Um natal inesquecível- Série Wallflowers (Livro 05)

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UM NATAL INESQUECÍVEL Lisa Kleypas – Série Wallflowers 5

Tradução: Delta Translator/ Google tradutor/ Dicionário Michaellis/ Cee Austen. Revisão: Cee Austen Revisão Final: Tafnys R. Araújo

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Comentários: Tafnys R. Araújo: Como sempre este é mais um livro da Lisa que eu adorei, o mocinho é muito atrevido (do jeito que eu gosto) e a mocinha é inexperiente, mas decide tomar decisões acertadas na hora certa. O livro tem poucas cenas hot, mas as que possui são muito boas. Só achei que ficou faltando mesmo mais cenas com as "Wallflowers". Cee Austen: Este livro encerra a série Wallflowers (snif, snif), conta a história de Thomas Bowman irmão mais velho de duas das agora ex-Wallflowers (floreios) e da dama de companhia Hannah Appleton. Apesar de ser um livro curto dá alguma atenção, mas não muita, ao “Happy ever after” (Felizes para Sempre) dos outros livros da série e mostra um pouco da insegurança de Lillian Bowman no seu casamento com o Lord Westcliff e, também algo da vida de casado das outras ex-Wallflowers. Adorei a série e gosto muito da autora, pena que esta série termina aqui.

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UM NATAL INESQUECÍVEL

5º Livro da Série Wallflowers** PRÓLOGO

Era uma vez quatro meninas que sempre se sentava em um canto de cada dança, celebração e recepções em cada temporada de Londres. Esperando noite após noite em uma fileira de cadeiras, vasos, eventualmente, começaram a conversar. Elas descobriram que apesar de competir pelo mesmo grupo de cavaleiros, elas poderiam amigas em vez de rivais. Além disso, elas realmente gostaram-se. Decidiram, então, se unirem para encontrar maridos, começando com a mais velha, Anabelle, até atingir a mais nova Daisy. Anabelle, era sem dúvida a mais bonita, mas não tinha um centavo, colocando-a em grande desvantagem em comparação com outras senhoritas. Embora os solteiros em Londres, na esperança de encontrar uma namorada bonita, escolhia uma que tinha um grande dote. Evie era atraente de uma forma não convencional, com cabelos vermelhos e muitas muitas sardas. Era sabido que um dia ela iria herdar a fortuna de seu pai. No entanto, seu pai era um plebeu ex-pugilista proprietário de um Clube de Jogos, e um passado tão vergonhoso que era um obstáculo difícil de bater para uma jovem senhorita. E, a tudo isto acrescentava-se que Evie era terrivelmente tímida e gaga. Qualquer homem que tentou puxar conversa com ela descrevia que o encontro como uma verdadeira tortura. Lillian e Daisy eram irmãs e Nova York. Sua família, Bowman, era surpreendente, e quase inimaginavelmente rica, tendo seu pai construído a fortuna a partir da fabricação de sabão. Elas não tinham sangue azul, maneiras ou conexões sociais. Lillian era uma amiga muito carinhosa, mas era mandona e teimosa. E Daisy era uma sonhadora, que muitas vezes disse que a vida real não era tão interessante quanto os romances que lia vorazmente. Enquanto, as Floreios** ajudavam umas as outras para navegar pelas dificuldades da sociedade londrina, consolando e apoiando umas as outras através dos perigos reais, tristezas e alegrias, cada uma encontrou um marido e nunca mais ninguém se referiu a elas como Floreios. Em todas as épocas sociais, porém, nunca teve escassez de novas Floreios. (Então como agora, há sempre algumas senhoritas que são ignoradas pelos cavalheiros que deveriam olhar melhor.) Mas, logo depois houve o Natal, em que Rafe Bowman, o irmão mais velho de Lillian e Daisy, veio para a Inglaterra. Depois disso, a vida de uma Floreio nunca mais seria a mesma... ** Wallflowers – Floreios = referem-se a vasos de plantas, expressão que significa figurantes numa festa, em algum local, ninguém importante para dar-se atenção.

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CAPÍTULO 1 Londres -1845

- É oficial - Lillian, Lady Westcliff, disse com satisfação, deixando de lado a carta do seu irmão. - Rafe chegará em Londres em apenas duas semanas. - Olhou a Anabelle e Evie, que estavam sentadas no chão da sala de trabalho em um círculo enorme de veludo vermelho. Elas estavam reunidas na casa de Londres de Lillian, Marsden Terrace, para uma tarde de conversa e chá. Naquela época Anabelle e Evie estavam fazendo um tapete para a árvore, ou melhor, tentando salvar o tecido dos esforços anteriores de Lillian. Evie estava soltando as costuras de uma peça de brocado que foi costurada torta de um lado, enquanto Anabelle estava ocupada cortando um novo pedaço de tecido para costurá-lo. A única coisa que faltava era Daisy, a irmã mais nova de Lillian, que vivia em Bristol com seu novo marido. Annabelle estava ansiosa para ver Daisy e saber como ela estava em seu recente casamento. Graças a Deus, todas estariam juntas cedo para passar o Natal em Hampshire. - Você acha que seu irmão vai ter dificuldade em convencer Lady Natalie se casar com ele? - Annabelle perguntou, franzindo a testa enquanto ele estava com uma mancha negra no tecido. - Ah, com certeza, - disse Lillian. - Ele é bonito, charmoso e muito rico. O que poderia se opor Lady Natalie, além do fato de que ele é americano? - Bem, Daisy disse que era um libertino. E algumas mulheres jovens podiam não... - Bobagem! - disse Lillian. - Rafe não é um libertino. Ah, teve suas aventuras, mas é um homem com sangue nas veias, não? Annabelle olhou para ela com a dúvida. Embora irmã de Lillian, Daisy, era geralmente vista como uma sonhadora e uma romântica, tinha um olhar muito perspicaz que faziam as suas opiniões serem muito confiáveis. – Ele bebe e joga? - Annabelle perguntou a Lillian. - Às vezes. – Comportar-se rudemente ou inapropriadamente? - É um Bowman. Nós não sabemos como nos comportar de outra maneira. – Persegue as mulheres? - Claro!

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– Alguma vez ele foi fiel a uma mulher? Alguma vez ele já se apaixonou? Lilian olhou para ela com uma careta. - Não que eu saiba. - Annabelle olhou para Evie com as sobrancelhas arqueadas. - O que você acha, Evie? - Libertino - foi sua resposta. - Ah, tudo bem, - rosnou Lillian. - Eu acho que é um libertino. Mas isso não pode ser um empecilho para conquistar Lady Natalie. Algumas mulheres, gostam dos Libertinos, - falou olhando para Evie. Evie continuou soltando o brocado das costuras, enquanto um sorriso curvou seus lábios. - Eu não gosto de todos os libertinos, - disse ela olhando para sua costura. Apenas um. Evie, a mais dócil e tranqüila de todas foi a menos provável de capturar o coração do famoso Lord St. Vincent, que havia sido o maior de todos os libertinos. Apesar de Evie, com seus grandes olhos azuis e cabelos vermelho brilhantes, tinha uma beleza rara e pouco convencional, era extremamente tímida. E também era gaga. Mas Evie tinha também uma força oculta e espírito galante que conquistou seu marido completamente. - E esse antigo devasso obviamente a ama além da razão, - disse Anabelle. Olhou a Evie atentamente antes de perguntar baixinho. – St. Vicent está satisfeito com o bebê, querida? - Oh, sim, ele ... - Evie parou e olhou com olhos arregalados para Anabelle cheio de surpresas. - Como você se deu conta? - Annabelle sorriu. - Tenho notado que todas as suas roupas novas têm costuras para alargar enquanto sua figura cresce. Isso te traiu na hora, querida. - Você está grávida? - Lillian perguntou, lançando um grito de alegria muito pouco feminino. Ela se levantou de sua cadeira e sentou ao lado de Evie, jogando seus braços ao redor dela. - É uma ótima notícia! Como você se sente? Você tem náuseas agora? - Só quando eu vi o que você fez com o tapete para a árvore, - disse Evie rindo da exuberância de sua amiga. Muitas vezes era difícil de lembrar que Lillian era uma condessa. Sua natureza espontânea não tinha mudado nem um pouquinho, apesar da influência da sociedade. - Oh, você não deveria estar no chão, - disse Lillian. - Vem, me dê a tesoura, eu vou trabalhar nessa coisa estúpida... 5


- Não, - disse Annabelle e Evie ao mesmo tempo. - Lillian, querida, Annabelle continuou com firmeza, - você não deve chegar perto deste tapete. O que você faz com uma linha e agulha deve ser considerado um crime. - Eu tento, - Lillian protestou com um muxoxo, sentando-se sobre os calcanhares. - Eu começo com boas intenções, mas depois eu me canso de fazer todos aqueles pequenos pontos, e começo a fazê-lo rapidamente. Mas nós devemos ter um tapete para a árvore, e um muito grande. Caso contrário, não há nada em que poderia cair a cera das velas colocadas sobre a árvore que será acesa de uma vez. - Pode me dizer qual é esse retalho? - Annabelle, apontou para um retalho negro sobre o veludo. Lillian respondeu com um gesto de vergonha. - Eu pensei que talvez pudéssemos colocar a parte traseira. Eu derramei um copo de vinho. – Você estava bebendo enquanto costura? - Annabelle perguntou, achando que isso explicava muito. - Eu pensei que poderia ajudar a relaxar um pouco. Costurar me deixa nervosa. - Annabelle sorriu tão hesitante. - Por quê? - Faz-me lembrar todas as vezes que minha mãe estava em pé atrás de mim enquanto eu trabalhava no meu bordado. E quando eu cometia um erro, ela me bateia nas juntas com uma régua, - Lillian fez um gesto de abnegação, mas pela primeira vez a diversão nunca alcançou seus olhos castanhos brilhantes. - Eu era uma criança terrível. - Você foi uma menina adorável, tenho certeza, - Annabelle disse suavemente. Ela nunca tinha tido certeza como Lillian e Daisy Bowman tinha funcionado tão bem, dada a sua criação. Mercedes e Thomas Bowman de alguma forma conseguiram ser exigentes, críticos e negligentes de uma só vez, algo que era uma façanha. Três anos antes, Bowman trouxe suas duas filhas para Londres depois de descobrir que nem mesmo sua grande fortuna pode levar a um cavalheiro de Nova Iorque para se casar com elas. Com uma combinação de trabalho duro, sorte e ações cruéis, Thomas Bowman estabeleceu uma das maiores empresas de sabão do mundo. Agora que o sabão era acessível para as massas, as empresas de Bowman, em Nova York e Bristol poderiam atender a demanda. Mas, mais do que dinheiro, para conseguir um lugar na sociedade de Nova York. Herdeiros sem sangue azul, como Lillian e Daisy, não eram desejáveis para os cavalheiros que queriam se casar assim. Assim, Londres, com o aumento de aristocratas empobrecidos, era um terreno fértil para os novos-ricos americanos. Com Lillian, ironicamente, os Bowman atingiram o topo social ao casá-la com Marcus, Lord Westcliff. Ninguém teria acreditado que o Conde reservado e poderoso casaria com 6


Lillian, uma menina muito teimosa. Mas, Westcliff viu além de sua fachada descarada, viu o grande coração vulnerável de Lillian, que ela tão zelosamente guardava. - Eu era um demônio, - disse Lillian com sinceridade, - e assim também foi Rafe. Nossos outros irmãos, Ransom e Rhys, sempre se comportaram um pouco melhor, mas isso não diz muita coisa. E Daisy participou das minhas travessuras, mas a maior parte do tempo ela passava sonhando e vivendo em seus livros. - Lillian, - Annabelle disse, enrolando com cuidado um embrulho de fita, - por que seu irmão concordou em conhecer Lady Natalie e aos Blandford? Ele realmente está pronto para se casar? Ele precisa de dinheiro, ou simplesmente está buscando agradar seu pai? - Eu não tenho certeza, - disse Lillian. - Eu não acho que seja por dinheiro. Rafe fez uma fortuna em Wallstreet. Eu suspeito que, finalmente, se cansou de lutar com o pai. Ou talvez ... - Ela hesitou, e uma sombra cruzou sua face. - Talvez? - Evie disse suavemente. - Bem, Rafe parece uma pessoa despreocupada, mas nunca foi uma pessoa feliz. Mamãe e papai eram terríveis com ele. Com todos nós, na verdade. Eles nunca jogaram com nada que acreditavam que era inferior a nós. Eles pensavam que eram todos inferiores a nós. Os gêmeos tinham um ao outro e, claro, Daisy e eu estávamos sempre juntas. Mas Rafe estava sempre sozinho. Papai queria que fosse uma criança séria, assim o separava das outras crianças. A Rafe nunca permitido fazer qualquer coisa que o pai acreditava que era frívola. - Então, de repente se rebelaram, - disse Anabelle. Lilian sorriu brevemente. - Oh, sim. - Sua diversão desbotada. - Mas agora eu me pergunto... O que acontece quando um jovem cavalheiro está cansado de ser sério, e também está cansado de se rebelar? O que há depois disso? - Aparentemente, é isso que descobriremos. - Eu quero que seja feliz, - disse Lillian. - Encontrar alguém que se preocupa com ele. Evie olhou para elas, pensativa. - Você já conhece Lady Natalie? Será que sabemos algo sobre sua personalidade? - Eu ainda não a conheço, - admitiu Lillian, - mas tem uma reputação impecável. É uma jovem de muito boa família, que debutou no ano passado e causou uma excelente impressão. Ouvi dizer que é muito bonita e muito bem educada. - Ela fez uma pausa, seguida de uma careta. - Rafe a assustará até morte. Deus sabe porque Blandford são a favor do casamento. Deve ser porque eles

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precisam de dinheiro. Papai pagaria qualquer coisa para que a introdução de mais sangue azul na família. - Nós poderíamos fa-falar com alguém que a conheça, - Evie refletiu. Alguém que dá conselhos a seu irmão, que dê pistas sobre o que ela gosta, sua flor fa-favorita, e esse tipo de coisa. - Ela tem uma dama de companhia, - disse Lillian. - Uma pobre prima chamada Hannah ou algo assim. Eu me pergunto se nós poderíamos convidá-la para tomar chá antes de que Rafe conheça a Lady Natalie... - Eu acho uma ótima idéia, - disse Annabelle. - Se ela nos conta mesmo que um pouquinho sobre Lady Natalie, isso ajudaria muito o cortejo de Rafe.

- Sim, você deve ir, - disse Lord Blandford decididamente. Hannah estava diante dele no Salão da Casa Blanford em Mayfair. Era uma das menores e antigas vilas de casas mais elegantes do bairro, perto de Hyde Park. Mayfair foi a casa de muitas famílias aristocráticas. - Faça tudo que puder, - Blandford continuou - para ajudar a facilitar o compromisso entre minha filha e Sr. Bowman. - Hannah olhou para ele, incrédula. Senhor Blandford tinha sido sempre um homem de bom senso e bom gosto. Ela mal podia acreditar que queria que Natalie, sua única filha se casasse com o insensível filho de um comerciante americano. Natalie era linda, sofisticada e madura para os seus 20 anos. Podia ter o homem que desejasse. - Tio, - Hannah disse cuidadosamente, - Eu nunca sonharia em questionar sua opinião, mas... - Mas você quer saber se eu perdi o juízo? - Ele perguntou, e riu entre os dentes quando ela assentiu. Ele apontou para a cadeira que estava do outro lado da lareira. - Sente-se, querida. Nem sempre se têm a oportunidade de conversar em particular. - Mas, Lady Blandford e Natalie foram visitar um primo que estava doente, e haviam decidido que Hannah ficaria para preparar as roupas e itens pessoais para Natalie para a próxima viagem a Hampshire, onde iriam passar as festas de final de ano. Olhando para o homem sábio e gentil, que tinha sido tão generoso com ela, Hannah disse: - Eu posso falar honestamente, tio? - Seus olhos brilhavam ante isso. - Você sempre falou honestamente, Hannah. 8


- Sim, bem... Mostrei-lhe o convite para o chá de cortesia que Lady Westcliff, mas eu não tenho nenhuma intenção de aceitar. - Por que não? - Porque a única razão que gostariam de me convidar é para obter informações sobre Natalie, e também para me impressionar com as supostas virtudes do Senhor Bowman. Tio é óbvio que o irmão de Lady Westcliff não é bom o suficiente para Natalie! - Parece que já foi julgado e condenado, - disse o Senhor Blandford suavemente. Você é sempre tão severa com os americanos, Hannah? - Não é porque é americano. - Hannah protestou. - Ou pelo menos não é culpa dele. Mas a sua cultura, seus valores, seus apetites são bastante estranhos para alguém como Natalie. Ela nunca poderia ser feliz com ele. - Apetites? - Blandford disse, arqueando as sobrancelhas. - Sim, por dinheiro e poder. E embora seja uma pessoa importante em Nova York, não tem título. Natalie não está acostumada com isso. Seria um casal estranho. - Você está certa, é claro, - Blandford a surpreendeu ao dizer isso. Encostouse no respaldo de sua cadeira, juntando seus dedos. Blandford era um bom homem com um rosto agradável. Sua cabeça era grande e bem formada, onde não havia vestígios de cabelo e corpo esbelto tinha quase nenhum músculo. - Seria um casal estranho de muitas maneiras, - Blandford continuou. - Mas poderia ser a salvação das gerações futuras da família. Querida, você é quase como uma filha para mim, então vou falar claramente. Eu não tenho filho para herdar o título e não desejarei a Natalie e a Lady Blandford fique à mercê doa próximo Senhor Blandford. Para minha tristeza profunda, não posso deixar uma boa herança, já que a terra e o dinheiro de Blandford está diretamente ligado ao título. - Mas há cavalheiros ingleses com o dinheiro e de bom grado que se casariam com Natalie. Lord Travers, por exemplo. Ele e Natalie são muito compatíveis, e tem muitos meios pelos quais a ser generoso... - Meios aceitáveis, - Blandford gentilmente corrigiu. - Não são muitos. E nada comparado ao que é hoje tem o Bowman, para não mencionar sua herança futura. Hannah estava desconcertada. Em todos os anos eu sabia Lord Blandford, nunca tinha mostrado um interesse particular em termos de riqueza. Não era comum para um nobre mostrar interesse por estas questões, pois eles eram considerados inferiores a eles. O que provocou essa preocupação repentina com o dinheiro? Lendo sua expressão, Blandford sorriu melancolicamente.

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- Oh, Hannah. Como eu poderia explicar corretamente? O mundo está se movendo tão rápido para um homem como eu. Muitas mudanças na maneira de fazer as coisas. Antes que você possa se acostumar com uma mudança, tudo mudou novamente. Dizem que terá estrada de ferro, em breve toda a Inglaterra. As massas podem comprar sabão e comida enlatada, roupas prontas. A distância entre nós será cada vez mais estreita. - Hannah ouviu, percebendo que ela e sua falta de riqueza e de sangue azul, estava entre as classes sociais de Blandford e "as massas". - E isso é uma coisa ruim, tio? - Não, é claro, - Blandford disse depois de um longo silêncio. - Embora me entristeça saber que o sangue e a nobreza começam a dizer tão pouco. O futuro está mudando e pertence aos iniciantes como Bowman. E os homens como o Lord Westcliff que estão dispostos a sacrificar qualquer coisa para manter o ritmo. O Conde de Westcliff era cunhado de Raphael Bowman. Ele foi, sem dúvida, uma linhagem impecável, com o sangue mais azul que a própria rainha. E ainda era conhecido como um liberal, política e financeiramente. Entre seus muitos investimentos, Westcliff tinha acumulado uma fortuna da indústria de locomotiva, e disse ter muito interesse em assuntos de negócios. Tudo isto enquanto os seus colegas ficaram felizes com o reino de manter suas fortunas graças à antiga tradição de manter os arredatários em suas terras. - Então você quer a ligação com Lord Westcliff, e assim como os Bowman, disse Hannah. - Claro que sim. Isso iria colocar minha filha em uma posição privilegiada por se casar com um americano rico, mas ter como cunhado o Lord Westcliff. Como a esposa de Bowman, a sentariam na ponta da mesa... mas será a mesa de Westcliff, e isso não é uma consideração secundária. - Eu entendo, - disse ela, pensativa. - Você não concorda? Não. Hannah não ficou convencida de que sua querida Natalie tinha que carregar um marido com poucas maneiras, só para ter como cunhado Lord Westcliff. Entretanto, ela não iria questionar o parecer de Lord Blandford. Pelo menos não em voz alta. - Eu não estou totalmente segura de sua opinião, tio. No entanto, espero que as vantagens e desvantagens de esta união se revele rapidamente. Lord Blandford riu. - Você é toda uma diplomata. Você tem uma mente sagaz, querida. Provavelmente mais do que uma jovem precisa. Melhor ser bonita e de cabeça vazia como minha filha, que ter uma cara normal e ser inteligente. - Hannah não estava 10


ofendida com isso, mas poderia discutir ambos os pontos. Para começar, sua prima Natalie era tudo menos uma cabeça oca. Mas Natalie sabia que era melhor não alardear sua inteligência, e que a qualidade não atraia os cavalheiros. E Hannah não considerava que ela tinha uma cara normal. Ela tinha cabelos castanhos e olhos verdes, tinha um sorriso agradável e uma figura decente. Se Hannah pudesse ter boas roupas e jóias, pensava que poderia ser considerada alguém bonita. Tudo estava no olho de quem olha. - Vá para até Marsden Terrace – Senhor Blandford disse, sorrindo. - Semeie o romance. Um casal tem de ser feito. Ele olhou significativamente. - Depois de casar a Natalie, sem dúvida você vai encontrar o seu próprio pretendente. Eu tenho minhas suspeitas de que entre você e o Senhor Clark, pode haver alguma coisa. Hannah sentiu que seu rosto ficava vermelho. Durante o ano passado tinha tomado algumas funções de secretaria de menor importância para Samuel Clark, um amigo próximo e parente distante de Lord Blandford. E Hannah mantinha em segredo alguma esperança com relação ao solteiro atraente, que tinha cabelos loiros e magro, não muito mais velho que ela. Mas, talvez, suas esperanças não eram tão privadas como ela pensava. - Eu não sei o que quer dizer, tio. - Tenho certeza que sim você sabe - ele disse e riu entre os dentes. - Tudo a seu tempo, querida. Primeiro asseguremos um futuro satisfatório para Natalie. E então será a sua vez. - Hannah sorriu, mantendo os seus pensamentos privados. Mas por dentro ela sabia que sua definição de “um futuro satisfatório” para Natalie não era igual ao que teria seu tio. Natalie merecia um homem que fosse amoroso, responsável e digno de confiança. E se Rafe Bowman era esse homem teria que provar.

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CAPÍTULO 2

- Há risco de soar arrogante, - Rafe disse. - Eu acho que você não precisa de conselhos sobre como conquistar uma mulher. - Rafe tinha chegado em Londres no dia anterior. Hoje, enquanto estava visitando os trabalhos das locomotivas de Westcliff nos quais detinha ações, Rafe tinha decidido tomar chá com Lillian e suas amigas. Rafe teria preferido viajar com Westcliffe aos trabalhos locomotores. Ele era filho de um empresário e a idéia de ver novas máquinas e equipamentos sempre foi de grande fascínio para ele. Em contra partida, Lillian pediu-lhe para ficar e ele nunca pode rejeitar nada dela. Ele amava as irmãs, que em sua opinião eram as melhores coisas que seus pais tinham conseguido. - Stra. Appleton não vai lhe dar conselhos, - disse Lillian, acariciando seus cabelos carinhosamente. - A convidamos para o chá de modo que ela possa nos dizer mais sobre Lady Natalie. Eu acho que você quer saber tudo o que puder sobre sua futura esposa. - Isso ainda está em discussão, - lembrou Rafe sombrio. - Mesmo se eu quisesse casar com ela, é a decisão da Lady Natalie me aceitar ou não. - E é por isso que nós vamos ser tão encantadores que a Stra. Appleton correrá de volta para sua casa para entregar um relatório que brilha por si só sobre ti a Lady Natalie. - Lilian parou e deu-lhe um olhar que continha certa ameaça. - Não é verdade? - Rafe sorriu para sua irmã enquanto brincava com sua sobrinha de oito meses Merritt, sobre o joelho. O bebê tinha cabelos escuros e olhos castanhos como seus pais. Depois de puxar um dos botões de seu colete resolutamente, a bebê tentou colocar o botão na boca. - Não, querida, - disse Rafe, removendo o botão que foi bem apertado em sua mão gordinha e úmida. Merritt começou a gritar em protesto. - Sinto muito, - ele disse. - Eu gritaria assim, se alguém removesse algo que eu queria muito. Mas você pode se engasgar com ele, amor e, então, sua mãe iria me mandar direto para a China. - Isso é se Westcliff não te alcançar primeiro - Lillian disse, pegando o bebê gritando. - Não, minha querida. A mamãe não vai deixar que o velho tio mau Rafe siga te incomodando. - Ela fez uma careta e franziu o nariz para ele, enquanto acalmava sua filha. O casamento e a maternidade fez bem a Lillian, pensou Rafe. Sua irmã sempre foi uma criança teimosa, mas ela parecia mais calma e mais feliz agora do que nunca tinha visto. Ele só podia dar crédito a Westcliff disso, ainda que como um 12


homem tão adequado e autocrático poderia conseguir essa mudança em Lillian ainda fosse um mistério. Sempre alguém pensou que o casal teria matado um ao outro durante o primeiro mês de casamento. Depois que o bebê ficou quieto e Lillian entregou para a babá levá-la para cima, Annabelle e Evie chegaram. Levantando-se, Rafe inclinou para as senhoras, enquanto as apresentações foram feitas. Sra. Annabelle Hunt, esposa de um empresário Simon Hunt do ramo ferroviário, era conhecida como uma das grandes belezas da Inglaterra. Era difícil imaginar que qualquer mulher poderia eclipsá-la. Ela era a perfeita Rosa inglesa, com cabelos cor de mel, olhos azuis e pele branca. Somente sua figura teria levado a um santo para o pecado, mas sua expressão era tão animada e amigável que isso o relaxou um pouco. Evie, Lady St. Vincent, não era tão acessível. Entretanto, Lillian, tinha avisado a Rafe que a timidez de Evie era freqüentemente confundida como reserva. Sua beleza era pouco convencional, com a pele levemente sardenta e os cabelos vermelhos. Seus olhos azuis eram amigáveis, mas também vulneráveis e isto tocou Rafe. – Querido Sr. Bowman, - Annabelle disse com uma risada, - eu o reconheceria em qualquer lugar, mesmo sem uma introdução. Você e Lillian compartilham uma incrível semelhança. São todos os Bowman assim, altos e de cabelos escuros? - Todos exceto Daisy, - disse Rafe. - Tenho medo de que os quatro primeiros de nós levamos toda a altura, e ficou nada para ela quando nasceu. - O que a Daisy falta em altura, - disse Lillian, - a compensar com sua personalidade. - Rafe riu. - Verdade. Eu quero ver a pequena patife, e ouvir de seus próprios lábios que se casou com Mathew Swift, por vontade própria e não porque o pai a forçou a fazer isso. - Daisy realmente ama o Sr. Swift - Evie disse a sério. Ao som de sua gagueira, que foi outra das coisas que Lillian disse ele, Rafe deu um sorriso tranquilizador. - Estou muito feliz em ouvir isso - disse suavemente. - Eu sempre pensei que Swift é um cavalheiro decente. – Nunca te incomodou, a maneira que o pai o adorou como um filho de fato? Lillian perguntou, sentando-se e fazendo gestos para os outros a fazerem o mesmo. - Pelo contrário, - disse Rafe. - Eu estava contente com qualquer coisa ou pessoa que fixasse a atenção do pai para longe de mim. Eu tive o suficiente do velho homem e seu chicote curto para uma vida. A única razão que eu estou pronto para tolerá-lo agora é porque eu quero ser sócio da expansão européia da empresa.

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Annabelle pareciam se divertir com sua franqueza. - Parece que a discrição não nos preocupa hoje. Rafe sorriu. - Duvido que haja muito sobre os Bowman que Lillian já não lhes havia dito. Assim, deixemos a discrição de lado e vamos assuntos mais interessantes. - São as damas de Londres, uma questão de interesse? - Lillian perguntou. - É claro. Conte-me sobre elas. - Elas são diferentes aqui do que em Nova Iorque, - Lillian advertiu. Especialmente as mais jovens. Quando você é apresentado a uma jovem inglesa apropriada, ela manterá o olhar no chão, e ela não vai chamar nem falar pelos cotovelos como os americanos fazem. As meninas inglesas são muito mais protegidas, e não estão nada acostumadas a companhia de homens. Portanto, não considere discutir negócios ou política e esses tipos de coisa. - Então o que eu tenho permissão para falar? - Rafe perguntou apreensivo. - Música, arte e cavalos - disse Annabelle. - E lembre-se que as meninas inglesas raramente oferecem suas opiniões sobre algo, em vez disso preferem repetir as opiniões de seus pais. - Mas depois de ca-casados - disse Evie, - será muito mais dispostas a revelar sua verdadeira personalidade. Rafe deu um olhar torto. - Quão difícil seria descobrir a verdadeira personalidade de uma menina antes do casamento?. - Quase im-possível, - disse Evie gravemente, e Rafe começou a sorrir, até que ele se deu conta que ela não estava brincando. Agora estava começando a entender porque Lillian e suas amigas estavam tentando descobrir mais sobre Lady Natalie e seu caráter. Aparentemente, isso não viria da própria Lady Natalie. Olhando para Lillian e depois Anabelle e Evie, Rafe disse lentamente. - Eu aprecio sua ajuda, damas. Dou-se conta que necessito mais da ajuda de vocês do eu pensava. - A pessoa que será muito útil - disse Lillian, - é a Stra. Appleton. Esperamos. - separou as cortinas da janela para olhar a rua. - E se eu não me engano, acabou de chegar. Rafe ficou de forma superficial, enquanto a Stra. Appleton entrou no hall de entrada. Lillian saiu para recebê-la enquanto lacaio recebia seu casaco e chapéu. Rafe assumiu que deveria estar grato que a velha galinha veio de visita, mas tudo que eu conseguia pensar era a rapidez com que podem obter as informações necessárias para se livrar dela. Olhou sem muito interesse, quando ela entrou na sala. Ela usava um vestido azul sem vida, aqueles que são práticos e resistentes 14


que os funcionários de alto escalão usavam. Seus olhos passaram sobre a sua cintura fina, a curva suave dos seios e, em seguida seu rosto. Ele sentiu uma picada de uma pequena surpresa quando viu que ela era jovem, não mais do que a idade de Daisy. Por sua expressão, pode-se deduzir que não estava mais feliz de estar que Rafe. Mas havia uma sugestão de ternura e humor na suave forma de sua boca, e as linhas delicadas do nariz e do queixo. Sua beleza não era fresca e pura, mas quente e ligeiramente desordenada. Seus cabelos castanhos, brilhantes como a seda, pareceu terem sido presos rapidamente. Enquanto ela retirava suas luvas com um puxão de cada dedo, olhou para Rafe com olhos verde-oceano. Aquele olhar não deixava dúvida de que a Stra. Appleton não gostava, nem confiava nele. Nem deveria, Rafe pensou com um lampejo de divertimento. Não é exatamente conhecido por suas nobres intenções quando se tratava de mulheres. Ela aproximou-se dele de uma forma que chateou Rafe por alguma razão. Ela fez como desejou... bem, ele não sabia como, mas começaria com algo como levantá-la e deitá-la sobre a primeira cadeira que encontrasse. – Stra. Appleton - Lillian disse: - Eu gostaria de apresentar meu irmão, Sr. Bowman. - Stra. Appleton - Rafe murmurou, estendendo a mão. A jovem hesitou, dedos pálidos vibrando, fanzendo um pequeno movimento com o lado de sua saia. - Oh, Rafe, - Lillian disse apressadamente, - Isso não é hábito aqui. - Minhas desculpas. - Rafe retirou a mão, olhando os translúcidos olhos verdes. - O aperto de mão é comum nas salas americanas. - Stra. Appleton deu-lhe um olhar especulativo. - Em Londres, uma inclinação simples é melhor, - ela disse com uma voz suave e clara, que enviou uma onda de calor na parte de trás do seu pescoço. Apesar de agora uma senhora casada pode apertar as mãos, raramente faz uma mulher solteira. Isto aqui é considerada como uma prática de classe baixa, e uma questão muito pessoal, especialmente quando feito sem luvas. - Ela o estudou por um momento, um indicio de um sorriso curvou seus lábios. - Entretanto, eu não tenho nenhuma objeção para liberar na moda americana. - Estendeu a magra mão. Como é feito? – O calor, inexplicavelmente, caiu da parte de trás do pescoço de Rafe e se espalhou pelos ombros. Ele pegou a mão delgada em sua mão que era muito maior do que a dela, surpreendido pela sensação de necessidade em seu abdômen. – Um aperto firme, - disse ele - é geralmente considerado... - Ele parou, incapaz de seguir falando, quando ela devolveu cautelosamente a pressão dos dedos. - Assim? - Ela perguntou, olhando para seu rosto. Suas bochechas estavam vermelhas. 15


- Sim - Rafe se perguntou que diabos havia de errado. A pressão da mão pequena, e confiante estava o afetando mais que a caricia mais atrevida de sua ultima amante. Soltando sua mão, moveu seu olhar para longe dela e lutou para controlar sua respiração. Annabelle Lillian e trocaram um olhar perplexo sobre o silêncio carregado. - Bem, - disse Lillian brilhantemente quando bandejas de chá foram arrumadas, - vamos nos conhecer um pouco mais. Sirvo-lhes? Annabelle sentou no sofá ao lado de Lillian, enquanto Rafe e a Stra. Appleton se sentaram no outro lado da mesa de café. Durante os próximos minutos, os rituais do chá foram observados. Pratos com torradas e bolinhos fritos foram passados. Rafe parecia incapaz de parar de olhar para a Stra. Appleton, que estava sentada ereta em sua cadeira, bebericando seu chá com cuidado. Queria tirar as presilhas do cabelo dela e de enredar os dedos nele. Queria tombá-la no chão. Ela parecia tão apropriada, tão boa, sentada ali com suas saias perfeitamente organizadas. Ela lhe fazia querer ser muito, muito mau.

