TFG II - HOSPITAL PÚBLICO VETERINÁRIO

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HOSPITAL PÚBLICO VETERINÁRIO


ESTÁCIO ARQUITETURA E URBANISMO

HOSPITAL PÚBLICO VETERINÁRIO

Orientadora: Nathalia Mara Lorenzetti Lima Aluno: Tamires Santos Silva Matrícula: 201651024201

Dezembro/ 2020


“Se você nunca tentar nunca saberá do que é capaz.” Fix You – Coldplay


LISTA DE TABELAS TABELA 1 CUSTOS PARA TER UM CACHORRO

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TABELA 2 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE TRABALHO

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TABELA 4 PROGRAMA DE NECESSIDADES

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LISTA DE IMAGENS IMAGEM 1 MAPA DA CIDADE DE JANDIRA E SUA DIVISÃO TERRITORIAL

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IMAGEM 2 FOTO ANTIGA DO CENTRO DA CIDADE DE JANDIRA

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IMAGEM 3 ENTRADA DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 4 LOCALIZAÇÃO DA CLÍNICA

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IMAGEM 5 PLANTA DE SITUAÇÃO E ACESSOS

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IMAGEM 6 PLANTA TÉRREO

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IMAGEM 7 CIRCULAÇÃO TÉRREO

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IMAGEM 8 PLANTA 1º PAVIMENTO

20

IMAGEM 9 CIRCULAÇÃO 1º PAVIMENTO

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IMAGEM 10 DIAGRAMA

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IMAGEM 11 VISTA EM PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO

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IMAGEM 12 SALA DE CIRURGIA

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IMAGEM 13 RECEPÇÃO E ILUMINAÇÃO ZENITAL

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IMAGEM 14 VISTAS DO EDIFÍCIO

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IMAGEM 15 ENTRADA DO HOSPITAL VATERINÁRIO CANIS MALLORCA

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IMAGEM 16 LOCALIZAÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 17 ACESSOS

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IMAGEM 18 SETORIZAÇÃO SUBSOLO

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IMAGEM 19 CIRCULAÇÃO SUBSOLO

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IMAGEM 20 SETORIZAÇÃO TÉRREO

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IMAGEM 21 SALAS DO TÉRREO

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IMAGEM 22 CIRCULAÇÃO TÉRREO

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IMAGEM 23 SETORIZAÇÃO 1º PAVIMENTO

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IMAGEM 24 SALAS DO 1º PAVIMENTO

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IMAGEM 25 CIRCULAÇÃO 1º PAVIMENTO

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IMAGEM 26 FACHADA DO HOSPITAL VETERINÁRIO

29

IMAGEM 27 ESQUADRIA

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IMAGEM 28 CONSULTÓRIOS

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IMAGEM 29 VISTAS DO EDIFÍCIO

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IMAGEM 30 ENTRADA DO HOSPITAL VETERINÁRIO CONSTITUCIÓN

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IMAGEM 31 LOCALIZAÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 32 ACESSOS

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IMAGEM 33 FLUXOGRAMA

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IMAGEM 34 SETORIZAÇÃO

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IMAGEM 35 CIRCULAÇÃO

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IMAGEM 36 SALAS DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 37 ÁREA PRÉ-CIRÚRGICA

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IMAGEM 38 CANIL

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IMAGEM 39 CORTES E RECEPÇÃO

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IMAGEM 40 BARREIRAS ÁREA PRÉ-CIRÚRGICA

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IMAGEM 41 FACHADA PRNCIPAL

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IMAGEM 42 BALCÃO DA RECEPÇÃO

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IMAGEM 43 LOJA DE PRODUTOS PARA ANIMAIS

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IMAGEM 44 FACHADA DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 45 LOCALIZAÇÃO DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 46 IMPLANTAÇÃO E ACESSOS

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IMAGEM 47 FLUXOGRAMA

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IMAGEM 48 SETORIZAÇÃO

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IMAGEM 49 CIRCULAÇÃO

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IMAGEM 50 SALAS DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 51 SALA DE CIRURGIA

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IMAGEM 52 CORREDORES

41

IMAGEM 53 SALA DOS FUNCIONÁRIOS

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IMAGEM 54 FACHADA OESTE

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IMAGEM 55 PERSPECTIVA DA FACHADA OESTE

42

IMAGEM 56 FACHADA SUL

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IMAGEM 57 FACHADA DO HOSPITAL VETERINÁRIO

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IMAGEM 58 LOCALIZAÇÃO DA CLÍNICA VETERINÁRIA

43

IMAGEM 59 IMPLANTAÇÃO E ACESSOS

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IMAGEM 60 SETORIZAÇÃO

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IMAGEM 61 CIRCULAÇÃO

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IMAGEM 62 SALAS DA CLÍNICA

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IMAGEM 63 INTERIOR DO EDIFÍCIO

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IMAGEM 64 ENTRADA DA CLÍNICA

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IMAGEM 65 FACHADA LESTE

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IMAGEM 66 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO

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IMAGEM 67 MAPA DE MOBILIDADE URBANA

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IMAGEM 68 MAPA DE HOSPITAIS PÚBLICOS VETERINÁRIO

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IMAGEM 69 MAPA DE CLÍNICAS VETERINÁRIAS

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IMAGEM 70 MAPA DE ZONEAMENTO

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IMAGEM 71 MAPA DE USO DO SOLO

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IMAGEM 72 MAPA DE HIERARQUIA DE VIAS

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IMAGEM 73 MAPA DE EQUIPAMENTOS URBANOS

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IMAGEM 74 MAPA DE MOBILIDADE URBANA DA REGIÃO

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IMAGEM 75 MAPA DE GABARITO DE ALTURA

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IMAGEM 76 MAPA DE CHEIOS E VAZIOS

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IMAGEM 77 MAPA DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

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IMAGEM 78 TOPOGRAFIA DO TERRENO

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IMAGEM 79 DIAGRAMA DE PARTIDO

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IMAGEM 80 FLUXOGRAMA

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IMAGEM 81 DIAGRAMA DE FLUXOS PÚBLICO

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IMAGEM 82 DIAGRAMA DE FLUXOS ANIMAIS

61

IMAGEM 83 DIAGRAMA DE FLUXOS FUNCIONÁRIOS

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IMAGEM 84 PAISAGISMO

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IMAGEM 85 SETORIZAÇÃO DO EDIFÍCIO

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IMAGEM 86 ESTUDO VOLUMÉTRICO

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IMAGEM 87 MOODBOARD DOS MATERIAIS E MÉTODOS CONSTRUTIVOS

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IMAGEM 88 ESTUDO PRELIMINAR POGRAMA SOL-AR

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IMAGEM 89 ESTUDO DA INSOLAÇÃO PRIMAVERA,VERÃO, OUTONO E INVERNO 66 IMAGEM 90 PLANTS DE SITUAÇÃO E IMPLANTAÇÃO/ COBERTURA

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IMAGEM 91 PLANTA DE ESTRUTURA E PLANTA DE ARQUITETURA

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IMAGEM 92 LAYOUT

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IMAGEM 93 CORTES

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IMAGEM 94 ELEVAÇÕES

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IMAGEM 95 PERSPECTIVA FACHADA

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IMAGEM 96 PERSPECTIVAS FACHADA ABRIGO E EMERGÊNCIA

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IMAGEM 97 VISTAS ÁREA EXTERNA

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IMAGEM 98 VISTAS ÁREA EXTERNA ABRIGO

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. JUSTIFICATIVA 3. OBJETIVOS

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3.1 OBJETIVOS GERAIS

13

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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4.1 NORMAS E LEGISLAÇÃO PARA ESTABELECIMENTOS VETERINÁRIOS

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4.2 LOCAL

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4.3 METODOLOGIA

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4.4 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTOS DAS ETAPAS DE TRABALHO

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5. ESTUDOS DE CASO

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5.1 MEMPHIS VETERINARY SPECIALISTS (MVS)

17

5.2 VETERINARY HOSPITAL CANIS MALLORCA

24

5.3 HOSPITAL VETERINÁRIO CONSTITUCIÓN

31

5.4 WALLAN VETERINARY HOSPITAL

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5.5 CLÍNICA VETERINÁRIA ALCABIDECHE-VET

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6. APRESENTAÇÃO DO TERRENO

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6.1 TERRENO ESCOLHIDO

47

6.2 ANÁLISE ESCALA DA CIDADE

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6.3 ANÁLISE ESCALA DO TERRENO

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7. PROJETO

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7.1 CONCEITO

55

7.2 PARTIDO

55

7.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES

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9. ESTUDO PRELIMINAR

59 63

9.1 ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO

63

9.2 SETORIZAÇÃO

63

8. FLUXOGRAMA


9.3 ESTUDO VOLUMÉTRICO

10. PROJETO

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10.1 MATERIAIS E MÉTODOS CONSTRUTIVOS

64

10.2 ESTUDO PRELIMINAR DA INSOLAÇÃO DO EDIFÍCIO

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10.3 PLANTAS

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10.4 RENDERS

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12. BIBLIOGRAFIA 13. ANEXOS 13.1 NORMAS E LEGISLAÇÃO

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RESUMO O homem possui um relacionamento com o mundo animal desde a antiguidade, e principalmente nos dias atuais esse relacionamento se estreitou ainda mais, fazendo com que esses animais se tornem membros da família. É clara a necessidade de atendimento público gratuito para os animais, porém nem toda cidade possui esse tipo de equipamento público. Este projeto visa atender não somente moradores da cidade de Jandira, mas de cidades vizinhas também, para que não haja exclusão, e sim inclusão. Oferecendo um atendimento rápido, efetivo e de qualidade. A proposta do edifício é proporcionar acolhimento aos animais a partir de uma arquitetura que utilize alternativas sustentáveis nos espaços.

