Colo de
FRANCISCO
CENTRO DE ACOLHIMENTO E BEM-ESTAR PARA ANIMAIS DE RUA
TAINÁ TALAN | 2020
Trabalho Final de Graduação para o curso de Arquitetura e Urbanismo, apresentado ao Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista sob orientação da Prfa. Catherine D’Andrea.
aluna
Tainá Fernanda Talan orientadora
Catherine D’ Andrea
Ribeirão Preto/SP - Brasil | 2020
Ficha
Ficha Catalográfica Elaborada por Matheus Felippe Tunis. CRB 8/8766 T137c
Talan, Tainá Fernanda. Colo de Francisco: centro de acolhimento e bem-estar para animais de rua / Tainá Fernanda Talan. – Ribeirão Preto, 2020. 210 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do(a) Prof(a). Ma. Catherine D'Andrea. 1. Centro de acolhimento. 2. Animais. 3. Bem-estar. 4. Lar temporário. 5. Arquitetura. I. Título. II. D'Andrea, Catherine
CDD 720
ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO Glorioso São Francisco, Santo da simplicidade, do amor e da alegria, que no Céu contemplais as perfeições infinitas de Deus. Lançai sobre nós o vosso olhar cheio de bondade. Socorrei-nos nas nossas necessidades espirituais e físicas. Rogai a Deus Pai Criador para que nos conceda as graças que pedimos por vossa intercessão, vós que sempre fostes tão amigo Dele. Inflamai o nosso coração de amor sempre maior a Deus e aos nossos irmãos, principalmente aos mais necessitados. Meu Amado São Francisco, peço-te que ponhas as tuas santas mãos sobre o (diga o nome do animal) que tanto precisa de ti! Confio que olharás sempre por ele, e cheio de fé sei aguardo que atendas a este pedido que te faço com todo o coração. São Francisco de Assis, rogai por nós. Amém.
AGRADECIMENTOS
MEUS PAIS Agradeço primeiramente em especial aos meus pais por toda dedicação, por me ensinarem a ter bons princípios e a valorizar cada momento e oportunidade, pelo apoio diário, por cada um dos incentivos, por acreditarem em mim ao longo dessa jornada e por lutarem um sonho em comum.
MEU IRMÃO
Ao meu irmão, que em sua pouca idade me rendeu conselhos e incentivos gigantes, obrigada por sempre me incentivar a dar o meu melhor, a olhar com bons olhos para as dificuldades do caminho. Vocês são minha base e meu orgulho, espero ter sido o de vocês.
Obrigada Deus, por me permitir chegar até aqui e nunca me desamparar, obrigada por escutar em meus pedidos mais baixinhos me permitir vibrar e compartilhar desse momento ao lado de toda minha família e de cada pessoa indispensável na minha vida.
DEUS
MEUS PETS
Intimamente agradeço a vocês por serem a minha vida, Minie, Melissa, Max, Pandora e Cacau. Por me mostrarem o lado doce e genuíno do viver, a praticar o altruísmo, dar sem esperar nada em troca. Em especial a Pandora que logo no início do desenvolvimento do trabalho adoeceu me deixando aflita e mais sensível ao tema. Você é presente de Deus, e em meio as circunstâncias e todo o medo de te perder nos trouxe mais uma vida, bem-vinda à família Cacau. Eu amo vocês!
AMIGOS
Aos meus amigos que se mantiveram presente durante todo esse tempo, em especial neste último ano, vibrando comigo a cada etapa, deixo aqui o meu muito obrigada, vocês foram e são importantíssimos na minha vida. As amigas que construí ao longo da faculdade, vocês também fazem parte dos agradecimentos acima, mas em especial gostaria de ressaltar que, vocês foram a minha família dentro de sala, meu respiro, minhas irmãs que a Arquitetura aproximou, graças a Deus nossos caminhos se cruzaram, quanta sorte ter tido vocês junto comigo. Amo todas, e torço por cada uma.
DOCENTES
A todo corpo docente que me preparou para ser uma boa profissional, mas mais do que isso a nunca me esquecer de ser acima de tudo primeiramente uma boa pessoa. Vocês foram muito mais do que professores, foram exemplos, inspirações e em muitas vezes grandes amigos. Obrigada por tudo, desejo muita luz e prosperidade a todos vocês e suas respectivas famílias. Grande beijo, Tainá.
O presente trabalho trata-se do desenvolvimento de um local que acolha animais em situação de rua na cidade de Sertãozinho/SP, para este, foi pensado o nome de Colo de Francisco, devido a toda sensibilidade que o mesmo procura demonstrar. O intuito do nome deu-se através da ideia de passar as pessoas que estes animais estarão sobre a proteção de São Francisco de Assis, protetor dos animais. Dando sequência, o local irá proporcionar apoio e lar temporário para cães e gatos, até o momento de suas adoções. Para além disto, uma diretriz básica do projeto volta-se ao apadrinhamento de um animal, que nada mais seria do que a participação ativa de uma única pessoa ou até mesmo de uma família ao dia-a-dia do animal, oferecendo carinho e afeto para este, de modo que contribua positivamente para sua reinserção ao convívio familiar.
This work is about the development of a place that welcomes animals in street situation in the city of SertĂŁozinho/SP, for this, was thought the name of Colo de Francisco, due to all sensitivity that the same seeks to demonstrate. The purpose of the name was given through the idea of passing people that these animals will be on the protection of Saint Francis of Assisi, protector of animals. In sequence, the site will provide temporary support and home for dogs and cats until the moment of their adoptions. In addition, a basic guideline of the project revolves around the sponsorship of an animal, which would be nothing more than the active participation of a single person or even a family to the day-to-day of the animal, offering affection and affection for this, so that it may contribute positively to their reintegration into family life.
SUM
01
INTRODUÇÃO AO TEMA 1.1 Metodologia de Trabalho, 26 1.2 Contextualização e Objetivos, 27
RELAÇÃO HOMEM E ANIMAL 2.1 A evolução e domesticação das espécies, 30 2.2 O afeto como fundamento da família multiespécie, 34 2.3 Inserção dos animais nos lares, 38
03
O ABANDONO NO BRASIL 3.1 O abandono no Brasil, 46
BEM-ESTAR E DIREITOS DOS ANIMAIS 4.1 Bem-Estar e Direito dos animais, 54 4.2 Regulamentação dos espaços que abrigam animais, 63
05
02 04
ESTUDO DE CASO 5.1 Canil Municipal de Sertãozinho e UBS Animal, 70 5.2 Formulário aberto a população local, 74 5.3Entrevista com protetora independente, 76
REFERÊNCIAS PROJETUAIS 6.1 Abrigo Dog Shelter, 82 6.2 Abrigo Palm Spring Animal Care Facility, 92 6.3 Hospital Veterinário Santa Catarina, 106
07
06
LEITURA MORFOLÓGICA 7.1 Introdução ao Município, 120 7.2 Apresentação do Terreno, 128 7.3 Levantamento Morfológico, 132
ANTEPROJETO 8.1 Diretrizes de projeto, 146 8.2 Conceito e Partido, 148 8.3 Requisitos para programa de necessidades, 150 8.4 Detalhamento dos mobiliários externos, 154 8.5 Desenvolvimento da forma, 157 8.6 Plano de Massas, 159 8.7 Implantação de Layout, 161 8.8 Implantação de Cobertura, 163 8.9 Materialidade, 165 8.10 Zoom dos setores, 169 8.11 Considerações Finais, 205
08
FIGURA 2.1: Mãe indígena da etnia awa-guajá com o filho no colo e amamentando um porco do mato FONTE: Iphotochannel, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://iphotochannel.com.br/ fotojornalismo/fotografos-da-folha-de-sp-contam-historias-de-suas-fotos-iconicas | ACESSADO EM: 15.03.2020
FIGURA 2.5: Silhueta de mulher, cão e gato FONTE: Public Domain Pictures, colagem adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=288268&picture=silhueta-de-cachorro ACESSADO EM: 09.05.2020
FIGURA 2.2: Família multiespécie com seu animal de estimação, realizando atividades de lazer em conjunto | FONTE: ChurrasPet, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://churraspet.com.br/ blog/2019/07/128/Animais-sao-parte-da-familia-moderna | ACESSADO EM: 21.04.2020
FIGURA 2.6: Momentos entre Flor e Amora com sua
FIGURA 2.3: Olhar de esperança ilustrando a face do animal em campanha realizada
FONTE: World Animal Protection, adaptada pela autora | DISPONÍVEL EM: https://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/94-dos-brasileiros-veem-seus-caes-como-membros-da-familia ACESSADO EM: 08.05.2020 FIGURA 2.4: Fotografias de animais portadores de deficiência | FONTE: Hypeness | Autor: Alex Cearns, colagem adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.hypeness.com. br/2018/03/serie-fotografica-prova-que-animais-com-deficiencia-tambem-sao-o-maximo/ ACESSADO EM: 09.05.2020
família FONTE: Foto da tutora Francine, adaptada pela autora | ACESSADO EM: 13.05.2020
FIGURA 2.7: Zap e Shurumela
FONTE: Foto da tutora Chirlei, adaptada pela autora | ACESSADO EM: 12.05.2020
FIGURA 2.8: Zap e Shurumela
FONTE: Foto da tutora Jessica, adaptada pela autora | ACESSADO EM: 12.05.2020
FIGURA 3.1: Dados (2018) da população animal no Brasil | FONTE: AbinPet, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://abinpet.org.br/mercado/ ACESSADO EM: 22.04.2020 FIGURA 3.2: Família carregando seus pertences ao se mudar | FONTE: Sempre família, adaptada pela autora
LISTA DE FIGURAS
DISPONÍVEL EM: https://www.semprefamilia.com. br/educacao-dos-filhos/5-maneiras-de-explicar-as-criancas-que-a-familia-vai-se-mudar/ ACESSADO EM: 22.04.2020 FIGURA 4.1: Ilustração refletindo o animal como não mercadoria FONTE: Meio ambiente técnico, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://meioambientetecnico.blogspot.com/2015/12/dia-internacional-dos-direitos-animais.html ACESSADO EM: 23.04.2020 FIGURA 4.2: O sentir, a intensidade através do olhar de três animais em situações distintas FONTE: Colagem, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://catracalivre.com.br/carrefour/luto-empatia-e-depressao-nao-sao-emocoes-exclusivas-dos-humanos/ | https://www.amamoscachorros.com.br/animais-de-rua/ | https://www.petlove. com.br/dicas/por-que-a-pupila-do-olho-do-gato-muda-de-formato ACESSADO EM: 23.04.2020 FIGURA 4.3: Troca de afeto entre cão e gato FONTE: Bitcão, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.bitcao.com.br/blog/ como-apresentar-caes-e-gatos-e-vice-versa/ ACESSADO EM: 23.04.2020
FIGURA 5.1: (Folha esquerda) Mapa de localização FONTE: Google Earth Pro, adaptada pela autora ACESSADO EM: 25.04.2020 FIGURA 5.2: Fotografia da área externa do Canil FONTE: Prefeitura deSertãozinho, adaptada pela autora ACESSADO EM: 25.04.2020 FIGURA 6.01: Fluxos e permanência ao externo do abrigo FONTE: We-a DK DISPONÍVEL EM: https://www.we-a.dk/dog-shelter ACESSADO EM: 03.04.2020 FIGURA 6.02: Representação gráfica interna do abrigo em composição com os três materiais definidos + vegetação FONTE: We-a DK DISPONÍVEL EM: https://www.we-a.dk/dog-shelter ACESSADO EM: 03.04.2020 FIGURA 6.03: Representação gráfica vista aérea do abrigo | FONTE: We-a DK DISPONÍVEL EM: https://www.we-a.dk/dog-shelter ACESSADO EM: 03.04.2020
FIGURA 6.04: Diagrama forma base para intervenção | FIGURA 6.05: Diagrama de desenvolvimento da forma | FIGURA 6.06: Diagrama da circulação interna do pátio | FIGURA 6.07: Diagrama resultado final da volumetria | FONTE: Archdaily, adaptada pela autora | ACESSADO EM: 03.04.2020 DISPONÍVEL EM: https://www.archdaily. com/894254/dogchitecture-we-architecture-designs-a-center-that-challenges-traditional-animal-shelters/5afc4924f197cc4a570000ca-dogchitecture-we-architecture-designs-a-center-that-challenges-traditional-animal-shelters-image?next_project=no FIGURA 6.08: (Folha Esquerda) Mapa de Zoneamento FONTE: Archdaily, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.archdaily. com/894254/dogchitecture-we-architecture-designs-a-center-that-challenges-traditional-animal-shelters/5afc4a69f197cca690000078-dogchitecture-we-architecture-designs-a-center-that-challenges-traditional-animal-shelters-image?next_project=no ACESSADO EM: 03.04.2020 FIGURA 6.09: (direita – superior) Pátio central com geração de microclima interno FONTE: We-a DK, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.we-a.dk/dog-shelter ACESSADO EM: 03.04.2020
FIGURA 6.10: (direita - inferior) Organização das baias | FONTE: We-a DK, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.we-a.dk/dog-shelter ACESSADO EM: 03.04.2020 FIGURA 6.11: Espacialidade x relação com paisagem árida do entorno | FONTE: Swattmiers, adaptada pela autora | DISPONÍVEL EM: https://www.swattmiers.com/palm-springs-animal-facility ACESSADO EM: 11.04.2020 FIGURA 6.12: (Folha esquerda) Mapa de localização| FONTE: Google Earth Pro, adaptada pela autora | ACESSADO EM: 11.04.2020 FIGURA 6.13: Zoom da área FONTE: Google Earth Pro, adaptada pela autora ACESSADO EM: 11.04.2020 FIGURA 6.14: Espacialidade x relação com paisagem árida do entorno | FONTE: Swattmiers, adaptada pela autora | DISPONÍVEL EM: https://www. swattmiers.com/palm-springs-animal-facility ACESSADO EM: 11.04.2020 FIGURA 6.15: Classificação da pontuação em selos do LEED | FONTE: GBC Brasil, adaptada pela autora | DISPONÍVEL EM: https://www.gbcbrasil.org. br/wp-content/uploads/2017/09/Compreenda-o-LEED-1.pdf | ACESSADO EM: 11.04.2020
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 6.16: Volumetria externa x Materialidade FONTE: Swattmiers, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.swattmiers.com/palm-springs-animal-facility ACESSADO EM: 11.04.2020 FIGURA 6.17: Recepção e a escolha da materialidade FONTE: Swattmiers, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.swattmiers.com/palm-springs-animal-facility ACESSADO EM: 11.04.2020 FIGURA 6.18: Área animal e eixo de circulação FONTE: Swattmiers, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.swattmiers.com/palm-springs-animal-facility ACESSADO EM: 11.04.2020 FIGURA 6.19: (superior) Área para terapia e recreação animal FONTE: Archdaily, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects/500125dc28ba0d2c9f000bc0-palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects-image?next_ project=no ACESSADO EM: 12.04.2020
FIGURA 6.20: (inferior) Representação em mapa dos acessos principais FONTE: Archdaily, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.archdaily. com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects/500125cc28ba0d2c9f000bbb-palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects-floor-plan?next_project=no ACESSADO EM: 12.04.2020 FIGURA 6.21: (Folha esquerda) Implantação e setorização do abrigo FONTE: Archdaily, adaptada pela autora | DISPONÍVEL EM: https://www.archdaily.com/237233/ palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects/500125cc28ba0d2c9f000bbb-palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects-floorplan?next_project=no | ACESSADO EM: 12.04.2020 FIGURA 6.22: Representação em mapa dos eixos de circulação no interior do abrigo FONTE: Archdaily, adaptada pela autora | DISPONÍVEL EM: https://www.archdaily.com/237233/ palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects/500125cc28ba0d2c9f000bbb-palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects-floorplan?next_project=no | ACESSADO EM: 12.04.2020
FIGURA 6.23: Gata Sabrina disponível para adoção FONTE: Perfil do Instagram (ID: palmspringsanimalshelter), adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.instagram.com/p/B-2IIYxBdLl/ | ACESSADO EM: 13.04.2020 FIGURA 6.24: Filhotes caninos com parentesco FONTE: Perfil do Instagram (ID: palmspringsanimalshelter), adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.instagram.com/p/ B5tTi25hwsz/ | ACESSADO EM: 13.04.2020 FIGURA 6.25: Festival Oktoberpets FONTE: PS Animal Shelter, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.psanimalshelter.org/ gallery | ACESSADO EM: 13.04.2020 FIGURA 6.26: Fachada e principal acesso ao hospital FONTE: Galeria da Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/fantin-siqueira-arquitetura_/hospital-veterinario-santa-catarina/755 ACESSADO EM: 13.04.2020 FIGURA 6.27: Mapa de localização FONTE: Google Earth Pro, adaptada pela autora ACESSADO EM: 14.04.2020
FIGURA 6.28: Zoom da área FONTE: Google Earth Pro, adaptada pela autora ACESSADO EM: 14.04.2020 FIGURA 6.29: Relação fachada x materialidade FONTE: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://fantinsiqueiraarq.com.br/ hospital-veterinario/ | ACESSADO EM: 15.04.2020 FIGURA 6.30: Resultados referente à instalação de painéis fotovoltaicos FONTE: Perfil do Instagram (ID: hovetsc), adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.instagram.com/p/ Brh5vc2AV-S/ | ACESSADO EM: 16.04.2020 FIGURA 6.31: Funcionários em expediente na sala de radiologia e ultrassonografia FONTE: Hovetsc, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://www.hovetsc.com.br/estrutura#1 | ACESSADO EM: 16.04.2020 FIGURA 6.32: Funcionária indicando possivelmente um resultado de exame FONTE: Hovetsc, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://www.hovetsc.com.br/estrutura#1 ACESSADO EM: 16.04.2020
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 6.33: Instalações para internação FONTE: Hovetsc, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://www.hovetsc.com.br/estrutura#1 | ACESSADO EM: 16.04.2020
DISPONÍVEL EM: https://www.faceb o o k . c o m / fa n t i n s i q u e i ra a rq u i t e t u ra / p h o t o s /a.938797886182841/938798179516145/?type=3&theater | ACESSADO EM: 15.04.2020
FIGURA 6.34: Sala Cirúrgica e preparatório FONTE: Galeria da Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow/newslideshow.aspx?idproject=755&index=4 | ACESSADO EM: 16.04.2020
FIGURA 6.38: Principal eixo de circulação vertical do edifício | FONTE: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.faceb o o k . c o m / fa n t i n s i q u e i ra a rq u i t e t u ra / p h o t o s /a.938797886182841/938797972849499/?type=3&theater | ACESSADO EM: 15.04.2020
FIGURA 6.35: Espaço dedicado à fisioterapia e terapia animal | FONTE: Hovetsc, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://www.hovetsc.com.br/galeria | ACESSADO EM: 16.04.2020 FIGURA 6.36: Mapa de Setorização - pavimento térreo | FONTE: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.faceb o o k . c o m / fa n t i n s i q u e i ra a rq u i t e t u ra / p h o t o s /a.938797886182841/938798262849470/?type=3&theater | ACESSADO EM: 15.04.2020 FIGURA 6.37: Mapa de Setorização - pavimento superior | FONTE: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora
FIGURA 6.39: Eixo de circulação exclusivo para internações de doenças infecciosas | FONTE: Galeria da Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow/newslideshow.aspx?idproject=755&index=1 | ACESSADO EM: 15.04.2020 FIGURA 6.40: Recepção do hospital com circulação direta à administração | FONTE: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.faceb o o k . c o m / fa n t i n s i q u e i ra a rq u i t e t u ra / p h o t o s /a.938797886182841/938798322849464/?type=3&theater | ACESSADO EM: 15.04.2020
FIGURA 6.41: Recorte da planta térrea indicando acessos FONTE: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.faceb o o k . c o m / fa n t i n s i q u e i ra a rq u i t e t u ra / p h o t o s /a.938797886182841/938798262849470/?type=3&theater | ACESSADO EM: 15.04.2020
FIGURA 6.41: Recorte da planta térrea indicando acessos FONTE: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.faceb o o k . c o m / fa n t i n s i q u e i ra a rq u i t e t u ra / p h o t o s /a.938797886182841/938798262849470/?type=3&theater | ACESSADO EM: 15.04.2020
FIGURA 6.42: Auditório em uso FONTE: Hovetsc, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://www.hovetsc.com.br/estrutura | ACESSADO EM: 17.04.2020
FIGURA 6.42: Auditório em uso FONTE: Hovetsc, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://www.hovetsc.com.br/estrutura | ACESSADO EM: 17.04.2020
FIGURA 6.43: Cadelinha divulgada no perfil oficial do hospital para adoção responsável FONTE: Perfil do Instagram (ID: hovetsc), adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.instagram.com/p/ BlVeH74BQyp/ | ACESSADO EM: 17.04.2020
FIGURA 6.43: Cadelinha divulgada no perfil oficial do hospital para adoção responsável FONTE: Perfil do Instagram (ID: hovetsc), adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.instagram.com/p/ BlVeH74BQyp/ | ACESSADO EM: 17.04.2020
FIGURA 6.44: Postagem inicial sobre a Pretinha, cadelinha disponível para adoção no HovetSC, quatro semanas após a divulgação Pretinha ganhou um novo lar para si. FONTE: Perfil do Instagram (ID: hovetsc), adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.instagram.com/p/ BpDNHgAhDui/ | ACESSADO EM: 17.04.2020
FIGURA 6.44: Postagem inicial sobre a Pretinha, cadelinha disponível para adoção no HovetSC, quatro semanas após a divulgação Pretinha ganhou um novo lar para si. FONTE: Perfil do Instagram (ID: hovetsc), adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.instagram.com/p/ BpDNHgAhDui/ | ACESSADO EM: 17.04.2020
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 7.1: Mapa do estado de São Paulo com zoom para a microrregião de Ribeirão Preto, destacando a cidade de Sertãozinho-SP FONTE: Researchgate, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: https://www.researchgate.net/ figure/Figura-1-Mapa-de-localizacao-da-microrregiao-de-Ribeirao-Preto-no-estado-de-Sao-Paulo_ fig1_278965785 ACESSADO EM: 09.06.2020 FIGURA 7.2: Composição da população de 18 anos ou mais de idade FONTE: Atlas brasil, embazada em dados do Censo de 2010, adaptada pela autora DISPONÍVEL EM: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/ perfil_m/sertãozinho_sp ACESSADO EM: 09.06.2020
FIGURA 7.5: O terreno, vista frontal FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 06.06.2020 FIGURA 7.6: O terreno, vista lateral FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 06.06.2020 FIGURA 7.7: Mapa Indicativo FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020 FIGURA 7.8: Mapa de Aspectos Ambientais e de vegetação FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020
FIGURA 7.3: (folha esquerda) Mapa de Zoneamento FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020
FIGURA 7.9: Mapa de Uso do Solo FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020
FIGURA 7.4: Mapa de Terreno com curvas de nível FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020
FIGURA 7.10: Mapa de Gabarito FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020
FIGURA 7.11 e 7.12: Distinção entre gabaitos FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 20.06.2020 FIGURA 7.13: Mapa de Equipamentos Urbanos FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020 FIGURA 7.14: Colagem de fotografias da praça durante o dia FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020 FIGURA 7.15: (superior) Senhora ajudando cão a beber água FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020 FIGURA 7.16: Cão se alimentando em lixo FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020 FIGURA 7.17: Mapa Viário FONTE: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora ACESSADO EM: 09.06.2020
FIGURA7.18:ColagemPraçaMautílioPachecodeSouza FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020 FIGURA 7.19: Colagem Praça dos peixes FONTE: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020
LISTA DE FIGURAS
01
INTRODUÇÃO ao tema
“
Chegará um dia no qual os homens conhecerão o íntimo dos animais e nesse dia um crime contra um animal será considerado crime contra a humanidade. Leonardo da Vinci
METODOLOGIA DE TRABALHO
A metodologia do trabalho se apresenta e se desenvolve através do estudo de quatro assuntos essenciais e atuais sobre a temática, cada qual será abordada em capítulos próprios.