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CAPÍTULO 3

Hannah nunca ficou tão desconfortável em sua vida. O homem que estava sentado ao seu lado era uma besta. Ele olhou para ela como se fosse uma curiosidade de carnaval. E ele já tinha confirmado muito do que ela sabia sobre os homens americanos. Tudo nele era muito masculino e o encontrou de desagradável ao gosto. A maneira como ele tomou o seu lugar, de modo desajeitado e informal, ela gostaria de chutar-lhes as canelas. Seu sotaque de Nova York com vogais e consoantes achatadas, claro, era completamente estranho e desconfortável. Entretanto, ela teve de admitir que a própria voz dele... uma voz profunda de barítono como o couro polido, era fascinante. Seus olhos eram extraordinários, de um tom escuro, mas que brilhavam como fogo negro. Ele tinha pele bronzeada, como de um homem que passou muito tempo longe de casa, e sua mandíbula barbeada começava a mostrar sinais de uma barba forte. Ele era em excesso, uma criatura muito inflexível e obstinadamente masculina. Não em absoluto um partido para Natalie, de qualquer forma. Ele sempre estaria fora de lugar, seja em um salão de baile, numa sala de estar, ou qualquer outro lugar com pessoas civilizadas. O Sr. Bowman se dirigiu a ela com tanta franqueza, que ela achou perturbador. - Diga-me Stra. Appleton... O que faz uma dama de companhia? A senhorita recebe salário por isso? Oh, ele era muito rude ao perguntar uma coisa dessas! Engolindo grande parte de sua indignação, Hannah disse: - É uma posição paga. Não recebo salário, mas sim uma atribuição. Ele abaixou a cabeça e a olhou fixadamente. - Qual é a diferença? - O salário que significaria que eu sou uma criada. - Entendo. Então o que a senhorita faz para mudar a sua tarefa, sua atribuição? - Sua persistência foi corrosiva. - Eu forneço companheirismo e conversa - disse ela - e às vezes atuo como uma acompanhante de Lady Natalie. Eu também pratico a costura e faço pequenas coisas que tornam a vida mais confortável de Lady Natalie, tais como servir-lhe de chá e fazer-lhe os recados. Zombaria brilhou nos olhos pagãos dele. - Mas você não é uma empregada doméstica. - Hannah deu-lhe um olhar frio. 17


- Não. - Ela decidiu mudar o rumo da conversa com ele. - O que faz exatamente, é um especulador financeiro? - Eu faço investimentos. Também espiono as pessoas que estão sendo idiotas com seus investimentos. E nesse momento incentivo-os a atacar com ambas as mãos, até que eu caia com seus lucros, enquanto eles estão em pé sobre uma pilha de destroços fumegantes. - Como você consegue dormir à noite? - Ela perguntou consternada. Bowman mostrou um aberto e fresco sorriso. - Ok, obrigado. - Eu quis dizer... - Eu sei que a senhorita quis dizer, Stra. Appleton. Eu durmo tranqüilo sabendo que fiz para minhas vítimas de um serviço. - Como? - Eu ensino uma lição valiosa. Antes de Hannah pudesse responder, Annabelle parou abruptamente. - Meu Deus, não podemos deixar que a conversa derive para uma discussão de negócios. Eu escuto demais disso em casa também. Stra. Appleton, já ouvi falar maravilhas sobre Lady Natalie. Há quanto tempo a senhorita é sua dama de companhia? -Três anos - Hannah facilmente respondeu. Era ligeiramente mais velha do que sua prima, dois anos para ser exata, e tinha visto como Natalie tornou-se equilibrada e deslumbrante garota que é agora. - Lady Natalie é uma delícia. Sua disposição é gentil e carinhosa e tem todas as graças de caráter que alguém poderia desejar. Não há nenhuma senhorita mais inteligente e encantadora como ela. Bowman deu uma risadinha cheia de descrença. - Um modelo de excelência - disse ele - Infelizmente, tenho visto outras jovens serem anunciados nos mesmos termos de encantamento. Mas, quando elas são apresentadas, sempre tem ou se encontra um defeito. - Algumas pessoas - Hannah respondeu - insistem em procurar defeitos nos outros, mesmo quando não há nenhum. - Todo mundo tem defeitos, Stra. Appleton. - Ele a provocava. Ela enfrentou os olhos afiados e perguntou. – Qual é o seu, Sr. Bowman? 18


- Ah, eu sou um sem-vergonha, - disse ele alegremente. - Eu tiro vantagem dos outros, não me preocupo com a moralidade e os bons costumes, e eu tenho um mau hábito de dizer exatamente o que eu penso. - Qual é o seu? - Em silêncio, ele sorriu com os olhos bem abertos. - Ou por acaso a senhorita é tão perfeita como a senhora Natalie? Hannah ficou muda por sua audácia. Nenhum homem jamais tinha falado daquela maneira com ela. Outra mulher poderia ter se machucado com o sarcasmo na voz dele. Mas algo a impedia de recuar. -Rafe - ela ouviu Lillian dizer em tom de advertência - Estou certa de que nossa convidada não deseja de ser sujeitada a uma inquisição, antes de ter servido os bolinhos. -Não, milady - disse Hannah - está tudo bem. - Cravou os olhou diretamente em Bowman. - Eu sou muito teimosa - disse ela. - Eu acho que é o meu pior defeito. Sou muitas vezes impulsiva. E eu sou terrível durante as conversações. Eu tendo a ficar muito animada deixando-me levar com a conversa, e continuou assim por muito tempo. - Fez uma pausa estratégica, antes de prosseguir - bem eu tenho pouca paciência com pessoas arrogantes. - Seguiu-se um breve silêncio e tumultuada, enquanto seus olhares fixos se aproximavam. Hannah não conseguia desviar o olhar dele. Sentiu as palmas ficando úmidas e quentes, e sabia que seu rosto estava vermelho. - Bem dito – disse ele suavemente - Minhas desculpas, Stra. Appleton. Eu não tinha intenção de dar qualquer impressão de insolência. Exceto que ele teve. Ele tinha vindo analisar-lhe, assediando-a verbal e intencionalmente para ver o que ela fazia. Como um gato brincando com um rato. Hannah sentiu uma sensação de calor eriçando-se embaixo em sua coluna vertebral quando ele olhou desesperadamente para as profundezas de seus olhos. -Rafe - ela ouviu Lillian exclamar com exasperação - se este foi um exemplo de suas boas maneiras em sala, há muito trabalho a fazer antes de eu deixar você conhecer Lady Natalie. - Lady Natalie é muito protegida - disse Hannah - eu temo que o senhor não vai ficar muito perto dela, Sr. Bowman, se é qualquer coisa menos um cavalheiro. - Tomo nota - Bowman dirigiu a Hannah um olhar com uma inocência infantil – posso me comportar melhor que isso. Disso duvido, passou por sua mente querendo dizer em voz alta, mas decidiu engolir as palavras. E Bowman sorriu como se pudesse ler os pensamentos. A conversa voltou ao tema de Natalie, e as respostas previstas de Hannah a tais perguntas como as suas flores favoritas, que música gostava, livros favoritos e 19


suas preferências. Havia passado pela mente de Hannah ser uma mentirosa, por o Sr. Bowman em desvantagem com Natalie. Mas, não estava em sua natureza mentir, ou não era boa nisso. E também estava o pedido do Sr. Blandford. Se realmente acreditava que seria uma vantagem para Natalie fazer parte da família Bowman, Hannah não tinha o direito de impedir. Os Blandford tinham sido gentis com ela, e não mereciam uma má jogada. Encontrado um pouco peculiar que Bowman perguntasse muito pouco sobre Natalie. Em vez disso, ele parecia contente deixando outras mulheres perguntando, enquanto tomava seu chá e cravava seus olhos nela com um olhar fixo e sereno que a avaliava. Das três mulheres, Hannah gostava, sobretudo, de Annabelle. Tinha habilidade para manter uma conversa entretida, tinha graça e era versado em muitos assuntos. Na verdade, Annabelle era o vivo exemplo de que Natalie poderia tornarse alguns anos. Se não fosse a presença perturbadora do Sr.Bowman, Hannah teria lamentado que a hora do chá tinha acabado. Mas, recebeu com alívio a notícia de que a carruagem de Lord Blandford tinha chegado para levá-la de volta para casa. Pensou que não podia suportar mais o olhar fixo e inquietante de Bowman. - Obrigada pelo chá adorável - disse Hannah a Lillian levantando-se e alisando a saia dela, - foi um prazer ter te conhecido Lillian. Lilian sorriu abertamente com o mesmo brilho de travessura que o Sr. Bowman havia exibido antes. Com seus olhos castanhos brilhando com especiais e brilhosos cabelos escuro, sem dúvida, a sua semelhança com a família. Exceto que Lillian era muito mais agradável. - A senhorita é muito gentil em nos tolerar, Stra. Appleton. Espero que não tenhamos nos comportado muito mal. - De maneira alguma - Hannah respondeu - Estou ansiosa para vê-la em Hampshire. Dentro de alguns dias, Hannah teria que viajar para se encontrar com Lillian e Lord Westcliff em sua fazenda, juntamente com Natalie e os Blandford para uma visita prolongada durante o Natal. Mesmo que durariam umas duas semanas, durante o qual o Sr. Bowman e Natalie teriam tempo suficiente e muitas oportunidades para descobrir se eles entendiam bem. Ou não. - Sim, este será um Natal maravilhoso, glorioso - Lillian exclamou, com um brilho nos olhos - A música, a festa, os bailes, e todos os tipos de diversão. E Lord Westcliff prometeu que teremos uma árvore de Natal de uma altura absolutamente imponente.

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Hannah sorriu, apanhada em seu entusiasmo. - Eu nunca vi uma antes. - Você nunca viu? Oh, é mágico quando todas as velas estão acesas. As árvores de Natal são muito populares em Nova York, onde fui criada. Começou como uma tradição alemã, e teve êxito rapidamente na América, embora não seja comum na Inglaterra. Ainda. - A família real teve árvores de Natal por algum tempo - disse Annabelle. - A Rainha Charlotte estava sempre um passo à frente em Windsor. E eu ouvi que o príncipe Albert continuou a tradição depois com os costumes de sua herança alemã. - Estou ansiosa para ver a árvore de Natal - disse Hannah - e passar o dia celebrando com todos vocês. Ela curvou-se para as mulheres, e parou hesitante, quando ela olhou para cima ao Sr. Bowman. Era de grande estatura, com uma presença tão enérgica e extremamente imponente, ela sentiu uma sacudida de consciência, quando ele se aproximou dela. Quando ela olhou para seu rosto belo e arrogante de Bowman, tudo que ela conseguia pensar era o quanto ela não gostava dele. Apesar da aversão que ela nunca tinha sentido, isso a fez ficar com a boca seca. A aversão nunca tinha feito o seu pulso correr mais rápido, batendo as batidas, e sentir um nó no estômago. Hannah assentiu com a cabeça de modo de uma reverencia. Bowman sorriu, mostrando os dentes brancos em seu rosto bronzeado. - A Stra. apertou minha mão antes - lembrou a ela, e estendeu a palma da mão. Tal audácia. Mas ela não queria tocá-lo novamente, e ele sabia disso. Sentiu o peito oprimido, estreitando-se tanto que se viu forçada a tomar um fôlego extra. Mas, ao mesmo tempo sentiu um sorriso sardônico e não contido curvar seus lábios. Ele certamente era um canalha. Natalie ia descobrir isso cedo demais. - Sim, eu fiz - disse Hannah e tratou de alcançar sua mão. Um arrepio percorreu-lhe o corpo enquanto sentia seus dedos se fecharem em torno dela. Era uma mão forte, capaz de esmagar seus ossos delicados com facilidade, mas o aperto dele era educado. E quente. Hannah enviou-lhe um olhar desconcertado e puxou com força, enquanto seu coração batendo rapidamente. Queria que ele parasse de olhar fixamente para ela, na realidade podia sentir o olhar dele sobre a sua cabeça que encontrava-se, provavelmente, inclinada para ela. - A carruagem espera - disse ela trêmula.

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- Vou levá-la ao hall de entrada. – ouviu dizer a Lillian - e vamos tocar o sino para trazer seu casaco e... - parou de falar quando ouviu o som de um bebê chorando. - Oh, amor. A babá entrou na sala, levando um bebê de cabelo escuro envolta em uma manta rosa. - Peço-lhe perdão milady, mas não deixa de chorar. - Minha filha Merrit – Lillian disse a Hannah. Alcançando o bebê, a colocou ano colo e a acalmou. - Minha querida, você está irritada hoje. Stra. Appleton se você esperar um momento... - Eu vou sozinha - disse Hannah sorrindo - Fique aqui com sua filha, milady. - Irei com você - Rafe se ofereceu facilmente. - Obrigada, Rafe - agradeceu Lillian, antes de Hannah pudesse se opor. Sentindo uma pontada de nervos, Hannah saiu da sala com Rafe Bowman. Antes que ele tentasse alcançar a campainha, ela murmurou. - Se não houver objeção, eu gostaria de ter uma palavra com você em particular. - Claro que sim. - Um olhar fixo viajou em cima dela, segurando seus olhos com brilho contendo da luz malvada de um homem que está acostumada a ter momentos íntimos com as mulheres que apenas acaba de conhecer. Seus dedos deslizaram em torno de seu cotovelo, para levá-la com ele na sombra debaixo da escada. - Sr. Bowman - Hannah sussurrou com desesperada seriedade – Eu não tenho o direito nem o desejo de corrigir suas maneiras, mas... esse tipo de aperto de mão... Sua cabeça se inclinou sobre a dela. - Sim? - Por favor, o senhor não deve estender a mão para uma pessoa idosa, ou um homem de grande prestígio e, sobretudo, uma senhorita, a menos que essas pessoas se ofereçam a mão ao senhor. Isso simplesmente não se faz. É irritante e chato quando isso acontece. Eu não desejo que seja mal educado. - Para sua surpresa, Rafe parecia ouvir. Quando ele respondeu, seu tom foi infundido com a gravidade. - É muito amável de sua parte, Stra. Appleton. Ela desviou o olhar, seu olhar foi para o chão, as paredes, a parte inferior das escadas. Sua respiração saía em bocados pequenos e ansiosos.

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- Eu não tenho um bom coração. Eu acabo de dizer que é irritante e chato. O Senhor ainda não fez nenhum esforço para ser gentil. - Tem razão - ele disse calmamente. - Mas, acredite em mim, eu sou irritante quando estou tentando ser educado. - Eles estavam muito perto, o cheiro do seu casaco de lã e da camisa de linho engomado que lhe estavam obstruindo as narinas. E a profunda fragrância de sua pele, fresca e temperada com sabonete perfumado de bergamota, era atordoante. Bowman a olhou com a mesma intensidade, e a mesma fascinação, que tinha mostrado na sala. Deixava-a nervosa ser observada dessa maneira. Hannah ajeitou seus ombros. - Eu devo ser franca, Sr. Bowman. Eu não acho que você e Lady Natalie vão se dar bem. Não há nenhum átomo de semelhança entre ambos. Nenhum ponto em comum. Eu acho que seria um desastre. E é meu dever partilhar essa opinião com Lady Natalie. Na verdade, eu farei o que for necessário para impedir o noivado. E embora o senhor não possa acreditar, é por seu bem assim como também para o bem de Lady Natalie. Rafe não pareceu nada preocupado com a sua opinião ou o seu aviso. - Não há nada que eu possa fazer para mudar sua idéia sobre mim? - Não, eu sou muito teimosa em minha opinião. - Então eu vou ter que mostrar o que acontece com as mulheres que ficam a se por no meu caminho. Suas mãos deslizaram em torno dela com cautela de modo que estava completamente presa. Antes que ela compreendesse o que estava acontecendo, um braço poderoso tinha a atraído contra o calor animal de seu corpo rígido masculino. Com a outra mão, agarrou sua nuca e lhe inclinou a cabeça para trás. E sua boca tomou posse da dela. Hannah enrijeceu em seus braços, inclinou-se para trás, mas ele a seguiu e a segurou mais firme contra ele. Deixou que ela o sentisse quão grande e forte ele era, e quando ele respirou fundo e tentou falar, ele se aproveitou rápido dos lábios abertos. Uma estranha sacudida passou por ela, e ela se estendeu para tentar forçar separar sua cabeça. Sua boca era experiente e incrivelmente macia, e possuía a dela com sedutora habilidade. Nunca havia pensado que um beijo poderia ter um gosto, um sabor íntimo. Nunca imaginou que seu corpo daria boas vindas a algo que sua mente rejeitava completamente. Mas, Bowman a obrigou a aceitar o profundo e viciante beijo, se sentindo fraca, seus sentidos sendo invadidos. Seus dedos traidores enrolados entre os seus grossos, crespos fios negros, como tão pesados 23


como a seda. E em vez de repelir, se encontrou sustentando-se mais perto. Sua boca tremia e abriu no âmbito de sua especialista persuasão como o fogo líquido correndo em suas veias. Lentamente Rafe separou seus lábios dos dela e guiou a cabeça para seus seios, movendo-se sob o seu rosto com um forte encorajamento. Um sussurro travesso fazia cócegas em seu ouvido. - Assim é como cortejamos as senhoritas na América. As agarramos e as beijamos. E se não lhes gosta, nós fazemos de novo, mais e mais, até se renderem. Isso nos poupa horas de conversações engenhosas. Observando-o atentamente, Hannah viu um flash de riso perverso em seus olhos escuros, e ela disse tomando o ar de insulto. - Eu vou dizer... - Diga a quem você quiser. O negarei. Franziu a testa em uma carranca. – O Sr. é pior que um turrão. O Sr. é um canalha. - Se você não gostou - ele murmurou - não deveria ter respondido ao beijo. -Eu não... Sua boca esmagou a dela novamente. Ela fez um som abafado, batendo no peito com o punho. Mas, ele era imune aos golpes, ele subiu a mão e pegou seu punho inteiro. E a consumiu com um profundo e sensual beijo, acariciando seu interior, fazendo coisas que nunca pensou que as pessoas fizessem enquanto se beijavam. Ficou chocada pela invasão abrasadora, e ainda mais pelo prazer que lhe deu, todos os seus sentidos abriram-se para receber mais. Queria que ele parasse, mas mais do que isso, queria que ele prolongasse e continuasse. Hannah sentiu sua respiração rápida e rosto queimando, seu peito subia e descia uma força tenebrosa. Ele soltou a mão dela e ela inclinou-se levemente contra ele, agarrando seus ombros para não cair. A pressão de urgência da sua boca, ele lhe jogou a cabeça para trás. Ele riu e deu um leve gemido ou alguma coisa, precisando algo, que para ela não tinha nome, algo só para acalmar o ritmo de seu pulso ansioso. Aparentemente, se ela o tivesse mais perto, mais apertado, poderia aliviar a excitação sensual sentia em cada parte dela. Recostado relutantemente para trás, Bowman terminou o beijo com um toque de seus lábios, e sacudiu o próprio rosto em sua mão. A diversão foi embora de seus olhos, substituído por um fogo quente e perigoso.

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- Qual é seu nome? - Seu sussurro como um vento suave de vapor ventilou através de seus lábios. Ante o seu silêncio, ele arrastou a boca sobre a dela levemente. - Diga-me, ou lhe beijarei novamente. - Hannah - ela disse fracamente, sabendo que ela não podia agüentar mais. Seu polegar acariciou a superfície de escarlate em sua bochecha. - De agora em diante, Hannah, não importa o que a senhorita diga ou faça, eu vou lembrar de olhar a sua boca e recordar que é tão doce e você saberá. - Um falso sorriso curvou os lábios, ele acrescentou calmamente, - Maldita seja. Soltando-a com cuidado, ele foi até o sino e deu-lhe um toque, chamando uma criada. Quando trouxeram o casaco de Hannah e o chapéu, ele os tomou da criada. - Venha, Stra. Appleton. Hannah não conseguia encará-lo. Sabia que seu rosto estava muito vermelho. Sem dúvida, nunca tinha estado tão envergonha e confusa em sua vida. Esperou em silêncio enquanto ele habilmente colocou seu casaco em volta dela e o sujeitava em seu pescoço. - Até que nos encontraremos novamente, em Hampshire – Ela o ouviu dizer. A ponta de seu dedo tocou seu queixo. - Olhe para cima, querida. Hannah imediatamente obedeceu. Ele colocou o chapéu cuidadosamente ajustando a borda. - Te assustei? - ele sussurrou. Furiosa, levantou o queixo mais acima. Sua voz tremia um pouco. - Desculpe desapontá-lo Sr. Bowman. Mas, não me assusta nem me intimida. Um brilho humor chameiou nos olhos obstinados. - Devo advertir-lhe Hannah, quando nos encontrarmos em Stony Cross Park, cuide evitar o visco. Para o nosso próprio benefício. Depois de que a deliciosa stra. appleton foi embora, Rafe estava no saguão, sentado em uma cadeira de carvalho pesada. Excitado e desnorteado, ele refletiu sobre sua perda inesperada de controle. Só tinha a intenção de dar a jovem um beijinho, a quantidade certa para pô-la nervosa e confusa. Mas, o beijo tinha conduzido a um incêndio que se tornou em algo tão urgente, tão violentamente passional, que não podia parar, levando muito mais do que deveria ter tomado. Ele teria gostado de ficar beijando essa boca inocente por horas. Queria destroçar cada uma de suas inibições até que ela ficasse envolvida em torno dele, 25


nua e gritando para que ele tomá-la. Pensava como seria tão difícil seduzi-la, e condenadamente divertido seria ficar debaixo da saia dela, sentiu com inquietude que estava ficando duro. Um sorriso lento e mordaz cruzou seu rosto quando refletiu que, sim, era isso que ele esperaria das inglesas, tomaria uma residência permanente em Londres. Ouvindo o ruído de passos, Rafe levantou seu olhar. Lillian tinha entrado no saguão. Ela olhou para ele com exasperação afetuosa. - Como está a bebê? – perguntou Rafe. - Annabelle está com ela. Por que você ainda está aqui fora? - Levou um tempo para esfriar meu... temperamento. Cruzando os braços finos em volta do tórax. Lillian balançou a cabeça lentamente. Ela era linda em uma forma valente, brava, corajosa, apresentada com um estilo limpo, tão animada e dissipada como se fosse uma mulher pirata. Ela e Rafe sempre compreenderam um ao outro, talvez porque nenhum deles tinha sido capaz de tolerar as duras regras impostas por seus pais. - Só você - disse Lillian sem calor – poderia converter uma visita respeitável na hora do chá em jogo de entretenimento. Rafe sorriu sem remorso e olhou pensativamente para a porta da frente. - Há algo nela que aflora o diabo em mim. - Pois bem, você deve conter isso, querido. Porque se você tem o desejo de conquistar Lady Natalie, terá que mostrar muito mais cortesia do que você fez naquela sala. O que você acha que a Stra. Appleton falará para seus empregadores sobre você? - O que eu sou um vilão sem princípios, mal educado? - Rafe encolheu os ombros e disse em uma maneira razoável – mas, você sabe que sou de Wall Street. Os olhos cor de gengibre estreitaram quando Lillian o observava de forma especulativa. - Você não parece nada preocupado, eu tenho que assumir que você sabe o que está fazendo. Mas deixe-me lembrá-lo que Lady Natalie quer se casar com um cavalheiro. - Na minha experiência - disse Rafe preguiçosamente - nada que faz as mulheres se queixarem muito quando elas conseguem o que querem. Lillian riu baixinho. - Oh, estas vão ser umas festas muito interessantes. Retornara para a sala?

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- Em um momento. Eu ainda estou me esfriando. Ela lhe dirigiu um olhar interrogativo. – Teu temperamento leva muito tempo para baixar, verdade? - Você não tem idéia. - disse ele disse gravemente. De volta à sala, Lillian parou à porta e olhou para suas amigas. Annabelle estava sentada com Merritt descansando em paz em seus braços, enquanto Evie estava derramando a última taça de chá. - O que ele disse? - Annabelle perguntou. Lillian colocou seus olhos em branco. - O idiota do meu irmão, certamente não parece preocupado que a Stra. Appleton vai entregar um relatório crítico sobre ele aos Blandford e a Lady Natalie. Ela suspirou. - Isso não vai tão bem, né? - Você já viu tamanha animosidade instantânea, entre duas pessoas sem nenhuma razão aparente? - Sim - disse Evie. - Eu acho que sim. - disse Annabelle. Lillian franziu o cenho. - Quando? Quem? - Ela perguntou, e ficou perplexa quando elas sorriram uma à outra.

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CAPÍTULO 4

Para a surpresa de Hannah, Natalie não apenas não ficou chocada com o que aconteceu com a visita a Rafe Bowman, mas estava extremamente entretida. No momento Hannah tinha acabado rememorando o beijo debaixo da escada, Natalie tinha caído sobre a cama em um ataque de riso. - Natalie - Hannah disse, franzindo a testa, claramente não conseguindo transmitir o quão terrível era aquele homem. - É um bárbaro. Um bruto. Um cafajeste. - Parece que sim. - Ainda rindo entre os dentes, Natalie sentou-se. - Espero encontrá-lo. - O quê? - É um manipulador, o nosso Sr. Bowman. Eu sabia que me diria que ele tinha feito, e eu estaria intrigada. E quando eu o ver em Hampshire, ele vai agir como um perfeito cavalheiro com a esperança de contrariar a situação. - Você não deveria estar intrigada, mas sim horrorizada! Natalie sorriu e acariciou-lhe a mão levemente. - Oh, Hannah, você não sabe como lidar com os homens. Não leve tudo tão a sério. - Mas, o casamento é um negócio sério - Hannah protestou. Era em momentos como este não entendia as diferenças entre ela e sua prima mais nova. Natalie parecia ter uma compreensão mais completa das manobras sociais, o processo de busca e captura, que Hannah poderia nunca ter. - Oh, querida, teus enfoques infantis deve deixá-los de lado, o cortejo é um assunto sério, é hora de deixar os jogos. Devemos proteger o nosso coração e cuidadosamente esconder nossos sentimentos, Hannah. É a única maneira de vencer. - Eu pensava que o cortejo era um processo de revelar nosso coração - disse Hannah. - Não vencer um jogo. Natalie sorriu. - Eu não sei onde você consegue essas idéias. Se você quiser atrair um homem para capturá-lo, nunca deve revelar o seu coração para ele. Pelo

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menos não tão rápido. Os homens só valorizam algo quando tem que colocar algum esforço para obtê-lo. - Ela colocou o dedo indicador no seu queixo. - Hum... vou ter que me preparar para sair com uma boa estratégia contra ele. Saindo da cama, Hannah pegou as luvas, meias e outros itens que tinham sido deixados caídos descuidadamente no chão. Ela nunca teve a necessidade ordenar, não até depois de Natalie. Hannah tinha sido dama de companhia de outra mulher cujos parceiros tinham feito sua vida uma miséria, tratando-os com desprezo e submetendo-os a todo tipo de crueldades. Natalie, por outro lado, era gentil e atenciosa, e embora um pouco preocupada de vez em quando, não era nada que o tempo e a maturidade não pudessem curar. Colocou os itens pessoais em uma gaveta da cômoda, e virou-se para Natalie, que ainda estava mastigando. Natalie refletia uma visão linda, deitada na cama branca amarrotada, com seus cachos dourados espalhados sobre a colcha. Seus olhos azuis tinham roubado o coração de muitos homens durante a sua primeira temporada. E as rejeições delicadamente lamentáveis que dava a seus pretendentes não tinha feito nada para frear seu entusiasmo. Muito tempo depois que a temporada acabou, destacava o número de arranjos de flores que foram entregues na mansão Blandford, e cartões de visita empilhados na bandeja prata do hall de entrada. Com ar ausente Natalie enredava seus cabelos brilhosos em seus dedos. - O Sr. Bowman pensa que depois de uma temporada devo ter examinado cuidadosamente e não ter ficado com alguém, devo ter cansado de todos aqueles homens ociosos. E depois que eles passaram meses após o término da temporada, assumo também que estou entediada e ansiosa por um desafio. - Ela riu brevemente. - E você está certa. - A maneira correta para ele para chamar sua atenção não é violar a sua dama de companhia - murmurou Hannah. - Você não foi estuprada, mas sim beijada. – Os olhos de Natalie brilhavam maliciosamente como ela perguntou: - Confesse agora, Hannah, ele beija bem? Recordando a sensação de erótica e calorosa da boca de Bowman, Hannah sentiu como se estivesse corando novamente. - Eu não sei, - disse logo. - Eu não tenho nenhuma base de comparação. Natalie arregalou os olhos. - Isso quer dizer, você nunca beijou ninguém? Hannah meneou a cabeça. - Mas certamente o Sr. Clark...

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- Ele não - Hannah ergueu os dedos a suas bochechas. - Ele deveria ter tentado - Natalie insistiu. – Passou muito tempo em sua companhia. - Venho trabalhando para ele - protestou Hannah. - Eu tenho ajudado com os seus manuscritos e documentos. - Isso significa que você foi realmente uma secretaria para ele? Hannah deu-lhe um olhar perplexo. - Que outra coisa mais faria? - Eu sempre achei que quando você mencionou que você estava "tomando notas" significava que você estava o deixando te beijar. A boca de Hannah se mudou para um sorriso e disse-lhe: - Quando eu disse que tinha estava "tomando notas" significava que estava tomando notas! Natalie se sentiu claramente desapontada. - Querida, se você gasta muito tempo com ele, e ele nem lhe beijou ainda uma vez, significa, na minha opinião, que isso é uma prova de que sua paixão pelo seu trabalho ofuscar todo o resto. Mesmo uma mulher. Temos de encontrar outra pessoa para você. - Eu não me importaria de tomar o segundo lugar no âmbito do trabalho do Sr. Clark - Hannah disse a sério. – Será um excelente homem algum dia. Ele vai fazer muito bem para os outros. - Grandes homens nem sempre são necessariamente bons maridos. E você é muito querida e bonita para ser arruinada por ele. - Natalie balançou a cabeça em desgosto. – Porque, qualquer de meus pretendentes da última temporada poderia ser melhor para você do que o velho idiota do Sr. Clark. - Um pensamento perturbador cruzou para Hannah, mas estava quase com medo de expressar sua desconfiança. - Natalie, deixou alguma vez algum de seus pretendentes te beijar? - Não - disse Natalie em uma reconfortante vez. Hannah respirou de alívio. - Eu deixei quase todos eles me beijar - prosseguiu Natalie alegremente – Em ocasiões distintas, é claro. Assustada, Hannah inclinou-se com força contra a cômoda. - Mas... mas eu estava cuidando de você, te olhando o tempo todo... - Você é uma dama de companhia terrível, Hannah. Você muitas vezes se torna tão absorta na conversa que você se esquece de me vigiar. Um dos motivos que eu adoro. - Hannah nunca imaginou que sua corajosa presumida prima houvesse se deixado a beijar, muito menos por vários. 30


- Você sabe que nunca deve permitir que tais privilégios - ela disse fracamente. - Isso fará com que haja boatos, e pode rapidamente ser classificada e, em seguida... - Ninguém vai promover um compromisso comigo? - Natalie sorriu ironicamente. - Na temporada passada eu recebi quatro propostas de casamento, e não tinha vontade de incentivar mais, eu poderia ter conseguido outra meia dúzia. Acredite em mim, Hannah, eu sei como lidar com os homens. Traga minha escova de cabelo, por favor. Hannah teve que admitir que houve uma boa razão para que Natalie estar tão segura de si mesma. Ela era, ou é a noiva ideal para qualquer homem. Ela deu-lhe a escova com cabo de prata e assistiu Natalie escovar os muitos cachos loiros. Natalie, por que você não decidiu aceitar uma oferta especial na última temporada? Eu estou esperando por alguém especial - ficou pensativa e depois disse - eu deveria sentir ódio por ser cortejada por um mundo de homens ordinários. - Natalie sorriu com petulância. - Quando eu beijar ao homem certo quero ouvir o canto dos anjos. - Que se sabe de Lord Travers? - De todos os cavaleiros que tinham mostrado interesse em Natalie, ele havia sido o maior nas atenções segundo Hannah era o Lord Edward Travers. Ele era um cavalheiro sóbrio e calmo, cuidadoso na aparência e presença. Embora seu rosto não parecia deslumbrado por Natalie, e entretanto ele foi o mais atento e respeitoso com ela sempre que esteve presente. Ele era rico e com título, que, conjuntamente com suas outras qualidades, o fazia um excelente partido. A menção de Travers, fez com que Natalie fizesse uma careta. - Ele é o único homem que eu sei que não vai fazer um movimento para mim, mesmo quando lhe dê uma oportunidade perfeitamente boa. Eu acho que é por causa de sua idade. Hannah não pôde deixar de rir. - Quantos anos? - Está nos trintas, afinal . – É maduro – concedeu Hannah - Mas ele também é confiante, inteligente e tem toda a aparência, em pleno vigor. - Então por que não me beijou? - Por que te respeita? - Sugeriu Hannah. - Eu preferiria que me mostrasse paixão em vez de respeito. - Bem, então - disse Hannah, ironicamente, - Eu diria que o Sr. Bowman é o seu homem.

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A menção de Bowman devolveu o bom humor a Natalie. - Possivelmente, sim. Agora, Hannah, diga a minha mãe e a papai que o Bowman é uma pessoa com um comportamento extraordinariamente bom. Não, eles não acreditariam nisso porque é um americano. Diga que é muito apresentável. E não mencione o beijo debaixo da escada.

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CAPÍTULO 5

Hampshire - Stony Cross Park

Hannah não havia esperado ter a oportunidade de ver Stony Cross Park. Os convites das celebrações de Lord Westcliff no Estado de seu país, não eram fáceis de obter. Localizada no condado do sul de Hampshire, Stony Cross Park tinha a fama de possuir alguns das melhores terras da Inglaterra. A variedade de flores nos campos, prados férteis úmidos, pântanos e florestas antigas o convertiam em um lugar bonito e desejado para visitar. Gerações da mesma família eram convidadas para esses aos mesmos eventos e festas anuais. Ser excluído da lista de convidados seria dado a lugar a uma indignação inconsolável. - E pensar que - Natalie estava refletindo sobre na carruagem na longa viagem desde Londres. - Se eu casar com o cunhado de Lord Westcliff vou poder visitar Stony Cross Park quando quiser! -Tudo pelo preço de ter o Sr. Bowman como teu marido - disse Hannah secamente. Embora ela não tivesse dito ao Lord e a Lady Blandford sobre o beijo roubado, ela deixou claro que ela não acreditava que Bowman fosse um pretendente adequado para a Natalie. Lord Blandford, entretanto, tinha reservado o seu parecer até que todos o conhecem melhor. Lady Blandford, tão loira, charmosa e exuberante como sua filha, tomou encorajamento ao ver surgir Stony Cross Park no horizonte. A casa de projeto europeu foi construída de pedra cor de mel, com quatro torres graciosas, tão altas, que pareciam perfurar o céu noturno, que estava com coloração do Sol laranja e lavanda da noite. Localizado numa falésia junto ao rio Itchen, Stony Cross Park era uma grande paisagem com jardins e pomares, áreas de equitação e trilhas que conduziam através de enormes extensões de bosques e parques. Devido à sua localização conveniente a sul de Hampshire, o clima era mais ameno do que o resto da Inglaterra. -Oh, Natalie! - exclamou Lady Blandford - acho que se és uma Bowman, poderias ter sua própria fazenda, uma casa em Londres e uma vila no continente, para não mencionar a sua própria carruagem e equipada quatro cavalos, e as mais belas jóias e vestidos...

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- Céus, os Bowman são ricos? – Natalie perguntou, com um toque de surpresa. - E o Sr. Bowman vai herdar a maior parte da empresa da família? - Uma bela parte dela, estou certo - Lord Blandford respondeu, sorrindo para a filha com os olhos brilhando de interesse. - Ele tem sua própria riqueza e a promessa de muito mais por vir. Seu pai deixou claro que o noivado de seu filho, haverá grandes benefícios para ambos. - Eu acho que sim - disse Natalie pragmática - uma vez que seria uma grande decepção para mim me casar com um plebeu, quando tão facilmente poderia ter um Lord como marido. - Não houve intenção de arrogância e desprezo em sua declaração. É um fato que algumas portas estariam abertas para a esposa de um Lord que nunca seria aberta para a esposa de um fabricante americano. Como a carruagem havia parado antes da entrada da mansão, Hannah viu que tudo era construído à maneira francesa, com estábulos localizado em frente da casa em vez de ser escondido do lado ou atrás dela. Os estábulos estavam armazenados em um prédio com enormes entradas em arco, formadas de um lado da entrada do pátio marcado por pedra. Os lacaios foram ajudar com a carruagem, e os cavaleiriços de Westcliff vieram para ajudar com os cavalos. Mais criados se apressaram para recolher os baús e malas. Um velho mordomo recebeu no saguão, aonde o regimento iam e voltavam, criadas com cestos de roupa, lacaios com caixas, e outras pessoas envolvidas na limpeza, polimento e de varredura. - Lord e Lady Blandford! - Lillian caminhou em direção a eles, olhando-os radiantemente com um vestido vermelho escuro, o cabelo dela estava bem preso envolvido em uma rede de malha feita jóias. Com o seu sorriso simpático e brilhante, ela era tão agradável que Hannah entendia porque Lord Westcliff havia se casado com ela. Lillian lhes fez uma reverencia eles responderam da mesma maneira. - Bem-vindos a Stony Cross Park - disse Lillian. - Eu espero que sua viagem tenha sido confortável. Por favor, perdoem o barulho e agitação, estamos tentando desesperadamente nos preparar para a multidão de convidados que chegarão nesta manhã. Depois de os senhores refrescarem-se, deveriam vir a sala principal. Meus pais estão lá, e desde então meu irmão, e... - Ela parou quando viu Natalie. - Minha querida Lady Natalie. - Sua voz se suavizou. - Eu esperei ansiosamente para conhecê-la. Faremos todo o possível para garantir que você tenha uma temporada de férias natalinas encantadora. - Obrigada milady - Natalie respondeu timidamente. - Não tenho dúvidas de que será esplêndida. - Ela sorriu a Lillian. – Minha dama de companhia me disse que haverá uma arvore de Natal. - Quatro metros de altura – disse Lillian entusiasmada. Nós estamos tendo um maldit... Ou seja, muitas dificuldades na decoração, já que os ramos principais são 34


impossíveis de alcançar. Mas nós temos uma expansão da escada de mão e muitos lacaios altos, de modo que será alcançado o topo. Virou-se para Hannah – Stra. Appleton. Um prazer te ver novamente. – Obrigada, mi... – Hannah fez uma pausa quando compreende que Lillian havia estirado sua mão. Surpreendida, Hannah estendeu a sua para cumprimentá-la e olhou para ela de forma estranha. A Condessa piscou, e Hannah viu que ela estava brincando. Ela riu da piada privada, e devolveu a pressão quente dos dedos de Lillian. - Em função da sua tolerância notável para os Bowman - Lillian disse - deve vir para a sala também. - Sim, milady. A ama de chaves chegou para levá-los aos seus quartos, lhes pareceu havia quilômetros de pavimentação. - Hannah, porque Lady Westcliff apertou sua mão? - Natalie sussurrou – E... por que achou tão engraçado? Natalie e Hannah compartilhariam a mesma habitação, Natalie ocuparia a habitação principal e a sala principal e Hannah dormiria na ante-sala. A habitação era bonita, com papel de parede de flores e móveis de mogno e uma cama com um dossel de renda. Enquanto Natalie estava lavando as mãos e o rosto, Hannah encontrou um vestido de dia claro para ela e o sacudiu. O vestido era um favorecedor tom azul, com uma queda em linha reta até os ombros, no qual cheio de rendas e mangas compridas com acessórios finos. Rindo na antecipação do encontro com Bowman, Natalie sentou-se diante do espelho, enquanto Hannah penteava seu cabelo para trás e o prendia. Depois de garantir a aparência boa de Natalie, com o nariz levemente polvilhado com pó, os lábios suavizados com bálsamo de água de rosas, Hannah foi para a sua própria mala e começou a se mexer. Lady Blandford apareceu à porta – Vamos, meninas - disse serenamente. - É hora de nos unirmos à companhia abaixo. - Alguns minutos mais, mamá - disse Natalie. Hannah não mudou seu vestido e se cabelo penteou. - Não devemos deixar todo mundo esperando - Lady Blandford insistiu. Venha como você, Hannah. Ninguém vai notar. - Sim, senhora - disse Hannah obediente, ocultando uma pontada de consternação. Suas roupas estavam empoeiradas da jornada, e seu cabelo estava ameaçando cair de suas presilhas. Não queria afrontar com os Bowman e os