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1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como tema o projeto de um hospital público veterinário na cidade de Jandira, localizada na região metropolitana de São Paulo. Atualmente a cidade não fornece atendimento público aos animais, possui apenas algumas clínicas veterinárias particulares. O hospital veterinário público mais próximo se localiza na cidade de Osasco e não atende animais de outras regiões. Os animais são parte da história da evolução do homem, e com a domesticação, estão cada vez mais próximo de seus donos, se tornando membros da família. Segundo a estimativa elaborada pela Abinpet em 2013, o número de cães e gatos como animais de estimação vem crescendo cada vez mais, são cerca de 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos no Brasil. Segundo a Comissão de Animais de Companhia (COMAC, 2010), apenas 11% dos proprietários levam seus animais de estimação para realizar consultas periódicas. Muitos alegam que tem dificuldade de pagar por um tratamento adequado pois são caros. De acordo com Goes (2004), uma clínica veterinária é um empreendimento voltado para o atendimento à saúde e estética de animais domésticos de pequeno porte, como cães e gatos, entre outros, disponibilizando um atendimento clínico, por meio de exames de raio-x, vacinação preventiva, exames laboratoriais e até intervenções cirúrgicas, seguidas de internação. Os animais de estimação também fazem parte de famílias em situação de vulnerabilidade social, muitos donos possuem ou acolhem animais já provenientes de abandono, mas a falta de recursos financeiros desta parcela da população dificulta o custeio de procedimentos básicos como a castração e imunização. Quando ocorrem casos de doenças, muitos desses animais ficam sujeitos a dor e sofrimento até a morte. Nesse contexto, fica evidente a fragilidade e necessidade de equipamentos públicos que acolham os animais e de intervenção do poder público nas questões de saúde animal. “(...) o custo de um cão de porte médio ao longo da vida pode chegar a R$ 66 mil, o equivalente ao preço de dois carros populares 0 km.” (CARDOSO, 2018). Com a instalação de um hospital veterinário público na cidade, a população poderá desenvolver o hábito de levar seus pets ao médico veterinário, prolongando a expectativa de vida dos animais.

Tabela 1 Custos para ter um cachorro Fonte: 1Bilhão Educação Financeira

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Tão importante quanto à saúde dos animais de estimação, é o destino que um animal de rua terá após receber atendimento emergencial no hospital. Pensando nesses pets sem dono, o projeto do hospital veterinário público terá uma área para realizar feiras de adoção para esses animais.


O hospital contará com serviços gratuitos para os animais, sendo possível realizar tanto atendimento emergencial quanto consultas. A estrutura contará com centros cirúrgicos, consultórios, sala de raio-x, sala de ultrassom, salas de emergência, enfermarias, internação, canil, e um espaço para os pets em recuperação realizarem atividades e fisioterapia. O tema do projeto mostra-se relevante, pois não se trata somente da saúde animal, mas também da saúde pública, visto que doenças contagiosas adquiridas por eles podem ser transmissíveis, comprometendo a saúde humana.

2. JUSTIFICATIVA A cidade de Jandira não possui um local de atendimento gratuito aos animais, limitando os atendimentos veterinários apenas as clínicas particulares existentes na região. Atualmente a prefeitura oferece um serviço de castração gratuita, porém, ele é realizado em um ônibus numa praça de eventos no centro da cidade, fazendo com que os donos de animais enfrentem longas filas em pé com seus animais durante a madrugada para garantirem suas vagas. Existem alguns hospitais públicos nas cidades de São Paulo e Osasco, porém o atendimento só é prestado após o responsável pelo animal fornecer comprovante de residência, provando que mora na respectiva cidade. Esses hospitais existentes possuem restrições de quantidade de atendimentos. “Os dois hospitais atendiam, em média, entre 500 a 700 animais por dia, pois é o valor de atendimento das consultas que é repassado pela administração municipal.” (G1, 2018). Muitas pessoas precisam levar seus animais doentes a um veterinário e não possuem condições financeiras para pagar a consulta, nem os exames solicitados. “Uma simples ida ao veterinário costuma doer no bolso dos donos de pets. Listamos os preços das consultas (alguns deles ultrapassam os 300 reais) com um clínico geral em alguns dos principais hospitais de São Paulo, que contam com boa estrutura e funcionam 24 horas. Os finais de semana e feriados, além dos horários na madrugada, costumam ser mais caros.” (GIOVANELLI, 2017). Também existem os animais que se encontram em situação de rua e frequentemente sofrem acidentes de trânsito e não são socorridos, chegando muitas vezes à óbito por falta de locais públicos que possam atendêlos. A cidade de Jandira possui uma localização de fácil acesso e com um hospital público veterinário poderia atender os animais da região de forma mais ágil e inclusiva, diminuindo o tempo de deslocamentos e abrangendo uma maior parcela da população que não teria condições de pagar uma consulta particular.

3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVOS GERAIS O objetivo desse trabalho é elaborar um projeto de um hospital veterinário público na cidade de Jandira/ SP, contribuindo para a saúde e bem-estar dos animais da região. O hospital veterinário terá um abrigo para realizar feiras de adoção com animais em situação de rua ou abandonados após passarem por avaliações clínicas no hospital.

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3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Os objetivos específicos desse trabalho são: Analisar as características dos terrenos escolhido e seus respectivos entornos. • Contribuir de forma preventiva e corretiva para a saúde animal da região. • Reduzir o número de animais de rua ou abandonados com feiras de adoção. • Garantir aos animais adotados, através da microchipagem, um maior comprometimento dos responsáveis e a estes a devida punição em caso de reincidência de abandono. • Realizar estudos de caso sobre o tema para criar mais repertório. • Compreender a organização funcional de equipamentos assistenciais de saúde animal. • Proporcionar conforto aos animais que estiverem no hospital através de espaços aconchegantes.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1 NORMAS E LEGISLAÇÃO PARA ESTABELECIMENTOS VETERINÁRIOS A legislação sobre estabelecimentos dedicados à atividade veterinária é pouco abrangente e se restringe a poucos documentos, entre eles: a RESOLUÇÃO Nº 1275, DE 25 DE JUNHO DE 2019 apresentada pelo CFMV localizada no Anexo 13.1 deste presente trabalho. Essa resolução conceitua e estabelece condições para o funcionamento de Estabelecimentos Médico-Veterinários de atendimento a animais de estimação de pequeno porte e dá outras providências. No capítulo IV, que trata sobre os hospitais veterinários, o Art. 11 prevê condições obrigatórias para o funcionamento. O hospital deve ter um ambiente de recepção e espera; arquivo médico físico ou informatizado; recinto sanitário para uso do público; balança para pesagem de animais; sala de atendimento; setor de diagnóstico; setor cirúrgico; sala de cirurgia; setor de internação e setor de sustentação.

4.2 LOCAL Jandira é um município da microrregião de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. Sua população foi estimada em 124.937 habitantes, conforme dados do IBGE de 2019, e sua área é de 17,449 quilômetros quadrados, o que resulta numa densidade demográfica de 6.207,76 habitantes por quilômetro quadrado. Seus limites são Barueri a norte e nordeste; Carapicuíba a leste; Cotia a sul; e Itapevi a oeste. O município é servido pelos trens da linha 8 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A história do município se confunde com os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, que trouxe Henrique Sammartino (pioneiro-fundador do município), imigrante italiano que adquiriu em 11 de abril de 1912 glebas de terra, e deu a elas o nome de Sítio das Palmeiras, devido à existência de grandes palmeiras nativas existentes no local.

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Imagem 1 Mapa da cidade de Jandira e sua divisão territorial Fonte: Plano diretor de Jandira

Em 1925 a Estrada de Ferro Sorocabana inaugura um posto de abastecimento de carvão chamado “km 32”. Em 20 de março de 1931, foi inaugurado o posto telegráfico, que significou o embrião da pequena Vila Jandira, pertencente ao município de Cotia. No dia 25 de janeiro de 1951, é fundada a União Pró-Jandira, entidade criada para trabalhar pela emancipação. Em 1958, há uma tentativa de anexação de Jandira a Barueri, por meio da lei de número 170/53 de 28 de abril de 1958, chamada de lei Quinquenal, mas a União Pró-Jandira luta pela emancipação, tornando Jandira município no dia 8 de dezembro de 1963, por meio de um plebiscito, sendo homologado em 28 de fevereiro de 1964 pelo governador Adhemar de Barros. Em 7 de março de 1965, toma posse o primeiro prefeito de Jandira, Oswaldo Sammartino, filho do pioneiro Henrique Sammartino.