sem considerar a interação das mesmas em conjunto com seus animais, os quais deixaram de ser somente melhores amigos do homem e passam a ser considerados membros da família. Não mais só os laços sanguíneos são responsáveis por distinguir uma família, Fundamental iniciarmos os estudos através mas sim os laços afetivos, os quais baseiam da abordagem relação homem e animal, os novos critérios sobre o conceito da famípara assim, entendermos as teorias desta lia multiespécie. aproximação, os acontecimentos e influências sociais que resultam na domesticação O terceiro assunto abordado é, em contrae evolução das espécies, todavia pautado partida ao novo conceito familiar, a troca nas necessidades do homem ao longo da afetiva cada vez mais intensa, uma vertente história. As espécies evoluíram e cada vez que está crescendo segundo a OMS, que é mais domesticadas, tornavam-se mais pre- o abandono de animais, estima-se que sosentes nos núcleos familiares, núcleos estes mente no Brasil tenha cerca de 30 milhões que estão evoluindo em virtude do tempo e de animais abandonados. o modo como cada família desenvolve suas especificidades. É com os direitos e o bem-estar animal que finalizamos os estudos, este, essencial Em complemento ao assunto e dando sequ- para a fundamentação do repertório teórico ência a estruturação dos capítulos, os concei- adquirido para o trabalho. Importante satos tradicionais de família, estão mudando. lientar a apresentação durante o desenvolDe acordo com (FARACO, 2008) atualmen- vimento do capítulo sobre Declarações, Leis, te, é indispensável pensarmos em família, Normas e Decretos perante a causa animal. 26
CONTEXTUALIZAÇÃO E OBJETIVOS
O presente trabalho tem como tema um Centro de Acolhimento e Bem-Estar para animais em situação de rua na cidade de Sertãozinho. A escolha do tema se desenvolveu através de um interesse pessoal e longevo da autora sobre o assunto. O qual terá como guia a influência da Arquitetura ao garantir o bem-estar destes animais. Está cada vez mais presente na cidade de Sertãozinho o abandono de um animal doméstico, ou até mesmo de uma ninhada completa com sua progenitora, a ação se apresenta através de diversas justificativas, sendo algumas, a mudança de famílias para moradias verticalizadas, as quais apontam proibição de um animal no local, ou até mesmo, por acreditarem não haver ‘’espaço e lazer‘’ no local para o animal, que em muitos dos casos cresceu sob cuidados de tais tutores. Embora a cidade tenha o apoio do antigo Canil Municipal, atual UBS Animal, suas instalações não provêm de capacidade para receber e acolher a todos em situação 27
de abandono. Sendo fundamental para a causa animal, portanto, o empenho e o trabalho prestado por protetoras independentes dia-a-dia, para a expectativa de vida desses animais. A implantação de um Centro de Acolhimento na cidade tem como objetivo prestar auxílio à estas protetoras, que em muitos situações e por fatores diversos, não conseguem retirar grande parte destes animais que vivem nas ruas. Para além, buscar prevenir através da conscientização novos e futuros abandonos. O abandono não é, e nunca será a única alternativa para pessoas que queiram se “desligar” de seus animais, existem outros meios preventivos, como o caso da castração, evitando assim o abandono de ninhadas. As potencialidades da divulgação oral e virtual sobre doação responsável. Independente dos meios justificáveis, nunca será plausivel o abandono de um animal, não há circunstância aceitável para se deixar um companheiro de vida para trás.
02
HOMEM E ANIMAL a relaรงao
“
A compaixĂŁo para com os animais ĂŠ das mais nobres virtudes da natureza humana. Charles Robert Darwin
Diversas áreas de conhecimento estão aprofundando-se ao tema, devido à relevância e o modo mútuo para com a forma de se relacionar entre as famílias e seus animais de estimação, (VIEIRA, 2017; CARDIM, 2017).
Em consequência da caçada e do meio encontrado para proteger os acampamentos de possíveis ataques, muitos lobos adultos eram abatidos, segundo (FILHO, 2010), resultando em muitos filhotes órfãos, possivelmente os mesmos que Tatibana e Costa-Val citam, sem muitas perspectivas de sobrevivência. A atual circunstância propiciou a aproximação dos mesmos, devido aos odores e sons produzidos através de atividades humanas. Aproximação a qual desenvolveu-se através de interesse mútuo, sendo assim, o lobo contribuía na proteção dos acampamentos e no auxílio a caça, recebendo em troca comida e proteção humana contra outros predadores.
O cão em particular, mantém uma relação de convívio com o homem, desde os primórdios, considerando que de acordo com (TATIBANA; COSTA-VAL, 2009, p.13) os ancestrais do homem abrigaram filhotes de lobos, que se aproximavam dos acampamentos em busca de alimento.
Para (TATIBANA; COSTA-VAL, 2009, p.13) alguns lobos desenvolveram um convívio mais afetuoso com o homem, do que outros, cativando o que os biólogos nomeiam de vantagem adaptativa, resultando em maior estimativa de sobrevivência e descendência da espécie.
Para o desenvolvimento de um espaço, o qual abrigue e cuide da saúde dos animais é fundamental entendermos primeiramente sobre como e quando os animais iniciaram seu convívio com a espécie humana, para posteriormente compreendermos sua evolução e o processo de domesticação, o qual intercede no crescente número de animais domésticos nos núcleos familiares, desenvolvendo vínculos cada vez mais intensos.
30
A RELAÇÃO HOMEM E ANIMAL: A EVOLUÇÃO E DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES
Onde o homem através do processo de seleção artificial, citado por Darwin em seu livro A origem das espécies, foi adaptando, criando e intercedendo na domesticação destes animais de modo consequente as suas necessidades e prioridades em determinado período da história. Segundo forte bibliografia, a pesquisadora Mary Elizabeth Thurston, traz outra possível origem em seu livro “The Lost History of the Canine Race”, publicado em 1996, Thurston aponta que, os primeiros contatos se deram de forma prosaica: a adoção. De acordo com seu livro, as mulheres seriam as responsáveis por tal aproximação, e teria sido através do seu modo de cuidar, onde ambas alimentavam tais filhotes órfãos com leite materno, contribuindo, portanto, na inserção destes filhotes para com o povoado. A pesquisadora aponta além que, evidências dessa teoria foram encontradas a partir do século XIX, entre indígenas de toda parte do mundo. 31
As mesmas comprovariam a forma como ambas as espécies se aproximaram e desenvolveram através deste convívio a fidelidade e cumplicidade entre o homem e um animal de estimação. Figura 2.1: Mãe indígena da etnia awa-guajá com o filho no colo e amamentando um porco do mato | Fonte: IPhotoChannel | Autor: Pisco Del Gaiso | Acessado em 15.03.2020
Sabemos que o homem adaptou e evoluiu as espécies domésticas de acordo com suas necessidades práticas, mas segundo (LIMA, 2016, p.2) este processo de domesticação entra em ambiguidades de acordo com a evolução histórica. Tendo sido, no início da Idade Moderna, o desenvolvimento de conceitos os quais referenciavam animais a seres perigosos, agressivos e transmissores de doença, o que influenciou consequentemente no afastamento daqueles classificados como “bestas”, para fora do convívio humano, sendo estes, direcionados a currais e estábulos (LIMA, 2016, p.3), cuja classificação se dava por serem de utilidade ao homem (OLIVEIRA; SOUZA; CARLETTO, 2016, p.86). Em contrapartida, havia os denominados inúteis, a estes se classificavam animais considerados de boa companhia, permitindo, portanto, o convívio dos mesmos para com a família. É neste momento do período Moderno, que segundo (THOMAS, 2010 apud. LIMA, 2016) surge a categoria “animal de estimação”, onde THOMAS (ibidem) 32
afirma a caracterização dos mesmos, por receberem nomes, permissão para acessar às residências e não servirem como alimento. Em decorrência dos séculos, de acordo com (LIMA, 2016 apud. OLIVEIRA; SOUZA; CARLETTO, 2016, p.87), com os avanços da civilidade e a melhoria nos níveis de higiene houve novamente condenações para com o modo de convívio entre as famílias e animais, ambas baseadas em conceitos médicos, morais e teológicos. Os meios de prevenção às Zoonoses (doenças e infecções transmitidas para o homem através dos animais) se fortaleceram durante o século XVIII, onde, em consequência das críticas impostas e circunstâncias de medo, gerados sob a hipótese em contrair determinadas doenças, influenciaram no afastamento destes animais para com o convívio familiar, limitando-os a circularem e conviverem somente à área externa das residências.
A RELAÇÃO HOMEM E ANIMAL: A EVOLUÇÃO E DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES
Foi em meio a este afastamento que durante o século XIX se favoreceu a criação das raças, onde as mesmas eram submetidas a cruzarem entre si, em propósito de um único objetivo, suprir as necessidades dos homens e das mulheres da alta sociedade em determinado momento, adaptando-as ao meio de convívio, tidos como civilizados. Sendo assim, segundo (OLIVEIRA; SOUZA; CARLETTO, 2016, p.88) foram sendo desenvolvidas raças de acordo com os interesses da sociedade, sendo as raças femininas destinadas a cumprir função de companhia para as mulheres e raças masculinas companheiros do homem a assuntos relacionados como, esporte e caça. O desenvolvimento e os valores atribuídos à estética das raças foram ganhando mais valor durante os dog shows, no início da década de 1830 transformando necessidades como, faro, agilidade e resistência física em prioridades como, portes pequenos e pelagens distintas (LIMA, 2016, p.6). Como resultado aos concursos, o desenvolvimento 33
destas raças contribui para a distinção das classes sociais. Contudo, para compreendermos a contextualização, a evolução e especificidades das espécies é necessário analisar o modo como qual cada região adotou a influência do convívio civilizado. De acordo com (LIMA, 2016, p.7) enquanto em locais como Inglaterra e França, os animais classificados como leais e nobres puderam aproximar-se ao convívio familiar, e para outras grandes cidades Europeias os mesmos eram novamente tidos como companheiros do homem, em relação ao Brasil isto só ocorreu a partir da década de 1980, considerando que até o final do século XX foi mantida a prática dos cães de trabalho, vindos em conjunto com os colonizadores, com propósito de proporcionar maior segurança para estes (OLIVEIRA; SOUZA; CARLETTO, 2016, p.89). Com a evolução dos animais de raça à categoria de animais de estimação, se potencializou consequentemente a dualidade do conceito, considerando que, houve a popularização e a transição para incluir animais
de porte pequeno ao convívio familiar (OLIVEIRA; SOUZA; CARLETTO, 2016, p.89). Sendo o avanço do mercado pet um potencializador para distinguir os animais de estimação, através dos valores já estabelecidos.
Segundo (TATIBANA; COSTA-VAL, 2009, p.13), uma discussão abordada recentemente aponta que a domesticação dos felinos ocorreu de forma distinta, este animal pode ter se auto domesticado, ou seja, houve muito pouco ou nada de interferência huPara fim de compreender o desenvolvimen- mana no processo. to como resultado considerando a evolução da categorização “animal de estimação” vis- Assim como alguns cães primitivos, que deto que, ainda há uma grande diferença dos senvolveram um convívio mais afetuoso com valores atribuídos a animais de raça quan- os humanos, alguns gatos agiam de tal do comparados com animais sem raça defi- modo, permitindo assim maior aproximação nida, retratando maior índice de rejeição ao humana que outros semelhantes, resultando optar por animais da rua e (SDR) para per- para estes, maior estimativa de sobrevivêntencerem ao núcleo e convívio da família. cia e descendência de sua espécie. É de extrema importância o atual trabalho de projetos sociais, Ong’s e protetores Apesar de muitos estudiosos estimarem que, independentes, ao inserir estes animais as os gatos ainda não estejam totalmente doconsiderações referentes ao mundo pet, po- mesticados, pressupõe que sua domesticatencializando consequentemente as estima- ção teve seu início entre 7.000 a 100 a.C., tivas para adoção responsável dos mesmos, segundo (TATIBANA; COSTA-VAL, 2019, suprindo a demanda social, quando ausente p.13) o fato de ainda se estimar que ama prática de políticas públicas para com as bos não estejam totalmente domesticados necessidades destes animais. (OLIVEIRA; acontece devido ao poder de se tornarem SOUZA; CARLETTO, 2016, p.89) autossuficientes. 34
O AFETO COMO FUNDAMENTO DA FAMÍLIA MULTIESPÉCIE
De modo a compreendermos a temática recente sobre o estudo da transformação e formação da família multiespécie, que se implica na evolução das definições tradicionais sobre o conceito de família, assim as mesmas não mais cabem ao modo como algumas famílias vem compondo seu núcleo familiar. De acordo com (FARACO, 2008) é indispensável pensarmos em família, atualmente, sem considerar a interação das mesmas em conjunto com seus animais de estimação, hoje tidos não só como melhor amigo do homem, mas como membro da família.
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É no lar familiar, que demonstramos trocas de afeto, e proteção para com os nossos, incluímos a participação intimamente de nossos animais, a qual independe de valores sociais, mas muito importa o modo como é praticado a relação humano|animal. Não mais só os laços sanguíneos são responsáveis por distinguir uma família, mas sim os laços afetivos, os quais baseiam os novos critérios sobre o conceito da família multiespécie (FAMÍLIA, 2010, p.1 apud. VIEIRA; CARDIN, 2017, p.130). Figura 2.2: Família multiespécie com seu animal de estimação, realizando atividades de lazer em conjunto
“
Segundo (GAZZANA,2015) o modo humano de se relacionar indica valores além de lazer e companhia, destacando assim, estudos mundialmente realizados por pesquisadores, os quais relatam os potenciais para o comportamento humano quando considerado o convívio deste com algum animal de estimação.
“
Diminuição das tensões entre os membros da família, aumentando a compaixão inclusive no convívio social; redução do tempo de recuperação das doenças e maior sobrevida às pessoas; estimulação à prática de atividades físicas; redução da ansiedade; diminuição significativa de distúrbios psicológicos; redução do sentimento de solidão; aumento no sentimento de intimidade; melhora da qualidade de vida (ALMEIDA, 2009, apud. GAZZANA,2015).
“
Comportamentos individualistas da sociedade moderna, são mencionados por Samantha Oliveira, onde a qual complementa que, o isolamento e a solidão têm se tornado fenômeno social muito presente na vida das pessoas, influenciando como modo de minimizar a falta de algo ou alguém a companhia de um animal em seu lar. (Apud. VIEIRA; CARDIN, 2017, p.130) A pesquisadora em Neuroanatomia Animal Irvênia Prada (2011) potencializa esse entendimento, ao se referir na citação abaixo sobre o modo como o homem vem se moldando na sociedade. (VIEIRA; CARDIN, 2017)
Parece que as pessoas estão cada vez mais sozinhas, não confiam seus sentimentos a outras pessoas, e assim, na condição de carentes afetivos, transferem para os animais o seu apego e os seus cuidados. [...] É possível que o ser humano esteja descobrindo a sensibilidade dos animais e, através dela, perceben- De acordo com definição elaborada pela Asdo a possibilidade de interagir de maneira sociação Americana de Medicina Veterináharmoniosa com toda a criação. (p. 103). ria (AVMA) e relatada por (FARACO,2008, p.32, apud. GAZZANA,2015) os benefícios
“
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O AFETO COMO FUNDAMENTO DA FAMÍLIA MULTIESPÉCIE
Gazzana (2015) menciona estudos responsáveis por identificar e relatar a capacidade dos animais em compreender através da linguagem corporal do homem, expressões íntimas como, sentimentos, expectativas e intenções. Em geral, abarca aos princípios da paternidade responsável para este tutor ou à família na totalidade o dever de cuidar, alimentar, não abandonar ou promover maus-tratos a estes animais, havendo ou não a troca de afeto abordada na temática. 37
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[...] considerado como uma possível causa que ocasiona ou perpetua comportamentos inadequados como desobediência, ansiedade e agressividade. A forma comportamental influenciará na maneira em que o cão enfrentará desafios e situações de estresse. (FARACO, 2013, p. 6-7).
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se apresentam de modo mútuo e saudável para ambos, influenciando no bem-estar e incluindo as interações emocionais, psicológicas e físicas entre pessoas, animais e ambiente” (FARACO, 2008, p. 32, apud. GAZZANA,2015). Assim como há relações mutuamente benéficas, (GAZZANA,2015) e (FARACO, 2013, apud. VIEIRA; CARDIN, 2017) apontam a existência de casos em que o despreparo do tutor reflete no comportamento do animal.
