreas suburbanas notava-se uma diferenciação da zona industrial e residencial, as fábricas se distribuíram de modo mais disperso sem habitações ao seu redor. A Barra Funda de Cima, ao contrário da Barra Funda de baixo que se instalaram fábricas de maior importância, sofreu um processo de expulsão das fábricas e se transfigurou para um bairro residencial de classe média com poucos traços do bairro operário italiano, composta por pequenas oficinas que ainda são característicos do bairro.

O transporte da região possui uma história significativa ao aparecimento, devido à falta de planejamento. O surgimento da estrada de ferro Santos-Jundiaí provocava uma valorização da terra. Em 7 de maio de 1900 era inaugurada a primeira linha de bonde elétrico de São Paulo, unindo o bairro até o centro da cidade. O bonde não influenciou o traçado do bairro, porém influenciou o comércio, por seu trajeto se concentrava os principais serviços. Em 1922, são instalados os primeiros cinemas em bairros operários da cidade de São Paulo, Barra Funda e Brás. Na Barra Funda, o cinema foi instituído no Theatro São Pedro que era destaque na região por seu florescimento cultural, é o único excedente que dessa época em que a cultura era propagada por toda a cidade.

[FIG. 35] Antiga estação Barra Funda. Fonte: <http://www.estacoesferroviarias.com.br/b/barfunda-efs.htm>. Acesso 03 Mai. 2018.


Em 1936 já possui uma frota de sessenta e duas linhas de ônibus, que faziam ligação com bairros mais afastados que não eram beneficiados pelo trem. Em 1988 ocorreu a chegada do metrô, mais propriamente a estação Marechal Deodoro e Barra Funda, criou grande expectativa na melhoria do antigo bairro operário e consideravelmente a área atraiu moradores com maior pode aquisitivo. No fim do século XX, a área do distrito ainda era bem ocupada, no entanto havia presença de construções antigas com poucos terrenos vazios, o que desperta a ideia de demolição para dar lugar ao novo.

[FIG. 36] Bonde elétrico que ligava Largo São Bento a Barra Funda. Fonte: <http://netleland.net/hsampa/hbondes/hbondes.html>. Acesso 03 Mai. 2018.

[FIG. 37] Theatro São Pedro. Fonte: <http://acervo.estadao.com.br/noticias/lugares,teatro-sao-pedro,8470,0. htm>. Acesso 03 Mai. 2018.

4. O LUGAR

39


4. O LUGAR

40 4.2 A contribuição para a cultura brasileira

4.3 Processos de desindustrialização - o caso da Água Branca

O período que abrange a década de 20 marca a história paulistana e até da música nacional. A região da Barra Funda é classificada como o berço do samba mais precisamente o Largo da Banana, ponto de rodas de samba. O nome do largo se deu pela região ser alvo de comércio de banana.

A desindustrialização vem transcorrendo em algumas áreas delimitadas, consistido na perca do valor da atividade industrial, portanto o termo estabelece uma área que deixa de ser caracterizada por sua principal atividade econômica, transpondo-se em outro serviço do setor terciário.

Fundado por Dionísio Barbosa, o primeiro cordão carnavalesco paulista: o Grupo Carnavalesco Barra Funda.

Não é possível diagnosticar toda região metropolitana de São Paulo como caráter de desindustrialização, sendo que cada região possui sua particularidade.

O começo dos anos 70 é marcado pela grande migração de nordestinos para a região, porém neste mesmo período foi dada a decadência das indústrias, o que ocasionou uma adversidade na questão habitacional. Em 1989, no mesmo local que o Largo da Banana, é implantado o Memorial da América Latina projetado por Oscar Niemeyer.

