TFG ARQUITETURA - UNIP CAMPINAS - 2014 - CINEMA URBANO : A Sétima arte como escola e cultura

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TALITA NAIARA

CAROLINA GUTMANN

UNIVERSIDADE PAULISTA

CINEMA URBANO A SÉTIMA ARTE COMO ESCOLA E CULTURA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO | FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TALITA NAIARA DA SILVA | O R I ENTADORA PROF. CAROLINA SUMAQUERO GUTMANN | UNIP CAMPINAS | DEZ2014



CINEMA URBANO A SÉTIMA ARTE COMO ESCOLA E CULTURA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO | FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TALITA NAIARA DA SILVA | O R I ENTADORA PROF. CAROLINA SUMAQUERO GUTMANN | UNIP CAMPINAS | DEZ2014


Trabalho Final de Graduação apresentado à Universidade Paulista–UNIP, Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, como requisito à obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora : Prof. Carolina Sumaquero Gutmann


AGRADECIMENTOS

Como prova da impossibilidade da individualidade, agradeço : A Deus. A minha família que se mostrou paciente e compreensiva, sempre com apoio incondicional. Ao meu namorado Adriano, que foi além de tudo, amigo e companheiro e esteve extremamente presente durante a elaboração desse trabalho. Aos meus colegas de Faculdade, com os quais compartilhei idéias, descobri novos caminhos e novas formas durante todos esses anos. A toda equipe de profissionais da Cproj - Coordenadoria de Projetos da Unicamp, que possibilitaram o meu estágio e o fizeram ser um grande aprendizado tanto na vida profissional, quanto na vida acadêmica. A todos os professores do curso, que compartilharam seus conhecimentos nessa jornada, em especial a minha orientadora, pela força, paciência e palavras de encora jamento. Enfim a todos que de forma direta ou indireta participaram da elaboração desse trabalho.



PRÓLOGO “O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho.” Orson Welles O cinema é capaz de criar sonhos e fantasia, assim como também é capaz de reproduzir acontecimentos reais, que marcaram a história da humanidade. As salas de exibição sofreram uma mudança morfológica durante os anos e deixaram de ser saletas insalubres para se tornarem magníficos palácios cinematográficos, porém esses quase já não existem. A economia mudou a forma de se exibir filmes e levou as salas para dentro de shoppings centers. Esses lugares em nada refletem a cultura local ,voltados a uma ambiência comercial, criam uma imensa desaproximação, onde cada tipo de shopping é feito para um tipo de público, evitando que as classes, as pessoas e as idéias se encontrem. A conexão cinema-cidade foi quase completamente perdida, res tando apenas a lguns edifícios que permanecem em funcionamento, geralmente em grandes metrópoles. A falta dessa relação traz prejuízos à cidade, distanciando a cultura das pessoas, segregando o espaço e tirando a vida das ruas. É preciso recriar as salas de exibições de uma forma contemporânea e devolvê-las ao tecido urbano. Criar uma escola cinematográfica associada a um cinema , faz com que o uso do complexo compreenda vários horários, deixando assim os locais sempre em atividade, diferente da antiga tipologia. A Arquitetura e o Cinema tem uma relação muito forte, um influência o outro de forma mútua, e se assim se faz, porque no cenário nacional atual não existe arquitetura feita para acolher as salas de exibição? Uma arte que tem uma relação tão especial com as dimensões merece um edifício feito só para ela.

foto: Toy stories come dusk por : Stafanie Le Pape



"o arquiteto, à semelhança de um diretor de cinema, deve saber captar a luz, o movimento, produzindo por meio de seus projetos uma coreografia de ritmos, gestos, imagens, tomadas (planos) e fantasia. Saber realizar, enfim, a síntese entre o universo real e o virtual ''. Jean Nouvel


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO

p. 11

2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS

p. 12

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

p. 13

3. JUSTIFICATIVA 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO: CAMPINAS - SP E O CINEMA

p. 16

4.1 O CINEMA NA CIDADE : A evolução do espaço

p. 20

4.2 MAS, E QUEM CRIOU O CINEMA?

p. 26

4.3 A ARQUITETURA E O CINEMA

p. 28

4.4 CINEMA NO BRASIL : As salas de exibição

p. 30

4. TEMÁTICA

4.4.1 AS SALAS DE SÃO PAULO

p. 31

4.4.2 AS SALAS DE CAMPINAS

p. 32

4.5 OS FILMES BRASILEIROS

p. 34

5. VISITA TÉCNICA 5.1 POLO CINEMATOGRÁFICO DE PAULÍNIA

p. 38

6. REFERENCIAS PROJETUAIS

7. O LUGAR

6.1 CINE 32

p. 42

6.2 ESCOLA DE CINEMA DARCY RIBEIRO

p. 44

6.3 MUSEU DOS DIRETOS HUMANOS - CHILE

p. 46

7.1 CAMPINAS, SÃO PAULO, BRASIL

p. 51

7.2 HISTÓRICO

p. 52


8. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL 8.1 LOCALIZAÇÃO 8.2 ÁREA APROXIMADA FLUXOS

p. 56 p. 58

8.3 EQUIPAMENTOS PRÓXIMOS

p. 60

8.4 USO DO SOLO

p. 62

8.5 GABARITO

p. 64

9.1 TOPOGRAFIA

p. 68

9.2 LEGISLAÇÃO INCIDENTE

p. 70

9.3 INSOLAÇÃO E VENTOS PREDOMINANTES

p. 72

9.4 ENTORNO IMEDIATO

p. 74

9.5 EQUIPAMENTOS ATUAIS DO TERRENO

p. 76

9. O TERRENO

10. O PROJETO 10.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO

p. 80

10.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

p. 82

10.3 DESENHOS ARQUITETÔNICOS

p. 87

10.3.1 IMPLANTAÇÃO

p. 89

10.3.2 SUBSOLO

p. 92

10.3.3 ENTRADA DO CINEMA

p. 95

10.3.4 MEZANINO DO CINEMA

p. 98

10.3.5 ACESSO ESCOLA DE CINEMA

p. 101

10.3.6 MEZANINO ESCOLA DE CINEMA

p. 104

10.3.7 CORTES E FACHADAS

p. 107

10.3.8 DETALHE SALA DE CINEMA

p. 113

11. ESTRUTURA E MATERIAIS 11.1 ESTRUTURA E MATERIAIS UTILIZADOS

p. 118

11.2 DETALHE CONSTRUTIVO

p. 121

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

p. 125


Metropolis (Metr贸polis) - Fritz Lang Poster minimalista por : Tomek Kowalik


1. INTRODUÇÃO

“A construção da cidade dá-se também através de uma imagem de sociedade que se quer construir e que não necessariamente já está construída”. (SANTORO, 2005, p.2)

Com a presente preocupação com a qualidade de vida urbana, equipamentos culturais tem sido evidenciados como importantes ferramentas. O cinema apesar de ser uma arte mais recente que o teatro, se tornou extremamente importante em nossa sociedade e esteve presente nas ruas de muitas cidades ao longo do último século. E s s e tra b a l h o v i s a a d evo l u ç ã o d e s s e equipamento às ruas, e a criação de uma nova conexão a partir de um novo conceito, formado da junção de cultura + educação. Junto ao conjunto de salas de cinema foi proposto uma escola cinematográfica, que atenderá moradores de Campinas -SP e região. Ao longo do texto se entenderá como os espaços evoluíram, como eram as primeiras salas de exibição e como a arte cinematográfica se desenvolveu até os presentes dias. A história das salas e filmes brasileiros serão evidenciados, em particular as produções e espaços campineiros, suas histórias e suas características, que tornaram a sétima arte tão importante para a cidade. O projeto por sua vez pretende atender as particularidades que uma escola de cinema necessita, contando com salas de aula equipadas, estúdio para gravação e áreas de convívio. O complexo de cinemas, além das salas de exibição, possui grandes áreas de estar, onde os usuários poderão esperar pelas sessões. Uma grande praça envolve todo o projeto, e nela estão previstos alguns equipamentos, como um cinema aberto, local para apresentações teatrais e um restaurante, que atenderá não somente os usuários da escola e do cinema, como também as pessoas que utilizam os hospitais presentes naquela região. 11


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2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAIS O Trabalho Final de Graduação apresentado a seguir

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tem como principal objetivo a implantação de um cinema+ escola em área voltada para a rua, como forma de integração cidade x cultura. Salientando a importância de que, esse equipamento cultural que foi sendo retirado das ruas campineiras ao longo dos últimos séculos, e instalado em Shoppings Centers, deva voltar a fazer parte do meio urbano. Não se pretende reviver o passado em uma época contemporânea, mas sim trazer uma nova Arquitetura para esses espaços, numa visão atual, integrando cultura e educação para que o uso seja intenso e contínuo durante

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os vários períodos do dia.

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2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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filmes em um lote urbano;

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Proporcionar para a população salas de exibição de

Oferecer capacitação profissional gratuita nos diversos segmentos do cinema; Presentear os usuários com um cinema ao ar livre, cujo enfoque será em filmes educacionais; Fortalecer o núcleo cultural existente na área; Alinhar Cultura e Educação; Criar uma praça de integração entre os edifícios; Melhorar o espaço urbano, ocupando uma área obsoleta da cidade.

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roa The Wizard Of Oz ( O Mágico de Oz) - Vitor Fleming Poster minimalista por : Reel Snarky 13


Citizen Kane (Cidad達o Kane) - Orson Welles Minimalist Poster por : Das Kino @Froot


3. JUSTIFICATIVA


3.1 JUSTIFICATIVA : CAMPINAS - SP E O CINEMA Um dos fatores catalisadores para a implementação do projeto se dá ao fato de que o cinema foi, e é um universo muito importante para a cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo. Tanto produções cinematográficas (figuras 1 e 2 ), quanto a arquitetura das salas de exibição marcaram a história campineira . Nos anos 20 poderia ser considerada uma ‘’Hollywood Brasileira’’ (SOUZA, 1979.) Outro aspecto importante é que hoje a Região Metropolitana de Campinas (RMC) conta com um Polo Cinematográfico, localizado na cidade de Paulínia, que está a aproximadamente 17km do terreno em estudo (figura 3). O Polo, já produziu importantes filmes como, Ensaio Sobre a Cegueira do conceituado diretor brasileiro Fernando Meirelles e O Palhaço dirigido e estrelado por Selton Mello (ARRUDA, 2014). Apesar de nos últimos quatro anos ter sofrido alterações no pleno funcionamento, devido a questões políticas, nesse ano o polo voltou á atividade e já tem alguns estúdios alugados para a emissora de televisão Rede Record. O Projeto Cinema Urbano visa além da inserção de cultura nas ruas campineiras, a complementação do polo, capacitando profissionais na área cinematográfica em diversos segmentos.