De acordo com uma nova pesquisa realizada pela World Animal Protection, a qual pertence à campanha “A vida é melhor com cães” identifica-se que, o Brasil, comparado à China, Índia, Quênia e Tailândia é o país com maior índice de cachorros nos lares, dentre os tutores os brasileiros se destacam. Vejamos que:
Houve novamente destaque brasileiro para questões como, guarda responsável, e segundo a (PROTECTION, W.P., 2019) cuidados básicos com seus cães obtiveram resultados positivos, sendo um dos melhores da pesquisa.
99% 98% 92% 95%
desses tutores, 94% considera seus animais dos tutores pets têm cães integrantes da família.
77%
garantem comida garantem água garantem cama garantem atendimento veterinário
Figura 2.3: Olhar de esperança ilustrando a face do animal em campanha realizada. | Fonte: World Animal Protection, adaptada pela autora | Acessado em: 08.05.2020
CAMPANHA A VIDA É MELHOR COM CÃES 38
A FAMÍLIA MULTIESPÉCIE INSERÇÃO DOS ANIMAIS NOS LARES
Embora
60%
dos tutores brasileiros não concordarem com o abandono de cães
Apenas
24%
adotaram um animal que se encontrava em situação de abandonado nas ruas
Segundo os índices da pesquisa, globalmente esse dado é ainda menor, no qual apenas 17% das pessoas adotam animais que se encontram abandonados nas ruas. Ao questionar os brasileiros entrevistados sobre a temática “animais abandonados”, identifica-se que:
46%
“
afirmaram prestar amparo a um animal abandonado.
66%
afirmaram brincar com um animal abandonado.
46%
afirmaram dar abrigo a um animal abandonado.
33%
afirmaram prestar socorro ao animal, o levando ao veterinário caso necessite.
Destes,
47% dos entrevistados
se preocupam com o desenfreado crescimento da população de animais em situação de rua no páis. mais vacinam seus cães contra raiva e 80% ou outras doeças.
70%
não identificam malefícios ao ver cães andando livres pela cidade.
27%
distribuem caminhas confortáveis nas ruas para acomodá-los.
29%
concordam em sacrificar cães quando estes adoecem.
18%
concordam que cães devam ser mantidos presos em coleiras.
“
Contrapondo os outros resultados mencionados da pesquisa, a World Animal Protection (ibidem) aponta resultados negativos, sendo:
que os cães de rua devam ser 08% concordam envenenados.
Com ela, queremos compartilhar histórias de cachorros que salvaram ou mudaram vidas, além de chamar atenção para problemas como o abandono de animais e a falta de cuidados veterinários. A campanha é uma grande celebração. (PROTECTION, W. A., 2019, np) 39
Essencial complementar que, segundo (NEGOCHADLE, C., 2019) presidente da ONG Fica Comigo, os brasileiros trazem consigo atitudes preconceituosas ao buscar por um animal, os associando a status e valores sociais. Carla Negochadle (ibidem) aponta o fato de pessoas com renda inferior juntarem
dinheiro ou até mesmo se endividarem para assim conseguirem adquirir um animal de raça. Sérgio Greif (ibidem) ressalva que, os animais nos enxerga na mais pura singularidade do ser, não nos diferenciam e nem nos escolhem através da sexualidade, tom de pele, classe social ou qualquer outra peculiaridade. Embora eles nos aceitam sem julgamentos, ainda não estamos aptos a retribuir esta amizade ao modo como merecem.
“
Para que nossa parte da amizade possa ser tão sincera quanto o é a parte deles, precisamos ser tão desinteressados quanto eles mesmos. Ter amizade é querer o bem. Queremos que nossos amigos vivam muito, sejam saudáveis . . . não que tenham pedigrees e doenças genéticas, ou que satisfaçam nosso ego e sejam abandonados quando enjoarmos deles. Queremos que nossos amigos sejam criaturas que vivam conosco porque nos adotamos mutuamente e, porque precisamos deles tanto quanto eles precisam de nós. (GREIF, 2019?, np)
40
“
Embazado em abordagens da ONG Olhar Animal escrita por (GREIF, 2019?) é comum seguirmos critérios raciais ao buscar por um animal de estimação, visto que, desde os princípios desta escolha pesquisamos por especificidades e comportamentos de acordo com a necessidade da família, pesquisas essas feitas, através de revistas, sites, entre outras plataformas. O mercado pet ao apresentar seu produto automaticamente divulga em sua embalagem um animal com raça definida, o que de modo indireto, influência na diferenciação entre animais de raça e aqueles sem raça defenida. Por mais simples que seja, o ato fortalece o olhar já seletivo da população ao buscar uma companhia para seu lar.
A FAMÍLIA MULTIESPÉCIE INSERÇÃO DOS ANIMAIS NOS LARES
De acordo com dados levantados pela OMS estipulando o abandono de animais no país, o site da Band B (2019) salienta que, grande parte destes, tanto em situação de abandonado quanto em abrigos temporários são alvos dos preconceitos que Carla Negochadle menciona. A grande maioria corre o risco de não serem adotados, muitos inclusive caso por portarem alguma deficiência, por terem idade mais avançada ou até mesmo pela pelagem. ENTRAVES NO PROCESSO ADOTIVO
Idade Avançada
Um fator muito influente de acordo com o Médico Veterinário Alexandre Roa é que, animais com mais idade tem menos chance de serem adotados.
Deficiência Roa menciona que animais com deficiências muitas vezes não são escolhidos por demandar de cuidados específicos dos tutores e necessitar de maiores gastos financeiro.
Pelagem do animal Culturas, lendas e superstições influenciam na adoção, como aponta Carla Negochadle. Para ela, ainda acredita-se que gatos pretos tragam azar, estes portanto, se encontram com maior índice de rejeição, refletindo o preconceito que está afincado no ser humano.
Figura 2.4: Fotografias de animais portadores de deficiência. Fonte: Hypeness | Autor: Alex Cearns, colagem, adaptada pela autora | Acessado em: 09.05.2020
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A FAMÍLIA MULTIESPÉCIE INSERÇÃO DOS ANIMAIS NOS LARES
A agência de comunicação Fess’Kobbi realizou uma pesquisa com moradores de São Paulo e do Rio de Janeiro, os quais incluem 500 tutores de cães e 500 de gatos, de modo a identificar curiosidades entre o universo das espécies e analisar dados relacionados a compra e adoção de animais. Estes dados foram divulgados pelo site da VejaSP (2017) e pela FolhaSP (2016) e concluem que, a grande maioria dos tutores ainda optam por comprar animais ao invés de adotar um dos muitos animais abandonados nas ruas.
ADOÇÃO COMPRA Apenas
41%
Estima-se que isto ocorra porque as pessoas preferem animais de raça para pertencer ao lar.
dos tutores adotaram seus cães.
CURIOSIDADES ENTRE OS ÍNDICES
comparando a tutoria de cães e gatos Contra
85%
70% dos entrevistados optaram por ter cães com raça definida. 27% dos entrevistados ganharam seu cão de estimação. 31% dos entrevistados optaram por ter mais de um cão no lar. apenas
dos tutores de gatos.
22%
03%
dos tutores compraram seus gatos
dos entrevistados optaram por ter gatos com raça definida. 12% dos entrevistados ganharam seu gato de estimação. 44% dos entrevistados optaram por ter mais de um gato no lar.
Figura 2.5: Silhueta de mulher com seu cão e gato. Fonte: Public Domain Pictures, colagem, adaptada pela autora | Acessado em: 09.05.2020
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03
O ABANDONO no Brasil
“
Como zeladores do planeta, é nossa responsabilidade lidar com todas as espécies com carinho, amor e compaixão. As crueldades que os animais sofrem pelas mãos dos homens está além do nossa compreensão. Por favor, ajude a parar com esta loucura. Richard Gere
Vimos de acordo com (FARACO, 2008) a evolução do conceito tradicional de família, o qual relata o avanço da composição nos núcleos familiares, nas suas mais distintas formas, mencionando ser indispensável pensar em família atualmente sem incluir os nossos animais a ela, embora em muitos lares brasileiros haja a inclusão de animais de estimação ao convívio familiar, consciencializando sobre os cuidados e paternidade responsável GAZZANA (2015), sabemos que nem sempre os animais partilham dos
Figura 3.1: Dados (2018) sobre a população animal no Brasil | Fonte: Abinpet, adaptada pela autora
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benefícios e cuidados, não entrando em questões de capital social, mas sim na falta de necessidades básicos como, a falta e muitas vezes escassez de alimento, a ausência de um lar, a troca de afeto e carinho e também momentos que proporcione lazer. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) o Brasil ocupa o segundo lugar na classificação mundial de maior população animal, em primeiro lugar estão os EUA.
O ABANDONO NO BRASIL
Visto que há a identificação do aumento da população animal no país, o qual estima o total de 139,3 milhões de animais no país, no ano de 2013 segundo dados do IBGE a estimativa era de 132,4 milhões de animais. Com base aos 139,3 milhões de animais contabilizados temos, 54,2 milhões para cães e 23,9 milhões para gatos, totalizando em conjunto 78,1 milhões, destes 5% encontram-se em condições de vulnerabilidade (ACV), o que corresponde a 3,9 milhões, onde são 69% cães (2,69 milhões) enquanto 31% gatos (1,21 milhões) em condições vulneráveis, este termo se referencia à aqueles que vivem sob tutela de famílias abaixo do eixo de pobreza, ou seja, que residem nas ruas, sem 47
moradia fixa, mas que ainda assim recebem cuidados. Nesta contagem não se enquadram animais que foram abandonados (IPB, 2018 apud. SERRA,2019). Para estes a OMS estima que somente no Brasil tenha cerca de 30 milhões de animais abandonados, variando entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Nos grandes centros, para cada 5 habitantes há um cachorro, e destes 10% são alvos do abandono. A situação apesar da escala territorial não é tão diferente no interior dessas cidades, os resultados chegam a até 1/4 da população (JUSBRASIL,2013).
De acordo com os estudos e dados já levantados podemos notar a paralela entre a atual humanização dos animais nas famílias multiespécies e o alto índice de animais que se encontram em situação de abandono, evoluindo para malefícios como, exposição a atropelamentos e maus-tratos diários. A pesquisa Paixão por Bichos de Estimação feita pelo Ibope e o Instituto Waltham levanta estatísticas sobre possíveis justificativas que resultam no abandono do animal, ao perguntar sobre:
14% dos brasileiros que já tiveram um cão ou gato justificaram a separação por causa da mudança de endereço, sendo que grande parte dessas famílias teria condições de adequar o animal à mudança, mas se negaram. Outros 14% justificam o abandono alegando motivos facilmente contornáveis, alguns deles como: não ter tempo para cuidar como gostaria; porque o comportamento era inadequado; porque o filho nasceu; porque era muito caro. Entre os que já tiveram animais e não tem mais, 67% dos entrevistados responderam que o animal morreu, 5% que foi envenenado e 2% que foi roubado. (ANDA,2015)
MUDANÇA de endereço
41%
das famílias não abandonaria seu animais de estimação.
59%
afirmaram os deixar para trás. Figura 3.2: Família carregando seus pertences ao se mudar | Fonte: Sempre Família, adaptada pela autora
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O ABANDONO NO BRASIL
Segundo Ricardo Dias (apud. ANDA,2015), colaborador da pesquisa discutida e professor na USP o abandono ocorre independentemente da idade do animal e em muitos casos por não haver planejamento da família, GAZZANA (2015) e FARACO, (2013) já citavam os malefícios de um tutor despreparado.
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As pessoas são motivadas pela paixão na hora de adquirir os animais, mas qualquer alteração na estrutura da família faz com que eles sejam abandonados. Afinal, para a maioria das pessoas, eles não são prioridades. O certo é: não pense mil vezes antes de ter um animal, pense dez mil vezes. (DIAS, 2015)
“
Embora o abandono do animal ocorra, independentemente da idade do animal, a advogada e protetora dos animais Ana Paula Vasconcelos (2015) relata que outras justificativas apresentadas à ela é baseadas em, separações de casais, onde não há interesse em continuar com o animal, em ambos os lados, necessidade de cuidados 49
especiais quando ocorre do animal adoecer ou desenvolver deficiências, demando mais tempo de seu tutor. Em complemento VASCONCELOS (2015) cita que ocorreu um caso de abandono, o qual ela recolheu o animal, devido ao fato da família não o querer mais, por estar cego, Vasconcelos salienta que o animal tinha quase 12 anos. Ainda segundo Vasconcelos, finais de anos causam maior preocupação aos protetores, sendo ser neste período o registro de maiores casos de abandono, em circunstâncias do animal impossibilitar a família de realizar viagens durante esta época, sendo assim, os abandonam nas ruas. Outras questões como, a castração e suas potencialidades na temática sobre o abandono demonstra que embora haja o desinteresse de muitos tutores, algumas famílias carecem de informação e acabam não usando deste meio preventivo para auxiliar no controle de natalidade dos animais, o qual contribui além, para com a saúde dos animais, prevenindo doenças (ANDA,2015).
04
BEM-ESTAR E direito dos animais
“
A ética, situada acima da moral e do direito, aponta o caminho para se alcançar a verdadeira justiça e reconhecer, nela, sua essência moral. Os deveres humanos de piedade, benevolência e solicitude em relação às demais criaturas vivas, enfim, levam ao reconhecimento de uma modalidade ética que visa a realização do justo, e que, talvez, se sobreponha a todos as outras: a ética da vida. Laerte Fernando Levai
A visão elevada sobre o antropocentrismo do homem, ou seja, visto como centro do universo, causa uma inversão de valores em relação à natureza, não ponderando os direitos fundamentais da vida e buscando a submissão destes, para com benefícios próprios. Quanto a caráter filosófico (GOMES; CHALFUN,2010) salienta que, alguns filósofos como, Pitágoras, Plutarco, Porfírio, Montaigne, Leonardo Da Vinci, Jeremy Benthan,
DI 15
DIA INTERNACIONAL
DOS DIREITOS DOS ANIMAIS
DA
Figura 4.1: Ilustração refletindo o animal como não mercadoria | Fonte: Meio Ambiente Técnico, adaptada pela autora
DEZEMBRO
ANIMAIS NÃO SÃO PRODUTOS
Charles Darwin (os últimos quatro com filosofias mais recentes) enalteciam a relevância da moral e da ética animal, quanto outros favoreciam a ideia antropocêntrica e contribuía assim, a favor do rompimento sobre as leis da natureza. Os princípios morais e éticos salientados pelos filósofos destacados acima, em conjunto com o movimento de direito e defesa dos animais tem o dever de promover a estes, respeito e dignidade perante a vida, por serem assim como o homem, capazes de sentir. Destacando que, o homem, em respeito à vulnerabilidade das espécies deveria agir de modo piedoso e benevolente a eles (GOMES; CHALFUN,2010).
BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS
“
Muito há o que se debater e estudar, não obstante muito se avançou. Fundamental para toda a sociedade, para o meio ambiente, para os amantes da natureza e dos animais, o direito dos animais possui sua essência na filosofia, na ética, na moral, e desponta com um novo seguimento do direito a ser aprimorado e estudado.
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Apesar de não haver a compreensão do homem quanto a linguagem em que os animais se comunicam, (GOMES; CHALFUN,2010) aponta que ambos são seres capazes de expressar sentimentos, em decorrência da seguinte afirmação, são capazes de sofrer, sentir dor, fome e frio, assim como os humanos sentem. GOMES e CHALFUN (2010) em questão dos avanços dessa temática no ramo do direito afirmam:
Talvez chegue o dia em que o restante da criação animal venha a adquirir os direitos dos quais jamais poderiam ter sido privados, a não ser pela mão da tirania” ... “A questão não é eles pensam? Ou eles falam? A questão é: eles sofrem. (BENTHANM)
Com base em assuntos abordados no estudo de GOMES e CHALFUN (2010), o filosofo britânico do século XVIII Jeremy Benthanm fortalece o pensamento apresentado acima, sobre os animais terem sentimentos relevantemente iguais aos dos humanos, e afirma “a dor de um animal é real” em complemento, aponta que, os mesmos merecem ter seus direitos respeitados e pontuados, de modo a levarem uma vida digna. Figura 4.2: O sentir, a intensidade através do olhar de três animais em situações distintas | colagem, adaptada pela autora
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Em relação à defesa dos animais e questões normativas, o maior ganho perante a defesa foi a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela UNESCO em 1978, reconhecendo o valor da vida de cada ser, defendendo a dignidade e a integridade destes. Embora a carta não imponha punições contra crimes cometidos para com os animais, suas atribuições são de grande importância para a elaboração de normas em defesa e proteção dos animais, inclusive em território brasileiro.
Tanto a vida do homem quanto a do animal possuem valor. A vida é valiosa independentemente das aptidões e pertinências do ser vivo. Não se trata de somente evitar a morte dos animais, mas dar oportunidade para nascerem e permanecerem protegidos. A gratidão e o sentimento da solidariedade para com os animais devem ser valores relevantes na vida do ser humano... (RODRIGUES, apud GOMES; CHALFUN,2010.)
No Brasil, (GOMES; CHALFUN,2010) destaca o avanço sob a Constituição da República Federativa do Brasil (1988), cláusula 225, a qual proíbe todo e qualquer ato de crueldade contra os animais. GOMES e CHALFUN (ibidem) indagam, é fundamental em pleno século XXI a proteção do Poder Público, mantendo em uma constante ambos os direitos, não favorecendo apenas o lado humanitário. É inoportuno propagarmos somente pensamentos antropocêntricos, não respeitando uma vida digna a todo ser vivo.
Ao lado será apresentado inicialmente sobre a Declaração Universal dos Direitos dos Animais de 1978. Para consequentemente, de modo cronológico, ser vista a evolução das Normas de Proteção e Direito dos Animais no Brasil, indagando algumas de suas principais características.
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Figura 4.1: Ilustração refletindo o animal como não mercadoria | Fonte: Meio Ambiente Técnico, adaptada pela autora
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BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS - UNESCO (Bruxelas – Bélgica, 27 de janeiro de 1978)
Preâmbulo Considerando que todo o animal possui direitos; Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza; Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo; Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros; Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante; Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais,
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Proclama-se o seguinte ARTIGO 1: Todos os animais nascem iguais diante da vida,e têm o mesmo direito à existência. ARTIGO 2: a) Cada animal tem direito ao respeito. b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais, ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais. c) Cada animal tem direito à consideração, à cura e à proteção do homem. ARTIGO 3: a) Nenhum animal será submetido a maustratos e a atos cruéis. b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor ou angústia.
ARTIGO 4: a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo e aquático, e tem o direito de reproduzir-se. b) A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a este direito. ARTIGO 5: a) Cada animal pertencente a uma espécie, que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias de sua espécie. b)Toda a modificação imposta pelo homem para fins mercantis é contrária a esse direito. ARTIGO 6: a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma duração de vida conforme sua longevidade natural. b) O abandono de um animal é um ato cruel. ARTIGO 7: Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação do tempo e
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BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS
intensidade do trabalho, e a uma alimentação adequada e ao repouso. ARTIGO 8: a) A experimentação animal, que implica em sofrimento físico, é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra. b) As técnicas substutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas ARTIGO 9: Nenhum animal deve ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido,alojado,transportado e abatido, sem que para ele tenha ansiedade ou dor. ARTIGO 10: Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição dos animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal. ARTIGO 11: O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida.
ARTIGO 12: a) Cada ato que leve à morte um grande número de animais selvagens é um genocídeo, ou seja, um delito contra a espécie. b) O aniquilamento e a destruição do meio ambiente natural levam ao genocídeo. ARTIGO 13: a) O animal morto deve ser tratado com respeito. b) As cenas de violência de que os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenham como fim mostrar um atentado aos direitos dos animais. ARTIGO 14: a)As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser representadas a nível de governo. b)Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos dos homens. Fonte: UNESCO apud. Urca | Acessado em:23.04.2020
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16.590 10 de Setembro de 1924
DECRETO FEDERAL 24.645
É aprovado o regulamento que permite o uso de animais em casas de diversões públicas.
Durante seu Governo provisório, Getúlio Vargas, estabelece medidas de proteção aos animais. E destaca no Art.1° que todo animal existente no país é de tutela do estado. No Art.2° impõe punições e no Art.3° lista todas as considerações de maus tratos aos animais.