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Westcliff nesta condição. - Eu prefiriria ficar aqui e ajudar as empregadas para descompactar os baús... - Não – disse Lady Blandford com um suspiro impaciente. - Geralmente, eu concordo, mas a Condessa pediu sua presença. Você vem com a gente e trata de ser modesta, Hannah. -Sim, milady - Hannah recolheu o cabelo solto para trás e virou-se para a pia para lavar o rosto. Algumas gotas de água causaram umas poucas manchas escuras em seu vestido de viagem. Gemendo por dentro, seguido Natalie e Lady Blandford através da habitação. - Desculpe! - Natalie murmurou, franzindo a testa. - Não deveríamos ter tomado tanto tempo me embelezando. A casa estava maravilhosamente decorada, as janelas envoltas em seda com bordas de papel dourado, nas entradas galhos nus de folhas perenes e com folhas de azevinho e hera. As mesas estavam cobertas com velas e arranjos de flores belas de crisântemos, rosas de Natal e camélias. E havia várias portas decoradas com guirlandas e bolas penduradas com cordas de sempre-vivas. Hannah sentiu uma pontada de nervosismo olhando os ramos de visco, já que veio a mente Rafe Bowman. Acalme-se, pensou com um sorriso despreocupado, olhando seu velho vestido cinza. Ele certamente não iria tentar beijá-la agora, nem sequer sob um monte de visco. Eles entraram no salão principal, uma sala grande e confortável mobilhada com uma mesa de jogos, pilhas de livros e revistas, um piano, um móvel de costura de pé e uma mesa pequena de secretária. A primeira pessoa que Hannah viu foi Marcus, Lord Westcliff, um homem com uma presença imponente e poderosa, coisa rara em um homem que só estava em seus trinta anos. Quando ele foi ao encontro deles, Hannah comprovou que só era de estatura média, mas estava em excelente forma e era muito seguro de si. A Westcliff via-se um homem que estava totalmente à vontade com sua própria autoridade. Enquanto Lillian fez as apresentações, Hannah se dirigiu para o canto da sala, observando a cena. Olhava discretamente ao Sr. Bowman que se reuniu ao Lord Blandford. Thomas Bowman tinha uma cabeça brilhante que foi decorada com uma peruca que parecia prestes a saltar para fora de seu couro cabeludo e fugir da sala. Thomas Bowman era robusto, e sua boca dominava seu rosto com um grande bigode. Sua esposa, Mercedes, por outro lado, era magra e frágil, com olhos severos e uma risada que fraturava o rosto, como rachaduras em um lago congelado. A única coisa que o casal parecia ter em comum era o sentimento de 36


insatisfação com a vida e de um pelo outro, como se isto fosse uma manta onde ambos se juntavam. Os filhos do Sr. Bowman assemelhavam-se mais entre si do que com qualquer dos progenitores, ambos eram altos, irreverentes e com postura descontraída. Pareciam ter sido formados por alguma combinação mágica de somente as partes boas de ambos os pais. Hannah observava silenciosamente como Lillian apresentou Rafe Bowman a Natalie. Não podia ver a expressão de Natalie, mas tinha uma excelente vista de Bowman. Sua maneira de amarrar o lenço, vestindo um casaco escuro perfeitamente ajustado, calça cinza e uma camisa branca engomada com um lenço preto amarrado muito bem. Ele se dobrou em uma reverencia a Natalie e murmurou algo que foi recompensado com um riso sem fôlego. Não havia como negar a sua masculinidade e ousadia nos olhos escuros, Rafe era expresso em uma gíria popular, cativante. Hannah se perguntou o que achava de sua prima. A face Bowman estava ilegível, mas estava segura de que não poderia encontrar nenhuma falha em Natalie. Quando a conversação aumentou pelo quarto, Hannah moveu lentamente em direção à porta. Se fosse possível, ia deslizar-se da sala de forma inadvertida. O portal estava aberto de maneira incitante, trazia uma liberdade prometedora. Ah, seria ótimo escapar para seu quarto, vestir roupas limpas e escovar os cabelos na intimidade. Mas quando chegou à porta, ouviu a voz profunda Rafe Bowman. - Stra. Appleton. Certamente a senhorita não nos privará de sua presença encantadora. - Hannah parou abruptamente e virou-se para encontrar-se com todo mundo a olhando, justo no momento que queria a menor atenção possível. Tinha muita vontade de fulminar com os olhos a Bowman. Não, tinha muita vontade de matá-lo. No entanto, adotou uma expressão neutra e sussurrou. - Boa tarde, Sr. Bowman. Lillian a chamou imediatamente. – Stra. Appleton venha, por favor. Quero lhe apresentar meu marido. Reprimindo um profundo suspiro, empurrou de volta os bloqueios que pairava sobre a superfície e virou frente e indo para lá. - Westcliff - disse Lillian ao marido. - Esta é a dama de companhia de Lady Natalie, Stra. Hannah Appleton. Hannah fez uma reverencia e olhou timidamente ao Conde. Suas feições eram escuras e austeras. Mas, pode ver que seus olhos eram amáveis. Ele falou com uma voz aveludada que caiu agradavelmente em suas orelhas. - Bem-vinda, Stra. Appleton. - Obrigada, milord – disse ela - E muito obrigada por me permitir passar as férias aqui. 37


- A condessa desfrutou de sua companhia no chá na última semana Westcliff respondeu, sorrindo brevemente a Lillian. - Quem goste a ela a mim também me agrada. Lillian falava a seu marido com total naturalidade, como se fosse um simples homem mortal em lugar de um dos mais ilustres do reino. - Westcliff, eu acho que você vai querer falar com a Srta Appleton sobre seu trabalho com o Sr. Samuel Clark. - Hannah olhou para ela em seguida quando ela disse. -O conde leu alguns dos seus escritos, e gostou muito deles. - Oh, eu não trabalho com o Sr. Clark - disse Hannah às pressas – Mas, sim trabalho para ele como uma espécie de secretariado. – Olhou a Westcliff com um sorriso cauteloso. - Estou um pouco surpresa que o senhor tenha lido algo do Sr. Clark, milord. - Estou familiarizado com muitos teóricos progressistas de Londres - disse Westcliff - O que o Sr. Clark está trabalhando agora? - Atualmente ele está escrevendo um livro sobre as leis naturais que poderiam reger o desenvolvimento da mente humana. - Eu gostaria de ouvir mais sobre ele no jantar. - Sim, milord. Lillian procedeu a apresentar Hannah seus pais, que responderam com um agradável aceno de cabeça. Era evidente, porém, que já tinha catalogado Hannah como uma pessoa que não era importante. - Rafe, a condessa chamou o irmão dela, talvez você poderia levar a Lady Natalie e Lady Blandford para dar um passeio ao redor da casa antes do jantar. - Oh, sim - disse Natalie. Podemos mamá? - Isso soa bem - disse Lady Blandford. Bowman sorriu para elas duas - Seria um prazer. Dirigiu-se a Hannah - Virá também Stra. Appleton? - Não – disse rapidamente e, então viu uma sombra de dor que atravessou seu rosto ante sua resposta de rejeição. Suavizou o tom. - Vou conhecer a casa mais tarde, obrigada. - Seu olhar se voltou para o seu rosto. - Os meus serviços podem não estar disponíveis então. Ela se pôs rígida pelo deboche em sua voz suave como uma pena, mas não parecia poder romper o olhar fixo que compartilhava ambos. Na sala iluminada e quente, seus olhos detiveram os flashes de ouro marrom e canela. - Então, de algum 38


modo terei que ficar sem o senhor, Sr. Bowman - respondeu ela secamente, e ele sorriu abertamente. - Não me disse que o Sr.Bowman era tão bonito - disse Natalie depois do jantar. A hora tardia, a longa viagem desde Londres, seguida de um jantar muito longo com muita comida, tinha deixado as duas meninas esgotadas, que haviam subido para descansar enquanto todos seguiam com o chá e o porto. Embora o menu tinha sido delicioso, com pratos como o capão assado recheado com trufas, ervas, costelas de boi, o jantar tinha sido um verdadeiro tormento para Hannah. Era muito consciente de seu próprio aspecto descuidado, depois de ter tido apenas tempo suficiente para lavar e mudar para um novo vestido antes que tivesse que ir até a sala de jantar. Para sua decepção, Lord Westcliff insistiu em perguntar sobre o trabalho de Samuel Clark, que atraiu mais atenção do que tinha desejado. E ao mesmo tempo Rafe Bowman tinha mantido uma espécie de ousado e perturbador de interesse que ela só poderia interpretar como zombaria. Obrigou a seus pensamentos a voltar novamente ao presente, e viu como Natalie sentou-se na frente do espelho e tirou as presilhas e penteava seus cabelos. - Eu suponho que o Sr. Bowman poderia ser considerado atraente - disse Hannah com relutância. - Se alguém gosta desse tipo de homem. - Quer dizer a um alto, de cabelo escuro e totalmente deslumbrante? - Ele não é deslumbrante - Hannah protestou. Natalie riu. – O Sr. Bowman é um dos mais soberbamente formado que eu já vi. O que há errado que você pode encontrar em sua aparência? - Sua postura - reclamou Hannah - O quê? - Ele senta-se com os ombros caídos. - É americano. Todos eles se sentam com os ombros caídos. O peso das suas carteiras os arrasta. Hannah não poderia deixar de rir. - Natalie, você é atraída pelo homem mesmo ou é o tamanho da sua carteira? - Ele tem grande apelo pessoal, sem dúvida. Tem um cabelo grosso... aqueles encantadores olhos escuros... para não mencionar o físico impressionante. Natalie pegou um grampo e colocou-o sobre seu cabelo. - Mas não iria lhe querer se fosse pobre. - Existe um homem que você quereria se ele fosse pobre? - Hannah perguntou 39


- Bem, se eu tivesse que ser pobre, eu preferiria estar casada com um lorde. Isso é muito melhor do que ser um ninguém. - Eu duvido que o Sr. Bowman chegue a se tornar pobre - disse Hannah. Parece ser muito bem resolvido nas transações financeiras. Ele é um homem de sucesso, mas receio que ninguém honrável. - Oh, ele é um patife, sem dúvida. - Concordou com Natalie e começaram a rir. Tensa, Hannah se encontrou com olhar de sua prima no espelho. - Por que disse isso? Disse-te ou fez algo inadequado? - Não, e não o espero com o noivado ainda sobre a mesa. Mas tem um tipo de irreverência perpétua... Me pergunto se ele poderia ser honesto sobre algo algum dia. - Talvez seja uma fachada – sugeriu Hannah sem convicção. - Talvez seja um homem diferente por dentro. - A maioria das pessoas não tem fachadas - disse Natalie - Oh , todo mundo pensa que há mais, mas quando você escava além da fachada, só há mais fachada. - Algumas pessoas são autênticas. - E essas pessoas são chatas. - Eu sou autêntica. - protestou Hannah. - Sim. Terá que trabalhar nisso, querida. Quando se é autêntica, não há mistério. E os homens amam o mistério de uma mulher. Hannah sorriu e abanou a cabeça. - Certamente que sim – assinalou. - Voume para a cama agora mesmo. - Depois de mudar e por uma camisola branca, ela foi para a pequena ante-sala deslizou na suave e limpa cama. Depois de um momento, ouviu Natalie murmurar - Boa noite, querida - e apagou a luz. Passou um braço debaixo do travesseiro, e se virou de lado e pensar nas palavras de Natalie. Não há dúvida de que Natalie tinha razão, Hannah não tinha nenhum ar de mistério. Além disso, não tinha sangue nobre, não tinha dote, não possuía uma grande beleza, não tinha nenhuma habilidade ou capacidade que pudesse distingui-la. E além dos Blandford, não tinha qualquer ligação significativa. Mas, ela tinha um coração quente e uma boa mente, e era decente. E seu sonho era ter uma casa e sua própria família algum dia. Não havia escapado que Natalie era uma privilegiada no mundo, as pessoas esperam encontrar a felicidade e o amor fora do casamento. Mas, seu maior desejo para ela de Natalie era que tinha que acabar com um marido com quem poderia

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partilhar alguma semelhança intelectual e do coração. E nesse ponto, seguia sendo altamente questionável quanto se Rafe Bowman tinha um coração.

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CAPÍTULO 6

Enquanto Lord Westcliff partilhava cigarros com Lord Blandford, Rafe foi com seu pai para ter uma conversa privada. Eles foram para a biblioteca, uma sala grande e bonita, era de dois andares com prateleiras de mogno que detinham mais de dez mil volumes. Um aparador havia sido construído para fazê-lo envergonhar-se com as prateleiras. Rafe se alegrou de ver que havia uma coleção de garrafas e destilados organizada na penteadeira de mármore superior. Teve a necessidade de tomar algo mais forte que o porto, e se encontrou com a garrafa de uísque. - Um duplo? Perguntou ao seu pai, que assentiu. Rafe tinha sempre odiado falar com seu pai. Thomas Bowman foi o tipo de homem que manipulava as mentes dos outros, e achava que sabia mais do que eles mesmos. Desde pequeno Rafe tinha feito o que ele pensava e, logo era punido por isso. Apenas parecia importar se havia feito algo bom ou mal. Só havia importado se era ou não o que o seu pai teria feito. E sempre, Thomas ameaçou deserdá-lo. Finalmente Rafe tinha-se rendido a ser condenado. E ele havia saído para fazer a sua própria fortuna, a partir de praticamente nada. Agora, enquanto ele se reunia com seu pai, Rafe queria a propriedade européia do Bowman, mas ele não ia vender sua alma para ele. Ele deu a seu pai um uísque e tomou um gole, deixando o doce sabor deste, rolar por sua língua. Thomas foi sentar-se em uma cadeira de couro ante ao fogo. Ele franziu a testa e verificou a posição de sua peruca na cabeça. Havia escorregado durante toda a noite. - Você pode amarrar uma linha com ele - Rafe sugeriu inocentemente, e obteve uma carranca feroz. - A tua mãe parece atraente. - Pai, eu acho difícil acreditar que algo postiço possa atrair mais de uma armadilha amorosa. - Rafe puxou a peruca e deixou-a cair em uma mesa próxima. Desista e sinta-se confortável, pelo amor de Deus. Thomas reclamou, mas não discutiu, relaxando em sua cadeira.

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Apoiando um braço contra a chaminé, Rafe considerou a seu pai com um leve sorriso. - Então? - Thomas exigiu as sobrancelhas erguidas expectativa. - Qual é a sua reação com Lady Natalie? Rafe levantou os ombros em um encolher de ombros preguiçoso. - Ela está bem Os cílios se apressaram para baixo. - Ela está bem? É tudo que pode dizer? - Lady Natalie é nem mais nem menos do que eu esperava - Depois de tomar outro gole de uísque, Rafe disse categoricamente: - Eu suponho que eu não me importaria de casar com ela. Embora eu não me interesse nem o mínimo. - Uma esposa não tem de ser interessante. Rafe, tristemente se perguntou se não havia mais que sabedoria oculta. Com uma esposa como Lady Natalie, não haveria surpresas. Seria um casamento tranqüilo e fictício, deixando tempo suficiente para ele, seu trabalho e atividades pessoais. Tudo o que teria que fazer seria oferecer um generoso banco de projetos e gerar filhos. Lady Natalie era agradável e bonita, seus cabelos loiros e lisos, e a sua maneira extraordinariamente segura de si mesma. Se alguma vez Rafe a levasse a Nova York, ela se resolveria muito bem com multidão de Knickerbocker. Sua educação equilibrada e a confiança a fariam muito admirada. Uma hora em sua companhia, e você sabia praticamente tudo o que devia saber dela. Enquanto Hannah Appleton era fresca e fascinante, e no jantar não tinha sido capaz de parar de olhar para ela. Ela não tinha a beleza meticulosa de Natalie. Em contraste, havia algo casual, alegre sobre ela, como um ramo de flores silvestres. Seu cabelo, que saltava em pequenas mechas em torno de seu rosto, o colocava locou, teve o desejo de estender a mão e brincar com os fios brilhantes. Ela tinha uma espécie de deliciosa vitalidade que ele nunca havia encontrado e que instintivamente o atraía. A sensação foi intensificada quando Rafe viu Hannah conversar francamente com Westcliff. Tinha sido alegre e adorável, o jeito que ela havia descrito a obra de Samuel Clark sobre o desenvolvimento da mente humana. Na verdade, ela o havia deixado tão absorto no assunto que ele tinha esquecido de comer, e depois olhou melancolicamente o prato de sopa ainda cheio, enquanto um lacaio o levava embora. – Você a cortejou, certo? - seu pai exigiu, dirigindo seus pensamentos para Lady Natalie. 43


Rafe olhou para seu pai fixadamente, sem qualquer expressão. - Mais cedo ou mais tarde. Como se supõe que consiga um anel, ou que já escolheu o que eu necessito? - Na verdade, sua mãe o comprou que ela pensava o que seria adequado. - Oh, por Deus. Quisera sugerir a ela por mim, e trazê-la para mim quando você tenha dado a sua resposta? - Ouso dizer que eu faria com uma maldita cara mais entusiasmada do que você - disse Thomas. - Vou lhe dizer o que eu faria com todo o entusiasmo, pai: estabelece a fabricação de sabão em larga escala em todo o continente. E eu não deveria se casar Lady Natalie. - Por que não? Por que deveria estar isento de pagar um preço? Por que não tentar me agradar? - Por quê? - Rafe deu-lhe um olhar severo. - Talvez porque me bateu na cabeça contra a parede por anos e nunca fez um nada por mim. A face de Thomas, sempre propensa a mudar facilmente a cor, tornou-se um tom de ameixa, quando começou a se irritar e seu temperamento estava se incendiando. - Foi uma prova para mim em todas as fases de sua vida. As coisas sempre vieram muito fácil para você e seus irmãos, mimados, que são todos criaturas preguiçosas que não querem fazer nada. - Preguiçoso? - Rafe lutou para manter seu auto-controle, mas as palavras saíram como um fósforo aceso num barril de pólvora. - Só você, Pai, pode ter cinco filhos decentes fazendo de tudo para impressioná-lo, e dizer que eles não estão fazendo o suficiente. Sabe o que acontece quando o senhor chama um ser inteligente, de estúpido, ou a um homem trabalhador, de preguiçoso? Ele faz entender que não há nenhum maldito ponto para obter sua aprovação. - Você sempre pensou que eu teria a minha aprovação, só porque você nasceu sendo um Bowman. - Eu não quero isto faz tempo - disse Rafe com os dentes cerrados, vagamente surpreso ao descobrir que a velocidade de seu temperamento não era muito diferente de seu pai. - Eu quero – o mesmo se verificado jogado a cabeça para trás e bebendo o resto de seu uísque, tragou dura ao sentir o ardor na garganta. Quando a sensação tinha desaparecido de sua garganta, seu pai lhe deu em seu lugar um olhar frio.

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- Vou me casar com Lady Natalie, não importa de qualquer maneira. Só ia acabar com alguém como ela. No entanto, pode reservar tua maldita aprovação. Tudo que eu quero é uma parte da empresa Bowman. Pela manhã os convidados começaram a chegar um clamor de elegantes famílias ricas e os seus criados. Os baús, malas e a carga expressa foram trazidos para casa em um desfile interminável. Outras famílias permaneceriam nas fazendas vizinhas, ou na hospedaria da cidade, indo e vindo a eventos que ocorriam na mansão. Depois que Hannah despertou pelos mesmos sons abafados que ficava mais além da ante-sala, ela não podia voltar a dormir. Com cuidado para não acordar Natalie, levantou-se e realizou as suas atividades matutinas, que culminou em uma trança presa em um nó na base do pescoço. Ela usava um vestido de lã verde ajustado, com a uma saia escocesa, que foi fechada na frente com botões pretos. Com o intuito de dar um passeio fora, ela puxou um par de botas de salto baixo e pegou uma manta de viagem, algo pesado. Stony Cross Manor era um labirinto de corredores e salas e quartos agrupados. Hannah cuidadosamente atravessou a extensa casa, parando ocasionalmente para pedir indicações a um dos criados que passava. De repente, ela encontrou a sala de jantar que estava congestionada e entupida de gente que ela não conhecia. Um grande buffet de havia sido posto, destacando o pescado, um pedaço de bacon frito, pão, ovos cozidos, saladas, bolos, e diversas variedades de queijo. Se serviu de uma xícara de chá e pouco de bacon em um pão, e deslizou após uma série de portas francesas que conduzem a um terraço. O tempo estava limpo e seco, o ar frio promovia uma névoa branca com a respiração. Jardins e extensões de pomares alongavam-se ante ela, tudo de um modo delicado e limpo. As crianças brincavam do outro lado do terraço, rindo, e correndo para frente e para trás. Hannah riu em silêncio, olhando-os correndo através da laje como um bando de gansos. Eles jogavam um jogo de golpe de pluma, que implicava duas equipes tentando manter uma pluma no ar durante várias voltas. Estando de pé a um lado, Hannah comeu seu pão e bebeu o chá. As travessuras das crianças cresceram, uma vez que eles saltaram e mandaram a pluma com um forte e ruidosos sopros. A pluma foi à deriva, em seguida, preguiçosamente para baixo. As meninas gritavam – Sopra, Stra, Sopra! São meninas contra meninos! Depois disso, não havia escolha. Lutando com um sorriso, Hannah apertou os lábios e exalou agudamente, enviando a pluma para cima em um redemoinho que a fez flutuar. Ela fez sua parte para que a pluma fosse à deriva, controlando uns poucos passos, aqui e ali, prestando atenção aos gritos encantados prazer de suas companheiras de equipe. A pluma navegava sobre sua cabeça, e ela a sustentou rapidamente, com o rosto virado para cima. Mas, se assustou ao sentir alguma coisa por trás colidir com ela, não era uma parede de pedra, mas era forte e flexível. As mãos de um homem se fecharam em torno de seus braços, garantindo o seu 45


equilíbrio. Acima de sua cabeça, o homem lançou um sopro que fez a pluma voar metade do caminho do terraço. Correndo e gritando, as crianças correram atrás dela. Hannah seguia aturdida pela colisão, mas mais ainda por ter reconhecido a sensação de Rafe Bowman. Os dedos de suas mãos, os músculos rígidos de seu peito sobre suas costas. A limpeza, o cheiro picante de seu sabão de barbear. Sua boca estava seca, provavelmente devido aos efeitos do jogo da pluma e tentou umidecê-la com a língua. - Que quantidade tão notável de ar o senhor é capaz de produzir, Sr. Bowman. - Rindo, ela cuidadosamente a virou para ele. Ele era tão grande e bonito, com uma posição relaxada que a achatou sobre a sua forma... - Bom dia para a senhorita também. - Ele lhe olhou insolentemente com cuidado. - Por que a senhorita não está ainda na cama? - Sou uma madrugadora - Hannah tinha decidido lançar a pergunta audaz, exatamente como ele tinha olhado antes. - Por que o senhor também não está? Um brilho divertido passou por seus olhos. - Não há motivo para ficar na cama quando estou só. Ela olhou ao redor para se certificar de que nenhuma das crianças poderiam ouvi-los. Os duendes haviam cansado do seu jogo e entraram na casa através das portas que levavam ao salão principal. – Suspeito que é uma rara ocorrência, Sr. Bowman. Seu tom de voz suave ocultou toda a sinceridade. – Raro, sim. Na maioria das vezes a minha cama é mais ocupada do que ovelhas no momento do corte. Hannah o viu com uma evidente aversão. - Isto não fala nada de bom para as mulheres com as quais se associa. Ou o Senhor por ser tão indiscreto. - Eu não sou indiscreto. Só que acontece que eu sou bom para encontrar mulheres que se encontram nos meus elevados padrões. E ainda mais agradável para convencê-las a entrar na minha cama. - E depois do corte. - Um sorriso triste cruzou seus lábios. - Se você não se importa, Stra. Appleton, eu retiro a minha analogia com ovelhas. Está ficando desagradável, até para mim. Gostaria de andar comigo? - Ela balançou a cabeça com espanto. - Com o senhor? ... Por que?

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- A Stra. está usando uma vestido e botas de caminhada. E suponho que queira saber a minha opinião sobre Lady Natalie. Mantenha perto de seu inimigo, e assim por diante. - Já sei qual é a sua opinião sobre Lady Natalie. Suas sobrancelhas levantadas. – A Stra.? Agora, insisto que fazer uma caminhada juntos. Estou sempre fascinado por ouvir as suas opiniões. Hannah considerou-o severamente. - Muito bem, - disse ela. - Primeiro recolherei a xícara de chá, e... – Deixa-a. - Em uma mesa aqui fora? Não, alguém tem que levá-la. - Sim. Que chamem algum criado. Quem, ao contrário da senhorita recebe um salário em troca. - Isso não significa que deixei o meu trabalho para que o faça alguém mais. Antes que ela pudesse recuperar a xícara, o Sr. Bowman a pegou. Eu cuido disso. Os olhos de Hannah se arregalaram quando o viu caminhar despreocupadamente através do corrimão de pedra. E suspirou ao ver como ele segurou a xícara de chá do outro lado e a deixou cair. O som de que algo se quebrava sova desde abaixo. - É isso - disse ele – um acidente. Problema resolvido. Hannah necessitou de três tentativas antes que ele pudesse falar - Por que você fez isso? Eu poderia facilmente ter levado para dentro! Ele parecia divertir com o seu espanto. - Eu teria pensado que minha falta de preocupação com bens materiais lhe agradaria. Hannah olhou fixadamente como se nele tivesse crescido chifres. - Eu não chamaria isso de despreocupação com bens materiais, mas sim uma falta de respeito por eles. E tão ruim quanto a valorização dos mesmos. A risada do Sr. Bowman desvaneceu-se quando percebeu a extensão da sua raiva. - Stra. Appleton, Stony Cross Manor tem pelo menos dez diferentes jogos de porcelana da China, cada uma com bastante xícaras de chá para ajudar a servir cafeína a todo Hampshire. Eles não carecem de xícaras aqui.

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- Isso não faz nenhuma diferença. Você não deveria ter quebrado. - O Sr. Bowman deu um suspiro sarcástico. - Sempre a senhorita tem uma grande paixão pela porcelana, Stra. Appleton? Sem dúvida, ele era o homem mais insuportável que ela já conheceu. - Tenho certeza que o senhor considerará um defeito que não me pareça ser divertido a destruição gratuita. - E eu tenho certeza - ele se virou para ela gentilmente - que a senhorita vai usar isso como uma desculpa para evitar passear comigo. Hannah o olhou por um momento. Ela sabia que ele tinha-se incomodado por dar tanta importância à perda de um pequeno artigo de porcelana que não faria nenhuma diferença no esquema das coisas. Mas, este foi o gesto grosseiro de um homem rico, deliberadamente destruindo algo sem qualquer motivo. O Sr. Bowman estava certo. Hannah tinha sido tentada a cancelar seu passeio, mas o desafio frio em seus olhos a havia tentado. Ele a tinha olhado, por um momento, como um aluno recalcitrante, que tinha sido capturado em uma travessura e agora aguardava a punição. - De jeito nenhum - disse ela. - Eu estou pronta para passear com o senhor. Mas eu queria que o senhor se abstivesse de quebrar algo mais ao longo do caminho. Ela teve a satisfação de ver que o havia surpreendido. Algo em seu rosto se suavizou, ele mostrou o seu interesse o que havia causado uma aceleração misteriosa dentro dela. - Não quebrarei mais coisas. - prometeu. - Bem, então. - Ela puxou o capuz de seu casaco e se dirigiram para as escadas que levavam do terraço ao jardim. Em uns poucos grandes passos o Sr. Bowman a alcançou. - Tome o meu braço – a aconselhou. -As telhas podem ser escorregadias. Antes de fazer isso, Hannah deslizou a mão no braço dele e acabou descansando suavemente, enquanto sorria, por debaixo de seu braço musculoso. Em seus esforços para evitar despertar a Natalie antes, havia esquecido suas luvas. - Haveria se alterado Lady Natalie? – o Sr. Bowman perguntou. - Sobre a xícara quebrada? - Hannah considerou isto durante um momento. Não creio. Ela provavelmente teria rido, e o teria lisonjeado.

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Ele fez um meio sorriso. - Não há nada absolutamente errado com elogios, Stra. Appleton. Isso me deixa muito feliz e manejável. - Não tenho nenhum desejo de manejá-lo Sr. Bowman. Não tenho certeza se o senhor vale o esforço. Seu sorriso desapareceu e sua mandíbula ficou tensa, como se ela tivesse tocado um nervo desagradável. - Vamos deixar isso para Lady Natalie, então. Atravessaram uma abertura em um trecho antigo perto de uma cerca e começaram a caminhar ao longo da estrada de cascalho. Os arbustos cuidadosamente aparados e a vegetação eram uns dos montículos que pareciam bolos gigantes. As chamadas trepadeiras de flutuavam em um bosque próximo. Uma galinha magricela ciscando perto do chão, suas asas tensas em V largo, como se buscasse uma presa. Apesar de ter sido bastante agradável agarrar-se no braço forte de Sr. Bowman, Hannah retirou sua mão. - Agora – disse o Sr. Bowman cuidadosamente – diga-me o que pressupõe que é a minha opinião sobre a Stra. Natalie. - Não tenho dúvida de que ela lhe agrada. Penso que o senhor está disposto a casar-se com ela, porque ela satisfaz às suas necessidades. É óbvio que ela facilitará seu caminho na sociedade e dar-lhe crianças loiras, e é suficientemente bem-educada para olhar para o outro lado quando o senhor seja infiel. - Por que a senhorita está tão segura de que serei infiel? – o Sr. Bowman perguntou, parecendo mais curioso que indignado. - Tudo o que tenho visto do senhor até agora confirma que não é capaz de ser fiel. - Eu poderia ser, se encontrasse a mulher adequada. - Não, o senhor não iria - disse ela com muita certeza. – Ser fiel não tem nada a ver com a mulher, isso depende inteiramente de seu caráter. - Meu Deus, você é teimosa. Deve aterrorizar quase todo homem que você conhece. - Não conheço muitos homens. - Isso explica, então. - Explica o quê? - Por que a senhorita nunca tinha sido beijada antes. Hannah parou e virou-se para enfrentá-lo. – Como sabia que...?

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- O homem tem mais experiência - disse - ele pode facilmente descobrir a falta dela em alguém. Eles chegaram a uma pequena clareira, no centro foi uma fonte de sirene, cercada por um círculo de bancos baixos de pedra. Hannah subiu em dos bancos e, lentamente, e saltou sobre o pequeno espaço entre o banco ao lado. O Sr. Bowman a seguiu imediatamente, andando ao lado dos bancos com ela, em que fazia um círculo ao redor deles. - Então o seu Sr. Clark nunca a cortejou? Hannah sacudiu a cabeça, com a esperança de que ele atribuísse o aumento de cor a fria temperatura. - Ele não é meu Sr. Clark. Como para fazer um avanço... Não estou inteiramente segura... Uma vez que... – Consciente do que estava prestes a confessar, ela fechou a boca com um estalo. - Oh, não. Não pode me deixar suspenso. Diga o que ia dizer. - Bowman deslizou os dedos debaixo do cinto de tecido do vestido dela e a segurou firmemente, o que a obrigou a parar. - Não faça isso - disse ela, ofegante, franzindo a testa de sua vantagem superior sobre o banco. O Sr. Bowman pôs as mãos em sua cintura e girou para o chão. Ele se manteve firme contra ela, suas mãos levemente agarradas a seus lados. - O que ele fez? Você quis dizer algo indecente? Ele olhou debaixo do seu sutiã? - Sr. Bowman - ela protestou com um cenho desamparado. – Faz aproximadamente um mês, o Sr. Clark estava estudando um livro de frenologia, e ele perguntou se eu podia sentir meu... O Sr. Bowman não tinha ouvido tudo, e seus olhos já se coloriam enquanto se alargavam ligeiramente. - Seu o quê? - Meu crânio - Vendo sua expressão branca, Hannah continuou a explicar. – A Frenologia é a ciência de analisar a forma do crânio de alguém e... - Sim, eu sei. Cada medida e cada recesso deve significar alguma coisa. - Sim. Então o deixei avaliar minha cabeça e fazer um cartão de qualquer formação que revelaria meus traços de caráter. O Sr. Bowman parecia infinitamente entretido. - E o que descobriu o Sr. Clark? - Parece que tenho um cérebro grande, uma natureza amorosa e constante, uma tendência a ser prejudicada, e um caráter forte. Infelizmente, há também um

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ligeiro estreitamento da parte de trás do meu crânio que indica uma tendência criminosa. Ele riu com prazer. - Eu deveria ter adivinhado. São sempre os de aspecto inocente os que são capazes do pior. Aqui, deixe-me senti-lo. Quero saber como é feito uma mente criminosa Hannah esquivou rapidamente quando ele ia alcançá-la. - Não me toque! - A senhorita já deixou um homem acariciar seu crânio - disse ele, depois se afastou dela. - Não faz diferença que permita a alguém mais fazê-lo. Hannah percebeu que ele estava brincando com ela. Apesar de ter sido totalmente inadequado, ela sentiu um riso escapar por cima de seus sentimentos de cautela e ansiedade. - Examine sua própria cabeça - ela gritou, enquanto fugia do outro lado da fonte. - Eu tenho certeza que há um grande número de massas criminais no senhor. - Os resultados seriam tendenciosos - disse ele. - Recebi muitos golpes na cabeça durante a minha infância. Meu pai disse aos meus tutores que era bom para mim. Embora as palavras foram faladas levianamente, Hannah parou e sentiu um lampejo de compaixão. – Que triste foi a sua infância. O Sr. Bowman parou diante dela novamente. - Não é nada, eu merecia. Eu tenho sido mau desde o nascimento. - Nenhuma criança é ruim, sem uma razão. - Ah, eu tinha um motivo. Como eu não tinha nenhuma esperança de alguma vez me fazer de modelo que meus pais esperavam, eu decidi ir por outro caminho. Estou convencido de que só a intervenção da minha mãe, impediu meu pai de amarrar-me a uma árvore na beira da estrada com uma nota de "Levem-no para o orfanato.." Hannah riu ligeiramente - Algum de seus irmãos agrada a seu pai? - Não especialmente. Mas, ele tem esperança que em meu cunhado Matthew Swift. Inclusive antes de se casar com Daisy, Swift tornou-se um filho para meu pai. Trabalhava para ele em Nova York. Um homem muito paciente, o Sr. Swift. Caso contrário, não poderia ter sobrevivido por tanto tempo. - Seu pai tem muito gênio? - Meu pai é o tipo de homem que poderia atrair um cachorro com um osso, e quando o cachorro estivesse chegando, golpearia-lhe com ele. E logo teria um acesso de raiva, se o cão não se apressar volta para ele. 51


Hannah ofereceu o braço novamente e se dirigiram de volta para casa. - Seu pai arranjou um casamento entre sua irmã e o Sr. Swift? - Sim, mas que de alguma forma parece ter se tornado um amor compartilhado. - Isso acontece às vezes - disse sabiamente. - Só porque algumas pessoas fazem frente ao inevitável, se convencem eles mesmos de que se gostam simplesmente para tornar a situação aceitável. Hannah fez uma tsk tsk suavemente com a língua. – O senhor é um cínico Sr. Bowman. - Eu sou realista. Ela deu-lhe um olhar curioso. – O senhor crer que pode se apaixonar por Natalie? - Eu provavelmente poderia cuidar dela - disse rapidamente. - Quero dizer o verdadeiro amor, do tipo que faz você se sentir desenfreado, alegria, desespero e tudo isso ao mesmo tempo. O amor que inspira fazer qualquer tipo de sacrifício para o bem de alguém. Um sorriso sardônico curvou seus lábios. - Por que eu iria querer sentir-me assim por minha esposa? É a ruína de um matrimonio perfeito. Caminharam pelo jardim de inverno, em silêncio, enquanto Hannah estava lutava com a certeza de que era ainda mais perigoso, muito ruim para Natalie, do que ela pensava. Natalie poderia ser ferida e desiludida com um marido que nunca confiaria. - O senhor não é adequado para Natalie - disse de maneira péssima. Quanto mais o conheço, mais segura estou disso. Desejaria que a deixasse sozinha. Deveria encontrar outra filha de um nobre que poderia tomar como presa. Rafe parou com ela ao lado de uma cerca. - Isso é um pouco arrogante, - ele disse calmamente. - A presa não é minha eleição. Estou apenas tratando fazer o melhor em minhas circunstâncias. E se Lady Natalie me aceita, não é a senhorita quem, poderá se opor. - Meu amor por ela me dá o direito de dizer algo. - Talvez não é afeto. Tem certeza, senhorita, de que não está falando por causa dos ciúmes? - Ciúmes? De Natalie? Está louco para sugerir tal coisa.