Imagem 2 Foto antiga do centro da cidade de Jandira (Fonte: IBGE)

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4.3 METODOLOGIA A metodologia de trabalho adotada baseia-se na investigação do tema de um hospital público veterinário em conjunto com as estruturas da cidade de Jandira/ SP, que contribuem e influenciam essa temática. Essas pesquisas foram fundamentais para entender a problemática abordada e a influência que o projeto acarretará para a região. Ela desdobrou-se da seguinte forma: 1. Definição do tema do projeto junto à definição da cidade em que a proposta será desenvolvida: entender que o tema e a cidade escolhida estão intimamente ligados, ou seja, as demandas da cidade ditaram a escolha do tema. Sendo assim, entendeu-se que a temática se desvincula das vontades pessoais como única alternativa para essa definição, dando espaço às necessidades reais da cidade e seus habitantes. A cidade de Jandira e suas cidades limítrofes não possuem nenhum tipo de atendimento público para os animais, a partir dessa constatação, se viu necessário e importante o desenvolvimento do projeto no município. 2. Pesquisa sobre o contexto da cidade: entender a cidade e suas dinâmicas é fundamental para se aproximar da qualidade do projeto arquitetônico. Entender sua extensão, relação com outras cidades, vias de acesso, integração e mobilidade, além dos aspectos que envolvem a ocupação do solo e o histórico que envolve aquela produção de espaço, entre tantas outras informações cruciais para atendê-la adequadamente. 3. Pesquisa sobre o contexto da temática escolhida: analisar as aplicações que envolvem a temática escolhida no meio nacional e internacional é fundamental para que se embase o projeto. Nesse contexto, trabalhou-se duas etapas: a. Entender a produção de espaços sobre esse tema na cidade ou na região metropolitana – abrangência na região de implantação do projeto. A partir desses estudos foi possível notar a existência de apenas dois hospitais públicos veterinário a uma distância de 15 km da cidade de Jandira. b. Estudar alguns projetos que serviram como base para definição de diversos aspectos que serão adotados no projeto, trazendo a contextualização dos projetos, materiais, programa de necessidades, além da avaliação do projeto finalizado. Através dos estudos de casos de 5 projetos de clínicas e hospitais veterinários foi criado mais repertório para o desenvolvimento do projeto. 4. Escolha da área de desenvolvimento do projeto: resultado das pesquisas sobre a cidade e a temática a ser desenvolvida. Unindo a disponibilidade de local com a demanda por tal temática e, consequentemente, colaborando assim para aprimorar a qualidade urbana daquela região. A região central da cidade de Jandira possui uma boa mobilidade urbana, que é um fator essencial para a localização de um hospital público veterinário, principalmente para os donos de animais que não possuem veículo próprio. 5. Introdução ao pensamento de projeto: tendo em vista o que foi pesquisado anteriormente, obteve-se assim subsídios para a definição de aspectos iniciais do projeto, tais como: a. Conceito b. Partido

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c. Programa de Necessidades: entender o programa adotado nos projetos do estudos de casos foi fundamental para aparar algumas arestas sobre o programa adotado, sobre as atividades todas desempenhadas pela temática abordada, além de proporcionar a compreensão que, mesmo trabalhando sobre um mesmo tema, os programas podem estabelecer diferentes abrangências, permitindo a reflexão sobre isso no projeto a ser desenvolvido dentro daquele contexto urbano.

4.4 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTOS DAS ETAPAS DE TRABALHO

Tabela 2 Cronograma de desenvolvimento de trabalho Fonte: Arquivo pessoal

O trabalho foi produzido seguindo um cronograma com etapas a serem cumpridas de forma que o desenvolvimento fluísse de maneira natural, onde cada tópico foi tratado no seu devido momento.

5. ESTUDOS DE CASO Os estudos de casos são essenciais para melhor compreensão dos aspectos funcionais e formais a fim de esclarecer decisões a serem tomadas para o desenvolvimento do projeto.

5.1 MEMPHIS VETERINARY SPECIALISTS (MVS)

Escritório: Archimania Localização: Cordova, Tennesse, EUA Área: 5584.85 m² Ano do projeto: 2011

Imagem 3 Entrada do hospital veterinário Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

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O hospital veterinário possui experiência em cirurgia de emergência, animais exóticos, ortopedia, oncologia, dermatologia, odontologia e tratamento diagnóstico. O tratamento e atendimento contínuos para pacientes animais criaram necessidades muito semelhantes a um hospital humano, incluindo: tratamento, cirurgia, salas de procedimentos especializados, áreas de recuperação e terapia intensiva. O hospital veterinário contém dois programas paralelos: uma instalação veterinária de atendimento de emergência durante a noite/ fim de semana e uma clínica especializada que aceita encaminhamentos de clínicas veterinárias convencionais na região.

Imagem 4 Localização da clínica Fonte: Google earth (Modificado pela autora)

O projeto está localizado na parte urbana da cidade, com entorno majoritariamente residencial, com alguns comércios consultórios médicos, supermercados e academias. O projeto conta com estacionamento para aproximadamente 60 veículos e 2 entradas de ambulâncias para emergência, com a entrada principal à leste do terreno. O sistema construtivo é feito por concreto e aço, com implantação em forma triangular. A estrutura em balanço e a iluminação zenital foram orientados para o norte, favorecendo a iluminação natural.

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O hospital veterinário possui 5 acessos, sendo o principal na ponta do triângulo ao norte da edificação. Os demais se dispõem ao redor de todo o edifício, sendo um deles, específico para funcionários.

Imagem 5 Planta de situação e acessos Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

No térreo, a organização do edifício envolve os diversos componentes médicos (diagnóstico, cirurgia e emergência) em torno de uma área de tratamento central, que é circundada por pela área administrativa e áreas abertas ao público, como a área de visitas aos animais por exemplo.

Imagem 6 Planta Térreo Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

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A circulação no térreo do edifício se dá ao redor do seu próprio ponto central (salas de cirurgia), tendo o objetivo de facilitar a circulação de funcionários e dos pacientes. Os animais circulam apenas na extremidade voltada a leste da edificação, mantendo a privacidade da área administrativa preservada.

Imagem 7 Circulação Térreo Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

No primeiro pavimento se encontra a área de descanso dos médicos plantonistas, com banheiro e copa, área técnica, escritório e um auditório.

Imagem 8 Planta 1º pavimento Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

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A circulação é restrita para funcionários, onde apenas é permitido o acesso do público e geral ao auditório em eventos e palestras específicas.

Imagem 9 Circulação 1º pavimento Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

Imagem 10 Diagrama Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

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O pavimento inferior do edifício forma uma base de concreto, com vitrines na parte que marca a entrada principal. Os equipamentos e os volumes criados para aproveitamento da iluminação natural, localizados na cobertura do edifício, foram revestidos por painéis de aço, criando um aspecto monolítico na parte superior.

Imagem 11 Vista em perspectiva do edifício Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

A partir do uso desses diferentes materiais nas fachadas, a forma do edifício é quebrada em duas partes, que definem e contrastam seus pavimentos, criando a percepção de um bloco mais pesado, marcado pelo aço, repousado sobre outro mais claro e leve, marcado pelo concreto e vidro.

Imagem 12 Sala de cirurgia Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

O principal objetivo era criar um espaço de trabalho eficiente para a equipe e que maximizasse sua capacidade de cuidar de seus pacientes animais.

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Imagem 13 Recepção e iluminação zenital Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

A preocupação com a utilização da luz natural evidencia-se a partir do uso de janelas altas, locadas de maneira que formam volumes adicionados ao topo do edifício, orientadas para o norte.

Imagem 14 Vistas do edifício Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

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Outras metas para o projeto incluíam: adequação ao orçamento restrito, agenda de prazos curtos e preocupação com o meio ambiente. A escolha desse estudo de caso se baseou nas soluções adotadas pelo escritório de arquitetura, priorizando a iluminação natural e criando espaços funcionais apesar da forma triangular do edifício.

5.2 VETERINARY HOSPITAL CANIS MALLORCA

Escritório: Estudi Torres Pujol

E.

Localização: Palma, Illes Balears, Espanha Área: 1.538 m² Ano do projeto: 2014

Imagem 15 Entrada do Hospital Vaterinário Canis Mallorca Fonte: https://www.archdaily.com/593102/veterinary-hospital-canis-mallorca-estudio-torres-pujol/

O hospital veterinário apresenta um programa com consultórios, canis e gatis para internação e salas de cirurgia, além de espaços de apoio de armazenagem, como depósito de material de limpeza e estoque. O principal objetivo da disposição dos espaços é obter flexibilidade e conectar os que possuem relação entre si. A estrutura do edifício é mista, composta por pilares metálicos, chapas metálicas e concreto armado, o que possibilita uma planta livre internamente.