Figura 2- A montagem de UM PEDREIRO no estúdio Henry Sun, que funcionava na casa de Henrique de Oliveira Jr. Junto a ele , Dayz Peixoto e Luís Carlos Borges (em primeiro plano) Fonte: Acervo MIS Figura 1 - João da Mata, 1923, cópia de fotograma, longa metragem (8 partes ) – P&B – mudo Fonte : acervo Henrique de Oliveira jr 16


Os dados estatísticos brasileiros mostram ainda um fenomêno muito favorável para a implantação de um cinema, ainda mais se tratando de um equipamento que pretende ser popular. O público tem aumentado consideravelmente durante os anos (gráfico 1) e a renda gerada em produções tem aumentado(gráfico 2) em contrapartida o valor do ingresso está cada vez mais alto, fazendo como que o cinema se torne uma cultura para poucos (gráfico 3). Investir em um cinema que tenha preços populares e sessões gratuitas garante que todas as pessoas tenham acesso a esse equipamento cultural. O Cinema Nacional sempre teve altos e baixos, e apesar da queda que demonstrada (gráfico 4) as produções brasileiras tem ganhado força junto ao cinema internacional, contando com novos diretores e exelentes filmes, além de oportunidades de emprego.

Figura 3 - Localização do Polo Cinematográfico em relação ao terreno Fonte: Google Earth, 2014, Satélite Landsat, inserções elaboradas pela autora

Gráfico 1

Gráfico 3

Gráfico 2

Gráfico 4 Fonte : Pesquisa:Filme B

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Sing in The Rain (Cantando na Chuva) - Stanley Donen Poster minimalista por : McKay Findlay


4. TEMÁTI CA


4.1 O CINEMA NA CIDADE a evolução do espaço No primeiro momento não existia o espaço cinema, ele não havia se fixado em nenhum lugar, a maioria das apresentações eram itinerantes, seu lugar foi criado os poucos, na medida em que se consolidava uma prática econômica estável (MENOTTI, 2012, p.29). “As primeiras exibições cinematográficas, ocorridas entre 1895 e 1907, são chamadas de “cinema de atrações”, uma vez que compreendiam uma “variedade de gêneros” e “espetáculos descontínuos” (CHARNEY & SCHWAR apud MENOTTI, 2012, p.29). Apresentados geralmente em circos e outros eventos populares, como parques de diversão e quermesses, no início a grande atração eram os equipamentos criados para a reprodução, a curiosidade sobre tais peças era o que encantava as pessoas, os filmes ficavam em segundo plano (MASCARRELO, 2006, p.16). Os próprios criadores dos dispositivos cinematográficos eram quem produziam os filmes, também durante a sua exibição um filme sozinho não era suficiente. Por razões técnicas, as obras duravam pouco tempo, obrigando os exibidores a juntar várias num mesmo programa (MENOTTI, 2012, p.30). Vale lembrar que no Brasil a falta de espaços para exibição se dava, além de outros fatores, pela predominância dos espaços rurais. Paula Santoro em seu texto, A Relação da Sala de Cinema com o Espaço Urbano em São Paulo: do Provinciano ao Cosmopolita, trata o provinciano como essa primeira fase: “Esse momento, chamado de “provinciano”, corresponde ao período em que a cidade ainda está submissa ao mundo rural, a cidade ainda não se constituiu, as atividades acontecem em locais fora da cidade, de forma improvisada” ( SANTORO, 2013, p.2) Quando surgem os primeiros edifícios para abrigar as exibições, esse contexto de circos e quermesses é levado para dentro deles. “Espaços destinados exclusivamente para a exibição cinematográfica começaram a se popularizar por volta de 1905. Eram chamados nickelodeons, um termo que combina a palavra grega para teatro, Odeon, à moeda cujo valor correspondia ao ingresso o níquel – cinco centavos de dólar” (MENOTTI, 2012, p.36). 20


“A automatização da cena era uma maneira de diminuir os custos de produção e reduzir o valor de entrada. O cinema, que antes era vendido como curiosidade ou maravilha da ciência, passou a ser explorado como uma forma de encenação barata”(MENOTTI, 2012, p.35).

Figura 4 - Ingresso de antigo Nickelodeon Fonte : Online , 2014

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“As dependências físicas dos nickelodeons (figura 5 e 6) se davam em espaços nos distritos comerciais, a exibição cinematográfica acabou por se instalar em armazéns e armarinhos adaptados, Russel Merritt diz que o típico Nickelodeon era “um teatro pequeno e desconfortável; normalmente um salão de baile, restaurante, loja de penhores ou tabacaria, modificado, para parecer com um empório de vaudeville”(MERRITT apud MENOTTI, 2012, p.35). O ambiente dos nickelodeons espantava a elite burguesa, as saletas eram insalubres e em geral em espaços improvisados, não era o lugar ideal para aglomeração de pessoas, que passaraiam horas trancadas no escuro (MENOTTI, 2012, p.40).

Figura 5 - Nikelodeon Cinema, Toronto Canadá, cerca de 1910 Fonte : Online,2014

Figura 6 - Interior de típico Nickelodeon Canadá, cerca de 1910 Fonte: Online ,2014 21


‘'Logo, se a indústria cinematográfica precisava se expandir, a forma de fazê-lo era absorvendo o público burguês, surge então uma nova tipologia de cinemas, os Movie Palaces – Palácios Cinematográficos, um espaço marcado pela separação entre a sala de projeção e a arena social, com carpetes luxuosos e mordomias correlatas''. (idem) Esses edifícios em geral se localizavam nos grandes centros urbanos e exibiam incrível arquitetura Art déco e luxuosos interiores (figura 7). “A decoração do interior dos movie palaces era especialmente suntuosa, seguindo a moda de hotéis e óperas. Os donos dos estabelecimentos, motivados pela competição, adicionavam cada vez mais contornos ao espaço–lounges, fumódromos, berçários, lanterninhas uniformizados e móveis luxuosos, tapeçarias e enfeites de parede para todos admirarem” (FÜLLER apud MERRITT, p. 41).

Nessa nova tipologia os filmes poderiam duram mais, a sala passa a exibir longas metragens além de curtas, nesse momento ainda se mistura apresentações ao vivo, são os chamados cine-teatros (Figura 8). No Brasil os Palácios cinematográficos também invadiram as ruas das principais capitais, especialmente na cidade de São Paulo. Um projeto que pode ser citado é o UFA Palace, do arquiteto Rino Levi (Figura 9).

Figura 7 - Sala de Espera do UFA Palace, Arquiteto Rino Levi Fonte : Arquiteto Rino Levi 22

Figura 8 - Postal do Cine Teatro Santa Helena,São Paulo , Brasil ,1935 Fonte:Arquivo Máximo Barro


“O que a judou a tornar evidente a decadência dos Movie Palaces foi golpe a grande depressão. A quebra da bolsa de Nova York, em 1930, afundou os Estados Unidos num período de grave crise econômica. Para os exibidores, ficou impossível o manter o padrão dos serviços oferecidos. Os cinemas independentes tiveram que adotar fachadas mais modestas, diminuir de tamanho – ou simplesmente fechar”(MENOTTI, 2012, p.47).

As pessoas não tinham mais dinheiro para frequentar os cinemas e as produções começaram a tentar atrair outro tipo de público com exibição de filmes pornográficos. Esses fatores refletiram também no Brasil como cita João Inácio Melo Souza : “A invasão da produção pornográfica norte-americana em pouco tempo destruiu o resto de grandeza que existira em tempos pretéritos, transformando um Cine Windsor, por exemplo, que lançara em São Paulo Terra em transe, de Glauber Rocha, numa sala pornô” (SOUZA, 2013, online).

A partir da década de 1950, a entrada de televisores nas casas piora a situação. É preciso então repensar as práticas de exibição. As inovações tecnológicas tentam garantir que a experiência de ir ao cinema seja diferente da de se ver um televisor em casa. Passa-se então a elaborar uma arquitetura funcional dedicada a garantir a intensidade da experiência cinematográfica. São inseridas tecnologias nos cinemas, como o som estéreo e a tela panorâmica (widescreen) (MENOTTI, 2012, p.52). Conhecido como Cinerama (figura 10), as novas salas possuem uma tela com visão panorâmica, que explora a visão periférica do espectador, para criar ilusão de ótica e o suspense(ELIAS, 2012, online). Diferente dos antigos tipos de cinema até então, essa nova tipologia não convida á interação social, pelo contrário, os espaços de exibição passam a oferecer um comportamento privatizado e um isolamento quase tão grande quanto o do telespectador em sua casa (MENOTTI, 2012, p.53). “No novo modelo, nem mesmo esse ambiente (o foyer) estará para o convívio da audiência. O novo formato de exibição impõe um ritmo intenso de consumo, em que não só a sala de projeção, como também o foyer se torna espaço de fluxo, onde ninguém para pra conversar, mas sim compra pipocas a caminho da próxima sessão” (MENOTTI, 2012, p.54). 23


Posteriormente também começaram a surgir salas nos bairros, melhorando o acesso a toda a população. “Nesse sentido, a análise das salas deverá ter como foco a sua relação com a acessibilidade, com o meio de transporte, com a velocidade, com o urbano. Há uma relação das salas cada gradualmente mais articulada com o planejamento e com o projeto urbano”(SANTORO ,2013, p.12).

As salas de bairro eram menores, não tão luxuosas e recebem os filmes um pouco mais tarde, porém estavam mais próximas dos usuários. Alguns fatores econômicos e científicos fizeram com que se alterasse mais uma vez o espaço do cinema, como cita Gabriel Menotti: “Mas, ao final da década de 20, dois acontecimentos distintos vão causar uma nova reorganização da indústria cinematográfica, aumentando a importância do Filme e diminuindo a do seu espaço de consumo: a invenção do som sincrônico e a quedada bolsa de Nova York ”(MENOTTI, 2012, p.45).

O efeito imediato da chegada do filme sonoro é o fim das apresentações ao vivo nos cinemas. Com isso, “o palco moveu-se para a tela” (HALL apud MENOTTI, 2012, p.45).