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- Ah, eu não sei - disse ele com doçura implacável. – É possível que está cansada de estar em pé a sua sombra. Olhando para o sua prima em todos seus melhores enfeites, sendo admirada e solicitada, ao mesmo tempo que a senhorita permanece no outro lado da sala com as viúvas e as floreios. Hannah balbuciou com indignação, um de seus punhos se apertou como se o fosse bater. Bowman capturou facilmente seu pulso, a direção de um dedo levemente sobre os nós dos dedos brancos. Seu riso macio, zombando em seus ouvidos. - Aqui - disse colocando o dedo dentro de seus dedos. - Nunca tente acertar alguém com seu polegar estendido, senão o quebrará dessa maneira. - Deixe-me - ela gritou, puxando com força seu pulso preso. - A senhorita não estaria tão zangada se eu não tivesse golpeado um nervo – zombou ele. - Pobre Hannah, sempre de pé no canto, esperando a sua vez. Direi-lhe algo, a senhorita tem mais ou igual do sangue azul que Natalie. A senhorita foi feita para algo melhor que isso! - Chega! - Uma esposa para conveniência e uma amante para o conforto e prazer. Não é assim que a aristocracia faz? Hannah enrijeceu todas as partes, e começou a ofegar quando o Sr. Bowman a atraiu a seu grande e poderoso corpo. Ela parou de lutar, reconhecendo que tais esforços eram inúteis contra a sua força. Seu rosto virou para ele, e mudou-se quando sentiu a boca quente acariciando a curva da orelha dela. - Eu deveria fazê-la minha amante – sussurrou o Sr. Bowman. - bonita Hannah. Se a senhorita fosse minha, eu a colocaria sobre lençóis de seda e a enrolaria em cordões de pérolas, e a alimentaria de mel em uma colher de prata. Claro, a senhorita não poderia fazer todas as suas decisões magnânimos se a senhorita fosse uma prostituta... mas a sehorita não teria que se preocupar. Sentiria o prazer, Hannah, cada noite, toda noite, até que a senhorita esquecesse seu próprio nome. Até que estivesse disposta a fazer coisas que lhe impressionaria na luz do dia. A libertinagem desde sua cabeça até os inocentes dedos de seus pezinhos. - Ah, o desprezo - ela gritou contorcendo desesperadamente contra ele. Ela tinha começado a sentir verdadeiro medo, não só de seu forte apertam e palavras insultantes, mas também dos choques de calor que a atravessavam de lado a lado. Depois disso, ela nunca seria capaz de enfrentá-lo novamente. Que erro provavelmente o que ele queria. Um som suplicante vindo de sua garganta quando ela sentiu um beijo suavemente investigando a depressão embaixo de sua orelha. 53


- A senhorita me deseja - ele murmurou. Em uma mudança de humor desconcertante, ele deixou sua oferta, viajando com seus lábios lentamente ao longo do pescoço. – Admita isso, Hannah, apele a suas tendências criminosas. E a senhorita decisivamente traz o pior em mim. - Ele deslizou a boca em seu pescoço, parecendo saborear as ondas rápidas, respiração instável. - Beije-me - ele sussurrou - Apenas uma vez, e a deixo ir. - O senhor é libertinho depreciável, e... - Eu sei. Eu sou... Tenho vergonha de mim mesmo. - Mas ele não parecia de todo envergonhado. E não soltou a sua espera. - Um beijo, Hannah. Ela podia sentir seu pulso repercutindo em todos os lugares, o ritmo de seu sangue que golpeava com força em sua garganta e de todos os pontos mais profundos do corpo. E mesmo em seus lábios, a superfície delicada estava tão sensível que o toque de seu próprio fôlego era insuportável. Estava frio em todos os lugares onde eles pressionavam-se, e no espaço entre as bocas a névoa onde misturava suas expirações. Hannah olhou para a sombra de seu rosto e pensou rapidamente. Não o faça, Hannah, não o faça, e logo ela terminou fazendo de todos os modos, colocando-se na ponta dos pés para atrair sua boca a seus lábios trêmulos. Ele a abraçou, sustentando-a em seus braços e boca, tendo um grande e faminto gosto. Ele a aproximou mais, até que um de seus pés ficou entre os seus, sob as saias, e seus seios fartos e se pressionando contra peito. Foi mais que um beijo... tratava-se de uma fila interrompida de beijos, a doce e quente sensação de seus lábios e a sensação de embriaguez em sua língua... Uma de suas mãos subiu ao seu rosto, acariciou-a gentilmente, isto lhe enviou um calafrio entre seus ombros e costas. As pontas dos seus dedos exploraram as linhas da mandíbula, o seu lóbulo da orelha, enquanto seu rosto corava. Sua outra mão subiu, e seu rosto foi saudado por seus dedos suaves, enquanto os lábios dele foram à deriva sobre seu rosto... uma roce suave sobre as suas pálpebras, um golpe seu nariz, uma última mordiscada persistente de sua boca. Ela aspirou e engoliu o ar fresco do inverno, dando boas-vindas ao encher seus pulmões. Quando ela finalmente se virou e olhou para ele, ela esperou que ele parecesse satisfeito ou arrogante. Mas, para sua surpresa, seu rosto estava tenso, e havia uma preocupação em seus olhos pensativos. - A senhorita quer que eu peça-lhe perdão? - ele perguntou. Hannah se afastou dele, esfregando seus braços que a coçavam por suas mangas. Ela estava mortificada pela intensidade de seu próprio impulso para pressionar-se contra a dureza quente e atrativa de seu corpo.

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- Eu não vejo o propósito disso - ela disse em um tom de voz baixo. - Não é como se o senhor de verdade o pensasse. - Deu-se a volta e começou a caminhar de maneira apressada para a casa, rezando silenciosamente para que ele não a seguisse. E sabendo que qualquer mulher tola o suficiente para se enredar-se com ele não iria ser melhor que a xícara de chá quebrada no terraço.

CAPÍTULO 7

Quando Hannah entrou na sala, o ar quente fez o seu rosto formigar. Ela ficou de costas para o hall de entrada, tentando evitar a multidão de convidados recémchegados e os criados. Era um grupo luxuosamente vestido, as damas com jóias brilhantes e vestidas em camadas e camadas de casaco de peles. Natalie acordaria logo, e ela geralmente começava cada dia com uma xícara de chá na cama. Com tanta atividade, Hannah era cética de que ela era capaz de invocar uma criada. A seu juízo, considerou ir à sala de café da manhã para pegar uma xícara de chá para Natalie e levá-la para cima ela mesma. E talvez também de uma para Lady Blandford... - Stra. Appleton - Uma voz vagamente familiar veio da multidão, e um cavalheiro avançou para cumprimentá-la. Foi Edward, Lord Travers. Hannah não esperava que ele viesse para Stony Cross Park para as férias. Ela sorriu carinhosamente, a pressão diminuiu seu peito conturbado. Travers era um cavalheiro confortavelmente subserviente, seguro de si mesmo e de seu lugar no mundo, cortês em cada átomo de seu ser. Ele era tão conservador em sua forma e aparência que era quase surpreendente de ver de perto que seu rosto ainda era sem rugas e não tinha um cabelo branco em seu cabelo castanho cortado rente. Travers era um homem forte, honrado e a Hannah sempre tinha gostado dele tremendamente. - Milord, que agradável é vê-lo por aqui. Ele sorriu. - E você encontrar a senhorita toda resplandecente, como sempre. Espero que a senhorita conte com boa saúde? E os Blandford e Lady Natalie? - Sim, estamos todos muito bem. Não creio que Lady Natalie soubesse de sua chegada iminente, ou ela teria mencionado. - Não - Travers confessou - eu não tinha planejado vir para aqui. Meus relacionamentos em Shropshire me esperavam. Mas, tive medo de que eu não preponderara sobre Lord Westcliff por um convite para Hampshire. - Fez uma pausa, 55


tornando-se sóbrio. – A senhorita verá, me interei dos projetos de Lord Blandford relativos à sua filha e... ao americano. - Sim, o Sr. Bowman. - Meu desejo é ver a Stra. Natalie feliz e bem acompanhada - disse Travers silenciosamente. – Não posso conceber como Blandford poderia pensar que este acordo seria melhor para ela. Desde que ela não poderia estar mais de acordo sem criticar seu tio, Hannah murmurou suavemente – Também estou inquieta com isso, milord. - Certamente Stra. Natalie confia em você. O que ela disse sobre isso? Ela gosta desse americano? - Ela está disposta a considerar o partido para agradar lord Blandford Hannah confessou. - E também... o Sr. Bowman ainda não fez o pedido . - Ela parou e piscou quando viu Rafe Bowman em frente do lado oposto da sala, conversando com seu pai. - Na verdade, o Sr. Bowman se encontra bem ali. - É ele o pouco corpulento? - Travers perguntou esperançosamente. - Não, meu senhor. Esse é o Sr. Bowman seu pai. Seu filho, é o atol, e é o cavalheiro com quem Lord Blandford deseja comprometer em matrimonio com Lady Natalie. Com um simples olhar, Travers observou tudo o que ele precisava saber. Rafe Bowman era extremamente bonito, o poder que emanava da presença do seu corpo não era menos evidente por sua postura que conservava relaxada. Seus cabelos pretos, grossos que o vento agitava desgrenhando-o, sua pele é infundida com uma cor saudável que contrastava com o ar exterior. Aqueles olhos de carvão negro lançou um olhar ao redor da sala, em nova avaliação, enquanto um sorriso imperceptível curvava os lábios cruéis. Ele observou de um modo tão predador que isso o fez recordar de sua evasiva gentileza assustara ainda mais a Hannah. Para alguém como Lord Travers, um rival, como Bowman era seu pior pesadelo. - Oh, querida – Hannah o escutou reclamar suavemente. - Sim.

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Evie entrou no salão de baile levando uma pesada cesta dupla de alças. - Aqui estão os últimos deles - disse ela, chegando apenas da cozinha, onde ela e duas criadas da cozinha haviam estado enchendo pequenos cones de papel com nozes e frutas secas, e amarrando-os fechados com fitas vermelhas. - Espero que isso seja suficiente, considerando que são grandes o suficiente para... - Ela parou e deu Annabelle um olhar desconcertado - Onde está Lillian? - Aqui, - veio a voz abafada de Lillian debaixo da árvore. - Estou arrumando a saia da árvore. Não, que isso importe, já que porque dificilmente se pode observá-la. Annabelle sorriu, estando nas pontas dos pés tentando amarrar uma boneca de pano em um pequeno no galho mais alto que podia alcançar. Vestida de branco neve, com seu cabelo em cachos cor de mel e bochechas rosadas pelo esforço excessivo, ela parecia um anjo de Natal. - Pensa que deveríamos ter escolhido uma árvore tão grande, querida? Estou com medo de que enfeitá-la nos tome desde este momento até que seja Noite de Reis, para que possamos terminar a decoração. - Tinha que ser alta, - disse Lillian saindo lentamente de debaixo da árvore. Com umas agulhas de pinheiro preso em seu cabelo preto e pedaços de algodão que se aderiram ao vestido, ela não se parecia em nada com uma condessa. E o sorriso que ela tinha no rosto, pode-se dizer que ela pouco se importava, - A sala é tão grande, que teria parecido tolo colocar uma pequena. Durante as próximas duas semanas, vários eventos teriam lugar no salão de baile, incluindo um majestoso baile, alguns jogos e entretenimentos para os aficionados e uma magnífica e grandiosa esfera de Noite feliz. Lillian estava determinada de que a árvore teria que ser tão esplêndida quanto possível, para aumentar a atmosfera festiva. Entretanto, decorar a árvore ia ser mais difícil do que Lillian tinha pensado. Os criados estavam tão ocupados com o trabalho doméstico que nenhum deles poderia ser dispensado de suas funções para ajudar com esses detalhes adicionais. E a partir do momento em que havia proibido Westcliff de que Lillian e suas amigas subissem em alguma escada ou tamborete que fosse alto, a metade superior da árvore se encontrava, neste momento, completamente nua. Para piorar a situação, a nova moda de vestidos trazia umas mudanças nas mangas, as quais era finas, sujeitas pelos ombros, impedindo qualquer dama de tratar de alcançar algo mais elevado que o nível do ombro. Quando Lillian surgiu debaixo da árvore, todos ouviram o som de tecido rasgando. - Ah, inferno - Lillian exclamou, voltando-se para ver o buraco debaixo da sua manga direita. - Este é o terceiro vestido que eu rasgado nesta semana. - Eu não gosto deste novo estilo de mangas - comentou Annabelle tristemente, flexionando seus braços graciosamente com o seu alcance limitado de 57


movimento. - É muito chato estar incapacitada para alcançar ali em cima. E também é incomodo suspender a Isabella quando o tecido se aperta na borda do meu ombro assim. - Irei procurar uma agulha e linha - Evie disse virando-se para pegar uma caixa de suprimentos estava no chão. - Não, trás as tesouras, - disse Lillian decisivamente. maliciosamente, Evie obedeceu. - O que eu faço com elas, onde corto?

Sorrindo

Lilian levantou o braço tanto quanto ela era capaz. - Cortar este lado para combiná-lo com outro. Sem piscar um olho, Evie cuidadosamente recortou um buraco debaixo da manga de alguns centímetros ao longo da emenda, expondo um clarão branco de pele. - Estou finalmente livre! - Lillian levantou os dois braços em direção ao teto, como se algum primitivo adorador do sol, o tecido encontrava-se aberta em sua axila. - Eu me pergunto se eu poderia começar uma nova moda? - Roupas com buracos? – Annabelle perguntou. - Duvido que isso seja possível, querida. - É tão fascinante para mover os braços e ser capaz de alcançar as coisas. Lilian pegou as tesouras. - Você quer transformar o seu vestido também, Annabelle? - Não se aproxime de mim com essas coisas - Annabelle disse com firmeza. Ela sacudiu sua cabeça com um sorriso divertido, enquanto olhava como Evie levantava solenemente seus braços para que Lillian pudesse cortar buracos debaixo de suas mangas. Esta era uma das coisas que ela adorava de Evie, quem era tímida e absolutamente correta, mas estava preparada para participar algum plano selvagem, pouco prático ou aventureiro. – Vocês perderam a cabeça? - Annabelle perguntou, rindo. - Oh, que tão má influência ela tem em você, Evie. - Ela é casada com St. Vicent, que é a pior influência possível - Lillian protestou. - Quanto dano que eu poderia fazer depois disso? - Depois de flexionar e balançar seus braços, esfregou as mãos. - Agora, de volta ao trabalho. Onde está a caixa de velas? Vou colocar mais deste lado. - Cantemos para matar o tempo? - Annabelle sugeriu, enquanto amarrava um anjinho de manta de algodão e um lenço de renda sobre a ponta de um galho. As três moveram ao redor da árvore, como se fossem algumas abelhas operárias, cantando "Twelve Days of Christmas". A música e o trabalho estavam avançando de maneira formidável, até que elas chegaram à estrofe do Nono do dia. - Eu tenho certeza de que eles são damas bailando - disse Annabelle. 58


- Não, não, são cavalheiros saltando - Lillian lhe assegurou. - Trata-se de damas Evie. Não concorda? - Lembre-se que eu sou sempre a pacificadora - Evie murmurou, - Mas não importa qual seja lhes garanto. Basta escolhermos uma delas e... - Supõe-se que os cavalheiros devem ir entre as damas e a donzelas - insistiu Lillian. Eles começaram a discutir, enquanto Evie tratava de sugerir, em vão, que elas deveriam abandonar essa música em particular e começar com o "Deus é do descanso feliz dos senhores" ou "O Primeiro Natal". Mas como estavam tão imersas no debate, de maneira completa, ninguém foi consciente de todas as pessoas que estavam entrando na sala até que elas escutaram a voz de uma mulher que estava rindo. -Lillian, cabeça oca, como de costume você se equivocou nessa estrofe. São dez cavalheiros saltando. - Daisy – gritou Lillian e se lançou com uma corrida louca para sua irmã mais nova. Elas eram muito unidas, tendo, compartilhando sua mútua e constante companhia desde que ela pudesse se lembrar. E cada vez que algo engraçado, assustador, maravilhoso ou terrível tinha acontecido, Daisy foi sempre a primeira pessoa a Lillian dizia tudo. Daisy gostava de ler, depois de ter alimentado sua imaginação com tantos livros que, no caso de colocá-los um atrás de outro provavelmente se estenderiam de um extremo a outro da Inglaterra. Ela era encantadora, caprichosa, amante da diversão, mas... e aqui a coisa mais estranha que tinha Daisy... era uma pessoa solidamente racional, sendo sempre tão perspicaz que quase sempre tinha razão discernível em tudo o que lhe dizia. Não mais que três meses Daisy casou-se com Matthew Swift, que era sem dúvida a pessoa favorita de Thomas Bowman no mundo. A princípio Lillian se opôs fortemente contra a união, sabendo que seu dominante pai dominador o tinha controlado. Temendo de que Daisy fosse forçada a se casar sem amor com um jovem ambicioso que jamais a valorizaria. Entretanto, eventualmente, ao longo do tempo observou que Matthew realmente amava Daisy. Esse havia sido um longo caminho para suavizar os sentimentos de Lillian para com ele. Haviam chegado a uma trégua, entre ela e Matthew, em seu afeto mútuo compartilhavam por Daisy. Rodeando seus braços em torno da forma esguia e pequena Daisy, Lillian curvou-se para trás para vê-la. Daisy nunca havia estado em tão bom aspecto, seu cabelo castanho escuro se encontrava em tranças intrincadas, e seus olhos cor de gengibre brilhavam de alegria. 59


- Agora as férias finalmente podem de começar - disse Lillian com satisfação e contemplou a Matthew Swift, quem tinha colocado em pé ao lado delas depois de saudar a Annabelle e Evie. - Feliz Natal, Matthew. - Feliz Natal, milady - respondeu ele dobrando-se facilmente para beijar a bochecha oferecida. Ele era um homem alto, bem estruturado, com herança irlandesa em seu tom de pele, cabelo preto e olhos azuis celeste. Matthew tinha a natureza perfeita para lidar com o temperamento do Sr. Bowman, diplomático e responsável, com um bom senso de humor. - Verdade que é realmente dez damas bailando? - Lillian perguntou, e Swift externou um sorriso. - Milady, nunca fui capaz de lembrar de qualquer parte dessa canção. - Sabes... - Annabelle disse pensativa - Sempre compreendi porque os cisnes nadam e os gansos recostam. Mas por todos os céus, porque saltam os cavalheiros? -Eles vão em busca das Damas - disse Swift razoavelmente. - Na verdade creio que a música refere-se aos bailarinos das danças populares, que eram utilizados para entreter entre cada prato dos banquetes, que eram muito longos, - Daisy os informou - E saltar era uma espécie de dança ou baile? - Lillian perguntou de maneira intrigada. - Sim, o faziam com grandes espadas, como uma espécie de rituais primitivos de fertilidade. - Uma mulher culta é uma criatura perigosa - Swift disse rapidamente com um sorriso, inclinando-se para pressionar os lábios contra os cabelos de Daisy. Satisfeita pelo óbvio carinho que ele professava a sua irmã, Lillian disse com muito afeto - Graças a Deus que você está aqui, Matthew. Meu pai comportando-se como um autêntico tirano, e você é o único que pode apaziguá-lo. Ele e Rafe estão enfrentando-se a cada momento. E a maneira como eles se fulminam com o olhar, estou surpresa de que eles ainda não ardam em chamas. Swift franziu a testa - Vou falar com seu pai sobre esse assunto ridículo do casamento. - Parece que isto se já tornou um evento anual - disse Daisy - Depois que casamos no ano passado, agora ele quer forçar Rafe a se casar com alguém. O que diz a mãe sobre isso? 60


- Muito pouco - respondeu Lilian - É difícil dizer quando está babando em cima. Para a nossa mãe lhe agradaria sobre tudo ter uma nora aristocrática sobre a qual se gabaria e se mostraria a suas amizades. - O que sabemos sobre Lady Natalie? - Perguntou Daisy. - Ela é uma garota muito bonita - disse Lillian – Gostaria dela, Daisy, não se preocupe. Mas, eu teria prazer em matar nosso pai, tornando o casamento uma condição para a Rafe a participar no negócio da família. - Ele não deveria ter que se casar com alguém... - Swift comentou com uma carranca prostrada na testa. - Precisamos de alguém para estabelecer novas fábricas... e não sei de ninguém além de seu irmão, que entende dos negócios bem o suficiente para realizá-los. O diabo sabe que eu não posso fazer... tenho minhas mãos cheia e ocupada em Bristol. - Sim, bem, mas o nosso pai tem feito o casamento com Lady Natalie uma exigência inegociável - Lillian disse, franzindo a testa. - Especialmente porque nosso pai vive para a oportunidade de fazer qualquer coisa para seus filhos façam qualquer coisa que ele queiram, que velho mais intrometido... - Se ele pode ouvir e atender alguém - Daisy interrompeu – esse é Matthew. - Vou sair para procurá-lo agora - disse Matthew – Ainda não o vi mesmo. Ele sorriu ao antigo grupo de Floreios e acrescentou em tom de brincadeira, preocupa-me deixá-las juntas as quatro senhoras. Não inventarão nenhum plano maquiavélico, certo? - Claro que não! - Daisy deu-lhe um pequeno empurrão em direção à entrada do salão de baile. - Prometo que vamos ser perfeitamente pacíficas. Vai e encontra o nosso pai e veja se ele já pegou fogo, por favor apague rapidamente. - Claro - mas antes de sair, Matthew chamou a sua esposa ao lado da sala Por que elas tem buraco em seus vestidos? - Tenho certeza que há uma explicação perfeitamente razoável - ela sussurrou ao ódio e apertou um fugaz beijo em sua mandíbula. Regressando para as demais, Daisy abraçou Annabelle e Evie. - Eu trouxe um monte de presentes para cada um de vocês - disse ela. - Bristol é um ótimo lugar para fazer compras. Apesar de lhes dizer que foi muito difícil encontrar presentes para seus maridos. Eles parecem ter tudo que um homem pode desejar. - Incluindo a umas maravilhosas esposas - Annabelle disse sorrindo.

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- Tem acaso o Sr. Hunt caixa para os palitos? - Daisy perguntou. - Eu comprei uma bela de prata gravada para ele. Mas se ele já tem um, também trouxe presentes alternativos. - Eu não acho que tenho uma destas - disse Annabelle. - Mas eu vou perguntá-lo quando chegar. - Ele não veio com você? O sorriso de Annabelle voltou-se nostálgico. - Não, e eu odeio estar longe dele. Mas a demanda de produção de locomotivas tornou-se tão grande que o Sr. Hunt sempre está enterrado com o trabalho. Ele está fazendo entrevistas com algumas pessoas para que elas possam ajudar a levar a carga de trabalho, mas enquanto isso... - ela suspirou e deu de ombros impotentemente - estou ansiosa para que chegue depois do fim de semana, assim ele pode se livrar de seu trabalho - E o St. Vicent? – Daisy perguntou a Evie. - Ele está aqui? - Evie negou com a cabeça, a luz se deslizava sobre seu cabelo vermelho, fazendo-o refletir como se fosse um rubi. - Seu pai es-está doente, e St. Vicent pensou que era necessário visitá-lo. Embora os médicos do duque externaram que sua condição não era nada sério, mas na sua idade nunca se sabe. St. Vicent planeja para ficar com ele pelo menos, três ou quatro dias, e logo virá diretamente para Hampshire. - Apesar dela ter tentando parecer normal, havia uma sombra de melancolia em sua voz. De todas as antiga floreios e seus cônjuges, a relação de Evie com St. Vincent tinha sido a menos provável, e a mais difícil de conceber. Eles não eram publicamente demonstrativos, mas podia-se sentir que sua vida privada era íntima mais além das medidas comuns. - Oh, quem precisa dos maridos? - Annabelle disse alegremente, enquanto deslizava um braço ao redor dos ombros de Evie. - É claro que temos mais do que suficiente para nos manter ocupadas até que eles voltem.

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Capítulo 8

Era a tortura particular de Hannah ter que fazer de acompanhante e, portanto, obrigada a sentar-se ao lado de Natalie durante a noite musical naquela noite, enquanto Rafe Bowman estava do outro lado de Natalie. As harmonias entrelaçadas dos dois sopranos, barítono e um tenor eram acompanhados por piano, flauta e violinos. Muitos dos filhos mais velhos tinham permissão para sentarse nas últimas filas da sala. Vestidos em suas melhores roupas, as crianças sentaram eretas e fizeram sua melhor tentativa para não perturbar, sussurrando. Hannah pensou com ironia que as crianças estavam se comportando muito melhor do que seus pais. Havia um murmúrio constante de fofocas entre os adultos, especialmente nos momentos de silêncio entre a apresentação musical. Observou que Rafe Bowman tratava Natalie com uma cortesia impecável. Ambos pareciam encantados. Discutiram as diferenças entre Nova York e Londres, e descobriram que tinham gostos semelhantes em livros e música, e ambos eram apaixonados equitação. A maneira que Bowman tinha de tratar Natalie era tão encantadora que, se Hannah não o houvesse conhecido antes, poderia ter dito que era um perfeito cavalheiro. Mas ela o conhecia melhor. E Hannah se deu conta que era uma das muitas pessoas na sala que prestavam atenção nas interações entre Bowman e Natalie. Estavam os Blandford, é claro, e os pais de Bowman, e Lord Westcliff que, ocasionalmente, lançava olhares especulativos sutilmente a esposa, com um leve sorriso nos lábios. Mas, a pessoa que prestava maior atenção era o Sr. Travers, sua expressão estóica, seus olhos azuis estavam preocupados. Isso fez doer o coração de Hannah ao compreender que existia um homem que gostava muito de Natalie, e com muito pouco incentivo poderia amá-la apaixonadamente. E, entretanto, todos os sinais indicam que provavelmente escolheria a Bowman em vez dele. Natalie, não era tão sábia como pensava que era, pensou ela, pensativa. Escolha o homem que fará sacrifícios por você, que te ame por quem você é e não pelo que ganharia casando-se contigo. A pior parte da mais tarde para Hannah veio depois que a apresentação foi concluída, quando a grande multidão dispersou e diversos grupos decidiam aonde ir. Natalie distanciou-se de Hannah para o lado, os olhos azuis faiscando de excitação. - Em poucos minutos, eu vou sair de mansinho com Bowman, - ela sussurrou. - Vamos nos reunir em particular na parte inferior do terraço. Assim disfarce, e se alguém perguntar onde estou, dar-lhe alguma desculpa e... 63


- Não, - Hannah disse suavemente, revirando os olhos. - Se a vê com ele, causará um escândalo. Natalie riu. - Qual é o problema? Provavelmente vou-me casar com ele de qualquer modo. - Hannah sacudiu a cabeça obstinadamente. Suas experiências com Bowman não havia deixado dúvidas de que ele se aproveitaria de Natalie. E poderia ser culpa de Hannah por permitir que acontecesse. – Pode encontrá-lo na parte inferior do terraço, mas eu vou contigo. - Natalie sorriso desvaneceu-se. - Agora que você decidiu ser uma acompanhante vigilante? Não. Não me ponha limites. Sempre fui bondosa contigo. Portanto, não faça uma cena e me deixe ir. - Eu vou protegê-la dele - Hannah disse severamente. - Porque se o Sr. Bowman te compromete, não terá mais escolha. Terá que se casar com ele. - Bem, claro que não vou considerar um compromisso sem descobrir como se beija. – Os olhos de Natalie se estreitaram. - Não fique no meu caminho, Hannah. Deixar-nos a sós. Mas Hannah insistiu. Finalmente, ela estava infelizmente, ao lado do terraço inferior, enquanto Natalie e Rafe Bowman conversavam. Bowman parecia inalterado pela presença de Hannah. Mas, Natalie estava furiosa, sua voz ligeiramente cáustica, observou em voz alta - "ninguém nunca pode falar sobre algo interessante quando uma dama de companhia está presente", ou "certas pessoas nunca sabe quando ficar no seu lugar". Sem nunca antes ter sido alvo de mau humor de Natalie, Hannah estava confusa e magoada. Se Hannah estava em débito com Natalie porque a menina sempre tinha sido gentil com ela, o oposto também era verdade: Hannah sempre tentou tornar a vida mais agradável para Natalie. - Não é aborrecido, Sr. Bowman, - disse Natalie, - quando as pessoas insistem estar quando não são bem-vindos? - Hannah levantou-se. Esta foi a última gota. Acima tinha sido encarregada com a responsabilidade de cuidar e fazer de acompanhante de Natalie, ela não permitiria ser objeto de insultos. Antes de que Bowman pudesse dizer algo, Hannah falou friamente. – Os deixarei com a privacidade que claramente desejam, Natalie. Não tenho nenhuma dúvida de que o Sr. Bowman fará o melhor. Boa noite. Deixou o terraço inferior, cheios de insultos e mortificações. Como não podia se unir a qualquer das reuniões sem levantar suspeitas sobre o paradeiro de Natalie, sua única opção era deitar-se, ou encontrar um lugar para sentar-se sozinha. Mas

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ela não estava nem um pouco sonolenta, não com a raiva fervendo em suas veias. Talvez ela pudesse encontrar um livro para manter-se ocupada. Foi para a biblioteca, olhou silenciosamente, espreitando a porta para ver quem poderia estar lá dentro. Um grupo de crianças estava reunido dentro, a maioria delas sentadas no chão, enquanto um homem maior e barbudo estava sentado em uma cadeira estofada. Ele tinha um pequeno livro impresso em ouro em suas mãos, procurando os óculos. - Leia, vovô - uma criança gritou, enquanto outro suplicava, - Continue! O senhor não pode deixar-nos ali. - O velho suspirou - Quando eles começaram a fazer as palavras tão pequenas? E porque a luz aqui é tão pouca? Hannah sorriu com simpatia e entrou na sala. - Eu posso ser útil, senhor? - Oh, sim. - Com um olhar agradecido, ele se levantou da cadeira e lhe entregou o livro. É uma obra de Charles Dickens, chamada Canção de Natal. Foi publicado faz dois anos, publicou a história do resgate tinha sido um sucesso imediato e que reacendeu a alegria daqueles cínicos no Natal e todas as suas tradições. - Poderia ler um pouco? - O velho perguntou. - Meus olhos estão cansados. E eu quero me sentar perto do fogo e acabar o meu ponche. - Adoraria, senhor. - Tomando o livro, Hannah olhou com desconfiança para as crianças. - Posso? Clamando todos ao mesmo instante disseram – Oh, sim! - Não perca a página, senhorita! - O primeiro dos espíritos veio - disse uma das crianças. Instalando-se na cadeira, Hannah encontrou a página da correta, e começou. “Você é o espírito, senhor, cuja vinda foi-me anunciada - perguntou Scrooge. "Eu sou." A voz era suave e gentil. Singularmente baixa, como se em vez de ser ao lado dele, estava fora. "Quem, e o que é você?" exigiu Scrooge. "Eu sou o Fantasma do Natal Passado" Olhando à sua volta, Hannah mordeu os lábios para não esboçar um pequeno sorriso quando viu as crianças hipnotizadas e os estremecimentos encantados que eles mostravam com a sua representação de uma voz fantasmagórica. Assim, continuou lendo, a magia das palavras do Sr. Dickens criou um feitiço sobre eles e aliviado a dúvida e a raiva no coração de Hannah. E ela se lembrou de

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algo que tinha esquecido: o Natal não era apenas um único dia. Natal era um sentimento. Desde então, não teria sido um calvário beijar Lady Natalie. Mas, Rafe se absteve de tomar qualquer liberdade, principalmente, porque ela parecia tão determinada a atraí-lo. Depois de Hannah tinha ido do terraço inferior, Natalie tinha ficado na defensiva e tímida, dizendo que os homens tinham a sorte de não ter de ir a todas as partes com acompanhantes necessárias para qualquer lugar que fossem, porque às vezes era enlouquecedor. E Rafe estava de acordo realmente de que isso na realidade devia se bastante inconveniente, mas, ao mesmo tempo acreditava que a Stra. Appleton parecia uma companhia tolerável. - Oh, a maioria do tempo Hannah é encantadora - disse Natalie. - Pode ser sim um pouco burguesa, mas que era esperado. Vem do lado pobre da família, e é uma das quatro irmãs solteiras, não tem irmãos. E a sua mãe morreu. Eu não quero parecer condescendente, mas se eu não tivesse pedido a meu pai que a queria como minha acompanhante, poderia ter sofrido anos de trabalho duro para cuidar de suas irmãs. E depois que nunca gasta um xelin em si mesma... meu pai deu-lhe uma atribuição ... herda minhas roupas, e partilhamos quase tudo o que é meu. - Isso é muito generoso de sua parte. - Não, em absoluto – disse ela despreocupadamente - A quero ver feliz. Talvez eu estivesse um pouco raivosa faz um momento, mas ela não estava sendo razoável. - Temo que eu tenha que discordar - Rafe disse – A Stra. Appleton é um bom juiz de caráter das pessoas. Natalie sorriu excêntrica. - Disse que ela estava correta em sua avaliação de você? - Ela se aproximou, - seus lábios macios e convidativos. - O que, vai tirar proveito de nossa retirada? - Eu odeio ser tão previsível - ele disse com pesar, divertido com sua raiva fingida. - Portanto... não. Devemos entrar antes que comecem as fofocas. - Não tenho nenhum medo de fofocas, - disse ela, colocando a mão no braço dele. - Então a senhorita, todavia não fez nada ainda que possa se torna objeto de fofocas. - Talvez seja apenas que eu não tenha sido capturada, - Natalie disse isso modestamente, rindo.

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Era mais fácil gostar Lady Natalie, que era inteligente e bonita. E não seria difícil ir para cama com ela. Casar-se com ela dificilmente seria um preço a pagar, para conseguir o trato comercial que ele desejava com seu pai. Oh, era um pouco mimada e irritante, sem dúvida, mas não mais que a maioria das mulheres jovens de sua posição. Além disso, sua beleza, promoveriam conexões e reproduziria que ele teria uma esposa a quem outros homens invejariam. Quando caminharam pelo corredor, eles passaram pela porta aberta da biblioteca, onde havia recentemente falado com seu pai. Uma cena muito diferente saudou seus olhos agora. A luz quente que brilhava o recinto fazendo sombras nos cantos, servindo como um brilho silencioso sobre a habitação. Hannah Appleton estava sentada em uma poltrona grande, lendo em voz alta, cercada por um grupo de crianças ansiosas para ouvir. Um homem idoso estava de cabeça para abaixada para o fogo, o queixo apoiado na amplitude de seu peito. Ele estava roncando, quando era um menino travesso, estava prestes a fazer cócegas em seu queixo com uma pena. Mas, o menino propenso deixou-se, absorvido na história de Ebenezer Scrooge e sua visita por um espírito de Natal. Rafe não tinha lido o furiosamente livro popular, mas reconheceu a história depois de ouvir algumas linhas. Canção de Natal havia sido citado e discutido em sua crescente fama e tinha sido rejeitado por Rafe. Ele o tinha considerado como algo muito doce e sentimental, não merecedor de perder tempo com aquele livro. Mas quando olhou para Hannah, seu rosto suave e alegre, e ouviu as inflexões vivazes de sua voz, não pode sair da sala. Acompanhado pelo espírito do Natal Passado, Scrooge estava vendo como era um estudante, só e isolado durante os dias de festa até que sua irmã mais nova tinha chegado reunir-se com ele “- Sim!” disse a moça, cheia de alegria. ”Uma casa, para que esteja com nós sempre, sempre. Papá é muito mais carinhoso do que nunca e nossa casa se parece com o céu. Falou tão docemente uma noite quando ia para cama, que não teve medo de pedir-lhe uma vez mais permissão para voltar para casa: disse-me que sim e me mandou em uma carruagem para te buscar...” Tomando consciência de sua presença na entrada, Hannah olhou para ele brevemente. Ela logo sorriu a Natalie. Mas, sua expressão era mais cautelosa quando olhou para Rafe. Voltando sua atenção para o livro, e continuou lendo. Rafe foi consciente do nó curioso e quente que ele sentia quando estava perto de Hannah. Ela parecia uma fada encantadora, sentada na poltrona brincando com o pé no chão. Ele queria brincar com ela, beijá-la, pegar as forquilhas de seu cabelo brilhante e penteá-lo com os dedos. 67


- Vamos - Natalie sussurrou. Rafe sentiu o desconforto de uma leve picada. Natalie queria ir para outro lugar e continuar sua conversa, e o flerte, e talvez experimentar os prazeres adultos que eram novos para ela e tão detestavelmente familiares para ele. - Ouça um momento, - ele sussurrou, levando-a para o quarto. Natalie era inteligente demais para mostrar a sua impaciência. - É claro - o seguiu, e graciosamente sentou na cadeira desocupada. Rafe se sentou na mesa, inclinando um ombro contra a parede e gravou seu olhar em Hannah quando a história continuou. “Scrooge viu mais coisas de seu passado, incluindo o feliz baile de Fezziwig. Uma cena cheia de dor continuou, nas que é confrontado por uma jovem mulher que o amava, mas que havia aceitado agora que seu desejo para a riqueza era superado por qualquer outra coisa. "-Talvez, a experiência do passado faz-me supor, isto os produza aflição. Em breve, muito em breve, expulsaremos toda a memória dele, alegremente, como expulsa a memória de um pesadelo, do qual surge felizmente a alegria de quando se desperta. Que você seja feliz na vida que você escolheu! E ele saiu. “ “- Espírito - disse Scrooge, - não me mostre mais coisas! Leve-me para casa.” A Rafe não gostava de sentimentalismos. Tinha visto e experimentado o suficiente do mundo para resistir ao apelo das histórias sentimentais em excesso. Mas enquanto ele estava de pé, escutando Hannah, sentiu um calor inexplicável espalhando dentro dele, e não tinha nada a ver com o crepitar do fogo na casa. Hannah lia a história de Natal com uma convicção e um prazer que era genuíno demais para ele resistir. Queria estar sozinho com ela e ouvir sua voz encantadora, suave durante horas. Queria colocar a cabeça no seu colo até que pudesse sentir a curva da sua coxa contra o sua bochecha. Como Rafe olhava para ela fixamente, ela sentiu como se despertava a excitação, o aumento em uma cálida ternura e uma dor de saudade. Um pensamento horrível passou por sua mente, o desejo de ser filha de Blandford, em vez de Natalie. Doce Deus, ela poderia casar-se com ele no ato. Mas isso era impossível, para não dizer nada justo para Natalie. E pensar que ele lhe fez sentir o salafrário que Hannah acusava de ser. Quando Hannah terminou o segundo capítulo, e rindo, prometeu às crianças que gritavam, que ela iria ler mais na noite seguinte, Rafe pediu um desejo por outra pessoa pela primeira vez em sua vida... esse era para que Hannah algum dia encontrasse um homem que a amasse.