Imagem 16 Localização do hospital veterinário Fonte: Google Earth Modificado pela autora)

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O projeto está localizado entre a zona residencial e industrial e fica ao lado de um edifício abandonado que antes era uma prisão. O hospital veterinário se adapta ao formato trapezoidal do terreno e utiliza o máximo possível da sua superfície. O principal acesso acontece por uma via local de mão dupla e a rua lateral ao edifício não tem saída, essa rua possui estacionamento em suas extremidades, assim como todas as ruas do entorno.

Imagem 17 Acessos Fonte: https://www.archdaily.com/593102/veterinary-hospital-canis-mallorca-estudio-torres-pujol/

O hospital veterinário possui 4 acessos, o indicado pela seta vermelha na imagem 18, é exclusivo para acesso ao subsolo do edifício, a seta verde indica o acesso para os funcionários e descarga, a amarela indicam os acessos aos pedestres que são por uma escada e uma rampa.

Imagem 18 Setorização subsolo Fonte: https://www.archdaily.com/593102/veterinary-hospital-canis-mallorca-estudio-torres-pujol/

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No subsolo se encontra o estacionamento, além da sala para apoio e armazenagem. O acesso acontece pela fachada principal do edifício, existe um elevador (apenas os funcionários tem acesso) e escadas (todos tem acesso).

Imagem 19 Circulação subsolo Fonte: https://www.archdaily.com/593102/veterinary-hospital-canis-mallorca-estudio-torres-pujol/

A circulação no subsolo do edifício é para o público e funcionários. A área de apoio e armazenagem tem acesso exclusivo dos funcionários.

Imagem 20 Setorização térreo Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

A partir da setorização é possível notar que o atendimento está centralizado, facilitando a circulação ao seu redor e os acessos aos principais locais do hospital veterinário. 26


Imagem 21 Salas do térreo Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

No térreo se encontram os consultórios, a internação de cães e gatos, laboratórios e raio-x, fisioterapia e espera. O hospital veterinário também apresenta junto com a recepção uma loja que vende principalmente rações especiais para os animais e um espaço para banho e tosa.

Imagem 22 Circulação térreo Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

A circulação do público é restrita apenas a recepção e espera. Os outros ambientes do edifício ficam livres para circulação operacional dos animais e dos funcionários. 27


Imagem 23 Setorização 1º pavimento Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

O primeiro pavimento é exclusivo para área cirúrgica, área administrativa e área de apoio.

Imagem 24 Salas do 1º pavimento Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

Nesse pavimento se encontra uma sala multiuso, usada principalmente para palestras e reuniões entre os funcionários, além de vestiários para os funcionários, copa e 2 salas de descanso com camas. Na área cirúrgica, existem 3 salas de cirurgia, uma sala de recuperação e a sala de banho e tosa. 28


Imagem 25 Circulação 1º pavimento Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/ (Modificada pela autora).

A circulação é livre apenas para funcionários, não é permitido acesso ao público. Os animais só podem circular pela área cirúrgica.

Imagem 26 Fachada do hospital veterinário Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

O acesso principal, localizado sob uma grande marquise, é construído por uma parede de vidro que ocupa o comprimento da fachada principal. Uma única abertura nesta fachada de vidro indica a entrada e deixa a luz invadir a recepção.

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Imagem 27 Esquadria Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

Para maximizar o aproveitamento da luz natural e ventilação de forma adequada para cada ambiente, foram feitas modulações de esquadrias, que variam até três dimensões baseadas na proporção Áurea, padronizando as fachadas.

Imagem 28 Consultórios Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

As instalações hidráulicas e elétricas são aparentes e priorizam a eficiência energética, facilitando os reparos e manutenção. Além disso, quando necessário, a melhora ou ampliação das instalações existentes pode ser realizada de forma mais ágil. 30


Imagem 29 Vistas do edifício Fonte: https://www.archdaily.com/233095/memphis-veterinary-specialists-archimania/

A cor predominante do projeto é branca, enfatizando a limpeza e assepsia necessária em um hospital veterinário. A escolha desse estudo de caso se baseou nas soluções adotadas pelo escritório de arquitetura, que projetou ambientes com fácil manutenção, já que se trata de um hospital veterinário que funciona 24 horas por dia e resolveram a problemática, por tratar de um terreno pequeno, de forma inteligente criando um subsolo e 1º pavimento para dar exclusividade ao atendimento veterinário no térreo.

5.3 HOSPITAL VETERINÁRIO CONSTITUCIÓN

Escritório: Dobleese Space & Branding Localização: Valência, Espanha Área: 450 m² Ano do projeto: 2016

Imagem 30 Entrada do Hospital Veterinário Constitución Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

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O hospital veterinário é especializado em animais de estimação, aves e roedores, aberto 24 horas por dia e, além disso, é um centro de aprendizagem para estudantes de veterinária e um centro de referência para outros profissionais da área. O principal objetivo era criar um espaço onde reinasse a ordem, harmonia, acolhimento, a limpeza, a funcionalidade e a transparência. Isso permitiu desenvolver um projeto de forma livre e flexível que gerou, inclusive, o projeto de uma nova identidade corporativa.

Imagem 31 Localização do hospital veterinário Fonte: Google eatrh (Modificado pela autora)

O projeto está localizado na zona central da cidade de Valência, próximo à bancos, academias, farmácias, igrejas, etc. O hospital veterinário ocupa o térreo de um edifício já existente e teve que se adaptar. O principal acesso acontece por uma via local de mão única e a entrada fica na esquina do prédio em frente à uma praça. Todas as vias no entorno possuem estacionamento em ambos os lados.

O hospital veterinário possui dois acessos, um que dá direto na recepção e outro que dá acesso direto à loja. A entrada dos funcionários é feita pela entrada da loja, que dá acesso direto é área técnica.

Imagem 32 Acessos Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding. (Modificado pela autora).

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Imagem 33 Fluxograma Fonte: Arquivo pessoal

O fluxograma exemplifica a concepção do projeto, a partir das duas entradas se criaram dois corredores que dão acesso a áreas distintas e separa os acessos do público e dos funcionários.

Imagem 34 Setorização Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding. (Modificado pela autora).

Através do estudo da setorização é possível notar que houve uma preocupação em separar às áreas de forma que facilitasse a locomoção e autonomia interna do edifício.

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Mesmo se tratando de um edifício pequeno a circulação funciona muito bem, o público só pode acessar a área da entrada e dos consultórios, os animais apenas as áreas dos consultórios e cirurgia e os funcionários tem acesso geral.

Imagem 35 Circulação Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding. (Modificado pela autora).

O hospital veterinário conta com 4 consultórios que dão acesso direto a área pré-cirúrgica, que está estrategicamente centralizada e distribui o acesso para outras salas como o próprio centro cirúrgico, canil, gatil, sala de desinfecção, isolamento, raio-x e o vestiário.

Imagem 36 Salas do hospital veterinário Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding. (Modificado pela autora).

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Imagem 37 Área pré-cirúrgica Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

Atrás dos consultórios existe um corredor que dá acesso direto a área pré-cirúrgica, facilitando o acesso dos animais para possíveis procedimentos emergenciais.

Imagem 38 Canil Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

O canil conta com espaços para cães de pequeno, médio e grande porte e dentro dele é possível ter uma visão completa do centro cirúrgico através de uma barreira de vidro. 35


Imagem 39 Cortes e recepção Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

Os cortes mostram as vistas da recepção, tanto de quem está do lado de dentro do balcão, quanto de quem está fora. É possível visualizar as alturas dos mobiliários em relação à escala humana e animal e a sala de banho e tosa.

Imagem 40 Barreiras área pré-cirúrgica Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

Uma barreira contínua de vidros permite o controle e a supervisão em tempo real dos animais de todo o entorno a partir da área pré-cirúrgica. 36


A fachada é composta por um revestimento que é como uma segunda pele feito com mais de 500 tiras metálicas com uma composição estudada de cor que serve como suporte para a sinalização.

Imagem 41 Fachada prncipal Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

Por meio de silhuetas animais bidimensionais e tridimensionais com um código de cores estabelecido, o hospital veterinário adota um caráter amigável e próximo, fornecendo movimento e sensação de liberdade ao paciente e facilitando a interação entre animais e donos.

Imagem 42 Balcão da recepção Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

As salas de espera abraçam a recepção com um mobiliário realizado sob medida que, por sua vez, serve de local de armazenamento e venda de medicamentos, brinquedos e alimentos. Elas possuem assentos de polipropileno transparente que iluminam e trazem transparência ao espaço.

Imagem 43 Loja de produtos para animais Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding

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A escolha desse estudo de caso se baseou nas soluções adotadas pelo escritório de arquitetura, por se tratar de um edifício já inserido na cidade havia um grande desafio ao adequar o uso ao um hospital veterinário, e apesar de pequeno, o programa contou com todos os itens essenciais para um bom funcionamento e ainda com serviços de banho e tosa, e uma loja de produtos para animais.

