Tallita martins tfg 5

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ESTACIO UNISEB ARQUITETURA E URBANISMO Tallita Bezerra Martins Orientador: Roberto Luiz Ferreira

UMA UBDS ESPECILIAZADA EM DOENÇAS TROPICAIS PARA RIBEIRÃO PRETO

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RIBEIRÃO PRETO 2015


UMA UBDS ESPECIALIZADA EM DOENÇAS TROPICAIS PARA RIBEIRÃO PRETO

trabalho final de graduação apresentado à faculdade de arquitetura e urbanismo da universidade Estácio Uniseb como parte dos requisitos para a obtenção dos títulos de arquitetura e urbanista , orientado pelo Profª Ms. Roberto Luiz Ferreira

ARQUITETURA E URBANISMO ESTÁCIO UNISEB 2015

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AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Isabel Crisitina Luiza Bezerra e Donizetti Pedro Lima Martins pelo carinho, paciência e fortaleza que representaram neste processo e em toda minha vida, a minha irmãzinha Larissa que comemorou e participou de cada maquete finalizada. Aos meus amigos, pelos encontros que deixei de ir, ao meu namorado que por muitas vezes dormiu na cadeira me esperando terminar este trabalho de graduação. Aos meus professores que dedicaram suas vidas para ensinar, e em especial ao Profº Francisco Gimenes que nos deixou como herança a preocupação sensível com o mundo. E acima de tudo a Deus.


RESUMO

Este trabalho busca desenvolver uma analise critica a respeito dos estabelecimentos assistências de saúde, inserindo a isto as necessidades reais da população da cidade de Ribeirão Preto, bem como situar-se na realidade do sistema brasileiro de saúde. Através de um rápido resumo sobre arquitetura hospitalar e compreensão do surgimento do SUS (sistema único de saúde) foi possível compreender o complexo ambiente hospitalar que possui como parâmetro diversas normas e recomendações estabelicidas. Atraves desses estudos foi possivel compreender a necessidade destas edificações serem projetadas com a sensibilidade que o termo humanização hospitalar nos propõem. Mediante a estes desafios este trabalho tem como produção final um projeto de unidade básica distrital de saúde especializada em doenças tropicais para Ribeirão Preto que tem como diferencial uma adequação as necessidades do local e uma tentativa de humanização hospitalar.

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sumário 1.0 INTRODUÇÃO

1.0 Arquitetura dos espaços que curam .......................................................6 1.1 Sistema Brasileiro de Saúde Pública.........................................................7 1.2 Saúde em Ribeirão Preto.............................................................................10 1.3 Sistema SUS em Ribeirão Preto................................................................13 1.4 Doenças Tropicais..........................................................................................14 1.5 UBDS Dr. Marco Antônio Sahão - Vila Virginia.................................17 1.6 Terreno nova proposta.................................................................................20

2.0 QUADRO TEÓRICO

2.0 Os espaços hospitalares ao longo do tempo.....................................28 2.1 Os espaços hospitalares no Brasil...........................................................32 2.2 Legislação e Normas na área da Saúde................................................38 2.3 Humanização Hospitalar e o conforto ambiental.............................,38 2.3.1 Conforto Higrotérmico ............................................................................38 2.3.2 Conforto Acústico .....................................................................................42 2.3.3 Conforto Ergonomico ..............................................................................43 2.3.4 Conforto luminotecnico . .......................................................................45 2.3.5 Conforto olfativo.........................................................................................45 2.3.6 Conforto Visual . .........................................................................................46

3.0 LEITURAS PROJETUAIS

3.1 Maternidade escola Vila Nova Cachoeirinha ....................................49 3.2 Hospital rede Sarah Brasília ......................................................................53 3.3 Therme Vals......................................................................................................58

4. PROPOSTA PROJETUAL BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................63

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1.0 INTRODUÇÃO

1.0 Arquitetura dos espaços que curam “A fim de projetar edifícios com uma conexão para a vida, deve-se pensar em uma maneira que vai muito além da forma e da construção.” PETER ZUMTHOR Cada local estabelece com indivíduo uma relação de função, (assim como declaramos cozinha para cozinhar, quartos para dormir e etc) e de percepção espacial e este poder, muitas das vezes emocional, (nosso quarto é para dormir entretanto possuímos relação afetiva com ele como muitas das vezes local de conforto e de privacidade) que a arquitetura possui na vida de cada pessoa altera-se de indivíduo a individuo ou até mesmo de tempos em tempos. Quando estamos fragilizados mentalmente ou fisicamente esta relação com entorno torna-se mais delicada, uma luz forte ou um barulho mais agudo pode ser um grande incomodo. E esta é mais ou menos as condições em que pacientes de um hospital se encontram. Levando em consideração que tanto o paciente como aqueles que atuam na área de saúde, hospitais são locais de grande apelo emocional. Mesmo com os avanços da medicina trazendo a estes espaços um caráter de diagnostico e cura mais do que espaço de morte e doenças, ainda há de concorda que é neste ambiente que muitos aqui passaram sua ultimas horas de vida. Além de cuidados com indivíduo em atendimento, o local tem que funcionar de maneira a minimizar quaisquer erros médicos e diminuir as chances de contaminação de doenças preservando assim aqueles que estão no espaço para receber a cura bem como aqueles que estão para trabalhar e atender.

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Cada local estabelece com indivíduo uma relação de função, (assim como declaramos cozinha para cozinhar, quartos para dormir e etc) e de percepção espacial e este poder, muitas das vezes emocional, (nosso quarto é para dormir, entretanto possuímos relação afetiva com ele como muitas das vezes local de conforto e de privacidade) que a arquitetura possui na vida de cada pessoa altera-se de indivíduo a individuo ou até mesmo de tempos em tempos. Quando estamos fragilizados mentalmente ou fisicamente esta relação com entorno torna-se mais delicada, uma luz forte ou um barulho mais agudo pode ser um grande incomodo. E esta é mais ou menos as condições em que pacientes de um hospital se encontram. Levando em consideração que tanto o paciente como aqueles que atuam na área de saúde, hospitais são locais de grande apelo emocional. Mesmo com os avanços da medicina trazendo a estes espaços um caráter de diagnostico e cura mais do que espaço de morte e doenças, ainda há de concorda que é neste ambiente que muitos aqui passaram sua ultimas horas de vida. Além de cuidados com indivíduo em atendimento, o local tem que funcionar de maneira a minimizar quaisquer erros médicos e diminuir as chances de contaminação de doenças preservando assim aqueles que estão no espaço para receber a cura bem como aqueles que estão para trabalhar e atender.


1.1 Sistema Brasileiro de Saúde Pública O sistema SUS – Sistema Unificado de Saúde- foi criado em 1990, validado pela Lei 8.080 de 19/09/90 na qual foi atribuído ao setor publico as ações básicas de saúde.Com três princípios: municipalização; níveis de atendimento; tipos de estabelecimento adotados. As principais vantagens nessa unidade municipal é que facilita na adequação dos serviços à realidade e necessidade local bem como facilita o controle de custos, pelo menos essas são as vantagens apresentadas pelo governo, entretanto sabemos que na pratica não é o que o ocorre.Veja trecho do livro Manual Pratico da Arquitetura Hospitalar de Ronald Góes: ¨O SUS vem funcionando de forma deficiente. Os desequilíbrios regionais, num país de dimensões continentais como o Brasil, com sua cultura multifacetada e uma tradição de administração publica autoritária e centralizadora, não permitiram ainda um funcionamento adequado do sistema.” Outro aspecto que o autor também avalia como sendo um dos principais motivos do mau funcionamento é a questão salarial do quadro médico motivado pela pratica econômica iniqua e irresponsável e que ainda há denuncias de desvio de verbas.

suas infeções.” (GOES 2010) Quando a mudanças de especialização tem ocorrido duas novidades, a primeira é munida da lei 10.216 de abril de 2001 também conhecida pela lei ¨antimanicomial¨, os hospitais psiquiátricos estão sendo paulatinamente desativados e no lugar estão surgindo núcleos e centros de atendimento psicossocial. A outra novidade levantada pelo autor é decorrente do aumento de idosos no Brasil que também tem passado de hospitais geriátricos para centros de atendimento aonde idosos, conforme RDC 283 de 26 de setembro de 2005. Ronald Góes além de explicar a setorização de saúde no Brasil nos mostra o quando o sistema SUS ainda é novo e tem sofrido modificações, seja na implementação das UPAS ou mesmo no quesito especialização, isto tudo deve estar integrado as ocorrências de caso no Brasil entretanto no caso de UPAS na cidade de Ribeirão Preto, a população tem reclamado pois elas tem tomado lugar das unidades básicas de saúde só que com menos recursos como por exemplo de farmácia, elas não distribuem remédios como as unidades básicas fazem na cidade, acredito que é preciso analisar estas questões pelo menos na cidade de Ribeirão Preto .

E ainda destaca que essa ineficiência do sistema também é decorrente aos municípios que enviam qualquer tipo de paciente (independente do grau da doença) para capitais e centros de medicina, chama isso de ambulanciaterapia. Desconsiderando os níveis de atendimento que podem ser divididos em 3 veja a baixo a descrição: “defendem a extinção de especialidade para inclui-la em atividades de hospitais gerais. Entretanto, o surgimento de novas doenças como a AIDS e a reincidência de doenças que se julgavam extintas tais como malária, febre amarela, cólera tem mantido pois assim ficaria mais fácil controlar

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Constituição Federal de 1988 estabelece que:

HIERARQUIA DO SUS O primeiro atendimento deve-se iniciar nas unidades de nível primário e assim c

Art196: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante política sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” Art. 197: São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos temos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ao através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado Art. 198 *: As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I-Descentralização, com direção única em cada esfera de governo II-Atendimento integral, com prioridade para as atividade preventivas, sem prejuízo dos serviços assistências III- Participação da comunidade Parágrafo único: O sistema único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos de orçamento da seguridade social, da União, dos Estados do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada (*)Emenda Constitucional no 29, de 200 10

SUS Sistema Unificado de Saúde criado em 1980

Nível primário: possui atividade caracterizada por ações de promoção; proteção; e recuperação (agrupamento entre 500 a 2.000hab)

Princípios do SUS:

Universalidade: SUS deve atender a todos, sem distinções ou restrições, sem qualquer custo Integralidade à saúde: SUS deve oferecer a atenção necessária à saúde da população, promovendo ações continuas de prevenção e tratamento aos indivíduos em quaisquer níveis de complexidade Equidade: O SUSdeve disponibilizar recursos e serviços com a justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam .

Nível segundário: Além das atividades primarias esta faixa atende mais 4 clinicas básicas sendo elas: clínica médica cirúrgica, ginecológica e obstétrica.