Figura 9 - UFA Palace Fonte : O Espaço dos Sonhos 24


A criação do ideal de blockbusters americano, que visa o lançamento simultâneo de um mesmo filme no maior número possível de salas , impulsionaram a tipologia de cinema que vemos hoje, os chamados Multiplex (figura 12 e 13) “Multiplexes são cinemas com mais de uma sala de projeção,construídas em torno de um foyer ,onde se localizam bilheteria e lanchonetes, as chamadas concessões”(MENOTTI, 2012, p.55) “Ao contrário do que se imagina essa a arquitetura não é nova. O primeiro cinema duplo do mundo data de 1963. A popularização do modelo, entretanto, está diretamente

ligada à

produção dos blockbusters” (Idem). Pelo mesmo motivo as salas de cinema terminarão se deslocaram para dentro de shoppings centers . “As salas de projeção foram convertidas em corredores inóspitos, espaços de fluxo onde a situação cinema é uma forma de fazer o público esperar enquanto consome não importa o quê”(MENOTTI, 2012, p.61) Com a criação da fita VHS , o DVD e mais atualmente o Blu-Ray , o cinema ganhou mais concorrentes, mas os países desenvolveram políticas para organizar o processo de distribuição. No Brasil, por exemplo: “Um Filme só pode chegar à locadora de vídeo após 150 dias de seu lançamento em cinema, à venda direta de DVD ou vídeo ao consumidor em 180 dias,à televisão paga por demanda ( pay-per-view) em 270 dias, à televisão paga transmitida em 330 dias e à televisão aberta, 660 dias após o primeiro lançamento em cinema”(DE LUCA, 2005 p. 197).

Figura 10 - Cine Comodoro Primeiro Cinerama em São Paulo Fonte : Online

Figura 11 - Multiplex Shopping Paulínia, mas poderia ser em qualquer outro lugar Fonte : Arquivo pessoal da autora

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4.2 MAS, E QUEM CRIOU O CINEMA? Não existiu um único criador do cinema, no final do século XIX, vários inventores passaram a mostrar os resultados de suas pesquisas na busca da projeção de imagens em movimento, entre os mais conhecidos podemos citar Tomas Edison e os irmãos Lumière, (MASCARRELO, 2006, p.16).

4.2.1 Os Irmãos Lumière A mais famosa das invenções foi a apresentada pelos irmãos Auguste e Louis Lumière, o cinematógrafo² . No dia 28 de dezembro de 1895 no Grand Café, em Paris o aparelho foi apresentado ao público. Foi considerado tecnicamente superior ás outras criações similares que tinham sido produzidas até então (AVLIS, 2014 ,online). “Os Irmãos Lumière começaram uma jornada de divulgação do cinematógrafo. Em dezembro de 1896, na primeira exibição pública comercial de um filme, aconteceu o inesperado, e esse dia ficou marcado na história como "o dia que a platéia fugiu da sala acreditando que o trem sairia da tela”. Estamos falando da exibição de L'Arrivée d'un train à La Ciotat - A chegada do trem na estação (idem).

Depois do auge dos irmão, a concorrência de outros aparelho, o fizeram vender seus cinematógrafos. “Por algum tempo, os Lumière tentaram manter o monopólio sobre a projeção, alugando seu cinematógrafo (acompanhado por um técnico da companhia) aos estabelecimentos que quisessem utilizá-lo. Essa tática se provou economicamente inútil, conforme aparelhos equivalentes como o vitascópio ganharam o mercado. Em 1897, os irmãos franceses já haviam desistido da ideia, e estavam vendendo unidades da sua invenção para quem estivesse interessado’’(MENOTTI, 2012, p.32).

Figura 12 - O cinetógrafo de Edison Fonte : online

Figura 13 - Cinematógrafo Lumière Fonte: online

² Cin. Aparelho que projeta imagens em movimento numa tela por meio de uma sequência de fotografias 26


Figura 15 - Irmãos Lumière Fonte : Online

Figura 16 - Cena de L'Arrivée d'un train à La Ciotat - A chegada do trem na estação Fonte:Online

Figura 17 - Cartaz Publicitário do Cinematógrafo Lumière Fonte: MÁXIMO, 1997, p 66

Os Lumière também são considerados os inventores do cinema, ao lado de George Melier a quem é atribuído o título de pai do cinema de ficção. “Os irmãos registraram a cidade de Paris, principalmente os meios de transportes. Na mesma época, se via os filmes de George Melier, como o “Viagem à lua”, o mais conhecido talvez. Ali existe uma preocupação com cenografia já retratando uma CIDADE” (informação verbal,2014,online).

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4.3 A ARQUITETURA E O CINEMA A Arquitetura sempre esteve presente dentro dos filmes, existe uma relação mútua, tanto na forma como ela é representada na tela, como na criação de uma cenografia ficcional. A forma organizacional do espaço, as técnicas construtivas, a iluminação e a reconstrução histórica(quando é o caso), são de extrema importância para a

produção

cinematográfica(FINGER apud BENUCCI, 2010, p.38). “Quando o cinema surgiu, rapidamente ele foi associado a uma técnica e uma arte que estavam ligadas ao tempo, uma máquina capaz de capturar imagens e movimento, os corpos em movimento. Mas rapidamente a questão do espaço começou a chamar atenção no cinema e se tornou um dos principais focos, a história não poderia ser contada sem a dimensão do espaço e curiosamente ou propositalmente nas primeiras décadas do cinema a cidade foi por excelência a protagonista. Os primeiros cineastas, franceses, ingleses e alemães, tiveram as cidades como grande protagonista de suas histórias, um cinema ainda não ficcional, mas sim, documental que registrava situações da cidade, a vida prosaica. Essa protagonista acompanhou os anos de cinema, vários filmes em que a Arquitetura é protagonista” (informação verbal,2014,online).

4.3.1 Alguns Filmes que envolvem Cinema e Arquitetura Das Cabinet des Dr. Caligari

- O gabinete do Dr. Caligari, com direção de Paul Leni,

produzido em 1920, mostra ruas distorcidas, estreitas, telhados góticos e prédios deformados provocando um desconforto que muito está relacionado aos acontecimentos históricos da época (figura 18). Metropolis – Metrópolis - Realizado pelo cineasta austríaco Fritz Lang, produzido em 1927, mostra prédios futuristas (figura 19). Mon Oncle – Meu Tio - Produzido e dirigido por Jacques Tati, em 1958 trás uma forte critica a arquitetura moderna (figura 20 e 21 ).

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Figura 18 - Cartaz do Filme - Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920 Fonte : Online,2014

Figura 19 - Cartaz do Filme Metropolis, 1926 Fonte : Online

Figura 20 - Cartaz do Filme Mon Oncle, 1971 Fonte : Online

Figura 21 - Cena do Filme Mon Oncle Fonte : Online,2014 29


4.4 O CINEMA NO BRASIL as salas de exibição A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu no dia 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, rua do Ouvidor, a reprodução de oito filmes curtos, da vida cotidiana europeia, foram exibidos em uma sala alugada do Jornal do Commercio. O ingresso era caro e o público composto pela elite carioca. Em 1897, já existia no Rio de Janeiro uma sala fixa de cinema, denominado Salão de Novidade de Paris de Paschoal Segretto. Com o início do século XX as salas foram instalando-se nas ruas das principais cidades do país, salas nos centros luxuosas e com enorme capacidade de lugares e também as salas de bairro. Podemos destacar as obras do Arquiteto Rino Levi que criou verdadeiros palácios cinematográficos (SIMÕES, 1990, p.35).

“Os grandes cinemas, então, antes mesmo do filme já eram um filme. Antes de entrar na história que ia aparecer na tela, o espectador já se encontrava dentro dela.A arquitetura e a decoração da sala de projeção ensinavam a ver o filme: o imponente e luxuoso da cena começavam no espaço do espectador. A história que se passava num palácio se dava a ver também num palácio” (José Carlos Avellar)

Figura 22 - Na sequência, corte longitudinal da sala e acesso à platéia do UFA Palace. Fonte : Rino Levi Arquiteto

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4.4.1 SALAS DE SÃO PAULO São Paulo foi palco de inúmeras salas de cinema. Luxuosas salas no centro, e também os cinemas de bairro, não havia um que não contemplasse pelo menos uma sala. No final dos anos 60, São Paulo era tida como a cidade onde mais se via cinema no mundo. Aos poucos as salas de rua foram se fechando, perdendo espaço para as salas de shopping centers. Mas algumas ainda sobrevivem como um dos mais conhecidos o Cine Marabá na Avenida Ipiranga, que foi comprado pelo grupo Playart (figura 23 e 24).

Figura23 - Cine Marabá Fonte:Arquivo Paulo Sá Pinto

Figura 24 - Cine Marabá Fonte : Acrópole/Leon Liberman 31


4.4.2 SALAS DE CAMPINAS Assim como São Paulo, Campinas também tinha inúmeras salas de cinema de rua, que tiveram um papel fundamental na formação da cultura da cidade. Inicialmente ainda improvisado, as salas foram se tornando mais sofisticadas, constituídas especialmente para exibições cinematográficas. Assim como no restante do país a avalanche dos shoppings invadiu a cidade e em Campinas nenhum cinema de rua sobreviveu.

Figura 25 - Cine São Carlos Fonte : online, 2014

Figura 26 - Cine República Fonte : online, 2014

Construído no lugar do antigo teatro São Carlos, foi inaugurado, a 9 de maio de 1924 o cine teatro São Carlos, (figura 25) na rua César Bienembah, esquina com a Coronel Rodovalho. Funcionou durante 37 anos, projetou pela primeira vez em Campinas um filme sonorizado (MENDES, 1963). “Inaugurado em 1 de janeiro de 1926, o Cine República (figura 26) ficava no largo da catedral, esquina das ruas Francisco Glicério e Costa Aguiar, possuía dois mil lugares e foi destruído num incêndio sem vítimas em 1944“(TREVISANI, 2013, online). O Cine Rink (figura 27) inaugurado em 1878, inicialmente era uma casa de espetáculos, ficava localizado na esquina da Barão de Jaguara com a Conceição. 32


A partir de 1901, exibia sessões regulares do cinematógrafo Universal e da American Biograph. Mas o Cine Rink desabou! “O Cine Rink desabou, tragicamente, durante a matinê de 16 de setembro de 1951, causando muitas mortes. Com capacidade para 1200 pessoas o cinema estava lotado. O teto começou a desabar quando os espectadores assistiam à matinê dupla com os filmes Os salteadores e Amar foi minha ruína. Em poucos minutos, houve 25 mortes (mais 15 mortes posteriormente) , além de mais de 400 feridos.” (SPARANO, 2012, online).