5.4 WALLAN VETERINARY HOSPITAL

Escritório: Crosshatch Localização: Wallan, Australia Área: 280 m² Ano do projeto: 2016

Imagem 44 Fachada do hospital veterinário Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884

O hospital veterinário fica na região regional do estado de Victoria. É um edifício eficiente por priorizar a iluminação natural e a sua elegância atualiza com sucesso a tipologia tradicional de hospitais veterinários. As instalações ficam abertas 24 horas, sete dias por semana, precisavam de uma identificação visual de fácil compreensão. O principal objetivo era ter uma instalação de última geração que acomodasse confortavelmente uma variedade de requisitos, além de abordar as restrições exclusivas do terreno. O prédio foi afastado da rua e é elevado em uma base de alvenaria. Ao fazer isso, os arquitetos também acabaram com os problemas de inundação em um local desafiador que desce em direção a um riacho na parte de trás do terreno. O projeto está localizado na zona central da pequena cidade de Wallan, no estado de Victoria. A região é majoritariamente residencial e a edificação fica próxima à um posto de gasolina e um mercado. O hospital veterinário possui estacionamento próprio com 12 vagas. O principal acesso acontece por uma via coletora de mão dupla. Imagem 45 Localização do hospital veterinário Fonte: Google Earth (Modificado pela autora)

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Imagem 46 Implantação e acessos Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884. (Modificado pela autora).

O acesso ao edifício é feito por duas entradas, ambas próximas as vagas do estacionamento. Três volumes retangulares refletem os múltiplos usos do edifício. O riacho existente no terreno fica a oeste da edificação nos fundos, onde também existe um jardim de exercício para os animais em reabilitação.

Imagem 47 Fluxograma Fonte: Arquivo pessoal

O fluxograma exemplifica a concepção do projeto, a partir de um extenso corredor que atravessa o edifício houve a distribuição das salas, a área cirúrgica é o coração da edificação.

A partir do estudo da setorização é possível compreender que a área técnica tem uma ligação direta tanto com os consultórios, quanto com a área de retenção animal. Essa proximidade é primordial para a logística de deslocamento dos animais.

Imagem 48 Setorização Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884. (Modificado pela autora).

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A circulação principal ocorre pelo corredor que atravessa o edifício, ele dá acesso a todas as salas e ao mesmo tempo restringe o acesso do público as áreas cirúrgicas e operacionais.

Imagem 49 Circulação Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884. (Modificado pela autora).

Imagem 50 Salas do hospital veterinário Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884. (Modificado pela autora).

O edifício possui 3 consultórios e uma farmácia, que estão localizados logo depois da recepção. O hospital também possui salas que se interligam entre si, como é o caso do necrotério, para acessá-lo o funcionário deve entrar primeiro na sala de preparo ou no laboratório, passar pela sala de preparo, para só depois acessar o necrotério.

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A sala de cirurgia possui iluminação artificial e piso com cantos arredondados, o que facilita a assepsia do local.

Imagem 51 Sala de cirurgia Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884.

Cada volume respira com ampla ventilação cruzada, permitida por janelas com persianas e corredores que cruzam a fachada dupla.

Imagem 52 Corredores Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884

O resultado é um interior calmo e arejado, com uma sensação de fluxo e conexão entre zonas. As ripas de madeira espaçadas uniformemente envolvem o edifício nas elevações norte, leste e oeste e fornecem proteção solar eficaz. Imagem 53 Sala dos funcionários Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884

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À noite, as ripas suavizam a iluminação do interior, emitindo um brilho quente que cria um efeito de lanterna e anuncia o hospital veterinário como aberto. Essa estratégia inovadora de busca de rotas permitiu que os arquitetos evitassem o uso da sinalização tradicional para não atrapalhar a aparência uniforme do edifício. Imagem 54 Fachada Oeste Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884

Como resultado, as ripas criam um véu que oscila entre transparente e sólido, com vistas para o edifício que abrem e fecham, dependendo da posição de visualização do visitante. Isso empresta ao projeto geral um inesperado senso de dinamismo, raramente visto em uma instalação desse tipo. Imagem 55 Perspectiva da fachada Oeste Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884

Imagem 56 Fachada Sul Fonte: https://www.archdaily.com/876109/wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884

A escolha desse estudo de caso se baseou nas soluções adotadas pelo escritório de arquitetura, que respeitou a topografia do terreno elevando o edifício em relação ao nível da rua e criou uma identidade visual não tão comum em hospitais veterinários que consegue atrair a atenção de todos com as ripas de madeira. 42


5.5 CLÍNICA VETERINÁRIA ALCABIDECHE-VET Escritório: João Aguiar Arquitectos

Tiago

Localização: Alcabideche, Portugal Área: 300 m² Ano do projeto: 2009 Imagem 57 Fachada do hospital veterinário Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos

A clínica foi construída sobre um lote com uma leve inclinação, de modo que fica suavemente suspensa no terreno, graças às suas vigas de fundação. A edificação está implantada a leste do terreno, de maneira que seu estacionamento se posiciona em paralelo à mesma, no centro da área. O edifício é composto de um corpo central e volumes acoplados, com o objetivo possibilitar uma melhor funcionalidade das atividades cotidianas. O projeto está localizado na zona central da cidade, numa área majoritariamente residencial, próximo à escola, mercados, farmácia, hospital, etc. Possui um estacionamento próprio com 7 vagas. Imagem 58 Localização da clínica veterinária Fonte: Google Earth (Modificado pela autora)

O acesso ao edifício é feito por apenas uma entrada, próxima as vagas do estacionamento. A estrutura da clínica é térrea e plana, utilizando formas retangulares. Compreende um conjunto de volumes com áreas variáveis, anexas a um corpo único. Nesse sentido, emprega uma forma horizontal, mesclando espaços cheios e vazios.

Imagem 59 Implantação e acessos Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos. (Modificado pela autora).

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Para a eficiência da funcionalidade do projeto, houve a distribuição do espaço por um corredor, com as salas distribuídas em suas laterais. Cada sala possui um volume, fazendo com que o espaço possua diferentes dimensionamentos, conforme a atividade que será exercida nos mesmos. Estes volumes foram deslocados para que fosse possível a entrada de luz natural no ambiente

Imagem 60 Setorização Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos. (Modificado pela autora).

A circulação do público é restrita apenas à recepção, loja e aos consultórios. Os funcionários tem acesso total ao restante do edifício.

Imagem 61 Circulação Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos. (Modificado pela autora).

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A clínica possui uma loja de produtos para animais e 2 consultórios médicos. Um corredor atravessa a edificação, trazendo fluidez para a circulação.

Imagem 62 Salas da clínica Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos. (Modificado pela autora).

Na parte interna, as paredes foram pintadas na cor branca, o piso utilizado é o epóxi, ideal pra clínicas por sua boa durabilidade, fácil limpeza e higiene.

Imagem 63 Interior do edifício Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos.

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No volume principal da clínica houve a utilização muita iluminação ao longo da circulação, tanto natural como artificial, acabando com a possível sensação de um corredor longo e escuro. Os materiais construtivos utilizados foram, basicamente, o concreto armado aparente e o vidro opalino na parte externa da edificação, trazendo um ar contemporâneo e mais claridade para o interior da clínica sem perder a privacidade. A escolha desse estudo de caso se baseou nas soluções adotadas pelo escritório de arquitetura, que projetou o edifício de forma que a iluminação natural fosse aproveitada, e utilizaram acabamento em concreto aparente criando uma identidade visual para a clínica.

Imagem 64 Entrada da clínica Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos.

Imagem 65 Fachada Leste Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos.

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6. APRESENTAÇÃO DO TERRENO 6.1 TERRENO ESCOLHIDO

Tabela 3 Proposta A Fonte: Arquivo pessoal

O terreno está localizado na região central da cidade de Jandira, próximo às principais vias de acesso. Possui duas fachadas principais voltadas para sudeste, a menor na rua Manoel Alves Garcia e a maior na avenida Antônio Bardela. Próximo ao terreno se encontra a estação de trem da CPTM e o centro da cidade de Jandira. O entorno do terreno é composto por edificações de uso residencial que interferem na insolação, o terreno possui pavimentação de concreto com vegetação do tipo gramínea em algumas áreas.

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De acordo com o zoneamento, o terreno se encontra numa zona de uso misto (ZUM) e seus usos permitidos são: uso industrial, comercial, de prestação de serviço e institucional de pequeno e médio porte e residencial. Sua área total é de 8.111 m² e a taxa de ocupação máxima é de 60%. Os coeficientes de aproveitamento mínimo, básico e máximo são, respectivamente: 0,1, 1 e 4. A taxa de permeabilidade é de 15% e a altura máxima que pode ser construída é de 8 pavimentos. Os recuos obrigatórios são de 4,5 metros na frente, fundo e laterais do terreno.

6.2 ANÁLISE ESCALA DA CIDADE

Imagem 66 Localização do terreno

O terreno escolhido está localizado na cidade de Jandira, inserida na região metropolitana de São Paulo. 48


Imagem 67 Mapa de mobilidade urbana

A região oeste possui uma boa mobilidade urbana, possuindo transporte sobre trilhos (CPTM), terminais rodoviários e rodovias que interligam as cidades.