Descentralização: Tendo Brasil dimensões continentais, é natural que existam especificidades regionais. Desta forma, a parceria com os Estados e Municípios torna-se fundamental Hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição da população a ser atendida Participação social: É direito e dever da sociedade participar das gestões publicas em geral e dever do poder público garantir as condições para essa participação

Nível terciário: nível em que são tratados os casos mais complexos do sistema, atenções do nível ambulatorial, urgência e internação. Ex: hospitais de doenças infectocontagiosas, hospitais psiquiátricos, hospitais oncológicos, hospitais pediátrico, etc


caminhar pelos demais níveis dependendo da complexidade

Atendimento Especializado – UBDS - Unidades Especializadas – Serviços Conveniados.

Posto saúde Centro de saúde a comunidade

Sempre que o problema de saúde do usuário não puder ser resolvido pelos médicos, dentistas ou outro profissional do atendimento básico, o usuário será encaminhado a um especialista. UBDS Unidade Basica Distrital de Saúde

Ambulatórios gerais Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Hospitais locais Unidade Mista Hospitais regionais

E para tal buca-se uma UBDS Que será objeto principal deste trabalho

A UBDS que é nosso pricipal objeto de estudo deste trabalho, é composto ´por atendimentos emergencias 24horas e mais algumas especilidades, como cardiologia,

Hospitais especializados

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1.2 Saúde em Ribeirão Preto O município de Ribeirão Preto está localizado na região Nordeste do Estado de São Paulo, situado a 21º10’42” de longitude oeste, está à 313km da capital e à 706km de Brasília.Ocupa uma área territórial de 650km².

O ministério da saúde municipal ainda declara haver grandes desafios a serem confrontados destacamos a integração regional, o financiamento, a gestão do trabalho e da educação e a judicialização do sistema. O Plano municipal de Saúde de Ribeirão Preto de 2014 a 2017 estabelece o seguinte ponto no perfil epidemiológico da cidade: O perfil de morbidade municipal tem se modificado ao longo dos anos, acompanhando as mudanças ocorridas no estado e no país. O envelhecimento da população, aliado a outros determinantes e condicionantes de saúde tem contribuído para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis, assim como, o aumento da frota de veículos no município, a violência e outros fatores têm contribuído para o aumento do número de internações por causas externas.Dentre as doenças de notificação compulsória, a dengue merece atenção especial no município, caracterizada como endemia, com aumento de casos em algumas épocas do ano.(RIBEIRÃO PRETO, MINISTÉRIO DA SAÚDE MUNICIPAL , Plano Municipal de Saúde 2014-2017 SUS)

fonte: http://www.ribeiraoeregiao.com.br/mapas.asp acesso 02/06/02015

De acordo com relatório do SUS feito secretária de saúde municipal o setor saúde destaca-se com vários indicadores positivos, entre eles: a redução do coeficiente de mortalidade infantil, a redução do número de óbitos maternos, a redução de internações por causas sensíveis à atenção básica, aumento da cobertura vacinal, aumento na proporção de cura dos casos novos de hanseníase e tuberculose, dentre outros de nível secundário eterciário que levou o município a terceira colocação em relação ao País e a primeira colocação em relação ao Estado, segundo o Índice de Desempenho de Saúde – IDSUS/MS. 12

A cada 12 segundos um novo caso de dengue é registrado no Brasil e o número de casos notificados da doença já passa de 745 mil. Um aumento de 234% em relação ao mesmo período do ano passado. São 367,8 casos a cada 100 mil habitantes, o que já é considerado índice de epidemia segundo a Organização Mundial de Saúde. Já existe buscas avançadas para criação da vacina contra dengue que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em São Paulo. Ela já foi testada em humanos e apresentou eficácia de pelo menos 95% contra os quatro tipos de vírus da doença.


de assistência, bem como para os gestores de serviços de saúde. Isso se justifica, pelas caracteristicas epidemiológicas da doença, que por ser de acometimento agudo e de fácil transmissão pelo veto Aedes aegypti, pode além de provocar epidemias explosivas, necessitar de serviços de saúde preparados para o atendimento em grande escala à população. (RIBEIRÃO PRETO, SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE, 2015)

Disponivel em http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2015/06/ministro-da-saudedesmente-que-haja-vacina-contra-dengue-ja-no-proximo-verao-4745.html Acessado 12/06/2015

Entranto O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou dia 10 de junho de 2015, em audiência na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que não há vacina contra a dengue que esteja disponível para imunizar a população no próximo verão. E ainda destaca:“Mas essa vacina ainda levanta muitos questionamentos, já que a resposta imunológica é de apenas 62% e não pode ser aplicada em crianças e idosos. Como todos esses produtos ainda estão em testes, não podemos adotar nenhum deles.” A partir de meados de março, quando a doença se tornava epidemia em todo o estado de São Paulo, que teve o número de casos quadruplicado em relação ao período anterior por causa do armazenamento inadequado de água devido à crise no abastecimento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) passou a afirmar que pediria à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a liberação da produção da vacina do Butantan, ainda em fase de testes. Já em Ribeirão Preto e região a situação não é diferente: O atendimento aos pacientes suspeitos de Dengue, tem se constituído, de fato, como um desafio, tanto para as equipes

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/situacao-epidemiologica-dados-dengue

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Número de internações SUS por Dengue, segundo CID10 ocorridas(residentes e não residentes) no municipio de Ribeirão Preto/SP período de 2010 a 2013 Número de população por área distrital de Saúde

Procedimento recomendados pelo Ministerio da Saúde em caso de suspeitas de dengue

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1.3 Sistema SUS em Ribeirão Preto Unidades de Pronto Atendimento (UBDS) e SAMU DISTRITO OESTE

Central Quintino Facci II Sumarezinho

DISTRITO NORTE DISTRITO SUL DISTRITO LESTE DISTRITO CENTRAL

Vila Virgínia SAMU UPA - Treze de Maio

Unidades Básicas de Saúde (UBS) Distrito Central Campos Elíseos João Rossi Vila Tibério CSE Vila Tibério PAM II - Setor Pediatria UBDS Central Distrito Leste Bonfim Paulista Jardim Juliana Santa Cruz São José Vila Abranches UBDS Castelo Branco USF Jardim Zara Distrito Norte Jardim Aeroporto Marincek Quintino Facci I Ribeirão Verde Simioni Valentina Figueiredo Vila Mariana USF Avelino Alves Palma USF Estação do Alto USF Geraldo de Carvalho USF Heitor Rigon

Distrito Sul Adão do Carmo Leonel Jardim Maria das Graças Parque Ribeirão Preto UBDS Vila Virgínia Distrito Oeste Dom Mielle Ipiranga Jardim Paiva José Sampaio Maria Casagrande Lopes Presidente Dutra Vila Albertina Vila Recreio CSE Ipiranga USF Eugênio Mendes Lopes USF Portal do Alto NSF Prof. Dr. Breno J. Guanais Simões - Núcleo 1 NSF Enfª. Maria Teresa Romão Pratali - Núcleo 2 NSF Profª. Dra. Célia de Almeida Ferreira - Núcleo 3 NSF Marina Moreira de Oliveira Núcleo 4 NSF Profª. Drª. Vera Heloísa Pileggi Vinha - Núcleo 5

Unidades de Pronto Atendimento (UBDS) e SAMU Ambulatório Saúde Mental - Dr. Nelson Okano Ambulatório Regional de Saúde Mental - Dr. Guido Hetem CAPS II - Prof. Dr. Cláudio Roberto C. Rodrigues CAPS III - Dr. André Santiago Centro Referência Alexander Fleming (DST Simioni) Centro Referência Dr. Jose R. Camp (Centro DST) Centro Referência Em Especialidades Central - Maria Conceição da Silva CEREST - Centro Referência Saúde do Trabalhador - Prof. Dr. Roberto Meirelles Salles

CSE Sumarezinho - Dr. Joel Domingos Machado Hospital Santa Casa Núcleo de Atenção a Pessoa c/ Deficiência NGA - 59 - Núcleo Gestão Assistencial UBDS Castelo Branco Novo UBDS CENTRAL - Dr. João Baptista Quartin UBDS Quintino II - Sérgio Arouca UBDS Vila Virgínia - Dr. Marco Antônio Sahão PAM II - Drª. Teresinha Garcia José Gradim UNAERP

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1.4 Doenças Tropicais Depois de 20 horas aguardando vaga para internação, Renan Vinícius de Carvalho Biatrezato, 9 anos, que está com suspeita de dengue e apresenta sangramentos pelo nariz, foi internado na Santa Casa de Ribeirão Preto às 11h desta quarta-feira (13). Desde a tarde desta terça (12), ele era medicado com soro na Unidade Básica Distrial de Saúde (UBDS) Quintino Facci I. Os pais de Renan ficaram preocupados porque afirmam terem sido informados por médicos de que existe a possibilidade da criança estar com a forma mais grave da doença, a hemorrágica

Até o momento destacamos a dengue como um dos problemas de saúde do Pais, entretanto ela não é a unica doença Tropical que é preocupação nacional. A OMS (organização mundial da saúde) esclarece que doenças tropicais são oito doenças na qual ocorrem exclusivamente ou especialmente em países dos tropicais, que possuem condições climáticas quentes e úmidas que facilita a proliferação de doenças infecciosas

De acordo com o pai de Renan, Ademar Biatrezato Filho, de 51 anos, o primeiro atendimento foi feito no posto de saúde da Rua Cuiabá. “Como o posto fecha às 17h, encaminharam meu filho para a UBDS, onde passamos a noite”, afirmou. O pedido de internação na Regulação Médica foi feito pela médica que atendeu a criança às 15h de terça, de acordo com os pais, que foram informados de que não havia vagas. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde informou que o secretário, Stênio Miranda, monitora pessoalmente o caso de Renan desde a terça. O exame para confirmar ou não a doença ainda não está pronto

Presentes em 149 países, as doenças tropicais negligenciadas representam um inimigo que se aproveita da fragilidade social e econômica. São vírus, bactérias e parasitos que atingem um bilhão de pessoas, sobretudo na faixa tropical do globo, onde se concentram as populações mais vulneráveis dos países em desenvolvimento. Com a intensa circulação de pessoas, o problema se torna cada vez mais uma questão global.(IOC instituto Oswaldo Cruz)

Fonte: http://www.combateadengue.com.br/crianca-com-suspeita-de-dengue-hemorragica-aguarda-20-horas-para-internacao/#ixzz3ccBz2SR7

16 fonte: jornal uol


DENGUE Transmisão: Picada de Mosquito infectados, das espécies Aedes aegypti Sob risco:2,5 bilhões em 100 países Novos casos/ano: entre 50 e 100 milhões de novos casos/765.000 no Brasil MALÁRIA Transmissão: Picada de mosquitos anofelinos infectados (cerca de vinte espécies). Sob risco: 3,2 bilhões de pessoas em 99 países. Novos casos/ano: Cerca de 200 milhões de casos / ano no mundo e 300.000 no Brasil. DOENÇA DE CHAGAS Transmissão: Fezes de triatomíneos infectados, insetos conhecidos como ‘barbeiros’, penetram na pele por meio da picada; ingestão de água e alimentos contaminados; transfusão de sangue e transplante de órgãos oriundos de pacientes com Chagas; de mãe para filho. Sob risco: 25 milhões de pessoas em 21 países. Novos casos/ano: 56 mil novos casos / ano e 166 no Brasil. LEISHMANIOSES Transmissão: Picada de flebotomíneos (conhecidos como mosquito-palha) infectados. São transmissores as espécies dos gêneros totalizando 30 espécies. Sob risco: 350 milhões de pessoas em 98 países. Novos casos/ano: Cerca de 1,8 milhão de casos (1,5 milhão de Leishmaniose Cutânea - LC e 300 mil de Leishmaniose Visceral - LV) / ano. No Brasil, 3.500 de LV e 22.000 de LC. ESQUISTOSSOMOSE Transmissão: Contato com cercárias liberadas em água doce (rios e afins) por caramujos do gênero Biomphalaria.