A Água Branca tem uma relação de surgimento pontualmente relacionado com as ferrovias ‘’São Paulo Railway’ e ‘’Sorocabana’’ que se deslocam neste eixo da cidade. Inicialmente foram instaladas ao redor da linha férrea indústrias fabris, logo após a Companhia Antarctica Paulista, na mesma década se instalou a Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM). Outras indústrias significativas como Vidraria Santa Marina e Curtume Franco-Brasileiro, Fábrica de Brinquedos Trol, indústria química S.A White Martins, Fábrica de baterias Saturnia S.A, Confab/Ibesa (atualmente SESC Pompeia),e outras, também se instalaram nas mediações da estação ferroviária. Muitas destas fábricas já não existem mais no bairro da Água Branca, antigas construções que hoje dispõem outros usos. A Água Branca possui uma fraca função enquanto bairro e é mais enfraquecida quando o processo industrial é debilitado. É fato afirmar que devido ao processo de desindustrialização e com a especulação imobiliária nesta área da cidade, o mais não bairro da Água Branca tenderá a ser confundido por com bairros próximos e desaparecerá sendo acrescentado dentro de bairros maiores sendo Perdizes e Vila Pompeia, ainda que não possua limites que sejam fixos.

[FIG. 38] Largo da Banana. Fonte: <http://www.saopauloinfoco.com.br/barra-funda/>. Acesso 03 Mai. 2018.


Na década de 60, a construção das vias marginais, modificou a paisagem urbana da Água Branca, definindo construção acima da linha férrea, que liga o bairro a Perdizes, Vila Pompeia e Vila Romana, a qual aumenta o número de veículos na região. Contudo os viadutos auxiliaram para marcar a divisão histórica do bairro, no sul da ferrovia a porção mais desenvolvida e urbanizada e ao norte da ferrovia, uma ocupação precária, com grandes lotes ociosos e baixa densidade populacional. Conclui-se que o reconhecimento da potencialidade dos terrenos do bairro, relacionado à localização, intervenção de poder público, infraestrutura, saneamento básico, agrava mais ainda o procedimento de desindustrialização, ou seja, todos esses fatores assumem uma valorização imobiliária, que tem evidenciado a função comercial em resposta a função industrial. [FIG. 39] Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo. Fonte: <http://www.saopauloinfoco.com.br/barra-funda/>. Acesso 03 Mai. 2018.

[FIG. 40] Fábrica Meias Victoria na Água Branca. Fonte: <https://quandoacidade.wordpress.com/>. Acesso em: 03. Mai. 2018.

4. O LUGAR

41


42

4. O LUGAR

4.4 Justificativa do bairro Como ponto de partida, a Operação Urbana Água Branca foi um desencadeador da escolha do bairro, por seus objetivos de desenvolvimento da área e também pelo meu apreço pessoal da Barra Funda. Foi feita uma pesquisa em sites da prefeitura que é possível identificar através de mapas onde estão localizados os principais equipamentos da cidade, sejam eles bibliotecas, museus, teatros, CEUs, Centro culturais e etc. Me deparei com a Água Branca, mesmo com um plano de incentivo para a área, não havia equipamentos que fornecessem auxílio para o local que se desenvolve, até mesmo com sua infraestrutura e mobilidade de qualidade, podendo chegar até o local de diferentes meios e locais de São Paulo. A Avenida Marquês de São Vicente, principal meio de deslocamento até o projeto, está em constante transformação, novos edifícios contemporâneos envidraçados dão lugar a antigas fábricas, perdendo o caráter e a memória industrial da área. Após o mapeamento de equipamentos culturais na cidade de São Paulo, observam-se áreas com ausência ou insuficiência dos mesmos, desta maneira foi estudada a área da Barra Funda por ser tratar de um distrito provido de transporte público e em constante transformação. Com a Operação Urbana Consorciada Água Branca, proposta para desenvolver a área e atrair menos recursos do poder público, foi incentivado em lotes em desuso implantação de HIS e HMP, abertura de novas vias em razão de quadras estabelecidas por extensos lotes que se implantavam as indústrias, equipamento culturais e de lazer, micro e macro drenagem e adensamento de lotes. É relevante considerarmos que alguns setores do perímetro da OUCAB possuem renda média/baixa, sendo: Subsetor A com total de 1.696 habitantes, 30hab/ha de renda média/ baixa, localiza-se a única favela, do Sapo, existente da área, poderá ser regularizado a moradia através do deslocamento