Figura 27 - Cine Rink Fonte : online, 2014

Figura 28 - Cine Voga Fonte : online, 2014

O Cine Voga (figura 28) estava localizado na rua General Ozório, na esquina com a Anchieta. Fundado em 1941, possuía 1210 lugares. Em 1969, mudou seu nome para Cine Jequitibá, com as mesmas características iniciais e funcionou até 2004. Atualmente o prédio abriga a igreja mundial do poder de Deus. (MAFALDA, 2009, online) Vários aspectos contribuíram para a decadência do cinema de rua. Em Campinas alguns acontecimentos referentes a estrutura dos prédios como o desabamento do teto do Cine Rink e o incêncio no Cine República, assustaram a população. “Nos cinemas, eram freqüentes os incêndios que partiam da cabine de projeção, onde os operadores distraíam-se e as fitas enrolavam, pegavam fogo”(Araújo apud SANTORO ,2013, p.8). 33


4.5 OS FILMES BRASILEIROS A notícia sobre o cinematógrafo se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil. No país o primeiro cineasta conhecido foi Affonso Segretto. No ano de 1898, imigrante italiano, ele fez imagens das belas paisagens do Rio de Janeiro. Um pouco mais à frente em 1911 é criada a companhia Cinematográfica Brasileira, cujo o diretor era Francisco Senador (MACHADO, 2014, online - Informação Visual). Entre 1907 e 1910 algumas empresas estrangeiras se interessam pelo país, empresários Norte Americanos visitam o Rio de Janeiro, e é criado Cinema Avenida para exibir filmes da produtora Americana VITAGRAPH. Outras companias também possuiam suas salas e o Rio tem na época pelo menos 20 salas de cinema (idem).

Figura 29- Cartaz

Figura 30 - Cartaz

Figura 31 - Cartaz

Fonte : online, 2014

Fonte : online, 2014

Fonte : online, 2014

Em 1969 é criada a estatal

EMBRAFILME, com o intuito de organizar o mercado

cinematográfico brasileiro, através de financiamento, co-produção e distribuição dos filmes (CTAV, 2008, online). Dessa época datam alguns sucessos nacionais como Dona Flor e seus dois maridos, recorde de bilheteria por anos (figura 31).

34


Durante o Governo Collor ,varias empresas estatais foram extintas, a EMBRAFILME estava entre elas. As leis de incentivo à produção e a regulamentação do mercado cinematográfico são extintas. Esses fatos ocasionaram um declínio na produção brasileira e o país passa por um período de 5 anos com muitas dificuldades (SOUZA, 2013, online). Em 1995 se tem a retomada do cinema, com filmes como O Quatrilho (figura 32). No ano de 2001 é criada a Ancine – Agência Nacional do Cinema, que fortaleceu ainda mais o cenário Nacional.

Figura 32- Cartaz Fonte : online, 2014

Figura 33 - Cartaz Fonte : online, 2014

Figura 34 - Cartaz Fonte : online, 2014

A produção cinematográfica brasileira, vive atualmente um excelente período, os filmes de José Padilha, da série Tropa de Elite (figura 34), que já tem previsão para lançamento do terceiro filme, lotaram as salas de cinema e desbancaram o recorde de bilheteria de Dona flor e seus dois maridos.

35


A Clockwork Orange - Stanley Kubrick Poster minimalista por : Pranita Kocharekar


5. VISITA TÉCNICA


5.1 POLO CINEMATOGRÁFICO DE PAULÍNIA O polo cinematográfico de Paulínia, é um dos fatores predominantes para a implantação do Cinema Urbano, como visto anteriormente, o projeto apresentado nesse trabalho final de graduação pretende capacitar profissionais que poderão exercer funções no polo. Sendo assim foi feita uma visita técnica ao local para entender a dinâmica e funcionamento dos estúdios e das escolas. O polo conta com quatro estúdios, escritórios temporários, camarim móvel, uma escola técnica denominada Magia do Cinema voltada a arte cinematográfica, uma escola de stop motion, voltada ao público infantil e uma escola de animação, além de contar com o Paulínia Film Comission, onde as pessoas se inscrevem para fazer figuração e para alugar locais e objetos. Por se tratar de um projeto da cidade, financiado com investimento da Prefeitura, apenas alunos matriculados na rede de ensino municipal de Paulínia tem acesso ás aulas ministradas nas escolas do polo. A visita começou a partir da área dos estúdios, onde pode-se notar a divisão de espaços que existem entre eles, sempre separados por cores distintas, para facilitar a organização da equipe de apoio. Os estúdios podem ser alugados por diversos clientes ao mesmo tempo, mas atualmente três deles estão locados para emissora de televisão Rede Record, portanto foi possível fotografar apenas um estúdio (figura 35) que estava vazio na ocasião, para não haver complicações por direitos autorais. Nas escolas também não se pode fotografar todas as áreas, mas se pode percorrer todos os ambientes perceber a dinâmica dos espaços. A escola de stop motion (figura 39) conta com várias salas de tamanhos reduzidos que comportam turmas pequenas, existe a área de montagem, equipada com legos e computadores e um mini-estúdios onde são feitas as fotografias para montagem do vídeo. A escola técnica (figura 40) conta com salas de aula teóricas e práticas e estúdio de gravação de vídeo e som , além de um mini-auditório. 38


Figura 35 - Vista aérea do Polo

Figura 36 - Área dos Estúdios

Fonte : online, 2014

Fonte : arquivo pessoal da autora, 2014

Figura 37 - Recepção Estúdios

Figura 38 - Estúdios

Fonte : arquivo pessoal da autora, 2014

Fonte : arquivo pessoal da autora, 2014

Figura 39 - Paulínia Stop Motion Fonte : online, 2014

Figura 40 - Escola Magia do Cinema

Figura 41 - Aulas teóricas

Fonte : arquivo pessoal da autora, 2014 Fonte : arquivo pessoal da autora, 2014

Figura 42 -Edição de Imagem Fonte : arquivo pessoal da autora, 2014 39


Star Wars - George Lucas Poster minimalista por : Ed Burczyk


6. REFERENCIAS PROJETUAIS


6.1 CINE 32 / Encore Heurex Architectes Localização: Auch, França Ano: 2012 Fotografias: Sebastien Normand, Adelaide Maisonabe, Nicola Delon Este cinema vestido de madeira no sul da França foi projetado pelos arquitetos do Encore Heureux. Localizado ao lado de um antigo campo militar é um cinema com cinco salas, dentro de uma linha escalonada de galpões de madeira numerados. Ao invés de uma grande infra-estrutura do tipo multiplex, os arquitetos criaram a imagem de um conjunto de pequenos cinemas de bairro juntos (DEZEEN,2013,online).

Planta s/ escala

Características utilizadas na composição projetual:

Corte s/ escala

O Projeto apresenta interesantes espaços interiores, com destaque para a área da bilheteria , que possui uma Arquitetura simples, diferentemente das costumeiras luzes dos 42



6.2 ESCOLA DE CINEMA DARCY RIBEIRO /Paulo Mendes da Rocha Localização: Rio de Janeiro, Brasil Ano: 2001 Imagens : http://www.metroo.com.br/ e Fotos : http://www.escoladarcyribeiro.org.br/ecdr/instalacoes/ A Escola de Cinema Darcy Ribeiro é mantida pelo Instituto Brasileiro de Audiovisual – IBAV, uma instituição sem fins lucrativos criada com o objetivo de promover a educação e a cultura através da formação profissional. Sendo bastante conceituada no país, funciona em um prédio histórico que sofreu intervenções pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

Planta s/ escala

Planta s/ escala

Planta s/ escala

Planta s/ escala

Características utilizadas na composição projetual: A observação das plantas auxiliaram na criação do Programa Arquitetônico da Escola Cinematográfica. As dimensões, características e equipamentos necessários puderam ser vistos nesse projeto. 44



6.3 MUSEU DOS DIREITOS HUMANOS/Estúdio América Localização: Santiago, Chile Ano: 2010 Imagens: http://www.museodelamemoria.cl/el-museo/sobre-el-museo/ O edifício tem seis pavimentos (três de exposição, o pavimento térreo de entrada e dois subsolos) e foi construído em um terreno de 15 mil m²². O resultado foi um edifício versátil e flexível, com um grande vão livre, apropriado para diversos tipos de exposições. Essas características foram possibilitadas pelo uso de vigas metálicas que sustentam as la jes dos pavimentos, fixadas em quatro pilares de concreto nos cantos.

Planta s/ escala

Corte/ escala

Características utilizadas na composição projetual: Apesar de fugir da temática, a estrutura do prédio foi um interessante estudo de caso para a concepção arquitetônica. A viga de treliça metálica, combinada com grandes apoios em concreto nas pontas, permitem nesse edifício, um vão livre de 51metros. 46



Forest Gump - Robert Zemeckis Poster minimalista por : Andres Santiago


7. O LUGAR


AmĂŠrica Latina

50

Brasil

SĂŁo Paulo

Campinas

Vila Industrial


7.1 Campinas, São Paulo, Brasil Temperatura média anual: 21°C Clima: Tropical de Altitude Vegetação: Mata Atlântica Índice Pluviométrico anual: 1430 mm Altitude (em metros): 685 A Cidade de Campinas, Interior do Estado de São Paulo é o centro da RMC (Região Metropolitana de Campinas (figura 43), criada em 2000 e formada por outros dezenove munícipios conurbados, é uma das regiões mais dinâmicas no cenário econômico brasileiro.

Paulínia

Figura 43 - Mapa Região Metropolitana de Campinas Fonte : Base AutoCAD, inserções pela autora, 2014 51


7.2 Histórico A Vila Rialto, bairro onde se encontra o Terreno em Estudo, é uma subdivisão de um bairro mais antigo denominado Vila Industrial. Segundo informações do site da Prefeitura de Campinas: ‘’A Vila Industrial surgiu como um bairro proletário no final do século 19, diretamente associada à instalação das Companhias de Estrada de Ferro Paulista (1872) e Mogiana (1874). Localizada em uma área ocupada originalmente por um conjunto de cemitérios ao lado dos trilhos, a vila marcou o surgimento do primeiro bairro de trabalhadores da cidade. Nas origens da ocupação, instalaram-se prédios da imigração (entre as atuais ruas Sales de Oliveira e Pereira Lima) e que seriam utilizados pela companhia Mac Hardy e posteriormente pela Companhia Mogiana, além da construção de vários conjuntos de casas para os funcionários da “Paulista”. No final do século 19, a região passou também a receber outras instituições como o Matadouro Municipal, a Companhia Curtidora Campineira de Calçados (1890),(lote correspondente ao terreno em estudo), o Cortume Campineiro, o Lazareto dos Morféticos, o Lazareto dos Variolosos e a Indústria Fabril, de propriedade de Antônio Corrêa de Lemos, e no início do século 20, o Cortume Cantúsio (1911), o túnel de ligação entre a Vila Industrial e o Centro (1915), além da transformação de vários edifícios em oficinas da Mogiana’’ (Secretaria de Turismo/PMC, 2014).