Sob risco: 800 milhões em 77 países e territórios. Novos casos/ano: 230 milhões de novos casos/ano no mundo TUBERCULOSE Transmissão: Contato com a bactéria presente na saliva e em secreções de um paciente. Sob risco: 2 bilhões de pessoas em 95 países. Novos casos/ano: 8,8 milhões de novos casos / ano e 69 mil no Brasil. HANSENÍASE Transmissão: Contato com a bactéria presente na saliva e em secreções de um paciente. Novos casos/ano: 219.000 novos casos / ano no mundo e 34.000 no Brasil. Os números e casos na região deixa evidente que Ribeirão Preto, possui o cenario ideal para abrigar uma unidade especializado nestas doenças Inicialmente pensou-se em hospital de especialização, mas estariamos cometendo o erro que Góes já havia alertado, pular as hierarquias do SUS Além de uma população que precisa de apoios laboratoriais, e de internação no caso da dengue hemorrágica, ou no caso do paciente possuir outra doenças grave, Ribeirão Preto possui a USP como interessada na pesquisa sobre estas doenças. Então depois de mais uma analise sobre o SUS chegamos a conclusão de que uma Unidade Basica de Saúde Distrital seria suficiente para atender com qualidade a demanda. Por questões de população e de área escolhemos o distrito leste, e desntro deste distrito escolhemos a população que mais varia o uso do SUS e chegamos ao bairro vila virginia. Entretanto no local já há uma UBDS existente chamada UBDS Dr. Marco Antonio Sahão, portanto nos restava duas saída, ou reformar esta Ubds ou propor um nova.

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Fonte: https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/vigilancia/planeja/pgm_anual_2015.pdf

Controle e prevenção de epidemias de doenças tropicais também está na diretriz da secretária da saúde de Ribeirão Preto como trecho a cima, mostra.

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1.5 UBDS “ Dr Marco Antônio Sahão” – Vila Virgínia A Unidade Basica Distrital de Saúde, Dr Marco Antonio Sahão atende Diversos bairros e entre esses Bairros, é de alcance da unidade a FEBEM, bem como outras unidades carcerárias da cidade. A Ubds Funciona vinte quatro horas por dia e é responsável em por oferecer todos esses serviços a baixo:

Álem dos mais de 20 bairros, o fluxo é intenso e marcado por atendimento que chegam a ser até violento, na ultima visita ao local, no qual espero autorização para poder fotografar, o militar Martins, responsavel pelo local me disse ser com certeza a UBDS mais violenta da cidade e indicou uma olhada as noticias de jornal e eis que estão:

Atendimento de Emergência: 24hrs, diariamente Crianças e adultos Soro anti- rábico Vacinas de emergência Atendimento Básico: Atendimento Básico: Clinica Medica Pediatria Ginecologia e Obstetrícia Odontologia Enfermagem Assistência Farmacêutica Vacinação Assistência Domiciliar Teste do Pezinho Atendimento de Especialidade: Cardiologia Dermatologia Endocrinologia Neurologia Urologia Ultrassonografia Radiologia

Através das noticias e testemunhos no local é possível perceber que a Ubds não consegui funcionar de maneira segura, para aqueles que a frequenta e trabalham. No local o enfermeiro relatou casos arremesso de grandes pedras contra a janela de emergência, devido a varias tentativas de entrada na sala de emergência, colocaram grades em tudo como é possível ver na foto da próxima folha.

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espera vacinação lado externo, piso irregular, despreparada para campanhas de vacinação

Grades para impedir vandalismo contra sala de emergência

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entrada profissional

falta espaço no estacionamento, porta do resido solido hospitalar obstruida

entrada de ambulancia junto a caminho de pedestres

Atraves dessas analises definimos buscar um terreno para abrigar todas as o obrigações desta UBDS e mais a especiliadade de doenças tropicais.

espera

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VL. AFONSO XIII

D. ININGA 1.6 Terreno da proposta

JD. GUANABARA

VL. GUANABARA

O terreno escolhido fica a um quarteirão da UBDS existente e está localizado na Av Monteiro Lobato proximo a esquina com a PIO XII.

hido

Permancer proximo ao existe foi maneira de não influenciar de forma negativa a populaçao que usa a unidade.

UBD S ex iste nte

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JD. DOM BOSCO

JD PIO XII

O fato deste terreno estar em uma avenida facilida o acesso e condiz com as condiçoes de Unidade Basica Distrital, ou seja não apenas para o bairro mais também com o Distrito.

JD. DELBOUX JD. CENTENÁRIO

JD MARIA GORETTI 22

JD SÃO


Local terreno O terreno escolhido para implantação da UBDS possui as seguintes vantagens: ● Proximadade com rodovias que levam a cidades da região ● Estar localizado relativamente proximo a zona leste de atendimento na qual possui maior numero de pessoas bem como bem articulado com as demais zonas de saude ● Possui metragem suficiente para implentação do programa ● Está vazio, não havendo necessidade de desapropriação ● Possui duas vias para acesso, Av. Monteiro Lobato e Rua Visconte de Inhomirim.

USP QUADRILÁTERO PAULISTA

LOCAL ESCOLHIDO

● Esta localizado a um quarteirão da UBDS existente.

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Vista Avenida Monteiro Lobato FONTE: Autor

Vista esquerda da rua visconde de Inhomerim FONTE: Autor 24

Vista PRONATEC lado direito rua Visconde de Inhomerim FONTE: Autor


Uso do solo

O local possui carater residencial mas defido a distancia da área central, áreas comercias e de serviço foram desenvolvendo na regiãoo. O terreno escolhido fica em uma área institucional, ao lado direito possui uma nova escola PRONATEC e ao seu lado esquerdo (tomando como referência a rua visconde de Inhomirim) ficam casas residenciais.

UBDS EXISTENTE

Em visita ao local, foi possivel ver pessoas atravessando o terreno para ter acesso a Avenida. O terreno possui pouca declividade sendo mais baixo para rua Visconde do Inhomirim.

LEGENDA institucional residencial comercial serviço vazio área verde

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FONTE: autor

FONTE: autor 26


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2.0 Quadro teórico e referencial

2.0 Os espaços hospitalares ao longo do tempo A palavra hospital vem do latim Hospitalis, adjetivo derivado de hospes (hóspede, estrangeiro, viajante, conviva).Pórem existia uma palavra grega que era usada para designar local de doentes : nosodochium. Neste mesmo pensamento surgiram nomeações para algumas especialidades ,por exemplo, hospital para mulheres era gynetropium, asilo para idosos era gerontokomin e refugio para viajantes era Xenottrophium.Dessas nomeações acima, é comum também encontrar o termo Hotel associado a estas casas de caridades, já hospitium ficou associado aos locais semelhantes aos hospícios. O hospital tem sua origem em uma época muito anterior a era cristão.Há documento histórico que registram a existência de hospitais na Babilônia e no Egito, que é possível ser comprovado pelos papiros médicos, os egípcios consideravam a respiração como sendo função vital mais importante e sabiam que o coração era o centro da circulação sanguínea. (GÓES 2012) Na Grecia, a instituição hospitalar estava associada aos templos devotado ao culto de Esculápio, Filho de Apolo e da ninfa Coronia. Eram localizados ao lado de Florestas e de uma fonte de águas mineirais ou termais ou, pelo menos de águas purissimas(MINISTÉRIO DA SAÚDE 1965) Na feira hospitalar 2015 em uma palestra de Design de Hospitais, o Profº Dr. Lauro Miquelin narra toda historia hospitalar junto com a importancia da água, então começa pontuando os tempos gregos, salas de banhos na Pompéia e assim por diante até os dias de hoje, destacando a importancia deste recurso natural para sáude do homem. Nas suas origens, hospitais eram locais de morte, aonde o individual ia morrer com o mínimo de dignidade, eram instituições filantrópicas que serviam de auxilio os mais desfavorecidos.

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Templo de Esculápio FONTE: revista galenus

O advento da era cristã trouxe grande incremento e multiplicidade das instituições hospitalares. O decreto de Constantino em 335 depois de Cristo fechou as Asclepiéia e estimulou a criação dos hospitais cristãos que durante o IV e V séculos. Surgiram tais organizações cristãs no Oriente, de onde se transportaram para Roma Foram o Ptochotrophiu, e o xenodochium. Revela Santo Epifânio que Eustachio, arcebispo de Sebaste, erigiu um estabelecimento deste gênero (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, RIO DE JANEIRO 1965)


Tabela com base em MIQUELIN 1992

Templo de Esculápio FONTE: revista galenus

Ilustração reconstituindo a Thermae romana: que ofereciam, além do ritual do banho, outras atividades como alimentação. FONTE: /thearcheology.wordpress.com

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Fonte: MIQUELIN, Lauro Carlos Anatomia dos edificios hospitalares - São Paulo: CEDAS, 1992 p.28

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Fonte: MIQUELIN, Lauro Carlos Anatomia dos edificios hospitalares - São Paulo: CEDAS, 1992 p.28

Cada época possuía tecnologias diferentes e conceitos muito distintos sobre como tratar o doente e isto é refletido no seu modo de projetar hospitais de acordo com Lauro Miquelin em seu livro anatomia dos edificios hospitalares a antiguidade é marcada por porticos e templo bem como os termais apresentados anteriormente, já a idade média construia seus hospitais em formado de naves bem como resumido na tabela 01 Os vãos dos hospitais medievais, em formado de nave, tornam-se cada vez maiores e as condições de iluminação e ventilação melhorararam muito. Aos poucos, decorrente as experiências dos Léprosarios (“com a hanseníase introduzio-se pela primeira vez o isolamento dos edificios construidos exclusivamente para uma patologia, usualmente fora das cidades”MIQUELIN )dois novos fatores foram sendo incorporados: separação dos pacientes por patologias e sexo; e separação entre função de alojamento e logística Hospital Medieval de 1286 sem as divisões dos leito feminino e masculino ou por doenças

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grandes modificaçõas as edificações de saúde e o formado nave passou a ser ou elemento cruciforme e o pátio interno ou claustro rodeado por galerias e corredores(GÓES 2011) (MIQUELIN 1992) Como por exemplo, o Hotel Dieu de Paris, construído em 829 dC que após um em 1772 incêndio o governo incumbiu a Academia de Ciência de Paris a organizar sua reforma, nesta comissão estava Lavoisier , Laplace, Tennon que estabeleceram novas diretrizes que nortearam por mais de um século os hospitais de todo mundo.