objetivo populacional de 8.800. Subsetor F, área onde está localizado o terreno, não há registro de população por se tratar de um local restritamente industrial, objetivo populacional de 8.025. Subsetor G com 2.012 habitantes de renda média/baixa, objetivo populacional de 9.411. Subsetor H com 2.411 habitantes de renda média/baixa, objetivo populacional de 15.292. Subsetor I com 13.772 habitantes de renda média/alta, objetivo populacional de 15.018. O total de moradores que é pretendido ter no perímetro da Operação Urbana será de 77.140 habitantes. O Plano Diretor de 2014 dispõe de São Paulo em macrozonas e macroáreas para o desenvolvimento urbano. O terreno em que será implantado a Escola de Arte localiza-se na macrozonas de estruturação e qualificação urbana em que exterioriza problemas desigualdade socioespacial, heterogeneidade no uso e ocupação do solo, diferentes modelos de urbanização, sendo a zona em que mais são favoráveis novos usos e atividades urbanas. Foram definidos quatro macroáreas para aplicação de instrumentos urbanísticos, correspondendo à área da Água Branca em Macroárea de Qualificação da Urbanização. O art. 10 do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (Lei n.16.050, de 31 de julho de 2014), § 2º Os objetivos da Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana são: III - orientação dos processos de reestruturação urbana de modo a repovoar os espaços com poucos moradores, fortalecer as bases da economia local e regional, aproveitar a realização de investmentos públicos e privados em equipamentos e infraestruturas para melhorar as condições dos espaços urbanos e atender necessidades sociais, respeitando as condicionantes do meio físico e biótico e as características dos bens e áreas de valor histórico, cultural, religioso e ambiental;


43

4. O LUGAR

A Operação Urbana não trouxe resultados efetivos para a área, uma vez que o cenário continua problemático e sem atrativos para as pessoas. Para o pedestre a experiência é desagradável pela falta de vida nas calçadas e barreiras físicas, que não permitem a travessia para outras ruas devido a extensas quadras, sendo obrigados a realizar um percurso desnecessário, sem sombra de vegetação, sem áreas de descanso e serviços em boa parte do caminho. Contudo, foi feita uma investigação, que será melhor analisada no capítulo de projeto, de melhorias que seriam sucedidas no entorno devido a implantação de um novo polo cultural para a Água Branca, tendo em vista os estudos feitos pela inserção de equipamentos de qualidade e a diversidade gerada no espaço público no capítulo 02 deste trabalho.

4.5 Justificativa do terreno Em primeiro momento, o terreno escolhido foi ao lado do atual para a intervenção da escola de arte, visto que também é um lote ocioso e utilizado em conjunto como área de estacionamento. Houve dificuldade de atrelar um projeto que pudesse ter relação com a rotatória em razão de sua implantação na esquina. Ao aprofundar nos estudos de caso para montar o programa outro empecilho foi encontrado, não consegueria abrigar todos os usos desejáveis apenas naquele lote, o que também acarretaria em uma verticalização e não aproveitamento do espaço. O lotel atual se revelou com uma linguagem mais interessante por seu formato ortogonal, podendo abrigar no térreo grandes usos destinados a cidade e possibilitando uma passagem direito no lote que liga a Avenida Marquês de São Vicente e a Rua Robert Bosch.

