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Bauru, 6 de agosto de 2015

3º termo - Jornalismo/FAAC - Unesp

Até parece uma festa

Uma saudação de boas vindas nem tão agradável para os novos alunos da UNESP Bauru

O

ilusão de que viverá dias cinematográficos à la American Pie na cidade sem limites. Os problemas são constantes e estruturais, e a demanda por mais vozes e atitudes nos movimentos e coletivos estudantis é sempre crescente,ainda mais quando tanto o Unesp Bauru: Tão Grande como os seus problemas os alunos, mesmo quando se trata governador do estado como a reitode uma universidade conceituada a ria da faculdade insistem em dificultar ainda mais a situação, seja pela nível mundial como a UNESP. Dessa maneira, é difícil que mesmo falta de diálogo ou por corte violeno calouro mais ingênuo chegue no to de verbas. Alguns dos empecilhos câmpusde Bauru - o maior da Uni- mais problemáticos encontrados peversidade Estadual Paulista - com a los estudantes recém chegados de todos a parte do país compelem a

Crédito: Thiago paha

Nilo Vieira

estereótipo de vida unvesitária criado por filmes hollywoodianos -cujos personagens exageradalmente vivem anos de farra, repletos de festas regadas a sexo e drogas ilícitas - pode até ser atrativa para os incautos, mas é notável que ele não condiz com a realidade vivida pela maioria dos brasileiros. Quando se fala de nossas universidades publicas, então, as semelhanças são praticamente nulas: independência financeira, convivência fraternal com todos ao redor, professores empenhados, emprego certo após a graduação, diálogo amistoso entre governo e trabalhadores nada disso é garantia para

duas necessidades básicas de todo ser humano: teto e comida. Mesmo com a chegada do tão esperado restaurante universitário, será que todos os alunos, professores e funcionários da UNESP conseguem se alimentar? Por que servir refeições apenas no almoço? E quem necessita da Moradia Estudantil, como ficam na história? Como estão as obras do segundo bloco?Essas são algumas perguntas que qualquer pessoa com o mínimo de empatia deve fazer ao se deparar com tantas coisa a serem resolvidas. Os calouros, em especial, devem encarar essas adversidades como os primeiros desafios de uma importante etapa de suas vidas, e entender que os anos dentro de uma faculdade não se resumem à curtição.

Lacunas na infraestrutura do Campus da UNESP

Universidade estadual apresenta despreparo na recepção, manutenção e permanência dos estudantes Crédito: João Vitor C. Reis

Felipe Assis

Muitas vezes, os calouros são impedidos de utilizar certos espaços do Câmpus

I

ngressar numa universidade pública para muitos é uma grande conquista, geralmente alcançada a custo de privações em anos de estudo e dedicação. Não é raro encontrar estudantes que, depois de enfrentar um longo tempo de cursos preparatórios públicos ou privados, adentram

o espaço universitário pensando que vão encontrar nele estruturas preparadas e acolhimento institucional. Em universidades do interior, esse sentimento é excepcionalmente compreensível, uma vez que muitos dos alunos saem de suas cidades natais e passam a morar sozinhos, num início de vida adulta. Porém, se engana

quem pensa que vai encontrar no campus Bauruense da Unesp uma estrutura preparada para receber alunos de outras cidades. O campus se encontra distante do centro, em uma localidade que muitas vezes obriga que estudantes passem períodos inteiros longe de suas casas . A infraestrutura do campus possui falhas que se acumularam ao longo de anos de pouco caso.O restaurante universitário e a moradia estudantil, partes indispensáveis da permanência são negligenciados e oferecem serviços pouco eficientes. Além dos problemas notáveis, existem alguns que só se percebe ao conversar com alunos do campus. Um deles é, por exemplo, a inexistência de um espaço de convivência torna difícil a interação entre as três faculdades que compõem a unesp de bauru. Alunos e alunas reclamam também do caminho a percorrer para alcançar a praça de esportes e a moradia es-

tudantil, principalmente à noite. O caminho é ermo e escuro, propício para a prática de assaltos e furtos, afirma um estudante da moradia. As deficiências incomodam igualmente os membros do Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes (CACOFF) e do Centro acadêmico de Psicologia (CAPSI). As salas dos centros se localizam em um espaço distante, de difícil acesso às salas de aula da unidade, e são pequenas para comportar a quantidade de pessoas que geralmente as frequentam em reuniões e eventos, e isso, na opinião de alguns membros chega a dificultar a organização política. A adoção das políticas de cotas raciais e sociais visa principalmente inserir no espaço universitário pessoas carentes, porém o pouco acolhimento institucional e a aplicação falha de políticas de permanência muitas vezes impedem a manutenção desses estudantes.