LEI 5.197 03 de Janeiro de 1967
LEI 6.638 10 de Julho de 1979
LEI 5.197 03 de Janeiro de 1988
Em seu Art.1° é validado que, quaisquer espécies que costitua a fauna silvestre do país, serão de propriedade do estado. Fica a proibida a caça e comercialização das espécies silvestres. É sancionado no Art.13° a obrigatoriedade de licença anual para prática de caça.
A Lei permitia em todo território nacional a vivissecção de animais, respeitando os termos da lei.
O Art.27° é reincluido na Lei 5.197 através da Lei 7.653 de 1988. O qual tem sua pena de reclusão estendida para 2 a 5 anos. O Art.34° sanciona que tais crimes tornaram-se infinanciáveis. Animais domésticos não são icluídos na modificação da lei, apenas os silvestres.
DECRETO
10 de julho de 1934
Revogada para LEI 11.794 08 de Outubro de 2008 São estabelecidos procedimentos para o uso científico de animais e demais providências. Art.4° cria-se a consea.
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3.688 03 de Outubro de 1941 DECRETO
Capítulo VII CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES
É neste capítulo do decreto de Leis de Contravenções Penais, Art 64° que, praticar crueldade ou submeter um animal ao trabalho excessivo resultaria em prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis.
BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS NORMAS FEDERAIS
7.889 23 de Novembro de 1989
LEI 9.605
12 de Fevereiro de 1998
Dispõe sobre inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal e demais providências. Mas destaca no Art.7° que, indústrias ou entrepostos de produto animal necessitem para funcionamento, ser registrado no órgão competente, para acompanhamento de suas atividades.
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. O capítulo V dispõe sobre crimes contra o Meio Ambiente, em particular na seção I sobre a Fauna É finalmente nesta Lei que, decreta-se no Art.32° detenção de 3 meses a 1 ano, e multa para quem cometer crime de maus tratos ou abuso à animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Fica estabelecido a mesma pena quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
LEI
LEI 2833 03 de Janeiro de 1988 O deputado Ricardo Tripoli em parceria com a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) são responsáveis por propor o projeto de Lei, a qual pune com maior rigor crimes contra cães e gatos, além de práticas contra a vida, a saúde ou a integridade física destes animais.
Com unanimidade a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprova dia 12 de Dezembro 2012 o projeto de Lei 2833/2011. Em caso de morte do animal o infrator pode receber reclusão de 5 a 8 anos. Controle Zoonótico, sem confirmação de enfermidades podem receber pena de 6 a 10 anos. Neste mesmo período penal enquadra-se atos cruéis, como envenenamento, asfixia, tortura. Abandonar um animal ou promover luta entre cães resultam em reclusão de 3 a 5 anos. Fazer uso de corrente, corda ou similar para manter o animal em propriedade particular resultam de 1 a 3 anos.
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N°
Dispõe sobre o controle da reprodu-
12.916 ção de cães e gatos e dá providências
correlatas. O Art.2° proíbe o uso da Eutanásia para controle de animais em ccz’s, canis públicos ou estabelecimentos congéneres.
N°
Dispõe sobre penalidades às pessoas
16.308 que cometerem maus tratos a animais
domésticos. O Art.1° sanciona que, é negada a guarda do animal ou qualquer outro ao infrator, no período contado de 5 anos da agressão.
N°
Proíbe a caça no Estado de São Paulo.
16.784 E destaca no Art.2° que tal ato abrange à animais domésticos ou domesticados, silvestres, nativos ou exóticos e seus híbridos. Exclui-se desta proibição o controle de sinantrópicos.
N°
Há no estado de São Paulo Leis com especificidades para a proteção animal, sendo a: Lei 12.916 de 16 de Abril de 2008 Lei 16.308 de 13 de Setembro de 2016 Lei 16.784 de 28 de Junho de 2018 Decreto 64.188 de 17 de Abril de 2019 Para DELABARY(2012) a educação da sociedade é o principal caminho para se resolver os problemas. A elaboração destas leis protetivas, é indispensável, mas é necessário o conhecimento da população, para assim haver a eficácia das normas. A população deve reconhecer que atos não vistos por muitos como cruéis, se enquadram em artigos e parágrafos de maus tratos com penalidades constitucionais.
Reorganiza a Política e o Sistema Estadual de Defesa dos Animais Domésticos instituídos
64188 pelo Decreto nº 63.504
O Art.2° considera animais domésticos, exclusivamente, cães e gatos de convívio do ser humano, dele dependentes, e que não repelem a tutela humana. Fica transferida a Subsecretaria de Defesa dos Animais da Casa Militar, do Gabinete do Governador no Art.15° para a Secretaria da Saúde, com a denominação alterada para Centro de Defesa dos Animais.
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BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS
O termo bem-estar animal tem sido um assunto muito debatido mundialmente, visto que, esta abordagem engloba avaliações específicas, avaliadas de forma objetiva e separada de considerações éticas (BROOM; MOLENTO, 2004). Segundo Donald Broom, criador da disciplina de bem-estar animal no curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cambridge, em 1986, o conceito de bem-estar é definido por:
portanto, se refere à qualidade de vida percebida pelo próprio animal, considerando o termo bem-estar animal e humano uma situação de sustentabilidade ambiental, o chamado bem-estar Único, ligado ao conceito de Saúde Única, que fala sobre integração entre a saúde e o bem-estar dos animais, seres humanos e condições ambientais (CMRV).
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Segundo o CMVR, independente da área do animal, seja ela, de produção, companhia, selvagens ou laboratoriais, médicos veO bem-estar de um indivíduo é o seu estado terinários e zootecnistas devem considerar o em relação às suas tentativas de se adaptar bem-estar deste e estar ciente sob as especificidades comportamentais de cada espécie. a seu ambiente (BROOM, 1986)
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Com base na Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar animal do CFMV, podemos considerar um animal com alto grau de bem-estar quando este, demonstrar boa saúde e expressões naturais de seu comportamento. Comportamento natural esse baseado, por exemplo nas particularidades das espécies O Conselho Federal de Medicina Veteriná- como, o cavar de um cão, o fuçar do porco, o voar de um pássaro, entre outros. ria (CMRV) aponta, o bem-estar animal, Com base nisso, (BROOM; MOLENTO, 2004) complementam que podemos intervir, a modo de melhorar o resultado da avaliação, mas salientam, não é o que oferecemos ao animal para atingirmos o resultado que é bem-estar, este, somente é um mecanismo.
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As cinco liberdades são um instrumento reconhecido mundialmente por diagnosticar e avaliar o bem-estar do animal, destacando aspectos que influenciam na qualidade de vida. Liberdade nutricional Acesso a comida e água na quantidade, qualidade e frequência ideais. Caso o animal não tem uma dieta adequada e hidratação apropriada, pode haver desequilíbrio nutricional, gerando obesidade, por exemplo. (CMRV)
01
Liberdade de dor e doença Questões de saúde física. No caso dos animais de companhia, pode haver maior risco de transmissão de doenças entre animais e humanos. As vacinações devem estar sempre em dia, segundo a Cebea, para que o bem-estar único, ou seja, o bem-estar dos animais e seres humanos levando em conta o cuidado com o meio ambiente, seja promovido. (CMRV)
02
Livre de desconforto Estar em um ambiente com temperaturas confortáveis, considerando a espécie e superfícies adequadas para proporcionar conforto. Animais selvagens colocados em recintos pequenos, como gaiolas, por exemplo, não estão exercendo essa liberdade. (CMRV)
03
Livre para expressar seu comportamento natural Utilizada para medir a qualidade de vida e bem-estar do animal. É preciso um espaço que não restrinja os comportamentos do animal, por isso é importante estimular os animais com tarefas e objetos que permitam seus comportamentos naturais. Quando o animal não tem essa liberdade, podem aparecer comportamentos anormais, como andar repetitivamente. (CMRV)
04
Livre de medo e estresse Os animais devem ser livres de sentimentos negativos, para evitar que sofram. Um exemplo é quando há incompatibilidade entre animais domésticos, em que a família introduz um novo animal na casa, caso em que é importante a orientação de um médico veterinário. (CMRV)
05
62
BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS REGULAMENTAÇÃO DOS ESPAÇOS QUE ABRIGAM ANIMAIS
Após os estudos sobre Direitos e Bem-Estar Ao todo existem 4 tipos de CCZ’s e 1 tipo de animal, será abordado nesta etapa normas Canil Municipal (CM), tais com programas que regulamentam o funcionamento de lo- distintos. Estas desenvolvem o controle de pocais que abrigam animais. A fim de compleCCZ tipo1 pulação animal e de vetores, entomentar o estudo legislativo da temática. mologia e diagnóstico laboratorial de zoonoses.
Vejamos que, são muitos os espaços que Para população acima de 500.000 habitantes abrigam animais recolhidos das ruas, amControle de população animal, de bos com suas diversidades e especificidades. CCZ tipo2 vetores e entomologia. Eventualmente o mais conhecido pela poPara população de 100.000 a 500.000 hapulação são os Centros de Controle de Zoobitantes noses, embora tenhamos para além deste Controle de população animal, de os Abrigos e os Lares Temporários. CCZ tipo3 vetores e entomologia.
O estudo apresentado a seguir é fundamentado através da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2017), órgão executivo do Ministério da Saúde, responsável por promover saúde pública e inclusão social. As CCZ’s são incumbentes pelo manejo das populações de animais classificados como, Vetores, Reservatórios e hospedeiros, Animais sinantrópicos e Animais peçonhentos. E estruturadas para atender as necessidades do município em que são implantadas. 63
Para população de 50.000 a 100.000 habitantes
CCZ tipo4
Controle de população animal, de vetores e entomologia.
Para população de 15.000 a 50.000 habitantebitantes
CM tipo1
Desenvolve apreensão de cães e gatos com o objetivo de manejo e controle destas populações, enquanto fatores de risco de transmissão de doenças.
Para população de até 15.000 habitantes
Para o desenvolvimento destes espaços a Funasa estabelece algumas considerações a serem seguidas. Como a infraestrutura e características do terreno escolhido para ser implantado a CCZ. O local deve ser abastecido por energia elétrica, água, instalações telefônicas e manter distância de locais propícios à inundação. Embora o local deva ser acessível à população através de vias públicas em condições permanentes de uso, deve ser considerado uma distância suficiente à locais muito adensados, para assim, evitar incômodos nas imediações da vizinhança. Para as etapas de elaboração do projeto, deve se considerar e cumprir códigos, leis e normas Federais, Estaduais e Municipais, em especial a Lei nº 8.666/9, a qual em seu Art.6º sanciona sobre normas gerais de licitações e contratos administrativos. Para além desta, é necessário observar as Resoluções RDC n.º 50, de 21 de fevereiro de 200 da ANVISA, sobre Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. 64
A RDC nº 306, de 7 de Dezembro de 2004, da Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, sobre o Regulamento Técnico para Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. A RDC n.º 5, de 5 de agosto de 1993, da Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente, a qual define procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. E a n.º 283, de 12 de julho de 2001, da Anvisa, a qual dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Finalizando com o essencial Manual de Diretrizes para Projetos Físicos de Unidades de Controle de Zoonoses e Fatores Biológicos de Risco, elaborada pela Funasa no ano de 2007. O manual dispõe de tabelas contendo todo o programa necessário para a implantação de um Centro de Zoonoses. Agrupando os ambientes de acordo com suas atividades, e constituindo unidades funcionais, o que em termos de projeto, se configuram em blocos e área útil de ambiente.
BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS REGULAMENTAÇÃO DOS ESPAÇOS QUE ABRIGAM ANIMAIS
SOBRE OS ABRIGOS Em questão dos Abrigos, não existem normas que regulamentem o funcionamento destes espaços, como vimos acontecer anteriormente nos Centros de Controle de Zoonoses. Ficando a critério dos órgãos competentes o desenvolvimento e funcionamento destes. Embora não tenhamos nada concreto a ser seguido, o papel do CRMV - Conselho Regional de Medicina Veterinária, é fundamental para orientar quem pratica esta atividade.
São Paulo, portanto a autora recorrerá a orientações contidas neste. O CRMV-PR identifica para os abrigos, três objetivos principais, o de ser um refúgio para os animais, com política de captura altamente seletiva, como local de passagem trabalhando para a reinserção destes animais nos lares definitivos e como local referência em programas de cuidado, controle e bem-estar animal. Estes estabelecimentos podem ser públicos ou privados sem finalidade comercial, ou lucrativa. Para casos de abrigos municipais, considera-se pessoa jurídica de direito pública. Em casos de pertencimento a uma associação sem fins lucrativos, trata-se de pessoa jurídica de direito privado.
No estado do Paraná, após identificada a necessidade de auxiliar protetores e abrigos, o CRMV-PR disponibiliza em 2016 um Guia Técnico para a Construção e Manutenção de Abrigos e Canis. Sem pretensão em ditar regras, o guia contribui para que estas instituições desenvolvam e administrem da melhor forma estes espaços. Pessoas jurídicas de direito público e privado Entretanto, não foi identificada um guia devem possuir CNPJ, de acordo com o Art. 3° com tais características para o Estado de da Instrução Normativa RFB nº 1.470/2014. 65
Em termos de projeto, a estruturação física do local, deve atender todas as eventuais necessidades. Para além de promover o bem-estar destes animais, quando desenvolvida adequadamente, garantindo assim, melhor funcionamento e manutenção dos ambientes.
LARES TEMPORÁRIOS
Para estes, não há normas a se cumprirem, considerando que, o nome faz jus justamente a um lar transitório. Estes espaços em muitos casos são residencias comuns, de pessoas que prestam este tipo de resgate e recolhem animais até encontrarem um lar Em critérios de terreno, as orientações do definitivo para estes animais. Guia se baseiam em, implantar o Abrigo em um local com vizinhança receptiva a sua De acordo com a Arca Brasl - Proteção e atividade, corresponder com o zoneamento Bem-Estar Animal os LTs são essenciais e um dos principais apoios para a proteção municipal e suas restrições. dos animais e reinserção destes ao convívio Para além das orientações do Guia Técnico, humano. do CRMV-PR, é indispensável os requisitos da resolução nº 1015 de 09 de Novembro Resgatar um animal das ruas, na qual exisde 2012 atribuída pelo CFMV - Conselho te a disputa por alimento e território, evita a morte indesejada do animal, a suscepção Federal de Medicina Veterinária. de doenças contagiosas e a proliferação A resolução Conceitua e estabelece con- descontrolada. dições para o funcionamento de estabe- Além da influência benéfica entre as trocas lecimentos médicos veterinários de aten- de atenção e carinho da família responsádimento a pequenos animais e dá outras vel pelo LT as reações comportamentais do animal, tornando sua adaptação mais fácil. providências. 66
BEM-ESTAR E DIREITO DOS ANIMAIS REGULAMENTAÇÃO DOS ESPAÇOS QUE ABRIGAM ANIMAIS
É embasado em todas as orientações e normas estudadas até o momento que o projeto do Centro de Acolhimento e Bem-Estar para Animais de rua irá ser desenvolvido e estruturado. Seguindo para as etapas de anteprojeto (Parte 2 do caderno - Capítulo 08) recomendações do Manual de Diretrizes para Projetos Físicos de Unidades de Controle de Zoonoses e Fatores Biológicos de Risco, elaborado pela Funasa em conjunto com o Guia Técnico para a Construção e Manutenção de Abrigos e Canis, do CRMV-PR e a Resolução nº 1015 de 09 de Novembro de 2012, do CFMV.
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05
ESTUDO Sertãozinho DE CASO
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Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem levam em consideração as condições dos animais. Abraham Lincoln
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CANIL MUNICIPAL DE SERTÃOZINHO
O desenvolvimento do canil municipal ocorreu diante das circunstâncias e necessidades vistas em acolher animais em situação de abandono, gravemente feridos e doentes da cidade, dado isso a Prefeitura de Sertãozinho inaugura, no ano de 2012 o Canil Dr. João Caldin Filho, mais conhecido por Canil Municipal (SERTÃOZINHO,2019). Completa, relembrando o fato desses animais anteriormente dependerem da felícia
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em encontrar algum munícipe disposto a ajudá-los, prestando o socorro necessário, para situações as quais as possibilidades de gastos médicos eram inteiramente de responsabilidade do munícipe resgatante. Figura 5.1: (Folha esquerda) Mapa de localização Fonte: Google Earth, adaptada pela autora Acessado em 25.04.2020 Figura 5.2: Fotografia da área externa do Canil Fonte: Prefeitura de Sertãozinho, adaptada pela autora Acessado em 25.04.2020
“
Segundo SERTÃOZINHO (2019) o secretário de Meio Ambiente Carlos Alexandre Ribeiro Gomes relata que ambos os animais que são adotados no Canil Municipal são microchipados, com a numeração condizente ao cadastro do tutor, contendo todas as informações solicitadas durante a etapa de adoção do animal e gravada nos registros do administrativo, para além disto, o secretário comenta sobre o termo de responsabilidade a ser assinado no momento da adoção, neste, durante o período de 30 dias a família recebe atendimento veterinário sem custo, isto, para acompanhar o processo de adaptação do animal com o novo lar.
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72
“
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O Canil conta com central de Resgate, para o acioná-lo, o munícipe deve entrar em contato com a equipe, o atendimento é destinado para casos de animais visivelmente machucados ou gravemente, este último, para casos de atropelamentos, e também para, animais doentes e à filhotes, fêmeas prenhas ou em situação de rua com seus filhotes recém-nascidos. Posteriormente, o responsável pelo resgate irá até o animal, o levando ao Canil para avaliação e atendimento veterinário. Para acionar a central e prestar socorro, ligue para 0800 772 1789 e 3947-3218, os atendimentos são de segunda a sexta-feira, aos sábados, domingos e feriados o atendimento é através do telefone 99135-2729.
Com a criação do Canil Municipal, esses animais passaram a ser resgatados. Eles passam por consulta veterinária e recebem o tratamento necessário, além de vacinação, vermifugação e castração. Recuperados, eles podem, então, ser encaminhados para adoção e ter a chance de conquistarem um novo lar. (GOMES, C. A. R. apud SERTÃOZINHO,2019, np)
É muito importante também, que a população saiba que dispõe de meios para ajudar os animais de rua, que se encontram em situação de risco; aliás, a colaboração da população é indispensável para o sucesso desse trabalho. (GOMES, C. A. R. apud SERTÃOZINHO,2019, np)
CANIL MUNICIPAL DE SERTÃOZINHO E O PROJETO DE EXPANSÃO: UBS ANIMAL
Foi divulgado segundo SERTÃOZINHO (2019) o projeto de expansão e readequação do Canil, de acordo com informações feitas pelo Secretário de Meio Ambiente foram previstas algumas modificações, sendo elas: Criação do setor de isolamento, no prédio já existente, destinado à animais muito debilitados ou com doenças infectocontagiosas. Construção de um local, com setor cirúrgico (composto por área de esterilização, centro cirúrgico e área de recuperação anestésica), recepção, ambulatório e consultórios, estes, destinados à população sem condições financeiras para fornecer tratamento veterinário aos seus animais. 73
No mesmo local, estão previstas novas instalações para a permanência dos animais saudáveis e disponíveis para adoção. (SERTÃOZINHO, 2019)
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Será um enorme ganho para a proteção e o bem-estar dos animais, já que teremos condições de oferecer suporte básico aos munícipes que não dispõem de condições financeiras para arcar com tratamentos relativamente simples, já que o custo da saúde animal ainda é bastante elevado em todo o país. (GOMES, C. A. R. apud PINGAFOGO, 2019, np)
“
Embora o Canil Municipal receba gerenciamento de uma empresa terceirizada, a qual segue requisitos previstos em Lei para manejo dos animais e haja a realização de rotinas técnicas fiscalização pela Prefeitura, o local, frequentemente é avaliado por órgãos superiores de fiscalização (SERTÃOZINHO, 2019).
O projeto de expansão do Canil e primeira UBS Animal da região iniciou suas atividades para a população de Sertãozinho e o distrito Cruz das Posses. Os atendimentos estão disponíveis desde 01 de Junho de 2020. São realizados de segunda a sexta, das 8:00 às 17:00, mediante agendamento e cópia do CPF, RG e comprovante de residência. O funcionamento para adoções é das 13:30 às 17:00.