A ocupação depois da linha do trem, limitada por um lado pelo pátio ferroviário e por outro pela existência do Córrego do Piçarrão, fez a área ter um crescimento urbano isolado se comparado com o restante da cidade. (ANDREOTTI, 2008, p.15). Esses sítios industriais, hoje se transformaram em grandes vazios, por vezes subutilizados."No caso de Campinas, o bairro da Vila Industrial possui número significativo de edifícios e áreas em estado de vacante, sejam elas edificadas ou não.’’(idem)

52


Estes lugares se caracterizam por estruturas urbanas decadentes, de outras ordens atualmente desativadas. Mas ao mesmo tempo são lugares que possuem localizações privilegiadas. Nesse contexto, podemos chamá-los de Terrain Vague. “[Terrain vague] um termo especialmente útil para designar a categoria urbana e arquitetônica com que a aproximamos dos lugares, territórios e edifícios que participam de uma dupla condição. Vago no sentido de vacante, vazio, livre de atividade, improdutivo, obsoleto. Por outro lado vago no sentido de indefinido, sem limites definidos, sem horizonte de futuro.(...) Terrain: caráter urbano da expressão, uma extensão de solo de limites precisos, edificáveis, está ligada à uma idéia física de uma porção de terra em sua condição expectante, potencialmente aproveitável. A relação entre ausência de uso, de atividade e sentido de liberdade, de expectativa é fundamental para entender toda a potência evocativa, vazio como promessa, como expectação.” (SOLÀ MORALES apud ANDREOTTI, 2008, p.10).

Estação Cultura Senai Rodoviária

Figura 44 - Imagem Aérea, entorno próximo Fonte : online, 2014

Figura 45 - Estruturas remanescentes da antiga Companhia Curtidora Campineira Fonte : Andreotti, 2008 53


Le fabuleux destin d'AmĂŠlie Poulain - Jean-Pierre Jeunet Poster minimalista por : Alegufo


8. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL


JD. EULINA

8.1 LOCALIZAÇÃO

Lix Av.

O terreno se encontra na zona sul da cidade de Campinas, no bairro denominado Vila Rialto, subdivisão da Vila Industrial. Os

a unh C a

d

JD. INTERLAGOS

principais acessos intermunicipais se dão pela Rodovia Anhanguera, a Via expressa Lix da Cunha (popularmente conhecida como sul-

JD. PACAEMBU

leste) e a Av J. B. Dunlop. Os Principais acessos municipais são feitos pela Av. Prestes Maia/João Jorge e Avenida Amoreiras.

UNIMA JD. GARCIA

op

.B J . Av

Legenda: vias intermunicipais vias municipais terreno em estudo

56

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JD. BOMFIM

CENTRO RODOVIÁRIA

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JD. DO TREVO

VILA RICA

CAMPINAS SHOPPING

JD. NOVA EUROPA


8.2 FLUXOS DO ENTORNO Os principais acessos diretos a área do projeto são pelas Avenidas João Jorge e Avenida Prefeito Faria Lima. Os acessos secundários podem ser feitos pela Avenida Amoreiras e pela avenida Dr. Sales de Oliveira. O entorno da área tem um fluxo mais intenso nas Avenidas das Amoreiras, Avenida João Jorge e Avenida Prefeito Faria Lima e um fluxo moderado na Avenida Dr. Moraes Sales, o restante das ruas do entorno tem um trânsito local.

Legenda: rodovia via expressa via arterial via coletora mãos de trânsito (principais avenidas) terreno em estudo

0 58

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140 210

280 350

700m


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8.3 EQUIPAMENTOS PRÓXIMOS A área está relativamente próxima ao Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo e ao Terminal Central e a Estação Cultura, antiga Estação Ferroviária ). Os principais pontos de referência ao terreno são: o Senai Carlos Mange, O Sesi Amoreiras, os Hospitais Mario Gatti e Metropolitano e o Departamento e Serviços Públicos da Prefeitura.

Legenda: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

terminal rodoviário ramos de azevedo terminal central estação fepasa teatro castro mendes praça calos lemos secretaria de serviços públicos senai roberto mange sesi amoreiras ciretran patrulheiros de campinas associação de comerciantes casa da criança paralítica polícia militar hospitais área verde terreno em estudo

0 60

70

140 210

280 350

700m



8.4 USO DO SOLO O uso é predominantemente residencial e se estende por boa parte do entorno, mas também há um uso institucional forte, com presença de equipamentos culturais como teatros e também escolas de ensino básico e técnico. A área também conta com

serviços e comércios

de pequeno e médio porte

principalmente voltado para as avenidas. As áreas verdes são por vezes residuais (canteiros), existindo apenas uma praça no entorno (praça carlos lemos) Nas proximidades do terreno as áreas vazias são no geral lotes menores, com exceção de uma área maior próxima ao córrego.

Legenda: residencial serviço comércio institucional industrial área verde vazio urbano terreno em estudo

0 62

70

140 210

280 350

700m



8.5 GABARITO O gabarito é predominantemente horizontal , um a três pavimentos. Próximo as avenidas vemos um gabarito mais alto em alguns edifícios entre 7 e 15 andares. O predominante gabarito baixo pode ser associado ao usos, e a história do bairro que conta com casas operárias

Legenda: 1 pavimento 2 a 3 pavimentos 4 a 6 pavimentos 7 a 10pavimentos mais que 10 pavimentos área verde vazio urbano terreno em estudo

0 64

70

140 210

280 350

700m



Eternal Sunshine of a Spotless Mind Poster Minimalista por : Aesthetice


9. O TERRENO


9.1 TOPOGRAFIA A Área conta com a presença do Córrego Piçarão e em geral apresenta bastante desnível, como é o caso do terreno em estudo. O Terreno tem uma área total de 37.000 m², com um acentuado declive, são 27 m de desnível, da extensão da rua Conselheiro Gomide até a rua Prudente de Moraes.

ro

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ru a Prud ente d e Morae s.

foto : maquete topográfica por: autora 68


Hipsometria da รกrea de estudo 69


9.2 LEGISLAÇÃO INCIDENTE A área está inserida na Macrozona 4, tida como Área de Urbanização Prioritária - AUP. O terreno se localiza especificamente na zona 12, que é basicamente descrita para usos comerciais, de serviços e institucionais, de pequeno, médio e grande porte.

‘’Localizada na macrozona considerada 'de urbanização consolidada', a área passou a ser denominada 'de urbanização prioritária' pela revisão do plano diretor em 2006, sendo delimitada pelas rodovias Dom Pedro I e Anhanguera e as Fazendas Chapadão e Sta. Eliza. Apesar de ser tida como “consolidada”, apresenta número significativo de lotes vagos: 31 de lotes vagos em relação ao total de lotes do município’’ ( ANDREOTTI, 2008, p.20). Localizada na área de Planejamento 20, possiu as seguintes características : Não encontra intersecção entre a área com bens tombados, não encontrado bem em estudo de tombamento, não encontra imóvel lindeiro em estudo de tombamento, nem intersecção com área restrita.

70


Zoneamento ZONA 12 Zona destinada basicamente aos usos comercial, de serviços e institucional de médio e grande porte. Para o tipo CSE-2, que são caracterizados por possuírem terrenos com área maior ou igual a 450,00m² e testada do lote de no mínimo 15,00m, esta zona permite: ·

TE - Taxa de Ocupação no pavimento térreo: 0,75 (setenta e cinco centésimos);

·

TO – Taxa de Ocupação para os demais pavimentos: 0,50 (cinquenta centésimos);

·

CA – Coeficiente de aproveitamento: menor ou igual a 2 (dois);

·

H – Altura da edificação: deve ser menor ou igual a somatória da largura das vias mais

duas vezes duas vezes a medida do recuo frontal da edificação. No caso de edificações em blocos separado, a altura deverá ser verificada individualmente para cada um deles; ·

Recuo frontal: maior ou igual a 6 metros;

·

Recuos laterais: maior ou igual a 4 metros;

·

Os usos comerciais e/ou de garagem podem ocupar a totalidade do terreno, não

obedecendo aos recuos; ·

Devem ser previstas vagas de estacionamento a cada 60m².

71


9.3 INSOLAÇÃO E VENTOS PREDOMINANTES A orientação solar e a direção dos ventos, são elementos extremamente importantes para a concepção projetual. Visando que o sol nasce ao leste e se põe a oeste, é necessário um estudo do terreno para saber qual a melhor forma de implantação do projeto. Nesse projeto as principais fachadas foram orientadas no sentido norte e sul . Para uma maior proteção das fachadas leste e oeste , foi pensado em uma chapa de cobre perfurado que funcionará como uma espécie de brise , melhorando a incidência de insolação. A direção predominante dos ventos é sudeste , o que possibilita a passagem do ar por todo o edifício.

Legenda: sol nascente ventos predominantes sudeste

72



9.4 ENTORNO IMEDIATO No entorno imediato ao terreno, vemos alguns equipamentos institucionais, entre eles o Senai Carlos Mange (21). Também se nota uma praça triangular e uma área residencial.

19 18 17

9

16 14 13 12

15

11 10

1 21 22

20 2

3 4 5 7

6

Legenda: 1 vista do terreno

8

7 prefeitura

15 muro abandonado

8 rua São Carlos

16 terreno vazio

9 rua c. gomide

17 ‘muro’’

2 centro espírita

10 vista portão terreno 18 entrada desativada

3 Instituto ConCiliar 4 Adepocan

11 chaminé

12 à esquerda o terreno20 entrada Senai

5 clube floresta

13 caixa d’agua

6 hospital metropolitano 14 construções

19 construções 21 carros no canteiro 22 esqueleto antigo

curtume

74


19


9.5 EQUIPAMENTOS ATUAIS DO TERRENO No terreno atualmente se encontram os esqueletos e a chaminé remanescentes da antiga Companhia Curtidora de Campinas; as estruturas serão demolidas, pois dificilmente poderiam ser aproveitas dentro do contexto. Porém a chaminé será preservada, mantendo viva a história do local e fazendo parte da composição arquitetônica planejada. Além dessas estruturas, também existem algumas construções que abrigavam o centro de cultura nordestina, esse já desativado pelo prefeitura. Portanto as mesmas serão demolidas para dar espaço ao novo projeto. Também existem três pequenas moradias, implantadas por forma de ocupação informal, cuja estrutura está precária. Nesse caso foi feito a indicação para relocar essas moradias no terreno á frente, mantendo os moradores na mesma região.