Foto: Croqui definição de lotes.



talecer as bases da economia local e regional, aproveitar a realização de investimentos públicos e privados em equipamentos e infraestruturas para melhorar as condições dos espaços urbanos e atender necessidades sociais, respeitando as condicionantes do meio físico e biótico e as características dos bens e áreas de valor histórico, cultural, religioso e ambiental; V - diminuição das desigualdades na oferta e distribuição dos serviços, equipamentos infraestruturas urbanas entre os distritos;

LEGISLAÇÃO

05

dos habitantes para HIS que serão implantados, objetivo populacional de 8.451. Subsetor B com 362 habitantes, 6 hab/ha de renda média/baixa, objetivo populacional de 11.480. Subsetor C com total de 3.809 habitantes, 102 hab/ha de renda média/alta, objetivo populacional de 7.436. Subsetor D com total de 1.211 habitantes, 52 hab/ha e renda média/alta, objetivo populacional de 1.747. Subsetor E, não há registro de população por se tratar de um local restritamente industrial,

5.1 OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA 5.2 OFICINA BAIRRO DOS SONHOS


46

5. LEGISLAÇÃO

5.1 Operação Urbana Consorciada Água Branca A primeira Operação Urbana Água Branca (OUAB), foi criada em 1995 com a Lei n.11.774 a qual fazia parte do Plano Diretor de 1985 da gestão da Prefeita Luiza Erundina. Entendia-se o desenvolvimento e reestruturação da área por ser um local de baixa densidade que era ocupada pelas atividades terciárias da região, tal como a expansão da área central e sub-centro da Lapa. Entre o período de implantação da primeira lei da OUCAB até 2006, não foi visto de fato resultados relevantes desde o projeto de 1991. Em 2013 poucas mudanças eram constatadas, uma das transformações sucedidas foi a construção de quatro torres comerciais, Centro Empresarial Água Branca, que obteve lucro para a restauração da Casa das Caldeiras, componente das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo que hoje é patrimônio histórico de São Paulo. Como visto na Lei n.15.893, em 2013, a Operação Urbana Água Branca foi revisada e nela foram predefinidas participações mais públicas, este se diferencia de outras operações urbanas devido ao foco mais amplo, em propõe intervenções também no próprio sistema viário. A OUCAB viabiliza a aplicação dos CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), que antes não podia ser utilizado devido o Estatuto da Cidade. Tais títulos são o direito de construir, são negociados através do poder público, promovendo arrecadação de verba para implementar em projetos na área. Os Cepacs somente poderão ser utilizados se forem aplicados no perímetro urbano e destinados à mobilidade e habitação. O plano tem como principal objetivo a implantação do transporte coletivo e mobilidade não motorizada, novas estações de metrô e trem serão introduzidas na região, como a Estação Água Branca-Linha 7 Rubi da CPTM, a inclusão e diversidade social, adensamento de uso misto através de aumento do coeficiente de

adensamento construtivo, ordenamento e valorização da paisagem, melhorias ambientais e infraestrutura, viabilidade ao longo do tempo, implantar equipamentos de interesse da comunidade. O objetivo do transporte coletivo uma vez que investido, controla as ofertas de vagas de estacionamento, rompendo com quadras de grandes dimensões por meio da melhoria e alargamento do passeio público e para ciclistas, compondo fachada ativa por todo passeio. A principal decorrência é o controle de aumento de tráfego para que possa diminuir o impacto do sistema viário, tornando a calçada um local mais seguro e convidativo, que possua serviços cotidianos que serão acessíveis a pé. A valorização da paisagem e o ordenamento por sua vez pretende usar a verticalização para formar referências, criar regras para impulsionar o espaço público, controle de gabarito, taxa de ocupação e o uso em atribuição da localização, parques públicos com aberturas visuais para o norte. A verticalização concentrada nas áreas evita a dispersão das mesmas, melhora o convívio de zonas transformadas e não transformadas, formação de identidade visual e funcional, além do desenho urbano agregar valores culturais e econômicos para usuários, moradores e empreendedores.


5. LEGISLAÇÃO

47

[FIG. 41] Mapa perímetro OUCAB. Fonte: Google Earth. Elaboração do autor.