Enfermeiras no Hospital de la Charlie em Lyon Disponivel em: http://www.archives-lyon.fr/archives/sections/fr/sorienter_fonds/archives_ lyon9849/archives_hcl4871/ acessado em 24 de maio de 2015

Havia nesta reforma um projeto anterior de reforma com capacidade para 5.000 leitos, a comissão rejeitou e fez algumas recomendações como tais: o numero de leitos nunca seria superior a 1.200 unidades; deveria haver maior isolamento entre enfermarias; as salas deveriam ser dispostas de modo permitir a circulação do ar com abertura de todos os lados; os pavilhões deveriam ficar em ordem paralela; as fachadas deveriam ser ao norte e outra no sul; deveriam ser tratados e implantados jardins entre os pavilhões entre outras medidas. Após estes longos estudos ficou definido no final do XIX que o modelo pavilhonar favorecia os hospitais de diversas formas, baseada na enfermaria aberta o que mais tarde veremos como enfermaria “Nightingale”(GÓES 2011) (MIQUELIN 1992) De acordo com Lauro Miquelin, o Hospital Lariboisiere em Paris é um bom exemplo destas transformações e sua origem está ligada à distribuição do caótico edificio no qual se transformou o Hotel Dieu de Paris ao longo dos séculos.

Disponivel em: http://www.archives-lyon.fr/archives/sections/fr/sorienter_fonds/archives_ lyon9849/archives_hcl4871/ acessado em 24 de maio de 2015

A idade média é marcada pela forte presença da igreja católica, entretanto as congregações aos poucos foram perdendo poder e dando lugar a era do Renascimento, avaços tecnologicas e pesquisas na área trouxeram

Quanto a iluminação e áreas minimas por leito, a medicina deve muito as observações da enfermeira Florence Nightingale, que em 1859 em suas “Notas sobre Hospitais” questionava a teoria dos “miasmas”, e sugeria que os defeitos dos hospitais existentes residiam principalmente

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Hospital Lariboisiere - Fonte: MIQUELIN, Lauro Carlos Anatomia dos edificios hospitalares - S達o Paulo: CEDAS, 1992 p.37

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Hospital Novo Hoteu Dieu - Fonte: MIQUELIN, Lauro Carlos Anatomia dos edificios hospitalares - S達o Paulo: CEDAS, 1992 p.37


na falta de soluções adequadas de iluminação e ventilação naturai, áreas mínimas por leito e na propria superlotação. O hospital Lariboisiere mencionado acima era tido como modelo para enfermeira. “A partir das observações sobre o sistema pavilhonar ela estabeleceu as bases e dimensões do que ficou posteriormente conhecida como enfermaria Nightingale. Era basicamente um salão longo e estreito com os leitos dispostos perperdicularmente em relação às paredes perimetrais; um pé direito generoso, e janelas altas entre um leito e outrode ambos os lados do salão garantiam ventilação cruzada e iluminação natural. As instalações sanitarias ficavam numa das extremidades com ventilação em três faces do bloco. (MIQUELIN 1992) A enfermeira ao falar das altas taxas de mortalidade altissimas da época afirmava:“...embora pareça estranho, é importante estabelecer que a primeira condição para o funcionamento de um hospital é que ele não cause nenhum mal ao paciente” O final século XIX até o inicio do século XX os estabelecimentos de saúde foram totalmente influenciados pela enfermaria Nightingale e o sistema pavilhonar. A ventilação também era fator de importancia nesta época, então empresas foram desenvolvendo sistemas de ventilação mecanica que facilitavam as trocas de ar nas enfermaria. O elevado custos do terreno na America do Norte começou a apontar uma nova tipologia para Hospitais, cada vez mais vesticais . Com a Tecnologia de Estruturas metalicas era possivel criar altos predios com custo viavel. E então em 1930 era terminado o New York Hospital de 22 andares.

Enfermaria Nightingale - Fonte: MIQUELIN, Lauro Carlos Anatomia dos edificios hospitalares - São Paulo: CEDAS, 1992 p.37

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Miquelin aponta em seu livro as principais criticas que anastomia dos predios pavilhonares receberam na epoca, segue a lista a baixo: a) Custo crescente dos terrenos urbanos; b) A partir da Primeira Grande Guerra, a maior mobilização das organizações sindicais põe em cheque a questão dos custos de construção civil. O hospital pavilhonar passa a ser criticado seja porque mobiliza canteiros muito vastos, onde fundações e instalações são proporcionalmente menos econômias; ou seja porque implica em mais recursos humanos c)Escassez de mão de obra na área de enfermagem. A verticalização neste caso era apontada como uma saída para reduzir o percursos. As viagens de elevadores e percursos pelas escadas eram tratadas com tolerância d)Domínio tecnológico de estrutura metálica, da construção vertical e do transporte vertical mecanizado. e) A questão da inadequação dos grandes corredores de intercomunicação ao rigoroso clima das áreas setentrionais da América do Norte também é apontada como uma desvantagem dos edifícios pavilhonares. f)Edifícios pavilhonares, mesmo de dois ou três andares, estendem-se por áreas muito grandes. Quando existem elevadores, é quase impossível concentrá-los eficazmente num só ponto. Por esse motivo requerem um maior numero de elevadores g)Os progressos terapêuticos estão reduzindo drasticamente a média de permanência dos pacientes internados. Muitos administradores e mesmo médico passam, então a ser mais tolerantes com a diminuição da qualidade de alguns aspectos das condições ambientais como presença de jardins, iluminaçãoe ventilação naturais.

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New York Hospital em 1930 Disponivel em: http://www.cornellsurgery.org/ pro/training/history.html A anatomia típica de um edifício monovloco vertical da década de 1920 organiza as funções hospitalares em quatro setores básicos:no subsolo, localizam-se os serviços de apoio ainda fragilmente organizados;no térreo localizam-se os consultórios médicos para consultas marcadas e casualidade(ancestrais das consultas de pronto atendimento); e as áreas de eletromedicina ou raios-x;no primeiro pavimento, há laboratório e serviços administrativos; no pavimento intermediários, estão as áreas de internação; e no ultimo, o bloco operatório (SCHIETTI, nelson. Diretrizes projetuais para unidade de urgência e emergência hospitalares eficientes)


2.1 No Brasil No Brasil a assistência hospitalar teve inicio logo após o descobrimento. Portugal implantou as Santas Casas de misericórdia, sistema de hospitais criado pela rainha Leonor de Lencastre. O edificio projetado pelo engenheiro italiano Luis Pucci é fortemente influenciado pelos conceitos de planejamento hospitalar expostos no hospital Lariboisiere de Paris, Inaugurada em 1884 com menos de 150 leitos, organizados numa configuração pavilhonar, a Santa Casa chegou a abrigar mais de 1.000 pacientes na década de 70.(MIQUELIN 1992) Crises economicas, mudanças no sistema nacional de saúde, falta de planejamento de crescimento entre outros foram alguns dos problemas enfrentados por uma das primeiras Santa Casas brasileira. Os surtos epidêmicos (que se ampliaram em meados do século XIX com as epidemias de febre amarela e cólera) encontraram o Império Brasileiro completamente desprovido de leitos hospitalares, para atendimento à enorme demanda de doentes. Como os poucos leitos privados não estavam sendo usados para este fim, os hospitais filantrópicos ficaram repletos, até que o Estado Imperial, a partir de 1850, inaugurou os primeiros hospitais de isolamento e enfermarias destinados à atenção e segregação dos enfermos das epidemias na corte. Muitos desses hospitais e enfermarias, inaugurados em caráter campanhistas, passadas as epidemias, continuaram suas atividades durante todo século XX (Araújo, 1982). Os hospitais de isolamento, criados por diversas instâncias do Estado, as clínicas privadas, voltadas para o público mais abastado e os hospitais das ordens reli-

Santa Casa São Paulo Fonte: MIQUELIN, Lauro Carlos Anatomia dos edificios hospitalares - São Paulo: CEDAS, 1992 p.46

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giosas ou de entidades filantrópicas eram o que existiam de oferta de assistência hospitalar a população brasileira neste período (MORAES, margarete farias de.“Algumas Considerações sobre a História dos Hospitais Privados no Rio de Janeiro: ”.IOCRUZ. Rio de Janeiro, 2005. Apesar de sua grande importancia, esta santa casa não é o primeiro hospital brasileiro.Em santos foi criado por Brás Cuba em 1543 o que dizem ser o primeiro hospital do Brasil, alguns anos depois na cidade de Olinda em Pernambuco criou-se mais um hospital e antes do fim do século XVI São Paulo que criou-se a sua Santa Casa.(GOES 2011) Um dos primeiros arquitetos que se especializou nesta área foi Luís Carlos Nunes que concretizou o chamado Movimento do Recife com a DAU –Departamento de Arquitetura e Urbanismo- criado pelo governador de Pernambuco para reestruturar edifícios públicos, com ajuda do médico Josué de Castro, do sanitarista Saturnino de Brito e de uma equipe de sanitaristas cariocas, produzindo trabalhos também no campo habitacional, educacional, de abastecimento, saneamento e saúde publica.

Fonte: GOÉS, Ronald de, Manual prático de arquitetura hospitalar- São Paulo: Blucher, 2011

Na área de saúde foram construídos postos, uma unidade de pasteurização de leite e abatedouro de animais, o Leprosário da Mirueira, a Colonia Agrícola de Barreiros, para doentes mentais crônicos, o Pavilhão de óbitos da Faculdade de Medicina (hoje sede da IAB No edifício do Hospital da Brigada Militar, Nunes adota um partido chamado na época por bloco defendido para substituir o sistema pavilhonar, neste prédio já foram incorporadas algumas das descobertas da medicina tal como identificação dos vetores de transmissão de diversas doenças contagiosas. Possui três blocos, sua estrutura é de concreto armado, grande inovação para época, foi calculado por Joaquim Cardozo que veio a ser o calculista de Oscar Niemeyer. O hospital esta em funcionamento ate hoje.