Legenda: equipamentos públicos a serem mantidos no local esqueletos da antiga companhia curtidora à demolir chaminé da antiga curtidora á ser preservada centro da cultura nordestina (desativado pela prefeitura) à demolir moradias em estado precário à demolir terreno vazio - local preferencial para relocar moradias

76



Cidade de Deus - Fernando Meireles Poster Minimalista por : Anderson Ladeira


10. O PROJETO


10.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO Com foco na falta de cinemas nas ruas e na preocupação com o ensino técnico, propõe -se o projeto Cinema Urbano, que irá unir cultura e educação. Esse projeto proporcionará ao usuário uma experiência distinta da que se está acostumado, possibilitando a mais completa experiência da sétima arte. Para que o projeto fosse possível, antes de mais nada, foi preciso pensar no viário. As novas ruam criadas norteiam todo o projeto, possibilitam os acessos e definem melhor o lote. O proposto é, a extensão da rua Conselheiro Gomide, uma nova via paralela a Av. Nestor Castanheira e junto a elas a criação de corredores verdes. No projeto em si o terreno tem papel importante, com 27m de desnível o projeto se deita sobre ele e utiliza a topografia a seu favor. Suas dimensões também possibilitam criar uma grande praça, que funciona como integração dos blocos. As áreas externas e as áreas construídas se interligam e ambas se tornam uma só. A estrutura do edifício se remete á primeira exibição de um filme, sua forma e seu “caminho’’ tendem a lembrar os trilhos e as pontes que levavam os trens até as estações e indústrias. Por fim a chaminé mantida no local, não somente preserva a história, como também fortalece a expressão “Indústria Cinematográfica’’.

Legenda: proposta viário sentido das vias

80



10.2 PROGRAMA O programa foi elaborado a partir de observação de plantas de projetos similares, visitas técnicas e pesquisa, pretendendo suprir todas as necessidades de um complexo de salas e uma escola de cinema. Para melhor compreensão ficou setorizado em três partes: Pedagógico Escola de Cinema ,

Pedagógico Escola de Cinema

Complexo Salas de Cinemas e Serviços.

82


83

Pedag贸gico Escola de Cinema


84

Complexo Salas de Cinema


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Serviรงos Gerais


Dogville - Las von Trier Poster Minimalista por : Anderson Ladeira


10.3 DESENHOS ARQUITETテ年ICOS



Para que a implantação fosse possível foi necessário definir melhor o lote. Para isso foram propostas duas vias, onde uma se trata da extensão de uma rua existente (Conselheiro Gomide) e outra uma nova via de sentido único para dar acesso ao estacionamento no subsolo. Os desenhos das praças foram desenvolvidos a partir da topografia existente do terreno e da volumetria dos edifícios. O posicionamento dos blocos por sua vez possibilitou a criação de um cinema externo, que será aberto ao público, com produções cinematográficas voltadas para o caráter educacional.

IMPLANTAÇÃO 89



N esc: 1:1000



A Topografia do Terreno possibilitou a criação de um subsolo, onde estão as vagas de estacionamento para carros (151 + 3 p.n.e lugares) e motos ( 16 lugares), além de também ser o acesso da carga de descarga do prédio. Para quantidade de vagas foi feito um cálculo baseado na metragem quadrada total dos dois prédios construídos, segundo consta no zoneamento da área (1 vaga a cada 60m²). Está também previsto vagas preferênciais para portadores de necessidade especiais (P.N.E) e Idosos. Os elevadores social e de serviço atendem tanto ao cinema, quanto a escola, posicionados estrategicamente em um ponto onde os dois edifícios se interligam.

SUBSOLO 92



mezanino escola de cinema entrada escola de cinema mezanino do cinema entrada do cinema subsolo

esc: 1:500

SUBSOLO

N



A entrada do cinema está posicionada a frente da praça triangular já existente no local. Esse ponto se mostrou ser o mais interessante em questões de perspectiva visual se tornando a principal face do projeto. Devido

a topografia acentuada, foi criado uma praça com rampas e escadas que

possibilitanto o acesso ao cinema e também funcionam como área de vicência pública, onde todos podem se apropriar das escadarias, que foram projetadas mais largas do que escadas convencionais, transformando-as em uma área de estar. É desse ponto também que temos a visão do elevador externo, que dá acesso direto a Bilheteria, possibilitando aos usuário com dificuldade de locomoção uma entrada mais rápida ao prédio.

ENTRADA DO CINEMA 95


94


mezanino escola de cinema entrada escola de cinema mezanino do cinema entrada do cinema subsolo

esc: 1:500

ENTRADA DO CINEMA

N



O cinema funciona em três níveis diferentes, o nível de entrada, o nível da Bilheteria e o Mezanino. Os acessos verticais sempre são dotados de escadas e elevadores, possibilitando a acessibilidade. É no mezanino que acontece a entrada para as salas de cinema. Possicionadas de modo a se aproveitar melhor a topografia, o acesso principal das salas é feito por cima, logo os lugares para portadores de necessidades especiais (P.N.E) se localizam logo na fileira próxima a entrada. As Saídas de Emergência foram projetadas conforme a IT dos Bombeiros e atendem a todos o usuários, tendo saídas superiores e inferiores. Externamente também há um cinema aberto que tem saída em nível em relação ao mezanino. A topografia, volumetria e posicionamento dos blocos possiblitou a criação dessa área , que exibirá filmes gratuitamente,para a todos que desejarem assistir.

MEZANINO DO CINEMA 98



mezanino escola de cinema entrada escola de cinema mezanino do cinema entrada do cinema subsolo

esc: 1:500

MEZANINO DO CINEMA

N



O acesso a escola de cinema é feito numa

cota mais alta do terreno, próximo está

localizado o restaurante, implantado nesse ali, devido a grande presença de equipamentos de saúde na área e falta de locais para alimentação. O mesmo também pode ser utilizado pelos alunos e usuários do cinema, tendo o funcionamento diurno e noturno. A chaminé remanescente da antiga companhia curtidora campineira foi preservada e também está posicionada bem a frente, marcando a entrada, que é feita ao adentrar uma marquise treliçada. Nesse piso encontramos de um lado a Biblioteca e Laboratório de Informática e de outro a secretaria Também está prevista uma área de pátio ao redor da escada que dá acesso ao mezanino. O local também será utilizado para exposições dos alunos. Subindo uma breve escadaria, ou a rampa elevamos o piso em um metro, onde se localizam as salas especificas da escola além do Auditório do Refeitório dos Alunos. Nesse nível é onde está previsto o Estúdio, Marcenaria, Camarim/Figurino e Salas de Aula de Interpretação. Por ali também é possível acessar a la je do cinema, que se tornou útil , como uma área de mirante, de estar e de refeições ar livre.

ENTRADA ESCOLA DE CINEMA 101


98


mezanino escola de cinema entrada escola de cinema mezanino do cinema entrada do cinema subsolo

esc: 1:500

ENTRADA ESCOLA DE CINEMA

N



Nesse nível é onde ficam o restante das salas, como a de aulas teóricas, estúdio para gravação de som, laboratório de imagens, sala de escultura e animação. Também está previsto a área administrativa como direção, coordenação e sala de professores. Por estar numa cota elevada, esse piso proporciona uma bela vista do entorno, através das esquadrias de vidro, da treliça e da chapa de cobre, que envolvem o prédio.

MEZANINO ESCOLA DE CINEMA 104



mezanino escola de cinema entrada escola de cinema mezanino do cinema entrada do cinema subsolo

esc: 1:500

MEZANINO ESCOLA DE CINEMA

N



Ao observar os cortes, podemos ver detalhes como o posicionamento dos forros, por onde passam as vigas, local também onde serão instalados os dutos de ar condicionado, sistema de combate a incêndio, cabeamento elétrico, dentre outras partes da infra-estrutura.

CORTES E FACHADAS 107



fachada oeste esc: 1:250

fachada leste esc: 1:250

esc: 1:250 corte aa esc: 1:250

CORTE AA/ FACHADA LESTE E OESTE


fachada norte esc: 1:250

corte bb esc: 1:250

esc: 1:250

CORTE BB / FACHADA NORTE


fachada sul esc: 1:250

corte cc esc: 1:250

esc: 1:250

CORTE CC/ FACHADA SUL



Uma boa acústica e um bom dimensionamento de uma sala de exibição de filmes, é fundamental para seu pleno funcionamento e conforto dos espectadores. A Associação Brasileira Cinematográfica, desenvolveu um projeto de recomendações técnicas que auxiliam na hora de projetar esse tipo de ambiente. Esses parâmetros, assim como também a Norma Técnica

NBR12237(1992)’’Projetos e

instalações de sala de projeção cinematográfica’’ e outras NBR como a de conforto térmico, a de acústica, de iluminação e acessibilidade foram levados em conta para o desenvolvimento das salas. Para a definição dos materiais de acabamento foi utilizado a tabela de Coeficiente de absorção acústica, presente na NBR -1279, adotando-se para frequências de (c/s) o valor da tabela correspondente a coluna de 500Hz (usual para esse tipo de cálculo).

DETALHAMENTO SALA DE C INEMA 112


MATERIAIS/CÁLCULOS SUPERFÍCIE

MATERIAL

ÁREA/Nº α (500 HZ)

A xα

PAREDE 1 (PROJETOR) (ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 50,9772

0,4

20,39088

0,4

PAREDE 4 (TELA)

(ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 147,6717 (ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 147,6717 (ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 115,04

0,4 0,4

59,06868 59,06868 46,016

PISO

CARPETE TIPO FORRAÇÃO

264,4482

0,25

66,11205

TETO

(ILLTEC PLANO 3 CM)

264,4482

0,47

124,2907

POLTRONAS/PESSOAS SITUAÇÃO (LOTADO)

155

0,47

72,85

PORTA 1

EM AÇO (CORTA FOGO)

3,78

0,06

0,2268

PORTA 2

EM AÇO (CORTA FOGO)

4,2

0,06

0,252

PORTA 3

EM AÇO (CORTA FOGO)

3,78

0,06

0,2268

TELA

TELA CNEMATOGRAFICA

54,15

0,2

10,83

PAREDE 2 (LATERAL) PAREDE 3 (LATERAL)

Absorção Total =459,333 Tabela 1 - Dados para cálculo Fonte : Desenvolvido pela autora

Volume = 1578,756m³

O Tempo de Reverberação é determinado a partir do volume da sala, das áreas da superfície e dos materiais aplicados nas mesmas. Na Tabela 1, foi quantificado os materiais, sua área de influência e multiplicado por α(absorção) na frequência de 500Hz. Pode se obter

então o αtotal (absorção total) que foi utilizada para calcular o tempo de reverberação da sala, adotando-se a Fórmula de Sabine. Reverberação Fórmula de Sabine TR= 0,161xV Absorção total TR = 0,161x1578,756m³ 459,33 TR =0,553367s