5. LEGISLAÇÃO

48

5.2 Oficina bairro dos sonhos Foi realizado um processo participativo, da Água Branca, que consiste em audiências públicas em conjunto com a população, a qual traz a sociedade civil de modo democrático sobre as decisões que serão aplicadas na área, com a finalidade de oferecer infraestruturas para o meio urbano que sejam ligados a mobilidade, lazer, equipamento público e habitação de interesse social, a partir de diretrizes da OUCAB e Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. Deste modo elaborou-se um anteprojeto do Plano de Urbanização do Subsetor A1 em dezembro de 2015, a partir do Concurso Público Nacional de Estudos Preliminares. A primeira atividade da Oficina foi identificar o deslocamento diário da população, onde residem e onde trabalham. 45% dos residentes se concentram em conjuntos habitacionais próximos ao córrego Água Branca, número menores de habitantes estão em comunidades próximas à Rodovia Bandeirantes. 82% das pessoas que indicaram seus locais de trabalho trabalham próximos ao perímetro da OUCAB, o que pode ser concluído que fazem um deslocamento menor entre emprego e moradia, atributo importante na concepção de cidade compacta policêntrica em que atividades econômicas e infraestrutura estão inseridas de modo equivalente. Os 217 indivíduos identificaram desejos para o bairro que esteja categorizado entre institucional, espaços livres (lazer e esportes), comércio e serviços. O resultado das atividades gerou classificação de 42% de uso institucional, 30% espaços livres, 28% comercial e serviços. Um dos temas ofertados pelos munícipes que se assemelham ao tema do projeto é: Escola em geral e para todas as idades, centro/espaço/casa de cultura, escolas profissionalizantes, biblioteca, feiras de artesanato. Fonte Imagens: Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana. prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018.

[FIG. 42] Oficina Bairros dos Sonhos.

[FIG. 43] Apresentação O que é Operação Urbana.

[FIG. 44] Oficina Bairros dos Sonhos.

[FIG. 45] Oficina Bairros dos Sonhos.


49 REQUISITOS DOS MORADORES

[FIG. 46] Mapa origem da moradia e trabalho no perímetro da OUCAB. Fonte: Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_Relat%C3%B3rio-anexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018.

[FIG. 47] Requisitos moradores. Fonte: Prefeitura de São Paulo Fonte: Adaptado do Relatório de Plano de Urbanização para o Subsetor A1 da Operação Urbana Consorciada Água Branca. PREFEITURA, 2015. P. 10. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/ uploads/2015/03/OUCAB_Oficina_Relat%C3%B3rioanexos_02.pdf. Acesso em: 25 Mar. 2018.

5. LEGISLAÇÃO

MAPA ORIGEM DA MORADIA E TRABALHO



06

PROJETO 6.1 LEITURA E APROXIMAÇÃO DO LUGAR núcleo habitação equipamentos transporte terreno impacto de vizinhança 6.2 LEGISLAÇÃO 6.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO 6.4 PARTIDO E DIRETRIZES primeiras investigações memorial acessos e fluxos 6.5 PROGRAMA diagramas programa quadro de áreas 6.6 PROJETO plantas e imagens cortes partido estrutural materialidade ampliações


6.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR

52

Para que os usos do equipamento proposto sejam de fato utilizados, é necessário que haja diversidade e introdução de distintas classes em um mesmo lugar. Se esse leque de usos distribuir por todo o dia uma boa variedade de necessidades e preferências de consumo, todos os tipos de serviços e estabelecimentos tipicamente urbanos e especializados poderão surgir, processo que se multiplica por si mesmo. Quanto mais complexa for a mistura de grupos de usuários - e daí sua eficiência -, maior será o número de serviços e lojas necessários para pinçar sua clientela dentre todos os tipos de grupos de pessoas e consequentemente maior será o número de pessoas atraídas. (GEHL, Jan. A cidade para as pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2015.p.178).