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Fonte: GOÉS, Ronald de, Manual prático de arquitetura hospitalar- São Paulo: Blucher, 2011


Apesar destes estabelecimentos assistencias de saúde (EAS) já possuirem profissionais engajados a qualificar o espaço hospitalar, o cenário nacional só começou a de fato se preocupar com edificações hospitalares apartir de 1930 como cita Nelson Schietti em sua tese de doutorado Diretrizes projetuais para unidade de emergencial e urgencia hospitalares eficientes:

meiros para desenvolvimento de seus projetos, buscou estudar os fluxos internos dos ambientes hospitalares, bem como a relação continua entre os espaços, segue abaixo croque de estudo de fluxo do Instituto Central do Cancer outro projeto hospitalar que Rino planejou:

No Brasil, somente após os anos 1930, houve novas iniciativas que tentaram reestruturara os conceitos, padrões e normas das construções hospitalares. A partir daquele momento a produção arquitetônica marcou a evolução do edifício hospitalar no país.A participação do arquiteto tourmou-se indispensável e instituições importantes foram erguidas, como o Hospital das clinicas da Universidade de São Paulo e o Hospital Israelita Albert Einstein. (SCHIETTI 2011)

Estudo de fluxos para o Instituto Central do Câncer 1947 FONTE: SCHIETTI

Hospital das Clínica de São Paulo em 1942 - Disponivel em: http://www.hc.fm.usp.br/ index.php?option=com_content&view=article&id=475:conclusao&catid=73&Itemid=309

Em 1945, Rino Levi Projeta a Maternidade da Universidade de São Paulo, e em 1957 o Hospital Israelita Albert Einstein, icone da arquitetura moderna brasileira, Rino Levi não nega a “Forma segue a função” e desenvolve estudos com uma equipe multidisciplinar composta por médicos e enfer-

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2.2 Legislação e Normas na área de Saúde Desde de 1977, aonde o ministério publicou a Portaria nº 400 “Normas para instalações de Hospitais Gerais até 150 leitos” que continha uma organização de um programa arquitetônico, a relação e definição de atividades além de exemplos físicos, até os dias de hoje, as normas brasileiras de saúde evoluíram muito e passaram orientadas junto a outras normas de edificação, para darmos inicio a um projeto arquiteto hospitalar é preciso conhece-las .“As normas que possuem maior impacto nos edifícios hospitalares são a Resolução RDC nº 50 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os Códigos de Obras e Edificações (regularização dos edifícios junto ao corpo de Bombeiro).”(MARCHRY 2010) “No planejamento hospitalar de um Estabelecimento de Assistência à Saúde (EAS) , tanto o arquiteto quanto todos os outros profissionais de saúde envolvidos estão condicionados a várias normas que determinam cada ambiente ou unidade em particular e suas relações em conjunto”(LIMEIRA, 2006: 142)

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PBA - projeto básico de arquitetura que é composto por representações gráficas mais relatório tecnico, documentos estes que ficam sobre e somente, na responsabilidade do arquiteto e urbanista. O ministério da Saúde ainda descreve o que deve conter neste parecer técnico segue lista abaixo: Adequação do projeto arquitetônico às atividades propostas pelo EAS- verificação da pertinência do projeto físico apresentado com a proposta assistencial pretendida, por unidade funcional e conjunto do EAS, objetivando o cumprimento da assistencia proposta; Funcionalidade do edifício - verificação dos fluxos de trabalho/insumospropostos no projeto físico, visando evitar problemas futurosde funcionamento e de controle de infecções (se for o caso) da unidade e do EAS como um todo;

Na propria RDC 50 fica claro a importancia de conter todas as especificações da norma para aprovação dos projetos de edificios assistencias de saúde:

Dimensionamento dos ambientes - verificação das áreas e dimensões lineares dos ambientes propostos em relação ao dimensionamento mínimo exigido por este regulamento, observando uma flexibilidade nos casos de reforma e adequações, desde que justificadas as diferenças e não interferência no resultado final do procedimento a ser realizado;

“Para execução de qualquer obra nova, de reforma ou de ampliação de EAS é exigida a avaliação do projeto físico em questão pela Vigilância Sanitariia local (estadual ou municipal), que licenciará a sua execução , conforme o Inciso II do artigo 10º e artigo 14º da Lei 6.437/77 que configura as infrações à legislação sanitária federal Lei 8080/90-Lei Organica da Saúde e Constituição Federal”(MINISTÉRIO DA SAUDE ,2002) A norma que foi aderida pela lei, também exige um documento chamado

Instalações ordinárias e especiais- verificação da adequação dos pontos de instalações projetados em relação aoa determinado por este regulamento, assim como das instalações de suporte de funcionamento geral da unidade (ex: sistema de ar condicionado adotado nas áreas criticas, sistema de fornecimento de energia geral e de emergência) Especificações básicas de materiais - verificação da adequação dos materias de acabamento propostos com as exigências normativas de uso por ambiente e conjunto do EAS, visando adequar os materias empregados com os procedimentos a serem realizados.


2.3 Humanização Hospitalar e o conforto ambiental Normas que a RDC 50 considera como complementares para área de saúde: NBR 6492- Representação de projetos de arquitetura NBR 13532 – Elaboração de projetos de edificações, arquitetura NBR 5261 – Símbolos gráficos de eletricidade, princípios gerais para desenho de símbolos gráficos ; NBR 7191 - Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR7808- Símbolos gráficos para projetos de estruturas; NBR 14611- Desenho técnico, representação simplificada em estrutura metálica NBR 14100 – Proteção contra incêndio, símbolos gráficos para projetos; NBR 9050- Acessibilidade

O Termo Humanização Hospitalar é de difícil definição, afinal todas as arquiteturas já não são humanizadas? Ou será que decorrente a complexidade de um programa hospitalar questões de conforto são deixadas para depois? Este trabalho não possui a intenção de responder tais duvidas, entretanto buscarei apenas levantar neste item o que venha ser esta famosa expressão na área de saúde. O que é possível notarmos a respeito do assunto é que o termo “humanização hospitalar” é de grande utilidade como propaganda de um serviço de saúde, ocorre no Brasil e no mundo a privatização dos serviços de saúde e com isto planos de saúde disputam clientela e neste quesito ter um ambiente com qualidade faz sua importância, qual a necessidade de chegarmos em uma recepção de hospital e termos a mesma sensação de estar entrando em um hotel de luxo? Isto colaboraria com nosso estado de saúde? Ricardo José Alexandre Simon Ciaco defende em sua disertação “A arquitetura no processo de Humanização dos Ambientes Hospitalares” haver duas vertentes atuais da humanização hospitalar uma na qual defende o luxo, a decoração como sendo item indispensavel e outra que considera tais itens apenas um complemento veja trecho abaixo: A primeira linha, mais voltada para a questão de decoração, luxo, etc. naturalmente é voltada para um público mais selecionado que por esse diferencial pode pagar, através de tratamentos particulares ou mesmo através de convênios de saúde.A segunda linha de raciocínio, quando coloca os requisitos básico, entre outros coloca as questões voltadas para conforto témico e acústico, relaçao entre interior e exterior, presença de paisagismo, utilização adequada de cores, etc como elementos

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que garantam aos ambientes uma boa qualidade e consequentemente boa influência sobre os individuos que frequentam tais ambientes (CIAO, 2010) Em reportagem ao site G1 do globo, o Hospital Nove de Julho que apresenta sua ala vip e acredita no mercado de luxo no setor da saúde e investe no mercado, veja abaixo fotos do local A reportagem tem como subtitulo “Serviços ‘vip’ incluem chef de coz-

de atendimento dignas de hotéis cinco e seis estrelas é estratégia utilizada pelos grandes grupos do segmento hospitalar para conquistar paciente, família e médicos da classe A. “No Brasil, a competição entre as instituições hospitalares está também em usar esse tipo de recurso [de hotelaria de luxo] para atrair pacientes e médicos. Principalmente aquele médico que leva a clientela dele para se internar ou operar no hospital”, o presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Henrique Salvador. Entretanto na propria noticia resalta que há controversa em entrevista para máteria a gerente de hospedagem do Hospital Sírio Libanês, Gizelma Rodrigues, comenta que “há que se evitar exageros e manter em mente as diferenças entre um centro de saúde e um resort cinco estrelas” No Sírio, segundo ela, a prioridade é agregar serviços de hotelaria para atender as necessidades de todos os pacientes. Portanto para efeito de pesquisa desconsideraremos este setor de luxo como humanização hospitalar e adotaremos como referencia algo próximo ao conforto ambiental.

Legenda: 1 - Mordomo e conciérge na entrada da ala VIP do hospital Nove de Julho. 2 - Le Jardin, um dos restaurantes do Copa D’Or. 3 - Suíte do Hospital Paulistano tem área exclusiva para acompanhante. 4 - Menu de chinelos do Nove de Julho. Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1456453-9356,00-HOSPITAIS+USAM+SERVICOS+DE+HOTEL+DE+LUXO+PARA+DISPUTAR+PUBLICO+DE+ALTA+REND.html acessado em 03 de junho de 2015

inha, mordomo e até ‘menu’ de chinelos.Hospital de São Paulo investiu R$ 5 milhões em uma ala para a ‘classe A” Segundo hospitais e especialistas consultados pelo G1, adotar práticas 40

“Em geral, é nesse edifício que nos conscientizamos de nossas fragilidades, impotências e solidão diante da doença, é também que podemos vir a encontrar a coragem, a solidariedade e a esperança necessária ao processo de cura. A humanização do edifício hospitalar é condição imprescindível para que esses sentimentos positivos floresçam, ajudando-nos a superar o estresse, a mitigar a dor e a abreviar o momento da alta” (TOLEDO 2007 P.445) Deve se entender humanização como decisões projetuais que colabo-


ram para o bem estar e melhoria do paciente, incluindo então sistema de ventilação, iluminação, entre outros. O ministério da saúde publicou um manual de conforto ambiental em estabelecimentos de saúde afim de complementar a RDC/ Anvisa nº50 de 21 de fevereiro de 2002. Neste documento estão vinculados alguns esquemas de Fabio Bitencourt , Presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH) - Gestão 2011-2014. No caso da tabela abaixo Bitencourt divide o conforto ambiental em seis fatores: visual, luminoso, acústico, ergonômico, higrotérmico e olfatório.