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Depois de elogiar o desempenho dos cantores e músicos e liderar um grupo de damas para o salão de chá, Lillian voltou a salinha. Alguns dos convidados ainda estavam ali reunidos, incluindo seu marido, que estava situado na esquina, falando reservadamente com Eleanor, Lady Kittridge. Tentando ignorar a pontada de fria no estômago, Lillian foi para Daisy, que tinha acabado de falar com algumas crianças. - Olá, querida - Lillian disse, forçando um sorriso. - Gostou da música? - Sim, muito. - Cravando o olhar no seu rosto, Daisy perguntou diretamente. O que acontece? - Está tudo bem. Nada de nada. Por que você pergunta? - Quando você sorri assim, é porque está preocupada com alguma coisa, ou está metida em algo. - Eu não estou metida em nada. Daisy olhou para ela com preocupação. - O que é então? - Você vê a mulher com quem Westcliff está falando? - A bela loira com a figura impressionante? - Sim - Lilian respondeu amargamente. Daisy esperou pacientemente. - Eu suspeito... - Lillian começou e ficou surpresa ao sentir sua garganta se fechando e uma pressão quente acumulando por trás de seus olhos. Sua suspeita era terrível demais para dizê-la em voz alta. Seu marido estava interessado em outra mulher. Não acreditava que tiveram algo, era um homem de honra, em absoluto. Ele nunca trairia sua esposa, por mais forte que fosse a tentação. Lillian sempre soube que seria fiel, ao menos fisicamente. Mas ela queria que seu coração, tudo, e ver os sinais de sua atração por outra pessoa, faziam que Lillian quisesse morrer. Todos disseram ao principio que Conde de Westcliff e uma herdeira americana impetuosa era o casal mais improvável que se poderia imaginar. Mas depois de um curto período de tempo, Lillian havia falado que sob o caráter reservado de Marcus, existia um homem de paixão, ternura e diversão. E por sua vez, Marcus parecia gostar de sua irreverência e sua natureza alegre. Os dois anos de casamento tinham sido a coisa mais maravilhosa que Lillian poderia ter sonhado. Mas, recentemente Westcliff tinha começado a prestar atenção à Lady Kittridge, uma atrativa jovem viúva que tudo em comum com ele. Era elegante, aristocrática, inteligente e, além disso tudo, ela era uma amazona notável que 69


compartilhava a paixão de seu falecido marido pela criação de cavalos. Os cavalos dos estábulos de Kittridge eram os mais belos descendentes de raça do mundo, com uma doçura e delicadeza de caráter e de uma anatomia espetacular. Lady Kittridge era a mulher perfeita para Westcliff. No princípio Lillian não havia se preocupado com a relação entre Lady Kittridge e seu marido. As mulheres estavam sempre se insinuando a Westcliff, que era um dos homens mais poderosos da Inglaterra. Mas então a correspondência começou. E logo, ele foi visitá-la, aparentemente para aconselhá-la sobre certos assuntos financeiros. Finalmente Lillian tinha finalmente começado a experimentar a dor aguda dos ciúmes e da insegurança. - Eu... eu nunca mais fui capaz de acreditar que o Marcus é realmente meu, admitiu humildemente a Daisy. - É a única pessoa, além de você, que alguma vez realmente me amou. Todavia parece-me um milagre que ele me deu de querer o bastante para casar-se comigo. Mas agora eu penso... eu tenho medo... de que ele pode estar cansado de mim. Daisy arregalou os olhos - Então você está dizendo que pensa que ele... e Lady Kittridge... Lillian sentiu calor nos olhos e visão embaçada. - Eles parecem ter uma afinidade - disse ela. -Lillian, é uma louca - sussurrou Daisy. - Westcliff te adora. Você é a mãe de sua filha. - Não disse que penso que ele está sendo infiel - Lilian respondeu. - É muito honrada para isso. Mas eu não quero que a deseje. - Reduziu a freqüência de suas... bem, o atenções conjugais? Lillian corou um pouco quando se considerou a questão. - Nem um pouco. - Bem, isso é bom. Em alguns dos romances que eu li, o cônjuge infiel presta menos atenção à sua esposa após o início da infidelidade. - O que mais eles dizem as novelas? - Bem, às vezes o marido infiel pode começar a usar um novo perfume, ou um novo nó em sua gravata. A carranca preocupada apareceu na frente de Lillian. - Eu nunca notei seu nó de gravata. Terei que começar olhá-lo mais atentamente. - E desenvolvem um desinteresse no horário de sua esposa. - Bem, isso não ajuda... Westcliff sempre foi desinteressado pelo horário de todos. 70


- Você conhece alguns truques novos? - Que tipo de truques? - Daisy baixou a voz. - No dormitório. - Oh, Deus! É que um sinal de infidelidade? - Lillian lhe deu um olhar triste. Como romancistas sabem destas coisas? - Fale com ele - Daisy pediu-lhe gentilmente. - Discuta seus medos. Estou segura que Westcliff nunca desejaria fazer algo que te causasse dano, querida. - Não, nunca deliberadamente - Lillian concordou, seu sorriso tornou-se frágil. Ela olhou por uma janela perto, no exterior da negra e fria noite. - Está ficando mais frio. A neve é esperada para o Natal, certo?

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CAPÍTULO 9

Embora Hannah e Natalie decidiram tacitamente terminar a disputa da noite anterior, as relações entre elas ainda eram tensas no dia seguinte. Por isso, Hannah estava aliviada ao não ser incluída quando Natalie e Lady Blandford foram com um grupo de damas em um passeio animado de carruagem pelo campo. Outras mulheres decidiram permanecer no Stony Cross Manor, para conversar sobre o chá e bordados, enquanto um contingente significativo de cavalheiros foram desfrutar de um festival de cerveja em Alton. Deixando de lado suas ocupações, Hannah explorava a casa em seu tempo livre, entrou na galeria para ver belas pinturas. Ela também visitou o jardim de inverno, aproveitando o ar temperado com cítricos e louro. Era uma sala muito quente, com grades de ferro para suportar o calor das estufas em um piso baixo. Em seu caminho para a pista de dança foi abordada por uma criança pequena que a reconheceu como uma das crianças que a tinha ouvido ler. O menino parecia apreensivo e incerto, correndo pelo corredor em uma linha irregular. Ele pegou um pau de brinquedo na mão. - Olá! Está perdido? - Hannah perguntou, agachando-se para ficar ao nível dele. - Não, senhorita. - Qual é seu nome? - Arthur, senhorita. - Não me parece muito feliz Arthur. Aconteceu alguma coisa? Ele balançou a cabeça - Eu brinquei com algo que não deveria, e agora está encravado me darão uma surra por isso. - O que é? - perguntou com simpatia. - Onde você estava jogando? - Eu vou lhe mostrar. Ele pegou sua mão com impaciência e puxou-a para frente. Hannah foi voluntariamente. - Aonde vamos? - A árvore de Natal. - Ah, bom. Conheço o caminho. 72


Arthur a levou para o salão de baile, que, felizmente, para seu bem, estava vazio. A árvore de Natal era muito grande, com uma decoração brilhante na metade inferior, mas ainda vazia na metade superior. - Alguma coisa está presa na árvore? - Hannah perguntou, confusa. - Sim, senhorita, ali. Apontou a uma parte mais alta. - Não vejo nada... Oh, meu Deus, o que é isso? Algo escuro e peludo pendurado no galho, algo que parecia um ninho. Ou a de um roedor morto. - É a peruca do Sr. Bowman. Hannah arregalou os olhos. - A sua peruca? Mas porquê... Como? - Bem - disse Arthur razoavelmente - eu o vi tirando uma soneca no sofá da biblioteca, e sua peruca estava pendurada em sua cabeça, e eu pensei que seria divertido para jogar. Portanto, eu fui jogar com meu estilingue, mas foi muito alta, em cima da árvore de Natal, e não pude alcançá-lo. Eu ia colocá-la de volta no Sr. Bowman antes que ele acordasse, eu ia fazer de verdade! – olhou esperando – A senhorita pode pegá-la? Nesse momento Hannah virou-se e cobriu o rosto com as mãos, e ela estava rindo tanto que era muito difícil para respirar. - Eu não devia rir, - ela engasgou, - ah, eu não devia... – Mas por mais que ela tratava de sufocar sua risada, pior ficava, até que ela ser forçada a limpar seus olhos na manga. Quando ela tinha se acalmado um pouco, olhou para Arthur, que olhava para ela com a testa franzida, e que quase a fez voltar a rir. Com um esconderijo potencial sobre sua cabeça, ele não encontrava a situação quase tão engraçada como ela achava. - Desculpe - ela conseguiu dizer. – pobre Arthur. Pobre Sr. Bowman! - Sim, eu vou pegá-la, custe o que custar tenho que fazê-lo. A peruca tinha que ser recuperada, não só por causa de Arthur, mas também para poupar o embaraço do Sr. Bowman. - Já tentei as escadas, - disse Arthur. – Entretanto, mesmo quando eu cheguei ao topo, não consegui alcançá-la. - Hannah viu a escada próxima apreensiva. Era uma reta, extensível. - A senhorita não é muito grande - disse Arthur duvidoso – Não creio que possa chegar ali. Hannah sorriu. - Pelo menos posso tentar. - Juntos, eles reposicionaram a escada próximo a um dos assentos de nichos na parede. Hannah tirou os sapatos. Tomando cuidado para não pisar na barra da saia, ela subiu a escada, hesitando apenas brevemente antes de continuar até o topo. Mais e mais alto, até que ela 73


chegou ao topo da escada. Ela chegou até a peruca, só para descobrir com decepção que ela estava a cerca de 15 cm fora de seu alcance. - Maldição – murmurou ela – Está quase ao meu alcance. - Não vai cair - disse Arthur. - Talvez deveria descer agora. - Não posso deixar ainda. - Hannah olhou desde a escada e a plataforma, havia uma borda saliente que sobressaia na parede. Isto era aproximadamente um pé mais alto que o topo da escada tocava - Sabe, - disse, pensativa - Se eu estivesse de pé sobre aquela borda, acho que poderia alcançar a peruca do Sr. Bowman. - Com cuidado se lançou, avançou e levantou-se e caminhou lentamente pela borda, puxando a massa de suas saias com ela. - Eu não sabia que as mulheres tão velhas como a senhorita pudessem escalar, - disse Arthur, olhando impressionado. Hannah deu um sorriso triste. Concentrando-se no seu equilíbrio, ela se levantou e chegou para se inclinar até peruca. Para sua decepção, estava muito alto. - Bem, Arthur, a má notícia é que eu ainda não posso alcançar. A boa notícia é, você tem um estilingue muito eficaz. O garoto suspirou. - Eu vou levar uma surra. - Não necessariamente. Vou pensar em alguma maneira de recuperar. Enquanto isso... – Arthur - outro garoto apareceu na entrada do salão. - Todo mundo está procurando você, ele disse sem fôlego. - O professor disse que se você está atrasado para a aula, e ele está cada vez mais irritado a cada segundo que passa. - Oh, raios - murmurou Arthur. - Eu tenho que ir, senhorita. Pode descer daí sozinha? - Sim, eu estarei bem, - disse Hannah. – Vamos anda, Arthur ande para não chegar-te tarde para suas aulas. - Obrigado - ele gritou e correu para fora da sala. A voz de seu companheiro estava no corredor. - Por que ela está lá em cima...? Hannah se movia lentamente até as escadas. Antes que ela subisse, a extensão média caiu, clack-clack-clack ruidosamente através do salão de baile. Deixando-a sem fala, Hannah ficou chocada o topo da escada estava muito abaixo dela. - Arthur? - Chamou, mas não houve resposta. Hannah percebeu que estava num beco sem saída. Como havia chegado sua manhã pacífica a converter-se nisso, ela presa na metade da altura do salão de baile sem nenhuma maneira de descer, e mais da casa estava vazia! Por tentar salvar ao Sr. Bowman da vergonha, tinha caído nela 74


mesma. Porque quem a encontraria seguramente não ia ficar em silêncio sobre o assunto, e a história iria se repetir indefinidamente, até que fosse alvo do escárnio das festas de Natal. Hannah suspirou. - Olá - chamou e esperou. - Alguém pode me ouvir? - Não houve resposta. - Merda - disse ele com veemência. Era a pior palavra que ela sabia. Uma vez que parecia ter uma longa espera até que alguém viesse em seu socorro, considerou o ato de sentar na borda. Mas era bastante limitado o espaço. Se perdesse o equilíbrio, ela certamente iria quebrar algo. Entediada, mortificada e ansiosa, esperou e esperou até que tinha certeza que tinha passado pelo menos um quarto de hora. A cada poucos minutos pedia ajuda, mas a casa era um silêncio mortal. Quando ela estava beirando a auto-piedade e com uma grande frustração, alguém veio até a entrada. Ela pensou que era um criado a princípio. Ele estava vestido com uma informalidade espantosa, uma calça preta e a mangas da camisa arregaçadas, revelando um par de antebraços poderosos. Mas quando ele entrou na sala com um passo relaxado, ela reconheceu a maneira pela qual ele se movia, e fechou seus olhos enfermos. - Tinha que ser o senhor - ela resmungou. Ela ouviu seu nome falado em um tom excêntrico, e abriu os olhos para ver Rafe Bowman, que estava de pé debaixo dela. Havia uma expressão impar em seu rosto, uma mistura de entretenimento e confusão e algo que parecia preocupação. - Hannah, o que diabos está fazendo aí? Ela estava muito ansiosa para reprová-lo pelo uso de seu nome. - Eu estava tentando alcançar algo - ela disse brevemente. - A escada desabou. O que você está fazendo aqui? - Fui contratado pelas floreios para ajudar a decorar a árvore. Como os lacaios estão ocupados, precisavam de pessoas grandes que poderiam subir as escadas. - Fez uma pausa. - Não parece qualificada para isso, carinho. - Eu subi perfeitamente bem. - Hannah estava toda vermelha, dos seus cabelos até os dedos dos pés. - É apenas por isto que representa um problema. E não me chame de "carinho" e... Que quer dizer, com floreios? Bowman tinha ido para a escada e começou a subi-la até ao centro de extensão - É o nome que a minhas irmãs e suas amigas tontas deram ao seu grupo. Que importância tem? 75


- Nenhuma importância. - Ele sorriu abertamente. Tenho medo que não possa ajudar-lhe a descer até que me diga. Hannah desejava dizer-lhe para ir embora, ela preferiria esperar durante dias antes de aceitar a sua ajuda. Mas, ela estava cansada de ficar de pé na maldita borda. Vendo sua hesitação, Rafe disse casualmente. - Outros entrarão aqui a qualquer momento. E eu provavelmente não deveria mencionar que tenho uma excelente vista de debaixo de suas saias. Tomando um grande incentivo, Hannah tentou juntar seu vestido mais estreitamente ao seu redor, e seu equilíbrio falhou e bamboleou. Bowman amaldiçoou, e seu divertimento desapareceu - Hannah pare. Eu ainda não cheguei aí. Vou aí para te ajudar. - Eu posso fazer sozinha. Apenas tem que aproximar a escada de mim. - Ao inferno. Não vou correr o risco de quebrar seu pescoço. - Depois de ampliar a escada em seu comprimento total, Rafe chegou com uma velocidade surpreendente. - Talvez esta feche novamente, - Hannah disse nervosamente. - Não, não. Há um suporte de ferro de cada lado da metade da escada. Provavelmente não se fixou-se no lugar antes, quando subiu. A senhorita deve sempre assegurar-se de que esse suporte está bem fechado antes de subir. – Eu não penso em subir nunca mais – disse com veemente sinceridade. Rafe sorriu. Estava no topo da escada agora, com uma mão estendida. Pouco a pouco, agora. Pegue minha mão e mova-se com cuidado. Coloque o pé nesse degrau e se vire-se para a parede. Vou ajudá-la. Quando Hannah fez isso, lhe ocorreu que a logística de descer era um pouco mais difícil do que se pensava. Sentiu uma onda de gratidão por ele, principalmente porque ele era muito melhor do que ela esperava. Sua mão era muito forte esta fechou-se em torno da dela, e sua voz era profunda e ela conseguiu subir na escada. - Tudo bem. Já a tenho. Agora, dê um passo em minha direção e coloque seu pé... não, não aí, mais alto... isso. Lá vamos nós. Hannah estava então totalmente na escada, e ele a dirigiu até abaixo de seus braços prendendo-a neles, seu corpo era como uma gaiola, quente. Ela estava de costas para ele, olhando fixamente para os degraus da escada, enquanto ele estava 76


pressionando toda por trás dela com seu corpo. Quando ele falou, seu hálito era quente contra sua bochecha. - A senhorita está a salvo. Descanse um momento. - Ele deve ter sentido o frio que sentiu. - Tranquila. Não vou deixar você cair. Ela queria dizer-lhe que não tinha medo de altura em absoluto. Era a estranha sensação de estar suspensa e, entretanto, sentir o delicioso aroma dele, tão limpo e masculino, e a pressão dos músculos dele que ela podia sentir através da roupa fina de sua camisa. Uma onda de calor começou a se desenvolver dentro dela, espalhando-se lentamente. - A escada vai segurar nós dois? - Ela conseguiu fazer a pergunta. - Sim, ele poderia facilmente sustentar meia dúzia de pessoas. - Sua voz era tranquilamente reconfortante, as palavras eram como uma suave caricia sobre sua orelha. - Vamos passo a passo. - O senhor cheira a menta – disse ela com admiração, e girou a cabeça o suficiente para olhá-lo mais facilmente. Um erro. Seu rosto estava ao seu nível, tais como aqueles olhos quentes e escuros, como os cílios de seda preta. Esse cara forte, cinzelado, talvez demasiada angular, como a linha de desenho de um artista que não foi suavizada. Ela não podia deixar de se perguntar o que estava por baixo de sua fachada dura, resistente, invulnerável, que o poderia ser um dia de sensível. - Eles estão fazendo os bastões de caramelos na cozinha. – Seu hálito era uma brisa quente, doce de menta contra seus lábios. - Eu comi alguns pedaços - Você gosta de doces? - ela perguntou insegura. - No geral, não. Mas, sou aficionado pelo de menta. - Ele desceu um degrau, e convenceu-a a seguir. - A peruca, - protestou Hannah, embora ela desceu com ele. - O que? - Rafe seguiu seu olhar, viu a peruca de seu pai, pendurada em um galho e fez um nó garganta. Fez uma pausa na subida, e inclinou a cabeça para o ombro de Hannah e lutou para reprimir uma gargalhada que ameaçava derrubar ambos da escada. - É o que estava tentando alcançar? Bom Deus. - Ele a estabilizou com uma das mãos quando ela estava à procura de equilíbrio. -Deixando de lado a questão de como chegou lá primeiro lugar, por que correr o risco de quebrar o pescoço por um pedaço de pêlo morto? 77


- Eu queria evitar a vergonha de seu pai. - Que uma alma doce, - ele disse suavemente. Temendo que zombava dela, Hannah se retorceu ao redor dele. Mas, ele estava sorrindo, acariciando-a com os olhos, sua expressão deu origem a uma série de agitações quentes em seu estômago. - Hannah, a única forma de evitar a vergonha do meu pai é manter longe dele essa peruca. - É muito lisonjeiro - ela admitiu. - Alguém lhe disse? - Sim, mas ele se recusa a aceitar o fato de que há duas coisas que o dinheiro não pode comprar. - A felicidade e o cabelo real. - É cabelo real – disse - Ele não pensa que iria crescer por si mesmo. Bowman riu e desceu mais um degrau. - Por que ele não é feliz? - Hannah se atreveu a perguntar. Rafe examinou a questão por tanto tempo que eles tinham atingido o chão quando ele respondeu. - Essa é uma questão universal. Meu pai dedicou sua vida para alcançar o sucesso. E agora ela está mais rico do que Creso, ainda não se sente satisfeito. Ele é dono de estábulos completos de cavalos, quadras inteiras cheia de carros, ruas, todos com os edifícios... E muito mais mulheres que qualquer homem deveria ter. Tudo o que me leva a crer que nenhuma pessoa ou coisa será suficiente para ele. E ele nunca será feliz. Uma vez que eles estavam no chão, Hannah virou-se para enfrentá-lo plenamente, estava de pé somente com as meias em seus pés. - É esse o seu destino também, Sr. Bowman? - perguntou - Nunca ser feliz? - Ele desviou o olhar, sua expressão era difícil de interpretar. - Provavelmente. - Desculpe - disse ela com cuidado. Pela primeira vez desde que ela tinha conhecido o Sr. Bowman, ela parecia não ter palavras. Seu olhar fixo era profundo e escuro e volátil e ela sentia os dedos dos pés contra o chão desnudo. Experimentou a sensação de que às vezes ela tinha quando tinha estado fora no frio e na umidade, e veio com um copo de chá doce... quando o chá estava tão quente que quase queimava ao beber, e mesmo a combinação de doçura e queimação era muito deliciosa para resistir. - Meu avô me disse uma vez, - comentou - que o segredo da felicidade é simplesmente deixar de buscá-la. 78


Rafe continuou olhando fixamente, como se estivesse memorizando algo, absorvendo alguma coisa. Ela sentiu um aperto gostoso entre eles, como se o próprio ar os empurravam juntos. - É o que a senhorita faz? - ele perguntou com voz rouca. - Não a busca? - Sim, eu penso que sim. - Não penso que possa parar. – seu tom era reflexivo - Isto é uma crença popular entre os americanos, a senhorita sabe. A busca da felicidade. Está na nossa Declaração de Independência, como um fato. - Então, eu suponho que tem que obedecê-la. Ainda que penso que seja uma lei idiota. – Um rápido sorriso cruzou seu rosto. - Isso não é uma lei, que é um direito. Bem, independentemente do que é, o senhor não pode ir buscar a felicidade como se isso fosse um sapato que a senhor perdeu debaixo da cama. O senhor já a tem? Somente tem que desejar ser. – Ela fez uma pausa e franziu o cenho. - Por que o senhor balançou a sua cabeça assim? - Porque conversar com a senhorita me recorda travesseiros bordados que sempre colocam nas cadeiras das salas Ele estava zombando dela novamente. Se ela estivesse usando um par de botas resistentes, provavelmente teria chutado-o nas canelas. Depois de olhar para ele com uma careta, virou-se para procurar seus sapatos descartados. Percebendo o que ela ia fazer, Bowman inclinou para pegar seus sapatos. Em um movimento rápido, ele se ajoelhou no chão, na sua extensão coxas. - Deixe-me ajudar. Hannah estendeu seu pé, e ele colocou o sapato nele com cuidado. Ela sentiu o leve toque de seus dedos em seu tornozelo, o fogo suave que correu nervo a nervo, até parecia que todo o seu corpo foi aceso. Sua boca ficou seca. Ela olhou para baixo ao grande palmo de seus ombros, a forma como seu cabelo liso caia, a forma de sua cabeça. Ele abaixou o pé no chão e alcançou o outro. Se surpreendeu ao sentir a suavidade de seu toque. Não tinha pensado que um homem tão grande podia ser tão suave. Ele colocou o sapato em seu pé, e descobriu que a borda superior da parte de cima do couro havia dobrado na parte de trás, e virou o polegar na parte interna do calcanhar para ajustá-la. Nesse momento algumas pessoas entraram na sala. O som das mulheres de repente cessou abruptamente. Lady Westcliff, Hannah olhou para ela com consternação. Como devia de parecer a cena deles? - Desculpe - disse a condessa alegremente, dando uma olhada no seu irmão. 79


- Estamos interrompendo alguma coisa? - Não - disse Rafe, pondo-se pé. - Estávamos jogando Cinderella. Tem o resto da decoração? - Estão com eles - veio outra voz, e o Sr. Swift e Lord Westcliff entraram na sala, carregando grandes cestos. Hannah compreendeu que ela estava no meio de uma reunião privada. Havia a outra irmã de Bowman a Sra. Swift, Lady St. Vincent e Annabelle. – Os recrutei todos para a ajudar a terminar a decoração, - disse Lillian com um sorriso - É uma pena que o Sr. Hunt ainda não chegou... ele só precisaria de uma escada. - Sou quase tão alto como ele - protestou Bowman. - Sim, mas você não obedece tão bem. - Isso depende de quem da as ordens – ele contrapôs. Hannah quebrou o silêncio constrangedor. - Eu deveria ir. Desculpe... Mas, em sua pressa por sair, esqueceu do marco de uma escada que estava atrás dela. E quando se virou, seus pés se atrapalharam nela. Em um movimento rápido de reflexos, Rafe a agarrou antes que ela pudesse cair, e a puxou contra seu peito sólido. Ela sentiu a flexão dos músculos do seu poderoso peito sob sua camisa. - Se queria que a agarrasse - ele sussurrou em tom de brincadeira, - a senhorita só deveria ter solicitado. - Rafe Bowman – adverteu Daisy Swift em tom de brincadeira. - O que é isso? Faz tropeçar as mulheres para ganhar sua atenção? - Quando meus mais sutis esforços falham, sim. Hannah se libertou com cuidado. - A senhorita não tem que sair, Stra. Appleton. Na verdade, poderia nos dar outro par de mãos. - Eu não deveria... - Ah, deve ficar!- Lillian disse com entusiasmo e, em seguida Annabelle participou, e teria sido grosseiro recusar. - Obrigada, eu vou ficar, - ela disse com um riso vergonhoso. - E ao contrário do Sr. Bowman, eu obedeço muito bem. - Perfeito – exclamou Daisy, dando Hannah uma cesta de anjos de pano.

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- A exceção de nós, todos os demais aqui presente gostam de dá-las. Esta foi a melhor noite que Rafe tinha passado em muito tempo. Talvez em sua vida. Mais duas escadas foram trazidas. Os homens amarraram as velas nos galhos e fixaram ornamentos onde foram, enquanto as mulheres passavam as decorações. Insultos amistosos voavam de frente e para trás, para não mencionar as rajadas de riso que eles mudavam lembrando de memórias das férias passadas. Subindo na escada mais alta, Rafe conseguiu arrancar a peruca antes que alguém mais a visse. Ele trocou um olhar com Hannah, que estava de pé embaixo. Em segredo, ele deixou cair. Ela pegou-a e empurrou-a profundamente em uma cesta. - O que estás pensando? - Lillian exigido. - No ninho do pássaro, - respondeu Rafe despreocupadamente, e ouviu Hannah sufocar uma risada. Westcliff serviu um excelente vinho tinto e passou as taças ao redor, ainda pressionando Hannah quando ela tentou recusar. - Talvez eu não devesse bebê-lo, - disse ela. Westcliff a olhou escandalizado – Recusar um Cossart Gordon 28? É um sacrilégio! - Ele sorriu abertamente. - Primeiro, tente tomá-lo como ele é, Stra. Appleton. E diga-me se a senhorita não pode descobrir os sabores de bordo, a fruta e a nogueira. Como o poeta romano Horácio disse certa vez: "O vinho traz à luz os segredos escondidos da alma." Hannah riu e tomou um gole de vinho. Seu sabor rico, requintado trouxe uma expressão de que a sua cara. - Delicioso - ela admitiu. – Mas, bastante forte. E eu posso ter segredos da alma que deveriam permanecer ocultos. Rafe sussurrou para Hannah – Uma taça não derrubará todas as suas virtudes, para meu grande pesar. Vá em frente e lance algum. - Ele riu quando ela corou um pouco. Isto era uma coisa boa, ele pensou, que Hannah não tinha idéia como queria provar o vinho em seus lábios. E era também afortunado que Hannah parecia não ter idéia de quanto a desejava. O que o intrigava era que ela não usava nenhum dos truques habituais que as mulheres empregavam... não... Nenhuma gota de olhos, nenhum golpes discretos ou caricias, nenhum comentário sugestivo. Ela se vestia como uma freira em férias, e até agora ela não tinha tentado uma vez sequer ser impressionado por ele. Então o diabo sabia que havia inspirado toda esta luxúria. E isto não era o tipo comum da luxúria, era... temperada com alguma coisa. Isto era um calor estável, implacável, como a luz do sol forte, que enchia cada parte dele. Isto o fazia quase ficar tonto. Parecia mais como uma doença, se pensava nisso. Quando terminou o 81


vinho e a decoração continuou, o espaço era preenchido com risos, especialmente quando Lillian e Daisy e tentaram cantar alguns versos de uma canção. - Se o som é produzido por um par de pássaros - Rafe disse às suas irmãs, - eu vou atirar de uma só vez para acabar com sua dor. - Bom você canta como um elefante ferido - replicou Daisy. - Ela está mentindo - Rafe disse a Hannah, que inseria os enfeites embaixo. - O senhor não canta mal? - perguntou ela. - Eu não canto nada. - Por que não? - Se você não fizer algo bem, não deve fazer. - Não concordo - protestou ela. - Às vezes, o esforço deve ser feito mesmo que os resultados não sejam perfeitos. Sorrindo, Rafe desceu das escadas para pegar mais velas, e parou para olhar diretamente em seus olhos verde-oceano. - Você realmente acredita nisso? - Sim. - A desafio, então. - O senhor está me desafiando a quê? -Cante algo. - Neste momento? - Hannah sorriu constrangida. - Sozinha? Consciente de que os outros observavam a interação entre eles, Rafe assentiu. Ele perguntou se ela iria aceitar o desafio e cantar na frente de um grupo de pessoas que ela mal conhecia. Não, pensou ele. Enrubescendo, Hannah protestou, - Eu não posso fazer isso enquanto o senhor me olha. Rafe riu. Ele tomou o feixe de cabos e velas, e obedientemente subiu as escadas. Amarrou uma corda enrolada em volta de uma vela e começou a amarrá-lo a um ramo. Suas mãos tremeram quando ele ouviu uma voz doce e suave. Nada distiguida ou de ópera. Somente voz agradável, encantadoramente feminina, perfeita para canções de ninar ou canções de Natal. Uma voz que se poderia escutar para toda uma vida. “ Here we come a-wassailing

(Aqui chegamos a um brinde)

Among the leaves so green

(Entre folhas tão verdes) 82


Here we come a-wand’ring

(Aqui chegamos uma varinha de condão)

So fair to be seen.

(Então justo para ser vista)

Love and joy come to you,

(Amor e alegria virá para você)

And to you your wassail, too,

(E para seu brinde, também)

And God bless you, and send you

(E Deus abençoe, e dar a você)

A Happy New Year,

(Um Feliz Ano Novo,)

And God send you a Happy New Year. (E Deus dê a você um Feliz Ano Novo.) Rafe escutava, apenas consciente das duas ou três velas que ser romperam com o aperto de seu punho. Isso era malditamente ridículo, ele pensou ferozmente. Se ela se fizesse mais adorável, simpática e deliciosa, algo que ia acabar morto. Mas, provavelmente seria o seu coração. Ele manteve seu rosto calmo, mesmo quando ele lutou com duas verdades irreconciliáveis - ele não poderia tê-la e ele não podia tê-la. Ele concentrou sua respiração, colocando seus pensamentos em ordem, removendo a massa de sentimentos indesejados que parecia derrama-se sobre ele, como ondas do mar. Finalizando o verso, Hannah procurou Rafe com um sorriso orgulhoso, enquanto os outros batiam palmas e elogiavam. – Aí teve o seu desafio, Sr. Bowman. Agora o senhor me deve um. O som de sua risada enviou uma corrente através de seu corpo. E tomou-lhe todo o seu autocontrole para evitar de terminar encarando-a como uma cabra com um coração quebrado. - O Senhor gostaria de cantar para mim? - ela ofereceu corretamente. - Por favor, não, - Lillian gritou e Daisy assentiu – nunca lhe peça, não lhe peça isso! Rafe desceu da escada e veio ficar de pé ao lado de Hannah. - Diga-me sua penitência, - disse ele. - Eu sempre pago minhas dívidas. - Faça-o posar como uma estátua grega – sugeriu Annabelle - Exija que ele lhe dê u-um elogio encantador – disse Evie. - Hmmm ... - Hannah olhou para ele pensativa, e disse que a penitência. - Tomarei posse de algo do senhor. Algo que leva agora mesmo. Um lenço, ou uma moeda, talvez. Sua carteira - Daisy sugeriu alegremente. 83


Rafe enfiou a mão no bolso das calças, onde uma pequena faca e algumas moedas tilintaram. E outro objeto, uma pequena figura metálica de não mais que dois centímetros de altura. Ele acidentalmente deixou cair na palma da Hannah. Ela considerou a oferta de perto. - Um soldado de chumbo? - A maioria da pintura tinha saído, deixando apenas umas partes colorida para indicar a tonalidade original. O soldado de infantaria diminutivo tinha uma espada presa ao seu lado. Hannah deu-lhe um olhar fixo, com olhos verdes claros. De alguma forma, ela parecia entender que havia algum significado secreto no soldadinho de chumbo. Seus dedos se fecharam para protegê-lo. - É um amuleto de sorte? - ela perguntou. Rafe sacudiu a cabeça ligeiramente, mal conseguindo respirar quando sentiase como se estivesse suspenso entre um sentimento agradável, de uma forma estranha, de rendição e de dor. Ele quis voltar-se atrás. E deixá-lo lá no cofre, ainda em sua posse. - Rafe, - ele olhou a Lillian dizer com uma nota estranha na voz dela. - Você ainda leva isso? - Após todos esses anos? - É apenas um velho hábito. Não significa nada. - Quando ele se afastou de Hannah - Rafe disse secamente, - já é bastante destas tolices. Vamos terminar a árvore maldita. Em outro quarto de hora, a decoração toda em cima da árvore e brilhavam magníficas. - Imagine se todas as velas estão acesas, - exclamou Annabelle, vendo a árvore a partir de uma distância. - Sim, - Westcliff replicou secamente. - Sem mencionar o grande risco de incêndio em Hampshire. - Você estava absolutamente no seu direito de escolher uma árvore tão grande - Annabelle disse Lillian. - Sim, eu acho que... - Lillian apenas uma breve pausa, quando viu alguém entrar na sala. Um homem muito alto que só poderia ser Simon Hunt, o marido de Annabelle. Apesar de ter começado sua carreira trabalhando no açougue de seu pai, ele tornouse num dos homens mais poderosos da Inglaterra, possuindo fundições de locomotivas e uma grande parte dos negócios da ferrovia. Ele era o amigo mais próximo de Lord Westcliff, o homem que apreciava espíritos bons e belos cavalos e os requisitos dos esportes. Mas, isso não era segredo. E não era segredo que o que mais amava no mundo de Simon Hunt era Annabelle.

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- Eu penso que, - Lillian continuou enquanto Hunt andava silenciosamente por trás Annabelle, - a árvore é perfeita. E penso que teria uma boa desculpa para ser tão tarde que ele não teve que decorar nem um maldito ramo. - Quem? – perguntou Annabelle, enquanto Simon Hunt colocava as mãos sobre seus olhos e agachava rindo sussurrar algo em seu ouvido... A cor tingiu a parte da face de Anabelle que ainda estava exposta. Percebendo quem estava atrás dela, ela conseguiu puxar as mãos para passá-las sobre seus lábios, e ela beijou cada uma de suas mãos. Tranquilamente ela se virou em seus braços, colocando a cabeça contra seu peito. - Eu ainda estou coberto de poeira da viagem, - Hunt disse abruptamente. – Mas, eu não podia esperar mais um segundo para te ver. Annabelle balançou a cabeça, os braços em volta de seu pescoço. O momento era tão espontâneo e apaixonado que se fez um silêncio vagamente embaraçoso pelo resto da sala. Depois de beijar a esposa, Hunt olhou por cima da cabeça, com um sorriso e estendeu a mão para Westcliff. - É bom estar aqui por fim - disse ele. - É muita coisa para fazer em Londres, e eu abandonei um monte de coisas sem fazer. - Sua presença tem sido requerida, - disse o conde, abanando a mão com firmeza. Annabelle ainda segurando o braço, Hunt cumprimentou o resto deles cordialmente. - St. Vicent ainda está longe? – Hunt perguntou Evie, e ela assentiu a cabeça. – Alguma palavra sobre a saúde do Duque? - Infelizmente, não. Hunt olhou para ela de forma compreensiva. - Tenho certeza que St. Vicent vai estar aqui em breve. - E ela está entre amigos que a amam - Lillian disse, colocando o braço sobre os ombros de Evie. - E não é um vinho muito bom - Evie disse com uma risada. - Quer uma taça, Hunt? - Westcliff perguntou, indicando a bandeja sobre uma mesa próxima. - Obrigado, mas não, - disse Hunt agradavelmente, puxando o braço de Annabelle. - Se os senhores nos desculpem, tenho algumas coisas para falar com minha esposa.

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- E sem esperar resposta, ele arrastou Annabelle pelo salĂŁo com uma pressa que sem dĂşvida todos sabiam o que iria acontecer. - Sim, tenho a certeza que eles causariam uma tempestade, - disse Rafe, e estremeceu quando Lillian cutucou nas costelas.

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CAPÍTULO 10

Cada um dos quartos da mansão estava ocupado antes do jantar. Alguns convidados jogavam cartas, outros se reuniram em torno do piano na sala de música e cantavam, mas o maior grupo de convidados encontravam-se no salão jogando charadas. Seus gritos e risadas ecoavam pelos corredores. Hannah observou as charadas por um momento, apreciando as travessuras das equipes concorrentes, representando as palavras e frases, enquanto outros gritaram suas perguntas. Deu-se conta que Rafe Bowman e Natalie estavam sentados juntos, sorrindo e compartilhando piadas privadas. Eles faziam um casal excepcional, um, tão moreno, outra, tão loira, ambos tão jovens e atraentes. Contemplá-los fez Hannah sentir-se particularmente mal humorada. Sentiu-se aliviada quando o relógio de pé do canto marcou uma sete e quarenta cinco. Saindo silenciosamente da habitação, caminhou pelo corredor. Era um alívio estar fora do salão lotado e não tinha que sorrir quando não queria, assim deu um grande suspiro e se apoiou contra a parede com os olhos fechados. - Stra. Appleton? Hannah abriu os olhos. Lilian, Lady Westcliff a havia seguido quando ela saiu do salão. - Estava um pouco concorrido lá dentro, não é? - A Condessa disse com simpatia acolhedora. Hannah assentiu com a cabeça - Eu me perdi nas conversações numerosas. - Eu também, - Lilian confidenciou - Meu maior prazer é para relaxar com um pequeno grupo de amigos, ou melhor ainda, ficar a sós com meu marido e minha filha. Ia até a biblioteca ler para as crianças, não é? - Sim, milady. - Isso é muito bonito de sua parte. Ouvi dizer todos apreciaram muito ontem à noite. – Poderia acompanhá-la a biblioteca? - Sim, milady. Desfrutaria de sua companhia. Lilian a surpreendeu quando a pegou pelo braço como se fossem irmãs ou amigas íntimas. Começaram a caminhar lentamente pelo corredor. – Stra. Appleton, eu... Caramba! Odeio estas formalidades. - Posso usar o seu nome de batismo?