De modo a levantar dados, a autora realizou na cidade de Sertãozinho um formulário aberto à população local. O intuito baseou-se em avaliar os laços afetivos considerando a relação homem e animal, explorar temáticas abordadas no presente trabalho e as premissas projetuais da autora. Pós formulário complementando os estudos, a autora realizou uma entrevista através de uma rede social com uma protetora independente da cidade. sua residência há Quantos? 01Em 02 03 animais domésticos? Caso a resposta seja afirmativa.
84%
Em qual categoria seu animal de estimação se enquadra? 79.5%
52.4% 31% 16% 16.7% 9.1% sim
não
42 respostas para sim 08 respostas para não
um
dois
3 ou mais
22 respostas para um 07 respostas pra dois 13 respostas para 03 ou mais
74
canina
11.4% outra
felina 35 respostas para canina 04 respostas pra felina 05 respostas para outra
ESTUDO DE CASO FORMULÁRIO ABERTO A POPULAÇÃO LOCAL
novos conceitos familiares estão se estabelecendo 04 Atualmente e evoluindo, como a família multiespécie. Você considerada seu
76% 22%
animal de estimação como um integrante de sua família? A- Sim, como se fosse um filho (38 pessoas responderam para A) B- Sim, Porém mantendo certas limitações (11 pessoas responderam para B) C- Não (01 pessoa respondeu para C)
2% A
sente a necessidade de um local na cidade para acolher 05 Você animais em situação de rua? Considerando e proporcionando
B
C
100%
melhoria no bem-estar destes animais.
sim
acordo com sua perspectiva, seria benéfica a participação 06De dos munícipes na reabilitação de animais resgatados, para con-
82%
sequentemente os reinserir nos lares familiares? A- Acho muito interessante e adoraria participar (41 pessoas responderam para A) B- Acho interessante, mas não participaria (08 pessoas responderam para B) C- Não vejo necessidade (01 pessoa respondeu para C)
16% 2% A
B
C
apadrinharia um animal disponível para adoção? Podemos 07 Você considerar as potencialidades da relação humano|animal para fins psicológicos, comportamentais e de bem-estar para estes animais, sendo a troca de afeto um exemplo benéfico. A- Sim, adoraria apadrinhar um animal para posteriormente realizar a adoção responsável deste (20 pessoas responderam para A) B - Apadrinharia, mas sem possibilidades de adoção (25 pessoas responderam para B) C- Não (05 pessoa respondeu para C)
75
50% 40% 10% A
B
C
Para expandir a temática, a última questão era aberta. Estimulando questionamentos e considerações perante as necessidades do município para com os animais, no ponto de vista da população. Para a autora esta troca foi de grande importância, e será pensada durante todo o
Bela atitude com certeza em prol dos bichinhos abandonados.
Implantaria sobre o castramento dos animais para diminuir a procriação e abondono. Muito fofo isso. Seu eu pudesse adotaria todos! Sertãozinho está precisando disso.
Vale salientar que, tanto as respostas anteriores como as mensagens a seguir mantém identificação oculta. Foi optado propor um formulário desta maneira para assim não inibir as pessoas de participarem, respeitando sua privacidade e individualidade de cada opinião.
Gostei muito da ideia e hoje em dia as pessoas devem se unir em favor desses animais que vivem em situação de rua. Ajudaria super o seu projeto, não pegaria outro porque a minha é extremamente ciumenta e grande, não podendo adotar outro :( mas ajudaria se tivesse outras possibilidades.
Sugestão para uma estratégia de recolhimento de doações, onde todos possam ajudar os animais acolhidos. 76
Doação de rações.
ESTUDO DE CASO ENTREVISTA COM PROTETORA INDEPENDENTE
A entrevista foi realizada dia 01.06.2020, com Lídia, protetora independente na cidade, e responsável pela página Patinhas de Sertãozinho. 01. Suas atividades como protetora inde- 03. Você recebe muitas solicitações de respendente se iniciou quando e em quais cir- gate? cunstâncias? Lídia: Sim, recebo muitas solicitações de Lídia: Desde de criança eu convivo com resgate, e muitos pedidos de ajuda para animais, cães e Gatos porque meu pai animais que estão na rua machucados trabalhava na roça e todos os animais ou que foi atropelado. que ele Encontrava abandonado ele trazia para casa, então desde 8 anos de 04. Atualmente, existe uma prioridade a ser idade minha casa vivia cheia de animais seguida quando não há condições para ajuFoi aí que eu peguei amor pelos animais, dar a todos? e eu faço esse trabalho já faz 15 anos,resLídia: Sim, resgato os que estão em situgato animais em situações críticas cuido ação de maior perigo de vida, exemplo: mando castrar mando vacinar isso tudo fêmeas prenhas e fêmeas que deram cria com ajuda da população. nas ruas, fêmeas no ciu, e cachorros atro02. Houve a criação de uma Organização pelados, machucados ou com carrapatos. não Governamental (ONG)? Sendo estas constituídas formalmente e autonomamen- 05. Atualmente, animais os quais você reste emabazas em ações solidárias no campo gata residem com você ou em outro local? das políticas públicas. Lídia: Residem comigo até eu conseguir adotantes responsável Lídia: Não, não tenho ONG. 77
06. Como você tem que lidar em casos emergências, quando existe a necessidade de cuidados veterinários? Lídia: Resgato, levo em clínicas particulares e peço ajuda para a população através das redes sociais( Facebook). As vezes também faço algumas rifas para conseguir quitar à divida na clínica.
Lídia: Acredito que é algo que está em evolução, mas ainda vejo dificuldades na adoção de animais sem raça definida, os popularmente conhecidos vira latas. 09. Considerando a adoção desses animais, em média quanto tempo demora para este ser adotado?
07. Os munícipes ao seu ver, se encontram abertos em contribuir para a realização do seu trabalho? Podemos considerar ajudas financeiras e demais doações. Lídia: Sim, mas com esta situação que estamos passando com tantos animais abandonados sem ajuda nenhuma da prefeitura, e com tantas protetoras pedindo ajuda nas redes sociais, assim as doações diminuíram.
Lídia: Depende, o pessoal procura muito cachorro filhote, fêmea e de porte pequeno, cachorro macho, de porte médio, porte grande e adultos são mais difíceis para doar então demora um pouco mais de tempo. 10. Atualmente, quantos animais resgatados estão com você? Se recorda de quantos ja foram adotados?
08. Ao seu ver, existe discrepância ao adotar um animal recolhido da rua? Você identifica empecilhos ou é algo que está em evolução, ganhando mais visibilidade? 78
Lídia: comigo hoje tenho com 28 cães e 6 gatos em minha casa, Resgatei centenas, acredito que desde quando eu começeu já resgatei milhares.
ESTUDO DE CASO ENTREVISTA COM PROTETORA INDEPENDENTE
11. Sente a necessidade de um local, o qual preste apoio a Protetoras Independentes, potencializando os resgates e oferecendo lar temporário para animais em situação de rua? Lídia: Sim, pois temos um canil municipal inadequado sem transparência e sinto falta de programas de castração gratuita o ano, inteiro, que no caso deve ser realizado pela prefeitura. Precisamos de políticas públicas sérias e eficazes voltadas para os animais. 12. A implantação de um local com estes objetivos na cidade de Sertãozinho seria benéfico para o dia-a-dia destes animais que necessitam de ajuda? Considerando os direitos e bem-estar destes. Lídia: Sim, um local adequado onde os animais sejam tratados, cuidados e encaminhados à adoção responsável. Local esse que trate os animais com respeito e dignidade. Que também trate os munícipes com educação e aceite voluntários. 79
A entrevista com Lídia foi essencial para aprimorar os estudos e desenvolvimento de projeto. Foi enriquecedor analisar a temática e todo conteúdo estudado através da visão de uma protetora independente, a qual oferece lar temporário para animais em situação de rua. É com base nos conhecimentos obtidos até o momento que a autora dará continuidade as próximas etapas de projeto (Capítulo 08).
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REFERÊNCIAS projetuais
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Proteger os animais contra a crueldade dos homens, dar alimentos aos que estão com fome, dar de beber aos que estão com sede, ajudar os que estão exaustos pelo cansaço ou doença, esta é a virtude mais bela do forte para com o fraco. Giuseppe Garibaldi
DOG SHELTER
SOBRE A LEITRUA Diferente dos tradicionais abrigos para cães, a WE architecture em parceria com a Masu planning apresenta um projeto arquitetônico de abrigo animal em caráter de pavilhão, o abrigo se relaciona para com o externo, propondo espaços iluminados e confortáveis. O intuito do projeto é transmitir a sensação convidativa de se estar dentro do pavilhão, convidando e estimulando a percepção dos visitantes de que um abrigo não precisa remeter a ideia de prisão, com suas vedações em gradil. Proporcionar bem-estar para estes animais e garantir a aproximação do público ao abrigo de modo que sua permanência no local estimule e conscientize sobre adoção fazem parte das premissas do projeto. Figura 6.1: Fluxos e permanência ao externo do abrigo
FICHA TÉCNICA
CONCEITO E PARTIDO
Nome do projeto: Dog Shelter Designação: Concurso convidado Modalidade: Abrigo para cães Localização: Moscou, Rússia
De acordo com COMBERG (2018) o intuito do projeto baseia-se em proporcionar a experiência de estar em um ambiente saudável e inspirador, tanto para os animais quanto para as pessoas que visitarão e trabalharão no mesmo, desassociando, portanto as noções tradicionais sobre abrigos para animais. O projeto se estrutura através da proposta de remeter a ideia de pavilhão, com aspectos leves e marcantes, permitindo a relação do mesmo com seu entorno, compondo então uma clareira em meio à floresta. O mesmo intuito acontece no interior do projeto, permitindo aos visitantes a sensação de estar abraçado a um pátio central que se subdivide em áreas de iluminação natural com propostas destinadas ao contato do animal para com atividades externas, além de se relacionar ao mesmo tempo, com o contexto interno do abrigo, transmitindo, portanto, a experiência e desassociação que o escritório buscou propor em seu conceito projetual.
Status: Design finalizado Ano: 2018 Área interna: 1430 m2 Área externa: 1550 m2 (1100 m2 coberto / 450 m2 não coberto) Escritório: WE architecture Paisagismo: Masu planning Equipe: Marc Jay, Julie Schmidt-Nielsen, Simon Skriver, Ieva Vysniauskaite, Antonina Salmina, Marek Harnol, Beatrice Fanfani, Jeppe Kiib, Thea Gasseholm, Corrado Galasso, Cristina Batista Flores, Eleonora Giovannardi, Barbara Drud Henningsen, Alexandru Pavel, Alicja Szczśnia
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DOG SHELTER
MATERIALIDADE A materialidade é definida por aço, madeira e concreto, segundo é mencionado COMBERG (2018) podemos considerar que, o projeto se desenvolve de maneira simples, como era desejado, porém, com muita sofisticação. Os elementos estruturais são compostos por perfis em aço, os quais sustentam vedações internos em madeira, finalizando a composição definida pela equipe e servindo como elementos estabilizadores temos paredes em concreto. De acordo com COMBERG (2018) o mesmo pode ser analisado em relação à cobertura, como resultado da escolha em trabalhar com vigas de aço foi possível projetar uma cobertura mais fina, compondo, portanto, de modo leve a paisagem do local onde estará implantada, desfocando a percepção entre dentro e fora.
Figura 6.2: Representação gráfica interna do abrigo em composição com os três materiais definidos + vegetação Fonte: We-a DK | Acessado em 03.04.2020
‘‘O conceito, a materialidade e a atenção aos detalhes trabalham juntos para criar um sentimento mais refinado, mesmo quando se trata de cuidar de animais.’’ (WE architecture, 2018)
Figura 6.3: Representação gráfica vista aérea do abrigo Fonte: We-a DK | Acessado em 03.04.2020
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VOLUMETRIA E FORMA A volumetria desenvolve-se através de uma forma quadricular para com o entorno, delineada posteriormente por recortes de sua área total, como resultado podemos notar o volume desconstruído do edifício.
Figura 6.4: Diagrama forma base para intervenção Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 03.04.2020
Clareiras centrais destinadas à fonte de iluminação natural e espaço para a prática de atividades dos animais.
Volumetria quadricular inicialmente estipulada para compor a forma final do abrigo. Desde o início o objetivo de clareira central apresenta-se ao projeto, cumprindo relativamente o conceito projetual proposto pela equipe.
Estudo em estabelecer no volume o qual demarca a área limite do abrigo o desenvolvimento das atividades estabelecidas no programa de necessidades. Recuos estipulados, volumetria apresentando sua evolução da forma, de modo desconstruído, o qual reflete para si aspectos conceituais e do partido estabelecido. Figura 6.5: Diagrama de desenvolvimento da forma Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 03.04.2020
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DOG SHELTER
Figura 6.6: Diagrama da circulação interna do pátio Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 03.04.2020
Figura 6.7: Diagrama resultado final da volumetria Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 03.04.2020
CIRCULAÇÃO
PROGRAMA
O eixo de circulação principal do edifício acontece através do pátio central, o qual conecta ambas as atividades e zoneamentos do abrigo, sem muitos obstáculos pelo caminho facilitando a visualização do mesmo por um todo.
O projeto oferece além das necessidades minímas e fundamentais de um abrigo, clinica Veterinária, para atendimentos médicos, salas destinadas à quarentena para casos que exijam à devida atenção e isolamento do animal, setor de PetShop para prática de banho e tosa, venda de alimentos, medicações entre outros, setor Administrativo e espaços para interação e lazer dos animais entre si e também para com os visitantes. (COMBERG, 2018)
Eixo de circulação principal Concentração das atividades Clareiras centrais
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G1. Baias G2. Recepção G3. Escritório G4. Sala técnica G5. Armazenameto alimentício G.6 Área de Espera G7. Café G8. Auditório
Setor Social
Setor Geral
S1. Berçário S2. Sala de Tosa S3. Área de Jogo S4. Espaço para conhecer o animal
A1. Área para atividades externas A2. Área para treino A3. Playground A4. Área para festivais e exibição
Setor M. Veterinária
Setor Recreativo
C1. Sala de tosa C2. Sala de exame C3. Enfermaria de isolamento C4. Sala de operação | pré e pós C5. Sala preparatória C6. Sala para quarentena
G.4
C.3 S.6
G.7 P.4
P.4
R.4
R.4
G.8
S.7 G.4
G.1
P.4 G.1 R.1
G.6
S.6
G.2
S.5
S.4
S.3
G.4
S.1
C.5
C.4
C.4
C.4 P.3
P.2
C.3
C.6 R.1 S.2 R.3
C.2 G.5 G.4 S.1 G.3
G.1 R.1
G.4
P.1
R.1
G.1 G.1 S.7 R.2
R.1
R.1
G.1 R.1 G.1
G.4
G.1
G.4
G.4
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G.2
C.1
Setor de Serviços S1. Lavanderia S2. Oficina S3. Equipamentos de limpeza S4. Sala de armazenamento S5. Depósito de bagagens S6. Banheiros S7. Serviços
DOG SHELTER
O pátio central reproduz de modo claro as premissas conceituais do projeto, conecta ambas as atividades do abrigo, potencializando a interação humano|animal de modo que não os afastem em ambientes fechados e isolados. Em especial o modo como a equipe busca proporcionar o bem-estar dos animais, funcionários e visitantes do abrigo através de um microclima interno é um objetivo a ser referenciado durante o desenvolvimento de projeto.
RELEVÂNCIA PROJETUAL
Figura 6.8: (Folha esquerda) Mapa de Zoneamento Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 03.04.2020 Figura 6.9: (direita - superior) Pátio central com geração de microclima interno Fonte: We-a DK, adaptada pela autora Acessado em 03.04.2020 Figura 6.10: (direita - inferior) Organização das baias Fonte: We-a DK, adaptada pela autora Acessado em 03.04.2020
A visibilidade do animal neste projeto em específico, transmitindo através da proposta mais visual das estadias dos animais, livres de gradis, as quais remetem a sensação de prisão.
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PALM SPRINGS ANIMAL CARE FACILITY SOBRE O ABRIGO Segundo o PSAnimalShelter o Abrigo de Animais de Palm Springs é um abrigo municipal de admissão aberta, operado pela organização sem fins lucrativos Friends of the Palm Springs Animal Shelter (FRIENDS), os quais são responsáveis por gerenciar e servir ao abrigo de animais da cidade de Palm Springs. O antigo abrigo municipal foi construído no ano de 1961, e em circunstâncias inadequadas não atendia mais a necessidade da população de animais da cidade, em contrapartida, desde o ano de 1996 a Friends buscava ativamente levantar fundos para o abrigo. Foi em 2009 que a cidade alocou US $5 milhões para melhoria de capital e planejar, portanto um novo abrigo, referência para o sul da Califórnia. Com custos mais altos do que o valor alocado, o FRIENDS se ocupou em arrecadar fundos e completar o orçamento do projeto, podendo então inciar a construção do novo, referente e moderno abrigo de Palms Springs Figura 6.11: Fachada em perspectiva do abrigo
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FICHA TÉCNICA Nome do projeto: Palm Springs Animal Care Facility Localização: Palm Springs | Califórnia - Estados Unidos Endereço: 4575 E Mesquite Ave Status: Concluído Inauguração: julho, 2010 Área Construída: 21000 m2 Escritório responsável: Swatt Miers Architects
O ESCRITÓRIO
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‘‘Nossos projetos são baseados nos princípios da arquitetura moderna que tornaram a Costa Oeste tão especial - cada edifício é tricotado no local de uma maneira que quase parece inevitável; (...) e nos esforçamos para criar uma arquitetura que, tanto física quanto visualmente, celebre a beleza da paisagem natural, desfocando a fronteira entre o interior e o exterior.’’ (Swatt Miers Architects, 2012?)
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Figura 6.12: (Folha esquerda) Mapa de localização Fonte: Google Earth, adaptada pela autora Acessado em 11.04.2020
Figura 6.13: Zoom da área Fonte: Google Earth, adaptada pela autora Acessado em 11.04.2020
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A PARCERIA PÚBLICA | PRIVADA Segundo o PSAnimalShelter com a etapa de projeto e orçamento estabelecidos a ONG Friends of the Palm Springs Animal Shelter buscou alternativas através de benfeitores da causa animal arrecadando o necessário para dar início quanto antes à construção das novas instalações, o valor arrecadado foi o suficiente para iniciar grande parte delas. O novo abrigo foi aberto em 07 de julho de 2010 e em 01 de
novembro de 2012 a organização Friends of the Palm Springs Animal Shelter e a cidade de Palms Springs assinaram um acordo, o qual permitiam ao FRIENDS assumir as atividades do abrigo. A PSAnimalShelter relata que esta parceria resultou em um novo conceito de abrigos na cidade, sendo o único público a pregar a filosofia de não sacrificar animais, seja por espaço ou tempo de permanência.
Figura 6.14: Espacialidade x relação com paisagem árida do entorno Fonte: Swattmiers, adaptada pela autora Acessado em 11.04.2020
Para enfrentar o desafio de operar um abrigo público com compaixão, a Friends conta com doações, voluntários, apoio da comunidade e, claro, ADOPÇÕES! (PSAnimal Shelter, 2020)
PALM SPRINGS ANIMAL CARE
CONCEITO E PARTIDO O escritório responsável tem como característica própria a modernidade de seus projetos compondo a paisagem do local, o mesmo é proposto para o abrigo Palm Springs Animal Care, segundo o Archdaily (2012) o conceito do projeto se baseia em integrar elementos tradicionais do deserto com um design moderno, o escritório completa em seu site oficial que, o design do abrigo reflete o caráter regional da comunidade exclusiva de Palm Springs, e compõe a paisagem árida do entorno, em especial com o Parque Demuth, o qual é muito ativo na cidade. Devido algumas restrições orçamentárias, segundo o Archdaily (2012) houve algumas limitações ao seguir o programa verde, tão presente na cidade de Palm Springs. Como alternativa algumas medidas foram tomadas, como seguir diretrizes LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Em questão, a outra alternativa foi definir os recursos verdes essenciais para o design inicial do projeto, estipulando etapas
a serem (pré) estabelecidas, de modo que alguns recursos pudessem ser adicionados posteriormente. A etapa 1 abordaria o sistema de reciclagem da água, considerando o fluxo intenso de limpeza e a economia primordial de água que o deserto exige. E na etapa 2, o uso do sistema fotovoltaico. De acordo dados da GBC Brasil projetos certificados pelo LEED reduzem em média 40% do consumo de água, 30% do consumo de energia elétrica, emitem 35% menos de CO2 e produzem 65% menos resíduos. Figura 6.15: Classificação da pontuação em selos do LEED Fonte: GBC Brasil, adaptada pela autora Acessado em 11.04.2020
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Certificação de 40 a 49 pontos
Prata de 50 a 59 pontos
Ouro de 60 a 79 pontos
Platina de 80 a 110 pontos
As alternativas de projeto à serem tomadas seguindo as diretrizes LEED se enquadrariam ao selo prata, estabelecido pela GBC Brasil.