sofrer influências de culturais, fisiologicas e subjetivos, bem como as vezes uma mesma abordagem pode interagir com dois aspectos de conforto como por exemplo a cor, pode influenciar tanto no visual como no luminíco. Já a qualidade do ar pode vir a adequar tanto o conforto higrotérmico como olfatório, sem contar que na área de saúde o ar é um meio de proliferação de baterias e vírus o que torna assim, algo de extremo cuidado e observação tanto no projeto como na manutenção. Para o ar interior adota-se o termo QAI (Qualidade do Ar Interior ) que também é utilizado com base no termo em inglês, Indoor Air Quality(IAQ), que incorpora diferentes fatores para a composição do sistema de ventilação e de ar condicionado que determinará a eficácia da ventilação, o funcionamento e a manutenção do sistema e das características constantes de contaminação internas. Veja o esquema a baixo:

tabela Fatores ambientais, abordagens e interferências que resultam no conforto humano Fonte: Fatores ambientais, abordagens e interferências que resultam no conforto humano BITENCOURT 2013 Cada tipo de conforto tem suas abordagens , entretanto todos podem

Qualidade Fazer escolhas que levam a uma qualidade do ambiente do arprojetuais interior, condicionantes e usuários exigem alto grau de planejamento, quanto antes analisados os item de fonte: BITENCOURT 2013

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2.2.1 Conforto Higrotérmico

Atualmente, a ABNT procede à revisão da Norma Técnica NBR 7.256, publicada em 2005,8 que considera os seguintes aspectos prioritários na promoção da saúde, do conforto e da segurança aos usuários dos ambientes de saúde: ● Manter condições termoigrométricas ambientais favoráveis a tratamentos específicos; ● Inibir a proliferação de micro-organismos, favorecida por alta umidade; ● Propiciar condições específica de temperatura e/ou umidade para operação de equipamentos especiais;

Existem diversas soluções projetuais para amenizar temperatura interna de um ambiente algumas delas foram esquemátizadas por BITENCOURT: Relação entre nível de influência e o custo de intervenção no projeto dos ambientes de saúde Fonte: BITENCOURT 2013 conforto menor é o custo e possibilidade de intervenção, como mostra o grafico assina de Bitencourt. Segundo professor e arquiteto Romano Del Nord, da Universitá de Firenze, em sua pesquisa O ambiente e os fatores perceptivo-sensoriais o conforto é capaz de produzir relevantes resultados para humanização da assistência à saúde como os seguintes itens: ● Promover a redução do estresse e da fadiga dos profissionais de saúde e melhoria da eficácia assistencial. ● Melhorar a segurança do paciente ● Reduzir o estresse no paciente e ampliar a possibilidade do êxito clínico ● Promover melhoria ampla da qualidade da prestação da assistência

Fonte: NORD, 2006 p.102

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FONTE: BITENCOURT 2013


O arquiteto João Filgueiras Lima usou não só recursos naturais como espelho d’agua bem como formas de aberturas que facilitavam a troca de ar

Esquemas do arquiteto Lelé Fonte: Acervo Lelé

Corte hospital Rede Sarah Salvador Fonte: Acervo Lelé

Foto Área Hospital Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sar-

ah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele acessado em 11/05/2015 O complexo impressiona não apenas por suas dimensões excepcionais, com 52 mil m² de área construída, compatíveis com o amplo espectro do atendimento pretendido (toda a região sul do País). Impressiona sobretudo pela riqueza e diversidade do tratamento plástico do conjunto. Corte hospital Rede Sarah Salvador Fonte: Acervo Lelé

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Foram criados sistemas alternativos de ventilação natural e de ar-condicionado, privilegiando o primeiro de modo a permitir que os ambientes se mantenham abertos durante a maior parte do ano.

Para tanto, o arquiteto projetou grandes coberturas com pé-direito variável, o mais baixo com 8 m, formando imensos sheds cuja disposição é totalmente desvinculada da organização dos espaços internos.

Os espaços compreendidos entre os forros e as coberturas, com pé-direito sempre superior a 4 m, compõem, num só tempo, um grande colchão de ar ventilado e um difusor da luz solar que penetra pelos sheds.

Os forros planos dos ambientes são constituídos de peças basculantes de policarbonato guarnecidas por caixilhos metálicos

Os apartamentos da internação se desenvolvem em dois níveis e suas respectivas circulações se integram a um espaço central de convivência com pé-direito duplo, servido por rampa com traçado ondulado. Um teto em arco cobre esse ambiente, assim como os espaços contíguos destinados a fisioterapia e hidroterapia.

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Pátio interno com vegetação e rampa de acesso

Uso de espelho d’agua e plantas para amenizar a temperatura como ilustrado por Bitencourt


FONTE: Acervo Lelé

FONTE: Acervo Lelé

FONTE: Acervo Lelé

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2.2.2 Conforto Acústico No quesito conforto acústico é importante destacar dois fatores, o primeiro é o barulho externo: nas avaliações sobre o impacto que o ruído pode provocar em ambientes de saúde, especialmente aqueles onde ocorra internação hospitalar, constatou-se que os cuidados e as recomendações para sua implantação requeremplanejamento. Recomenda-se o afastamento de locais que produzam ruídos excessivos:vias ruidosas, casas de shows, estádios de futebol, “centros dediversão, depósitos de inflamáveis e explosivos, quartéis, cemitérios,indústrias e outros agentes produtores de ruídos, poeiras,fumaças e forte odores” (GÓES, 2011, p. 43). E o segundo fator o interno que pode vir de um barulho de equipamento da e equipe medica ou mesmo dos pacientes como no caso de uma maternidade os sons emitidos pela mulher durante o trabalho de parto podem alcançar um alto nível de pressão sonora que soe incômodo aos profissionais de saúde que a assistem durante os procedimentos.

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O manual de conforto ambiental da ANVISA estabelece algumas decisões projetuais que venham colaborar para adequação de ruídos como escolha de materias e etc. Veja abaixo a relação: ● Estabelecer a adequada seleção do terreno e a devida consideração sobre os aspectos ambientais que possam impactar no conforto acústico. Avaliar o impacto das condições naturais, relevo, topografia, e das condições geológicas na implantação da edificação ● Escolher e definir a forma do edifício e sua relação com as demais edificações do entorno imediato. ● Ordenar e distribuir os espaços internos considerando fluxos e relações funcionais. ● Estabelecer a distribuição espacial e a adequação da forma interna da edificação. ● Definir a utilização das soluções de construção que reduzam a transmissibilidade dos ruídos ● Definir e aplicar materiais que reduzam a reverberação e a absorção dos ruídos.


2.2.3 Conforto Ergonomico

Ergonomistas que atuam em empresas e hospitais trabalham na in-

A evolução humana foi acompanhada pelo desenvolvimento de utensílios, ferramenta e procedimentos, capazes de prolongar a vida e proporcionar conforto aos usuários em todas as suas atividades. Desde os primórdios o homem utiliza o ambiente natural e o adapta as suas necessidades, como por exemplo, ao utilizar uma pedra lascada como faca, como ponta de lança ou fazendo fogo para aquecimento, podendo assim caracterizar um dos conceitos básicos de ergonomia: o estudo da adaptação do trabalho ao homem. (IIDA ,1990) Na área de saúde, o ministéro da saúde recomenda a procura por um profissional especializado no assunto que possa colaborar na prevenção de erros, melhoramento do desempenho.

terface dos problemas e situações; de um lado com os projetistas,e de outro com os operadores ou usuários dos sistemas de produção. Nesta função procuram orientar projetistas, gestores e trabalhadores sobre as questões ergonômicas, adaptando as respectivas atividades às características e às limitações humanas.Além dos ergonomistas existem outros profissionais que aplicam os conhecimentos e as recomendações da ergonomia,tais como médicos do trabalho, enfermeiros, fisioterapeutas,psicólogos, industriais, arquitetos, engenheiros, designers de interiores, desenhistas industriais, etc.(BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012, MANUAL DE CONFORTO AMBIENTAL)

Alguns dos itens que a arquitetura pode colaborar para confoto ergonomico : ● Escolha do mobiliario

FONTE: IIDA 1992

FIGURA FONTE: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAUDE, RIO DE JANEIRO, 2012) 47


Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, 2012 ● acessibilidade Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos (ABNT, 2004, p. 1).

Fonte: http://www.hill-rom.com/usa/Clinical-Resources/Clinical-Focus-Areas/Safe-Patient-Handling/A-Better-Outcome/Hill-Roms-Safe-Transfersand-Movement-Program/ Acessado: 12/06/2015

● planejamento de sinalização e informação visual

Fonte: Brasil, Ministério da Saude, 2012, manual de conforto ambiental

Fonte: Brasil, Ministério da Saude, 2012, manual de conforto ambiental

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2.2.4 Conforto luminotecnico

Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em sua NBR ISO/CIE 8.995 – 1 – Iluminação de ambientes de trabalho (2013, p. 1).: Uma boa iluminação propicia a visualização do ambiente, permitindo que as pessoas vejam, se movam com segurança e desempenhem tarefas visuais de maneira eficiente, precisa e segura,sem causar fadiga visual e desconforto. A ilumiação pode ser natural, artificial ou uma combinação de ambas.

2.2.5 Conforto olfativo As pesquisas na área de arquitetura de ambientes de saúde e medicina recomendam que deve ser dada mais atenção aos odores. As emanações olfativas no hospital podem contribuir tanto para o êxito dos cuidados terapêuticos quanto para o agravamento dos quadros de doença (PHONBOON, 1999; WARGOCKI, 2000; WHO, 2000; MARONI, 2004; VERGANI, 2005). Especificamente nos centros de material e esterilização (CME), unidade funcional destinada ao processamento de produtos para saúde para serviços de saúde, deve ser considerada a particularidade dos serviços executados visando à segurança do paciente e dos profissionais envolvidos. Conforme previsto na RDC n. 15, de 15 de março de 2012, devem ser cumpridas as exigências para controle e segurança dos profissionais de saúde por meio dos itens previstos no artigo 52 – Área de limpeza e no artigo 55 – Sala de desinfecção química (BRASIL, 2012, p. 10):

I – manter temperatura ambiente entre 18º e 22º C; FONTE: ABNT 2013 P.12

As regulamentações e as normas técnicas sobre o assunto consideram que a iluminação para o trabalho médico ou de enfermagem poderá ser complementada com focos cirúrgicos fixos ou portáteis que deverão estar disponíveis de acordo com a atividade desempenhada e a demanda lumínica necessária. A RDC50 também recomenda haver iluminação indireta e iluminação com alta intensidade em áreas críticas (sala cirúrgica, sala de terapia intensiva,sala de tratamento de queimados, etc.);

II – garantir vazão mínima de ar total de 18,00 m3/h/m2; III – manter um diferencial de pressão negativo entre os ambientes adjacentes, com pressão diferencial mínima de 2,5 Pa; e IV – prover exaustão forçada de todo ar da sala com descarga para o exterior da edificação. Parágrafo único. O ar de reposição pode ser proveniente dos ambientes vizinhos (área de limpeza), exceto da área suja (sala de desinfecção química).