Para o estudo de reverberação em salas cinematográficas, se utiliza o gráfico 5 (ao lado), onde é feita uma relação entre o tempo de reverberação encontrado e o volume da sala. Sendo o Gráfico 5 - Tempo de Reverberação 500Hz x Volume da Sala(m³) Fonte : ABC (2010)

113

TR ótimo para essa situação entre 0,4 e 0,6s.


steel deck soldada

para suporte da tela

piso

piso

700x850mm

Forro de Gesso Acartonado

Vigas em concreto armado

projetor

Revestimento do teto em ILLTEC Plano 25/35mm na cor azul

guarda corpo

16.00

2.06 Revestimento das paredes em ILLTEC Perfilado 25/35mm na cor azul

5.00 7.90

acesso cinema

15.00

para suporte das poltronas Base em concreto na cor azul

2.00 11.00

Vigas em concreto armado Parede Estrutural esc: 1:50

DETALHE SALA DE CINEMA




Tropa de Elite - JosĂŠ Padilha Poster Minimalista por : Studio Manga Rosa


11. ESTRUTURA E MATERIAIS 107


11.1 ESTRUTURA E MATERIAIS Devido ao posicionamento dos blocos, foi possivel criar um cinema externo, que fica abaixo de um vão livre com 42m de extensão. Para possibilitar tal alternativa, foi necessário pensar em sistema estrutural que atendesse as necessidades do prédio. Primeiramente foi desenvolvido os eixos estruturais , que seguem dois desenhos.No ponto em que os edifício se encontram o eixo segue uma lógica do nível inferior para o nível superior, prevalecendo a orientação guiada a partir das salas de projeção (situação mais restritiva). No ponto em que o nível

superior é independente, está proposto outro eixo, mais

ortogonal, pois nesse ponto toda a estrutura será aparente. Se trata de uma estrutura mista, onde o bloco superior é todo metálico, utilizando um sistema de vigas treliçadas e la jes do tipo stell deck. As superfícies das la jes podem ser revestidas com tábuas de madeira, presas com grampos de la je ou revestimento cerâmico onde há trafego de pessoas. Na parte inferior da la je pode se utilizar como fechamento placas de metal eletro soldadas ou placas de cobre ondulado fixados por perfis metálicos do tipo caixa. O bloco inferior possui em toda a sua extensão parede estruturais, além de pilares (1,20x,020m) e vigas (1m) seguindo cálculos, todos concreto armado. Esse sistema construtivo possibilita uma melhor distribuição das cargas do prédio superior, por ter uma estrutura muito mais leve que o prédio inferior, que funciona como uma grande apoio. Dessa forma as cargas são descarregadas uniformemente no solo e possível prever o vão livre necessário. Para fazer o desenho da treliça estrutural, foi levado em consideração todas as vigas que passam pelo edifício em ambos os sentidos, umas vez que esses dois elementos estão conectados. Para a vedação da fachada foi utilizado chapas de cobre perfurados e onduladas fixadas na treliça estrutural com auxílio de perfis metálicos(figura 46). As chapas perfuradas protegem as esquadrias de vidro, e foram escolhidas para a proteção solar das fachadas e também com o intuito de permitir a vista da cidade de dentro do edifício. As esquadrias são feitas por perfis metálicos e vidro monolítico de 6mm, que trazem o efeito de transparência. Foi necessário desenvolver a paginação das esquadrias em conjunto com o dezenho da treliça estrutural, para que o resultado final ficasse harmonioso.

118


telha zipada

treliça metálica estrutural la je tipo “steel deck”

vigas e pilares em concreto

paredes estruturais

Figura 46 - Chapa de Cobre Perfurado e Ondulado detalhe da fixação Fonte: Online, 2014 119


120

11,2 DETALHE CONSTRUTIVO


telha metalica zipada

estrutura de suporte das telhas 0.14

chapa de cobre perfurada (microcorrugada/ondulada)

viga metalica estrutural perfil I - 1000x200mm

1.00

parafuso auto brocante

0.10 0.05

trilho em aluminio para abertura das janelas

forro em gesso acartonado

3.48

9.75

piso em madeira

0.03

trilho em aluminio para abertura das janelas

steel deck

0.16

1.03

0.05

trilho em aluminio para abertura das janelas

3.27

viga em concreto armado parede estrutural em concreto armado

trilho em aluminio para abertura das janelas

espelho d'agua 0.43 0.03

viga em concreto armado

esc : 1:25 Corte Setorial 2 _ detalhe construtivo

0

0,50

1

2,5

4m



111


The Social Network - David Fincher Poster Minimalista por : David Lopez


11. REFERENCIAS BIBLIOGRテ:ICAS


Ilustrações Prólogo foto: Toy Stories Come Dusk por: Stefanie le Pape

Filmografia Metropolis - (Metrópolis) - Frits Lang The Wizard of Oz (O Mágico de Oz)- Vitor Fleming Citizen Kane (Cidadão Kane) - Orson Welles Sing in The Rain (Cantando na Chuva) - Stanley Donen A Clockwork Orange (Laranja Mecânica) - Stanley Kubrick Star Wars (Guerra nas Estrelas) - George Lucas Forest Gump – O contador de Histórias Le fabuleux destin d'Amélie Poulain ( O fabuloso destino de Amélie Poulain) - Jean-Pierre Jeunet

Eternal Sunshine of a Spotless Mind (Brilho eterno de uma mente sem lembranças) - Michel Gondry Cidade de Deus - Fernando Meireles Tropa de Elite - José Padilha Dogville - Las von Trier The Social Network ( A Rede Social) - David Fincher

126


Iconografia Figura 1- João da Mata ,1923 ,cópia de fotograma, longa metragem (8 partes ) – P&B – mudo Fonte : acervo Henrique de Oliveira Figura 2 - A montagem de UM PEDREIRO no estúdio Henry Sun , que funcionava na casa de Henrieu de Oliveira Jr.Junto a ele , Dayz Peixoto e Luís CIarlos Borges (em primeiro Plano) Fonte: Arquivo MIS Figura 3- Localização do Polo Cinematográfico em relação ao terreno Fonte : Google Earth, elaborado pela autora Figura 4 - Ingresso de antigo Disponível em<http://www.compassrose.org/balaban-and-katz/Balaban-and-KatzTheatres.html> Figura 5 - Nikelodeon Cinema,Toronto, cerca de 1910 Esta imagem está disponível nos Ficheiros da Cidade de Toronto, sob a referência arquivística Fonds 1244, Item 320 Disponível em <https://gencat4.eloquentsystems.com/webcat/request/DoMenuRequest?SystemName=City+of+Toronto+Archives&U serName=wa+public&Password=&TemplateProcessID=6000_1580_11104&bCachable=1&Men uName=City+of+Toronto+Archives&eloquentref=toronto>Acessado em 02 de abril de 2014 Figura 6 -Interior de típico Nickelodeon Disponível em <http://cinemathequefroncaise.com/Chapter72/Fig_07_23_Nickelodeon.html Acessado em 02 de abril de 2014. Figura 7 - Sala de Espera do UFA Palácio , Fonte: Arquiteto Rino Levi. Consultado em: SIMÕES, Inimá Ferreira. Salas de cinema em São Paulo p.37

125


Figura 8 -Postal do Cine Teatro Santa Helena,São Paulo, Brasil, 1935 Fonte:Arquivo Máximo Barro. Consultado em : SIMÕES, Inimá Ferreira. Salas de cinema em São Paulo, p .folha de rosto Figura 9- UFA Palace Fonte :O Espaço dos Sonhos . Consultado em: SIMÕES, Inimá Ferreira. Salas de cinema em São Paulo, p.33 Figura 10 – Cine Comodoro, primeiro Cinerama de São Paulo Disponível em < http://revistaveneza.wordpress.com/2011/03/27/morte-e-vida-do-cinemade-rua/> Figura11 - Multiplex Shopping Paulínia , mas poderia ser em qualquer outro lugar. Fonte : Arquivo pessoal da autora Figura 12 - Cinetógrafo de Edson Disponível em: < http://ocinematografo.blogspot.com.br/2012/10/o-cinematografo-dosirmaos-lumiere.html> Figura 13 – Cinematógrafo Lumière Disponível em: < http://ocinematografo.blogspot.com.br/2012/10/o-cinematografo-dosirmaos-lumiere.html> Figura 15 – Os Irmão Lumière Disponível em: < http://ocinematografo.blogspot.com.br/2012/10/o-cinematografo-dosirmaos-lumiere.html> Figura 16 – L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat Disponível em: < http://www.histeria.blog.br/she-was-not-alive-nordead/#sthash.wGKSFZmJ.dpbsl> Figura 17 - Cartaz Publicitário do Cinematógrafo Lumière Fonte: MÁXIMO ,João – Breve História de um sonho .Rio de Janeiro : Salamandra ,1997,p 66 Figura 18 - Das Cabinet des Dr. Caligari - O gabinete do Dr. Caligari. Disponível em:< http://www.follow-menow.de/html/body_das_cabinet_des_dr__caligari.html >. Acessado em 08 de março de 2014.

127


Figura 19 - Metropolis – Metrópolis Disponível em: < http://operamundi.uol.com.br/media/images/metropolis-poster.jpg >. Acessado em 02 de março de 2014. Figura 20 - Mon Oncle Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-43127/cinema-e-arquitetura-mon-oncle >. Acessado em 23 de março de 2014. Figura 21 - Cena do Filme Mon Oncle Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-43127/cinema-e-arquitetura-mon-oncle >. Acessado em 23 de março de 2014. Figura 22 -Na sequência ,corte longitudinal da sala e acesso à platéai do UFA Palace .Consultado em: SIMÕES, Inimá Ferreira. Salas de cinema em São Paulo p.38 Figura23 -Cine Marabá Fonte:Arquivo Paulo Sá Pinto.Consultado em: SIMÕES, Inimá Ferreira. Salas de cinema em São Paulo p.57 Figura 24- Cine Marabá Fonte : Acrópole/Leon Liberman.Consultado em: SIMÕES, Inimá Ferreira. Salas de cinema em São Paulo p.60 Figura-25- Cine São Carlos Fonte :SESSO JUNIOR, Geraldo. Retalhos da velha Campinas. Campinas, SP: Ed. Palmeiras, 1970. p.290. Figura- 26 - Cine República Disponível em: <http://pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br/2008/07/ontem-ehoje-cine-repblica.html >.Acessado em 15 de março de 2014.> Figura 27- Cine Rink Disponivel em http://cinemascampinasdeantigamente.blogspot.com.br/>>.Acessado em 15 de março de 2014 Figura - 28 Cine Voga Fonte :foto do acervo da coleção MIS