Imagem 68 Mapa de hospitais públicos veterinário

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Em um raio de 15 km a partir do centro do terreno escolhido, foi verificado que existem apenas 2 hospitais públicos veterinário na zona oeste da região metropolitana de São Paulo, todos na cidade de Osasco. São eles: HVEPO - Zona Norte (MAZZEI) e Hospital Veterinário Público Manchinha de Osasco.

Imagem 69 Mapa de clínicas veterinárias

Num raio de 5 km é possível localizar várias clínicas veterinárias na região, com preços e serviços variados.

6.3 ANÁLISE ESCALA DO TERRENO

Imagem 70 Mapa de zoneamento

Num raio de 800 metros é possível encontrar zonas empresariais, de reestruturação urbana, especial de interesse ambiental, de interesse histórico, cultural e institucional, de recuperação ambiental e de uso misto, na qual se encontra o terreno escolhido. 50


Imagem 71 Mapa de uso do solo

A região possui usos diversificados por se tratar de uma área central da cidade. A partir de um raio de 500 metros é possível encontrar usos industriais, comerciais, residenciais e de serviços. A região próxima ao terreno possui em sua maioria uso residencial, serviços e usos industriais. É possível localizar usos comerciais apenas no centro da cidade, do outro lado da linha férrea.

Imagem 72 Mapa de hierarquia de vias

As vias que circundam o terreno num raio de 800 metros são, em sua maioria, arteriais. Mais especificadamente no terreno, a fachada leste se encontra em uma via arterial com uma pista e a fachada sul se encontra em uma via coletora. 51


Imagem 73 Mapa de equipamentos urbanos

Num raio de 800 metros a partir do terreno, é possível localizar vários equipamentos urbanos, principalmente na zona central da cidade que conta com bancos, praças, um parque municipal, espaços para a prática de esportes e igrejas. Na saúde, existe uma farmácia de alto custo, que fica na área central e uma UBS no bairro. Os edifícios de administração pública existentes são a prefeitura, fórum e câmara municipal. Na cultura, a região possui um teatro municipal e uma praça de eventos. Na segurança pública, existe uma guarda municipal e base da polícia civil. Na educação, a região possui creches, escolas municipais e escolas públicas.

Imagem 74 Mapa de mobilidade urbana da região

A região possui um sistema de mobilidade urbana que liga à vários meios de transportes diferentes como trem, ônibus, táxi e ainda conta com um bicicletário. Também possui vias arteriais que ligam as principais cidades vizinhas e a Rodovia Castelo Branco, possibilitado que a cidade tenha um fácil acesso. 52


Imagem 75 Mapa de gabarito de altura

Ao analisar o gabarito de altura da região num raio de 500 metros do terreno, é possível notar que a localidade com edificações mais altas é justamente a do terreno escolhido, elas variam do térreo até 10 pavimentos. A área central é composta por edificações que variam do térreo até 6 pavimentos, com exceção do terminal municipal e da estação de trem.

Imagem 76 Mapa de cheios e vazios

Num raio de 500 metros a partir do terreno escolhido, é possível notar que a região é composta por muitos vazios, principalmente próximo ao terreno. Já a área central é mais adensada por possuir comércios e residências. 53


Imagem 77 Mapa de levantamento topográfico

Através da leitura topográfica da região num raio de 800 metros, é possível notar que a zona central da cidade é mais plana, com cotas em torno de 728. Essa região é cortada pela linha férrea. Nas extremidades do raio toda a região entra em uma aclividade acentuada, que se estende pelo restante da cidade.

Imagem 78 Topografia do terreno

A topografia do terreno possui um aclive total de quatro metros, com curvas de nível intermediárias de um metro cada, variando da cota 727.4 até 730. Por se tratar de um terreno grande, os quatro metros de aclive se tornam suaves pelo espaçamento das curvas existentes. 54


7. PROJETO 7.1 CONCEITO Este projeto tem como conceito proporcionar acolhimento aos animais e seus donos, criando um espaço agradável e atrativo. Pretende-se que ele transmita segurança, para diminuir o estado de estresse dos animais durante a visita a um hospital veterinário e harmonia, incentivando o convívio saudável entre o homem e os animais. Dessa forma, prevê-se um edifício que seja leve e transmita tranquilidade.

7.2 PARTIDO Priorizando uma estética racional, com utilização de linhas retas remetendo a organização e funcionalidade que são essenciais em hospitais veterinários, além de cores que configurem a sensação de segurança e plenitude do espaço. O projeto será dotado de alternativas sustentáveis na maior parte dos espaços, tanto na conexão do edifício como um todo quanto dos ambientes internos, com aproveitamento de luz natural e ventilação, o que, além de garantir melhor autonomia do edifício, também conferirá sensação de aconchego e conforto a partir da conexão visual com elementos da natureza.

Imagem 79 Diagrama de partido Fonte: Arquivo pessoal

7.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES Este programa de necessidades foi elaborado com base na RESOLUÇÃO Nº 1275, DE 25 DE JUNHO DE 2019 apresentada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), que prevê condições obrigatórias para o funcionamento de hospitais veterinários, são eles: SETOR DE ATENDIMENTO E ESPERA ARQUIVO MÉDICO FÍSICO OU INFORMATIZADO SANITÁRIO PARA USO PÚBLICO BALANÇA PARA PESAGEM DE ANIMAIS SALA DE ATENDIMENTO SETOR DE DIAGNÓSTICO SETOR CIRÚRGICO SETOR DE INTERNAÇÃO SETOR DE SUSTENTAÇÃO Além desses itens obrigatórios, o programa conta com:

O partido arquitetônico foi desenvolvido a partir de uma organização funcional interna baseada no agrupamento dos serviços essenciais para cada procedimento, com o objetivo principal de diminuir os percursos e os deslocamentos que acabam estressando os animais.

SETOR ADMINISTRATIVO SETOR DE ABRIGO E ADOÇÃO 55


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Tabela 4 Programa de necessidades Fonte: Arquivo pessoal

A tabela acima mostra o programa de necessidades estabelecido no projeto do hospital público veterinário. 58


8. FLUXOGRAMA

Imagem 80 Fluxograma Fonte: Arquivo pessoal

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Imagem 81 Diagrama de fluxos público Fonte: Arquivo pessoal

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Imagem 82 Diagrama de fluxos animais Fonte: Arquivo pessoal

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Imagem 83 Diagrama de fluxos funcionários Fonte: Arquivo pessoal

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A imagem representa o fluxograma do edifício, por se tratar de um estabelecimento de grande complexidade foram definidos setores para facilitar posteriormente o estudo das disposições (entre cômodos e os próprios setores), de percursos (determinados pelos procedimentos veterinários) e fluxos (de pessoas, materiais limpos e materiais sujos). O edifício possui 2 acessos, um na recepção principal e outro na recepção de emergência. O abrigo possui uma entrada independente ao hospital veterinário público por ter outro tipo de atendimento.

9. ESTUDO PRELIMINAR 9.1 ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO

A partir do estudo de implantação, foi definido o paisagismo preliminar do terreno. Ele é composto por árvores e grama no entorno do edifício. À sudoeste do edifício, haverá uma área de lazer e soltura dos animais do abrigo. Ao sul do edifício, haverá um estacionamento para veículos e acessos aos pedestres.

Imagem 84 Paisagismo Fonte: Arquivo pessoal

9.2 SETORIZAÇÃO

Imagem 85 Setorização do edifício Fonte: Arquivo pessoal

A setorização do edifício foi pensada de acordo com os seus usos, deixando os setores de atendimento e administrativo mais próximos a entrada principal do edifício. O setor de internação fica mais isolado numa extremidade onde não haverá tanto fluxo de pessoas e o acesso é mais restrito. O setor de diagnóstico está interligando todos os setores de forma centralizada. O setor cirúrgico, assim como o de internação está mais isolado, pelos mesmos motivos, porém, próximo à área de emergência e ao setor de diagnóstico pois um depende do outro para um bom funcionamento de todos os setores. Já o setor de sustentação fica num bloco externo ao edifício sendo ligado por meio de um corredor, para garantir que seu acesso seja totalmente restrito a funcionários e promover mais privacidade.Todas as salas foram dividas de acordo com a setorização prédefinida. 63


9.3 ESTUDO VOLUMÉTRICO A partir dos estudos de volumetria é possível compreender a implantação de forma mais completa com seus cheios e vazios, entendendo como o edifício será implantado com a topografia do terreno.

A partir do estudo podemos visualizar a volumetria no terreno e na topografia, o edifício possui 4 volumes principais centralizados que se unem pela fachada oeste e possui aberturas que permitem maior ventilação e insolação natural.