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2.2.6 Conforto Visual

Exemplo de ambientes que buscaram agradar seus pacientes:

Estabelecer um campo visual agradavel tanto para o paciente que está em grande constragimento como para o profissional que passa horas de seu dia no ambiente hospitalar. Em visita a Ala infantil do hospital das clinica de Ribeirão Preto foi possivel ver algumas tentativas para amenizar o sofrimento de quem vive neste local.

Nas enfermarias existem desenhos feitos por voluntários em visita as enfermerias me falaram na necessidade de distrair as crianças que passam até messes internados.

Fonte:autor

No Refeitório na qual pais e enfermeiros e até pacientes utilizam juntos.

Fonte:autor

50

Disponivel em: http://coolruja.nu/?p=8381 acessado:25/02/2015


3.0 Tecnologia na área de saúde Fundador e primeiro presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH), diretor do escritório Bross Consultoria e Arquitetura, voltado para projetos na área de saúde, e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Centro Paulista de Economia em Saúde, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o arquiteto João Carlos Bross acredita que Arquitetura Hospitalar, em um futuro próximo, será mais um setor de monitoramento do que um setor de cura o que lhe dará maior próxima a arquitetura comum, em entrevista para revista PROJETO ele defende que entre os diversos fatores que comandam essas mudanças estão a tecnologia da informação e a telemedicina. “O projeto do negócio da saúde está exigindo cada vez mais a participação de um grupo de profissionais que, analisando tendências, crie cenários. A -telemedicina já vem sendo praticada no Brasil e sua incorporação se dará numa velocidade maior do que aquela que as pessoas esperam. Hoje não se fala mais em arquitetura hospitalar e, sim, em arquitetura voltada para edifícios de saúde” Ele também acredita que essas mudanças são decorrentes a mudança de comportamentos do paciente que procuram o atendimento medico para saber o que não têm, com o objetivo curar caso algo seja detectado, pois hoje em dia os procedimentos terapêuticos já podem ser feitos fora do ambiente hospitalar. O que nos leva a mudar o edifício hospitalar, já que hoje em dia o hospital fica apenas para intervenções de risco, que são extremamente complexas e integram diferentes especialidades.¨Essas intervenções, quando deslocadas para outros tipos de prédios - as clínicas ou policlínicas -, permitirão fazer procedimentos diagnósticos e terapêuticos sem necessidade de internação.¨

“Mas a tendência é que o hospital seja o vértice de situações complexas e que exigem internação. Em segundo nível, mais simples, teremos as policlínicas - esse termo se revigorou -, onde serão feitos atendimentos para procedimentos de baixo risco, curta permanência e de avaliação clínica, sem necessidade de internação. Quando me referi ao fato de que não há mais arquitetura hospitalar, e sim arquitetura de edifícios de saúde, é porque o hospital deixa de ser o polo e passa a ser circundado por uma provável rede de equipamentos por nível de complexidade. Também já se manifesta como tendência o cuidado domiciliar, que permite que a pessoa se sinta melhor no seu ambiente familiar, no processo de recuperação depois de algum procedimento.” No II Congresso design e operação Hospitais, metrópoles da saúde, o tema de tecnologia hospitalar foi um dos itens destaque, enquanto muitos defendiam e exaltavam o uso da tecnologia, dois itens foram levantados um por uma enfermeira que dizia, que o uso da tecnologia fez aumentar os equipamentos das enfermarias o que demanda um tempo maior para desinfecção do local; o outro item foi levandado por um engenheiro que fornece sistema de energia eletrica atraves de geradores para hospitais que afirmou que cada vez mais há uma necessidade maior de energia eletrica nos hospitais, e que isso exige mais geradores já que uma UTI ou mesmo em quartos dos hospitais a energia tem que ser constante, e levando em conta os problemas atuais de energia brasileiro, isto era um grande item a ser avaliado pelos planejadores de ambientes hospitalares.

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REFERENCIAS PROJETUAIS

3. Leituras Projetuais

Busquei encontrar três referencias projetuais , duas delas decorente ao tema “arquitetura hospitalar” e ultima pela solução projetual (relação material, cor com a sensorial do ambiente)

Conjunto hab. vila nova Cachoeira

As duas primeiras obras são de arquitetos brasileiros, Siegbert Zanettini João Filgueiras Lima nascidos na década de 30, formados pela arquitetura moderna, os hospitais recebem itens típicos dessa época, brise solei, concreto armado e claro grande influencia de Oscar Niemayer, usos de paneis coloridos formas sinuosas são frequentes nos projetos.

Maternidade vila nova Cachoeirinha

Hospital Geral Vila Nova

Já a última referencia é de Peter Zunthor um arquiteto suíço, ganhador do premio Pritzker em 2009, reconhecido como arquiteto contemporâneo, a obra escolhida é um hotel/spa “Thermas de Vals” em Cantão de Grisões na Suiça, aonde a relação com o ambiente e as sensações de cor, de material é a proposta do arquiteto com o meio

3.1 Maternidade escola Vila Nova Cachoeirinha

Fonte: Google maps 2015

Por volta de 1968, através de concurso público da secretaria de Higiene e Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo, o arquiteto Siegbert Zanettini com sua proposta arquitônica conquista o primeiro lugar para o desenvolvimento do projeto da maternidade escola Vila Nova Cachoeirinha.

CORREDORES DA MATERNIDADE disponivel em: http://www.zanettini.com.br/atuacao.php#projetos

O Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha, é um hospital da rede direta da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo. 52

ABERTURAS DA MATERNIDADE disponivel em: http://www.zanettini.com.br/atuacaohp#projetos


PLANTA ESQUEMA ARQº ZANETTINI FONTE: FACHADA VILA NOVA CACHOEIRINHA - FONTE: SIEGBERT ZANETTINI . Arquitetura razão sensibilidade. edusp p.63

Átraves dos esquemas do arquiteto é possivel perceber que buscou deixar as enfermarias em local de menos insolação bem como planejou aumento da unidade de saúde.

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O bloco central (um retângulo de 22m x 60m) abriga as funções de assistência concentrada; no nível térreo, funcionam os serviços gerais, como cozinha, lavanderia, almoxarifado, vestiários e administração e no pavimento superior, centro obstétrico, sala de higienização, preparo de parto, recuperação pós-operatório, central de esterilização e vestiários de médicos e enfermaris. O bloco extremo, com idênticas dimensões, abriga nos 2 pavimentos superiores, as enfermarias e o berçario, além de um posto polivalente No período mais intenso de discussão do projeto e execução da obra Zanettini chegou a participar de reuniões semanias com a comissão de saúde, que sempre comparecia munida de uma pauta previamente discutida em assembleias com os moradores. Mas essa experiencia só foi bem sucedida, na sua opinião, porque além do trabalho da arquitetura estar lastreado por uma ação social organizada (ZANETTINI 2002)

Zanettini possui muitos outros projetos na área de Saúde um deles em Ribeirão Preto executado em 1998 veja abaixo fotos:

Nesta época novos arquitetos começaram a destacar-se na área através de projetos publicos e grandes instutos que começaram a investir em convenios medicos. Este edifício corresponde à 1ª etapa de projeto para conjunto médico-hopitalar completo (300 leitos), vencedor de concurso privado, instituído pela Secretaria da Higiene e Saúde da PMSP e premiado na exposição Anual do IAB/SP, em 1971. Situado em terreno de 120mil m², totaliza 8.500m² (90 leitos) e corresponde a 2 blocos ligados através de rampas, em duas alas extremas.(ZANETTINI 2012) 54

FONTE: SIEGBERT ZANETTINI . Arquitetura razão sensibilidade. edusp p.2015


3.2 Hospital Rede Sarah Brasília Ano: 1976 Local: Brasília- DF Histórico:local já havia um centro de reabilitação construído em 1960 Autor: Jõao Filgueiras de Lima

(FONTE: google maps 2015)

(FONTE : site www.grupoimpactoweb.com.br) O Hospital de Doenças do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek de Brasília (HDAL)é a instituição que deu origem à Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação hoje com nove unidades. Além das de Brasilia, existem unidades de Salvador, São Luis, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Macapá e Bélem.

O projeto feito por Lele está em uma gleba onde já havia um centro de reabilitação construido na decada de 60, o predio existente passou nesses 30 anos por mudanças e internas e no conjunto do lote, minha leitura projetual busca estudar especificamente o conjunto projeto por Lele, seus conceitos, projeto executivo, e atual estado do edificio, as demais construções realizadas ao longo da existencia do complexo, tais como centro de habilitação infantil, auditorio, passarela, estacionamento subterraneo e reforma no conjunto edificado (sarinha e demais blocos) serão apenas mencionados.

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O arquiteto A Rede Sarah Hospital Sarah Kubitschek (entidade de serviço social autônomo, de direito privado e sem fins lucrativos), é o nome pelo qual são conhecidas várias unidades hospitalares brasileiras, destinadas ao atendimento de vítimas de politraumatismos e problemas locomotores, objetivando sua reabilitação; é mantido pelo Governo Federal, embora sua gestão faça-se pela Associação das Pioneiras Sociais. O nome é em homenagem à Sarah Kubitschek, primeira dama do país na época da fundação de Brasília.