128


Figura 29 - Cartaz do FilmeAlô , Alô Carnaval, 1936 Disponível em: < http://www.cinemabrasileiro.net/cartazes/Al C3 B4, 20al C3 B4 20carnaval-cartaz3.jpg >. Acessado em 02 de março de 2014. Figura 30 - Cartaz do FilmeNem Sansão,Nem Dalila, 1954 Disponível em: < http://www.cinemabrasileiro.net/cartazes/Nem 20Sans C3 A3o 20nem 20Dalilacartaz.jpg >. Acessado em 15 de março de 2014 Figura 31 - Cartaz do Filme Dona flor e seus dois maridos,1976 Disponível em: < http://www.cinemabrasileiro.net/cartazes/Dona 20Flor 20e 20seus 20dois 20maridoscartaz3.jpg >. Acessado em 13 de março de 2014. Figura 32 - Cartaz do O Quatrilho 1995 Disponível em: < http://www.producaocultural.org.br/wpcontent/uploads/2010/09/quatrilho.jpg >. Acessado em 14 de março de 2014. Figura 33 - Cartaz do Filme Central do Brasil, 1998 Disponível em: < http://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/2/29/Central_do_Brasil_poster.jpg >. Acessado em 18 de março de 2014. Figura 34 - Cartaz do Filme Tropa de Elitel, 2007 Disponível em: < http://3.bp.blogspot.com/_6VfvCSOKmbk/TKgKBa3zrJI/AAAAAAAAAqw/E3nBCV5OYQU/s160 0/Filme+Tropa+de+Elite+2.jpg >. Acessado em 17 de março de 2014. Figura 35 – Vista Aérea do Polo Cinematográfico de Paulínia Disponível em <http://quadro-magico.blogspot.com.br/2009/07/cinema-forjado-barris-depetroleo.html>Acessado em 20de agosto de 2014 Figura 36 – Área dos Estúdios Fonte: Arquivo Pessoal da autora Figura 37 – Recepção Estúdios Fonte: Arquivo Pessoal da autora Figura 38 –Estúdio Fonte: Arquivo Pessoal da autora

129


Figura 39 –Paulínia Stop Motion Disponível em <http://tribunapaulinia.com.br/?p=7677> Acessado em 19 de agosto de 2014 Disponível em <http://paulinia.net/2009/04/criancas-das-escolas-de-paulinia-produzemanimacao-com-lego> Acessado em 19 de agosto de 2014 Disponível em <http://tribunapaulinia.com.br/?p=7677> Acessado em 19 de agosto de 2014 Disponível em <http://jpurcino.wordpress.com/> Acessado em 19 de agosto de 2014 Figura 40 – Escola Magia do Cinema Fonte: Arquivo Pessoal da autora Figura 41 – Sala de aula teórica Fonte: Arquivo Pessoal da autora Figura 42– Edição de imagem Fonte: Arquivo Pessoal da autora Figura 43 - Mapa Região Metropolitana de Campinas Fonte : Base AutoCAD, inserções pela autora, 2014 Figura 44 - Vista aérea de Campinas Fonte : Leonel Albuquerque. Disponível em <http://www.flickr.com/photos/fotoaereabrasil> Figura 45 - Estruturas remanescentes da antiga (CCC) Companhia Curtidora Campineira Fonte : ANDREOTTI, maria beatriz. Incubadoras Urbanas em área de vazio. Campinas : Unicamp,2008. Figura 46 - Detalhe da fixação de chapa de cobre, utilizado no projeto do Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile. Fonte : Disponível em <http://www.metalica.com.br/museu-da-memoria-e-dos-direitoshumanos-do-chile >Acessado em 19 de novembro de 2014

130


Bibliografia Livros/Dissertações ANDREOTTI, maria beatriz. Incubadoras Urbanas em área de vazio.Monografia de Graduação, UNICAMP, 2008. BENUCCI, Jade Mendes. Revitalizando Centralidades: Complexo de Artes visuais em Criciúma. Criciúma, 2010. Monografia de Graduação, UNESC, 2010. CHARNEY, Leo; SCHWARTZ, Vanessa R. CINEMA E A INVENCAO DA VIDA MODERNA, O (2aED. REV.). Editora Cosac Naify, 2004. DE LUCA, Luiz Gonzaga Assis. Cinema Digital - Um Novo Cinema? São Paulo: Imprensa Oficial, 2005. MASCARELLO,Fernando. História do cinema mundial. São Paulo: Papirus, 2006. MENDES, José de Castro. Efemérides Campineiras, 1963. In: Pró-Memória de Campinas. MENOTTI, Gabriel. Através da sala escura: uma aproximação entre a sala de cinema e o lugar do VJing. Comunicação e Sociedade, v. 17, 2012. SANTORO, Paula Freire. A relação da sala de cinema com o espaço urbano em São Paulo: do proviciano ao cosmopolita. Anais: Encontros Nacionais da ANPUR, v. 11, 2013. SIMÕES, Inimá Ferreira. Salas de cinema em São Paulo. Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. São Paulo: PW Gráficos e Editores Associados Ltda, 1990. SOLÀ-MORALES, I. Territorios. Barcelona: Gustavo Gili, 2002. SOUZA, Carlos Roberto Rodrigues de. O cinema em Campinas nos anos 20 ou uma Hollywood brasileira. São Paulo, 1979. Dissertação de mestrado, ECA-USP, 1979. Revista Eletrônica do Programa de Pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero, 1979.

131


Revistas/ Jornais NOUVEL, Jean (entrevista). AU – Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, ano 12, out./nov. 97. SPARANO, José Vicente. A Queda do Cine Rink. 29 de agosto de 2012. Disponível em: < http://josevicentesparano.blogspot.com.br/2012/08/a-queda-do-cine-rink.html>Acessado em 14/11/2014. TREVISANI, Janete. O dia em que o Rink desabou. 14 de novembro de 2013.Disponível em:< http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/11/blogs/bau_de_historias/121075-o-dia-em-queo-rink-desabou.html>. Acessado em 14/11/2014.

Sites ARRUDA, Aline. Paulínia abre editais para retomar produção no Polo Cinematográfico. UOL, 2014. Disponível em <http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2014/02/27/paulinia-abreeditais-para-retomar-producao-no-polo-cinematografico.htm>. Acessado em 06 de Abril de 2014. AVLIS, Lorena. Há 119 anos os irmãos lumière exibiram o primeiro filme da história. Obvious Magazine, 2014. Disponível em: < http://lounge.obviousmag.org/bibliotela/2014/03/ha-119anos-os-irmaos-lumiere-exibiram-o-primeiro-filme-ao-grande-publico-dando-inicio-amagia-do-ci.html>. Acessado em 05 de março de 2014. ELIAS , Paulo Robeto, O primeiro filme em Cinema Scope. Disponível em <rhttp://webinsider.com.br/2012/11/02/o-primeiro-filme-em-cinemascope/> Acessado em 17 de agosto de 2014. EMBRAFILME, CTAV, Rio de J aneiro, 10 de Outubro de 2008. Disponível em: < http://www.ctav.gov.br/2008/10/10/a-embrafilme/>. Acessado em: 04 de Abril de 2014. MAFALDA, cine. Relação de Cinemas Antigos de Rua do Brasil em atividade nos anos 60.Disponível em <http://cinemafalda.blogspot.com.br/2009/12/campinas.html>. Acesado em 14/11/2014 SOUZA ,José Inácio Melo .O cinema na cidade: algumas reflexões sobre a história da exibição n o B r a s i l . P u b l i c a d o e m S e g u n d a , 0 5 A g o s t o 2 0 1 3 0 0 : 0 7. D i s p o n í v e l e m <http://www.mnemocine.com.br/index.php/cinema-categoria/24-histcinema/200resenhafreire.>Acessado em 03 de Abril de 2014.

132


Vídeos Entrevista para o Projeto Arquitetura 6 ½ , Editorial Magazine ,comentários do entrevistador. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=CKYODyU1hgw>Acessado em 10 de março de 2014. Entrevista para o Projeto Arquitetura 6 ½, Editorial Magazine, comentário de Valdy Lopes Jr. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=CKYODyU1hgw>Acessado em 10 de março de 2014. (Informação Visual, 2014, online) MACHADO, Fábio. História do Cinema Brasileiro. 2011. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=SyuuGkt3Drs#aid=P8j2ngODlaQ> Acessado em 10 de março de 2014.

133



C

om foco na falta de cinemas nas ruas e na preocupação com o ensino técnico, propõe -se o projeto Cinema Urbano,

que irá unir cultura e educação. Esse projeto proporcionará ao usuário uma experiência distinta da que se está acostumado, possibilitando a mais completa experiência da sétima arte. O terreno tem papel importante, com 27m de desnível o projeto se deita sobre ele e utiliza a topografia a seu favor. Suas dimensões também possibilitam criar uma grande praça, que funciona como integração dos blocos. As áreas externas e as áreas construídas se interligam e ambas se tornam uma só. A estrutura do edifício se remete á primeira exibição de um filme, sua forma e seu “caminho’’ tendem a lembrar os trilhos e as pontes que levavam os trens até as estações e indústrias. Por fim a chaminé mantida no local, não somente preserva a história, como também fortalece a expressão ‘’Indústria Cinematográfica’’.

CINEMA URBANO

INFORMAÇÕES ESPECIAIS Esse Trabalho Final de Graduação foi produzido, com o intuito de alertar sobre a falta de cinemas nas ruas, devido a ida das salas de exibição para shoppings centers, visando o incentivo para que esse equipamento cultural volte a fazer parte da

Acompanha CD : Vídeo em 3 dimensões do projeto Música de fundo por : Yann Tiersen Curiosidade : Músicas de Yann Tiersen compõe a trilha sonora do filme Le fabuleux destin d'Amélie Poulain

Colorido 1 Disco

16x9 Widescreen Automático

3 Minutos

Esse trabalho é protegido contra cópia

O prazo de validade desse caderno é indeterminado desde que observados os seguintes cuidados : Armazenar em lugar seco, não riscar, não

CINEMA URBANO A SÉTIMA ARTE COMO ESCOLA E CULTURA

engordurar e cuidado para não derrubar café ao manusear para a leitura

© 2014 Talita Naiara da Silva . Todos os direitos reservados.

ADVERTÊNCIA: As folhas onde se encontram os desenhos de corte do projeto, estão impressas em papel sulfite e possuem grandes dimensões, cuidado ao desdobrá-las. Produzido para obtenção de título de graduação em Arquitetura e Urbanismo, pela Universidade Paulista - Campus II Swift - Campinas - SP, Av. Comendador Enzo Ferrari, 280.

L

CLASSIFICAÇÃO LIVRE

Tema: Trabalho Final de Graduação

TFG/2014

Contém: Projetos A6114I-4


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