Imagem 86 Estudo volumétrico Fonte: Arquivo pessoal

10. PROJETO 10.1 MATERIAIS E MÉTODOS CONSTRUTIVOS

Imagem 87 Moodboard dos materiais e métodos construtivos Fonte: Arquivo pessoal

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Revestimento Interno Piso - Nas áreas secas e internas será utilizado o piso vinílico em manta, que além da sua função antiestática é impermeável, acústico e possui tratamento antibactericida. Nas áreas molhadas e no setor de sustentação será utilizado um revestimento de porcelanato Paredes - Nos ambientes em geral as paredes terão acabamento em concreto aparente com uma camada de verniz impermeabilizante. Nas áreas médicas como consultórios, internação e centro cirúrgico será aplicada tintura acrílica. Teto - Nos ambientes em geral não haverá forro. Revestimento externo Piso - Os pisos do estacionamento e caminhos para pedestres serão em concreto. Paredes - As paredes exteriores do edifício terão o acabamento de concreto aparente impermeabilizado. Esquadrias - As portas e janelas exteriores terão acabamento em vidro.

10.2 ESTUDO PRELIMINAR DA INSOLAÇÃO DO EDIFÍCIO

Imagem 88 Estudo preliminar pograma SOL-AR Fonte: Arquivo pessoal

A partir do estudo da insolação, feita através do software SOL-AR pôde-se notar que o terreno recebe insolação em sua fachada principal (oeste) no período da tarde. Na fachada leste, recebe insolação durante todo o período da manhã, ficando sem sol no período da tarde. Na fachada norte recebe insolação parcial durante o dia. E na fachada sul recebe sol durante o período da manhã.

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Imagem 89 Estudo da insolação primavera,verão, outono e inverno Fonte: Arquivo pessoal

Com o estudo preliminar da insolação sobre a volumetria do edifício considerando as edificações do entorno, é possível notar que as fachadas leste sul são as que menos recebem insolação durante o ano, portanto, não necessita de nenhuma intervenção para conter a insolação. Já as fachadas norte e oeste recebem insolação durante um período maior do dia, necessitando de intervenção, as soluções adotadas foram brises horizontais e vegetação arbórea de grande porte próximas ao edifício, formando uma barreira para conter a insolação indesejada.

10.3 PLANTAS

Imagem 90 Plants de situação e implantação/ cobertura Fonte: Arquivo pessoal

As plantas de Situação e Implantação/ Cobertura estão localizadas na prancha F 01. A implantação do edifício é composta por uma praça com vegetação de pequeno, médio e grande porte e forrações. Caminhos percorrem toda sua extensão e círculos formam áreas de estar para momentos de lazer, convidando os moradores dos prédios no entorno para caminharem com seus pets .

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Imagem 91 Planta de estrutura e planta de arquitetura Fonte: Arquivo pessoal

As plantas de estrutura e arquitetura estão nas folhas F01 e F02 respectivamente, na primeira é possível analizar toda malha estrutural, que é composta por vigas, pilares, piso e laje. As vigas possuem dimensão de 14x50 cm e os pilares 14x20 cm. O piso e a laje possuem dimensões de 10 cm ambos. Na planta de arquitetura, os acabamentos estão especificados através de símbolos e todos os ambientes estão nomeados e com suas respectivas cotas de nível.

A planta de layout está localizada na folha F03 e nela é possível analisar toda a disposição do layout básico proposto para o hospital de acordo com a norma e seus respectivos cômodos.

Imagem 92 Layout Fonte: Arquivo pessoal

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Os cortes e seus respectivos detalhamentos estão localizados na folha F04.

Imagem 93 Cortes Fonte: Arquivo pessoal

As elevações estão localizadas na folha F05.

Imagem 94 Elevações Fonte: Arquivo pessoal

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10.4 RENDERS

Imagem 95 Perspectiva fachada Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 96 Perspectivas fachada abrigo e emergência Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 97 Vistas área externa Fonte: Arquivo pessoal

Imagem 98 Vistas área externa abrigo Fonte: Arquivo pessoal

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11. CONCLUSÃO Nas pesquisas realizadas, procurou-se coletar informações pertinentes do tema para o desenvolvimento do projeto de um hospital público veterinário na cidade de Jandira/ SP. Entende-se que um ambiente de saúde animal deve possuir uma arquitetura específica e adaptada para as condições particulares de cada espécie. A partir das análises realizadas é possível notar o nível de importância da implantação de um hospital veterinário público, permitindo que políticas públicas compreendam sua importância no cenário urbano e permitam que esse tema se mostre relevante. Dado o exposto, se iniciou as primeiras tentativas projetuais, onde se tentou empregar o que foi pesquisado e observado nos estudos de caso, através de um programa de necessidades e um fluxograma. Após essa etapa iniciou-se a elaboração do projeto final, onde se procurou projetar ambientes que apresentassem as condições necessárias para garantir o bem-estar animal.

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12. BIBLIOGRAFIA ABINPET. IBGE - População de animais de estimação no Brasil - 2013 – Em milhões. Disponível: http:// www.agricultura.gov.br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/documentos/camaras-tematicas/insumosagropecuarios/anos-anteriores/ibge-populacao-de-animais-de-estimacao-no-brasil-2013-abinpet-79.pdf Acesso em: 22/10/2019 às 17:25. ARCHDAILY. Clínica Veterinária Alcabideche-Vet / João Tiago Aguiar Arquitectos. Disponível: https://www. archdaily.com.br/br/791828/clinica-veterinaria-alcabideche-vet-joao-tiago-aguiar-arquitectos Acesso em: 22/04/2020 às 10:25. ARCHDAILY. Hospital Veterinário Constitución / Dobleese Space & Branding. Disponível: https://www. archdaily.com.br/br/867854/hospital-veterinario-constitucion-dobleese-space-and-branding Acesso em: 15/04/2020 às 11:21. ARCHDAILY. Memphis Veterinary Specialists / archimania. Disponível: https://www.archdaily.com/233095/ memphis-veterinary-specialists-archimania/ Acesso em: 25/03/2020 às 14:24. ARCHDAILY. Veterinary Hospital Canis Mallorca / Estudi E. Torres Pujol. Disponível: https://www.archdaily. com/593102/veterinary-hospital-canis-mallorca-estudio-torres-pujol/ Acesso em: 03/04/2020 às 19:27. ARCHDAILY. Wallan Veterinary Hospital / Crosshatch. Disponível: https://www.archdaily.com/876109/ wallan-veterinary-hospital-crosshatch/> ISSN 0719-8884 Acesso em: 20/04/2020 às 17:11. ARCHMANIA. Memphis Veterinary Specialists. Disponível: https://www.archimania.com/all-projects/ memphis-veterinary-specialists?rq=memphis Acesso em: 27/03/2020 às 16:55. CFMV. RESOLUÇÃO Nº 1275, DE 25 DE JUNHO DE 2019. Disponível em: http://portal.cfmv.gov.br/lei/ index/id/1049. Acessado em 29/04/2020 às 14:59 COMAC. Pesquisa revela que mais de 75% dos proprietários de cães e gatos não levam o animal ao veterinário preventivamente. Disponível: http://www.comacvet.org.br/novo/imprensa/23/Pesquisa-revela-que-maisde-75-dos-proprietarios-de-caes-e-gatos-nao-levam-o-animal-ao-veterinario-preventivamente Acesso em: 22/11/2019 às 08:12. CROSSHATCH. Wallan Veterinary Hospital. Disponível: https://www.crosshat.ch/wallan-veterinary-hospital Acesso em: 20/04/2020 às 18:35. DOBLEESE SPACE & BRANDING. Hospital Veterinário Constitución. Disponível: https://www.dobleese.net/ portfolio_page/hvc/ Acesso em: 21/04/2020 às 15:32. EXTRA. Ter um cachorro custa o equivalente a dois carros populares 0km. Disponível: https://extra.globo. com/noticias/economia/ter-um-cachorro-custa-equivalente-dois-carros-populares-0km-23211995.html Acesso em: 14/11/2019 às 14:36. G1. Hospitais públicos veterinários de SP reduzem atendimento em 5 vezes e salas ficam lotadas. Disponível: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2018/11/07/hospitais-publicos-veterinarios-de-sp-reduzematendimento-em-5-vezes-e-salas-ficam-lotadas.ghtml Acesso em: 14/08/2020 às 14:25. GÓES, Ronald de. Manual prático de arquitetura para clínicas e laboratórios. ed. 1. Edgard Blucher, 2004. 71


JANDIRA. Disponível: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jandira Acesso em: 15/09/2020 às 10:32. SUPER PISOS. Disponível: http://www.superpisos.com.br/piso-antiestatico Acesso em: 22/05/2020 às 14:02. PLANO DIRETOR DE JANDIRA. Disponível: http://planodiretor.jandira.sp.gov.br/ Acesso em: 22/03/2020 às 17:21.