Pessoas que utilizam as mesmas ruas em horários opostos, certamente utilizarão mesmos lugares sem segregação, isto seria o idela. Deste modo, é claro que os tipos de uso utilizados na escola de arte são de instigantes para a vivacidade do espaço e de interesse de qualquer classe. Em vista disso, é perceptível o raio de abrangência do equipamento com a mistura de moradores de classe média alta do Parque Jardim das perdizes e de moradores da precária favela do Sapo (imagem 1), FUNAPS (102 residências - imagem 2) e Prover Água Branca (180 residências - imagem 3), além de lotes dedicados a HIS E HMP, que poderão utilizar a intervenção


[FIG. 48] Mapa habitações próximas. Fonte: Google Earth. Elaboração do autor.

6.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR

53


6.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR

54

[FIG. 49] Mapa equipamentos culturais do distrito da Barra Funda. Fonte. Google Earth. Elaboraçção do autor.


A área consiste em diversos meios de deslocamento até a área de intervenção, sendo viável o locomoção a pé, corredor de ônibus que liga Vila Nova Cachoeirinha até o Centro, linha 3 vermelha do metrô, linha 8 e 7 da CPTM.

[FIG. 50] Mapa transporte público. Fonte. Google Earth. Elaboraçção do autor.

6.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR

55


6.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR

56

[FIG. 51] Vista área terreno. Fonte: Google Earth. Elaboração do autor.


6.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR

57


6.1 APROXIMAÇÃO DO LUGAR 58


59

6.2 LEGISLAÇÃO

A área de intervenção está localizada na zona de uso ZM 3ª - Zona de alta densidade. De acordo com o quadro 2 do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo:


6.3 LEVANTAMENTO FOTOGRĂ FICO

60

[FIG. 52] Vista terreno Rua Robert Bosch. Fonte: Acervo do autor.

[FIG. 53] Vista terreno Rua Robert Bosch. Fonte: Acervo do autor.


[FIG. 54] Vista terreno Avenida Marquês de São Vicente. Fonte: Google Earth.

[FIG. 55] Vista terreno Avenida Marquês de São Vicente. Fonte: Google Earth.

6.4 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

61


6.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

62

[FIG. 56] Vista panorâmica terreno Avenida Marquês de São Fonte: Acervo do autor.

[FIG. 57] Vista panorâmica terreno Avenida Marquês de São Fonte: Acervo do autor.

[FIG. 58] Vista panorâmica terreno Avenida Marquês de São Fonte: Acervo do autor.


Imagens - Banca Intermediária

63 Maquete Física - Banca Intermediária

6.4 PARTIDO E DIRETRIZES

Primeiras investigações 1º semestre


64

6.4 PARTIDO E DIRETRIZES

Memorial O projeto da escola de arte e cultura propõe um equipamento que possa servir a cidade e que se enquadre na relação do indivíduo com o equipamento cultural, através do térreo que busca a transposição da cidade para o lote com usos coletivos que proporcionam a vivacidade e sensibilidade do usuário. É significativo transcender as barreiras urbanas e viabilizar o caminhar do pedestre para que assim os espaços tenham competência possibilitando o convívio e a permanência, focando no indivíduo como parte de um coletivo e oferecendo a cidade um equipamento de especificidade educacional e cultural. A partir da situação em que o terreno se insere, foram consideradas premissas para o desenvolvimento da área e maior espaço de conexão com a cidade por meio do térreo que possui acesso direto da Avenida Marquês de São Vicente a Rua Robert Bosch por dentro do lote e usos de maior interesse neste pavimento. O projeto esta dividido na parte urbana, totalmente pública, que liga diretamente com a cidade, provocando encontros e gerando movimentação na área, são estes, café, restaurante, livraria/loja, cinema e bicicletário. O coletivo, que gera articulação no edifício a partir de blocos distintos que são ligados por rampas e soltos do chão para provocar maior fruição no térreo, são espaços públicos coletivos voltados para a cidade, como o museu e biblioteca que estão implantados no primeiro e segundo pavimento respectivamente. Os demais pavimentos ficam por conta do administrativo e espaços educacionais e coletivos da área da escola, tal como espaço de exposição de produção dos alunos, videoteca, salas multiuso, salas específicas, oficinas e estúdios, todos os espaços foram pensados para que fossem grandes extensões em que todos pudessem vivenciar experiências em conjunto.