MATERIALIDADE A escolha da materialidade para cada área definiu-se através dos usos e adequação dos mesmos, para as áreas externas foram pensados blocos de cimento, podemos identificar o uso de apenas duas tonalidades, as quais se diferenciam em, tom vermelho-terra para as “peles” responsáveis por vedar e privar a visibilidade do interior do edíficio e o tom branco para os planos inclinados, de caráter estrutural. De acordo com informações do Archdaily (2012) nas áreas públicas internas foram Figura 6.16: Volumetria externa x Materialidade Fonte: Swattmiers, adaptada pela autora Acessado em 11.04.2020
usado concreto manchado e vedação em DryWall pintados com cores destacantes, o teto desses ambientes são em lamtec preto exposto. Já nas áreas destinadas para o uso dos animais devido ao intenso fluxo de limpeza, os quais são realizadas duas vezes ao dia necessitaram de materiais com maior durabilidade, resultando na escolha do epóxi para paredes e pisos, além de tetos acústicos e dispositivos de proteção. Branco para planos inclinados Vermelho Terra para as vedações verticais
Composição paisagística Concreto para paredes externas
PALM SPRINGS ANIMAL CARE
Figura 6.17: Recepção e a escolha da materialidade Fonte: Swattmiers, adaptada pela autora Acessado em 11.04.2020 teto em lamtec preto exposto isolamento acústico para maior conforto em relação aos ruídos emitido pelos animais.
placas de DryWall pintadas cores marcantes para diferenciar áreas e seus usos
Segundo o Archdaily (2012) o sistema construtivo do abrigo conta com unidades externas do telhado que recuperam calor e repassam para áreas médicas e animais, como resposta as alternativas tomadas no partido projetual, o qual segue diretrizes do LEED o sistema químico de limpeza conta com uma bomba central com capacidade de 1200 psi (da Spray Masters Technology) responsável por reciclar e tratar a água em uma sala específica, bombeada posteriormente através de tubos de aço inoxidável 97
de 1 ”para as Unidades de Controle Remoto (RCU’s). O abrigo faz uso de recursos da estação de tratamento de esgoto adjacente, o qual destina água reciclada para o sistema de irrigação e limpeza do edifício. O plano construtivo foi elaborado de modo que este recurso, o sistema elétrico e o estrutural permitissem e suportassem as futuras instalações do abrigo, que por motivos orçamentários foram prorrogados.
PROGRAMA E CIRCULAÇÃO O abrigo organiza seu programa de acordo com o Archdaily (2012) diferenciando suas alas de acordo com o tipo do animal, portanto as instalações se caracterizam em três setores: Ala Canina, Ala Felina e animais de porte pequeno. Áreas que necessitam de maior atenção e cuidados tem o acesso exclusivo, sendo assim a entrada pública encontra-se ao lado da entrada para adoções e admissões de novos animais, uma mesma recepção pode atender ambos os atendimentos. Estadias individualizadas para os animais, com face frontal voltada para o pátio central. Pátio central destinado à recreação dos animais e microclima interno para conforto térmico dos animais. Acesso linear as estadias, eixo de circulação dos animais para as demais atvidades.
Figura 6.18: Área animal e eixo de circulação Fonte: Swattmiers, adaptada pela autora Acessado em 11.04.2020
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O Swatt Miers Architects (2012?) destaca outras atividades do abrigo, sendo elas, áreas de trabalho seguras para controle de animais, uma grande sala de socialização e pátio para recreação. De acordo com a implantação do abrigo (Figura 6.21) no eixo linear das baias as faces frontais destas voltam-se para o pátio central que além do uso recreativo para os animais, proporciona iluminação e ventilação natural para as estadias, as mesmas são sombreadas por uma camada de tecido removível, caso necessário.
PALM SPRINGS ANIMAL CARE
Como o objetivo do novo abrigo de Palm Springs concentrava-se em ser referência ara o sul da Califórnia houve a aposta de criar sala de treinamento que após o fim do expediente designavam seu uso para programas comunitários e de conscientização da população local, com acesso exclusivo, estes programas restringiam-se às outras atividades do abrigo, como as salas administrativas, de serviço, de descanso e também banheiros. O abrigo contém clínica veterinária totalmente equipada para eventuais procedimentos médicos. (Archdaily, Acesso 01 Adoção de animais
Acesso 02 Admissão de novos animais
Acesso 03 Atividades comunitárias e serviços
Figura 6.19: (superior) Área para terapia e recreação animal Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 12.04.2020 Figura 6.20: (inferior) Representação em mapa dos acessos principais Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 12.04.2020
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PALM SPRINGS ANIMAL CARE
Setor de suporte animal e interativo Setor educativo (sala de aula)
Setor administrativo e serviços
Setor de atendimento à adoção e recuperação
Circulação Pública
Setor Canino Setor Felíno
Setor Médico
Circulação Operacional Acesso individual à aula pós expediente, circulação específica
Circulação Pública para adoções e alas de recuperação
Figura 6.21: (Folha esquerda) Implantação e setorização do abrigo Fonte: Archdaily, adaptada pela autora Acessado em 12.04.2020 Figura 6.22: Representação em mapa dos eixos de circulação no interior do abrigo | Fonte: Archdaily, adaptada pela autora | Acessado em 12.04.2020
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO VIRTUAL
Quando todos os cabeleireiros foram encerrados, você faz um corte de cabelo em quarentena ... quem pode se relacionar? Sabrina é uma linda mulher de 4 anos que se dá bem com outros gatinhos. Apesar de seu status atual de cabelo, ela gosta de ser escovada e virá correndo assim que a vir.
De modo indireto e espontâneo o abrigo potencializa a divulgação de seus animais disponíveis para adoção através de mídias sociais, o modo como a equipe responsável realiza esta atividade é interessante, os mesmos abusam de fotos em ângulos espontâneos e legendas divertidas, aproximando de modo virtual o animal a uma possível adoção. Abaixo temos duas dessas postagens e suas respectivas legendas traduzidas, essas e outras postagens estão disponíveis no Instagram oficial do abrigo (ID: palmspringsanimalshelter). Figura 6.24: Filhotes caninos com parentesco
Figura 6.23: Gata Sabrina disponível para adoção
Dois irmãos! Minúsculo Tim e Ebenezer estão procurando seu lar para sempre. Veja se algum desses meninos fará sua família alegre e brilhante!
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PALM SPRINGS ANIMAL CARE
OKTOBERPETS FESTIVAL PET COSTUME CONTEST O Festival de Outono realizado pela equipe do Palm Springs Animal Care de acordo com informações coletadas no site oficial da cidade (palmspringsca.gov, 2018) é conhecido por abordar diversas temáticas e garantir o entretenimento humano|animal para apreciadores do festival, com palestras educacionais de veterinários, o festival realiza além um divertido concurso anual de fantasias, avaliado por juízes convidados. Com cronograma ativo, disponível para acesso no site oficial e mídias sociais, o abrigo realiza diversas campanhas ao longo do ano, tanto de caráter educacional, quanto preventivo, como vacinação, entre outros.
Figura 6.25: Festival Oktoberpets Fonte: PSAnimalShelter, adaptada pela autora | Acessado em 13.04.2020
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HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA
SOBRE A LEITURA O Hospital Veterinário Santa Catarina (hovetSC) desde sua inauguração em 2011 na cidade de Blumenau oferece atendimento especializado desde casos clínicos e cirúrgicos, com estrutura completa e recursos tecnológicos, segundo considerações da ABHV (Associação Brasileira de Hospitais Veterinários) o hovetSC é referência regional, por proporcionar qualidade tanto no quesito estrutural físico quanto ao cuidado à saúde do animal. Com atendimentos disponíveis à cães e gatos, sendo o primeiro e único hospital com certificado Cat Friendly (amigas do gato), o qual é responsável por orientar sobre as distintas naturezas e necessidades dos felinos e consequentemente proporcionar atendimento qualificado e consciente sobre as limitações e comportamentos de ambas as espécies. Figura 6.26: Fachada e principal acesso ao hospital
FICHA TÉCNICA Nome do projeto: Hospital Veterinário de Santa Catarina Localização: Blumenau | Santa Catarina - Brasil Endereço: R. Iguaçu, 177 - Itoupava Seca Inauguração: dezembro, 2011 N° de pavimentos: 02 Área Construída: 2500 m2 Área Construída: 1200 m2 Escritório responsável: Fantin Siqueira Arquitetura
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Buscamos um projeto extremamente limpo, por isso a comunicação visual é baseada neste conceito. A cor verde remete à natureza. Na logomarca, utilizamos a imagem dos animais sobrepostos e harmoniozamente agrupados, o que resultou um logotipo quase abtrato, discreto e convincente. (Fantin Siqueira Arquitetura)
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Figura 6.27: (Folha esquerda) Mapa de localização Fonte: Google Earth Pro, adaptada pela autora Acessado em 13.04.2020
Figura 6.28: Zoom da área Fonte: Google Earth, adaptada pela autora Acessado em 13.04.2020
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CONCEITO E PARTIDO Objetivados a pensar nas espacialidades e especificidades as quais uma arquitetura hospitalar exige, prezando a marca registrada dos arquitetos, as quais são, conforto e funcionalidade do espaço, e a este projeto em especial o modo gentil como o hospital e ambas as instalações se relacionariam para com seu público. Em matéria publicada na 6° edição da Revista Facility Hospital o arquiteto Alexandre
Figura 6.29: Relação fachada x materialidade Fonte: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora Acessado em 15.04.2020
Fantin pondera “Era muito importante criar espaços funcionais, com as especifidades de um hospital, ao mesmo tempo, arejado e não opressivo; já que ali, muitas vezes, seriam vividas situações delicadas”. De acordo com a Revista Facility Hospital os arquitetos desenvolveram seu partido a partir da inspiração de uma arca, e de um visual futurista.
HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA
‘‘Depois de feitas as pesquisas necessárias para o perfeito funcionamento dos espaços, partimos para a criação da arquitetura que nos é totalmente familiar e prazerosa.’’ (Fantin Siqueira Arquitetura, 2011 para Revista Facility Hospital, 2011)
MATERIALIDADE Como alternativa ao partido projetual de Em meados de agosto de 2018 o hospital inproposta futurística, os arquitetos optaram vestiu painéis fotovoltaicos e em alguns mepor trabalhar com placas de Alucobond nas ses compartilharam resultados satisfatórios. fachadas do Hospital. Figura 6.30: Resultados referente à instalação de painéis Segundo especificações feitos pelo site ofi- fotovoltaicos | Fonte: Perfil do Instagram (ID: hovetsc), adaptado pela autora | Acessado em 15.04.2020 cial da Alucobond estes painéis além de isolantes são maleáveis à modulação, o que é interessante devido à fachada mais abaulada, outro potencial é a resistência das placas às intempéries, promovendo maior durabilidade das mesmas. As laterais, compostas por grandes peles em vidro (Figura 6.28) e abarcadas pelas fachadas são responsáveis por propagar iluminação natural no interior de algumas instalações. Aos ambientes de serviço e uso íntimo foram escolhidos materiais de fácil manutenção, seguindo princípios hospitalares de limpeza e assepsia. 109
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Área para serviços de Radiologia Computadorizada e Ultrassonografia, que possibilitam um resultado mais preciso e ágil. (Hovetsc, 2012?)
PROGRAMA
Figura 6.31: Funcionários em expediente na sala de radiologia e ultrassonografia Fonte: Hovetsc, adaptada pela autora Acessado em 16.04.2020
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLINICAS DIGITAL
Área específica para exames laboratoriais que auxiliam no diagnóstico de diversas patologias que podem atingir os animais. (Hovetsc, 2012?)
Figura 6.32: Funcionária indicando possivelmente um resultado de exame Fonte: Hovetsc, adaptada pela autora Acessado em 16.04.2020
Segundo o (Hovetsc, 2012?) após as etapas do estudo preliminar o hospital, que inicialmente teria 500m2 evoluiu para 900m2, com estrutura moderna e completa para comportar e proporcionar o suporte necessário para os animais, abordando diferentes procedimentos e graus de complexidade, incluindo desde os casos mais simples aos mais complexos, como área para internação veterinária, sala de emergência, salas cirúrgicas, UTI equipada, com espaço de isolamento para casos especiais e ambiente para procedimentos de assepsia, além de Pronto Atendimento 24 horas. De acordo com o (Hovetsc, 2012?) estes são os serviços disponíveis no hospital: Laboratório de análises clínicas digital Diagnóstico por imagem Centro cirúrgico Internação 24 horas Fisioterapia Cursos e palestras 110
HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CARTARINA
SALA DE INTERNAÇÃO
Internação 24 horas com unidades separadas para cães, gatos, doenças infectocontagiosas e Unidade de Tratamento Intensivo (U.T.I.)(HoFigura 6.33: Instalações para internação | Fonte: Hovetsc, adaptada pela autora | Acessado em 16.04.2020
SALA DE FISIOTERAPIA
Clínica de Fisioterapia Terapêutica e Fitness completa com piscina aquecida para Hidroterapia, Phisio-ball e Esteira Aquática.(Hovetsc, 2012?)
CENTRO CIRÚRGICO
2 salas cirúrgicas complestas e equipadas, salas de esterilização, preparo do animal e preparo da equipe médica. (Hovetsc, 2012?)
Figura 6.35: Espaço dedicado à fisioterapia e terapia animal | Fonte: Hovetsc, adaptada pela autora | Acessado em 16.04.2020
Figura 6.34: Sala Cirúrgica e preparatório | Fonte: Galeria da Arq, adaptada pela autora | Acessado em 16.04.2020
111
Casos emergenciais, doenças infecciosas e U.T.I
Sala de Fisioterapia Recepção
Centro Cirúrgico e farmácia
Infomação sobre caninos e felinos Salas para consultas de caninos
Figura 6.36: Mapa de Setorização - pavimento térreo Fonte: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora Acessado em 15.04.2020
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Setor intímo e social destinado aos funcionários
HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA
Sala de Raio-X e laudos Dormitório para veterinários em plantão
Laboratório e Ultrassom Sala para consultas de felinos
Auditório Banheiros
Administração
Figura 6.37: Mapa de Setorização - pavimento superior Fonte: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora Acessado em 15.04.2020
113
CIRCULAÇÃO A Fantin Siqueira Arquitetura elaborou um detalhado estudo em relação aos eixos de circulação do hospital, onde em matéria publicada a Revista Facility Hospital (edição n°6, 2011) menciona em complemento a necessidade em conciliar espaços destinados à atendimentos diários para com os de emergência. Podemos identificar no projeto, eixos de circulação horizontais e verticais, onde nos horizontais temos os corredores públicos, os quais conduzem às instalações de modo eficiente, os corredores de uso técnico,
exclusivos a funcionários, estes são responsáveis pela circulação interna à salas como, cirúrgicas, de exames, internação e administrativas. Por vez, os eixos verticais estão distribuídos em três pontos do hospital, sendo o primeiro, uma escada, com modelo em U, a qual conecta a recepção à administração (pavimento superior) privando o contato com o setor de serviços. Já o segundo eixo, mais central ao edifício localizado em uma área com boa iluminação natural e presença de vegetação (Figura xx) é dado por um elevador, o qual é o principal acesso ao segundo pavimento, desde pacientes a funcionários. O terceiro eixo, localizado mais ao fundo do hospital é dado por outra escada, esta em específico reserva seu uso somente aos funcionários, conduzindo-os às áreas de uso privado do hospital. Figura 6.38: Principal eixo de circulação vertical do edifício | Fonte: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora | Acessado em 15.04.2020
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HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA
Figura 6.39: Eixo de circulação exclusivo para internações de doenças infecciosas | Fonte: Galeria da Arquitetura, adaptada pela autora | Acessado em 15.04.2020
Figura 6.40: Recepção do hospital com circulação direta à administração | Fonte: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora | Acessado em 15.04.2020
ACESSOS O principal acesso ao hospital é feito pela fachada frontal, e destinada à atendimentos cotidianos. Para casos mais delicados, sendo eles, procedimentos emergenciais e doenças infectocontagiosas, a entrada é realizada à lateral esquerda do edifício, este acesso conta com recepção exclusiva e acesso direto às salas e futuros procedimentos. Figura 6.41: Recorte da planta térrea indicando acessos Fonte: Fantin Siqueira Arquitetura, adaptada pela autora Acessado em 15.04.2020
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Acesso Principal Acesso Secundário para casos corriqueiros para casos emergenciais
Figura 6.42: Auditรณrio em uso Fonte: Hovetsc, adaptado pela autora | Acessado em: 17.04.2020
HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA CATARINA
MEIOS DE COMUNICAÇÃO O Hovetsc disponibiliza através de seu auditório palestras e cursos tanto para profissionais da área quanto para a comunidade em geral, são realizados treinamentos como adestramento, primeiros socorros, entre outros assuntos. Outro meio de comunicação são as redes sociais, o mesmo faz uso através de seu perfil Figura 6.43: Cadelinha divulgada no perfil oficial do hospital para adoção responsável Fonte: Perfil do Instagram, adaptado pela autora
Essa fofura é a Vivi! Ela foi resgatada das ruas, mas agora está tosada, castrada, vermifugada e tratada contra pulgas e carrapatos. Saudável e pronta para ganhar uma nova família. Ela é muito dócil, brincalhona e carinhosa. Tem cerca de 1 ano de idade, o porte é pequeno/médio e pesa 10kg. Quer adotá-la? Entre em contato conosco.
do instagram uma troca informal sobre informativos e prevenções, além de divulgar animais recolhidos das ruas, disponíveis para adoção após os procedimentos necessários. Abaixo temos duas dessas postagens e suas respectivas legendas, essas e outras postagens estão disponíveis no Instagram oficial
Sou uma menina muito dócil, simpática e brincalhona. Infelizmente já sofri bastante nas ruas de Blumenau. A equipe do HovetSC me acolheu e estão cuidando de mim. Agora estou saudável, castrada, com todas as vacinas e pronta para ganhar uma nova família que me dê muito amor, carinho e atenção. Quer me adotar? Figura 6.44: Postagem inicial sobre a Pretinha, cadelinha disponível para adoção no HovetSC, quatro semanas após a divulgação Pretinha ganhou um novo lar para si. Fonte: Perfil do Instagram, adaptado pela autora Acessado em 17.04.2020
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07
SOBRE O LOCAL levantamento morfologico
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Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele. A vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto ele. Autor Desconhecido
Para o desenvolvimento do Centro de Acolhimento para animais de rua foi escolhido o município de Sertãozinho, cidade natal da autora. O mesmo está localizado na região Metropolitana da cidade de Ribeirão Preto, com distância de 21Km da metrópole e 325Km da capital São Paulo. Com população estimada de 125.815 habitantes, segundo dados do IBGE (2019) e densidade demográfica de 273,22 hab/Km². De acordo com a prefeitura municipal (2009) a cidade é vista como uma das mais importantes da região, sendo considerada a terceira maior cidade da região nordeste do estado de São Paulo. Apresenta o terceiro maior PIB per capita da região e 109° do estado, de acordo com o IBGE (2017).