João Filgueiras de Lima nasceu no Rio de Janeiro em 1931 formou-se em 1955 na UFRJ e foi convidado a ajudar Oscar Niemayer com os novos projetos em Brasília. Após viagem de estudos sobre pré-fabricação trouxe ao Brasil a possibilidade de projetar obras de argamassa armada. Desenvolveu toda sua obra sobre o uso de tecnologia associada a humanização de espaços, dirigiu obras da Rede de Hospital Sarah e atraves desses projetos trasnformou os conceitos de arquitetura hospitalar no Brasil e questionou normas como ambientes totalmente herméticos e enfermarias isoladas. Tentou enserir a modulação e o sistema de tecnologia do CTRS (centro de tecnologia da Rede Sarah) a projetos sociais mas como proprio arquiteto relata em entrevistas, o poder politico e economico que estes projetos sociais tem por tras das boas inteções são mais fortes, e não é de interesse a alguns membros desse esquema fazer obras com novas tecnologias a baixo custo. Em 21 de maio de 2014 faleceu vítima de complicações de56 câncer de próstata, aos 82 anos, em Salvador


PREDIO EXISTENTE antes 1960

-

PROJETO LELÉ 1976

FACHADA VILA NOVA CACHOEIRINHA - FONTE: SIEGBERT ZANETTINI . Arquitetura razão sensibilidade. edusp p.63

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Pavimento Tipo: Neles estão localizados as enfermarias. Com o objetivo de criar grandes vãos, foi adotado o sistema de laje nervurada, viga vierendeel e torres, propiciando vãos de 20 metros na longitudinal e 15 metros na transversal, a ligação com ambiente externo também é facilmente possivel atraves das sacadas criadas com diferenças na implantação dos andares

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ÁREA PACIENTE

ÁREA PROFISSIONAL

setor administrativo refeitório/copa medicos

ambulatório acesso

banheiros

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-

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CAMA-MACA

Segundo Lelé a questão basica na elaboração do programa do Hospital do aparelho Locomotor de Brasília era a criação de ambientes adequados à recuperação dos pacientes imobilizados em seus leitos hospitalares. MINIOLI (2007:5) completa, dizendo que neste projeto.... ...”visava-se criar um ambiente hospitalar que estimulasse a reintegração do paciente à sociedade, incluindo extensas áreas verdes dentro do complexo e àreas para atividades sociais e culturais. Para atender a essas premissas, que incluia a total mobilidade do paciente entre os três estágios, e também nas atividades cotidianas de recuperação, foi projetada uma cama hospitalar leve e agil denominada cama-maca, assim como o desenvolvimento de outros equipamentos”

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Os andares térreo (ambulatório), subsolo 1 (serviços técnicos) e subsolo 2 (serviços gerais), respectivamente nas cores vermelho, amarelo e azul são escalonados e parcialmente superpostos, de forma que todos esses andares possam ser ilumindados zenitalmente. Os pavimentos-tipo (internação), em roxo e verde, são alternados para leste e para oeste, permitindo criar amplos terraços, ajardinados, com pé-direito duplo.

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SACADAS

nó nó

VIGA TRELIÇADA

VIGA INSTÁVEL (NÓS FRAGEIS)

nó VIGA VIERENDEEL

Para Fortalecer nós e adicionado um reforço

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-

FONTE: CTRS e rede sarah

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65


FONTE: CTRS e Rede Sarah

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3.3 Therme Vals Construído sobre as únicas fontes termais do Cantão de Grisõesna Suíça, as Termas de Vals é um spa onde se combina uma completa experiência sensorial projetada por Peter Zumthor. O lugar com certeza influenciou e muito no projeto, que encontra-se em uma encosta do cantão suíço de Graubüngen, ao lado da fonte natural de água quente Saint Peters, cuja água contém cálcio, sulfato, hidrogénio, carbonato e ferro, agregando a este, características terapêuticas únicas num cenário quase onírico de montanhas e neve. Peter Zumthor foi escolhido para elaborar o projeto quando, após muitas mudanças de donos e crise do hotel, ficou decidido que se exploraria o potencial hídrico local para reerguer o hotel e torná-lo ponto turístico na região de Vals, contribuindo para a economia local

Arquitetos: Peter Zumthor Ano: 1996 Localização: Vals, Schweiz, Suíça Tipo de projeto: Turismo Status: Construído Materialidade: Pedra Estrutura: Pedra Endereço: Therme, 7132 Vals, Schweiz ,Suíça

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A ideia era criar uma forma de caverna ou pedreira como a estrutura. Trabalhando com o ambiente natural das salas de banho põem abaixo a estrutura do telhado de grama meio enterrado na encosta. Peter é conhecido pela sua busca de sensibilidade com o lugar é neste ponto possui o que esperamos de uma arquitetura hospitalar, delicadezas que faça, aqueles que ali estão passando por momentos difíceis sentirem recepcionados pelo local. Não esperamos neste futuro projeto, destacar uma paisagem pois o terreno escolhido irá encontra-se dentro da cidade, entretanto cuidados com a escolha do material poderá ser sim uma das grandes preocupações do projeto

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O projeto se define a partir da composição geométrica entre 5 retângulos sobrepostos. Dois dos retângulos definem os planos diferenciados do nível de acesso. Por fim, retângulos escalonados em dimensões menores delimitam espaços fechados e abertos, os cheios e vazios, estruturam o projeto e delimitam circulação e estar.

No geral, 450 m³ ou 1,3 mil toneladas de painéis de quartzito Vals foram processadas para as paredes dos banhos termais, por 3100 m² de superfície de parede em 20 camadas por m². O comprimento de todas as tiras de painel usados juntos ​​ é 62.000 metros lineares.

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“...decidimos alcançar o efeito desejado do olhar monolítico dos nossos blocos, com uma espécie de "tijolinho", e criaram um padrão de articulação, o que nos permitiu juntar as pedras para formar uma parede olhando homogênea. O padrão de articulação finalmente desenvolvido em várias etapas de trabalho baseia-se no princípio de camadas painéis de pedra finas em três alturas diferentes: 31, 47 e 63 mm.” Peter Zumthor

A área de cobertura verde do spa com lâmpadas bluebells, se integra ao meio ambiente e pode ser visto como um prédio artificial só devido às barras de luz geometricamente dispostas.

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uanto mais azul mais frio

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TEXTURA E CORES QUE VALORIZAM O ENTORNO 76



PROPOSTA FINAL

UBDS NOVA VILA

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FATEC - Faculdade de Tecnologia de Ribeirão Preto , possui cursos tecbologicos noturnos e vespertinos.

QUEDA NAS CURVAS DE NIVEIS DO TERRENO

ÁREA PROJETO O terreno possui área 4x maior do que a UBDS existente, entretanto a existente faltava espaço, porem não 4x maior, então possivel prever que teremos um espaço de “sobra”

ÁREA VERDE, Nesta área será possui incluir uma área verde/lazer para os moradores e pacientes da UBDS, nãoa caredito ser a solução para violência local que a UBDS existente já sofre, porem acredito que possa contribuir para um espaço mais amigável e mais útil para população

ENTRADA FUNCIONRIO SAÍDA DE LIXO HOSPITALAR

VIZINHANÇA RESIDENCIAL O lado direito é murado com área resindencial o que é possivel atentar a necessidade de aumentar o recuo, mesmo com a saida para rua Padre Manoel Bernardes, é preciso respeitar os moradores existentes no local

ENTRADA PACIENTE

N PONTO DE ÔNIBUS EXISTENTE manter e qualificar para os usuarios da UBDS

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81 farmacia/ sala de apoio A

02

POSTO

Mesa

ÇÃO

VACINA

AL

POLICI

LINO WC

MASCU

RIO

FRALDÁ

WC

laboratórios

PNE

INO WC

Maca

FEMEN

Maca

VO ÇÃO

RECEP

Maca

H

CURATI

Maca

SALA

estacionamento

VO

ARQUI

Maca

OS

E CADEIR

SALA

ISOLAM

S

A

COLET

MENTO

ATENDI

DE

AS

Maca

PRIMEIR

MACA Maca

ENTO

Maca

Maca

Maca

DML

ox

ox

ar

ar

ox

ar

CLÍNICO GERAL

CLÍNICO GERAL

SALA INALAÇÃO

atendimento clinicas

ODONTOLOGIA

CLÍNICO GERAL

CLÍNICO GERAL

GINICOLOGIA

K CLÍNICO GERAL PRÉ E PÓS G.O

GINICOLOGIA DERMATOLOGIA PRÉ E PÓS PEDIATRIA

L CARDIOLOGIA PEDIATRA

ENDOCRINOLOGIA

espera/ urgência

PEDIATRA ESTAR FUNCIONÁRIOS

M NEUROLOGIA VESTIÁRIO FEM.

ÁRMARIO

DERMATOLOGIA

VIROLOGIA

PNEUMOLOGISTA

VESTIÁRIO MASC.

N ÁRMARIO 22 x 0,182 = 4,000

vaso de descarte

O

COZINHA FUNCIONÁRIOS

ponto ônibus

CASA DE MAQUINA

LIXO HOSPITALAR LIXO COMUM

subsolo A

legenda 01

B 02

AÇÃO

Mesa

VACIN

C

POSTO POLIC IAL

03

D

LINO WC

MASCU

FRALD ÁRIO

E

WC

PNE

04

F INO WC

Maca

FEMEN

Maca

G SALA PÇÃO RECE

H

IVO

CURAT

Maca

Maca

ROS PRIMEI

MACA

ENTO

ISOLAM

S

A

COLET

IMENTO

DE

Maca

ATEND

SALA

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E CADEI

Maca

I

IVO

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Maca

01 Maca

Maca

Maca

DML

ox

ox

ar

ox

ar

CLÍNICO GERAL

ar

J CLÍNICO GERAL

SALA INALAÇÃO

ODONTOLOGIA

CLÍNICO GERAL

CLÍNICO GERAL

GINICOLOGIA

K CLÍNICO GERAL PRÉ E PÓS G.O

GINICOLOGIA DERMATOLOGIA PRÉ E PÓS PEDIATRIA

L CARDIOLOGIA PEDIATRA

ENDOCRINOLOGIA PEDIATRA ESTAR FUNCIONÁRIOS

M NEUROLOGIA

VESTIÁRIO FEM.

ÁRMARIO

DERMATOLOGIA

PNEUMOLOGISTA

VIROLOGIA

VESTIÁRIO MASC.

N ÁRMARIO 22 x 0,182 = 4,000

vaso de descarte

O

COZINHA FUNCIONÁRIOS

CASA DE MAQUINA

P

LIXO COMUM

LIXO HOSPITALAR

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6

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11

12

estudo maquete

térreo


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BIBLIOGRAFIA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).Conforto Ambiental em Estabelecimento Assistencial de Saúde. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. 2. ed. Brasília: Anvisa, 2004. 160 p. GÓES, Ronald Lima de. Manual prático de arquitetura hospitalar. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2011. 192 p. KARMAN, Jarbas. Manutenção e segurança hospitalar preditivas. São Paulo: Estação Liberdade: IPH, 2011. 437 p. LELÉ (João Filgueiras Lima). João Filgueiras Lima, Lelé. Lisboa: Editorial Blau, Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, 2000. 264 p. Série arquitetos brasileiros. MIQUELIN, Lauro Carlos. Anatomia dos Edifícios hospitalares- São Paulo: CEDAS, 1992. 240 p IIDA, Itiro. Ergonomia, projeto e produção. 2a edição revista e ampliada. São Paulo: Editora Edgar Blücher Ltda., 2005. 614 p.il. PORTER, Roy. História da Medicina Cambridge 2006 TOLEDO M. A A Santa casa de misericórdia de São Paulo Imprensa Oficial de São Paulo, Brasil 1975

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