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13. ANEXOS 13.1 NORMAS E LEGISLAÇÃO Resolução CFMC Nº 1275, DE 25 DE JUNHO DE 2019 Publicado no Diário Oficial em 25 de junho de 2019 O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA - CFMV -, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 8º e a alínea “f” do artigo 16, ambos da Lei n° 5.517, de 23 de outubro de 1968, regulamentada pelo Decreto n° 64.704, de 17 de junho de 1969, resolve: TITULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º O funcionamento de estabelecimentos médico-veterinários, as instalações e os equipamentos necessários aos atendimentos realizados ficam subordinados às condições e especificações da presente Resolução e dos demais dispositivos legais pertinentes. Art. 2º Para os fins desta Resolução, considera-se: I - animais de estimação de pequeno porte: todas as raças de cães e gatos, pequenos mamíferos, aves e répteis considerados como animais de companhia. II - procedimentos ambulatoriais: intervenções de baixa complexidade, que não necessitam de anestesia geral, podendo ser realizados sob contenção ou sedação. Por exemplo: curativos, aplicação de medicação, suturas superficiais de pele, coleta de material biológico, anestesia local, fluidoterapia. III - estabelecimentos médico-veterinários: unidades onde são realizados quaisquer tipos de intervenção médico-veterinária. TITULO II DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICO-VETERINÁRIOS CAPÍTULO IV DOS HOSPITAIS VETERINÁRIOS Art. 10. Hospitais Veterinários são estabelecimentos destinados ao atendimento de animais para consultas, tratamentos clínico-ambulatoriais, exames diagnósticos, cirurgias e internações, com atendimento ao público em período integral (24 horas), sob a responsabilidade técnica, supervisão e a presença permanente de médico-veterinário. Art. 11. São condições obrigatórias para o funcionamento de Hospitais Veterinários que esses possuam: I - ambiente de recepção e espera; II - arquivo médico físico ou informatizado; III - recinto sanitário para uso do público, podendo ser considerados aqueles que integram um Condomínio ou Centro Comercial, onde já existam banheiros públicos compartilhados, ou, ainda, quando integrar uma mesma estrutura física compartilhada com estabelecimentos médico-veterinários; 73


IV - balança para pesagem dos animais; V - sala de atendimento contendo: a) mesa impermeável para atendimento; b) pia de higienização; c) unidade de refrigeração exclusiva de vacinas, antígenos, medicamentos e outros materiais biológicos; d) armário próprio para equipamentos e medicamentos. VI - setor de diagnóstico contendo, no mínimo: a) sala e serviço de radiologia veterinária de acordo com a legislação vigente, sob a responsabilidade técnica de médico-veterinário; b) equipamentos e serviços de ultrassonografia veterinária; c) equipamentos e serviços de eletrocardiografia veterinária; d) equipamentos laboratoriais básicos para atendimento de emergência que compreendam, no mínimo, centrífuga de micro-hematócrito, refratômetro, glicosímetro, lactímetro, microscópio e fitas de urinálise. VII - setor cirúrgico dispondo de: a) ambiente para preparo do paciente contendo mesa impermeável; b) ambiente de recuperação do paciente contendo: 1. provisão de oxigênio; 2. sistema de aquecimento para o paciente. c) ambiente de antissepsia e paramentação, imediatamente adjacente à sala de cirurgia, com pia, dispositivo dispensador de detergente e torneira acionáveis por foto sensor, ou através do cotovelo, joelho ou pé; d) sala de lavagem e esterilização de materiais, contendo equipamentos para lavagem, secagem e esterilização de materiais por autoclavagem, com as devidas barreiras físicas; e) sala de Cirurgia contendo: 1. mesa cirúrgica impermeável; 2. equipamentos para anestesia; 3. sistema de iluminação emergencial própria; 4. foco cirúrgico; 5. instrumental para cirurgia em qualidade e quantidade adequadas à rotina; 6. mesa auxiliar; 7. paredes e pisos de fácil higienização, observada a legislação sanitária pertinente; 8. provisão de oxigênio; 74


9. sistema de aquecimento para o paciente; 10. equipamentos para intubação e suporte ventilatório; 11. equipamentos de monitoração que forneçam, no mínimo, os seguintes parâmetros: temperatura, oximetria, pressão arterial e frequência cardíaca. VIII - setor de internação contendo: a) mesa impermeável; b) pia de higienização; c) ambiente para higienização do paciente com disponibilização de água corrente; d) baias, boxes ou outras acomodações individuais compatíveis com os pacientes a serem internados, de fácil higienização, obedecidas as normas sanitárias vigentes; e) armário para guarda de medicamentos e materiais descartáveis necessários ao seu funcionamento; f) sistema de aquecimento para o paciente; g) sala de isolamento exclusiva para internação de doenças infectocontagiosas; VIX IX - setor de sustentação contendo: a) lavanderia, que pode ser suprimida quando o estabelecimento utilizar a terceirização deste serviço, que deve ser comprovado através de contrato/ convênio com empresa executora; b) depósito de material de limpeza/almoxarifado; c) ambiente para descanso e de alimentação do médico-veterinário e funcionários; d) sanitários/vestiários compatíveis com o número de usuários; e) local de estocagem de medicamentos e materiais de consumo; f) unidade refrigerada exclusiva para conservação de animais mortos e resíduos biológicos. §1º A recuperação dos pacientes poderá ocorrer em ambiente próprio, no ambiente cirúrgico ou na sala de internação. §2º A sala de lavagem e esterilização de materiais pode ser suprimida quando o estabelecimento terceirizar estes serviços, comprovada pela apresentação de contrato/convênio com a empresa prestadora dos serviços terceirizados. TÍTULO III DAS PENALIDADES Art. 12. Os estabelecimentos médico-veterinários e os profissionais médicoveterinários que não cumprirem as exigências definidas nesta Resolução incorrerão em infração punível com a aplicação de multa, conforme Resolução CFMV n° 682, de 16 de março de 2001, e outras que a complementem ou alterem.

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Parágrafo único. Sem prejuízo das sanções pecuniárias previstas no caput deste artigo, os médicosveterinários atuantes e os responsáveis técnicos que infringirem as disposições desta Resolução estarão sujeitos às penas disciplinares, aplicáveis mediante a instauração do devido processo ético-profissional. TÍTULO IV DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 13. O deferimento do registro dos estabelecimentos médico-veterinários está condicionado à apresentação de termo de responsabilidade, assinado pelo responsável técnico médico-veterinário, em conformidade com o estabelecido nesta Resolução. Art. 14. Hospitais Veterinários, Clínicas Veterinárias e Consultórios Veterinários podem comercializar produtos para uso animal, bem como prestar serviços de estética para animais, sem necessidade de acesso independente. Art. 15. Todos os estabelecimentos médicos-veterinários elencados nesta Resolução devem cumprir as seguintes normas de boas práticas: I - o armazenamento de medicamentos, vacinas, antígenos e outros materiais biológicos somente poderá ser feito em geladeiras ou unidades de refrigeração exclusivas, contendo termômetro de máxima e mínima, com registro diário de temperatura; II - o armazenamento de alimentos deverá ser feito em geladeiras ou unidades de refrigeração de uso exclusivo de alimentos de animais e de humanos em separado; III - dispor do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde - PGRSS; IV - os fluxos de área limpa e suja, crítica e não crítica, devem ser respeitados; em armários providos de fechadura, sob controle e registro do médico-veterinário responsável técnico; VI - todas as pias de higienização devem ser providas de material para higiene, como papel toalha e dispensador de detergente; VII - manter as instalações físicas dos ambientes externos e internos em boas condições de conservação, segurança, organização, conforto e limpeza; VIII - garantir a qualidade e disponibilidade dos equipamentos, materiais, insumos e medicamentos de acordo com a complexidade do serviço e necessários ao atendimento da demanda; IX - garantir que os materiais e equipamentos sejam utilizados exclusivamente para os fins a que se destinam; X - garantir que os mobiliários sejam revestidos de material lavável e impermeável, não apresentando furos, rasgos, sulcos e reentrâncias; XI - garantir a qualidade dos processos de desinfecção e esterilização de equipamentos e materiais; XII - garantir ações eficazes e contínuas de controle de vetores e pragas urbanas; XIII - os produtos violados e/ou vencidos, sob suspeita de falsificação, adulteração ou alteração devem ser segregados em ambiente seguro e diverso da área de dispensação e das áreas de uso e identificados quanto a sua condição e destino. 76


Art. 16. Os estabelecimentos já registrados e aqueles cujos pedidos ainda estejam sob análise até a data de publicação desta Resolução terão o prazo de 180 dias para se adequarem às novas exigências. Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, os pedidos de registro que ainda estejam sob análise serão decididos conforme exigências contidas na Resolução CFMV n° 1015/2012, excetuadas aquelas que deixaram de ser contempladas nesta Resolução. Art. 17. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação e revoga as disposições em contrário, em especial a Resolução CFMV n° 1015, de 9 de novembro de 2012. Méd.Vet. Francisco Cavalcanti de Almeida

Méd.Vet. Helio Blume

Presidente

Secretário-Geral

CRMV-SP nº 1012

CRMV-DF nº 1551

Publicada no DOU de 24-07-2019, Seção 1, págs. 94 e 95

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