65

6.4 PARTIDO E DIRETRIZES

DIAGRAMA ACESSOS E FLUXOS

LEGENDA ACESSO PÚBLICO PEDESTRE ACESSO SUBSOLO E RUA SERVIÇO

PONTO E CORREDOR DE ÔNIBUS CICLOVIA


6.4 PARTIDO E DIRETRIZES

66

Os acessos que possibilitam a chegada ao programa são hierarquizados, de modo que seja organizado e reduzido o percurso do indivíduo até tal local, além disso são espaços que permitem a permanência e o encontro. O acesso 1, permite a chegada até o 1º pavimento, onde há museu destinado a cidade, tanto quanto a escada serve como arquibancada para o cine café. O acesso 2, permite a chegada através de escada rolante até o foyer e o auditório. O acesso 3, permite a conexão dos blocos distintos em que há um desnível de 1,75m para que a inclinação das rampas não seja rigorosa e atenda a norma, principiando do primeiro pavimento acima.


A circulação vertical é feita através de elevadores e escada enclausuradas. A circulação 1, permite a chegada de PNE até o foyer do auditório. A circulação 2, núcleo de apoio ao bloco, permite o deslocamente do térreo ao 6º pavimento. A circulação 3, núcleo principal da escola, permite o deslocamento do térreo ao 6º pavimento. A circulação 4, caixa de dois elevadores, permite o acesso ao 1º pavimento para PNE.

6.4 PARTIDO E DIRETRIZES

67


6.5 PROGRAMA 68


6.5 PROGRAMA

69


6.5 PROGRAMA 70


6.5 PROGRAMA

71


6.5 PROGRAMA 72


6.5 PROGRAMA

73


74

VISTA RUA ROBERT BOSCH


75

VISTA AVENIDA MARQUÊS DE SÃO VICENTE


76


77


78

VISTA RUA ROBERT BOSCH


79


80


81


82


83


84


85


86


87


88


89


90


91


6.6 PROJETO

92

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-72651/palacio-szatmary-marp?ad_medium=gallery. Acesso 27/10/2018.


6.6 PROJETO

93

Fonte: http://www.contemporist.com/argentinian-house-is-made-almost-entirely-of-concrete/. Acesso 27/10/2018.

Fonte: https://casaeconstrucao.org/projetos/modelos-guarda-corpo/. Acesso 27/10/2018.


6.6 PROJETO

94

Partido Estrutural A estrutura do projeto é concebido com um sistema misto, a qual há mistura de materiais, o concreto e o aço. Cada bloco possui sua estrutura independente, que são conectados através de passarelas estruturais metálicas que são sustentadas por treliças e pilar metálica. O bloco do auditório, é estruturado por lajes nervuradas para que seja possível vencer o vão do mesmo, assim segue nos pavimentos acima. Todos os demais blocos possuem estruturação tradicional. Os pilares de todo o projeto possuem dimensão de 20x60cm para que se alinhem as alvenaria, vigas com 70cm de altura e núcleo estrutural nos dois principais blocos, um deles nascendo do subsolo.


6.6 PROJETO

95


6.6 PROJETO 96


6.6 PROJETO

97


6.6 PROJETO 98


99

VISTA AVENIDA MARQUÊS DE SÃO VICENTE.


100

VISTA AÉREA.


101

VISTA RUA ROBERT BOSCH.


102


103


104

VISTA CAFÉ.


105


106

VISTA 3ยบ PAVIMENTO.


107

VISTA CINEMA.