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Micror Ribeir
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DADOS SOBRE O LOCAL INTRODUÇÃO AO MUNÍCIPIO Jardinópolis Pontal Brodowski Sertãozinho Barrinha
Pradópolis
Ribeirão Preto
Cravinhos
Guatapará
Serrana Serra Azul
São Simão Luis Antônio
Santa Rita do Passa-Quatro
Santa Rosa do Viterbo
Com economia ativa no comércio, prestação de serviços, industrias e agricultura, Sertãozinho é visto como um dos maiores polos indústriais do país. A cidade é considerada a capital do setor sucroalcooleiro, e muito conhecida por realizar a cada ano a Feira Internacional da Bioenergia, Fenasucro. Para além destes, a cidade mantém alta representatividade no setor educacional, proporcionando ensino de excelência, ocupando o 1° lugar dentre a região, de acordo com o IBGE (2017) para os anos iniciais e finais do ensino fundamental da rede pública, e sistema de sáude qualitativo. Em âmbito territorial a cidade apresenta área de 403.089 Km² de acordo com os dados mais recentes do IBGE (2019).
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IDHM: índice de desenvolvimento humano municipal
A seguir será apresentado índices sócio-econômicos do município, coletados através de pesquisas realizadas e disponibilizadas pelo Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNDE) e também pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Renda: IDHM de 0.768 Longevidade: IDHM de 0.855 Educação: IDHM de 0.762 Medida comparativa para classificar o grau de desenvolvimento humano, abordando as três dimensões acima. Variando de 0 a 1, considerando que, quanto mais próximo ao 1 maior o índice de desnvolvimento.
Salientando que os dados divulgados a seguir são mediante ao Censo de 2010. Uma nova coleta será realizada entre agosto e outubro, para elaboração do Censo 2020.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, a cidade de Sertãozinho-SP no ano de 2010 atingiu um IDHM de 0.761, o que eleva o município a um Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0.700 e 0.799). IDHM Educação % 18 anos ou mais com fundamental completo 56.11 97.51 % 5 a 6 anos ainda na escola 88 % 11 a 13 anos em anos finais do fundamental 64 % 15 a 17 anos com fundamental completo 44.49 % 18 a 20 anos com médio completo
Figura 7.1: (pag 133) Mapa do estado de São Paulo com zoom para a microrregião de Ribeirão Preto, destacando a cidade de Sertãozinho-SP | Fonte: Researchgate, adaptada pela autora | Acessado em 09.06.2020
IDHM Longevidade Esperança de vida ao nascer IDHM Renda Renda Per Capita
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76.31 953,23
DADOS SOBRE O LOCAL INTRODUÇÃO AO SÓCIO-ECONÔMICO
POPULAÇÃO
Homens
Como já vimos, o IBGE estima para o munício de Sertãozinho 125.815 habitantes (2019). De acordo com os últimos dois censos, é analisado um aumento populacional de 1.52% do Censo 2000 para o de 2010. Embora ainda não tenha sido divulgado o atual Censo 2020, a autora através da última estimativa divulgada (2019) pelo IBGE contabiliza e chega ao resultado do possível aumento de 1.4% da população, entre os anos de 2011 à 2019.
80 ou mais 0.84% 75 a 79 0.70% 70 a 74 0.99% 65 a 69 1.27% 60 a 64 1.83% 55 a 59 2.34% 50 a 54 2.89% 45 a 49 3.37% 40 a 44 3.67% 35 a 39 3.84% 30 a 34 4.41% 25 a 29 4.92% 20 a 24 4.73% 15 a 19 4.10%
Classificação Populacional - Censo de 2010 110.074 100% População total 54.701 49.69% População residente Masculina 55.373 50.31% População residente Ferminina 108.772 98.82% População Urbana 1.302 1.18% População Rural
10 a 14 3.74% 5 a 9 3.41% 0 a 4 3.25%
0.48% 0.52% 0.81% 1.11% 1.64% 2.21% 2.84% 3.27% 3.46% 3.78% 4.59% 4.97% 4.78% 4.18% 4.15% 3.52% 3.00%
Mulheres
Fonte: Atlas Brasil, embazado em dados do PNDE e IPEA
Longevidade, Mortalidade e Fecundidade
Estrutura Etária da população - Censo de 2010 23.597 21.44% Menos de 15 anos 79.085 71.85% De 15 a 64 anos 7.392 6.72% Com 65 anos ou mais 39.18 Razão de Dependência Medida através da população com menos de 15 anos ou mais de 65 anos em relação à população potencialmente ativa.
Taxa de Envelhecimento
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Esperança de vida ao nascer Mortalidade infantil Mortalidade até 5 anos de idade Taxa de fecundidade total
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Fonte: Atlas Brasil, embazado em dados do PNDE e IPEA
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Economicamente inativa - 18.462 (22.8%)
TRABALHO De acordo com o Atlas Brasil fundamentado aos índices divulgados pelo PNDE e IPEA aponta que, no ano de 2010 os munícipes Sertanezinos ativos com mais de 18 anos se ocupavam na seguinte distribuição: 2,78% 0,00% 29,36% 5,70% 0,56% 13,76% 38,15%
trabalhavam no setor agropecuário na indústria extrativa na indústria de transformação no setor de construção nos setores de utilidade pública no comércio no setor de serviços
Economicamente ativa desocupada 5.061 (6.3%)
Economicamente ativa ocupada 57.452 (71%)
Figura 7.2: Composição da população de 18 anos ou mais de idade | Fonte: Atlas brasil, embazada em dados do Censo de 2010, adaptada pela autora | Acessado em 09.06.2020
Ocupação da população de 18 anos ou mais Taxa de atividade 70.95 Taxa de desocupação 6.25 Grau de formalização dos ocupados 75.42 Nível educacional dos ocupados ocupados com fundamental completo ocupados com médio completo
64.55% 42.81%
Rendimento médio ocupados com rendimento de até 1 s.m. ocupados com rendimento de até 2 s.m. ocupados com rendimento de até 5 s.m.
11.17% 53.65% 88.71%
Observação: s.m: Salário Minímo
124
Importante salientar que, o novo Censo de 2020 poderá apresentar fatores importantes aos índices de trabalho do município. Isto, devido aos reflexos da atual circunstância em que nos encontramos, período de luta contra a Pandemia da Covid-19. O Censo 2020 tão quanto o próximo serão determinantes para acompanhar o crescimento do município.
DADOS SOBRE O LOCAL INTRODUÇÃO AO SÓCIO-ECONÔMICO
HABITAÇÃO E INFRAESTRUTURA O município conta com sistema de infraes- Para além, segundo a prefeitura municipal trutura qualitativo., e os dados a seguir indi- (2019) a Secretaria Municipal de Obras cam índices muito positivos. investe na melhoria de infraestrutura da cidade, inclusive em matéria no site oficial da prefeitura foi divulgado sobre a obra de Indicadores de Habitação - Município Macrodrenagem do Córrego Sul, incluindo da população em domicílios com água en99.71% a construção de duas pontes nas avenidas canada principais da área escolhida para desenvolda população em domicílios com energia vimento do projeto, apresentada logo a se99.99% elétrica guir, na etapa de zoneamento. da população em domicílios com coleta de lixo
99.92%
Fonte: Atlas Brasil, embazado em dados do PNDE e IPEA
Ressaltando que, o Córrego Sul mantém proximidade com a área escolhida.
125
LEGISLAÇÃO Segundo o macrozoneamento do município foi identificado que a área escolhida para o desenvolvimento do projeto encontra-se em uma ZM2 (Zona Mista 2). Com entorno composto por ZM1 (Zona Mista 1) e ZER (Zona Estritamente Residencial).
desenvolvido o projeto no local escolhido. Seguindo o anexo V da Lei, o qual aborda sobre coeficientes e afastamentos, temos para a ZM2 que, a taxa máxima de ocupação é de 80%, permeabilidade com miníma em 3% e gabarito com máxima em 8 pavimentos.
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De acordo com a Lei de Uso e Ocupa- AMfrente (até 2 pav.) ção do Solo a implantação de um Centro AMfrente (2 a 4 pav) AMfrente (acima de 4 pav.) de Acolhimento para animais de rua não Av AMfundo (até 2 pav.) .J os é causa incomodo nas imediações, podendo, Fe rre AMfundo (2 a 4 pav.) portanto, sem desconforto e malefícios ser ira dAMfundo (acima de 4 pav.) os R. R B ar
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DADOS SOBRE O LOCAL INTRODUÇÃO AO ZONEAMENTO E TERRENO
A ESCOLHA DO TERRENO A área situada no bairro Jardim Cajuba, o local atinge as premissas da autora, em propor não um projeto isolado e afastado da cidade, mas sim algo convidativo e visível à população, mantendo assim a participação ativa destas, no local. Embora não esteja na área central da cidade, o terreno, localizado entre duas das principais avenidas da cidade, sendo, a Av. Egisto Sichieri e a Av. Affonso Trigo, provém de muita visibilidade e excelente viabilidade, fatores determinantes para a escolha do local.
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530m Escoamento
SOBRE O TERRENO Com área total de 7.563,82 m², o terreno se localiza próximo ao córrego Sul, o qual percorre por toda Av. Egisto Sichieri e Av. Antônio Paschoal. Em questões topográficas o terreno apresenta uma curva de nível com 1 metro de desnível. Com suave declive
o ponto mais baixo do terreno é voltado para a Av. Egisto Sichieri em cruzamento com a rua José Tremeschin, escoando portanto, para o próprio córrego. Seu ponto mais alto encontra-se na rua João Mossin em cruzamento com a a Av. Affonso Trigo.
Figura 7.3: (folha esquerda) Mapa de Zoneamento Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora Acessado em 09.06.2020
Figura 7.4: Mapa de Terreno com curvas de nível Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora Acessado em 09.06.2020
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o terreno
Figura 7.5: O terreno, vista frontal Fonte: Tirada e adaptada pela autora em 06.06.2020
Figura 7.6: O terreno, vista lateral Fonte: Tirada e adaptada pela autora em 06.06.2020
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DADOS SOBRE O LOCAL IDENTIFICANDO O TERRENO
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Av. Egisto Sichieri muito utilizada para caminhada, contendo além faixa para ciclistas. A mesma direciona para as duas principais faces do terreno.
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O local conta com faixas elevadas para a travessia da avenida ao terreno.
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Figura 7.7: Mapa Indicativo Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora Acessado em 09.06.2020
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LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO MAPA DE ASPECTOS AMBIENTAIS E VEGETAÇÃO
SOBRE O CLIMA
DIREÇÃO DOS VENTOS
Embasado em estudos gráficos do Weather Spark, Sertãozinho é considerado predominantemente por dias quentes, abafados e de céu quase encoberto, durante sua estação de precipitação (de 17 de outubro a 3 de abril). Indo para morno e com céu quase sem nuvens em períodos secos (de 3 de abril a 17 de outubro), apresenta temperatura média diária acima de 31°. Entretanto, as temperaturas da cidade variam no período de 9 de maio a 21 de julho, com temperatura máxima diária abaixo de 28° e miníma em 13°, raramente abaixo de 9°. Diferentemente da variação das temperaturas, a umidade de Sertãozinho apresenta variação sazonal, durando de 29 de setembro a 7 de maio o período mais abafado da cidade.
Segundo Weather Spark, os ventos mais frequentes do município vem da direção Leste, estando estes presentes em média 9,8 meses do ano, de 5 de fevereiro a 28 de novembro. Os ventos vindos do Norte compõem os outros 2.2 meses do ano, de 28 de novembro a 5 de fevereiro.
Nascer do Sol Sol da tarde Pôr do Sol
Para identificarmos as sensações dos ventos em vetor médio horário (velocidade e direção) é determinante considerarmos questões topográficas dentre outros fatores do local avaliado. Embora a direção média horária dos ventos em Sertãozinho varie durante o ano, as variações do vetor médio horário é maior.
Ventos vindos de Leste Figura 7.8: Mapa de Aspectos Ambientais e de Vegetação Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora Acessado em 09.06.2020
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LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO MAPA DE USO DO SOLO
Como vimos na zoneamento da área, o local pertence a uma ZM2, ou seja, uma zona para uso misto. O mapa ao lado indica que, os lotes comerciais e de prestação de serviço se concentram nas avenidas Egisto Sichieri, em continuidade com a Antônio Paschoal, para além da Av. Affonso Trigo, esta paralela à lateral do terreno. O uso destes lotes se concentram em, Postos de Combústivel, Loja de Automóveis, Jardinagem, Farmácia, Restaurantes, Acadêmias, Despachantes, Escolas, Quadra Esportiva e Mecânica de Automóveis. O local apresenta apenas duas quadras com maioria em lotes vazios, embora recentemente tenham sido construídas algumas residências, a maior predominância nestas são de lotes vazios. Em contrapartida, o
restante das quadras são compostas completamente por residências, com alguma exceção ou outra de comércios de vizinhança, como bares e salão de beleza. Expandindo os limites da área de projeto e analisando o restante do mapa podemos notar a predominância em lotes residenciais, com características muito parecidas. Lotes comerciais na faixa das avenidas, com miolo diferenciando-se apenas por conter praças, ambas revitalizadas recentemente, hoje muito utilizada para o lazer de famílias da vizinhança e da cidade em geral. Entretanto a norte do mapa temos um núcleo de lotes vazios, embora, segundo observações da autora estes estejam se expandindo no ramo da construção civil.
Residência
Lote Desativado
Comércio
Institucional
Prestação de Serviço
Vazios
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Figura 7.9: (folha esquerda) Mapa de Uso do Solo | Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora | Acessado em 09.06.2020
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LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO MAPA DE GABARITO
Responsável por indicar o número de pavimento das edificações, o mapa ao lado indica que, edificações térreas são predominantes em âmbito geral. Com apenas alguns lotes com 2 pavimentos e pouquíssimos com gabarito acima de 3 pavimentos, os quais obtém uso residencial multifamiliar. Embora o gabarito máximo seja de até 8 pavimentos, as edificações desta região não ultrapassam 4 pavimentos. No quadrante leste do mapa temos uma maior concentração de edificações com 2 pavimentos, isto ocorre devido à tipologia do bairro, sendo este conhecido por ser de alto padrão na cidade. O local não apresenta barreiras visuais, resultando, portanto, em uma homogeneidade tanto no entorno da área de projeto, quanto no levantamento geral do mapa. Edificações térreas Edificações com dois pavimentos Edificações com três ou mais pavimentos
Figura 7.10: Mapa de Gabarito Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora Acessado em 09.06.2020
135
Figura 7.11 e 7.12: Distinção entre gabaritos Fonte: Foto tirada e adaptada pela autora em 20.06.2020
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LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO MAPA DE EQUIPAMENTOS URBANOS
Podemos analisar no mapa ao lado os Equipamentos que compõem a área de levantamento. Sendo possível identificar que, apesar de não compor a área central da cidade, como já mencionado pela autora, o local é ativo em diversas âmbitos, sendo, Religião, Educação, Saúde, Segurança Pública, Assistência Urbana, Lazer e Esporte.
Muitos destes estão presentes somente nesta localidade e atendem, portanto, à demanda da cidade, como exemplo podemos citar, o Centro Esportivo Docão, este responsável e conhecido por realizar competições desde municipais à internacionais. Como também o Ambulatório Central de Especialidades, o Mercadão da cidade, entre outros.
01- Escola Municipal de Educação Infantil Ana Casaline Abdala - educação 02- Escola de Futebol Projeto Camisa 10 - esporte e lazer 03- Praça Gladys Inside Paschoal - esporte e lazer 04- UniVesp - Fundação para o Desenvolvimento Educacional e Cultural da Alta Mogiana - Fundam - educacional 05- Posto JBF - abastecimento 06- Remington - educacional 07- Santuário de Sertãozinho - religião 08- Praça Maurílio Pacheco de Souza - esporte e lazer 09- Ambulatório Central de Especialidades - saúde 10- Droga Raia - assistência urbana
11- Igreja Internacional da Graça de Deus - religião 12- Mercadão Municipal - abastecimento 13- Posto Ipiranga - abastecimento 14- Cartório de Registro de Imóveis - assistência urbana 15- Praça dos Peixes - esporte e lazer 16- Delegacia de Polícia Civil - segurança pública 17- Assossiação Comercial e Industrial de Sertãozinho - assistência urbana 18- Ginásio de Esportes Pedro Ferreira dos Reis (Docão) esporte e lazer 19- Sindicato dos Motoristas Rodoviários - assistência urbana
Órgão Mantenedor: Estadual Órgão Mantenedor: Municipal Órgão Mantenedor: Particular
Figura 7.13: Mapa de Equipamentos | Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho Escala de Atendimento: Bairro (2014), adaptada pela autora Escala de Atendimento: Vizinhança Acessado em 09.06.2020 Escala de Atendimento: Cidade
137
Praça Gladys Inside Paschoal
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Equipameto 03 -
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Os planos amarelos de destaque indicam os espaços de utilização no qual ocorre a feira feira noturna às terças-feira. As vias tornam-se de uso exclusivo para barracas, food truck e curcirculação de pessoas.
Figura 7.14: Colagem de fotografias da praça durante o dia | Fonte: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020
LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO DESTAQUE DE EQUIPAMENTO URBANO
Embora o animal ainda permaneça em situação de rua, atitudes como esta merecem ser destacadas e são essênciais. Não tape seus olhos, ajude um animal de rua, não sabemos quando foi sua última refeição.
A autora destaca em específico este equipamento, no qual foi notado a presença de muitos animais em situação de rua, enquanto a Feira Noturna da Cohab1 acontece. O que pode ocorrer devido ao alto fluxo de pessoas que se alimentam no local, pois a feira proporciona este movimento no entorno da praça Gladys Inside Paschoal. O destaque foi visto como necessário ao conseguir registrar um momento no qual um cão em situação de fome procurava por alimento no lixo de um Food Truck. Posteriormente, uma senhora o ajuda a beber água, em um dos bebedouros da praça. Figura 7.15: (superior) Senhora ajudando um cão a beber água | Fonte: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020
139
Figura 7.16: Cão se alimentando com restos em lixo Fonte: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020
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LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA - FÍSICA
De acordo com o Anexo 1 do mapa de Hierarquização de Vias Públicas do Sistema Viário Urbano existente, nossa área de levantamento se enquadra em três distribuições.
Enquanto a Hugo Campelo e Guilherme Volpe apresentem um fluxo mais ameno, a Barão do Rio Branco apresenta fluxo intenso durante todo o dia, pois é nesta que está localizado a principal via do Centro Comercial de Sertãozinho e posteriormente a Sebastião Sampaio, via de sentido contrário a da Barão, também muito utilizada durante todo o dia.
Sendo, a Av. Egisto Sichieri e Antônio Paschoal vias Arteriais de fundo de vale, ambas responsáveis por conectar diversos bairros e direcionar moradores e visitantes à vários pontos da cidade. Com fluxo intenso, seu período mais movimentado são das 6:00 às As demais vias da área são locais, sendo umas mais direcionantes e mais utilizadas 7:30 da manhã e entre 17:30 e 19:00. para evitar o fluxo intenso das avenidas, Embora tenhamos as vias coletoras desta- como a Rua Pedro Canciam, Emílio Celini, cadas no mapa, as quais são responsáveis Atílio Perticarrari e Alfredo Scaranelo. por conduzir e conectar alguns bairros, exisImportante mencionar que, na área de letem algumas peculiaridades entre elas. Onde, a Avenida Affonso Trigo é vista como vantamento não há pontos de ônibus, esuma via mais imponente na cidade, princi- tando o mais próximo na Av. Nossa Senhora Aparecida, há 8 minutos da área de projeto. palmente nos horários citados acima. Figura 7.17: Mapa Viário Fonte: Base em dwg Prefeitura Municipal de Sertãozinho (2014), adaptada pela autora Acessado em 09.06.2020
Vias Locais Vias Arteriais - Fundo de Vale Vias Condutoras
141
Figura 7.18: Colagem Praça Maurílio Pacheco de Souza | Fonte: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020
Playground com excelente manutenção e diversos brinquedos. A praça do Jardim Recreio foi requalificada e apresenta um paisagismo belissímo. N
Durante a visita havia um cão sozinho na parte sombreada do do escorregador. Um modelo especial para a foto.
142
LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO: ESPAÇOS URBANOS Figura 7.19: Colagem Praça dos Peixes Fonte: Foto tirada e adaptada pela autora em 09.06.2020
Para além, garrafas que armazenam saquinhos para recolhimento de necessidade básicas de animais.
Muitas apostas de conscientização foram implantadas na praça, como trajetos em tocos de madeira, direcionando as espécies vegetativas do local.
A praça dos Peixes também foi requalificada e hoje é muito utilizada para o lazer das famílias.