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- Será uma honra que me chame pelo meu primeiro nome, milady, mas não posso fazer o mesmo. Não seria apropriado. Lilian deu-lhe um olhar triste – Está bem, então, Hannah. Tenho estado toda a noite querendo falar contigo, é algo muito particular que queria discutir. E, provavelmente não deveria dizer nada, mas eu fazê-lo, senão, não poderei dormir. Hannah estava aturdida. Por não dizer fanaticamente curiosa. – Milady? - Aquela prenda que você aceitou do meu irmão hoje... Hannah empalideceu um pouco - Fiz algo errado? Sinto muito. Nunca deveria ter... - Não. Não. Nem isso. Você não fez nada errado. É que, o que te deu meu irmão eu achei tão... bem, surpreendente. - O soldado de brinquedo? - Hannah sussurou - por que é tão surpreendente? - Não era tão incomum. Muitos homens levam pequenos presentes com eles, como alguns guarda-cabelos de algumas amadas, amuletos, ou coisas como moedas e medalhas. - Aquele soldadinho pertence a um jogo que Rafe tinha quando era pequeno. Você já conheceu meu pai, por isso não te surpreenderá saber que ele era muito rigoroso com seus filhos. Pelo menos quando ele estava com a gente, graças a Deus isso não ocorria com frequência. Mas meu pai sempre teve expectativas irracionais com meus irmãos, especialmente com Rafe, porque é o maior. Meu pai queria que Rafe triunfasse em tudo, por isso o punido severamente se ele era o segundo. Mas, ao mesmo tempo, meu pai não queria ofuscado, assim ele aproveitou cada oportunidade para envergonhar ou degradar Rafe quando ele era o melhor. - Oh - Hannah disse suavemente, cheia de simpatia para com o menino que Rafe tinha sido - Sua mãe não fez nada para mediar? Lillian fez um som de escárnio, - Ela sempre foi uma criatura boba que preocupava-se sobre tudo por festas e o status social. Tenho certeza que gastava mais em seus vestidos e jóias que em um de seus filhos. Assim, quando meu pai resolvia, minha mãe era mais do que serviçal em atendê-lo, sempre que ele pagara as contas. Após um momento de pausa, o tom de desprezo se desvaneceu do tom de Lillian, sendo substituído pela melancolia. - Raramente víamos Rafe, porque meu pai queria que fosse uma criança séria e estudiosa, nunca permitiu brincar com outras crianças. Ele estava sempre com os professores, estudando, praticando esportes ou montando cavalos... mas, jamais o permitiu um momento de liberdade. Uma das poucas vias de escape de Rafe era aquele jogo de soldados, fazia batalhas e escaramuças tinham com eles, e quando 88


estudava, colocava-los em linha reta em sua mesa para lhe fazer companhia. Um sorriso cruzou os lábios. - E Rafe vagava pela noite. Eu costumava o ouvir andando sigilosamente pelo corredor, e sabia que ele estava embaixo ou fora, com a chance de respirar livremente. A condessa parou quando eles estavam perto da biblioteca. – Vamos parar um instante. Ainda não são oito horas, e tenho certeza que as crianças ainda estão se reunindo. Hannah assentiu em silêncio. - Uma noite, - continuou Lillian - Daisy estava doente, e a mandaram para a enfermaria. Tive que dormir em outro quarto, no caso de a febre fosse contagiosa. Estava com medo por minha irmã e eu acordei chorando no meio da noite. Rafe me ouviu e veio perguntar o que estava errado. Eu lhe disse que estava preocupada com Daisy e que tivera um pesadelo horrível. Então Rafe foi em seu quarto, pegou um de seus soldados. Um Infante. Rafe o colocou na minha mesa de cabeceira e disse - "Este é mais valente e incondicional de todos os meus homens. Ele vai ficar de guarda durante toda a noite e vai tirar todas as suas preocupações e sonhos maus.”- A condessa sorriu ausente. - E funcionou. - Que adorável! - Hannah disse suavemente. – Assim que esse é o significado do soldadinho? - Bem, não inteiramente. Veja... – Lillian respirou fundo, como se tivesse dificuldades para continuar. - Poucos dias depois, o tutor disse a meu pai que acreditava que os soldadinhos distraiam Rafe de seus estudos. Assim que meu pai se livrou de todos eles. Para sempre. Rafe nunca derramou uma lágrima, mas eu vi algo terrível em seus olhos, como se algo dentro dele havia sido destruída. Agarrei o infante de minha mesa de cabeceira e entreguei a ele. O único soldadinho que foi salvo. E penso... - Ela engoliu com dificuldade e uma película de lágrimas apareceu em seus olhos castanhos escuros. – Penso que o levava consigo todos esses anos como se fosse parte de seu coração que ele quisesse manter a salvo. Hannah não estava consciente das suas próprias lágrimas, até que sentiu que se deslizavam por suas bochechas. Ela as limpou rapidamente, secando-as com sua manga. Doía-lhe a garganta, e quando falou, sua voz era rouca - Por que deu-o a mim? A condessa parecia estranhamente aliviada ou tranqüilizada, dos sinais de sua emoção. - Eu não sei Hannah, você tem que encontrar o significado disto, mas uma coisa eu digo: Não é um gesto casual. Após arrumar-se, Hannah entrou na biblioteca em uma nuvem de confusão. As crianças estavam todas lá, sentada no chão, comendo biscoitos de açúcar e leite quente. Um sorriso puxou seus os lábios de Hannah quando ela viu mais crianças apinhadas debaixo da mesa da biblioteca como se fosse um forte. 89


Sentando-se em uma cadeira grande, cerimoniosamente abriu o livro, mas antes que ela pudesse ler a primeira palavra, um prato de biscoitos foi colocado em seu colo, e ofereceram uma xícara de leite e uma das meninas colocou uma coroa de papel de prata na cabeça. Depois de comer um biscoito, e suportar um ou dois minutos de escândalo, Hannah silenciou as crianças risonhas e começou a ler: "Eu sou o Fantasma do Natal Presente", disse o Espírito: "Contempla-me" Quando Scrooge começou sua jornada com o segundo Espírito e visitou a casa humilde, mas feliz dos Cratchits,... Hannah foi consciente da forma fina e escura de Rafe entrando na sala. Ele foi para um canto nas sombras e ficou ali de pé, observando e ouvindo. Hannah fez uma pausa e olhou para trás. Sentiu um angustioso aperto doloroso no coração, uma onda de necessidade premente, e a sensação de notável estupidez notável por estar com uma coroa de papel na cabeça. Não tinha ideia de porque Bowman tinham vindo para ouvir a próxima parte da história sem Natalie. Ou porque simplesmente estava na mesma sala que ele fez o seu coração bater estrondosamente como um tear mecânico, mas isso levou à conclusão de que ele não era o libertino sem coração e mimado que ela tinha pensado que era. Não completamente, ao menos. E, se isso era verdade... Teria direito de se opor ao casamento com Natalie? Durante os dois dias seguintes Hannah procurou uma oportunidade para devolver a Rafe Bowman o soldadinho de chumbo, mas com a casa tão cheia e o Natal se aproximando, a privacidade era um bem muito escasso. Parecia que o namoro de Natalie e Rafe Bowman transcorria sem problemas: eles dançavam juntos, passeavam e ele virava as páginas do repertório de Natalie, quando ela tocava piano. Hannah tentou ser discreta, mantendo uma maior distância possível, ficando em silêncio quando ela tinha que se fazer de acompanhante. Parecia que Bowman estava fazendo um esforço para refrear-se em rondar Hannah, não a ignorando, mas não mostrando uma atenção especial nela. Seu interesse inicial por ela havia desaparecido, o que não foi uma surpresa. Ele tinha a beleza dourada de Natalie balançando diante dele, juntamente com a certeza de poder e riqueza obteria se casasse com ela. - Eu gosto – Natalie disse em particular, seus olhos azuis brilhavam de excitação - ele é muito inteligente e engraçado, dança divinamente e creio que eu nunca conheci um homem que beijou tão bem quanto ele. - Sr. Bowman te beijou? - Hannah perguntou, lutando para não levantar a voz. - Sim - Natalie sorriu maliciosamente. - Praticamente me encurralou no terraço exterior, ele riu e beijou-me sob as estrelas. Sem dúvida vai me perguntar se eu quero me casar com ele. Gostaria de saber quando e como. Espero que ele faça à noite. Eu adoro receber pedido de matrimonio a meia-noite. 90


Hannah ajudou Natalie a por um vestido de inverno de lã azul-claro, eram saias pesadas e de pregas e o casaco combinando com capuz de recortes de pele branca. Os convidados correram para passeio de trenó na parte da tarde, viajando através da neve recém-caída para uma fazenda em Winchester para um jantar e uma festa de patinação. - Se o tempo está claro, - Natalie disse – Iremos para casa debaixo das estrelas. Você pode imaginar nada mais romântico, Hannah? Tem certeza que você não vai vir? - Muito segura, eu quero sentar à lareira e ler a minha carta do Sr. Clark. A carta foi entregue no início da manhã e Hannah estava ansiosa para a ler em privado. Além disso, a última coisa que queria ver era Natalie e Rafe Bowman e aninhando-se debaixo de um cobertor em um long e frio passeio no trenó - Desejaria que viesse para a festa do trenó - Natalie insistiu. - Não é só porque vai se divertir, mas sim, porque, fazer-me o favor de fazer companhia ao Lord Travers e entretê-lo. Parece que toda vez que estou com o senhor Bowman, Travers tenta interferir. É terrivelmente irritante. - Acho que lhe gosta Lord Travers. - Eu sei, mas é tão reticente, me deixa louca. - Talvez se te monopolize, como fez o Sr.Bowman... - Eu tentei, mas nada fez Travers. Ele diz que me respeita. – franzindo o cenho, Natalie foi com seus pais e o Sr. Bowman ao passeio de trenó. Uma vez que o trenó partiu, os cascos dos cavalos pisotearam a neve e gelo, os sinos tilintavam nos flanges, a mansão e os ficaram em paz. Hannah caminhou lentamente pela mansão, apreciando a serenidade dos quartos vazios. Os únicos sons ouvidos que se escutava eram as conversas distantes e apagadas dos criados. Sem dúvida, eles também estavam muito satisfeitos de que os convidados haviam deixado durante o resto do dia e da noite. Hannah chegou na biblioteca, que estava vazia e convidativa, o ar ligeiramente picante, com aromas de pergaminho e couro. A luz do fogo lançado uma onda de calor na sala. Sentada em uma cadeira perto do fogo, Hannah tirou os sapatos e colocou um pé abaixo dela. Pegou a carta de Samuel Clark em seu bolso, quebrou o selo, e sorriu para sua caligrafia familiar. Clark era fácil imaginar escrevendo esta carta, seu rosto calmo e pensativo, com os cabelos loiros um pouco desalinhados curvado sobre a mesa. Ele me perguntou sobre sua saúde dos Blandford, e desejava-lhe felizes festas. Ele começou a descrever a sua mais recente descoberta no campo das características herdadas descrita pelo biólogo francês Lamarck, e como esmagava as próprias teorias de Clark sobre a informação 91


importante podia ser armazenada no tecido do cérebro em si, contribuindo assim para a futura adaptação das espécies. Como de costume, Hannah só entendia metade disto... ele poderia explicar isso mais tarde para que ela pudesse compreender mais facilmente. “Como vê - ele escreveu - eu preciso de uma boa companhia e sensata. Se a senhorita só estivesse aqui para ouvir os meus pensamentos e se os pudesse explicar, poderia ordená-los com mais precisão. É em momentos como estes, na sua ausência, quando eu percebo que não posso fazer nada quando a senhorita não está, minha querida Stra. Appleton. Tudo parece errado. Eu tenho a mais carinhosa esperança que quando a senhorita regressar, poderemos organizar nossos assuntos mais pessoais. Durante o transcurso de nosso trabalho, conheceu o meu caráter e meu temperamento. Tenho poucos encantos. Eu sei. Mas as senhorita tem muitos, querida minha, assim que, creio que os seus compensarão a minha falta. Espero que dê-me a honra de converter-se em minha parceira, companheira e minha esposa...” Havia mais, mas Hannah dobrou a carta e olhou para o fogo. A resposta teria que ser sim, claro. Isto é o que você queria, ela disse a si mesma. Uma oferta honrável de um homem educado e decente. A vida poderia ser interessante e gratificante. Ninguém melhor para ela que ser a esposa de um homem brilhante, para conhecer as pessoas nos círculos mais educados. Por que, então, estava tão desanimada? - Por que você está franzindo o cenho? - Hannah ficou surpresa ao ouvir uma voz da porta da biblioteca. Seus olhos se arregalaram quando olhou para Rafe Bowman de pé ali com sua habitual postura descuidada, uma perna ligeiramente dobrada contra a moldura da porta. Estava em um estado preocupante de desalinhamento, o colete estava desabotoada, sua camisa sem colarinho aberto sobre sua garganta, sem gravata. De alguma forma, o distúrbio só fez mais considerável, ressaltando a sua relaxada vitalidade, que ela achou perturbadora. - Eu... eu... Por que está andando meio vestido? - Hannah não pôde deixar de perguntar Um de seus ombros encolheu em um movimento lento, - Ninguém aqui. - Eu estou aqui. - Porque não está no passeio de trenó?

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- Queria um pouco de paz e privacidade. Porque não está o senhor no passeio de trenó? Natalie ficará desapontada, ela estava esperando. - Sim, eu sei - disse Rafe, sem sombra de remorsos - mas estou cansado de ser observado como um bicho debaixo de uma grande lente. E o mais importante, tenho assuntos de negócios para discutir com meu cunhado, que também ficou. - O Sr. Swift? - Sim, queremos fazer contratos com a companhia britânica de química pesada para o fornecimento de ácido sulfúrico e refrigerante. Então, poderemos introduzir o tema fascinante da produção de óleo de palma. - Ele entrou na sala, de mãos nos bolsos. - Nós concordamos que, eventualmente, necessitamos cultivar nossa fonte de receitas com o estabelecimento de uma plantação de coqueiros. - Suas sobrancelhas se alcançaram. - Gostaria de ir ao Congo comigo? Ela olhou diretamente para seus olhos brilhantes. - Eu não iria com o senhor nem no final da estrada, Sr. Bowman. Ele riu baixinho, seu olhar se alargou até onde ela estava olhando. - A senhorita não respondeu minha primeira pergunta - Por que estava franzindo o cenho? - Oh, não é nada - Hannah se deslocou nervosamente no bolso de suas saias – Sr. Bowman. Tenho que devolvê-lo isto. Pegando o soldadinho, ela estendeu a mão. - Deveria tê-lo. Creio... duvido, que o senhor tenha que lutar muitas batalhas juntos, ele e o senhor. Não lhe servia de ajuda estar olhando sua garganta, onde a pele luzia macia e dourada. Um pouco mais abaixo, uma sombra de pêlos, onde o colarinho aberto de sua camisa terminava. Uma sensação pouco familiar de calor crescia desde seu estomago. Arrastando seu olhar para cima, ela olhou dentro de seus olhos tão escuros e ricos como especiarias exóticas. - Se me devolve ele – perguntou – Eu sigo lhe devendo uma prenda? Um sorriso lutou para aparecer, mas apenas aflorou. Não estou segura. Não o tinha considerado. Bowman estendeu a mão, mas em vez de tomar o soldadinho da sua, fechou a mão sobre a dela, prendendo o metal frio em sua palma. Seu polegar se moveu movido em uma doce carícia sobre as costas de sua mão. O toque provocou que ela começasse a respirar de forma rápida e profundamente. Seus dedos moveram-se 93


acima para fechar em torno de seu pulso, arrastando-a até ele. Sua cabeça inclinou até ver a carta que ainda agarrava em seus dedos. - O que é isso? - Ele perguntou rapidamente - O que te preocupa? Problemas em casa? Hannah deu um ligeiro e enérgico movimento de cabeça e forçou um sorriso: Oh, nada me preocupa. Recebi muito boas notícias Estou... estou feliz – Rafe deu-lhe um olhar irônico, tendencioso – Já vejo. - O Sr. Clark quer se casar comigo – escapou dela. - Por alguma razão, dizêlo alto a fez sentir uma onda de frio de pânico sobre ela. Seus olhos se estreitaram. – Clark a propôs por uma carta? Tem problemas para vir aqui e perguntá-la pessoalmente? Embora tenha sido uma pergunta muito racional, ela colocou-se na defensiva. – Penso que muito romântico. É uma carta de amor. - Posso vê-la? Ela revirou os olhos - O que faz pensar que eu vou ensinar algo tão pessoal e...? - Ela fez um pequeno som de angústia quando ele pegou a carta de seus dedos nervosos, mas não tinha intenção de devolvê-la. A face de Rafe era inexpressiva, enquanto observava as linhas cuidadosamente escritas – Isso não é uma carta de amor - murmurou, lançando a carta desdenhosamente ao chão. - Isto é um maldito estudo científico. - Como se atreve? - Hannah se abaixou para pegar a carta, mas ele não deixou, o soldadinho caiu rodando pelo tapete branco quando Rafe a agarrou pelos cotovelos. - Não o está considerando, verdade? Com essa fria, patética desculpa para lhe pedir em matrimonio? - Claro que eu estou fazendo. - Sua raiva explodiu sem nenhum aviso, alimentada por um desejo profundo e traiçoeiro. - Ele é tudo o que você não é, é amável, honroso, cavalheiro... - Não te ama. Nunca o fará. Isso a feriu. Na verdade, a pena a dobrou e redobrou até que Hannah apenas podia respirar. Se contorceu dentro com raiva. – Pensa que por ser pobre e comum, ninguém como o Sr. Clark pode me amar. Mas está errado. Ele se... - Corrente? Está louca? Você é a garota mais loucamente deliciosa que nunca conheci e, se eu fosse Clark, faria muito mais, que acariciar seu crânio, de fato...

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- Não zombe de mim! - Te haveria seduzido dez vezes - ele deliberadamente pisou na carta. - Não mintas para mim e para ti mesma. Tu não és feliz. Tu não o queres. Te conformas com isso porque não queres correr o risco de se tornar uma solteirona. - Isso é uma excelente acusação vindo de ti, hipócrita! - Não sou um hipócrita. Estou sendo honesto com todo o mundo, incluindo Natalie. Não pretendo me apaixonar. Não pretendo amar a ela da forma que amo a ti. Hannah ficou imóvel, olhando para ele em silêncio atordoado. Assim que o tinha admitido... Deu-se conta que estava respirando muito rápido, como ele. Seus dedos se enroscaram em suas mangas, contra os braços fortes e musculosos. Não tinha certeza se com seu aperto se esforçava para mantê-lo próximo ou afastá-lo. - Diz que está apaixonada por ele. - Bowman disse. Hannah não conseguia falar. Com mais suave insistência. - Então me diga que o deseja. Tu podes sentir que isso é muito para ele, ao menos. Um calafrio correu através dela, se espalhando até as pontas dos dedos das mãos e dos pés. Respirou mais profundamente quanto podia e foi capaz de dar uma resposta suave. - Não sei. Sua expressão mudou, um estranho meio sorriso apareceu em seus lábios, seus olhos quentes e predadores - Não sabe como dizer se deseja um homem, querida? Eu posso ajudar com isso. - Esse tipo de ajuda. - Hannah disse bruscamente, - Não a necessito Enrijeceu quando ele se aproximou, suas mãos grandes escorregou de seus pulsos para agarrar seus braços. Seu pulso se voltou selvagem, o calor invadindo cada parte dela. Ele se inclinou para beijá-la. Ela fez uma tímida tentativa de libertar-se, causando que sua boca capturasse sua bochecha. Rafe não parecia notar. Parecia disposto a beijar cada parte que ele pudesse alcançar, suas bochechas, queixo, mandíbula, lóbulo da orelha. Hannah ficou quieta, sentindo-se como os beijos se deslizavam e viajavam por todo seu rosto queimando. Fechou os olhos e sentiu como ele capturou os lábios dela com os ele. Outro suave, inclinado roce, e outro e, finalmente, fechou os lábios nos dela, seguro e profundamente. O sabor de sua língua, procurando lentamente, e uma voluptuosa sensação eliminou todos os vestígios de pensamento ou da razão. Um braço a rodeou, e sua 95


cabeça girou e beijou-a com mais urgência. Sua mão livre acariciava sua mandíbula, mexendo e agarrando seu rosto. Retirou-se apenas para jogar com ela, a carícia febril de sua boca persuadindo-a com sua franqueza, lambendo seu vulnerável fogo. O tremor ficou pior, um insidioso e comovedor prazer a dissolveu como se fosse açúcar. Quando ele tentou aliviá-la, as partes moles de seu corpo começaram a latejar debaixo de suas roupas, todas as laços e costuras colavam e aprisionavamna com uma tensão enlouquecedora. Ela lutou um pouco, roçando as restrições artificiais. Ele pareceu compreender. Os lábios se afastaram, sua respiração quente ventilando na curva da orelha dela, enquanto seus dedos foram para o corpete. Ela ouviu seu próprio gemido de alívio quando ela sentiu-o lentamente em seu pescoço e seus sussurros tranqüilizantes que lhe que ele iria cuidar dela, que nunca iria machucá-la, ela relaxou e confiou nele, relaxou... completamente quando sua mão moveu furtivamente ao longo da frente, devagar e marcadamente. Ele a beijou novamente, um toque quente e aveludado que fez seus joelhos não pudesse a sustentar, mas o lento colapso não ocorreu, ele abraçou-a e baixou com segurança para o chão acarpetado. Encontrou-se deitada enquanto ele se ajoelhou no meio das muitas rugas em seu vestido. Suas roupas caíram em um distúrbio desconcertante, botões desfeitos e as saias levantadas. Ela fez uma tentativa impressionante para corrigir algo, para cobrir algo, mas como beijá-la tornou impossível pensar. Ele inclinou-se delicadamente em cima, seu braço era um duro suporte por trás de seu pescoço. Relaxou sem poder fazer nada, enquanto sua travessa boca pegava a dela uma e outra vez saboreando-a. - A mais doce pele... - ele sussurrou, beijando-a na garganta, facilitando a abertura de seu corpete. - Deixe-me ver-te, Hannah, amor... - Abaixou o decote da blusa, expondo um pálido seio que estava subindo no inteiro e alto sobre seu corset. Então, foi quando Hannah compreendeu que ela estava no chão com ele, e ele estava descobrindo partes dela que nenhum homem havia tinha visto antes. - Espera. Não deves. Não deves. - Mas seu protesto foi silenciado quando ele inclinou-se sobre a forma suave, seus lábios fechando-se sobre ela, sobre seu mamilo tenso. Sua garganta murmurou um suspiro baixo quando sua língua deslizou em toques aveludados e rudes. - Rafe. - ela suspirou, a primeira vez que dizia o nome dele, ele liberou uma respiração irregular no vale de seus seios. Sua voz era rouca e profunda, - eu queria fazer isso desde a primeira vez que eu te conheci. Observava-te sentada com essa pequena xícara de chá na mão, e não pude deixar de pensar como seria você sentar com o copinho de chá na mão, e eu não pude deixar de pensar como seria aqui... e aqui... - ele chupou cada seio enquanto o dizia, suas mãos deslizando ao longo de seu retorcido corpo. 96


- Rafe - ela engasgou - Por favor, eu não posso... - Não, não há ninguém aqui - sussurrou contra sua carne palpitante. Ninguém vai saber, querida... Deixe-me tocar você. Deixe-me ensinar-te como se sente alguém quando te deseja como eu a desejo... E ele esperou por sua resposta, respiração contra a pele trêmula, a mão quente cobria seu peito. Não podia ficar quieta, seus joelhos flexionados e os quadris elevados em resposta a de um profundo e exigente impulso. Estava repleta com a doçura, a vergonha e a necessidade. Ela nunca o teria. Sabia disso. Sua vida transcorria por caminhos fora dos dela. Ele era proibido. Talvez essa fosse a razão de sua imprudente atração. Antes que ela percebesse, ele abaixou a cabeça e a guiou para ela. Ele respondeu imediatamente, levando sua boca em um beijo deslumbrante e acossador. Suas mãos se colocaram debaixo de sua roupa, à procura de sua pele pálida, acariciando de forma que lhe provocava calafrios. Um soluço escapou dela quando ela se sentiu puxando as fitas de sua roupa íntima. Ele tocou seu estômago tenso, fazendo um círculo com seu dedo ao redor de seu umbigo. Suas mãos deslizaram para baixo, para os cachos macios cobrindo seu sexo, abrindo gentilmente suas coxas. Sentiu-se acariciada, manuseada, ligeiramente aberta, o seu toque cuidadoso e inteligente como se estivesse desenhando uma figura em uma janela congelada, exceto que a superfície que tocava com as pontas dos dedos não era vidro fosco gelado, sim a pele macia, viva, pulsante e queimando com desespero. Lançou um borrado vislumbre de seu rosto escuro sobre ela, sua expressão estava brilhando com a luxúria. Ele jogou com ela, parecia que ele saboreava sua agitação, sua própria cor subia inflamando. Ela apertou-se contra ele, arqueando seus quadris, lábios entreabertos em uma suplica silenciosa. Um de seus dedos entrou nela, e ela gritou em choque. Seu toque se retirou, o molhado dedo fazendo círculos astutos e persistentes ao redor do doloroso pico do seu sexo. Ele abriu-lhe as pernas de forma mais ampla e beijou as pontas de seus seios. Seu sussurro contra a pele queimada. - Se quiser que te tome agora, Hannah, você vai deixar-me, verdade? Deseja-me que entre em ti, que ter preencha.... Se você quer dizer-me que entre em você e acalme... O que diz, carinho? - Ele começou uma suave e tortuosa massagem. - Diga - murmurou Diga. - Sim. - Ela agarrou-o a cegas, sua respiração tinha se transformado em soluços. – Sim. Rafe sorriu, seu olhar provocativo. - Então, aqui tem sua prenda, carinho. Ele agarrou-a em um ritmo rápido e ágil, cobrindo a boca com a sua com a dele, para absorver seus soluços. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, seus 97


dedos estavam seguros e sedutores. Parecia que ela ia morrer por excesso de libertação. Ela se agarrou e estremeceu contra ele, quando o prazer começou a se acalmar, e subir, ganhando poder e força, até que ela se sentiu indefesa, consumida e destruída. Abaixou-a lentamente, beijando e acariciando seu corpo tremendo. Seu dedo voltou a entrar outra vez, desta vez deslizando facilmente em sua umidade. A sensação de seus músculos íntimos aprisionando-o firmemente, parecia causar-lhe dor. Ela levantou-se instintivamente e ele gemeu e retirou o dedo, deixando-lhe sua inchada carne apertando o vazio. O rosto de Rafe estava duro e cheio de suor quando ele colocou suas mãos sobre ela. Ele a olhou sem ocultar sua raiva. Seus olhos se estreitaram, seu peito pesado. Suas mãos tremiam quando ele alcançou os ganchos do seu espartilho, botões de seu vestido, sua roupa de interior desfeita. Mas até que um de seus dedos tocou sua pele quente, e ele afastou as mãos abruptamente e sentou-se - Não posso - disse ele com voz rouca. - Não pode o que? – ela sussurrou - Não posso te ajudar com as suas roupas. - A respiração trêmula. - Se te toco de novo... não poderei parar até que esteja nua. Encarando-o acima tonta, Hannah compreendeu que o prazer, o alívio só havia sido da parte dela. Ele estava perigosamente excitado, no limite de seu autocontrole. Ela colocou a camisa sobre os seios nus. Rafe sacudiu a cabeça, ainda olhando para ela. Sua boca era uma cruel fatia – Se você quer que Clark te faça as mesmas coisas que eu te fiz – disse – então vai e case-se com ele. Ele a deixou ali na biblioteca, como se sua presença ali, um momento mais pudesse resultar em um desastre para ambos.

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CAPÍTULO 11

Na opinião de Evie, a festa do trenó havia sido agradável mais muito longa. Estava cansada, seus ouvidos ainda apitavam por todo o ruído e cânticos. Evie havia rido e brincado com o grupo todo, estando perto de Daisy, cujo marido tinha ficado em casa a discutir os assuntos de negócios com Rafe Bowman. - Não se preocupe com nada - Daisy disse alegremente, quando Evie perguntou se estava desapontada porque Swift não poderia se juntar a eles. - É melhor deixar Matthew esclarecer seus negócios primeiro e, em logo poderá estar livre para prestar-me toda sua atenção mais tarde. - T-trabalha muito? – Evie perguntou com um pouco de preocupação, sabendo que a empresa dos Bowman em Bristol era um grande projeto que envolveria muita responsabilidade - Há dias em que ele trabalha muito. - Daisy respondeu prosaicamente, - mas outras vezes quando ele está em casa, passamos todo o dia juntos. - Um sorriso cruzou seu rosto. - Eu adoro estar casada com ele, Evie. Apesar de tudo ser tão novo... às vezes me surpreendo ao acordar e encontrar Matthew ao meu lado. - Ela se aproximou dela e sussurrou - Eu vou lhe contar um segredo, Evie, um dia eu reclamei que eu tinha lido todos os livros da casa e não havia nada novo para ler na biblioteca, e Matthew, desafiou-me que eu tentasse de escrever meu próprio meu próprio livro. Então eu o comecei. Eu escrevi umas cem páginas. Evie riu encantada - Daisy - disse ela sussurrando - Você vai se tornar uma escritora famosa? - Daisy encolheu-se de ombros. – Não me preocupa se posso ou não publicá-lo. Desfruto escrevendo-o. - É um romance respeitável ou mal? Os olhos castanhos Daisy dançaram maliciosamente. – Evie. Por que me faz perguntas? É claro que é um romance malvado. De volta ao conforto do seu quarto, em Stony Cross Manor, Evie se banhou na banheira portátil junto à chaminé, suspirando de alívio com a sensação de água morna contra seus membros inchados e doloridos. Montar em trenós, refletiu, era uma daquelas atividades que sempre soava melhor na teoria que na prática. Os assentos de trenó eram duros e estavam cheio de pacotes e seus pés tinham se esfriado. Ouvi uma batidinha na porta e o som de uma pessoa entrando no quarto. Ela estava protegida por um biombo, Evie recostou-se e olhou através da janela de madeira. 99


Uma donzela carregava um balde de metal. - Mais de água quente, milady? – perguntou-lhe. - S-sim, por favor. Com cuidado, a donzela despejou a água no final da banheira perto do pé da Evie e ela afundou mais profundamente no banho. - Oh, obrigada. - Quer que volte com uma panela quente para remover o frio da cama, milady? - Uma panela cheia de brasas que são passados entre os lençóis e aquecia a cama antes de dormir. Evie assentiu. A donzela foi-se e Evie ficou no banho até que o calor desapareceu. Relutante, ela saiu da banheira e se secou. O pensamento de ir para a cama sozinha - de novo – a mergulhou na melancolia. Ela tentou não ficar triste por St. Vicent. Mas quando acordava todas as manhãs, buscando-o, seu braço cruzado através do lugar vazio ao lado dela. St. Vicente era o oposto de Evie. Era elegante, resplandecente, articulado, calmo e com autodomínio... e tão malvado que todo mundo estava de acordo que ia ser um marido terrível. Ninguém sabia como Evie, que era terno e dedicado em privado. É claro, suas amigas como Lord Westcliff e o Sr. Hunt tinham certeza de que St. Vicent tinha sido reformado os seus modos desonestos. E ele estava fazendo um excelente trabalho no clube de jogos que tinha herdado de seu pai, reconstruindo o império em decadência quando ele assumiu suas responsabilidades. Ele ainda era um sem-vergonha, ela pensou com um sorriso privado. Saindo do banho, Evie se secou e colocou uma bata de veludo que abotoada na frente. Ela ouviu a porta abrir novamente. - Voltar para aquecer a cama? - perguntou. Mas a voz que ela ouviu não era da donzela - Na verdade... sim. Evie se dirigiu ao som de um profundo e sedoso suspiro. - Encontrei-me com a donzela nas escadas e disse-lhe que não ia necessitála esta noite – ele continuou. – Se há uma coisa que eu sei bem – disse-lhe – é esquentar a cama de minha esposa. Nesse momento, Evie manobrou torpemente com o biombo, quase batendo nele. St. Vicent a alcançou em alguns passos graciosos, tomando-a nos seus braços – Acalme-se, o amor. Não há necessidade de pressa. Acredite em mim. Não vou a nenhum lugar. 100


Eles ficaram de pé, juntos por um longo e silencioso tempo, respirando, abraçando-se forte. Finalmente, St. Vincent inclinou a cabeça para trás e olhou para Evie. O cabelo dourado e avermelhado, olhos azuis brilhando como pedras preciosas em seu rosto de anjo caído. Era um grande homem ardente, sempre muito bem vestido e penteado, mas não havia estado dormindo bem, ela notou. Tinha sombras de cansaço debaixo de seus olhos e sinais de fatigo em seu rosto. Estes toques humanos de vulnerabilidade, entretanto, só serviam para torná-lo mais atraente, suavizando o que de outra forma o converteria em um reluzente e divino pedestal. - Seu p pai - ela começou. – Está...? St. Vicent lançou um olhar exasperado para o teto. - Ele está bem. Os médicos não conseguiram encontrar nada de errado com ele, outra indigestão causada por boa comida e vinho. Quando vinha, ele estava jogando olhares lascivos e beliscando suas criadas e recebendo uma dúzia relações subservientes que queriam se aproveitar no Natal. - Suas mãos se moveram levemente em suas costas cobertas com a bata de veludo. Sua voz se fez mais suave - Foi uma boa menina na minha ausência? - Sim, claro - ela disse sem fôlego. St. Vicente deu-lhe um olhar reprovador e beijou-a com uma delicadeza sedutora que fez a velocidade de seu pulso acelerar. - Temos de corrigir isso imediatamente. Recuso-me a tolerar um comportamento adequado de minha esposa. Ela tocou seu rosto sorrindo enquanto ele mordiscava a ponta dos dedos. Eu acho sentiu minha falta, Sebastian. - Sentiu falta, amor? - Lentamente, ele desabotoou os botões de sua bata, seus olhos brilhando com calor quando sua pele ia se revelando. - Quanto você sentiu mais? - Sua mente - disse ela, sorrindo ante sua expressão. - Eu esperava uma resposta mais depravada do que essa. - Sua mente é depravada. – ela contestou solenemente. Ele lançou uma gargalhada rouca. - Certo. Ela suspirou ao sentir sua mão esperta introduzindo-se dentro de sua bata. Que parte de m-mim, tem sentido falta? - Eu tenho saudades da cabeça aos pés... eu senti falta de cada sarda... senti falta do seu gosto... da sensação dos seus cabelos em minhas mãos .. Evie, meu amor, está vergonhosamente vestida. 101


Ele a pegou nos braços e a levou para a cama. Foi destituída da bata de veludo, sendo substituída pelas mãos acariciando-a e refletindo a luz do fogo. Ele beijou a rica curva de seu estômago, fascinado pelas mudanças no seu corpo fértil. Então ele beijou em todas as partes e entrou nela com habilidade zombadora. Evie saltou um pouco com a sensação tão dura e forte para tê-lo dentro dela. Fazendo uma pausa, St. Vincent sorriu, seu rosto queimando de desejo. – Pequena doce esposa – sussurrou - O que eu vou fazer contigo? Todo esse tempo separados... e você já esqueceu como acomodar-se a mim - Evie sacudiu a cabeça, tentando fazer com que ele se movesse de novo e seu marido riu baixinho - Deixeme ajudá-la amor... - E ele buscou seu corpo com cuidado, com suavidade, até que ela estava completamente cheia e saciada, suspirando e tremendo, no suave êxtase. Depois, Evie se reclinou para o lado dele e tentou recuperar o fôlego, St. Vincent saiu da cama e voltou com uma grande mala de couro. Colocou-a sobre o criado-mudo. - Eu trouxe as jóias da família. - Eu sei - disse languidamente, e ele soltou uma gargalhada quando viu que ela estava olhando. - Não, amor. As outras jóias da família. Elas devem ser usadas pela futura Duquesa de Kingston, mas eu disse a meu pai que eu ia te dar agora, considerando que ele vai viver uma maldita eternidade. Seus olhos se arregalaram. - Obrigada, Sebastian, mas não... não necessito de jóias... - Sim, você precisa delas. Deixe-me colocá-las - ele tirou fios de pérolas preciosas, colares de brilhantes, pulseiras e brincos feitos com ouro e todos os tipos de pedras preciosas. Embora Evie se contorcia e ria de constrangimento, ele se sentou ao lado dela e começou a decorá-la, colocando uma pulseira de safira em seu pulso, colocando um diamante em seu umbigo. - Sebastian... - protestou, quando ele cobriu seu corpo com bastante ouro e pedras preciosas para alimentar um pequeno país. - Fique parada – sua boca remexendo entre cordões de pérolas, parando aqui e ali para beliscar e morder sua pele delicadamente - Eu estou fazendo as decorações de Natal. Evie sorriu e estremeceu, - Que significa dizer que está decorando a mim. - Não estrague o meu espírito natalino, querida. Agora deixa eu te mostrar algo interessante sobre estas pérolas... - e pouco depois, seus protestos tornaramse suspiros de prazer.