108

Livros/Revistas

7. REFERÊNCIA

GEHL, Jan. Cidade para as pessoas. São Paulo: Perspectiva. 2015. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes. 2014. SCHVARZMAN, Sheila. Sala de cinema em São Paulo nos anos 1920: diferenciação social e gênero no imaginário crítico. Revista Brasileira de História, São Paulo, v.25, n.49, p. 153-174,2005. Solà-Morales, M. (2008). Espacios públicos/espacios colectivos. Em M. Solà-Morales, De cosas urbanas. Barcelona: Editorial Gustavo Gili. VAINER, André. Cidadela da liberdade. São Paulo: Sesc. 2013.

Legislação Disponível em: <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/estruturacao-territorial/operacoes-urbanas/operacao-consorciada-agua-branca/> Acesso em: 23 Mar. 2018 Disponível em: <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/estruturacao-territorial/operacoes-urbanas/operacao-consorciada-agua-branca/> Acesso em: 23 Mar. 2018 Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/urbanismo/sp_urbanismo/operacoes_urbanas/agua_branca/index. php?p=163691> Acesso em: 03 Abr. 2018

Teses/Artigos DUARTE, Denise; GOLÇALVES, Joana; ROSA, Marcos. Proposta Bairro Novo: Uma discussão contemporânea para requalificação ambiental e vazios urbanos. Universidade de São Paulo/Faculdade de arquitetura e urbanismo. São Paulo, 2005. Estação Biblioteca Água Branca – TFG FAU USP, Anna Pancini. Disponível em: <https://issuu.com/annapancini/docs/tfg_2_anna_pancini> Acesso em: 03 Abr. 2018 FRANCISCO, Joana Magalhães. A cidade das pessoas, para as pessoas. Dissertação (Doutorado em Design). Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de Arquitetura. Portugal, 2011. MOTA, Joana Isabel Correia. Os equipamentos culturais na transformação do espaço público da cidade contemporânea. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Portugal, 2016. RAMOS, Aluísio Wellichan. Desindustrialização na Metrópole Paulistana – o caso da Água Branca. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana). FFLCH, USP. São Paulo, 2001.


Sites

109

- http://www.artistasnarua.com.br/textos/importancia-da-arte-para-a-cidade - Acesso em: 27 Fev. 2018. - https://www.youtube.com/watch?v=0-u1Ba0w3B4 - Acesso em: 03 Mar. 2018. - https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi - Acesso em: 08 Mar. 2018 - http://www.saopaulobairros.com.br/barra-funda/ - Acesso em: 11 Mar. 2018 - https://www.archdaily.com.br/br/759424/escola-de-arte-de-manchester-feilden-clegg-bradley-studios - Acesso em: 17 Mar. 2018 - https://www.sescsp.org.br/pt/sobre-o-sesc/nossas-unidades/unidade/11_POMPEIA - Acesso em: 27 Mar. 2018 - https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi - Acesso em: 28 Mar. 2018 - https://fcbstudios.com/work/view/manchester-school-of-art - Acesso em: 03 Abr. 2018 - http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08087/225 - Acesso em: 15 Abr. 2018 - http://www.ppgau.ufba.br/urbicentros/2012/ST132.pdf - Acesso em: 15 Abr. 2018 - http://www.archdaily.com.br/br/01-178121/cineteca-nacional-s-xxi-slash-rojkind-arquitectos - Acesso em: 18 Abr. 2018 - http://theatrosaopedro.org.br/historico/ - Acesso em: 03 Mai. 2018 - http://www.saopauloinfoco.com.br/barra-funda/ - Acesso em: 03 Mai. 2018 - http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico/ladeira_memoria/index.php?p=8382 - Acesso em: 03 Mai. 2018 - https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/sao-paulo/panorama - http://www.cultura.sp.gov.br/ - http://www.cetsp.com.br/consultas/seguranca-e-mobilidade/automoveis-no-corredor-de-onibus.aspx - https://www.archdaily.com.br/br/01-402/sede-do-sebrae-gruposp?ad_medium=gallery - http://www.gruposp.arq.br/?p=33

7. REFERĂŠNCIA

- http://mapas.geosampa.prodam/PaginasPublicas_SBC.aspx - Acesso em: 01 Mar. 2018.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.