143
08
PROJETO Colo de Francisco
“
Antes de ter amado um animal, parte da nossa alma permanece desacordada. Autor Desconhecido
As diretrizes de projeto para o Colo de Francisco tem como intuito trazer a população para as atividades do abrigo. Será trabalhado a inserção desse público ao convívio dos animais. De modo a estabeler vínculos que não necessáriamente finalize em adoção. Mas que desenvolva o estímulo a se conviver com estes animais resgatados das ruas. Para assim quebrar barreiras sócioeconômicas e possiveis pré-conceitos para com a raça não definida deste animais. E portanto, buscar mostrar a população o essencial dessa relação, que é a troca de carinho, e a importância que esta tem, tanto para a vida dos animais quanto mesmo para a das pessoas. O local mesmo não sendo um parque aberto busca desenvolver o prazer no íntimo das pessoas, em reservar um momento do seu dia, para realizar uma visita ao Abrigo. A principal diretriz de projeto é o Apadrinhamento de um animal. O que seria, uma só pessoa ou até mesmo em núcleo familiar 146
DIRETRIZES DE PROJETO
a criar laços afetivos com um animal ou mais de um, estimulando o convívio e realizando visitas frequentes à estes. Considerando que, mesmo a pessoa ainda não se sentindo apta a realizar a adoção responsável do animal, que ela desenvolva hábitos em não deixar de praticar atos de carinho com o animal, embora este ainda permaneça ao Abrigo. Foi identificado através do formulário de pesquisa disponibilizado pela autora, a fim de avaliar suas premissas projetuais que, existe o interesse da população em participar do dia-a-dia destes animais. Tendo para algumas o interesse sim em realizar o apadrinhamento e consequentemente a adoção responsável do animal. O que seria um excelente ganho para a vida desses animais, que atualmente raramente recebem troca de carinho e se veem imperceptíveis aos olhos da população. 147
Conceito O conceito do projeto apresenta-se através do laço, implementado através das distintas interpretações da palavra. Ambas, premissas fundamentais dos objetivos de projeto. Laço, aquele que nos transmite a sensação de segurança e Laço na forma sensitiva do se expressar, visto como o vínculo afetivo que desenvolvemos com algo ou alguém.
148
Partido Projetual O partido do projeto desenvolve-se através da implementação de dois solários em pórticos centrais as estadias dos animais. Estes, são elementos marcantes no edificío, será em seu interior que teremos momentos de lazer, atividades e treinamentos para reintegração destes animais ao convívio em grupo. Para além destas e com valor extensivo, é pensado e implementado um respiro central ao volume do edificío, como um conector de setores. É neste respiro que teremos os resultados do conceito projetual. A união entre as interpretações do sentir-se seguro, livre de qualquer trauma desenvolvido através da vida nas ruas e o sentir de afeto, do laço estabelecido através da troca humano|animal e em como ela é essencial para reintegrar.
149
Nesta estapa, para o desenvolvimento do hegados ao Abrigo e para futuras e eventuprojeto serão consulados e considerados os ais necessidades do local. pré-dimensionamentos, requisitos e orientações estabelecidos através do: Área Área bloco administrativo Quant. Unit. Total Manual de Diretrizes para Projetos Físicos Recepcçao e Hall 01 09 09 de Unidades de Controle de Zoonoses e Secretaria 01 09 09 18 18 Fatores Biológicos de Risco - FUNASA Diretoria (sala para dire- 01 Guia Técnico para a Construção e Manutenção de Abrigos e Canis - CRMV/PR Resolução nº 1015 de 09 de Novembro de 2012 - CFMV
tor, reunião e sanitário) Sala para quadro técnicos Sala de Vacinação Almoxarifado Sanitário Feminino Sanitário Masculino Copa Depósito de Material de limpeza - DML
01 01 01 01 01 01 01
07 16 06 02 02 03 02
07 16 06 02 02 03 02
Área Total de 74
Mediante a setorização dos ambientes, segundo a Funasa, o local deve conte Bloco Técnico Administrativo e Bloco de Controle Animal. Abordando estes, e seguindo recomendações da Resolução n°105 da CFMV, o projeto irá dispor também de um bloco para tratamento veterinário. A fim de tratar destes animais quando recém
Área bloco de controle aniQuant. Unit. mal Canil Coletivo - módulo para 15 animais Canis Individuais para adoção (área unitária) Canis Individuais para observação (área unitária) Depósito de Ração
150
m²
02
05
Área Total 10
04
24
24
04
12
12
01
06
06
PROJETO REQUISITOS PARA O PROGRAMA DE NECESSIDADES
Área bloco de controle aniQuant. Unit. mal Sanitários|Vestiários Fem. Sanitários|Vestiários Masc. DML Área de Serviço Gatil - para 5 gaiolas
01 01 01 01 01
06 08 02 02 07
Área Total 06 08 02 02 07
Área Total de 77
m²
Estas baias em específico, devem estar a uma distância miníma de 4 metros das demais. E área útil de pelo menos 2.50 m² por animal. Para estas, fazer uso de piso antederrapante e impermeável e limites verticais de no minímo 1.20 de altura.
3
É indispensável propor um local aberto para o lazer dos animais. Estes espaços proporcionam estímulos físicos e mentais e é extremamente importante para promover a reabilitação dos mesmos, facilitando a adoção. Deve-se estimar 4 m² por cão. É recomendado a permanência dos animais A fim de auxiliar na estruturação dos am- nestes ambientes por no minímo 1 hora ao bientes necessários para o funcionamento dia. Imporante ressaltar que, somente anido abrigo, o Guia da CRMV/P, sugere que: mais sádios utilizam destes espaços. Para além da tabela de áreas úteis de cada ambiente, a Funasa determina que para qualquer área que estabeleça a circulação de animais deve se considerar igual ou superior a 1.80m.
1
4
O abrigo disponha de um local destinado a O local para armazenamento de alimenrecepção do público, pensando em atendi- to deve dispor de boa iluminação e ventilação. O armazenamento dos sacos de mento, cadastro e saída de animais. ração devem permanecer em estardos ou Propor área de quarentena para animais sob bancadas. Evitar no local materiais que recém chegados. Suas baias devem ser co- possam contaminar química, física ou microbertas e estarem em sentido oposto ao vento. biologicamente.
2
151
5
De acordo com a Resolução CFMV n° 1.015/2012 o local deve conter Ambulatório, o qual dispõe atendimento para animais pertencentes do Abrigo, a fim de realizar exame clínico e curativos. Eles devem contar, no mínimo, com: mesa impermeável; pias de higienização; arquivo médico; armário de medicamentos e materiais; e geladeira com termômetro. Os atendimentos devem ser realizados por Médico Veterinário.
6
Por fim, complementando todos os requisitos a serem implementados no plano de massas do Centro de Acolhimento é apresentado a Resolução nº 1015 de 09 de Novembro de 2012 - CFMV, em específico o Capítulo III - Do Consultório e Ambulatório Médico Veterinário, o qual será implantado no projeto. O Art.8 da resolução determina para os setores de atencimento do Ambulatório: Mesa impermeável com dispositivo de drenagem e de fácil higienização; Sala de atendimento, dispondo de geladeira com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos; Pias de higienização; Arquivo médico; Armários próprios para equipamentos e medicamentos.
São necessários para as salas de banho e tosa, mesa de tosa com girafa; banheira grande de fibra com regulagem de altura ou feita de outro material impermeável; ponto de água potável com opção de água quente para dias frios; secador; máquina de tosa; e cortador de unhas. Importante reforçar o quão essencial é a capacitação deste funcionário ou voluntário Parágrafo único. O estabelecimento que que desempenhará tal atividade. contiver Ambulatório deverá manter convênio/contrato com empresa devidamente crePor fim, o abrigo deve conter espaços desti- denciada para recolhimento de cadáveres e nados e de uso exclusivo aos funcionários. resíduos hospitalares.
7
152
PROJETO PROGRAMA DE NECESSIDADES
153
BANCO modelo 02
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2.00
.95
1.58
.45
.30
.48 .50
.15
.35
.50
1.55 .50
1.50
.25
.50
.50
.50
.25
BANCO modelo 01
.30
escala 1:50
.50
.23 .05
.40 .46
escala 1:50
154
PROJETO DETALHAMENTO DOS MOBILIÁRIOS EXTERNOS POSTES DE ILUMINAÇÃO 04 níveis PLACA INFORMATIVA editável
PLACA INFORMATIVA editável
.35
BEBEDOURO modelo adaptado para animais
.29
.55 .55
.55
.55
.55
3.00
.20
.85
.40
3.00
escala 1:50
6.00
.20
.50
.15
.54
.60
.20
.22
.30
.55
.20
.23
.55 1.00
.30
1.00
escala 1:50
1.00
.50
.10
.10
.55
2.75
.10
.50
1.00
.32
.22
.29
157
PROJETO DESENVOLVIMENTO DA FORMA
Furos Verticais Respiros Atividades
Diferenças Verticais Movimentação Térrea
Recortes Horizontais Recuos Entradas Circulação
158
A disposição e setorização dos ambientes para com o terreno deu-se através de duas bases, sendo, estudos considerando o melhor conforto térmico e acústico que cada espaço exige e também o melhor disposição dos espaços, a fim de proporcionar ambientes que se interligam e se complementam entre si.
Sobre o administrativo O Espaço Administrativo mantém-se envolto ao setor social em modo de ilha, para garantir a circulação de ar é previsto no desenvolvimento da forma um rasgo zenital na cobertura.
Sobre o ambulatorio Já no Setor Ambulatorial, as salas concenSobre as estadias tram-se na lateral do edifício, devido a neSendo isso, o setor das estadias está concen- cessidade de se propor aberturas altas para trado ao fundo do terreno, assim mantendo garantir a circulação do ar, entretanto, de maior distância da Avenida Egisto Sicchieri, modo a evitar o risco de contaminações. evitando portanto que sons sonoros possam vir a causar incômodo aos animais. Sobre o comércio Sobre a área social O Setor Social, por sua vez destaca-se devido ao seu pé direito se diferenciar dos demais setores. O mesmo volta-se para as duas faces das Avenidas, ambas com acesso primário e secundário ao público.
Por fim, o Setor Comercial, para este foi pensado um volume separo do edifício principal, devido ao uso voltado para fins lucrativos ao abrigo. Para além disto o volume isolado em conjunto com o volume principal transmite a sensação de criar um eixo de circulação direto para com o externo.
159
PROJETO PLANO DE MASSAS
Setor Ambulatorial
Setor Estadias
466.35m²
1081.90m²
Setor Social
Setor Comercial
843.20m²
147.70m²
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11 13
Ø1.50
Ø1.50
43 42 41
Implantação de Layout ESC 1:500
01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.
Recepção Principal Sala de Doações Sala de Avaliação Salão Livre para Eventos Café Banheiros Fem/ Masc/ P.N.E Sala de Reconhecimento Sala de Banho e Tosa Hall de Preparação Hall de acesso as Estadias Área de Apadrinhamento Estadias Caninas Solário Estadias Felinas Entretenimento Felino Depósito de Ração
1 7 . Diretoria 1 8 . Administração 1 9 . Sanitários 2 0 . DML 2 1 . Copa 2 2 . Dormitório 2 3 . Sala Memorial 2 4 . Sala de Vacina 2 5 . Depósito 2 6 . Consultório Felinos 2 7 . Consultório Felinos 2 8 . Farmácia 2 9 .161 Arquivos 3 0 . Recepção Ambulatorio 3 1 . Consultório Caninos 3 2 . Consultório Caninos
33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40.
Recepção Emergência Sala de Triagem Farmácia Depósito Consultório Isolamento Depósito de Lixo Depósito de itens de entretenimento animal
B
R. José Tremeschin
35 34
32
37 36
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telha sanduich I=5%
telha sanduiche I=5% telha sanduiche I=5%
Implantação ESC 1:500
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telha sanduiche I=5%
ri o Sicchie Av. Egist
telha sanduiche I=5% telha sanduiche I=5%
164 7.15
6.95
1.00
.15
2.00 1.00
3.00
1.85
9.52
2.00
02
3.00
.15
telha sanduiche I=5%
2.10
2.00
1.00
3.00
6.00
1.00
2.80
1.90
Ø1.50
Ø1.50
he
.20
2.10
Ø1.50
R. José Tremeschin
telha sanduiche I=5%
Av. Affonso Trigo
Sobre a Materialidade O sistema construtivo do edifício compõe-se por pilares, vigas e vedação em alvenaria convencional, tornando-se hibrído somente nas áreas das estadias, como indicado nos diagramas acima. Em complemento, são utilizados no projeto alguns planos de vidro em faces com grandes potenciais de vistas, sendo, a área de apadrinhamento e a área de permanência dos animais.
165
As estadias serão vedadas por placa cimentícia com fibra de lã de vidro para o conforto térmico e acústico das mesmas. Será utilizado estrutura metálica para estruturar o pórtico dos solários, unindo-se ao rasgo zenital da laje. As coberturas suspensas das estadias caninas será de policarbonato e as mesmas se estruturam no pórtico metálico.
.20
2.10
2.00
1.00
3.00
7.15
1.00
.80
3.00
3.00
1.00
3.00
1.90
1.00
1.00
1.00
5.00
3.00
3.60
4.00
.15
.15
.15
.15
1.85
1.85
2.20
.93
.65
2.00
2.20
.85
1.00
1.00
1.87
.15
.15
1.15
1.00
1.15
1.00
1.50
2.15
.20
Corte BB
166 Elevação Av. Affonso Trigo
.20
2.10
2.00
1.00
3.00
7.15
1.00
.80
3.00
3.00
1.00
3.00
1.90
1.00
1.00
1.00
5.00
3.00
3.60
4.00
.15
.15
.15
.15
1.85
1.85
2.20
.93
.65
2.00
2.20
.85
1.00
1.00
1.87
.15
.15
1.15
1.00
1.15
1.00
1.50
2.15
.20
madeira plástica encapsulada parede verde
Elevação Av. Egisto Sicchieri
Elevação R. José Tremeschin
167
vidro fumê
PROJETO MATERIALIDADE
concreto aparente madeira plástica encapsulada acm preto
Elevação R. João Mossin
168
Setor Ambulatorial Em sequencia aos espaços privados do abrigo, temos a parte ambulatorial, esta desenvolvida para atender eventuais necessidades e consultas preventivas dos animais que residem no local. Isto, devido ao fato de a cidade já contar com a ajuda da UBS Animal, a qual oferece desde atendimentos simples a cirúrgicos. Ao todo são propostas em projeto quatro salas de consulta, duas para atendimento
35
canino e duas para atendimento felino, visando as peculiaridades de cada espécie e suas necessidades de layout. Além de uma recepção especifica aos cuidados e assuntos do ambulatório, a fim de garantir um bom funcionamento. Uma única sala com especificidades farmacêuticas é capaz de atender ambos os consultórios, a mesma se encontra no eixo de circulação entre as salas de atendimento.
34
26 29
27
32 40
39
38
37
36
30 33
28
25
31 24
Mapa de Zoom - Ambulatorio ESC 1:250
169
24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34.
Sala de Vacina Depósito Consultório Felinos Consultório Felinos Farmácia Arquivos Recepção Ambulatorio Consultório Caninos Consultório Caninos Recepção Emergência Sala de Triagem
35. 36. 37. 38. 39. 40.
Farmácia Depósito Consultório Isolamento Depósito de Lixo Depósito de itens de entretenimento animal
Recepção Principal, entrada do abrigo com eixo de circulação para a Sala de Memorial e Setor Ambulatorial Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
170
Setor Administrativo O setor administrativo do abrigo também se mantém logo na entrada principal do edifício, mas, devido as circunstâncias de manter certas restrições em termos de acesso ao público, sendo esta portanto uma área restrita, foi pensado em como integrar estes espaços logo na entrada, de modo que se aproveitasse de forma benéfica estes acessos isolados. Sendo assim as salas da diretoria e administrações internas tivessem
seus acessos voltados à recepção, mantendo um eixo circulatório entre todas as salas por todo o setor. E concentrando espaços como, a copa para funcionários, o DML e o dormitório mais aos fundos, os quais tem seus acessos voltados ao corredor ambulatorial, também com acesso restrito ao público. 20 21
22
19 23 18
Mapa de Zoom - Administração ESC 1:250 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23.
171
Diretoria Administração Sanitários DML Copa Dormitório Sala Memorial
17
Acessos ao setor Administrativo pela recepção principal Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
172
Setor
Social
A área social tem como objetivo básico desde seus primeiros estudos de layout propor espaços dinâmicos, de modo a aproveitar e manter largos eixos de circulação, fazendo, portanto, com que os mesmos se tornem espaços de permanência por toda a área. Logo na entrada nos deparamos com a recepção que busca atender e tirar eventuais dúvidas do público visitante. Logo ao lado temos as salas para entrevistas de adoção, a fim de concentrar estes serviços abertos ao público logo na entrada do abrigo. Pensado as extensas permanências no mesmo, o projeto conta com um café para rápidas refeições. Extensas permanências estas devido ao fato da implementação de um salão com layout livre, o qual propõe receber palestras e feiras de adoção aberta ao público.
173
De modo a finalizar a setorização social, logo ao centro do projeto temos o espaço de apadrinhamento com vista para as salas de banho e tosa, salão de eventos e café. É neste, que os visitantes poderão se relacionar diretamente ao entretenimento dos animais.
174
Entrada do abrigo Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
175
PROJETO ZOOM SETOR SOCIAL
10
9
8
7
6
5 11
01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10. 11.
Recepção Principal Sala de Doações Sala de Avaliação Salão Livre para Eventos Café Banheiros Fem/ Masc/ P.N.E Sala de Reconhecimento Sala de Banho e Tosa Hall de Preparação Hall de acesso as Estadias Área de Apadrinhamento
1
4 3
2
Mapa de Zoom - Social ESC 1:250
176
CAFETERIA
Conjunto de representações da cafeteria Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
178
BANHO E TOSA
Conjunto de representações da sala de reconhecimento e convívio humano|animal Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
180
APADRINHAMENTO
Espaço de apadrinhamento, convívio humano|animal Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
182
EVENTOS
Sala destinada a eventos, como, palestras e feiras de adoção Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
184
Setor
Estadias
Para este setor a premissa básica de desenvolvimento de projeto se concentrou em garantir a qualidade visual do animal, propondo estadias desenvolvidas através de placas cimentícias para manter o conforto térmico dos animais e cobertura em policarbonato. Ao todo são 64 estadias caninas com dimensões distintas devido ao porte do animal, mas ambas seguindo a metragem mínima exigida. E 28 estadias felinas, organizadas em modelo de torre, duas por vez. As estadias mantêm acesso semi público, mas ao longo de toda área temos largos eixos de circulação e áreas de permanências para oferecer conforto durante as visitas. Referente ao entretenimento canino, o mesmo ocorre no centro de suas baias. E para o entretenimento felino é pensado em uma sala voltada para seu lazer entre os dois blocos de torre.
185
186
Estadias caninas frente a área de permanência Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
187
PROJETO ZOOM SETOR ESTADIAS 15 16
14
14
13
12
13
12. 13. 14. 15. 16.
Mapa de Zoom - Estadias ESC 1:250
188
Estadias Caninas Solário Estadias Felinas Entretenimento Felino Depósito de Ração
GATIL
Estadias felinas e sala de entretenimento gatil Fonte: Representação Gråfica elaborada pela autora
190
SOLÁRIO
Solário canino, área para recreação Fonte: Representação Gráfica elaborada pela autora
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
Considerações
Finais
De modo a nos preparar para a realização do TFG (Trabalho final de graduação) durante toda a graduação nos deparamos e lidamos com diversas temáticas, e em como podemos solucionar problemáticas de distintas escalas apresentando propostas projetuais em âmbito arquitetônico ou até mesmo urbano. Ao longo desta jornada muito esperamos por este momento e em qual tema abordar para o trabalho de conclusão. Mas a beleza da arquitetura está sempre em, para cada estudo de projeto aprender a olhar com uma nova perspectiva sobre o assunto, até mesmo quando lidamos diversas vezes com um mesmo tema. Dissertar sobre a causa animal me agregou em caráter íntimo, o assunto já tinha sentido especial, mas me fez analisar e compreender o quão necessário é lutarmos pelos animais. Seja oferendo uma melhor qualidade vida ou seja lutando por suas vidas, contra os maus-tratos e conscientizando a população.
206
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