Diagramaçao: Talita Bombarde

Educação

Jorn. Resp.: Juliana Colussi MTB: 35244

Moradia é o lar desconhecido do Câmpus Bauru sidade

Calouros em Bauru não recebem informação suficiente sobre a própria permanência na univer

C

om um bloco construído, 32 vagas oficiais e 26 moradores, a moradia estudantil da Unesp de Bauru ainda é uma parte da permanência estudantil que não chega aos olhos e ouvidos de boa parte dos estudantes, especialmente os calouros. Isso acontece porque a divulgação oficial sobre o local e os processos para conseguir uma vaga são poucos ou inexistentes, causando desinformação, desinteresse e até certo distanciamento entre as questões de permanência tratadas por alunos no campus e as que são tratadas na moradia. Mesmo quem chega na universidade sabendo que existe o espaço da moradia acaba parando por aí, como Ângelo Matilha, 17, calouro de jornalismo, que “Sabia que existia, mas não sabia mais nada sobre” ele diz. E enfatiza “Aliás continuo não sabendo. As pessoas falam muito pouco sobre isso”. Mas não se trata simente dessa parte.

Crédito: Comissão dos moradores

Giovana Amorim

pra um campus enorme como nosso.” Além disso, ele conta como as imobiliárias e os próprios veteranos “disputam” preferência, tentando levar os estudantes a continuarem a tradição de morar em repúblicas e apartamentos pela cidade através de informações exageradas sobre os “riscos de ficar na moradia” que eles não conhecem pois estiveram lá pouco tempo ou, geralmente, nunca. Com a má comunicação feita em torno do assunto unida a uma localiComissão de moradores realiza trabalho zação que dificulta o acesso dos morade divugação dores e incluindo uma iluminação preAluno do curso de artes, o veterano cária, a moradia estudantil deixou de Lucas Elias Ignez, 20, aponta mais ser considerada por muitos uma opção fatores que estimulam essa falha code permanência na cidade. A buromunicativa sobre o lugar onde mora cracia pesada para conseguir a vaga “O que vemos é que nem funcionários também desanima. Não a toa, muitos nem diretores, nem alunos, nem niningressantes da universidade preferem guém quer divulgar a casa. [A divulnão ficar pela cidade porque não congação] é uma coisa muito complicada

seguem encontrar um lugar acessível. No movimento contrário, isso dificulta também a construção de mais casas e do segundo bloco da moradia, pela afirmativa da diretoria da universidade de que “sem demanda, não há necessidade de oferta”.Em 2013 foram criados o Conselho dos Moradores e a Comissão da Moradia para que houvesse maior ênfase na divulgação e organização política dos estudantes que residem no local. Atualmente também há a aproximação com os coletivos (LGBT+, negro e feminista) que foram recentemente criados para que haja discussão de pautas conjuntas. A dificuldade em tornar mais visíveis os muros da moradia estudantil é menor do que a necessidade de se encontrar em casa depois de chegar numa universidade desconhecida. E Lucas sabe o que a moradia realmente representa “Os alunos daqui são extremamente receptivos, e a nossa política é de total acolhimento ao aluno. Aqui é um lar muito bom de se viver, apesar dos pesares, sobrevivemos muito bem!”

Calouros de 2015 são os primeiros a ter acesso ao Restaurante Universitário

Alunos apontam as qualidades e os problemas do serviço que oferece almoço para comunidade unespiana

O

grupo de calouros que adentrou a UNESP no ano de 2015 é o primeiro a ver a universidade com um restaurante próprio, que já era reivindicado pelos estudantes desde que ela incorporou a Universidade de Bauru, em 1988. Apesar de só entrar em funcionamento este ano, o prédio já estava pronto desde 2013, mas ficou parado devido à falta de licitações e laudos de órgãos municipais.O restaurante serve 300 refeições diárias no período diurno em que o preço de cada refeição é de R$ 3,00 para estudantes de graduação e R$ 8,70 para visitantes do campus com o

cartão do Restaurante Universitário. Ainda assim, os alunos da universidade reclamam de alguns aspectos do RU, como apontados pela caloura de jornalismo Adriana Carrer. “O problema maior que vejo é a quantidade de refeições distribuídas. Acho pouca e injusta para quem é do período noturno, já que no nosso horário essa facilidade não é sequer oferecida”. Existem cerca de 6 mil membros do campus de Bauru, entre alunos e funcionários.A colega de Adriana, Gabriela de Carvalho, reclama do sistema de vendas adotado, com reservas antecipadas tendo de ser feitas no site da UNESP. “Ter que reservar semanas antes é muito falho,porque além de você ter que se programar para conseguir comer no

RU, quando a gente vem eventualmente pra faculdade não consegue usufruir dele, que é um direito nosso” disse a estudante, além de reforçar a ideia de que O R.U é uma realidade distante para muitos estudantes há uma demanda para um período tra o RU, que é terceirizada. A Reitoria noturno do restaurante. Parece que o investiu um recurso em torno de R$ grande problema que impede o au- 380 mil reais, o que segundo ela não é mento do número de pratos servidos o suficiente para custear todos os gasno Restaurante Universitário e sub- tos do restaurante, sendo que cada unisequentemente uma extensão para o dade universitária complementa com horário noturno são os custos neces- R$ 12.540,00 mensalmente.Apesar sários para subsidiar as refeições e os dos problemas apontados, as duas custos com a empresa que adminis- estudantes elogiam.“A comida é

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João Pedro Fávero


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