Há três estados de beleza: ser bonita, estar bonita e sentir-se bonita! De qualquer forma, são a estes padrões - inatingíveis, não custa lembrar - que as mulheres se referem quando, diante do espelho, se vêem diferentes. Não há como negar a influência da mídia ao alimentar este ideal. “A mulher virou refém disso. É um movimento da cultura ocidental, e onde chega o movimento, chega o problema”, diz Tommaso, que cita um caso bastante esclarecedor. “Houve recentemente um estudo de Harvard nas Ilhas Fuji, local onde, até 1995, não havia televisão. Pois bem: três anos após a chegada da TV, 69% das mulheres faziam dieta e 1/8 das mulheres pesquisadas tinha bulimia”. Mesmo entre os chamados “padrões”, as modelos, o grau de exigência beira o insano: “Fiz um levantamento com 140 modelos. Absolutamente todas questionam a própria beleza e o próprio corpo”, conta Tommaso. O SER bonita, que é um fator genético. A pessoa se adapta naturalmente ao modelo porque nasceu assim. O ESTAR bonita, que é a beleza potencializada pela roupa, pela maquiagem, pelo cuidado com o corpo, tratamentos e cirurgia. E o SENTIR-SE bonita, que é onde entra a autoestima. A autoestima é um potencializador da beleza. É aí que está o caminho. Autoestima, conhecimento de nós mesmas, valorização do que temos de melhor. Tommaso conta que o ícone máximo de beleza, Gisele Bündchen, logo que chegou a São Paulo no começo da carreira, passou os primeiros nove meses ouvindo, nos castings, que era nariguda, sardenta e feia. Ela ouvia, levantava a cabeça e seguia adiante para outro casting. O que é isso? Ela passava por cima do que diziam, acreditava nela. Isso é autoestima elevada. Não importa o que digam, importa como você se vê. Se a iniciante Gisele tivesse acreditado em seus primeiros testes, hoje não teríamos Gisele Bündchen. Quem sabe, as mesmas pessoas que a criticaram no início seja aquelas que hoje não acham
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