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CAPÍTULO 12

- Hannah! - Natalie estava na cama, bebericando seu chá matinal. Uma donzela estava revolvendo e virando as brasas do fogão, rindo tontamente como se ela e Natalie estivessem compartilhando uma piada muito engraçada. Vindo de uma longa caminhada fora, Hannah entrou no quarto e riu sua prima com carinho. - Bom dia, querida. Finalmente acordada? - Sim, eu fiquei acordada até muito tarde na noite passada. - Um grupo de convidados mais jovens, incluindo Natalie, tinha passado a tarde jogando na sala de jogos. Hannah não perguntou, nem queria saber se Rafe.. ela agora pensou no Sr. Bowman... estava entre eles. Nos últimos dias, como sua interação na sala foi impressionante, Hannah e Rafe tinham se evitado tanto quanto possível, e ela não tinha tentado falar com ele diretamente. Ela tinha dado muitos passeios solitários e tinha feito muita introspecção, incapaz de compreender por que Rafe tinha feito esse ato íntimo com ela, porque ela tinha permitido, e quais eram seus sentimentos em relação a ele. Embora Hannah sabia pouco sobre o desejo físico, ela entendeu que era mais forte entre algumas pessoas do que outras. Ela não conseguia entender se Rafe sentia o mesmo desejo por Natalie. Isso a fez sentir-se miserável ao contemplá-lo. Mas ela tinha certeza que ele não tinha feito esse tipo de avanço com Natalie, pelo menos não ainda, ou Natalie teria lhe dito. Acima de tudo, ela entendeu que, em última análise nada disto importava. Para um homem na posição de Rafe, os sentimentos de desejo e apego não fariam nenhuma diferença para o curso que ele tomaria. Quando ele se casasse com Natalie, ele não seria a ovelha negra da família. De uma só vez ele ganharia o favor de seu pai, asseguraria sua posição legitima e ganharia uma fortuna. Se ele escolhesse outra pessoa mais, ele perderia tudo. Uma mulher que se preocupara por ele nunca lhe pediria para fazer isso. Naquela tarde, quando Hannah foi levantada do chão da biblioteca e tinha acomodado sua roupa com cuidado, ela reconheceu que ela estava apaixonada por ele, e quanto mais o conhecia, mais profundos eram seus sentimentos. Ela tinha recuperado o soldadinho de chumbo, e o carregava no bolso, um peso pequeno e privado. Este era seu sinal agora - ela não ofereceria a Rafe novamente. No futuro, ela seria capaz de fechar o soldado na sua mão e lembrar o canalha americano que a seduziu e tinha estourado em uma paixão que ela jamais esquecerá. - Sou uma mulher com um passado agora pensou ela, divertida e melancólica. E quanto a Samuel Clark e sua oferta... Rafe estava certo. Ela não o amava. Seria injusto para Clark se ela se casasse com ele e eu sempre compará-lo com alguém mais. Portanto Hannah decidiu escrever em breve a Clark e rejeitar sua 103


oferta de casamento, ainda que a segurança a tentava. A voz alegre de Natalie tirou a de seus pensamentos. - Hannah! Hannah, você está ouvindo? Tenho algo delicioso para dizer... faz alguns minutos atrás, Polly trouxe a uma pequena nota mais surpreendente - Natalie agitou um pedaço de pergaminho amassado diante dela. - Você irá ficar ruborizada quando a ler. Ir desmaiar - O que é isso? - Hannah perguntou, numa lentamente abanando a cabeça. A jovem donzela de cabelos escuros, Polly, respondeu timidamente. - Bem, senhorita, isso é parte das minhas tarefas de polir e limpar as grelhas nos quartos da casa de solteiro detrás do senhorio... - Este é o lugar onde o Sr.Bowman fica - jogou Natalie. E depois de que o Sr. Bowman se foi esta manhã, fui a casa, e enquanto eu estava varrendo as cinzas, vi um pedaço de papel com algo escrito por ele. Então eu peguei, e quando eu vi que isto era uma carta de amor, eu sabia que era para a Lady Natalie. - Por que a senhorita assumiu isso? - Hannah perguntou, irritada que Rafe privacidade ter sido invadida de tal modo. - Como ele está me cortejando - Natalie disse, revirando os olhos - e todos sabem disso. Hannah olhou para ela para a donzela, cujo entusiasmo tinha escurecido ante sua desaprovação. – A senhorita não deve vasculhar entre as coisas dos convidados, Polly - disse ela com cuidado. - Mas estava no quarto foi metade queimada, - protestou a criada, corando. Eu não queria. E vi as palavras e pensei que poderia ser importante. - Imagino que a senhorita pensou que era, mas me diga, a senhorita pensou que isto era lixo, ou a senhorita imaginou que era importante? Qual dos dois? - Terei problemas? - Polly sussurrou, olhando para apelar a Natalie. - Não, certamente que não - disse Natalie, impaciência - Agora, Hannah, não fique como uma professora da escola. Omite completamente este ponto, o qual é ... que isso é uma carta de amor do Sr. Bowman para mim. Eu nunca recebi algo igual antes, e é divertido. - Chiou e riu quando Hannah agarrou a carta dela. A carta tinha sido machucada quando tirada da grelha. Foi queimada nas bordas, então os nomes no alto e na parte debaixo tinham desaparecido. Mas havia uma abundância de rabiscos pretos para revelar que esta era realmente uma carta 104


de amor. E quando Hannah leu o pergaminho queimado e semi-destruída, se viu forçada a dar-se a volta para esconder o tremor de sua mão. “Deveria adverti-lhe que a carta não seria eloqüente. No entanto, seria honesta, principalmente no fato de que nunca a lerá. Tenho sentido estas palavras como um peso em meu peito até eu me encontro assombrado que o meu coração pode continuar batendo com tal carga pesada. Eu te amo. Eu te amo desesperadamente, violentamente, ternamente, complemente. Amo-te de modo que te assustaria. Meu amor, você não vai conhecer a nenhum homem como eu. No passado, eu fiz coisas que você não aprovaria, e eu fiz umas dez vezes. Tenho levado uma vida de pecado imoral. Como é, estou tão imoral quanto o amor. Pior, na verdade. Eu quero beijar a cada ponto fraco em seu corpo, fazer-te corar e dar-te tanto prazer até você chorar, e eu vou secar as lágrimas com meus lábios. Se você soubesse como eu desejo provar-te. Quero tomar-te com minhas mãos e boca e dar-me um banquete com teu corpo. Quero beber teu vinho e teu mel. Eu quero você debaixo de mim. Sobre suas costas. Sinto muito. Merece mais respeito do que isso. Mas eu não consigo parar de pensar nisso. Seus braços e pernas ao meu redor. Sua boca está aberta para os meus beijos. Necessito-te demais. Uma vida de noites gastadas entre suas coxas, não seria suficiente. Quero recordar cada palavra que alguma vez já me disse. Se eu apenas pudesse visitar-te como um estrangeiro entra em um novo país, aprender sua língua, passear por todas as fronteiras em cada lugar privado e secreto, eu iria ficar para sempre. Eu me faria um cidadão de ti. Pensarás como é possível que em tão pouco tempo cheguei a te amar. Perguntarás-te como eu poderia ter tanta certeza. Mas algumas coisas não podem ser medidas com o tempo. Pergunte-me em uma hora deste este momento. Pergunte-me em um mês, em um ano, em dez anos, em uma vida. Eu te amo e esse sentimento vai durar e continuar por muito mais tempo e passará por cada calendário, como as horas de um relógio, e cada nota de cada campainha que alguma vez será tocada. Se você só...” E ali ela parou. Ciente do silêncio no quarto, Hannah tentou regulamentar a sua respiração. - Tem mais? - Ela perguntou em um tom controlado. - Eu sabia que iria se ruborizar - Natalie disse triunfante. - O resto era cinza, senhorita - disse Polly, mais cautelosa.

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- A senhorita mostrou a alguém mais? - Hannah perguntou bruscamente, preocupada pelo bem de Rafe. Estas palavras não foram escritas para que ninguém as lesse. - Algum dos serventes? - Não, senhorita - disse a menina, com o lábio inferior tremendo. - Santo céu, Hannah - disse Natalie, - não há nenhuma necessidade de estar assim com raiva. Eu pensei que isso iria divertir-te, não que te colocaria em um temperamento muito ruim. - Eu não estou com raiva. - Ela estava devastada, desesperada, e angustiada. E, sobretudo, confusa. Hannah pôs uma cara inexpressiva quando ela seguiu. - Por respeito ao Sr. Bowman, não penso que isso deve ser exposto para o entretenimento de outros. Pelo contrário deve ser protegida. - Eu, protegê-lo? - Natalie perguntou maliciosamente. - Depois de ler isto, e eu acho que necessitarei ser protegida dele. - Ela balançou a cabeça e riu-se do silêncio da Hannah. - Que desmancha-prazeres você é. Vá e queime isto e deixa abandonada, para ver se isso te coloca de humor melhor.

- Alguns homens, - Rafe refletiu, - não querem nada mais para os seus filhos que continuar a mesma vida que tinham. – Depois de uma longa e cruel discussão, naquela manhã, estava claro que Thomas não cederia de nenhum modo. Rafe devia passar a vida que seu pai tinha planejado para ele e tornou-se mais ou menos, um reflexo de Thomas Bowman. Qualquer coisa a menos, seu pai o consideraria como um fracasso, tanto como filho, como um homem. O argumento teve início quando Thomas havia dito a Rafe que esperava que ele propusesse casamento a Lady Natalie antes da Véspera de Natal. - Lord Blandford e eu queremos anunciar o casamento de nossos filhos no baile de Natal. - Que idéia maravilhosa – se havia maravilhado Rafe sarcasticamente. - Mas eu ainda não decidi se realmente quero casar com ela. A cor tinha mudado em face de Thomas Bowman. – É hora de tomar uma decisão. Tem todas as informações necessárias. Passou tempo suficiente com ela para poder avaliar as suas qualidades. Ela é filha de uma família com um título de nobreza. Conhece todas as recompensas que viriam quando se casar com ela. – Maldita seja que o condenem, mas porque hesita? Não tem nenhuma afeição por ela? Tanto melhor! Este será um casamento estável. Hora de tomar o seu lugar no mundo como um homem, Rafe. - Thomas havia feito um esforço visível para 106


controlar seu temperamento quando tentou se fazer entender. - O amor passa. A beleza desaparece. A vida não é um prado romântico. - Santo céu, isso é inspirador. - Nunca obedeceu o que eu disse. Nunca tentou. Queria um filho que fosse de uma grande ajuda para mim, que entendesse a importância do que eu fazia. - Entendo que quer construir um império, pai - Rafe disse calmamente. - E eu tenho tentado encontrar um lugar para mim no seu magnífico mundo. Eu poderia fazer grandes coisas pela empresa, e sabes disso. O que eu não entendo é por que quer que eu siga por este caminho primeiro. - Quero... Quero que me demonstre seu compromisso. Como Matthew Swift fez. Ele se casou com a mulher que escolhi para ele. - Aconteceu de ele estar apaixonado por Daisy, - disse Rafe. - O mesmo poderia ser com Lady Natalie. Mas ao final, o amor não importa. Homens como nós somos casam-se com as mulheres que estão além das nossas ambições, ou pelos menos não as dificultam. Você viu o que um casamento longo e produtivo entre eu e sua mãe foi capaz de fazer. - Trinta anos - Rafe esteve de acordo. - E o senhor e minha mãe mal conseguem ficar no mesmo lugar juntos. – Suspirando tensamente, Rafe passou a mão pelo cabelo. Ele olhou para o rosto teimoso do seu pai, com seu bigode eriçado, e se perguntou porque sempre obrigava Thomas a exercer tal implacável controle sobre as pessoas que estavam ao seu redor - O que é isso tudo para ti, pai? Que recompensa tem depois de todos estes anos de construir uma fortuna? - Eu gosto de ser Thomas Bowman. - Eu estou contente com isso. Mas não penso que eu desfrute dele. Thomas o encarou por um longo tempo. Seu rosto suavizou, e pela primeira vez, ele falou em um tom próximo a algo paternal. - Eu te tento ajudar. Eu não pediria que você faça algo que você acredita ser contra seus próprios interesses. Minha opinião sobre o Swift e Daisy era correta, certo? - Por algum milagre de Deus, sim - murmurou Rafe - Tudo isso vai melhorar, será mais fácil uma vez que comece a tomar as decisões corretas. Começará a construir uma vida boa, Rafe. Tome seu lugar na família. Não há nada errado com a filha dos Blandford. Todo mundo quer essa união. Lady Natalie deixou claro para todos. E você me levou a acreditar que levar a cabo esta união enquanto a jovem fosse aceitável!

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- Tem razão. Ao princípio disto não importava com quem eu me casar. Mas agora não me encontro disposto a escolher uma esposa sem mais cuidado do que eu poderia ter para escolher um par de sapatos. Thomas estava observando exasperado. - O que mudou desde que você veio para a Inglaterra? Rafe não respondeu. - É por aquela menina de cabelo marrom? - Seu pai cutucou ele. - A companhia de Lady Natalie? Ele olhou para ele com espanto. - Porque isso? - Parece que você passou mais de uma vez escutando a ler à noite a um grupo de crianças. E você não preocupa-se nada pelas crianças ou as histórias de Natal. - Ele coçou o bigode se contorcendo com desdém. - Ela é uma plebéia, Rafe. - O que não somos nós? A avó era um lugar de Washington, e só o diabo sabe quem foi o pai dela. E se eu me lembro que era só sobre o seu lado da família...! - Eu passei minha vida tentando levantar esta família arruinada e transformála em algo mais! Não use essa menina como uma forma de evitar suas responsabilidades. Você pode ter muitas de sua classe como desejar, depois que se case com Lady Natalie. Ninguém poderia condená-lo por isso, especialmente na Inglaterra. A seduza. Faça dela sua amante, compra-lhe uma casa, se quiser, ninguém vai condenar você por isso. - Obrigada, mas eu posso dar-me ao luxo de escolher minhas próprias amantes. - Rafe lançou a seu pai um olhar de repugnância escuro. - Quer este matrimonio tanto que está disposto a financiar a corrupção de uma menina inocente para fazê-lo? - Cada um perde a sua inocência, mais cedo ou mais tarde. - Quando Thomas viu o olhar de Rafe, seus olhos tinham ficado frios. - Se frustrar as expectativas que todos têm, e eu coloquei-me no local, e envergonhar-me neste assunto, vou deserdar-lo. Não há mais chances. - Entendido - Rafe respondeu secamente.

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CAPÍTULO 13

"...e sempre se disse de ele que sabia manter o espírito de Natal como ninguém. Tomara se pudesse dizer o mesmo e nós, de todos nós! E assim, como o pequeno Tim disse, Deus abençoe a todos nós! " Levantando os olhos quando terminar de ler Um Conto de Natal, Hannah viu os rostos extasiados das crianças, seus olhos brilhando. Houve um breve silêncio, o prazer de compartilhar uma história maravilhosa tingida com a tristeza de ter que terminar. E logo estavam todos de pé, movendo-se sobre a sala, com os rostos pegajosos de leite e migalhas de biscoito, suas pequenas mãos aplaudindo com entusiasmo. Havia dois diabinhos em seu colo, e um abraçando seu pescoço por trás da cadeira. Hannah olhou para cima quando Rafe Bowman se aproximou dela. O ritmo do seu coração enlouqueceu, e sabia que sua dificuldade para respirar não tinha nada a ver com os pequenos braços em torno de seu pescoço. O olhar fixo dele se voltou para suas roupas desordenadas e cabelo num emaranhado confuso. - Bem feito - disse ele - me fez sentir como o Natal. Para todos. - Obrigada - sussurrou ela, tentando não pensar em suas mãos em sua pele, sua boca... - Preciso falar com você. Cuidadosamente, Hannah desceu as crianças de seu colo e desemaranhou os braços de seu pescoço. Estando de pé para enfrentá-lo, tentou em vão endireitar seu vestido e alisou a saia. Suspirou, mas sua voz saiu com uma perturbada falta de força. - Eu... Eu não vejo como algo de bom pode vir disto. Seu olhar era quente e direto. – Entretanto, eu quero falar contigo. As palavras da carta dele passaram por sua cabeça. - Eu quero beijar todo lugar macio de você... - Por favor, agora não - ela sussurrou, o rosto ruborizado e um nó crescendo em sua garganta. Lendo os sinais de sofrimento, ele cedeu. - Amanhã? Eu preciso muito de você... - Sim - disse ela com dificuldade. Percebendo o quanto sua presença a perturbava, Rafe deu um ligeiro aceno, a mandíbula tensa. Parecia que havia uma dúzia de coisas que ele queria dizer, as

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palavras que pendia com impaciência sobre seus lábios, mas algo... compaixão ou piedade, talvez... permitiu o domínio necessário de si mesmo. - Amanhã - respondeu calmamente, e a deixou. As babás vieram para pegar as crianças, e Hannah saiu da biblioteca aturdida de tristeza. Ninguém nunca disse a ela que o amor podia fazer todas as células do corpo doerem. Estava muito segura de que não seria capaz de assistir ao casamento de Rafe e Natalie, todos os acontecimentos da sua vida de casados, os nascimentos das crianças, as celebrações e rituais, seriam impossível para ela tolerar. Fervia com desespero, ciúmes e ressentimento, até que se desintegrou. A escolha certa para uma mulher em sua posição saberia que um dia conheceria outro homem, e esqueceria completamente de Rafe Bowman. Mas não queria outro homem. Não havia ninguém mais como ele. Eu estou condenada, ela pensou. Com a cabeça baixa, caminhou com dificuldade através do saguão, desejando ir para seu quarto, onde podia chorar e lamentar, em privado. Infelizmente, andando com a cabeça baixa significa que não pode ver exatamente para onde se está indo. Quase colide com uma mulher que se aproximava no sentido oposto, alguém que andava com um particular passo grande e despreocupado. Ambas pararam abruptamente, e a mulher se aproximou para sujeitar Hannah. - Milady, - Hannah engasgou, reconhecendo a Lillian. - Ah... desculpe... peço-lhe desculpas... - Não foi nada - disse a condessa, - a culpa foi minha, realmente. Apressei-me para dizer algo para a ama de chaves antes de encontrar-me minha irmã, e..., - ela fez uma pausa e olhou para Hannah. - Parece estar prestes a chorar - disse ela sem rodeios. Há algo de errado? - Não - Hannah disse alegremente, e umas pequenas lágrimas quentes derramaram-se. Suspirou e baixou a cabeça novamente. - Ah, maldição. Desculpeme, tenho que ir... - Pobrezinha – disse Lillian com verdadeira simpatia, não parece em absoluto afetada pela blasfêmia. - Venha comigo. Há um quarto privado no andar superior, onde podemos conversar. - Não posso - sussurrou Hannah. – Milady, perdoe-me, mas a senhora é a última pessoa que eu posso confiar isto.

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- Oh - Os olhos da condessa, o mesmo veludo marrom que seu irmão, alargou-se ligeiramente - é Rafe, não é? Mais lágrimas fluíram, sem importa o quão forte ela fechou os olhos. - Tem alguma amiga com que possa falar? – perguntou Lillian suavemente. - Natalie é minha melhor amiga - Hannah disse entre soluços. - Portanto, é impossível. - Então me deixe ser sua amiga. Eu não tenho certeza se eu poderia ajudar, mas pelo menos eu posso tentar entender. - Ela foi para uma sala aconchegante, uma sala de recepção privada, decorada com um estilo luxuoso e feminino. Lillian fechou a porta, e trouxe um lenço para Hannah, e se sentou ao lado dela no sofá. - Insisto que me chame de Lillian - disse - e antes que alguma de nós diga uma só palavra, deixe-me garantir-lhe que qualquer coisa que se diga nesta sala se manterá completamente em privado. Ninguém saberá. - Sim, mi... Lillian - Hannah assuou o nariz e suspirou. - Agora, o que aconteceu para fazê-la chorar? - É o Sr. Bowman... Rafe... – parecia não poder colocar suas palavras na ordem correta, assim as deixou sair sem controle, ainda sabendo que Lillian nunca poderia fazer-las ter sentido. - Ele é tão... e eu nunca serei... e quando ele me beijou eu pensei, não, é uma mera paixonite, mas... e logo o Sr. Clark declarou-se, e me dei conta que não poderia aceitá-lo porque... e sei que é cedo demais e rápido demais. Mas a pior parte é a carta, porque nem sequer sabe para a quem escreveu!, - ela continuou e continuou, tentando desesperadamente ser compreendido. De alguma forma, milagrosamente, Lillian foi capaz de dar sentido a toda a bagunça. Enquanto Hannah contava toda a história, ou pelo menos uma versão retocada, Lillian agarrou sua mão com firmeza. Quando Hannah parou para assuar o nariz novamente, Lillian disse: - Eu vou tocar a campainha para o chá. Com conhaque. Tocou a campainha para os servidores, e quando uma criada bateu na porta, Lillian abriu-a e sussurrou. A criada se foi para trazer o chá. Justo quando Lillian voltou para o sofá, a porta se abriu, e Daisy assentiu a cabeça. Ela estava ligeiramente surpreendida ao ver Hannah sentada ali com Lillian. - Olá. Lillian, presume-se que você estava indo jogar cartas. - Espere! Eu esqueci.

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Os olhos café de Daisy encheram cheios de curiosidade e compaixão, quando olhou para Hannah. - Por que está chorando? Existe alguma coisa que eu possa fazer? - É um assunto muito particular e sensível - disse Lillian. - Hannah confia em mim. - Oh, confie em mim, também! - Daisy disse severamente, entrando na sala. Eu posso guardar um segredo. Melhor que Lillian, de fato. Sem dar a oportunidade de Hannah responder, Daisy fechou a porta e sentou ao lado de sua irmã. - Você não deve contar a ninguém - disse Lillian a Daisy severamente. Hannah está apaixonada por Rafe, e ele vai declarar-se a Lady Natalie. Exceto que ele está apaixonado por Hannah. - Eu não tenho certeza sobre isso - disse Hannah devidamente. - É apenas que... A carta... - Você a tem ainda? Eu posso ver? Hannah considerou seriamente. - É muito particular. Não quero que ninguém leia. - Nesse caso deve ter queimado a maldita coisa corretamente - disse Lillian. - Mostre-a a nós, Hannah, - Daisy pediu. - Não irá mais além, eu prometo. Cuidadosamente, Hannah pegou o pedaço de pergaminho do bolso e entregou-a Lillian. As irmãs estavam se inclinaram para lê-la atentamente. -Oh, meu... - Daisy ouviu murmurar. - Não mediu palavras, não é? - Lillian perguntou secamente, com as sobrancelhas levantadas. Olhou para Hannah. - Esta é a escrita de Rafe, e não tenho dúvida de que ele foi o autor. Mas isso é incomum nele se expressar dessa maneira. - Tenho certeza de que ele sabe muitas frases para atrair mulheres. – Hannah falou entre os dentes. – É uma serpente. - Pois, bem, sim é uma serpente, mas ser tão aberto e efusivo... Ele não é assim. Geralmente é... - É uma serpente de poucas palavras. – Daisy terminou por ela. - Minha opinião é, que foi claramente movido por um sentimento muito forte Lillian disse Hannah. Virou-se para sua irmã mais nova. - O que você acha, Daisy? 112


- Bem, ler tais sentimentos do meu irmão é um pouco nojento - disse Daisy. O vinho e o mel, etc. Mas, independentemente disso, é claro que Rafe se apaixonou pela primeira vez em sua vida. - A carta não pode ter sido dirigida a mim - Hannah começou quando a porta foi reaberta. Foi Evie, Lady St. Vincent, seu cabelo vermelho dispostas em um coque frouxo. - Estávamos te procurando - disse ela. - Não te temos visto faz dias. – Lillian disse – Onde tem estado? A cor de Evie se intensificou – Com St. Vincent. - Que têm estado... Oh, Deus meu. Esqueça isso. O olhar de Evie caiu sobre Hannah. - Oh, querida. E v-você está bem? - Discutimos alguns assuntos muito particulares - Daisy disse ela. - Hannah está apaixonada por Rafe. É um segredo. Entre nós. Evie entrou na sala e sentou em uma cadeira próxima, enquanto Lillian explicou brevemente a situação. - Posso ver a carta? - ela perguntou. - Não penso... - Hannah começou a dizer, mas Daisy já tinha dado a ela. - Não se preocupe - disse Lillian a Hannah. - Evie é melhor do que ninguém para guardar segredos. Depois que ela tinha acabado de ler, olhou para cima com seus redondos olhos azuis, Hannah disse uma forma mal-humorado, - Não pode ter sido dirigida a mim. Também poderia ter sido escrita para Natalie. Os homens a adoram. Sempre se declaram a ela, e ela lida tão bem com eles, e eu não lido com eles em absoluto. - N-ninguém pode lidar com os homens - Evie disse com firmeza. - Não, eles n-nem sequer podem lidar com eles mesmos. - Assim é – disse Lillian. - Na verdade, qualquer mulher que pensa que pode manipular os homens não deveria ser autorizada a ter um. - Annabelle os pode manipular - disse Daisy, pensativamente. - Embora ela nega. Houve um breve toque na porta. - Chá - disse Lillian. No entanto, não era a criada e sim Annabelle Hunt. 113


- Olá -, disse ela com um sorriso, o olhar dela viajou para o grupo - o que estão fazendo? - Quando ela olhou para Hannah, seu rosto se suavizou com preocupação. - Oh, ela está chorando. - Está apaixonada por Rafe Bowman - Evie disse. - É um s-segredo. Entra. - Não diga a ninguém, Annabelle - Lillian disse a sério. - Isso é confidencial. - Não é muito boa com os segredos - disse Daisy. - Sim, sou - disse Annabelle entrando na sala. - Pelo menos, eu sou boa em guardar segredos grandes. Com os pequenos com os que me pareço ter um problema. - Este é um grande problema - disse Lillian. Hannah esperava com resignação, enquanto a situação foi explicada a Annabelle. Recebendo a carta, Annabelle escrutinou o pergaminho queimado, e um leve sorriso veio aos lábios. - Oh, que lindo. - Ele olhou para Hannah. - Isso não foi dirigida a Lady Natalie - disse ela sem rodeios. - Hannah, a atração de Rafe pela senhorita não passou despercebida. De fato, tem sido discretamente comentada. - Quer dizer que todo o mundo tem feito fofoca sobre a senhorita – disse Daisy a Hannah. - Creio - Annabelle continuou, que a Rafe Lady Natalie é agradável, certamente muito dela que pode gostar. Mas ele ama a você. - Mas é impossível - disse Hannah, uma preocupação desenhada na face triste. - É impossível que ele possa amar? – perguntou Daisy, - ou impossível pelo tratamento infernal que nosso pai criou para ele? - Ambos – disse Hannah tristemente. - Primeiro, eu não sei se o que ele sente por mim é uma paixonite..., - fez pausa para secar seus olhos vermelhos. - Pergunte-me dentro de uma hora - Annabelle lendo lentamente a carta. Pergunte-me dentro de um mês. Um ano, dez anos, uma vida... Isso não é uma paixonite, Hannah. - Mas mesmo se for verdade - disse Hannah, - nunca o aceitaria, porque ele iria perder tudo, inclusive seu relacionamento com seu pai. Não quereria que fizesse tal sacrifício. - Nem o pai deve querer, - disse Lillian misteriosamente. - Talvez eu deva mencionar - Daisy se ofereceu como voluntaria – Matthew está determinado a esclarecer as coisas o pai neste assunto. Disse que o pai não 114


pode permitir a tais excessos. Os limites devem ser estabelecidos, ou a tentará atropelar todo o mundo. E já que Matthew tem uma grande influência sobre o pai, é muito possível que ele possa fazer para que retrate demandas. - Mas não importa - Annabelle disse Hannah, - você não tem nada a ver com a relação entre Rafe e seu pai. Sua única obrigação é de dar a conhecer os seus sentimentos por Rafe. Por amor a ele... e para seu próprio bem... deve dar Rafe uma escolha. Merece conhecer seus sentimentos antes de tomar decisões importantes sobre o seu futuro. Hannah supôs que Annabelle estava certa. Mas a verdade não é exatamente libertadora. Fazia sentir-se vazia e pequena. Circulou com o dedo do pé em seu sapato um padrão floreado do medalhão desenhado sobre o tapete. - Espero ser tão valente - disse para si mesma, e não para outros. - O amor vale a pena o risco - disse Daisy. - Se você não disser a Rafe - Lillian disse: - você vai se arrepender para sempre. Porque você nunca sabe o poderia ter ocorrido. - Diga-o - Evie disse calmamente. Hannah respirou com medo, olhando para as quatro. Eram um grupo peculiar, todas tão brilhante e bonitas, mas... diferentes. E tinha a sensação de que essas mulheres encorajavam as excentricidades umas das outras, e apreciava suas diferenças. Qualquer coisa pode ser dita ou feita entre elas, e não importa o que fosse, aceitariam e perdoariam. Às vezes, em algumas amigas raras e maravilhosas, a união de amor fraterno era muito mais forte que qualquer laço de sangue. Foi bom estar com elas. Sentia-se confortada na presença delas, especialmente quando olhou diretamente aos olhos escuros e familiares das irmãs Bowman. - Está bem - lhes disse, seu estômago apertando-se. - Direi a ele amanhã. - Amanhã à noite é o baile de Natal. - Annabelle disse. - Tem um bonito vestido de noite para por? - Sim - disse Hannah. - Um branco. É muito simples, mas é meu favorito. - Tenho um colar de pérolas que poderia emprestar - Annabelle ofereceu. - Tenho luvas brancas de cetim para ela - disse Daisy. Lilian sorriu. – Hannah, lhe enfeitaremos que nem a árvore de Natal. Quem quer chá com conhaque? - perguntou Lillian. - Eu - disse Daisy. 115


-Tomarei o-o meu sem conhaque - Evie se queixou - Tomarei o meu sem o chá – disse Annabelle. Movendo-se e pondo-se de lado de Hannah, Daisy deu-lhe um lenço novo, e colocou o braço sobre os ombros. - Sabe, querida - disse Daisy, - a senhorita é nossa primeira floreio honorária. E nós temos trazido muito boa sorte umas as outras. Não tenho dúvida que te daremos sorte também. Ligeiramente embriagada por uma taça de conhaque, Lillian disse boa noite as floreios, incluindo o seu mais novo membro. Todas elas deixaram a sala de Marsden para ir para seus quartos. Vagando lentamente na suíte principal, Lillian analisou cuidadosamente a situação de seu irmão com o cenho franzido. Era uma mulher sem rodeios, que preferia lidar com um problema tirando da luz publica e ocupando-se dele diretamente. Mas sabia que este assunto devia ser tratado com discrição e sensibilidade. O que significava que necessitava manter-se longe disso. Mas ainda assim ansiava por Rafe encontrar a felicidade que merecia. Ainda mais, queria sacudir o asno e teimoso pai e ordena-lhe que pare de manipular a vida de todos ao seu redor. Decidiu falar com Westcliff, com que sempre podia contar com o conforto e o bom senso. Apenas podia esperar para ouvir suas opiniões sobre Rafe, Hannah e Lady Natalie. Como suspeitava que, todavia estaria abaixo com os convidados, encaminhou-se até a grandiosa escadaria. Quando alcançou o final e se dispôs a descer, viu seu marido de pé na sala abaixo, conversando com alguém. Lady Kittridge... outra vez. - Marcus - sussurrou, sentindo uma pontada de ciúme doentio. Rapidamente seguido pela fúria. Por Deus, não podia suportá-lo. Não perderia o afeto de seu marido para outra pessoa. Não sem uma luta. Suas mãos cerradas em punhos. Embora cada um de seus instintos gritavasse a precipitar-se abaixo e interpusesse entre seu marido e a mulher loira, conseguiu abster-se. Ela era uma condessa. Faria as coisas com dignidade, e enfrentaria Marcus em privado. Primeiro foi aos quartos das crianças boa noite a pequena Merritt, que estava encolhida em um berço decorado com rendas e com uma babá olhando para ela. A visão de sua preciosa filha acalmou Lillian um pouco. Passou sua mão levemente sobre o bebê de cabelos escuros, absorvendo sua imagem. Sou a mãe de sua filha, pensou com veemência, desejando poder jogar estas palavras como punhais na encantadora Lady Kittridge. Sou sua mulher. E ele não deixou de me amar ainda!

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Foi para o quarto principal, se banhou, se vestiu como uma camisola e um roupão de veludo, e penteava seus longos cabelos. Seu coração começou a bater violentamente quando Marcus entrou no quarto. Ele parou ao ver seus cabelos longos e fluidos sob suas costas, e sorriu. Aqui em privado, sua conduta autocrática se desvanecia, e o conde onipotente se convertia em um homem carinhoso, amoroso, muito mortal. Tirou o casaco e deixoua cair sobre uma cadeira. Seguindo a gravata. E logo foi parar ao lado dela. Lillian fechou os olhos quando suas mãos vieram até sua cabeça, os dedos deslizando suavemente pelo seu cabelo solto, e as pontas dos dedos massageava suas têmporas. Era profundamente consciente dele, o poder que cobria seu corpo, e o doce e seco perfume dele no ar, como o feno recém-cortado. Ela amava este homem complicado com necessidades complexas. Tendo sido criado sob críticas constantes dos pais, não era de se estranhar que ocasionalmente duvidara de sua habilidade de ser suficiente para Marcus. - Está cansada? – lhe perguntou em um sussurro grave envolto em veludo, tão característico e agradável. - Só um pouco – suspirou quando suas mãos deslizavam por seus ombros, trabalhando a tensão deles. - Poderia simplesmente recostar-se e deixar-me sair com a minha - sugeriu ele, com os olhos brilhando. - Sim, mas... Há algo que eu falar contigo primeiro.- Maldita seja, havia um tremor em sua voz, apesar de suas tentativas de soar calma e digna. A expressão de Marcus mudou quando ele ouviu a angústia em sua voz. Ele a puxou para frente, e encarou-a com preocupação, quando ela desviou o olhar. - O que acontece, meu amor? Lillian suspirou e suspirou novamente. Seu medo, sua raiva e preocupação eram tão grandes, foi difícil conseguir as palavras. -Eu.... não deveria interferir em suas... pesquisas fora do casamento. Sim, isso. Compreendo como é com sua classe... digo, eles têm feito por séculos, e suponho que era demais para mim prenteder que você ... que eu... seria suficiente. Tudo que eu peço é que seja discreto. Porque não é fácil de ver você com ela, o jeito como você sorri, e... - Ela parou e cobriu o rosto com as mãos, com vergonha ao sentir as lágrimas saltando de seus olhos. Maldito inferno. - Minha classe? - Marcus soou perplexo. – Que tem feito por séculos? Lillian, que diabos você está falando? Sua voz aflita se filtrou por trás de suas mãos. – Lady Kittridge

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Houve um breve silêncio, comossionado. - Você perdeu a razão? Lillian, olha para mim. Lillian. - Eu não posso te olhar - ela murmurou. Ele lhe deu uma pequena sacudida. - Lillian... Devo entender que você pensa que eu tenho um interesse pessoal nela? A nota verdadeira de reprovação na sua pergunta fez Lilian se sentir um pouco melhor. Nenhum marido culpado poderia ter fingido tanta raiva frustrada. Por outro lado, nunca era uma boa idéia para insultar Marcus. Raramente tinha raiva, mas uma vez que começava, as montanhas tremiam, os oceanos se separaram, e cada criatura com um instinto de auto preservação fugia para um refúgio. - Tenho visto você falando com ela - disse Lillian, abaixando as mãos, - e sorrindo, e você tem trocado cartas com ela, e...-, deu-lhe um olhar indignado, mudou a forma como você dá o nó da gravata! - Meu ajudante de quarto o sugeriu - disse ele, olhando espantado. - E aquele truque de novo na outra noite... essa coisa nova que você faz na cama... – Você não gostou disso? Maldita seja, Lillian, tudo o que tinha que fazer era dizer-me... - Eu gostei disso - disse ela, corando. - Mas é um dos sinais. - Sinais de que? - De que está cansado de mim – disse ela, com a voz quebrada. - Que você quer alguém mais. Marcus cravou os olhos nela e soltou uma série de blasfêmias que abalaram Lillian, que tinha um bom controle sobre o linguajar obsceno. Segurando seu braço, puxou-a com ele do quarto. - Vem comigo. - Agora? Assim? Marcus, eu não estou vestida... - Não me importa maldita seja! Finalmente o colocou enlouquecido, pensou Lillian alarmada, quando desceu e a arrastou escada abaixo através do salão, apesar de alguns serventes lhes olhassem aturdidos. Lá fora, no frio cortante de Dezembro. O que faria? Lançá-la a sua sorte?

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- Marcus? - perguntou nervosamente, apressando-se para avançar em sintonia com seus passos. Sem resposta, só a levou através do pátio aos estábulos, a parte central com bebedouros para cavalos e dentro do espaço acolhedor filas de baias para cavalos excelentes. Os cavalos olhavam para eles com interesse suave enquanto Lillian era puxada por Marcus até o final da primeira linha. Havia um lugar grande, brilhante e vermelho e uma janela na parte superior. O lugar continha uma égua árabe incrível e bela de cerca de 1,65m de altura, com uma forte e eloqüente cabeça e pescoço, olhos grandes e brilhantes, dando a aparência de ser perfeito. Lillian piscou, surpresa. - Um árabe branco? - perguntou fracamente, nunca tinha visto uma criatura antes. - Parece algo saído de um conto de fadas. - Tecnicamente, ela está registrada como cinza - disse Marcus. Mas a sombra é muito leve, parece prateado pálido. O nome dela é Misty Moonlight. - Ele deu um olhar sardônico. - É o seu presente de Natal. Perguntou-me se poderíamos trabalhar em suas habilidades de equitação juntos, lembra? - Oh - Lilian engasgou de repente. - Me requereu seis malditos meses para fazer os arranjos, - Marcus continuou tenso. - Lady Kittridge é a melhor criadora de cavalos na Inglaterra, e muito cuidadosa sobre a quem lhes vende um de seus árabes. E como este cavalo tinha sido oferecido a alguém mais, tive que subornar e ameaçar ao outro comprador, e pagar uma maldita fortuna a Lady Kittridge. - E é por isso que você tem estado se comunicando muitas vezes com Lady Kittridge? - Sim – a olhou com uma carranca. - Oh, Marcus! - Lillian foi embargada pelo alivio e felicidade. - E em troca pelo meu sofrimento - ele resmungou - Eu sou acusado de infidelidade! Eu te amo mais que a vida. Desde que eu te conheci, eu nunca pensei em outra mulher. E o que pensa que poderia desejar a alguém mais quando passamos junto cada maldita noite, transcende minha compreensão! Percebendo que tinha sido mortalmente ofendido e que a sua raiva aumentou a cada segundo, Lillian ofereceu um sorriso apaziguador. - Nunca pensei realmente que me traia desse modo. Temia justamente que encontrasse tentadora. E eu... - A única coisa que eu encontro tentadora é a ideia de levá-la dentro da cabine e aplicar-lhe alguns golpes em seu traseiro. Repetidamente. Com vigor. 119


Lillian retrocedeu, enquanto seu marido se aproximava de modo ameaçador para ela. Foi preenchido com uma combinação de alarme e alivio. - Marcus, tudo está bem. Eu acredito em você. Eu não estou preocupada. - Deverias se preocupar - disse ele com glacial suavidade - Porque está claro que ao menos que haja consequências para essa falta de fé em mim... - Consequências? - gritou. - Este problema pode surgir novamente no futuro. Então, estou a ponto de eliminar qualquer dúvida sobre o que eu quero, e de quem. Olhando para ele com os olhos bem abertos, Lillian se perguntou se ele iria golpeá-la, violentá-la, ou ambos. Calculou suas oportunidades de escapar. Não eram boas. Marcus, com sua constituição energética, mas ágil, era soberbamente apto e capaz. Era tão rápido como raio e, provavelmente, poderia vencer a uma lebre. Observando com firmeza, despiu o casaco e jogou-o no chão coberto de feno. Pegando um cobertor para cavalos em uma pilha dobrada, a estendeu sobre uma pilha de feno. - Venha aqui - disse ele calmamente, com o rosto implacável. Seus olhos se voltaram enormes. O riso nervoso, meio histérico subiu em sua garganta. Ela tentou manter sua posição. - Marcus, há algumas coisas que não deveriam fazer na frente das crianças ou cavalos. - Não há nenhuma criança aqui. E o meus cavalos não fofocam. Lillian tentou passar rapidamente junto a ele. Marcus facilmente a capturou, jogando-a em cima do feno coberto com o cobertor. E quando ela protestou e gritou com gritinhos agudos, ele rasgou sua camisola. Sua boca esmagou a dela, suas mãos deslizavam sobre o corpo dela com demanda insolente. Um grito foi preso em sua garganta quando ele desceu para os seios, segurando as pontas delicadamente com seus dentes, em seguida, apaziguando os pequenos ataques com sua língua. Fez todas as coisas que sabia que a despertaria, o seu ato de fazer amor suave, mas implacável, até que ela disse entrecortadamente algumas palavras de rendição. Desabotoou suas calças com alguns puxões hábeis, e empurrou profundamente dentro dela com força primitiva. Lillian tremeu em êxtase e agarrou suas costas musculosas e flexíveis. Ele a beijou, sua boca dura e com fome, seu corpo se movendo em um ritmo forte. - Marcus - Lilian ficou sem fôlego - nunca duvidarei de você de outra vez... Oh, Deus meu...

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Particularmente sorriu contra seu cabelo e levantou o quadril mais alto contra os ele. – Verei se não o faça – se queixou. E durante toda a noite, ele se saiu com a sua.

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Capítulo 14

Hannah tentou, em vão, encontrar uma oportunidade de conversar com Rafe no dia seguinte. Era impossível encontrá-lo. Assim como também não conseguia encontrar Natalie e os Blandford e os Bowman. Ela tinha um pressentimento de que algo estava acontecendo. Stony Cross Manor estava cheia de atividades, os convidados cantando, comendo, bebendo, enquanto as crianças brincavam no teatro em um palco enorme de brinquedo que tinha sido instalado em uma das salas de descanso. Bem no final do dia, Hannah finalmente pode ver Rafe quando passava pelo estúdio privado de Lord Westcliff. A porta estava aberta e pode ver que ele estava falando com Lord Westcliff e o Sr. Swift. Ela hesitou por um momento, mas justo aquele momento Rafe olhou em sua direção. Imediatamente ele se afastou da mesa onde ele havia estado apoiado e sussurrou aos outros, "um momento". Ele deixou a sala, com uma expressão séria. Mas tinha um sorriso nos cantos de sua boca quando olhou ela de cima a baixo. - Hannah, - A suavidade de sua voz enviou uma corrente por suas costas. - O senhor.... o senhor disse que queria falar comigo - conseguiu dizer. - Sim, eu disse. Perdoe-me, estive ocupado com alguns assuntos. - Ele estendeu a mão para tocá-la como se não pudesse evitar, tocando com os dedos levemente o tecido solto de uma de suas mangas. - Nós vamos precisar de tempo e privacidade para o que eu quero discutir contigo, coisas que parecem ser raros hoje. - Talvez mais tarde esta noite? - sugeriu hesitante. - Sim, eu te encontrarei. – Soltando sua manga, fez uma reverencia cavalheiresca. – Até esta noite.

Quando Hannah subiu para ajudar Natalie a por seu vestido de noite, e para logo vestir-se ela, surpreendeu-se encontrar Natalie completamente vestida. Sua prima estava magnífica com o vestido de seda azul-claro e seu cabelo puxado para trás com alguns cachos soltos de ouro. - Hannah! - Natalie exclamou, saindo do quarto, na companhia de Lady Blandford. - Eu tenho que te dizer uma coisa muito importante. 122


- Pode dizer-lhe mais tarde, - interrompeu Lady Blandford, parecendo distraída como sua filha. - Lord Blandford e Lord Westcliff estão lá embaixo, Natalie. Não quero deixá-los esperando. - Sim, claro. - Os olhos azuis de Natalie brilharam com entusiasmo. Falaremos com você em breve, Hannah. Intrigada, Hannah as olhou andando apressadamente pelo quarto. Definitivamente, algo está acontecendo, pensou, e uma pontada de preocupação causou um suor frio descer pelo seu corpo. Uma donzela a esperava dentro do dormitório. Stra. Appleton, Lady Westcliff enviou-me para ajudá-la a se vestir para o baile. - Ela fez? Isso é muito gentil. Eu geralmente não necessito de muita ajuda, mas... - Sou muito boa arrumando o cabelo – a donzela disse com firmeza. - E Lady Westcliff me disse que poderíamos usar suas forquilhas de pérolas. Agora, poderia sentar-se na penteadeira, senhorita? Tocado pela generosidade de Lillian ao enviar sua própria donzela, Hannah se sentou. Demorou uma eternidade cachear seu cabelo com as pinça de calor e organizar os cachos no lugar, com as forquilhas de pérolas brilhantes espalhadas no centro do seu cabelo escuro. A donzela ajudou-a a por seu vestido branco que usaria no baile que, combinava com meias de seda bordada em prata de Evie. Após abotoar o colar de pérolas de Annabelle no pescoço, a donzela ajudou a colocar o par de luvas brancas de seda que eram de Daisy. As floreios, Hannah pensou com um sorriso agradecido, seu próprio grupo de fadas madrinhas. Terminaram com um toque de pó no nariz e na testa, e um pouco de bálsamo-de-rosa para seus lábios. Hannah se sobressaltou um pouco quando ela viu seu reflexo no espelho de tão elegante que estava. - Muito bonita, senhorita, - a donzela pronunciou. - É melhor se apressar, o baile começará logo. Hannah estava nervosa demais para sentir-se tentada pelas deliciosas iguarias que se exibiam nas mesas compridas. Os refrescos seriam apreciados pelos hóspedes durante o baile, mais tarde um jantar formal seria servido. Tão logo como apareceu no salão de baile, Lillian e Daisy apareceram ao seu lado, exclamando elogios sobre sua aparência. - As senhoras são muito amáveis - Hannah disse sinceramente. – E ao emprestar-me as pérolas e as luvas vai mais além da generosidade.

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- Temos segundas intenções - Daisy disse. Hannah a olhou perplexa. - Algumas razões muito boas - Lillian disse com um sorriso – Te queremos como irmã. - Já falaste com Rafe? - Daisy perguntou baixinho Hannah sacudiu a cabeça. - Eu mal o vi o dia todo. Parecia que ele tinha desaparecido por um momento, e logo estava conversando com um número de pessoas. - Alguma coisa está acontecendo - disse Lillian - Westcliff estava ocupado durante todo o dia também. E meus pais não podiam ser encontrados em nenhum lugar. - Aos Blandford igual. - Hannah disse apreensiva. - O que está acontecendo? - Não sei. - Lillian lhe deu um sorriso tranquilizador. - Mas eu tenho certeza que tudo ficará bem. - Deslizou seu braço em torno de Hannah. -Vamos olhar a árvore. Com todas as velas acesas, a árvore de Natal era uma visão brilhante e espetacular, centenas de chamas resplandescentes entre os galhos como as luzes das fadas. O salão de baile todo decorado com veludo verde, dourado e vermelho. Hannah nunca tinha participado de um evento tão impressionante. Ela olhou ao redor maravilhada, vendo os casais dançando em redemoinhos através do salão, enquanto a orquestra tocava músicas de Natal em versão de valsa. Centenas de lustres derramavam luz sobre o salão. Por meio da fileira de janelas perto dela, viu o brilho das tochas que tinham sido colocadas nos jardins, brilhantes contra um céu cor de ameixas. E então viu Rafe do outro lado da sala. Assim como os outros homens presentes, estava vestido com roupa tradicional de noite, preta e branca. Sua presença, tão carismática e descompromissada, a fez alucinar com saudades. Seus olhares se cruzaram, através da distância. Ele examinou-a com o olhar, sem perder nenhum detalhe de sua aparência. A boca dele se curvou com um lento, sensual sorriso, e os seus joelhos se converteram em gelatina. - Aqui está, senhorita. - Um servente chegou com uma bandeja de champanhe. Copos de bebidas borbulhantes foram servidos para todos os hóspedes. A orquestra terminou a peça que estava tocando e fez uma pausa, e houve um tilintar que soava muito parecido com uma moeda quando bate no vidro. - O que é isso? - Lillian perguntou, levantando uma sobrancelha, e Daisy tomou uma taça de champanhe. 124


- Parece que alguém vai fazer um brinde - disse Daisy. Vendo Lord Blandford chamar a Natalie do outro lado da sala, Hannah agarrou a base de sua taça de champanhe com força. Cada nervo estava tenso com a apreensão. Não... não podia ser. - Meus amigos – disse várias vezes Lord Blandford para atrair a atenção da multidão. Os hóspedes ficaram quietos e olharam para ele com expectativa - Como muitos dos senhores saben, Lady Blandford e eu fomos abençoados com uma única filha, a nossa querida Natalie. E chegou o momento de entregar sua mão a um homem que se encarregará de sua felicidade, enquanto embarcam-se na jornada de sua vida juntos... - Oh, não! - Hannah ouviu Lillian sussurrar. O frio se concentrou em seu peito até que sentiu seu coração estava sendo perfurado por milhares de espinhos. Lord Blandford continuou falando, mas ela não ouvia o que ele dizia, já que só ouvia como o sangue em um turbilhão em seus ouvidos. Sua garganta se fechou em um grito angustiado. Era tarde demais. Ela tinha esperado demais. Suas mãos tremiam demais para segurar o copo de champanhe. Ela empurrou o vidro para Daisy cegamente. - Por favor, segura isto - sentia um nó na garganta - não posso... tenho que... – voltou-se em pânico e angustiada, e caminhou em direção à saídas mais próximas, uma das portas francesas que levaram fora. - Nestas festividades alegres - Blandford continuou - tenho a honra e o prazer de anunciar um noivado. Vamos fazer um brinde com a minha filha e o homem que lhe darei sua mão em casamento... – Hannah deslizou pela porta e fechou-a. Seus pulmões se encheram desesperadamente do ar frio do inverno. Podia ouvir o barulho de dentro de alegria. O brinde foi feito. Rafe e Natalie estavam noivos. Quase caiu pelo peso de sua própria dor. Selvagens pensamentos passaram por sua mente. Ela não podia enfrentar isso, nada sobre ele. Teria que sair naquela noite e ir a algum lugar... de volta para a casa de seu pai e suas irmãs... não podia ver Natalie e Rafe e aos Blandford novamente. Ela odiava a Rafe por fazer amá-lo. Ela se odiava. Queria morrer. Hannah, não seja estúpida, pensou desesperadamente. Não é a primeira mulher com um coração quebrado, nem será a última. Terá que superar isto. 125


Mas quanto mais lutava pelo seu autocontrole, este parecia evitá-la. Tinha que encontrar um lugar no que desmoronar-se. Dirigiu-se ao jardim, seguindo um dos caminhos iluminados. Chegando a uma clareira com uma fonte de sereia, sentou-se em dos duros e frios bancos. Cobriu seu rosto com suas mãos, enquanto as lagrimas quentes empaparam suas acetinadas luvas. Cada soluço rasgou seu peito como uma faca, bruscamente. E então, através dos suspiros desoladores de miséria, escutou a alguém dizer seu nome. Quem veio a ver dessa maneira era sua última humilhação. Hannah sacudiu a cabeça e se deixou ser arrastada por sua miséria. De algum modo ela conseguiu falar. - Por favor, deixe-me... Mas um homem sentou ao lado dela, e ela sentiu uns braços quentes e fortes braços a abraçarem. Sua cabeça repousou contra um peito duro. - Hannah, o amor... não. Não chore. - era a voz profunda de Rafe, sua essência familiar. Ela tentou empurrá-lo, mas Rafe a segurou firmemente. Sua escura cabeça se agachou ate a dela. Murmurando palavras carinhosas, alisou seus cabelos e beijou sua testa. Seus lábios se tocaram seus cílios molhados. – Vamos, não há necessidade disto, querida. Sshh, está tudo bem. Olha-me, Hannah. - O gostoso prazer de ser abraçada por ele, confortada, fez ela se sentir ainda pior. - Você deveria estar lá dentro. - ela disse, deixando escapar alguns soluços com Natalie. - A palma de sua mão acariciava suas costas em círculos. - Hannah. Querida. Eu preciso que você se acalme para que possamos conversar. - Não quero falar... - Mas eu sim. E vai me escutar. Respire profundamente. Dessa forma. Isso. Boa menina. Mais uma. - Rafe a deixou tempo suficiente para tirar o casaco e envolver em torno de seu corpo, que tremia. – Não pensei que Blandford pudesse fazer um anúncio tão malditamente rápido – disse, apertando-a de novo – Se eu houvesse feito um esforço para chegar a ti primeiro. – - Não importa, - disse Hannah, seu desespero convertendo-se em ressentimento. - Nada importa. Não adianta tentar... Rafe colocou a mão sobre sua boca e a olhou. Iluminado por tochas, a metade de seu rosto estava na sombra, os olhos escuros e brilhantes. Sua voz era grossa e quente, com um toque de ternura. 126


- Se você tivesse ficado no salão cerca de trinta segundos, meu amor, impulsiva, teria escutado Lord Blandford anunciar o noivado de Natalie com Lord Travers. O corpo de Hannah se pôs completamente rígido. Não podia respirar. - Com exceção de um breve recado no povo – continou Rafe – estive conversando com as pessoas durante todo o dia maldito. Com os meus pais, os Blandford, Westcliff... e o mais importante com a Natalie. - Removeu a mão de sua boca e enfiou a mão no bolso do casaco. Ele tirou um lenço e gentilmente enxugou suas faces molhadas - lhe disse, continuou - como tão encantadora e atraente como é, não podia casar-me com ela. Porque eu nunca poderia cuidar dela da maneira que ela merece. Porque eu estava apaixonado, profundamente e para sempre por alguém. - Ele sorriu para os olhos aturdidos de Hannah – Creio que depois foi diretamente a Travers, e enquanto a consolava e apoiava-lhe, ele provavelmente lhe confessou seus sentimentos. Espero que ela não tenha sido lançada em um casamento impulsivo apenas para salvar as aparências. Mas essa não é a minha preocupação. Tomando o rosto de Hannah em suas mãos, Rafe esperou que ela dissesse alguma coisa. Ela simplesmente sacudiu a cabeça, muito sobrecarregada para fazer um som. - Aquele dia na biblioteca – ele disse - quando quase lhe faço amor, eu percebi que depois de tudo eu queria que nos encontrasse ali. Queria te comprometer com qualquer coisa que me permitisse estar contigo. E então eu sabia que naquele momento não seria capaz de casar com a Natalie. Porque a vida é muito tempo para passar ao lado da mulher errada. Sua cabeça e seus ombros ocultaram a luz das tochas quando ele se agachou, tomando sua boca com lento, penetrante beijo. Ele apertou os lábios trêmulos para que se separassem, explorando o interior de sua boca com uma ardente ternura que fez seu coração bater com golpes dolorosos. Ela ofegou quando sentiu as mãos escorregarem dentro de sua jaqueta, acariciando a pele exposta pelo corpete do vestido. - Querida Hannah - sussurrou - quando te vi chorar um pouco atrás, pensei por favor, Deus, que seja porque ela se preocupa por mim, malvado canalha como sou. Deixe-me amar, mesmo que seja um pouco. - Eu estava chorando - ela conseguiu dizer-lhe, hesitante - porque meu coração estava se quebrando ao saber que você ia casar com outra pessoa - ela encarou sua mandíbula tremendo de combate a emoção - porque eu... eu te queria para mim. O brilho de paixão que viu em seus olhos fez seu coração bater mais rápido. 127


- Então eu tenho que te perguntar uma coisa, meu amor. Mas primeiro deve entender... eu não herdarei nada dos Bowman. Isso não significa que não poderei mantê-la, entretanto. Sou um homem rico por conta própria. E eu vou colocar o meu dinheiro mal chegado a bom uso. Há oportunidades em todos os lugares. Era difícil pensar claramente. Hannah teve que se concentrar, como se tentasse traduzir uma língua estrangeira - Foi deserdado? –sussurrou finalmente preocupada. Retirando-se um pouco, assentiu. Seu rosto era severo com determinação. -É o melhor. Em algum momento do futuro, pai e eu podemos encontrar a maneira de aceitarmos um ao outro. Mas, enquanto isso, não vou seguir os ditames de outro homem. A mão dela repousou na bochecha dele, acariciando-o suavemente. - Não queria que fizesse tal sacrifício por mim. Seus cílios entrecerram com seu toque. - Não foi um sacrifício. Foi a salvação. Meu pai vê isso como uma fraqueza, é claro. Mas lhe disse que não me faz menos um homem amar alguém desta maneira. Faz-me ser mais. E você não está sob qualquer obrigação, e você sabe disso. Eu não quero que você... - Rafe - disse hesitante - a obrigação não forma parte do que eu sinto por você. Sua expressão causou que seu interior derretesse. Segurando suas mãos, ele tirou-lhe as luvas de maneira pausada, tirando suavemente de cada dedo para soltá-los. Depois de removê-las, beijou seus dedos e pulso colocou uma de suas mãos contra o seu rosto barbeado. - Hannah, eu te amo mais do que eu posso suportar. Querendo ou não, sou seu. E não sou inteiramente certo o que pode acontecer se eu tiver que passar o resto da minha vida sem você. Por favor, case-se comigo para que eu possa parar de tentar ser feliz, e apenas, ser. Eu sei que isso tem aconteceu muito rápido... - Algumas coisas não podem ser medidas pelo tempo. - Hannah disse com um sorriso trêmulo. Rafe deu-lhe um olhar interrogativo - Uma das criadas encontrou uma carta de amor parcialmente queimada na lareira do seu quarto. - disse Hannah - e levou-a para Natalie, que mostrou para mim. Natalie supôs que era para ela. Mesmo no escuro, notou como as bochechas de Rafe enrubesciam. - Bom, o inferno. – disse em tom triste. Trazendo-a mais perto, abraçou-a e sussurrou em seu ouvido - era para você. Cada palavra era sobre você. Deves saber quando voltar a lê-la. 128


- Queria fosse sobre mim. - Hannah disse timidamente - e – seu próprio o rosto inflamava – as coisas que você escreveu. As quero fazer todas também. Ele riu suavemente e voltou a olhar para ela. - Então me dê sua resposta - deu um breve e apaixonado beijo na boca. Diga isso ou vou continuar beijando até que você diga sim. - Sim - ela disse sem fôlego, com alegria - sim, vou casar-me com você. Porque eu te amo demais, Rafe, te a... Ele capturou sua boca com um beijo faminto, enquanto suas mãos soltava seus cabelos. Ela não se importava nem um pouco. Sua boca estava tão quente, deliciosa, consumindo-a com carícias sensuais, fazendo estragos com seus beijos profundos e duros. Ela respondeu com impaciência, tremendo em seus braços enquanto seu corpo tentava acomodar todo o prazer muito, muito rápido. Rafe arrastou seus lábios entreabertos por sua garganta, excitando suas terminações nervosas, deixando um rastro de fogo no seu rastro. Sua boca caiu para o peito, e ela se sentiu como os bicos dos seios ficavam duros e sensíveis. - Hannah - ele sussurrou, espalhando beijos febris através de sua pele - Eu nunca quis ninguém tanto. És tão linda em todos os sentidos... e tudo o que eu descubro sobre ti me faz te amar mais e mais... - levantou a cabeça e a agitou duramente, como se tentasse se lembrar onde estava. Um sorriso veio aos lábios. Meu Deus. Será melhor que tenhamos um noivado curto. Vem, me dê a mão... não, a outra. - ele enfiou a mão no bolso do casaco e revelou um anel de brilhantes. Era um anel de prata com uma granada - Esta é a razão que eu por ter ido à cidade hoje. - disse, deslizando o anel em seu dedo anelar - Vou comprar um diamante em Londres, mas tínhamos que começar com algo. - É perfeito - Hannah disse, olhando para os olhos brilhantes - granada significa amor duradouro. Você sabia? Ele sacudiu a cabeça, olhando como se fosse um milagre. Envolvendo os braços em volta do pescoço, Hannah o beijou impulsivamente. Rafe endireitou sua cabeça, possuindo seus lábios com erótica demanda. Ela passou suas mãos nas poderosas linhas de seu corpo, em uma tímida, mas ardente exploração pequena, fazendo-o sentir calafrios. Ofegante, ele regressou em si de novo. -Hannah... carinho... eu... eu cheguei a meus limites. Temos que parar. - Eu não quero parar. - Eu sei meu amor. Mas tenho que acompanhá-la de volta para o baile antes que alguém perceba de que faltamos. 129


Tudo nela se rebelava contra a idéia de voltar para a grande e cheia sala de baile. Falar, dançar, o jantar formal tempo... seria uma tortura, quando tudo que ela queria era estar com ele. Corajosamente, Hannah começou a brincar com os botões do seu colete. - Leve-me para a casa de solteiro. Eu tenho certeza que ela está vazia. Todo mundo esta na casa. - Ele deu-lhe um olhar sardônico. - Se eu fizer isso, coração, não haverá maneira nenhuma de que saia com sua virtude intacta. - Quero que me comprometa – lhe disse ela - Isso que você quer? Porque, meu amor? - Porque quero ser tua em todos os sentidos. - Já é – ele murmurou - Não dessa maneira. Ainda não. E ainda se não me comprometer, vou dizer a todo mundo que o fez. Portanto, a melhor coisa seria que você fazer na realidade. Rafe riu de sua ameaça. - Na América - disse a ela - diria que estão tentando fechar um negócio Gentilmente emoldurou seu rosto em suas mãos e acariciou suas bochechas com os polegares - mas não tem que fazer querida. Não há nada na terra que me impeça de casar contigo. Pode confiar em mim. - Eu confio em você. Mas... Suas sobrancelhas se levantaram. - Mas? A pele sob seus dedos foi aquecida alguns graus. - Te desejo. Eu quero estar perto de você. Como... como você escreveu na carta. - ele deu um daqueles sorrisos que lhe enviavam calafrios pela coluna vertebral. - Nesse caso... vou te comprometer só um pouco. Levantando Hannah do banco, Rafe a levou para casa de solteiros. Ele argumentou consigo mesmo durante todo o caminho, sabendo que o correto era levá-la para a mansão sem demora. Entretanto, o desejo de ficar sozinho com ela, mantê-la para si em privado, era muito poderoso e mais do que podia resistir.

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Eles entraram na casa, com seus móveis escuros caros, painéis de parede e tapetes de pelúcia. Brasas brilhavam no dormitório, iluminando de cor amarela e laranja ao solo. Rafe acendeu a lamparina de uma mesinha deixando o chama baixa, e se virou para olhar para Hannah. Ela havia tirado seu casaco e estava desabotoando o vestido. Ele viu a expressão de seu rosto, como se tentando fingir que ir para a cama com um homem que era algo normal para ela. Sentiu diversão e ternura, e a mais nefasta dor mortal da luxúria que jamais tinha experimentado. Foi até ela, e fechou as mãos sobre as dela. - Não precisa fazer isso - disse - esperarei por você. Vou esperar o tempo que seja necessário. Hannah puxou para libertar as suas mãos, e as deslizou por trás de seu pescoço. – Não posso pensar em qualquer outra coisa que eu quisera estar fazendo neste momento - disse. Ele se inclinou para beijá-la apaixonadamente, parando apenas para sussurrar. - Oh, amor, eu tão pouco posso. Pouco a pouco foi tirando as camadas de seda e linho, desenganchando o espartilho, tirou as meias demorando-se um pouco em suas pernas. Só até quando a última peça caiu ao chão, e ela estava candidamente estirada na cama ante ele, se permitiu vagar um olhar por seu corpo esguio, e soltou um suspiro agitado. Ela era tão bonita, tão inocente e tão confiante. Tocou um de seus seios, moldando a suavidade com os dedos trêmulos. Seu olhar levantou a sua cara. - Está nervoso? - perguntou um pouco surpresa. Rafe assentiu, passando a ponta de seus dedos por uma de seus mamilos rosa vendo como este se colocava duro. - Antes, para mim não era um ato de amor. - Isso o faz diferente? Um sorriso irônico cruzou seus lábios. - Eu não tenho certeza. Mas há uma maneira de descobrir. Despiu-se e deitou ao lado dela, abraçando-a com cuidado. Apesar do desejo que corria por seu corpo, ele a pressionou contra ele com doçura, deixando-a sentilo. Ele deslizou uma mão por suas nádegas, acariciando-as em círculos suaves. Hannah conteve o fôlego enquanto o sentia contra ela. Uma pequena mão alcançou a superfície de seu peito peludo e o explorou com delicadeza... 131


- Rafe... Como devo te tocar? Ele sorriu e beijou-lhe a garganta, saboreando a sua suavidade e a fragrância dela. - Em qualquer lugar, amor. De qualquer forma que você goste. - Ele ainda a segurava enquanto ela brincava com abundância de cabelos luminosos em seu peito. Olhando-o nos seus olhos, ela deixou que sua palma da mão fosse à deriva para os músculos do seu abdômen, acariciando-o. Ela hesitou por um momento enquanto tomava em suas mãos seu lustroso e duro membro, que pulsava com necessidade. Ela deu algumas caricias vacilantes. Sua resposta foi tão grave que ele engasgou entrecortadamente ante a brusca sensação. - Hannah - conseguiu dizer, baixando sua mão e pondo-a sobre a dela. - Mudança de planos. A próxima vez. - fez uma pausa, lutando para se controlar - você pode explorar tudo o que quiser, mas por agora, deixe-me te amar. - Eu fiz algo errado? Você não gostou do jeito que eu...? - Eu gostei muito. Se eu tivesse gostado mais, tudo teria terminado em menos de um minuto. Colocou-se em cima dela, e distribuiu beijos por todo seu corpo, ficando mais tempo em seus seios, sugando e mordendo suavemente. Excitou-se com os espasmos de excitação dela e com a instintiva forma em que seu quadril se movia buscando a fonte de prazer. Abrindo suas coxas, descansou a mão entre elas, colocando a palma da sua mão no centro do seu prazer. Tocou-a gentilmente até que ela gritou e gemeu, necessitando de mais. Deslizando para baixo, Rafe beijou seu ventre, deixando que sua língua circulasse em torno de seu delicado umbigo. Nunca tinha estado tão excitado, tão completamente absorvido no prazer de alguém mais. A intimidade era quase insuportável. Sua respiração era rápida e ansiosa, quando se encontrou com a entrada de seu corpo, provocando-a com o dedo. - Hannah, querida - sussurrou - relaxa para mim - ele sentiu como um calor escaldante em torno de seu dedo. A sensação de que ela era tão deliciosa que ele soltou um gemido. – Tenho que beijá-la aqui. Tenho que te provar. Não tenha medo... só deixe-me... Oh, Hannah, doce amor... – Ele levou sua boca para seu sexo, procurando avidamente até que encontrou o centro de seu prazer. Seus sentidos estavam sumidos em um radiante prazer, todos seus músculos tensos pela luxúria. O sabor dela, sal e mulher, era imensamente excitante. Pôs sua língua sobre ela, girando em círculos, deleitando-se com os seus gritos de impotência. Ele deslizou seu dedo mais profundamente, uma e outra vez, ensinando-lhe o ritmo.

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Ela entrou em êxtase com um grito baixo, mãos segurando sua cabeça. Muito tempo depois de sua libertação ter desaparecido, ele seguia saboreando-a, movendo sua língua sobre o calor rosado, levando-a posteriormente a um estado de sonho. - Rafe - disse com voz rouca, puxando-o para cima. Sorrindo, ele cobriu seu corpo com o dele, olhando para os seus olhos verdes aturdidos. - Mais - sussurrou ela, e passou os braços ao redor de suas costas, incitando-o a participar – quero mais de ti. Sussurrando o seu nome, se posicionou entre suas coxas. Uma explosão inicial de satisfação primitiva passou através dele, enquanto sentia a tentadora suavidade dividindo-se. Ele empurrou dentro da resistente carne, tão quente, tão molhada, e quanto mais profunda entrava mais estreita era ela. Entrou duro e profundamente, tentando não machucá-la. Nunca tinha sentido algo assim anteriormente, mais além de qualquer prazer imaginável. Pegou sua cabeça entre as mãos e a beijou sua boca, enquanto seus sentidos nadavam em êxtase. - Desculpa, amor - disse com uma voz rouca cheia de prazer – sinto muito te fazer dano. Hannah sorriu e o olhou – Como um estrangeiro quando vai para um novo país... – lhe sussurrou no ouvido. Ele se sacudiu ao rir - Deus. Nunca me deixe esquecer esta carta, certo? - Nem se quer a li inteira. – disse – partes dela se queimaram. Agora nunca saberei o que você queria me dizer. - As passagens que se perderam, provavelmente, tratem disso - ele murmurou, empurrando suavemente em seu interior. Ambos pararam de respirar, absorvendo as sensações disso. Rafe pressionou um sorriso contra sua bochecha escrevi muito sobre isso. - Diga-me o que você escreveu. Sussurrou em seu ouvido palavras de amor e de louvor, e todos os anseios que sentia. E com cada palavra que ele dizia sentia que se abria uma parte de seu ser, uma sensação de liberdade e poder, e morrer suavemente. Ela se moveu com ele e acolhendo-o mais profundamente, e o êxtase de desfrutá-lo com ela rugiu através dele, conduzindo-o a uma profunda, brilhante liberação. Certamente... fazê-lo com amor era diferente. Rafe a abraçou durante muito tempo depois, sua mão viajando delicadamente por seu quadril e suas costas. Parecia que não conseguia parar de tocá-la. Hannah se acomodou em seu ombro, seu corpo sentindo-se pesado e saciado.

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- Isso é real? - ela sussurrou - Parece um sonho. Diversão retumbou no peito Rafe. - Isto parecerá real quando amanhã de manhã levá-la para a mansão como uma mulher desonrada. Se não tivesse dito a Westcliff minha intenção de me casar com você, me atreveria a dizer que me cumprimentavam com um chicote. - Não vai me levar esta noite? - ela perguntou, surpresa. - Não. Para começar eu arruinei seu penteado. Em segundo lugar, não tenho vontade de sair da cama. Em terceiro lugar... há uma clara possibilidade de que ainda não tenha terminado com você. - Esses são todos muito bons motivos. - Sentou-se e retirou o resto das pérolas de seu cabelo, e se inclinou sobre Rafe para colocá-las na mesa de cabeceira. Capturando suas costelas em suas mãos, ele a sentou sobre ele e beijou seus seios enquanto ela se mostrava ante ele - Rafe - ela protestou – Parando, ele olhou para seu rosto ruborizado, e sorriu ironicamente. – Modesta? – lhe perguntou suavemente, e a escondeu na dobra do seu braço novamente. Seus lábios se pressionaram contra sua testa. - bom, estar casada curará isso em pouco tempo. Hannah enterrou seu rosto no peito dele, e ele sentiu a curva de seu sorriso. - O que? – lhe perguntou ele, - Nossa primeira noite juntos. E nossa primeira manhã será Natal. - Rafe acariciou seu quadril nu. - E eu já desembrulhei meu presente. - É muito fácil te agradar - disse ela, fazendo-o rir. - Sempre. Porque Hannah, meu amor, o único presente que eu sempre vou querer... - ele fez uma pausa para beijar o sorriso nos lábios dela - é você.

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EPÍLOGO

A manhã de Natal, Matthew Swift caminhava na frente da casa de solteiros, seus sapatos e a barra de seu paletó estavam manchados com a neve recém-caída. Ele bateu na porta e esperou pacientemente até que Rafe respondeu. Com um sorriso irônico, Swift disse cunhado. - Tudo o que eu vou dizer é que todo mundo está falando. Assim, é melhor que você se case com ela rapidamente. Não houve nenhuma discussão, é claro, por parte de Rafe. Swift também disse que, imbuídos pelo espírito de Natal (e combinado com a pressão de toda a família), Thomas Bowman havia reconsiderado sua decisão de deserdar Rafe e desejava fazer as pazes. Posteriormente, com jarras de “Obispos Humeantes”, uma bebida quente feita com frutas, vinho tinto e do porto, os homens chegaram a um acordo. Rafe não consentiu em entrar para participar da sociedade com seu pai, convencido de que, sem dúvida, que seria a fonte de conflitos futuros entre eles. Em vez disso, ele entrou em um empreendimento altamente lucrativo com Simon Hunt e Westcliff e contribuiu com seus conhecimentos sobre a fabricação de máquinas locomotivas. Isto aliviou a carga sobre os ombros de Hunt, o que fez feliz Annabelle e permitiu a Rafe e Hannah ficarem na Inglaterra, para o prazer de ambos. Nos anos seguintes, Thomas Bowman pode esquecer que Hannah era a esposa que ele originalmente queria para Rafe e um grande afeto nasceu entre eles. Natalie se casou com Lord Travers e foram muito felizes juntos. Ela disse a Hannah em confidencia que, quando se foi com Lord Travers para consolar-se na manhã de Natal, ele deu-lhe o beijo que tanto estava esperando. Daisy finalmente terminou seu romance, que foi publicado com grande sucesso, embora não com o respaldo dos críticos. Evie deu à luz naquele mesmo ano a uma garota animada, com cachos e fogo, levando a St. Vicent à conclusão de que estava destinado a amar a muitas garotas ruivas. Ele estava deslumbrado. Hannah e Rafe se casaram no final de janeiro, mas eles sempre consideraram que seu verdadeiro aniversário era no Natal e o celebravam nesta data. E cada véspera de Natal, Rafe escrevia uma carta de amor e a deixava em seu travesseiro. Samuel Clark encontrou uma nova secretária, uma jovem competente e encantadora. Depois de descobrir sua cabeça incrivelmente promissora, se casou com ela sem demora. 135


Em 1848, uma gravura da Rainha e o príncipe Albert debaixo de sua árvore de Natal foi publicada em The Illustrated London News, popularizando o costume até que cada salão estava abençoado com uma árvore decorada. Depois de ver a ilustração, Lillian observou muito presunçosa que sua árvore era muito mais alta. A peruca de Thomas Bowman nunca foi encontrada. Ele sentiu-se apaziguado com a outra mais elegante, presente de Natal de Westcliff.

FIM

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NOTA DA AUTORA Queridos Amigos,

Eu tive muito bem revisitando o mundo das floreios! Escrever Um Natal Inesquecível me permitiu passar mais tempo com estas personagens familiares, ter um olhar para sua vida atual e de passo presentear Rafe Bowman e permitir que sua história saia de minha mente. Uma das coisas que eu adoro escrever romance é que ele me permite criar personagens com vida para além da história, com emoções intensas e pelas paixões ardentes. Quando iniciei o empolgante desafio de escrever ficção romântica contemporânea, eu queria mostrar a mesma intensidade de hoje. Afinal, as pessoas têm as mesmas esperanças, medos, sonhos e desejos, não importa o século em que nasceram. Agora estou totalmente imersa e absorvida na criação do mundo na família Travis na minha saga do Texas. Seu nome é Liberty é a história de uma Cinderela moderna, interpretada por uma heroína animada e tenaz chamada Liberty Jones. Meu próximo romance contemporâneo, “O diabo tem os olhos azuis”, é a viagem pessoal de Haven Travis, que luta entre o risco e o desejo de amar o inimigo de sua família. E então, Smooth Talking Stranger, o belo Jack Travis encontra a sola de sapato na feroz e teimosa Ella Varner. Se você já gostava da minha Série das Wallflowers, espero que lhes dê uma chance à minha ficção romântica contemporânea. Tanto se o herói vai a cavalo ou de carro, tanto se a heroína encontra-se em um salão de baile ou em uma sala de reuniões, o romance romântico tem os mesmos elementos que nós valorizamos... emoção, paixão e a satisfação de experimentar um amor que transcende todas as barreiras, Obrigada pelo incentivo e apoio e por me deixar compartilhar meus pensamentos e sonhos com você. Desejando-lhe sempre feliz, Lisa Kleypas

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